Anjos e Guerreiros
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domingo, 19 de junho de 2022
sábado, 11 de novembro de 2017
Casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em 2017 superam números do ano passado em Santa Rosa
Polícia investiga mais de 20 casos de estupro de vulnerável na cidade. Na maioria dos casos abusos acontecem dentro de casa.
Os casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em Santa
Rosa, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul, superaram o número
registrado em 2016. Desde o começo de 2017, mais de 20 casos foram
investigados.
Entre os casos investigados no ano, 17 são referentes a estupro de
meninas. Os registros são referentes ao que foi contabilizado até o mês
de outubro. Em todo o ano passado foram 12 casos semelhantes na cidade.
Conforme a polícia, a maioria dos casos foi cometido dentro de casa. "O
que chama mais atenção é que os abusos têm acontecido dentro de casa,
onde se imagina que as crianças tenham maior proteção, e nem sempre é
assim. Não que esse abuso ocorra em regra, digamos, que ele seja
praticado pelos pais, mas sim por pessoas que convivem naquele ambiente
familiar", afirma a delegada Josiane Froehlich.
Além dos abusos terem sido cometidos dentro de casa, as vítimas têm em
média 12 anos de idade. A delegada diz que os pais devem ficar atentos
para mudanças no comportamento.
"Daí o alerta, a atenção que deve ser dada pelos pais, pelas pessoas do
convívio do ambiente familiar, assim como pelos professores e as demais
pessoas que têm contato com aquelas crianças e adolescentes. Situação
que a criança passa a não mais conviver, não brinca mais com os
coleguinhas, não tem mais aquela iniciativa para nossas brincadeiras ou
então para fazer os deveres da escola, torna-se triste, são
comportamentos que se identificam, muitas vezes agressivas", detalha a
delegada.
Em todo o estado o número é considerado alto. De janeiro a outubro
foram quase 2,3 mil denúncias de estupro de vulnerável no Rio Grande do
Sul. E são, justamente, essas denúncias que ajudam a combater esse tipo
de crime.
A denúncia pode ser feita de forma anônima junto à Polícia Civil de sua
cidade por meio do número 197, através do disque-denúncia 181, ou por
meio do Disque 100.
segunda-feira, 6 de novembro de 2017
Atirador em igreja do Texas matou ao menos 12 crianças
Texas: Atirador foi expulso da Força Aérea por agredir mulher e filho
Ex-militar abriu fogo em igreja e matou 26 pessoas em Sutherland Springs
SUTHERLAND SPRINGS, EUA — Devin Patrick Kelley, identificado como o atirador que deixou 26 mortos em uma igreja de Sutherland Springs, no estado americano do Texas, foi expulso das Forças Armadas por agredir a sua mulher e seu filho em 2012. A porta-voz da Força Aérea americana, Ann Stefanek, confirmou à agência Associated Press que Kelley ficou confinado por um ano em função do ataque aos parentes e, como resultado, foi vetado da organização por má conduta.
O atirador Devin Patrick Kelley matou ao menos 26 pessoas em um ataque a uma igreja batista numa pequena cidade do Texas. Perseguido por moradores, atirador de igreja no Texas se matou
Para o presidente dos EUA, Donald Trump, o ataque a tiros no Texas é resultado de um "problema de saúde mental da mais alta gravidade"Para Trump, ataque no Texas não é resultado de política de armas
Crystal Holcombe estava grávida de oito meses quando morreu no ataque numa igreja do estado do Texas, nos EUA. Grávida e três filhos estão entre 26 mortos no ataque a igreja no Texas
Stefanek destacou que Kelley serviu na área de logística da Base Aérea de Holloman, no Novo México, de 2010 e 2014, quando foi expulso. Ele era responsável pelo transporte militar de passageiros, carga e pertences. Neste domingo, o americano abriu fogo na Primeira Igreja Batista de Sutherland Springs e deixou ao menos 26 mortos e 20 feridos — entre as vítimas, está a filha dos pastores, de 14 anos, e uma mulher grávida de 8 meses.
Fonte:https://oglobo.globo.com/mundo/texas-atirador-foi-expulso-da-forca-aerea-por-agredir-mulher-filho-22032815
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violência
sábado, 28 de janeiro de 2017
Mãe boazinha, filhos folgados, adultos relaxados
Ana Maria Ribas Bernardelli - 20 jan, 2017
O que é mais mportante para uma mãe: manter a casa em ordem, ou deixar os filhos à vontade, sem disciplina, e sem ordem? A resposta adequada seria: manter a casa em ordem, e esperar que os filhos fiquem à vontade sob disciplina e ordem. Basta que eles sejam educados para isso.
O que é mais importante para uma mulher: um marido satisfeito, feliz, relaxado, à custa de cuecas jogadas pelo banheiro, e toalhas molhadas sobre a cama, ou um parceiro ordeiro e colaborativo? A resposta adequada seria: um marido feliz, satisfeito, ordeiro e colaborativo, que ajude a manter a casa longe do caos.
A verdade é que há situações que não se excluem, pelo contrário, se complementam.
Esse é um tema nada excludente. Filhos e maridos devem colaborar com a mínima ordem reinante sob pena de se tornarem abusivos fora do convívio familiar. Não há felicidade na desordem. Não pode haver tolerância com a desordem organizada sistematicamente como se a desordem fosse a ordem.
A criança que cresce sem envolvimento com a ordem, aprenderá a envolver-se com a desordem. O adulto que foi criança e não guardou o brinquedo que usou, terá grandes possibilidades de vir a ser pouco colaborativo, daquele tipo que levanta da mesa na casa da tia sem retirar e lavar o seu prato, ou sem arrumar a sua cama.
Não é de nenhum tratado filosófico que retirei essas conclusões; é da vida, da experiência, da análise prática.
Todas as crianças que são deixadas sem a disciplina da ordem criam uma desordem amplificada, depois de adultos. As casas que habitam são uma bagunça. As tarefas que deveriam ser resolvidas diariamente passam a ser desempenhadas em prazos dilatados por semanas, meses, e anos. A louça é lavada quando não há mais lugar sobre a pia e embaixo da pia. As roupas vão para a máquina, quando a última calcinha vai para o corpo. Tudo é abusivamente acumulado.
Não há regras que possam valer para quem foi criado sem regra alguma.
Há nos desordeiros domésticos uma forte tendência para se tornarem acumuladores, aqueles indivíduos que guardam todo tipo de lixo fora e dentro deles. Começam por não catalogar objetos que, sem lugar definido, se misturam sob as mais diversas categorias. Livros no chão fazem companhia a chinelos jogados, documentos espalhados, travesseiros abandonados pelo caminho. As mais diversas coisas e coisinhas cujo destino é incerto, somam-se às coisas maiores que se acumulam na superfície.
A Teoria do Caos prevê a grosso modo que, se uma casa for deixada limpa, arejada, arrumada, com todos os objetos em seus devidos lugares, basta um tempo relativamente curto para que o abandono se encarregue de instalar o caos.
O que quero dizer com isso? Quero dizer que todas as forças do Universo decaído trabalham a favor do caos.
Não é preciso que eu e você façamos coisa alguma para que o caos se instale. Basta que não o façamos.
Dentro de pouco tempo, a poeira fina se depositará sobre a superfície em camadas sedimentadas, as aranhas farão suas teias, o mofo se expandirá sobre as áreas que guardam algum vestígio de umidade e tudo- absolutamente tudo- entrará em processo de desintegração e morte.
A vida cobra a sua e a minha colaboração para que o universo se mantenha em cadência de ritmo, harmonia, e perfeita intencionalidade da ordem.
Algumas mães parecem ignorar essa necessidade e não colocam os seus filhos na cadeia da ordem. Preferem que eles se juntem à cadeia da desordem.
É a pior coisa que uma mãe pode fazer.
Mães muito “boazinhas” se tornam incubadoras de adultos porcalhões e relaxados. Mães muito “boazinhas”, inconscientemente, esperam que seus filhos as amem mais por isso, e, no devido tempo, cobrarão que esse “amor” lhes seja devolvido.
Mães “muito boazinhas” são um dilema existencial para carregar, mais tarde. Choramingam o tempo todo dizendo quão boas foram para os seus filhos, e exatamente por terem criado filhos irresponsáveis, bagunceiros e relaxados, não receberão de volta nem o amor, e nem a ordem minimamente necessária, que a última etapa de vida pede, para que se morra em paz.
Dia desses, fui testemunha de um fato bastante humano e convincente: Diante do quarto do menino que apresentava um cenário bagunçado, a mãe o mandou tomar banho, e enquanto ele tomava o banho, ela entrou no quarto e confiscou o Ipad.
Ao sair, o menino perguntou:
– Mãe você pegou o meu Ipad?
– Peguei. O Ipad só volta quando o seu quarto estiver tão organizado como você o recebeu pela manhã.”
Assim aconteceu por dois dias. Não foi preciso mais do que dois dias para que o hábito se instalasse.
Haveria três caminhos: fazer tudo pelo filho; repetir todos os dias a mesma cantilena, elevando a voz; exercer autoridade acompanhada do seqüestro de um privilégio ao qual ele se acostumara: o uso do Ipad.
Penso que ela fez uma ótima escolha.
Então, é isso: mães eduquem os seus filhos para a manutenção da ordem. É um benefício que fará grande diferença na vida adulta e é tão importante que até o ar, o céu, o sol, o mar, as árvores, as plantas, os rios, os peixes, os animais, os homens de boa vontade, a Terra, e o Universo agradecem.
Fonte: CONTI outra
O que é mais mportante para uma mãe: manter a casa em ordem, ou deixar os filhos à vontade, sem disciplina, e sem ordem? A resposta adequada seria: manter a casa em ordem, e esperar que os filhos fiquem à vontade sob disciplina e ordem. Basta que eles sejam educados para isso.
O que é mais importante para uma mulher: um marido satisfeito, feliz, relaxado, à custa de cuecas jogadas pelo banheiro, e toalhas molhadas sobre a cama, ou um parceiro ordeiro e colaborativo? A resposta adequada seria: um marido feliz, satisfeito, ordeiro e colaborativo, que ajude a manter a casa longe do caos.
A verdade é que há situações que não se excluem, pelo contrário, se complementam.
Esse é um tema nada excludente. Filhos e maridos devem colaborar com a mínima ordem reinante sob pena de se tornarem abusivos fora do convívio familiar. Não há felicidade na desordem. Não pode haver tolerância com a desordem organizada sistematicamente como se a desordem fosse a ordem.
A criança que cresce sem envolvimento com a ordem, aprenderá a envolver-se com a desordem. O adulto que foi criança e não guardou o brinquedo que usou, terá grandes possibilidades de vir a ser pouco colaborativo, daquele tipo que levanta da mesa na casa da tia sem retirar e lavar o seu prato, ou sem arrumar a sua cama.
Não é de nenhum tratado filosófico que retirei essas conclusões; é da vida, da experiência, da análise prática.
Todas as crianças que são deixadas sem a disciplina da ordem criam uma desordem amplificada, depois de adultos. As casas que habitam são uma bagunça. As tarefas que deveriam ser resolvidas diariamente passam a ser desempenhadas em prazos dilatados por semanas, meses, e anos. A louça é lavada quando não há mais lugar sobre a pia e embaixo da pia. As roupas vão para a máquina, quando a última calcinha vai para o corpo. Tudo é abusivamente acumulado.
Não há regras que possam valer para quem foi criado sem regra alguma.
Há nos desordeiros domésticos uma forte tendência para se tornarem acumuladores, aqueles indivíduos que guardam todo tipo de lixo fora e dentro deles. Começam por não catalogar objetos que, sem lugar definido, se misturam sob as mais diversas categorias. Livros no chão fazem companhia a chinelos jogados, documentos espalhados, travesseiros abandonados pelo caminho. As mais diversas coisas e coisinhas cujo destino é incerto, somam-se às coisas maiores que se acumulam na superfície.
A Teoria do Caos prevê a grosso modo que, se uma casa for deixada limpa, arejada, arrumada, com todos os objetos em seus devidos lugares, basta um tempo relativamente curto para que o abandono se encarregue de instalar o caos.
O que quero dizer com isso? Quero dizer que todas as forças do Universo decaído trabalham a favor do caos.
Não é preciso que eu e você façamos coisa alguma para que o caos se instale. Basta que não o façamos.
Dentro de pouco tempo, a poeira fina se depositará sobre a superfície em camadas sedimentadas, as aranhas farão suas teias, o mofo se expandirá sobre as áreas que guardam algum vestígio de umidade e tudo- absolutamente tudo- entrará em processo de desintegração e morte.
A vida cobra a sua e a minha colaboração para que o universo se mantenha em cadência de ritmo, harmonia, e perfeita intencionalidade da ordem.
Algumas mães parecem ignorar essa necessidade e não colocam os seus filhos na cadeia da ordem. Preferem que eles se juntem à cadeia da desordem.
É a pior coisa que uma mãe pode fazer.
Mães muito “boazinhas” se tornam incubadoras de adultos porcalhões e relaxados. Mães muito “boazinhas”, inconscientemente, esperam que seus filhos as amem mais por isso, e, no devido tempo, cobrarão que esse “amor” lhes seja devolvido.
Mães “muito boazinhas” são um dilema existencial para carregar, mais tarde. Choramingam o tempo todo dizendo quão boas foram para os seus filhos, e exatamente por terem criado filhos irresponsáveis, bagunceiros e relaxados, não receberão de volta nem o amor, e nem a ordem minimamente necessária, que a última etapa de vida pede, para que se morra em paz.
Dia desses, fui testemunha de um fato bastante humano e convincente: Diante do quarto do menino que apresentava um cenário bagunçado, a mãe o mandou tomar banho, e enquanto ele tomava o banho, ela entrou no quarto e confiscou o Ipad.
Ao sair, o menino perguntou:
– Mãe você pegou o meu Ipad?
– Peguei. O Ipad só volta quando o seu quarto estiver tão organizado como você o recebeu pela manhã.”
Assim aconteceu por dois dias. Não foi preciso mais do que dois dias para que o hábito se instalasse.
Haveria três caminhos: fazer tudo pelo filho; repetir todos os dias a mesma cantilena, elevando a voz; exercer autoridade acompanhada do seqüestro de um privilégio ao qual ele se acostumara: o uso do Ipad.
Penso que ela fez uma ótima escolha.
Então, é isso: mães eduquem os seus filhos para a manutenção da ordem. É um benefício que fará grande diferença na vida adulta e é tão importante que até o ar, o céu, o sol, o mar, as árvores, as plantas, os rios, os peixes, os animais, os homens de boa vontade, a Terra, e o Universo agradecem.
Fonte: CONTI outra
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quarta-feira, 14 de dezembro de 2016
Famílias pedem autorização para matar filhas e evitar estupro em Aleppo
LONDRES — Moradores do leste da cidade síria de Aleppo estão pedindo permissão a religiosos para que pais possam matar as filhas, mulheres e irmãs antes que elas sejam capturadas e estupradas pelas forças do regime de Bashar al-Assad, da milícia libanesa do Hezbollah ou do Irã, de acordo com relatos que circulam. As histórias ganharam força com a reprodução nas redes sociais da carta de uma enfermeira da área cercada da cidade explicando por que havia escolhido o suicídio diante da possibilidade de “cair nas mãos de animais do Exército sírio”. Outros postam mensagens desesperadas à medida que as tropas do governo se aproximam, trazendo para mais perto do mundo o drama vivido na área rebelde da cidade síria.
“Sou uma das mulheres em Aleppo que em breve serão violadas. Não há mais armas ou homens que possam ficar entre nós e os animais que estão prestes a vir, o chamado Exército do país. Eu não quero nada de você. Nem mesmo suas orações. Ainda sou capaz de falar e acho que a minhas orações são mais verdadeiras do que as suas. Tudo o que peço é que não assuma o lugar de Deus e me julgue quando eu me matar. Eu vou me matar e não me importo se você me condenar ao inferno! Estou cometendo suicídio porque não quero que meu corpo seja alguma fonte de prazer para aqueles que sequer ousavam mencionar o nome de Aleppo dias atrás. E quando você ler isso saiba que eu morri pura apesar de toda essa gente”, diz a carta. O nome não foi divulgado e a veracidade não pode ser comprovada.
A carta era endereçada a líderes religiosos e da oposição e, segundo o jornal britânico “Metro”, o post foi compartilhado pelo trabalhador humanitário Abdullateef Khaled. Ela reforça os rumores de mulheres cometendo o suicídio para evitar o estupro à medida que as forças sírias avançam e surgem denúncias de execuções.
Outros relatos que circulam nas redes sociais dizem que pais estão pedindo a permissão de autoridades religiosas para assassinar as próprias filhas antes que sejam capturadas. As forças sírias executaram mais de 80 pessoas em Aleppo na segunda-feira, incluindo mulheres e crianças ainda em suas casas.
Muhammad Al-Yaqoubi, um conhecido líder religioso que fugiu da Síria, tuitou na terça-feira que estava recebendo consultas de Aleppo, incluindo algumas inquietantes: “Pode um homem matar sua mulher ou irmã antes que ela seja estuprada pelas forças de Assad na frente dele?”
DESESPERO NAS REDES SOCIAIS
Uma trégua deveria ter permitido a saída de moradores da cidade. Mas com a retomada dos bombardeios nesta quarta-feira, a retirada foi suspensa. O desepero aumenta e, isolados por terra, moradores da área cercada enviam apelos pelas redes sociais.
Filmado pelo próprio celular, o professor de inglês Abdulkafi al-Hamdo aparece encolhido atrás de um muro. Afirmando que as forças de Assad estão chegando e que podem estar a 300 metros dali, ele resume a situação:
- Não há mais para onde ir. Este é o último lugar - diz no vídeo divulgado pelo Twitter. Espero que algo possa deter os massacres. Ninguém dormiu esta noite. Minha mulher, minha filha, todos os que conheço estão... - disse, até que o vídeo foi interrompido de repente.
Não se sabe a situação dentro de um dos últimos bolsões controlados pelos rebeldes na cidade. A última mensagem do jornalista americano Bilal Abdul Kareem na região veio na segunda-feira. Com o som de explosões ao fundo, ele disse poderia ser um de seus últimos vídeos.
- Talvez não possamos mais enviar mensagens à medida que o regime se aproxima cada vez mais.
Outros enviam mensagens de despedida, temendo a morte ou a captura. São agradecimentos a quem ajudou os sírios, pedidos para que habitantes de outros países protestem contra o que ocorre no país. Outras são reproduzidas por jornalistas que recebem mensagens de ativistas na cidade.
"Ativistas estão tuitando seus momentos finais. Eles quase certamente serão detidos/torturados/mortos após a captura. O aperto que se sente no estômago após ler as últimas mensagens de Aleppo. Que Deus nos perdoe por não ajudar essas pessoas", escreveu um jornalista no Twitter.
Fonte: O Globo
“Sou uma das mulheres em Aleppo que em breve serão violadas. Não há mais armas ou homens que possam ficar entre nós e os animais que estão prestes a vir, o chamado Exército do país. Eu não quero nada de você. Nem mesmo suas orações. Ainda sou capaz de falar e acho que a minhas orações são mais verdadeiras do que as suas. Tudo o que peço é que não assuma o lugar de Deus e me julgue quando eu me matar. Eu vou me matar e não me importo se você me condenar ao inferno! Estou cometendo suicídio porque não quero que meu corpo seja alguma fonte de prazer para aqueles que sequer ousavam mencionar o nome de Aleppo dias atrás. E quando você ler isso saiba que eu morri pura apesar de toda essa gente”, diz a carta. O nome não foi divulgado e a veracidade não pode ser comprovada.
A carta era endereçada a líderes religiosos e da oposição e, segundo o jornal britânico “Metro”, o post foi compartilhado pelo trabalhador humanitário Abdullateef Khaled. Ela reforça os rumores de mulheres cometendo o suicídio para evitar o estupro à medida que as forças sírias avançam e surgem denúncias de execuções.
Outros relatos que circulam nas redes sociais dizem que pais estão pedindo a permissão de autoridades religiosas para assassinar as próprias filhas antes que sejam capturadas. As forças sírias executaram mais de 80 pessoas em Aleppo na segunda-feira, incluindo mulheres e crianças ainda em suas casas.
Muhammad Al-Yaqoubi, um conhecido líder religioso que fugiu da Síria, tuitou na terça-feira que estava recebendo consultas de Aleppo, incluindo algumas inquietantes: “Pode um homem matar sua mulher ou irmã antes que ela seja estuprada pelas forças de Assad na frente dele?”
DESESPERO NAS REDES SOCIAIS
Uma trégua deveria ter permitido a saída de moradores da cidade. Mas com a retomada dos bombardeios nesta quarta-feira, a retirada foi suspensa. O desepero aumenta e, isolados por terra, moradores da área cercada enviam apelos pelas redes sociais.
Filmado pelo próprio celular, o professor de inglês Abdulkafi al-Hamdo aparece encolhido atrás de um muro. Afirmando que as forças de Assad estão chegando e que podem estar a 300 metros dali, ele resume a situação:
- Não há mais para onde ir. Este é o último lugar - diz no vídeo divulgado pelo Twitter. Espero que algo possa deter os massacres. Ninguém dormiu esta noite. Minha mulher, minha filha, todos os que conheço estão... - disse, até que o vídeo foi interrompido de repente.
Não se sabe a situação dentro de um dos últimos bolsões controlados pelos rebeldes na cidade. A última mensagem do jornalista americano Bilal Abdul Kareem na região veio na segunda-feira. Com o som de explosões ao fundo, ele disse poderia ser um de seus últimos vídeos.
- Talvez não possamos mais enviar mensagens à medida que o regime se aproxima cada vez mais.
Outros enviam mensagens de despedida, temendo a morte ou a captura. São agradecimentos a quem ajudou os sírios, pedidos para que habitantes de outros países protestem contra o que ocorre no país. Outras são reproduzidas por jornalistas que recebem mensagens de ativistas na cidade.
"Ativistas estão tuitando seus momentos finais. Eles quase certamente serão detidos/torturados/mortos após a captura. O aperto que se sente no estômago após ler as últimas mensagens de Aleppo. Que Deus nos perdoe por não ajudar essas pessoas", escreveu um jornalista no Twitter.
Fonte: O Globo
quinta-feira, 8 de dezembro de 2016
Não existe criança difícil, difícil é ser criança em um mundo de pessoas cansadas
Por Raquel Brito
Não existe criança difícil, o difícil é ser criança em um mundo de pessoas cansadas, ocupadas, sem paciência e com pressa. Existem pais, professores e tutores que se esquecem de um dos compromissos mais importantes da educação de uma criança: o de oferecer aventuras infantis.
Este é um problema tão real que, por vezes, podemos ficar preocupados pelo simples fato de uma criança ser inquieta, barulhenta, alegre, emotiva e enérgica. Há pais e profissionais que não querem crianças, querem robôs.
O normal é que uma criança corra, voe, grite, experimente, e faça do seu ambiente um parque de diversões. O normal é que uma criança, pelo menos nas idades prematuras, se mostre como ela é, e não como os adultos querem que ela seja.
Mas para conseguir isso, é importante entender duas coisas fundamentais:
A agitação não é uma doença: queremos um autocontrole que nem a a natureza nem a sociedade fomenta.
Fazemos uma favor às crianças se as deixarmos ficar aborrecidas e evitarmos a superestimulação.
Doenças? Medicação para as crianças? Por quê?
Mesmo estando muito na moda no setor de saúde e escolar, a verdadeira existência do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é muito questionável, pelo menos da forma exata como está concebido. Atualmente considera-se que este transtorno é uma caixa onde se amontoam casos diversos, que vão desde problemas neurológicos até problemas de comportamento ou de falta de recursos e habilidades para encarar o dia a dia.
As estatísticas são esmagadoras. Segundo dados do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV- TR (DSM-IV TR), a prevalência do TDAH nas crianças é de 3 a 7 casos por cada 100 meninos e meninas. O que preocupa é que a hipótese biológica subjacente a isto é simplesmente isso, uma hipótese que é comprovada por ensaio e erro com raciocínios que começam por “parece que isto ocorre porque…“.
Enquanto isso, estamos supermedicando as crianças que vivem conosco porque elas mostram comportamentos perturbadores, porque não nos mostram atenção e porque parecem não pensar quando realizam as suas tarefas. É um tema delicado, por isso temos que ser devidamente cautelosos e responsáveis, consultando bons psiquiatras e psicólogos infantis.
Partindo desta base, devemos destacar que não existe um exame clínico nem psicológico que determine de forma objetiva a existência do TDAH. Sem dúvida os exames são realizados com base em impressões e realização de provas distintas. O diagnóstico é determinado com base no momento em que são realizadas e na impressão subjetiva destas provas. Inquietante, não é?
Não podemos esquecer que estamos medicando as crianças com anfetaminas, antipsicóticos e ansiolíticos, os quais podem causar consequências nefastas no desenvolvimento neurológico delas. Não sabemos qual vai ser a repercussão deste medicamento e muito menos do uso excessivo do mesmo. Um medicamento que apenas vai reduzir a sintomatologia, mas que não reverte de forma alguma o problema.
Parece uma selvageria, mas… Por que isso continua? Provavelmente um dos motivos é o financeiro, pois a indústria farmacêutica move bilhões graças ao tratamento farmacológico administrado às crianças. Por outro lado está a filosofia do “melhor isto do que nada”. O autoengano da pílula da felicidade é um fator comum em muitas patologias.
Deixando de lado rótulos e diagnósticos que, na proporção em que se dão, tornam-se questionáveis, devemos colocar os freios e ter consciência de que muitas vezes os que estão doentes são os adultos, e que o principal sintoma é a má gestão das políticas educativas e das escolas.
Cada vez mais especialistas estão tomando consciência disto e procuram impor restrições a pais e a profissionais que sentem a necessidade de colocar a etiqueta de TDAH em problemas que, muitas vezes, provêm principalmente do meio familiar e da falta de oportunidades dadas à criança para desenvolver as suas capacidades.
Como afirma Marino Pérez Álvarez, especialista em Psicologia Clínica e professor de Psicopatologia e Técnicas de Intervenção na Universidade de Oviedo, o TDAH nada mais é que um rótulo para comportamentos problemáticos de crianças que não têm uma base científica neurológica sólida como é regularmente apresentada. Ele existe como um rótulo infeliz que engloba problemas ou aspetos incômodos que efetivamente estão dentro da normalidade.
“Não existe. O TDAH é um diagnóstico que carece de identidade clínica, e a medicação, longe de ser propriamente um tratamento, é na realidade doping”, afirma Marino. Generalizou-se a ideia de que o desequilíbrio neurológico é a causa de vários problemas, mas não há certeza de que ele seja causa ou consequência. Isto é, os desequilíbrios neuroquímicos também podem ser gerados na relação com o que rodeia a criança.
Ou seja, a pergunta adequada é a seguinte: o TDAH é ciência ou ideologia? Convém sermos críticos e olharmos para um mundo que fomenta o cerebrocentrismo e que procura as causas materiais de tudo sem parar para pensar sobre o que é a causa e o que é a consequência.
Partindo desta base, deveríamos pensar em quais são as necessidades e quais são os pontos fortes de cada criança e de cada adulto suscetível a ser diagnosticado. Abordar isto de maneira individual proporcionará mais saúde e bem-estar, tanto dos pequenos como da sociedade em geral. Então, a primeira coisa que devemos fazer é uma análise crítica de nós mesmos.
Fonte: A Soma de Todos Afetos
Não existe criança difícil, o difícil é ser criança em um mundo de pessoas cansadas, ocupadas, sem paciência e com pressa. Existem pais, professores e tutores que se esquecem de um dos compromissos mais importantes da educação de uma criança: o de oferecer aventuras infantis.
Este é um problema tão real que, por vezes, podemos ficar preocupados pelo simples fato de uma criança ser inquieta, barulhenta, alegre, emotiva e enérgica. Há pais e profissionais que não querem crianças, querem robôs.
O normal é que uma criança corra, voe, grite, experimente, e faça do seu ambiente um parque de diversões. O normal é que uma criança, pelo menos nas idades prematuras, se mostre como ela é, e não como os adultos querem que ela seja.
Mas para conseguir isso, é importante entender duas coisas fundamentais:
A agitação não é uma doença: queremos um autocontrole que nem a a natureza nem a sociedade fomenta.
Fazemos uma favor às crianças se as deixarmos ficar aborrecidas e evitarmos a superestimulação.
Doenças? Medicação para as crianças? Por quê?
Mesmo estando muito na moda no setor de saúde e escolar, a verdadeira existência do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é muito questionável, pelo menos da forma exata como está concebido. Atualmente considera-se que este transtorno é uma caixa onde se amontoam casos diversos, que vão desde problemas neurológicos até problemas de comportamento ou de falta de recursos e habilidades para encarar o dia a dia.
As estatísticas são esmagadoras. Segundo dados do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais IV- TR (DSM-IV TR), a prevalência do TDAH nas crianças é de 3 a 7 casos por cada 100 meninos e meninas. O que preocupa é que a hipótese biológica subjacente a isto é simplesmente isso, uma hipótese que é comprovada por ensaio e erro com raciocínios que começam por “parece que isto ocorre porque…“.
Enquanto isso, estamos supermedicando as crianças que vivem conosco porque elas mostram comportamentos perturbadores, porque não nos mostram atenção e porque parecem não pensar quando realizam as suas tarefas. É um tema delicado, por isso temos que ser devidamente cautelosos e responsáveis, consultando bons psiquiatras e psicólogos infantis.
Partindo desta base, devemos destacar que não existe um exame clínico nem psicológico que determine de forma objetiva a existência do TDAH. Sem dúvida os exames são realizados com base em impressões e realização de provas distintas. O diagnóstico é determinado com base no momento em que são realizadas e na impressão subjetiva destas provas. Inquietante, não é?
Não podemos esquecer que estamos medicando as crianças com anfetaminas, antipsicóticos e ansiolíticos, os quais podem causar consequências nefastas no desenvolvimento neurológico delas. Não sabemos qual vai ser a repercussão deste medicamento e muito menos do uso excessivo do mesmo. Um medicamento que apenas vai reduzir a sintomatologia, mas que não reverte de forma alguma o problema.
Parece uma selvageria, mas… Por que isso continua? Provavelmente um dos motivos é o financeiro, pois a indústria farmacêutica move bilhões graças ao tratamento farmacológico administrado às crianças. Por outro lado está a filosofia do “melhor isto do que nada”. O autoengano da pílula da felicidade é um fator comum em muitas patologias.
Deixando de lado rótulos e diagnósticos que, na proporção em que se dão, tornam-se questionáveis, devemos colocar os freios e ter consciência de que muitas vezes os que estão doentes são os adultos, e que o principal sintoma é a má gestão das políticas educativas e das escolas.
Cada vez mais especialistas estão tomando consciência disto e procuram impor restrições a pais e a profissionais que sentem a necessidade de colocar a etiqueta de TDAH em problemas que, muitas vezes, provêm principalmente do meio familiar e da falta de oportunidades dadas à criança para desenvolver as suas capacidades.
Como afirma Marino Pérez Álvarez, especialista em Psicologia Clínica e professor de Psicopatologia e Técnicas de Intervenção na Universidade de Oviedo, o TDAH nada mais é que um rótulo para comportamentos problemáticos de crianças que não têm uma base científica neurológica sólida como é regularmente apresentada. Ele existe como um rótulo infeliz que engloba problemas ou aspetos incômodos que efetivamente estão dentro da normalidade.
“Não existe. O TDAH é um diagnóstico que carece de identidade clínica, e a medicação, longe de ser propriamente um tratamento, é na realidade doping”, afirma Marino. Generalizou-se a ideia de que o desequilíbrio neurológico é a causa de vários problemas, mas não há certeza de que ele seja causa ou consequência. Isto é, os desequilíbrios neuroquímicos também podem ser gerados na relação com o que rodeia a criança.
Ou seja, a pergunta adequada é a seguinte: o TDAH é ciência ou ideologia? Convém sermos críticos e olharmos para um mundo que fomenta o cerebrocentrismo e que procura as causas materiais de tudo sem parar para pensar sobre o que é a causa e o que é a consequência.
Partindo desta base, deveríamos pensar em quais são as necessidades e quais são os pontos fortes de cada criança e de cada adulto suscetível a ser diagnosticado. Abordar isto de maneira individual proporcionará mais saúde e bem-estar, tanto dos pequenos como da sociedade em geral. Então, a primeira coisa que devemos fazer é uma análise crítica de nós mesmos.
Fonte: A Soma de Todos Afetos
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comportamento,
Crianças
quinta-feira, 1 de dezembro de 2016
terça-feira, 15 de novembro de 2016
“Educação de berço é dever das famílias e não da escola”, diz juiz da infância
O juiz da Infância e Juventude de Dourados, Zaloar Murat Martins de Souza é o entrevistado de hoje de O PROGRESSO. O magistrado fala sobre os 25 anos de existência do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completados no último dia 13 de julho. Lei 8.069/90.
Embora seja considerada uma legislação avançada e exemplar para outros países, especialistas da área apontam que o texto precisa ser efetivamente aplicado para garantir uma transformação real na vida de crianças e adolescentes do País. Muitos aspectos da lei ainda não saíram do papel. Nesses 25 anos, cerca de 20 leis entraram em vigor modificando o estatuto. Ainda estão em análise na Câmara dos Deputados quase 300 propostas para alterar o ECA, mais de 50 destas com o intuito de endurecer a punição aos adolescentes infratores.
Para o juiz Zaloar, falta o Estado colocar em prática as políticas públicas para efetivação do ECA. “A questão é a aplicabilidade, é de fazer com que as chamadas políticas públicas ali previstas funcionem. Que a família, a sociedade civil e o Estado de fato implementem estas políticas públicas previstas no ECA. É um aspecto que tem caminhado a passos de tartagura”.
O juiz Zaloar se mostra favorável a um projeto de lei aprovado recentemente pelo senado que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e aumenta o tempo de internação de menores de 18 anos que tenham cometido crimes hediondos. A matéria seguirá agora para votação na Câmara dos Deputados.
Pelo projeto, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), os jovens que tenham cometido esse tipo de crime poderão ficar internados em centros de atendimento socioeducativo por até dez anos. Atualmente, o tempo máximo de internação é de três anos.
Originalmente, o relator do projeto, senador José Pimentel (PT-CE), havia proposto que o tempo máximo de internação ficasse em até oito anos. Porém, ele acatou emenda do próprio Serra e manteve o limite em até dez anos.
O texto também prevê uma alteração no Código Penal para agravar a pena do adulto que praticar crimes acompanhado de um menor de 18 anos ou que induzir o menor a cometê-lo. Nesses casos, a pena do adulto será de dois a cinco anos, podendo ser dobrada para os casos de crimes hediondos.
Outro ponto proposto por Pimentel prevê que os adolescentes passarão por avaliação, a cada seis meses, feita pelo juiz responsável pelo caso. O objetivo é que o magistrado possa analisar e optar por liberar antecipadamente ou não o jovem da reclusão.
Os internos ainda deverão estudar nos centros de internação até concluir o ensino médio profissionalizante. Atualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que os menores devem concluir somente o ensino fundamental.
O juiz Zaloar também alerta as famílias sobre o dever de educar seus filhos na questão da chamada educação de berço e não simplesmente transferir este dever as escolas. “Educação de berço é dever das famílias e não da escola”, confira a entrevista:
O Estatuto da Criança e do Adolescente foi uma boa ideia?
“O Estatuto da Criança foi uma brilhante ideia à época quanto ao seu sancionamento. Na verdade o ECA veio revolucionar o sistema então, vigente, chamado menorista. Então o menor chamado hoje de criança e adolescente era visto pelo Estado na situação de abandono e delinquência e com a entrada em vigor do ECA a criança e o adolescente passaram a ser sujeitos de direito, ou seja, sujeitos protegidos pelo Estado. Protegido na sua saúde, na sua educação, no seu lazer, no esporte, enfim, sob todos os ângulos, então neste aspecto foi uma grande vitória, tanto que até hoje o ECA foi considerado um excelente projeto, uma excelente lei, uma lei moderna comparada as melhores do mundo, agora a questão é a aplicabilidade, é de fazer com que as chamadas políticas públicas ali previstas funcionem. Que a família, a sociedade civil e o Estado de fato implementem estas políticas públicas previstas no ECA. É um aspecto que tem caminhado a passos de tartagura”.
O que falta para que o ECA funcione?
“Realmente o que falta ao ECA é a sua efetividade. São as chamadas políticas públicas ali previstas que ainda hoje continuam na dependência da sua colocação em funcionamento. Nós sabemos que temos parte das famílias desestruturadas e ali é que entra efetivamente a aplicação do ECA. Mas é através do que? Educação, saúde, cultura, lazer, segurança ao jovem, são falhas que vem ocorrendo ou omissões, talvez não falhas que vem ocorrendo por parte do estado e também da própria sociedade civil”.
Com relação às Uneis, a situação continua preocupante?
“Infelizmente é a mesma situação. As Uneis também vem sofrendo este mesmos problemas que eu aqui considerei, isto é, nestes vinte e cinco anos de entrada em vigor do ECA o sistema sócio educativo continua patinando por conta de um Estado que não tem investido neste trabalho de ressocialização. Se nós tivéssemos realmente um estado que investisse na recuperação do adolescente infrator com educação, com profissionalização, com o acompanhamento pós saída da unidade nós poderíamos ter melhores ou até bons resultados, mas infelizmente isso não acontece, e eu já tenho dito em outras oportunidades que nós temos Unei Cadeia hoje em dia, infelizmente”.
O senhor é contra ou a favor da alteração no tempo de internação dos menores infratores?
“Eu sempre fui favorável à elevação do prazo de internação. E esse projeto que é do senador Serra, vem ao encontro da minha ideia também que sempre foi de elevação do tempo de internação e não dessa redução da maioridade penal que também está sendo proposta e votada na Câmara Federal”.
Nestes 25 anos do ECA o que o senhor diria às famílias?
“Para as famílias eu digo que a chamada educação de berço é aquela primeira educação, que é responsabilidade e dever dos pais. Não se pode fazer como se tem falado hoje que essa educação é da escola, eu entendo que não, a escola tem o dever de transmitir o conhecimento, agora, a boa maneira, o respeito aos mais velhos, essa educação que antigamente era chamada de educação de berço continua sendo da família. Eu digo a educação primeira parte da família, infelizmente tem ocorrido muitos casos em que as famílias tentam atribuir toda a educação dos filhos à escola, sentar-se a mesa, de pegar os talheres para se alimentar, isso é dever da família, obrigação das famílias, dar afeto e carinho, ensinar este ser a ter um comportamento social adequado”.
E o papel do Estado neste contexto?
“O Estado continua falhando, eu vejo que com poucos investimentos e a sociedade civil, eu vejo que um tanto quanto distante ainda do problema da desestruturação da família, especialmente as famílias de mais baixa renda, em que não tem havido a participação da sociedade civil como um todo, juntamente com o estado no sentido de dar a esta família desestruturada, condições de educar condignamente os seus filhos”.
Fonte: O PROGRESSO
Embora seja considerada uma legislação avançada e exemplar para outros países, especialistas da área apontam que o texto precisa ser efetivamente aplicado para garantir uma transformação real na vida de crianças e adolescentes do País. Muitos aspectos da lei ainda não saíram do papel. Nesses 25 anos, cerca de 20 leis entraram em vigor modificando o estatuto. Ainda estão em análise na Câmara dos Deputados quase 300 propostas para alterar o ECA, mais de 50 destas com o intuito de endurecer a punição aos adolescentes infratores.
Para o juiz Zaloar, falta o Estado colocar em prática as políticas públicas para efetivação do ECA. “A questão é a aplicabilidade, é de fazer com que as chamadas políticas públicas ali previstas funcionem. Que a família, a sociedade civil e o Estado de fato implementem estas políticas públicas previstas no ECA. É um aspecto que tem caminhado a passos de tartagura”.
O juiz Zaloar se mostra favorável a um projeto de lei aprovado recentemente pelo senado que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e aumenta o tempo de internação de menores de 18 anos que tenham cometido crimes hediondos. A matéria seguirá agora para votação na Câmara dos Deputados.
Pelo projeto, de autoria do senador José Serra (PSDB-SP), os jovens que tenham cometido esse tipo de crime poderão ficar internados em centros de atendimento socioeducativo por até dez anos. Atualmente, o tempo máximo de internação é de três anos.
Originalmente, o relator do projeto, senador José Pimentel (PT-CE), havia proposto que o tempo máximo de internação ficasse em até oito anos. Porém, ele acatou emenda do próprio Serra e manteve o limite em até dez anos.
O texto também prevê uma alteração no Código Penal para agravar a pena do adulto que praticar crimes acompanhado de um menor de 18 anos ou que induzir o menor a cometê-lo. Nesses casos, a pena do adulto será de dois a cinco anos, podendo ser dobrada para os casos de crimes hediondos.
Outro ponto proposto por Pimentel prevê que os adolescentes passarão por avaliação, a cada seis meses, feita pelo juiz responsável pelo caso. O objetivo é que o magistrado possa analisar e optar por liberar antecipadamente ou não o jovem da reclusão.
Os internos ainda deverão estudar nos centros de internação até concluir o ensino médio profissionalizante. Atualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente prevê que os menores devem concluir somente o ensino fundamental.
O juiz Zaloar também alerta as famílias sobre o dever de educar seus filhos na questão da chamada educação de berço e não simplesmente transferir este dever as escolas. “Educação de berço é dever das famílias e não da escola”, confira a entrevista:
O Estatuto da Criança e do Adolescente foi uma boa ideia?
“O Estatuto da Criança foi uma brilhante ideia à época quanto ao seu sancionamento. Na verdade o ECA veio revolucionar o sistema então, vigente, chamado menorista. Então o menor chamado hoje de criança e adolescente era visto pelo Estado na situação de abandono e delinquência e com a entrada em vigor do ECA a criança e o adolescente passaram a ser sujeitos de direito, ou seja, sujeitos protegidos pelo Estado. Protegido na sua saúde, na sua educação, no seu lazer, no esporte, enfim, sob todos os ângulos, então neste aspecto foi uma grande vitória, tanto que até hoje o ECA foi considerado um excelente projeto, uma excelente lei, uma lei moderna comparada as melhores do mundo, agora a questão é a aplicabilidade, é de fazer com que as chamadas políticas públicas ali previstas funcionem. Que a família, a sociedade civil e o Estado de fato implementem estas políticas públicas previstas no ECA. É um aspecto que tem caminhado a passos de tartagura”.
O que falta para que o ECA funcione?
“Realmente o que falta ao ECA é a sua efetividade. São as chamadas políticas públicas ali previstas que ainda hoje continuam na dependência da sua colocação em funcionamento. Nós sabemos que temos parte das famílias desestruturadas e ali é que entra efetivamente a aplicação do ECA. Mas é através do que? Educação, saúde, cultura, lazer, segurança ao jovem, são falhas que vem ocorrendo ou omissões, talvez não falhas que vem ocorrendo por parte do estado e também da própria sociedade civil”.
Com relação às Uneis, a situação continua preocupante?
“Infelizmente é a mesma situação. As Uneis também vem sofrendo este mesmos problemas que eu aqui considerei, isto é, nestes vinte e cinco anos de entrada em vigor do ECA o sistema sócio educativo continua patinando por conta de um Estado que não tem investido neste trabalho de ressocialização. Se nós tivéssemos realmente um estado que investisse na recuperação do adolescente infrator com educação, com profissionalização, com o acompanhamento pós saída da unidade nós poderíamos ter melhores ou até bons resultados, mas infelizmente isso não acontece, e eu já tenho dito em outras oportunidades que nós temos Unei Cadeia hoje em dia, infelizmente”.
O senhor é contra ou a favor da alteração no tempo de internação dos menores infratores?
“Eu sempre fui favorável à elevação do prazo de internação. E esse projeto que é do senador Serra, vem ao encontro da minha ideia também que sempre foi de elevação do tempo de internação e não dessa redução da maioridade penal que também está sendo proposta e votada na Câmara Federal”.
Nestes 25 anos do ECA o que o senhor diria às famílias?
“Para as famílias eu digo que a chamada educação de berço é aquela primeira educação, que é responsabilidade e dever dos pais. Não se pode fazer como se tem falado hoje que essa educação é da escola, eu entendo que não, a escola tem o dever de transmitir o conhecimento, agora, a boa maneira, o respeito aos mais velhos, essa educação que antigamente era chamada de educação de berço continua sendo da família. Eu digo a educação primeira parte da família, infelizmente tem ocorrido muitos casos em que as famílias tentam atribuir toda a educação dos filhos à escola, sentar-se a mesa, de pegar os talheres para se alimentar, isso é dever da família, obrigação das famílias, dar afeto e carinho, ensinar este ser a ter um comportamento social adequado”.
E o papel do Estado neste contexto?
“O Estado continua falhando, eu vejo que com poucos investimentos e a sociedade civil, eu vejo que um tanto quanto distante ainda do problema da desestruturação da família, especialmente as famílias de mais baixa renda, em que não tem havido a participação da sociedade civil como um todo, juntamente com o estado no sentido de dar a esta família desestruturada, condições de educar condignamente os seus filhos”.
Fonte: O PROGRESSO
segunda-feira, 14 de novembro de 2016
NUNCA MANDE UMA CRIANÇA ENGOLIR O CHORO!
Conheço um rapaz que, quando criança, às vezes fazia travessuras e consequentemente apanhava da sua mãe, mas quando reagia à surra como qualquer criança, ou seja, chorando, sua mãe lhe dizia “Engole esse choro!” e o menino calava reprimindo toda tristeza e raiva.
Essa situação se repetiu muitas vezes durante sua infância e sua mãe, sem saber, formou um homem incapaz de lidar com os próprios sentimentos, que reprimia suas emoções e não conseguia falar sobre nada que o deixasse magoado.
Esse rapaz cresceu acumulando muito lixo emocional porque não se dava o direito de demonstrar o que sentia, nem mesmo derramar uma lágrima, na verdade ele engoliu tanto choro que sua alma estava morrendo por afogamento.
A história desse garoto está acontecendo agora em famílias no mundo inteiro. Quantas crianças nesse exato momento estão chorando por algum motivo e de repente ouvem um grito ensurdecedor de seus pais mandando-lhes engolir o choro!
É realmente essencial permitir que uma pessoa chore porque, segundo a ciência, o choro está relacionado ao instinto de defesa humano e é também uma forma de comunicação que pode expressar dor, sofrimento, alegria e até prazer.
Segundo a professora de psicologia da Universidade do Rio de Janeiro, Luciana Rizo, chorar faz bem a saúde, entretanto é necessário trabalhar a forma de expressão desse choro.
Os pais devem entender que o choro é uma válvula de escape para a criança, o único meio com que ela conta em alguns momentos para comunicar o que está sentindo e reprimir isso é como vedar uma panela de pressão, uma hora vai explodir e todo mundo pode sofrer as consequências…
Ás vezes, o motivo de a criança estar chorando é aparentemente insignificante, mas o que muitos pais não percebem é que seu filho não está chorando exatamente por ser obrigado a tomar banho ou comer determinado alimento naquele momento, mas por uma série de coisas que aconteceram antes naquele mesmo dia ou no dia anterior como uma briga entre eles, uma repreensão muito dura ou algo que lhe causou ressentimento.
A melhor maneira de reagir ao choro de uma criança é “escutar” o choro dela, simplesmente escutar, ficar do lado, junto, apoiando, deixando fluir aquele momento, sem tentar consolá-la com um doce ou brinquedo para desviar sua atenção. Deixe que ela sinta o gosto de suas lágrimas.
Na medida em que a criança cresce, é importante também ensinar-lhe a entender seus sentimentos, diferenciar o que é tristeza, alegria, raiva, medo e outros mais específicos para que ela possa expressar suas emoções também com palavras.
Uma dica relevante para lidar com uma criança que está chorando é demonstrar empatia, descrevendo seus sentimentos, como por exemplo, dizendo “Eu sei como você está triste, quando eu era criança minha mãe também disse que não compraria um brinquedo que pedi e por isso fiquei muito triste também”.
Referências: Douradonews – marianabassanpsicologia
Fonte: O Segredo
Essa situação se repetiu muitas vezes durante sua infância e sua mãe, sem saber, formou um homem incapaz de lidar com os próprios sentimentos, que reprimia suas emoções e não conseguia falar sobre nada que o deixasse magoado.
Esse rapaz cresceu acumulando muito lixo emocional porque não se dava o direito de demonstrar o que sentia, nem mesmo derramar uma lágrima, na verdade ele engoliu tanto choro que sua alma estava morrendo por afogamento.
A história desse garoto está acontecendo agora em famílias no mundo inteiro. Quantas crianças nesse exato momento estão chorando por algum motivo e de repente ouvem um grito ensurdecedor de seus pais mandando-lhes engolir o choro!
É realmente essencial permitir que uma pessoa chore porque, segundo a ciência, o choro está relacionado ao instinto de defesa humano e é também uma forma de comunicação que pode expressar dor, sofrimento, alegria e até prazer.
Segundo a professora de psicologia da Universidade do Rio de Janeiro, Luciana Rizo, chorar faz bem a saúde, entretanto é necessário trabalhar a forma de expressão desse choro.
Os pais devem entender que o choro é uma válvula de escape para a criança, o único meio com que ela conta em alguns momentos para comunicar o que está sentindo e reprimir isso é como vedar uma panela de pressão, uma hora vai explodir e todo mundo pode sofrer as consequências…
Ás vezes, o motivo de a criança estar chorando é aparentemente insignificante, mas o que muitos pais não percebem é que seu filho não está chorando exatamente por ser obrigado a tomar banho ou comer determinado alimento naquele momento, mas por uma série de coisas que aconteceram antes naquele mesmo dia ou no dia anterior como uma briga entre eles, uma repreensão muito dura ou algo que lhe causou ressentimento.
A melhor maneira de reagir ao choro de uma criança é “escutar” o choro dela, simplesmente escutar, ficar do lado, junto, apoiando, deixando fluir aquele momento, sem tentar consolá-la com um doce ou brinquedo para desviar sua atenção. Deixe que ela sinta o gosto de suas lágrimas.
Na medida em que a criança cresce, é importante também ensinar-lhe a entender seus sentimentos, diferenciar o que é tristeza, alegria, raiva, medo e outros mais específicos para que ela possa expressar suas emoções também com palavras.
Uma dica relevante para lidar com uma criança que está chorando é demonstrar empatia, descrevendo seus sentimentos, como por exemplo, dizendo “Eu sei como você está triste, quando eu era criança minha mãe também disse que não compraria um brinquedo que pedi e por isso fiquei muito triste também”.
Referências: Douradonews – marianabassanpsicologia
Fonte: O Segredo
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Crianças,
educação
quarta-feira, 9 de novembro de 2016
O novo tênis da Adidas foi feito com plástico retirado do oceano
A marca de sportswears inova ao lançar um novo modelo totalmente eco-friendly e com design fashion.
Por Lucas Guarnieri
(Divulgação Adidas/O novo tênis da Adidas foi feito com plástico retirado do oceano)
O novo lançamento da Adidas é a prova máxima de que moda e sustentabilidade podem andar de mãos dadas. Desde 2015, a empresa uniu forças com a organização Parley for The Ocean – que se dedica a reduzir os resíduos de plástico no oceano – para trabalhar em um protótipo de sapato eco-friendly. O projeto finalmente saiu do papel e o resultado é surpreendente: o “Ultra BOOST Uncaged Parley” foi feito com o material descartado nos oceanos e é superfashionista.
A marca de sportswears inova ao lançar um novo modelo totalmente eco-friendly e com design fashion.
Fonte: Elle
Por Lucas Guarnieri
(Divulgação Adidas/O novo tênis da Adidas foi feito com plástico retirado do oceano)
O novo lançamento da Adidas é a prova máxima de que moda e sustentabilidade podem andar de mãos dadas. Desde 2015, a empresa uniu forças com a organização Parley for The Ocean – que se dedica a reduzir os resíduos de plástico no oceano – para trabalhar em um protótipo de sapato eco-friendly. O projeto finalmente saiu do papel e o resultado é surpreendente: o “Ultra BOOST Uncaged Parley” foi feito com o material descartado nos oceanos e é superfashionista.
A marca de sportswears inova ao lançar um novo modelo totalmente eco-friendly e com design fashion.
Fonte: Elle
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