sábado, 21 de agosto de 2010

Exposição de cigarros é maior perto de escolas

Pesquisa mostra que 70% dos pontos de venda de tabaco em SP ficam a até 3 quadras de colégios
Consulta foi encomendada por ONG e aponta que apenas 16% dos locais de venda não estão perto de escolas


Na mesma quadra do Colégio Renascença, em Santa Cecília (centro de SP), dois bares e uma padaria vendem cigarros. Em frente à escola estadual Rodrigues Alves, na avenida Paulista, duas bancas de jornal também.
Na cidade de São Paulo, 70% dos pontos de venda de derivados do tabaco ficam de um a três quarteirões de distância de alguma escola, segundo pesquisa Datafolha encomendada pela Aliança de Controle do Tabagismo- ONG ligada à OMS (Organização Mundial da Saúde).
Quanto mais perto, mais forte é a exposição da indústria tabagista, com maior visibilidade dos cigarros e de materiais promocionais para adolescentes. A propaganda é visível aos jovens em 66% dos lugares visitados.
Segundo Stella Bialous, pesquisadora brasileira da Universidade da Califórnia, consultora da OMS e presidente do Instituto de Políticas do Tabaco dos EUA, a situação é a mesma na Austrália, nos EUA e no Canadá.
"Vários documentos internos da indústria mostram que, quando há regulamentação de marketing de um lado, os fabricantes investem mais nos pontos de venda."
Para a psicóloga Cristina Perez, do Inca (Instituto Nacional de Câncer), a pesquisa fundamenta um novo passo na restrição ao cigarro: proibir a exposição dos maços.
No Canadá, eles são guardados em gavetas, longe dos olhos do público. Na Austrália, uma lei criou caixas genéricas para todas as marcas.
No Cratod, o centro de tratamento de dependência química do Estado, 90% dos fumantes em terapia começaram o vício na adolescência.
Proibida desde o ano 2000, a propaganda de cigarro é vetada nos meios de comunicação de massa no país.

Indústria diz mirar só o público adulto

Líder do mercado brasileiro, com 250 mil pontos de venda em todo o país, a Souza Cruz diz que "cumpre rigorosamente a lei federal que trata da publicidade de produtos fumígenos, restringindo-a a pôsteres, painéis e cartazes na parte interna dos pontos de venda".
"Da mesma forma, todos os materiais de publicidade são dirigidos aos adultos fumantes de nossas marcas e da concorrência, bem como trazem as frases e imagens de advertência definidas pela legislação vigente", afirma.
"Definitivamente, o negócio da empresa não é persuadir pessoas a fumar, mas oferecer produtos de qualidade para adultos que livremente decidiram fumar", completa a Souza Cruz em nota.
A fabricante Philip Morris afirma que menores de idade não devem fumar.
"Todas as nossas práticas comerciais estão de acordo não somente com a legislação, mas também com nossos padrões e códigos internos de conduta, criados para limitar a exposição de menores aos produtos de tabaco".

INCENTIVO À VENDA

Pesquisa Datafolha constatou que o número de pontos de venda de São Paulo que dizem receber incentivos da indústria tabagista também é maior quando há escolas nas redondezas.
Os lojistas afirmam ganhar mais benefícios (como descontos) para colocar marcas novas de cigarros em local de maior visibilidade e dar treinamento ao vendedores.
"Nunca percebi que é mais fácil comprar o cigarro perto da escola. Comecei a fumar há dois anos por influência dos amigos do grupo", diz Marcos Fernando, 18, aluno de uma escola pública na região da avenida Paulista.
"A primeira coisa que a indústria pensa é em repor a clientela porque sabe que muitos fumantes vão morrer", afirma Stella Martins, médica do Cratod especialista em dependência química.
"O cigarro é misturado à diversão da crianças, que são os doces. No caixa, elas têm a sensação de que aquilo é tão bom quanto o chocolate", diz a publicitária Regina Blessa, especialista em merchandising de pontos de venda.
"Isso gera um contingente enorme de novos fumantes", diz Jussara Fiterman, presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia. (VQG)

Folha de SP

Preferências por cor, sexo e idade atrasam adoções

Dados do CNJ indicam que há seis pais para cada criança na fila por um lar, mas processo é demorado

Minas Gerais tem 3.360 pessoas querendo adotar um filho e 536 crianças e adolescentes em abrigos, desejando serem adotadas. Isso significa que para cada criança existem seis pais interessados em uma adoção. Mas esta conta não é tão simples. Preferência por cor, sexo e idade, além de uma ampla avaliação psicológica e muita burocracia acabam atrasando os processos de adoção. Para mudar a situação, o Brasil criou um amplo cadastro de pais e crianças, acessível às varas da Infância e Adolescência em todo o Brasil. A situação melhorou, mas ainda não é a ideal.
A avaliação é de pais e profissionais que entendem do assunto, como Adriana Maria de Aquino Lima, gerente de um posto de saúde da PBH, que adotou duas crianças, uma antes e outra depois do novo sistema. Quando seu primogênito Pedro, hoje com seis anos, chegou à sua casa, em 2004, Adriana já havia passado por uma peregrinação na Região Metropolitana de Belo Horizonte. “Fiz cadastro na capital, Nova Lima, Betim, e até Juatuba”, conta.
Segundo ela, cada cidade tinha seu cadastrado, e os documentos exigidos não eram os mesmos, as fichas eram diferentes. Ficamos na expectativa, e passamos quase dois anos na fila. “Depois que ele veio, a certidão de nascimento demorou outros tantos meses. Só com o documento na mão me senti mais tranquila”, revela.
A chegada do segundo filho foi bem menos complicada. Quando Caio, hoje com dois anos, chegou à casa da família, tinha oito meses. “Com ele foi bem mais tranquilo. Nosso cadastro já estava pronto, e ficou em aberto. Ele veio de Várzea da Palma (Norte de Minas). Entraram em contato, fomos lá, e tudo aconteceu com mais velocidade”, afirma.
Moradora de Contagem, a assistente social Rosane Pilar Diegues, mãe de Priscila, hoje com oito anos, também teve que se deslocar para Nova Lima, Contagem, BH e Betim. Em todas entrou na fila da adoção. “Participamos de reuniões para explicar como funcionava o processo, o que era preciso. Em Nova Lima, abandonamos ainda no início”, recorda.
Rosane afirma que, mesmo com os deslocamentos, o processo foi mais moroso do que esperava. Segundo ela, desde o primeiro contato com o Juizado da Infância e Adolescência até a chegada de sua filha foram 13 meses. “Demos entrada em julho, ela entrou no abrigo em novembro, e só obtivemos a guarda em agosto do ano seguinte. Mesmo sabendo que as coisas devem andar com calma, acho que foi muito tempo. Por melhores que sejam os abrigos, não é a mesma coisa que um lar”, avalia.
De acordo com o juiz titular da Vara da Infância e da Adolescência de Belo Horizonte, Marcos Padula, o cadastro facilitou a troca de informações entre as comarcas, mas a prioridade da política ainda é para privilegiar as adoções de crianças em comarcas mais próximas.
De acordo com o magistrado, juntamente com o cadastro entrou em vigor a nova Lei de Adoções, que privilegia a manutenção das crianças junto às suas famílias biológicas. “Entendo que é necessário um esforço de toda a sociedade para manter as crianças junto às suas famílias biológicas. Mas nem sempre isso é possível, e, nesses casos, é preciso que haja celeridade tanto na atuação do promotor quanto do juiz”, destaca.
O Cadastro Nacional de Adoção (CNA) foi lançado em 29 de abril de 2008. O registro, gerenciado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) reúne informações sobre crianças e adolescentes em situação de adoção. Ou seja, casos onde foi destituído o Pátrio Poder. Só nesses casos as crianças são encaminhadas para adoção nacional e internacional.
“Uma das vantagens da possibilidade da adoção internacional é que as famílias de fora, da Itália, Espanha, França e dos países da Europa, principalmente, estão mais abertas à adoção de crianças de até 10 anos”, destaca o juiz. Segundo ele, é necessário mudar a mentalidade do brasileiro, que, via de regra, prefere adotar crianças com um mesmo perfil.
Meninas brancas com até dois anos

Dados do CNJ apontam que, na média, o brasileiro que está mais disposto à adoção de meninas (33,52%) brancas (38,26%), com idades até dois anos (60,7%). A lógica se repete em quase todos os estados do país. Além disso, os dados apontam que o Rio de Janeiro é o estado que tem a maior quantidade de pais desejosos de adotarem uma criança (mais de 7 pretendentes por criança), seguido de Minas (6,2), São Paulo (5,06) e Rio Grande do Sul (4,49).
O cadastro nacional é alimentado desde sua criação por nomes de crianças que tiveram destituídos o pátrio poder por juízes. Nos casos em que a criança está abrigada, mas legalmente ainda não foi desligada dos pais, mesmo que análises psicológicas e sociais apontem que a família não tem mais condições de manterem os meninos sob sua jurisdição, os pequenos são mantidos num cadastro regional. Ou seja, os nomes ficam disponíveis apenas na comarca onde corre o processo. Em Belo Horizonte, apenas uma vara cível cuida do assunto.
Atualmente são 28.988 pretendentes cadastrados, e 5.369 crianças e adolescentes aguardando por uma nova família. Destes, 1.430 (26,36%) são irmãos de outra criança na mesma situação. As crianças e adolescentes de raça branca são maioria (35,4%). Quase metade de todas as crianças à procura de uma família estão no Sudeste (45,84%). Apenas 0,03% dos pretendentes admitem adotar uma criança com mais de 16 anos.

Hoje em Dia - MG

Grande Caminhada pela Justiça



Prezados,

Quero compartilhar com os senhores o terrorismo que estou sofrendo na cidade de Parauapebas/PA, para que deixe a assistência de acusação do caso "Ana Karina".
É lamentável que o despreparo e ausência absoluta de conhecimento jurídico leve um "advogado" desprovido de argumentos aptos á proporcionar a defesa de seus clientes com ética e dignidade, pratique atos que são na verdade uma apelação baixa e suja.
É ridículo para OAB permitir que atos como estes continuem acontecendo, aqui em Parauapebas o representante da OAB, não toma nenhuma atitude, isso é extremamente compromometedor á minha imagem, pois, embora o "advogado" não tenha conhecimeto técnico e jurídico de que em uma ação penal pública que deverá ser julgada pelo povo, "tribunal do Júri" não existe sigilo processual, além disso, segue em anexo a decisão do juiz acerca do caso.
Acompanhei de forma imparcial e desvinculada o trabalho destas duas autoridades, e posso dizer que mudei o meu conceito acerca do Ministério Público e da Polícia Civil, ameaças de transferências destes profissionais são feitas a todo momento, pelo fato de terem se dedicado e realizado seu trabalho de forma ética e profissional, ou mesmo porque não foram capazes de entender que pobre não tem os mesmos direitos que os ricos.
As ruas da cidade estão tomadas por panfletos, com acusações falsas a meu respeito.
A liberdade de imprensa teria sido extinta da nossa Constituição?
O advogado perdeu o direito de exerçer seu ofício, munido de procuração e representar a família da vítima em fase de inquérito policial, pois não existe a figura do assistente de acusação nesta fase, sendo admitido tal figura na fase processual, o que por sinal já aconteceu, sendo aceito pelo Ministério Público o pedido de habilitação como assistênte de acusação.
A cliente deste advogado, Graziella Barros está foragida com o filho de Ana Karina nos braços, sua foto jamais foi divulgada em rede nacional, o egoísmo da maioria dos meios de comunicação não permitiram quem o caso tivesse o devido foco.
A família é pobre, mais por incrivel que pareça está moça e a criança são seres humanos como nós, seria muita prepotência desta mãe achar que poderia contar com a imprensa, com a policía, ter uma advogada?
Sim, para os acusados isso é um absurdo, afinal eles são ricos e reinam em seu coronelismo, então se ela não se limitar a entender que pobre não tem vez e que a filha dela não é igual aos demais seres humanos ricos, esta mãe terá que entender a força, na pressão, seja contra ela, contra advogada, contra quem for.
Isso jamais será capaz de me intimidar, pois conto como forte aliado chamado Deus, jogos baixos e sujos só surtem efeitos quando a vítima tem o que temer e esconder.

Quero apoio de
http://blogdowaldyr.blogspot.com/2010/08/advogado-pede-prisao-de-delegado.html
http://www.laerciodecastro.com.br/?p=1174
http://blogdowaldyr.blogspot.com/2010/08/advogado-pede-prisao-de-delegado.html

Conto com apoio de todos vocês.

Obrigada.

O delegado e o promotor estão á disposição para prestarem quisquer esclarecimentos.

Dra. Amanda M. Saldanha
Advogada.
AM&S Advogados


Informação enviada por e-mail

Leitor clica crianças carregando sacos em Nova Iguaçu e reflete sobre o trabalho infantil



RIO - Ao retornar de um trabalho, vejo algo bastante comum, pelo menos aqui em Nova Iguaçu: crianças, que deveriam estar em algum local para se divertir, investindo o tempo de sua infância em alguma atividade que seja benéfica para elas, carregando sacos numa atividade que pode caracterizar o trabalho infantil. Nas fotos, elas aparecem carregando um saco que é praticamente de seus tamanhos.



Mas como? Políticos daqui e de tantos outros municípios não estão nem aí para isso. "É normal", eles falam. É só aparecer na mídia que logo tratam de usar o talento deles para transformar o assunto em votos , votos e votos.


O Globo



EU - Repórter

Texto e fotos do leitor Álvaro Jorge Moreira Paço

Novas disciplinas podem atrapalhar aprendizado


Para Cláudio de Moura Castro, currículo escolar deve se concentrar nas matérias essenciais

A nova pilha de livros dos alunos do ensino médio brasileiro não para de crescer. Entre as últimas aquisições, estão obras sobre cultura indígena, filosofia, direitos das crianças e dos idosos e até mesmo regras de trânsito. Mas esse amontoado de conhecimento está jogando para escanteio o mais importante: as disciplinas de base, como português e matemática. E o desprestígio dessas matérias foi apontado por 68% dos brasileiros, como mostra a pesquisa Ibope/CNI Retratos da Sociedade Brasileira, divulgada nesta sexta-feira.
Os estudiosos que defendem a adoção das novas disciplinas nos currículos escolares argumentam que a prática dá aos estudantes mais condições de integrar mais áreas do saber para a compreensão do mundo que os cerca. Mas a superlotação de disciplinas na grade curricular pode, sim, prejudicar a qualidade do ensino, de acordo com Cláudio de Moura Castro, especialista em educação e colunista de VEJA. “A regra básica da educação é ensinar menos para o aluno aprender mais”, afirma Castro.
Para garantir lugar às novas matérias, por exemplo, é preciso suprimir o tempo destinado ao português e à matemática. “O currículo já é duas vezes maior do que deveria ser. Ninguém consegue aprender tudo o que é ensinado hoje em sala de aula”, diz o especialista.
Para Castro, só há um caminho para a qualificação plena do ensino nacional. “O excesso do conteúdo tem de ser retirado das apostilas e o número de disciplinas lecionadas tem de diminuir”, afirma. A regra, então, é simples e uma só: para cada disciplina que entra, uma sai. Não entram na lista de trocas, no entanto, português, matemática e ciências - consideradas essenciais. “É o conteúdo que o jovem vai usar de fato quando sair do colégio”.


Em blog, advogado de Bruno chama delegado de 'Neandertal'


TJMG não confirma o recebimento do documento de defesa do goleiro. Defesas de Macarrão, Dayanne e Coxinha foram entregues à Justiça.

O advogado Ércio Quaresma se referiu em seu blog, nesta sexta-feira (20), ao delegado Edson Moreira como "Neandertal". A citação foi feita em um documento publicado que, segundo o advogado, é a defesa prévia de Bruno Fernandes, réu no processo sobre desaparecimento e morte de Eliza Samudio. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais, até as 18h desta sexta-feira (20), não confirmava o recebimento do documento, que, segundo o advogado, foi protocolado nesta quinta-feira (19).
O Tribunal de Justiça confirmou que Quaresma protocolou, nesta quinta-feira (19), as defesas de Dayanne Souza, Wemerson Marques - o Coxinha, e Luiz Henrique Romão - o Macarrão. O advogado ainda defende Elenilson Vitor da Silva, Flávio Caetano, Fernanda Gomes de Castro, e o goleiro Bruno.
No documento publicado no blog, o advogado relacionou os cinco delegados que participaram do inquérito como testemunhas. E colocou, ao lado de cada nome, apelidos. Para Edson Moreira, Quaresma colocou "Neandertal"; para Wagner Pinto, "Mudinho"; para Júlio Wilke, "Galinho de briga"; para Ana Maria dos Santos, "Mega Hair"; e para Alessandra Wilke, "Paquita". Às 18h11 desta sexta-feira, o advogado postou em seu perfil no Twitter a seguinte mensagem: "CONCERNENTE AOS CARINHOSOS APELIDOS QUE DESTINEI AS INDIGITADAS PESSOAS, TALVEZ JÁ OS TRATASSEM ASSIM. QUEM SABE? (sic)" .
O presidente da Comissão de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil em Minas Gerais (OAB-MG), Ronaldo Armond, explicou que, caso Quaresma tenha usado apelidos que não são comuns aos delegados, ou tenham caráter ofensivo, ele pode ser punido.
"Esse processo só é aberto por provocação de um dos interessados. O próprio juiz pode entender que é um desrespeito à dignidade da Justiça. Um cidadão também pode abrir a representação contra o advogado quanto tiver notícia ou for alvo de uma ofensa", disse Armond.
Se for aberta uma representação contra o advogado, e se for comprovada a infração de ética, Quaresma pode sofrer três tipos de punição, conforme explicou Armond. "A primeira, mais branda, é chamada de censura. Consiste em uma advertência escrita e que fica registrada na ficha funcional. A segunda, mais grave, é a suspensão do exercício profissional. Pode ser aplicada de um mês a um ano. A terceira é a exclusão da ordem. Aí, ele não consta mais nos quatros da OAB.", detalhou o presidente da comissão de ética.
O advogado Ércio Quaresma relacionou Eliza Samudio como testemunha de defesa para o goleiro Bruno Fernandes. O jogador é réu de envolvimento no desaparecimento e morte da jovem. O documento com a defesa prévia, que tem 50 páginas e uma relação de 33 testemunhas.
Entre as testemunhas estão, além de Eliza, e dos delegados, a mãe de Eliza Samudio, Sônia de Fátima; o primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales; a dentista carioca Ingrid Oliveira, que seria a noiva de Bruno; e o promotor de Justiça de Contagem Gustavo Fantini; além de vizinhos do goleiro e pessoas ouvidas durante o inquérito.
O advogado pede à Justiça o alvará de soltura para Bruno e questiona a competência da magistrada em julgar o caso, argumentando que o crime teria ocorrido em outra cidade. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) disse, nesta sexta-feira (20), que ainda não recebeu o pedido de habeas corpus para o goleiro e não confirma o recebimento da defesa do advogado.

Entenda o caso
O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. A última prisão ocorreu em 5 de agosto. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.
O goleiro Bruno; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro vão responder na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é o único que responderá por dois crimes. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.
O adolescente de 17 anos, envolvido no caso, vai ficar internado por tempo indeterminado, até um limite máximo de três anos, por atos infracionais equivalentes a homicídio, sequestro e cárcere privado.
A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento.
Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
A polícia mineira começou a investigar o sumiço de Eliza em 24 de junho, depois de receber denúncias de que uma mulher foi agredida e morta perto do sítio de Bruno.
A jovem falou pela última vez com parentes e amigas no início de junho. O corpo de Eliza não foi encontrado. Mas os delegados consideram a jovem morta. Todos negam envolvimento no caso.


sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Estudo explica porque o álcool torna as pessoas "mais bonitas"


Bebidas alcoólicas podem reduzir capacidade de diferenciar rostos simétricos

Aquele velho papo de que alguém fica bonito após algumas doses de bebida alcoólica tem seu fundamento científico agora. Pesquisadores de Londres divulgaram que descobriram o motivo que leva as pessoas a acharem outras mais atraentes depois de beber.
O fato está ligado ao efeito degradante do álcool sobre a área do cérebro responsável por captar a simetria dos rostos. Os humanos consideram, por natureza, a simetria facial como algo bonito e agradável. Só que quando se bebe demais, esse "sensor" se confunde e passa a acreditar que muitas das pessoas ao redor têm rostos mais simétricos do que a realidade.
E mais: as mulheres estão mais propensas a perder sua capacidade de detectar a simetria do que homens, revelou o estudo. Esta variação de intensidade dos efeitos do álcool conforme o sexo da pessoa foi uma surpresa para os pesquisadores.
O resumo do estudo foi publicado no site Discovery News.


O perigoso flerte com as drogas na adolescência


Na fase em que a curiosidade aproxima o jovem das drogas, o diálogo franco é o melhor caminho para que ele entenda por que dizer "não"

VICENTE* Só pra contrariar
Na minha escola, é proibido fumar, mas todo mundo fuma escondido perto do portão. O pessoal acha legal só porque é proibido. Ficam lá pra pagar de rebelde, pra serem os kras que fazem coisa errada.
DESEJO DE INFRINGIR Típica da juventude, a necessidade de burlar o proibido pode levar ao consumo de drogas

"De repente, nosso grupo de amigos se junta e alguém diz 'vamos beber tequila!'. Aí, vai toda a galera. Cada um toma pelo menos um shot (dose). É normal, todo mundo bebe quando sai." A naturalidade com que Sophia*, 15 anos, se refere ao consumo de álcool não é uma exceção entre os jovens brasileiros. Segundo um levantamento do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) com estudantes de escolas públicas com idade entre 10 e 18 anos, 65,2% dos entrevistados já experimentaram bebida alcoólica. Outros 5,9% fumaram maconha e 15,5% usaram solventes, de acetona a lança-perfume. Os números não deixam dúvida: as drogas fazem parte do universo jovem. A relação com elas é constante e, por vezes, ocorre dentro dos muros da escola. Não adianta fingir que o assunto não existe - ou, o que é comum, se livrar dele pela via da expulsão. O tema exige ação.
Mas o que fazer? Pesquisas recentes têm demonstrado que apostar na repressão pura e simples não costuma dar bons resultados. Em vez disso, é melhor compreender a relação dos jovens com as drogas. Entender por que o contato com essas substâncias se intensifica na adolescência é a primeira providência.
De início, é preciso explicar que a atração pelos entorpecentes tem um forte componente biológico. A principal razão é que o chamado sistema inibitório, a área do cérebro responsável pela ponderação das atitudes, ainda está se desenvolvendo durante a adolescência. A dificuldade de dizer "não", por sua vez, abre caminho para o estímulo do sistema dopaminérgico, relacionado à busca de recompensa. As substâncias psicotrópicas agem justamente sobre essa estrutura, influenciando a produção de hormônios responsáveis pela sensação de prazer.
A equação, entretanto, não está completa. Além dos fatores fisiológicos, o ambiente em que os jovens se situam pode aproximá-los das drogas. Mas é um erro acreditar que os de famílias pobres ou "desestruturadas" são os mais propensos ao consumo. Pesquisas apontam que os maiores índices de contato com entorpecentes se dão com adolescentes das camadas médias da população.
O certo é que características típicas da faixa etária (e que independem de classe, gênero e etnia) podem, sim, levar ao consumo. A curiosidade é uma delas. O desejo de transgredir é outra, como mostra a fala de Vicente*, 16 anos (leia o destaque acima). "A proibição é tomada pelos adolescentes como uma posição autoritária, decidida por adultos que não entendem suas condições de vida. Daí vem o embate com as regras", diz Eduardo Ely Mendes Ribeiro, antropólogo e psicanalista da Associação Psicanalítica de Porto Alegre.
Também é necessário ter um olhar atento para distinguir as diferentes relações que a garotada estabelece com as drogas. Muitas vezes, pais e professores tendem a classificar toda relação com entorpecentes como um vício, o que está longe de ser um retrato fiel. Há pelo menos três comportamentos: o uso esporádico (experimentação que acontece uma ou poucas vezes), o abuso (também ocasional, mas excessivo, como a atitude de beber "até cair") e o vício (esse, sim, marcado pelo uso constante. É o menos comum entre os adolescentes).
"Como são múltiplas as razões que levam ao vício - genética, ambiente e o próprio poder da substância -, não há como saber se alguém que experimenta uma droga nunca mais o fará, se fará isso de vez em quando ou sempre", explica Fernanda Gonçalves Moreira, especialista no tema e doutora em Psiquiatria pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Levar os alunos a refletir sobre essa perigosa incerteza, apontando que as consequências são para o resto da vida, é uma das maneiras de incentivar escolhas mais conscientes.
A reflexão, aliás, infelizmente não tem sido a palavra de ordem quando se fala de drogas na escola. Ao investigar o assunto em sua tese de doutorado, Fernanda descobriu que as principais intervenções são campanhas baseadas apenas na criminalização, com pouca ou nenhuma abertura ao debate franco. "Sondagens realizadas em diversos países indicam que medidas como palestras realizadas por agentes de segurança, por exemplo, têm eficácia muito reduzida na inibição ao consumo", observa.

Ação da escola não deve desconsiderar substâncias legais
Outro problema comum é certa miopia a determinadas substâncias. "A proibição de venda de álcool e cigarro para menores, por exemplo, costuma ser desconsiderada. E o discurso dos jovens com relação a essas drogas é mais liberal", afirma Ribeiro. Para ele, a escola também deve orientar para o risco de todas as substâncias, inclusive as legalmente aceitas, já que é cada vez mais comum encontrar adolescentes como Maitê*, 16 anos, que busca em remédios como as anfetaminas a solução rápida para os problemas (leia o destaque no quadro abaixo). "Por serem vendidas em farmácias e bares, essas drogas não apresentam um caráter proibitivo no imaginário dos jovens", completa o especialista.
MAITÊ* Pílula mágica
Eu me acho gorda, qro emagrecer... Ñ tô bem, peso 65 quilos. Tô tomando um remédio perigoso, sei q proibiram por problemas cardíacos. Ele é ótimo, perdi 10 quilos em 1 mês. Passei dias sem vontade de comer. Agora parei um pko, mas logo eu volto...
SEM ENXERGAR Vendidos legalmente, remédios controlados muitas vezes não são vistos como drogas

A escola deveria prestar mais atenção nesse tipo de postura. De acordo com a pesquisa do Cebrid, 3,7% dos adolescentes declararam usar remédios controlados. Para um efeito de comparação, apenas 2,9% declaram usar cocaína. Entretanto, nas campanhas contra as drogas, ela aparece muito mais do que anfetaminas e antidepressivos, que na maioria das vezes nem sequer são mencionados. Outro erro é colocar todas as substâncias num mesmo balaio. Em vez da abordagem generalizante, uma alternativa é estimular o debate sobre cada substância: quais são seus efeitos de curto e longo prazos? Qual o poder de vício? De que forma elas estão conectadas a problemas sociais, como a criminalidade?

Expor o assunto e investir no debate sem preconceitos
Mais do que concentrar esforços no alarmismo que inibe o diálogo e trava o conhecimento sobre os efeitos das substâncias, uma estratégia mais eficiente é promover ações que ajudem o adolescente a desenvolver o seu próprio sistema inibitório. "A instituição precisa proporcionar um ambiente em que os alunos possam se colocar e não apenas receber restrições", diz Fernanda. Uma ideia é mostrar opções de vida que também proporcionem o prazer imediato, mas não sejam danosas. Conhecê-las e valorizá-las é um caminho para recusar as drogas, como indica a fala de César*, 15 anos (leia o destaque no quadro abaixo).



CÉSAR* Não preciso disso
Tem pessoa q acha legal usar lança-perfume e depois desmaiar. Eu ñ uso droga pq eu ñ vejo o menor sentido. Tem coisa melhor pra fazer sem ficar loko. Qdo qro curtir de verdade, ando de skate, dou risada com meus amigos e jogo games no computador.
EU DIGO "NÃO" Valorizar outras opções de prazer imediato, como as amizades, é um caminho para a recusa .

Essa abertura ao diálogo, entretanto, não significa deixar de lado normas estabelecidas, como a proibição de fumar na escola. O importante é esclarecer a determinação com argumentos lógicos - no caso da nicotina, lembrando os malefícios do fumo passivo, por exemplo, que atinge mesmo quem nunca encostou num cigarro. Juntos, informação e diálogo auxiliam o combate às drogas muito mais do que as simples normas. Afinal, ajudam o jovem a desenvolver a capacidade de dizer "não" com consciência, e não apenas por medo de punição.

* Os nomes foram trocados para preservar a identidade dos entrevistados. Os destaques desta reportagem trazem depoimentos por um programa de troca de mensagens instantâneas pela internet de alunos do 9º ano e do Ensino Médio de escolas públicas da capital paulista e de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.

Ilustrações: Daniella Domingues



Nova Escola

Polícia encontra ossos humanos em escola no Paraná


A polícia do Paraná encontrou ossos humanos, chinelos femininos, e revistas pornográficas no forro de uma escola do município de Campo Mourão, noroeste do Estado. Na última sexta-feira, 13 de agosto, restos mortais haviam sido localizados em um poço do local depois que um zelador confessou ter matado duas jovens e escondido seus corpos.
Raimundo Gregório da Silva, 52 anos, é suspeito de ter assassinado Dimitria Vieira em julho de 2008, quando ela tinha 17 anos; e Iara Pacheco, de 19, desaparecida há sete meses.
A polícia desconfiava do funcionário desde que a família passou a receber mensagens de celular de Dimitria, dizendo ter fugido para a Espanha. Silva era amigo da família e afirmava receber as mesmas mensagens. Um dos recados pedia que o zelador não fosse mais investigado.
O celular da adolescente foi encontrado na casa do suspeito. Os investigadores solicitaram um exame de DNA para saber se as ossadas são das garotas.

Roberto Saraiva


eBand

Advogado pede "absolvição sumária" do goleiro Bruno em defesa prévia


Documento publicado em blog lista testemunhas e aponta diligências

O advogado que defende o goleiro Bruno Fernandes, Ércio Quaresma, publicou na íntegra, em seu blog, na madrugada desta sexta-feira (20), o conteúdo da defesa prévia entregue nesta quinta-feira (19) ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Quaresma também representa outros seis suspeitos da acusação do sumiço e morte de Eliza Samudio.
Na parte inicial de seu texto, o advogado pede um alvará de soltura para o goleiro Bruno. A alegação é de que a competência para julgar o caso deve ser transferida para Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte, onde teria acontecido o crime.
Outra alegação usada no documento, com base em diversos exemplos de leis, decisões de juízes e regras do direito, é de que a defesa não teve acesso às investigações e perícias.
"A cegueira imposta ao acusado e seus patronos é inaceitável, pois eventual solicitação de esclarecimentos sobre as perícias ou inserção de testemunha em seu rol mostra-se deficiente de plenitude", escreve o advogado.
...Ércio Quaresma pede a inclusão no processo de todos os laudos, vídeos e fitas de áudio feitos pela Polícia Civil, além do irrestrito acesso aos documentos.
Neste caso, ele destaca que o goleiro Bruno deve ser absolvido, caso a defesa não possa ter todas as informações das investigações, com base no artigo 395 do Código de Processo Penal. A defesa prévia também aponta que "testemunhas foram ouvidas por mais de dez horas ininterruptas, indiciados foram agredidos física e moralmente", além de classificar a denúncia como "inepta e inconsistente".

Testemunhas e diligências
Caso não haja uma "absolvição sumária" do goleiro Bruno, como pede Quaresma, o advogado inclui uma lista de pessoas que devem ser ouvidas como testemunhas do caso e algumas futuras ações (diligências), como a apreensão do computador com a gravação da conversa do goleiro Bruno dentro de avião.
A defesa prévia é a análise que os advogados fazem da denúncia. Nela, eles apresentam argumentações que podem ou não serem levadas em conta pelos juízes.
O advogado que representa Marcos Aparecido dos Santos, mais conhecido como Bola, outro suspeito de participar do crime, também fez a entrada da defesa prévia nesta quinta-feira .



África do Sul investiga aluguel de bebês a pedintes


A polícia sul-africana está investigando uma possível gangue que estaria alugando bebês de creches para pedintes.

A investigação ocorre após uma grande operação para combater o uso de crianças para mendicância na capital do país, Pretória.
Durante a operação, na sexta-feira, 20 crianças foram levadas para abrigos, mas 13 foram devolvidas depois aos pais.
A polícia confirmou à BBC que quer verificar se há uma relação com um caso semelhante ocorrido em maio em Johanesburgo.
Uma investigação da rádio 702 Talk, de Johanesburgo, verificou que alguns pais e pessoas que cuidavam das crianças estariam alugando bebês para pedintes por cerca de 20 rand por dia (cerca de R$ 4,80).

Simpatia
A mendicância é comum em cruzamentos movimentados das cidades sul-africanas.
Os pedintes costumam carregar bebês ou usar crianças pequenas para conseguir a simpatia dos motoristas e com isso receber mais doações.
A polícia em Pretória diz que as sete crianças levadas das ruas na sexta-feira e que ainda estão sob custódia são bebês com menos de um ano de idade.
“A prática parece estar aumentando, e estamos atualmente tentando descobrir por que isso acontece”, afirmou à BBC Kgaofelo Malatsi, da unidade de crimes sociais da polícia de Pretória.
Segundo o departamento de saúde e desenvolvimento social da província de Gauteng, onde estão Pretória e Johanesburgo, a prioridade do governo é garantir que as crianças frequentem a escola e recebam alimentação adequada.
“Deveríamos proteger nossas crianças da exploração e de adultos que as usam para ganhos financeiros mendigando pelas esquinas”, afirmou à BBC o porta-voz do departamento, Teddy Gomba.


BBC Brasil

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Amigos de médico-residente encontrado morto no Rio prestam depoimento


Colegas de trabalho do médico-residente de cirurgia geral Demétrio Antônio Francisco, 32, -- encontrado morto com uma seringa injetada no pé-- prestam depoimento na tarde desta quinta-feira na 4ª DP (Central do Brasil), no Rio.

Médico-residente é encontrado morto em hospital municipal do Rio

Francisco foi encontrado morto hoje dentro do seu quarto no alojamento do hospital municipal Souza Aguiar, no centro do Rio. Dois colegas do médico disseram à polícia que há dois dias ele não ligava para a família e que parentes telefonaram para o alojamento para perguntar dele.
Os colegas, então, foram até o quarto, ouviram barulho na televisão ligada, mas a porta estava trancada. Como ninguém atendeu aos chamados, eles arrombaram a porta e encontraram o médico caído no chão.
Segundo a polícia, ao lado do corpo havia quatro ampolas vazias de citrato de fentanila, um anestésico forte derivado da morfina. Uma seringa, com escalpe, estava injetada no pé e havia uma poça de sangue ao lado do corpo do rapaz.
O delegado substituto da 4ª DP, Paulo Guimarães, afirmou que a hipótese de homicídio é remota. Ele trabalha com as hipóteses de overdose acidental ou não. Ainda segundo os colegas do médico, Francisco não dividia o quarto com ninguém, não costumava sair, não tinha amigos no Rio e era introspectivo.
"O fato dele ter injetado a agulha em um dos pés indica que é um local de dissimulação, normalmente empregado por pessoas que costumam se autoinjetar e não querem que ninguém perceba. Porque sempre onde há uma injeção resta uma ferida", afirmou o delegado.
Ainda de acordo com ele, havia gotas de sangue nos sapatos e nas meias. "Ou seja, uma vez anterior, no mínimo, ele utilizou do mesmo método", disse Guimarães.
Ele também afirmou que o corpo estava em estado de rigidez cadavérica e que a morte teria ocorrido há pelo menos seis horas. A polícia também informou que não havia sinais de luta corporal e que aparetemente nenhum objeto foi roubado.
A família do médico, que é de Juiz de Fora (MG), já foi comunicada e está a caminho do Rio.


Cientistas provocam 'autodestruição' de células de HIV

Cientistas acreditam que pesquisa pode levar a novo tratamento

Cientistas de Israel afirmam ter descoberto uma nova forma de eliminar células infectadas com HIV, em um processo que provoca a autodestruição de células contaminadas.

Pela técnica desenvolvida pelos cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém, as células infectadas com HIV recebem um DNA viral, que faz com que a célula morra. A técnica não afetou as células não-infectadas.
Até o momento, a técnica foi desenvolvida apenas em pequena escala, com poucas células. Nenhum teste foi realizado em humanos.
A pesquisa será publicada nesta quinta-feira na revista científica Aids Research and Therapy.
Os pesquisadores afirmam que a técnica poderia levar a um tipo de tratamento contra o vírus HIV.
O melhor tratamento disponível atualmente – à base de antiretrovirais – é eficaz no combate à replicação de células infectadas, mas ele não consegue eliminá-las.
Segundo o artigo, assinado pelo professor Abraham Loyter e sua equipe, o método desenvolvido no laboratório "resultou não só no bloqueio do HIV-1, mas também exterminou as células infectadas por apoptose [autodestruição]".
O artigo faz a ressalva, no entanto, de que há mais de um tipo de vírus HIV e que o trabalho da equipe está apenas nos estágios iniciais.
Os pesquisadores acreditam que o trabalho pode ajudar no desenvolvimento de um novo tipo de tratamento no futuro contra a aids.


Ilana Casoy publica em livro relato inédito do caso Isabella Nardoni


Um dos casos criminais mais marcantes do Brasil, o caso Nardoni, é relatado pela escritora paulista, pesquisadora de crimes violentos, Ilana Casoy. A obra “A Prova é a Testemunha”, da Editora Larousse do Brasil, foi lançada ontem, com sessão de autógrafos na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.
O livro traz o relato inédito do júri e mostra como a perícia técnica conseguiu incriminar o casal Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni no assassinato da menina Isabella.
A criança tinha apenas cinco anos quando foi encontrada, no dia 29 de março de 2008, no jardim do edifício London, na Vila Mazzei, em São Paulo, após ter sido jogada de uma altura de seis andares. Na ocasião, Isabella estava passando o fim de semana com o pai, Alexandre Nardoni, que morava com a madrasta da menina, Anna Carolina Jatobá, e os dois filhos do casal.
A escritora contou em seu quarto livro como foi o julgamento do pai e madrasta de Isabella. Reconstrói em sua obra os cinco dias de julgamento, que apenas ela e um limitado grupo de pessoas puderam acompanhar na íntegra, apoiada nos dois anos de trabalhos da promotoria para montar a relação das provas. Segundo a autora, essa obra é mais uma revelação dos aspectos sombrios do caráter humano, resultando em um final infeliz para todos: uns por perderem quem amam, outros por perderem a liberdade.

SERVIÇO
“A Prova é a Testemunha” de Ilana Casoy, 2010. Editora Larousse do Brasil. Primeira Edição, 240 págs., R$29,90.


No Canadá, 91% da população está contaminada pelo Bisfenol - A


No estudo feito com 5,6 mil canadenses, jovens e crianças apresentaram maior nível de contaminação

Um estudo do Ministério de Saúde do Canadá, apresentado essa semana, revelou que nove entre dez canadenses, o que corresponde 91% da população com idades entre 6 e 79 anos, têm bisfenol-A (BPA) na urina. O bisfenol é o químico usado na fabricação de plásticos e no revestimento interno de quase todas as latas de alimentos e bebidas. Sua ingestão, que ocorre a partir das embalagens, pode ser prejudicial para a saúde. Os perigos incluem alterações no desenvolvimento do sistema nervoso, hiperatividade e agressividade, obesidade, problemas cardíacos, diabetes, câncer, puberdade precoce e tardia, abortos, infertilidade e anormalidades no fígado.
Pesquisas também já associaram o BPA a problemas sexuais em homens, como a diminuição da qualidade e da quantidade de esperma. Os testes foram realizados com 5,6 mil canadenses.
Ainda de acordo com os resultados, jovens e crianças apresentaram maior taxa de contaminação.
As crianças com menos de 12 anos apresentaram níveis médios de 1.30 partes por bilhão (ppb) na urina, enquanto seus pais, adultos entre 40 e 59 anos, e seus avos, que tem 60 e 79 anos, apresentaram níveis de 1.04 e 0.90 ppb, respectivamente. A faixa etária mais preocupante da pesquisa está entre jovens de 12 a 19 anos, que apresentaram taxa de 1.50 ppb.
“Considerando a rapidez com que o BPA é eliminado pelo corpo e sua alta frequência de detecção esses dados sugerem que a exposição ao BPA é continua e afeta toda a população", afirma o relatório divulgado na segunda feira.
Tracey Bushnick, principal analista do Statistics Canada's health analysis division, afimou que o estudo não determina porque os jovens e crianças do Canadá apresentaram maior de contaminação que os adultos, mas sugeriu que uma combinação de fatores pode estar ocorrendo.
O bisfenol é frequentemente encontrado em latas de refrigerante, talheres, pratos e garrafas de plástico. “Crianças possuem uma fisiologia
diferente dos adultos. Por exemplo, como eles absorvem, distribuem, metabolizam e eliminam o BPA pode ser diferente", disse Bushnik.
O relatório não discutiu o perigo do bisfenol porque o governo ainda não estabeleceu um nível máximo de consumo de BPA por habitante.
O grupo American Chemistry Council, que recentemente fez um grande lobby para impedir que o bisfenol fosse listado como substancia tóxica no Canadá, se apressou em contestar os resultados. Por meio de um comunicado, a entidade afirma que o nível de BPA encontrado na urina dos canadenses é mil vezes inferior ao considerado seguro pela Agencia de Saúde do Canadá.
Já as entidades de defesa ao consumidor vêm os resultados de maneira diferente e dizem que eles ilustram porque a proibição ao BPA feita em 2008 em mamadeiras deve ser estendida a outros produtos. “Não importa que argumento a industria apresente hoje”, diz Rick Smith, diretor executivo da ONG Environmental Defence. “Não tem como eles justificarem a presença de um químico que afeta o funcionamento de hormônios em 9 entre 10 canadenses”, argumenta. No início da semana, o governo canadense anunciou que é muito provável que em novembro deste ano o bisfenol seja oficialmente declarado uma substancia toxica, o que geraria uma reavaliação de sua utilização em vários produtos. Embora sua utilização em mamadeiras já tenha sido proibida no país, a denominação de substancia toxica ainda não está nas embalagens.

Notícia originalmente publicada no Calgary Herald e no jornal The Gazette, em 17 de agosto de 2010.
www.calgaryherald.com/health/Feds+designate+bisphenol+toxic+November/3409291/ story.html#ixzz0wwpiHPgO
http://www.montrealgazette.com/health
/Younger+Canadians+have+more+system/3407122/ story.html


O Tao do Consumo /enviado por e-mail

Vítima de maus-tratos usou remédio controlado


RIO - A menina Joanna Marcenal, de 5 anos, que morreu na última sexta-feira depois de ser atendida com convulsões e queimaduras e ficar 26 dias em coma, chegou a tomar o remédio controlado Neuleptil, indicado para distúrbios de comportamento. As receitas com o medicamento foram anexadas, em 2007, pela mãe de Joanna, a médica Cristiane Cardoso Marcenal Ferraz, ao processo sobre a guarda da menina e a visitação do pai, o técnico judiciário André Rodrigues Marins. Enquanto a criança estava internada, o pai disse que não havia sido informado por Cristiane que a filha usava medicamentos controlados. Já Cristiane, que negou, na época, que Joanna tomasse remédios desse tipo, diz que há tempos a filha havia deixado de ser usar o Neuleptil.
- Joanna não estava fazendo uso de nenhum remédio. Ela fez quando era bebê - diz Cristiane, afirmando que Joanna tinha dificuldades para dormir e chorava durante a noite.
Segundo a neuropediatra Ana Paula Lemos Fernandes, que acompanhava a criança, Joanna tomava o Neuleptil quando voltava irritada e agitada da casa do pai:
- Ela tinha um sono agitado, e o remédio era só para acalmá-la. E ela só tomava quando vinha do pai muito agitada.
Ela afirma, no entanto, que a menina não necessitava do medicamento com regularidade. Cristiane diz que não lembra com que frequência Joana usava o remédio, que aparece em receitas médicas de 2005 e 2006.
Segundo a neuropediatra, que é amiga de Cristiane e acompanhou Joanna nos seus três primeiros anos, a menina era normal, aprendia bem na escola e nunca teve convulsões. Joanna foi internada quando estava sob os cuidados do pai, que conseguira a guarda da menina por 90 dias.

Ludmilla de Lima



Advogado pede liberdade para goleiro


Atleta já teve outros pedidos para sair da prisão negados

O advogado Ércio Quaresma, que defende o goleiro Bruno Fernandes da acusação do sumiço e morte de sua ex-amante Eliza Samudio, entra nesta quinta-feira (19) com um novo pedido de liberdade para o atleta, dessa vez, na Quarta Câmara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) de Minas Gerais.
É o quarto pedido de habeas corpus para a liberdade do goleiro. Outros três já foram julgados e negados em Minas Gerais. No Rio de Janeiro, onde Bruno morava, um pedido de revogação da prisão foi feito à 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá no último dia 2.
Quaresma também entrega nesta quinta a apresentação da defesa prévia do goleiro no processo que corre em Contagem (MG). O advogado também vai dar entrada nesta quinta uma alegação de que a competência para julgar o caso deve ser transferida para Vespasiano, na região de Belo Horizonte, onde teria acontecido o crime.
Bruno e mais seis pessoas são suspeitas de envolvimento no desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do atleta. Ela teria sido sequestrada e morta no início de junho na região metropolitana de Belo Horizonte, segundo um primo de Bruno que disse ter presenciado o crime.


Pesquisa indica que crianças são levadas à Grã-Bretanha para plantar maconha

'Fábricas' ilegais gralmente ficam dentro das cidades britânicas

Crianças asiáticas, vítimas de tráfico de pessoas, estão sendo levadas à Grã-Bretanha para trabalharem na produção de maconha, indica um levantamento de uma associação policial britânica obtido pela BBC.

De acordo com a Associação Britânica de Delegados, as crianças são trazidas da China e do Vietnã para diversas cidades britânicas, onde passam a trabalhar em locais onde é produzida maconha em grande quantidade. A substância é ilegal no país.
O levantamento da associação policial afirma que o fato de as crianças não falarem sobre o que acontece com elas dificulta o combate aos traficantes.
Os policiais acreditam que as crianças temem represálias contra seus familiares.

Aumento
O número de empresas dedicadas a produzir maconha na Grã-Bretanha mais que duplicou nos últimos dois anos, indo de cerca de três mil “fábricas” ilegais descobertas pela polícia, entre 2007 e 2008, para 6,8 mil, entre 2009 e 2010.
Até 2007, a média era de cerca de 800 fábricas ilegais descobertas por ano.
Segundo a polícia, as denúncias sobre locais de produção no país vêm aumentado devido em parte ao destaque que a maconha ganhou na imprensa desde sua reclassificação pelo governo britânico como droga classe B, mais perigosa, em 2008.
Os criminosos costumam usar casas particulares para o cultivo em larga escala de maconha, geralmente tapando as janelas e instalando luzes de alta intensidade e sistemas de irrigação para as plantas.
O relatório diz que os asiáticos se endividam em até 10 mil libras (cerca de R$ 27 mil) para que traficantes os levem para a Grã-Bretanha. Eles então pagam a dívida trabalhando nas fábricas ilegais.
Eles costumam receber instruções por escrito em seus idiomas sobre como cuidar das plantas e raramente deixam seus locais de trabalho.



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Especialistas explicam fatores que levarão metade dos bebês aos 100 anos


Médico diz que mudanças no estilo de vida, na rotina de trabalho e na abordagem clínica contribuem para viver mais e melhor
Estudo recentemente divulgado na publicação científica The Lancet revela que metade da população atual de bebês chegará aos 100 anos — pelo menos os nascidos nos países ricos.
De acordo com Kaare Christensen, coordenadora das pesquisas realizadas em uma universidade da Dinamarca, a expectativa de vida vem aumentando em ritmo acelerado e exigindo que a sociedade se prepare para um novo arranjo entre jovens e velhos.
Kaare diz que se o século 20 foi um período de redistribuição de renda, o século 21 deverá promover a redistribuição de trabalho. Uma das soluções propostas é diminuir a carga horária de trabalho semanal, aumentando o tempo de dedicação ao lazer e à educação. Mas é a abordagem nos tratamentos de pessoas com mais de 80 anos que deverá sofrer grandes mudanças.
— Com o envelhecimento da população e os casais tendo cada vez menos filhos, não só a ciência já se deu conta das novas demandas que se apresentam, como outras esferas da sociedade começam a introduzir mudanças com base nessa realidade que se apresenta mesmo no Brasil, onde a expectativa de vida também aumentou consideravelmente nos últimos anos — diz o cardiologista Otávio Gebara, diretor clínico do Hospital Santa Paula.
Gebara afirma que, além de insistir na prevenção de doenças, a classe médica deverá adotar novas abordagens nos próximos anos para garantir que pacientes com mais de 80 anos possam controlar problemas de saúde e ainda assim ter uma boa qualidade de vida. "Independentemente da idade e da expectativa de vida, a ciência já se dá conta da importância de se adotar algumas medidas que preservem o bem-estar do paciente. Isso tem levado a grandes avanços em termos de diagnóstico precoce de doenças e a tratamentos mais assertivos também".

Os vilões da terceira e quarta idades
De acordo com o doutor Otávio Gebara, o sedentarismo é epidêmico na terceira idade, já que aproximadamente 80% das pessoas com mais de 65 anos não praticam quaisquer exercícios físicos, contribuindo de maneira significativa para a obesidade.
— O excesso de peso está intimamente ligado à síndrome metabólica, que é um conjunto de fatores de risco que pode desencadear diversas doenças e abreviar a vida do paciente — destaca.
Hipertensão, altos níveis de açúcar, colesterol e triglicerídeos no sangue... Todo esse conjunto não parece estar somente diretamente ligado a doenças do coração e do cérebro, mas também ao aumento de casos de câncer.
— Via de regra, quem quer viver mais e com saúde deve abandonar definitivamente o cigarro, evitar o consumo excessivo de álcool, combater o sedentarismo a todo custo, adotar uma dieta rica em vegetais e pobre em açúcar e sal. Isto sem falar na necessidade de manter alto astral e o estresse sob controle —, diz o especialista.



bem-estar

CRM condena Abdelmassih em mais um caso de abuso sexual


O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, em reunião plenária do dia 3 deste mês, condenou Roger Abdelmassih à pena de cassação do exercício profissional ad referendum em processo de conduta ética no qual a ex-paciente e advogada Crystiane Cardoso de Souza, do Rio, figura como vítima de abuso sexual.
Trata-se da segunda condenação do CRM ao especialista em fertilização in vitro. A primeira ocorreu no dia 23 de julho – a vítima desse caso pediu que o seu nome não seja divulgado.
Na cassação de agora, Abdelmassih foi enquadrado em seis artigos do Código de Ética Médica da resolução do CFM (Conselho Federal de Medicina) 1.246/88.
Dois artigos são do capítulo dos direitos humanos, o 42 (“praticar ou indicar atos médicos desnecessários ou proibidos pela legislação do país”) e o 55 (“usar da profissão para corromper os costumes, cometer ou favorecer crime”).
Três artigos fazem parte do capítulo da relação do médico com pacientes e seus familiares: o 56 (“desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre a execução de práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente perigo de vida”), o 63 (“desrespeitar o pudor de qualquer pessoa sob seus cuidados profissionais”) e o 65 (“aproveitar-se de situações decorrentes da relação médico/paciente para obter vantagem física, emocional, financeira ou política”).
O sexto artigo, o de número 98, refere-se ao capítulo da remuneração profissional: “Exercer a profissão com interação ou dependência de farmácia, laboratório farmacêutico, ótica ou qualquer organização destinada à fabricação, manipulação ou comercialização de produto de prescrição médica de qualquer natureza, exceto quando se tratar de exercício da Medicina do Trabalho”.
Crystiane disse que se sentiu “confortada em saber que o CRM reconheceu” a verdade dela ao decidir por unanimidade pela “cassação do registro desse monstro chamado Roger Abdelmassih”.
Agora, ela aguarda a sentença criminal que deverá ser anunciada até o final de setembro pela juíza Kenarik Felippe, da 16ª Vara Criminal de São Paulo.
Mais de cinquenta pacientes acusam Abdelmassih na Justiça de abuso sexual. O ex-médico afirma ser inocente. Ele ficou preso preventivamente de 17 de agosto a 23 de dezembro de 2009.
Crystiane foi uma das poucas mulheres que saíram do anonimato para tornar pública a sua acusação, em reação a uma das alegações de Abdelmassih de que estava sendo denunciado por ex-pacientes “sem rosto”.
No começo de 2009, Crystiane fez o seguinte relato à revista Gloss: “[O médico] passou a mão nos meus seios, na minha vagina e chegou a colocar o pênis para fora [da calça]. Graças a Deus neste momento alguém tentou entrar no quarto. Ele me soltou e corri para o banheiro. Fiquei lá, chorando.”
Antes de sair a primeira condenação, Abdelmassih protocolou no CRM pedido de renúncia à medicina, o que foi interpretado por advogados como uma manobra para se livrar do tribunal de ética da entidade, mantendo aberta uma brecha para uma possível volta à atividade médica. O pedido não foi aceito.
O ex-médico poderá recorrer das duas condenações – até agora – do CRM. Quando foi anunciada a primeira cassação, um dos advogados de Abdelmassih disse que seu cliente faria uso do direito da apelação.
A este blog, Crystiane disse: “Após lavar a minha alma através da denúncia, consegui me livrar do monstro que ainda atormentava a minha mente e finalmente tive a coragem de me submeter a outro tratamento de fertilização e estou grávida de trigêmeos”.

Pai é suspeito de jogar filho de três anos pela varanda de apartamento



Com sinais de embriaguez, ele afirmou que estava com raiva da ex-mulher e da criança

Um pai foi preso em flagrante pela Polícia Militar de Goiânia, em Goiás, suspeito de jogar filho, de apenas três anos, de uma janela de cinco metros de altura.
A prisão de Júnior Alencar Costa, de 28 anos, aconteceu após uma denúncia de dois amigos que presenciaram a cena, no bairro Jardim Bela Vista.
Já na delegacia e com sintomas de embriaguez, Júnior confessou ao delegado que não se lembrava do crime e que estava chateado com a ex-companheira porque ela teria um novo namorado. Além disso, o serralheiro também afirmou que estava com raiva do menino.
A criança sobreviveu à queda, que só não foi fatal porque o menino teria se segurado no braço do pai antes de ser jogado. Júnior foi autuado por tentativa de homicídio, cuja pena pode chegar a 20 anos de prisão.


R7

SP: Menino de 6 anos vai passar fim de semana com a mãe em Florianópolis e desaparece

Ian, de 6 anos, desapareceu com a mãe - reprodução Tv Globo.

SÃO PAULO - O pai de um menino de 6 anos, de São Paulo, procura pelo filho que foi passar férias com a mãe em Florianópolis, Santa Catarina, e desapareceu. A Justiça de São Paulo determinou que a Justiça de Santa Catarina procure o menino.
Já faz 14 dias que Ian, que mora com o pai, foi para o Sul do país e até agora não retornou. O pai tinha a guarda provisória do filho e obteve a guarda definitiva. Ele acredita que, por isso, a mãe não devolveu o menino.
- Procuramos no endereço dela e de parentes e não encontramos. Estou desesperado - diz o pai Fábio Pereira Simão.
A mãe, Maíra Longo Pereira, mora com o namorado em Florianópolis. Policiais da Delegacia Anti-Sequestro estiveram no antigo endereço da mulher, mas não a encontraram. Segundo o delegado Renato Hendges, a mãe chegou a matricular o filho numa escola de Florianópolis, mas depois desapareceu.
O pai chegou a registrar um boletim de ocorrência em São Paulo sobre o desaparecimento.



Queniano é preso na Tanzânia por tentar vender albino para bruxaria


Partes de albinos são usadas por feiticeiros na Tanzânia em poções para riqueza e saúde.

A polícia da Tanzânia prendeu um queniano acusado de tentar negociar a venda de um homem albino.
A prisão ocorreu após um policial fingir ser um negociante tentando comprar órgãos de pessoas albinas para serem usadas em rituais de feitiçaria.
A polícia diz que Nathan Mutei, de 28 anos, enganou o albino Robinson Mkwama, de 20 anos, prometendo um emprego na Tanzânia como assistente de motorista de caminhão.
Mas, na verdade, Mutei estava, segundo a polícia, buscando compradores para Robinson. Um negócio de mais de US$ 250 mil teria sido fechado com o policial que fingiu ser um comprador.
Mutei deve comparecer diante de um tribunal nesta quarta-feira, acusado de tráfico de pessoas.

Crimes
O correspondente da BBC para o leste africano, Will Ross, afirma que partes de corpos de albinos são usadas na Tanzânia por feiticeiros que dizem a seus clientes preparar poções que os tornariam mais ricos ou saudáveis.
Nos últimos três anos, mais de 50 albinos - entre crianças e adultos - foram mortos na Tanzânia. O governo prometeu combater este tipo de crime.
Segundo Ross, no entanto, a Justiça no país é lenta e apenas sete pessoas foram condenadas até agora.


terça-feira, 17 de agosto de 2010

Mãe de Joanna Marins diz que pai não chorou ao ver filha morta


A médica Cristiane Cardoso Marcenal, mãe de Joanna Marcenal, que morreu na última sexta-feira após ter ficado quase um mês em coma, deu uma entrevista comovente no programa "Mais Você", da "TV Globo", na manhã desta terça.
Durante sua participação no programa, a médica revelou que André Rodrigues, pai de sua filha, já havia agredido a menina quando ela tinha apenas dois anos e meio de idade. Segundo Cristiane, durante consulta com o pediatra, ele afirmou que havia sinais de espancamento. A mãe disse que na época Joanna não podia ouvir falar do ocorrido, e quando se referia a André, ela dizia: "papai André me bateu na cabeça", além de dizer que o pai era "mau".
Perguntada sobre a relação da madrasta com André, Cristiane revelou que existe um boletim de ocorrência que registrou o atendimento de André em um hospital depois que ele foi atingido por uma cadeira, lançada pela atual esposa e madrasta de Joanna. Cristiane falou sobre o motivo da agressão: "Porque ela não queria a Joanna lá".
Sobre o período de um mês em que a menina de apenas cinco anos esteve em coma, no Hospital Amiu, em Botafogo, Cristiane relatou que a vida dela e de toda a família parou. Porém, André continuou a levar a vida normalmente, como se nada estivesse acontecendo. Segundo ela, no dia em que a filha morreu, André ficou parado olhando para o corpo. "Eu perguntei se ele não ia chorar e a resposta foi 'primeiro eu vou tentar entender essa história' e foi embora", relembrou.
A mãe de Joanna ainda contou um pouco sobre a gravidez e o comportamento do pai durante o início da vida de Joanna. "No período de gravidez ele nem me viu grávida. Quando a Joanna nasceu, ele a registrou e depois apareceu pouquíssimas vezes para ver a criança. A Joanna cresceu sabendo que tinha o papai André".
Em relação à perda da guarda da filha, que aconteceu em abril deste ano, a médica explicou que a filha foi "arrancada" dela, e deixou a menina dizendo que voltaria. "Pedi na Justiça, em todas as ONGs que pudessem me ajudar, procurei mil advogados, vendi um apartamento para pagar advogado. A juíza, em nenhum momento, parou para ouvir qualquer tipo de negociação que eu fizesse", lamentou Cristiane.
A mãe da pequena Joanna concluiu a entrevista fazendo um apelo para que pessoas que possam ajudar a chegar no culpado, ou que tenham visto Joanna se machucar, que façam denúncias. Cristiane ainda comparou o caso da filha com outros dois que ficaram bem conhecidos no país pela brutalidade.
"O que mais me indigna nisso tudo é que a história com o menino João Hélio foi ocasionada por marginais. A da menina Isabella Nardoni ocorreu com pessoas que não detinham as leis. No meu caso, a Joanna foi vítima do Judiciário desse país. A juíza tirou ela de dentro de casa e a entregou para ser morta", concluiu indignada.

Corregedoria diz que PMs falsificaram boletim de ocorrência após atropelamento no Rio


Os dois policiais militares suspeitos de extorquir Rafael Bussamra, que atropelou e matou Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, irão responder por falsidade ideológica por terem falsificado um boletim de ocorrência.
A informação foi divulgada pelo corregedor da PM, coronel Ronaldo Menezes, na tarde desta terça-feira. Na manhã de hoje, a PM já havia informado que o cabo Marcelo Bigon e o sargento Marcelo Leal devem responder também pelos crimes de corrupção passiva e transgressão disciplinar.
De acordo com Menezes, os policiais adulteraram o local e a hora do atropelamento no boletim de ocorrência feito no batalhão do Leblon (zonal sul do Rio) no dia do crime. Segundo o corregedor, os dois policiais podem pegar até 15 anos de prisão pelos três crimes (corrupção passiva, transgressão disciplinar e falsidade ideológica) e serem expulsos da corporação.
"A guarnição confeccionou um talão de boletim de ocorrência em que ela registra uma abordagem ao carro de Rafael Bussamra em horário e local que eles não estavam. Daí o crime de falsidade ideológica. Isso tudo foi bem caracterizado a partir do sistema GPS", afirmou o corregedor da PM.
Menezes também disse que, na ocasião, outra dupla de policiais militares registraram um boletim de ocorrência sobre o atropelamento, com os dados corretos.
O IPM (Inquérito Policial Militar) que investigou o caso concluiu que o pai do atropelador teria oferecido propina para os policiais liberarem o veículo do filho. Na ocasião, pai e irmão do motorista teriam pago R$ 1.000 aos militares.
De acordo com o inquérito, houve crime militar na ação dos policiais na madrugada do dia 20 de julho e, por isso, eles terão que passar pelo Conselho de Disciplina da corporação, que terá três oficiais na bancada para avaliar a conduta deles. Os dois militares estão detidos desde o dia 28 no Bep (Batalhão Especial Prisional), em Benfica, zona norte da cidade. A rapidez na conclusão do inquérito impediu que os advogados dos policiais pudessem fazer petições de relaxamento da prisão.
Cópias do inquérito da PM foram distribuídas para o Ministério Público Militar e para a 1ª Central de Inquéritos do Ministério Público da Justiça comum, por apontar a acusação de corrupção ativa contra Roberto Bussamra.



Pagamento da pensão é problema entre muitos casais durante processo de separação



De janeiro a julho deste ano, a Justiça mineira decretou a prisão de 2772 homens. Eles são acusados de não pagar a pensão alimentícia. No momento, todos são considerados foragidos.



Globominas.com

Brasil deve proibir castigo físico de crianças como método pedagógico, diz Vannuchi


São Paulo - A aprovação da lei que visa a proibir que adultos cometam qualquer tipo de punição física contra crianças com o argumento de estarem as educando foi defendida hoje (16) pelo ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi. Para o ministro, é um absurdo que a lei brasileira proíba o castigo físico de adultos, mas não o de crianças.
Atualmente, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) trata dos "maus-tratos", mas não especifica os tipos de castigo. Por isso, o governo federal enviou ao Congresso Nacional um projeto de lei que, se aprovado, irá proibir palmadas, beliscões e formas de agressões físicas hoje consideradas leves por muitos pais e até mesmo por alguns educadores.
Ao falar durante a 1ª Semana de Educação em Direitos Humanos, evento realizado pela Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, Vannuchi citou o caso da menina Isabella Nardoni, morta em março de 2008, para explicar que a agressão contra crianças e adolescentes, mesmo quando cometida pelos pais, é um grave problema social e não um assunto familiar.
"Se uma criança é espancada na casa vizinha diariamente, nós não estamos falando de beliscõezinhos ou de tapinhas. Esta é uma lei para que as pessoas entendam que o espancamento da criança não é assunto familiar, mas sim algo que diz respeito a todos", disseu Vannuchi. "Está mais do que na hora do Brasil aderir ao grupo de 25 países que já proíbem o castigo físico de crianças", completou.

Edição: Aécio Amado

Alex Rodrigues


Lei cria serviço para tirar dúvidas da língua portuguesa por telefone no RJ


Oito professores vão responder à população.
Fortaleza já tem serviço semelhante há 30 anos
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O Diário Oficial da Assembléia Legislativa do Rio publicou nesta terça-feira (17) a promulgação da lei que cria o Plantão Gramatical de Língua Portuguesa. O Telegramática, de autoria do deputado estadual Coronel Jairo (PSC), prevê o atendimento através de uma linha telefônica, por uma equipe composta de oito professores, que se revezarão em dois turmos diários. As perguntas poderão ser feitas de segunda a sexta.
Com a lei, a população do Rio passará a contar com um serviço que esclarece dúvidas sobre a língua portuguesa envolvendo ortografia, acentuação, concordância, regência e morfologia.
De acordo com a Alerj, o plantão gramatical funcionará sob a responsabilidade da Secretaria de Educação, que poderá assinar convênio com instituições públicas ou privadas para implantar o sistema. O serviço deverá contar com um número telefônico exclusivo, para garantir o anonimato do usuário.
O serviço segue o modelo de Fortaleza, onde o atendimento funciona com sucesso há 30 anos, com uma equipe de profissionais que atende o público diariamente das 8h às 18h. Há plantões gramaticais por telefone também em Curitiba, Brasília, Jundiaí e Londrina.



PM encontra criança que jogava laser nos olhos de pilotos de avião em BH


Menino disse que queria apenas se divertir

A Polícia Militar descobriu nesta segunda-feira (16) o responsável por colocar em risco a vida de pilotos e passageiros de aviões no Aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte com um raio laser. Um menino de oito anos ficava na cobertura de um prédio e usava o aparelho contra os profissionais.
De acordo com o capitão Messias Alan de Magalhães, da sala de operações do Comando de Policiamento Aéreo da PM (Copaer), no último sábado (14), a torre de comando recebeu a denúncia de que alguém ameaçava o trabalho dos pilotos. Eles estariam com dificuldades para pousar no aeroporto da Pampulha.
Uma equipe no helicóptero do Copaer saiu em busca do responsável pela emissão dos raios e descobriu que eles vinham de um prédio, localizado na rua Edna Branda Ferreira, no Bairro Santa Amélia. De acordo com o capitão Alan, o edifício fica na linha de pouso das aeronaves.
No local, a PM descobriu que o responsável pela "brincadeira" era um menino de oito anos. Ele contou aos policiais que não teve a intenção de prejudicar ninguém e que queria apenas se divertir.
O responsável por ele, um homem de 29 anos, foi levado para a Delegacia da Polícia Civil de Venda Nova, onde foi ouvido e liberado. Ele pode responder por atentado à segurança dos transportes aéreo, marítimo ou fluvial.


R7

Pediatra afirma que menina morta na semana passada com suspeita de maus-tratos nunca sofreu convulsão

Joanna em foto do celular da mãe/ Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo.

RIO - O pediatra Vanderlei Porto negou, nesta segunda-feira, que Joanna Marcenal - que morreu semana passada sob a suspeita de ter sofrido maus-tratos - tivesse doença neurológica ou qualquer outro problema de saúde que pudesse causar convulsões. Antes de ser internada, a criança, de 5 anos, cuja guarda havia sido entregue ao pai, o técnico judiciário André Rodrigues Marins, foi atendida três vezes em emergências com quadro convulsivo, conforme mostra reportagem de Ludmila Lima, com a colaboração de Vera Araújo, publicada na edição desta terça-feira do GLOBO.
- A Joanna sempre foi supersaudável e normal. Ela nunca teve convulsão e não tomava remédio anticonvulsivo - afirmou Vanderlei, pediatra de Joanna desde que ela era bebê até o momento em que foi entregue ao pai, em 26 de maio.
Em seu depoimento na Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav), o falso médico Alex Sandro da Cunha Souza , de 33 anos, estudante do 5º período de Medicina, que atendeu Joanna, levantou suspeitas sobre a madrasta da menina, Vanessa Maia. Segundo o estudante, no RioMar, Joanna pediu para ir ao banheiro. Alegando que a menina estava de fralda, Vanessa teria dito que não era preciso. Naquele dia, segundo peritos do Instituto-Médico Legal do Rio, a criança já tinha queimaduras nas nádegas. Um exame preliminar do IML , feito no fim do mês de julho, constatou que as queimaduras tinham sido produzidas nos últimos 40 dias, quando a menina já estava sob a guarda do pai, o técnico judiciário André Rodrigues Marins.
Alex Sandro disse ainda ter sugerido ao pai de Joanna a permanência da menina no Hospital RioMar, onde o falso estudante dava plantão usando o CRM de um médico de Nova Iguaçu. A criança deixou o hospital desacordada, depois de uma crise convulsiva, no dia 17 de julho.
De acordo com o titular da DCAV, Luiz Henrique Marques, Alex Sandro e a médica Sarita Pereira, coordenadora do setor de pediatria do Hospital RioMar, serão indiciados por exercício ilegal da Medicina, uso de documento falso, falsidade ideológica e tráfico de drogas, já que Joanna recebeu remédios de uso controlado.



Defensora: pai não aceitava relação com padrasto
Joanna passou 26 dias em coma. A vida da menina foi marcada por uma intensa briga entre os pais. As desavenças entre a mãe, a médica Cristiane Cardoso Marcenal Ferraz, e André foram parar na Justiça em 2007. A defensora pública Heloísa Guimarães, que acompanha o caso pelo lado da família da mãe, diz que o pai não aceitava a relação da criança com o padrasto, o pastor Ricardo Ferraz.
A decisão de entregar Joanna ao pai foi da juíza da 1ª Vara de Família de Nova Iguaçu, Claudia Nascimento Vieira. A guarda permaneceria com André até o próximo dia 26, sem direito a visitas da mãe. A medida foi referendada pelo Tribunal de Justiça. Laudos psicológicos teriam atestado que Joanna sofria da síndrome de alienação parental, supostamente em razão de a mãe tê-la afastado do pai.



O Globo

O fenômeno Bullying pode gerar malefícios irreparáveis e crimes diversos.


Na trajetória da vida nos deparamos com situações inusitadas e surpreendentes. Em algumas delas podemos agir, interferir e até mesmo remediar algo de errado, porém noutras, apenas lamentar.
Dia desses, em visita a cidade de Salvador, fui ao Mercado Modelo e ali nas suas imediações um fato ocorrido me chamou atenção para o termo inglês conhecido por Bullying, cujos atos decorrentes são antigos, mas que no presente tempo com a propagação das ações inerentes trás imensa preocupação para os educadores, pais de alunos, autoridades diversas e para a sociedade em geral, vez que os seus resultados sempre se esbarram em situações criminosas ou deprimentes, por vezes com malefícios irreparáveis principalmente para as suas vítimas.
O fenômeno Bullying é usado no sentido de identificar ações provindas dos termos zoar, gozar, tiranizar, ameaçar, intimidar, isolar, ignorar, humilhar, perseguir, ofender, agredir, ferir, discriminar e apelidar pessoas com nomes maldosos, que na grande maioria das vezes tem origem nas escolas através dos jovens alunos que assim praticam tais maldades contra determinados colegas que possuem algum defeito físico, assim como, os relacionados à crença, raça, opção sexual ou aos que carregam algo fora do normal no seu jeito de ser.
De volta ao Mercado Modelo, chegava um ônibus de turismo quando diversos vendedores ambulantes assediavam os turistas para venderem os seus produtos, quando apareceu um velho mendigo, barbudo, cabeludo, maltrapilho, imundo, de pés descalços, tipo daqueles cidadãos que vivem ou sobrevivem à espera da morte na miséria absoluta, morando debaixo das marquises das lojas ou dos viadutos que o tempo e a vida lhes deram de presente e, ao se aproximar daquele grupo de pessoas, então um dos vendedores o enxotou em verdadeira humilhação:
- Sai prá lá GAMBÁ que você espanta qualquer um com o seu fedor de fossa insuportável!...
Vendo aquela cena deprimente e desumana me aproximei daquele mendigo que já saía sem reclamar com o “rabinho entre as pernas” para lhe dar um trocado qualquer e então, do seu jeito de caminhar, dos seus gestos com as mãos, de um sinal no rosto e de um tic nervoso a piscar a todo tempo um dos olhos quase já fechado pela amargura do seu viver, o reconheci...
De imediato naveguei pelo túnel do tempo de volta ao passado e aportei em uma Escola da rede pública ali próxima na própria cidade baixa da capital baiana, no início dos anos 70, onde estudei por quase dois anos antes de voltar para Aracaju e, lá encontrei o colega de classe apelidado de GAMBÁ, então perseguido implacavelmente, ofendido na sua cidadania, discriminado pelo seu jeito de ser e humilhado incondicionalmente pela grande maioria dos seus jovens colegas, meninos e meninas com idades aproximadas de 13 e 14 anos.
Aquele jovem que talvez não gostasse de tomar banho ou que talvez não tivesse oportunidade freqüente para tanto, pelo fato de possivelmente morar em alguma invasão desprovida de saneamento básico e, que sempre chegava suado e cheirando mal em sala de aula, talvez pelo provável fato de também não possuir produtos higiênicos na sua casa, logo ganhou de algum colega gaiato o apelido de gambá que nele grudou qual uma sanguessuga a sugar a sua dignidade e, então passou a ser menosprezado e ofendido por quase todos da classe e até das salas circunvizinhas. Por onde passava os alunos tapavam o nariz e na sala de aula sentava na última carteira, isolado de todos. De tanto humilhado e discriminado que era ninguém dele se aproximava, principalmente por receio de também ser hostilizado.
Senti uma fisgada no peito ao me ver também culpado pelo que se transformou o jovem colega conhecido por gambá. Confesso ter sido cúmplice por omissão, não por ação, pois eu também era uma vítima das ações nefastas advindas do Bullying, por ser um menino tímido ao extremo ao ponto de todos os dias entrar calado e sair mudo em sala de aula, então isolado pelos colegas da classe que preferiam lidar com os mais falantes e extrovertidos.
Como vítima parceira de tais ações depreciativas, o certo era eu ter me juntado ao colega gambá, mas não o fiz por covardia, por medo, por receio de ser mais rechaçado ainda pelos demais estudantes e assim sofremos individualmente em proporções diferentes a dor do isolamento e da humilhação naquele interminável ano de 1972. No ano seguinte gambá, após ter sido reprovado com as menores notas da classe em todas as matérias possíveis não mais retornou ao Colégio, enquanto que, para minha alegria logo retornei para o meu querido Estado de Sergipe para crescer e esquecer aquele deprimente, humilhante e sufocante tempo.
Essa triste lição de vida me mostrou o quanto as chamadas inocentes brincadeiras de criança podem ser maléficas para tantos outros, se é que essas ações escolares agora conhecidas por Bullying podem ser consideradas inocentes, vez que para muitos estudiosos no assunto, tais ofensores sofrem de distúrbios psíquico que precisam de tratamento sob pena de explosões mais desastrosas ainda, como de fato vem ocorrendo em muitos lugares.
A agressividade e a violência advindas do fenômeno Bullying assumem além de tudo, o caráter etiológico do violar, não só referente às normas de conduta, a moral e a disciplina, mas principalmente viola os direitos do cidadão relacionados a sua integridade física e psíquica, a sua liberdade de opinião ou sua escolha de vida, a sua liberdade de expressão e até de locomoção, enfim, fere de morte o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana em sociedade.
A psiquiatria e a psicologia mostram que além do sofrimento dos jovens vítimas do fenômeno Bullying, muitos adultos ainda experimentam aflições intensas advindas de uma vida estudantil traumática.
Nos últimos anos a população mundial freqüentemente assiste atônita as diversas situações estarrecedoras quase sempre nascidas e advindas do fenômeno Bullying, com agressões físicas e assassinatos por parte de alunos contra os seus próprios colegas, contra professores, guerras de gangues, de torcidas organizadas, de tráfico de drogas com participação de jovens estudantes até mesmo dentro das próprias instalações escolares.
As diversas Escolas espalhadas pelo país, destarte para as situadas nos ambientes periféricos das grandes cidades se tornaram espaço de intolerância, competições absurdas e conflitos de todos os tipos possíveis, em especial para os problemas relacionados às drogas, assim como, para os pertinentes à liberdade sexual, ou seja, para as meninas que não aderem a esse tipo de pratica livre, passando então as mesmas a sofrer diversos tipos de perseguições, em verdadeiras inversões de valores por conta das ações absurdas do fenômeno Bullying.
Ética, solidariedade e humanismo são realmente palavras desconhecidas e perdidas em muitas comunidades de jovens estudantes que as substituem pelo desrespeito e pela afronta ao direito individual do seu colega que pretende prosperar e vencer na vida honestamente, pelo seu próprio esforço e valor.
É preciso dar um basta nestes tipos perniciosos de vandalismo e delitos juvenis. O jovem necessita acima de tudo de limites. Precisa entender os seus direitos e os seus deveres e até onde eles chegam. Precisa de disciplina e autoridade. Precisa entender que todos são cidadãos em igualdade de condições. Entretanto, para que consigamos chegar a tal geração de jovens politizada, só com uma boa educação familiar e escolar é possível alcançar tal objetivo.
Assim, não há como deixar de concluir que estamos diante de um sério problema relacionado às áreas educacional, social, da psiquiatria e de segurança pública, com real tendência para sua resolução na educação preventiva, curativa psiquiatra ou psicológica, por isso, necessário se faz, da consciência absoluta do Ministério da Educação com a elaboração de verdadeiro e efetivo Programa de combate a este grande malefício conhecido por Bullying, tomando por gerentes os bons educadores, estudiosos e pesquisadores no assunto que em alguns Estados brasileiros já se fazem presentes nas suas respectivas secretarias de educação, mas que necessitam, sem sombras de dúvidas, de melhores investimentos financeiros para as suas conseqüentes vitórias que por certo serão galgadas no trabalho junto aos pais de alunos, professores e dos próprios estudantes autores e vitimas do fenômeno.
Além dessa medida, necessário se faz uma batalha mais ampla dentro do Legislativo, até com uma reforma no próprio Estatuto de Criança e do Adolescente com reais modificações e acrescentando-se a esta Lei bons artigos inerentes ao tema para possibilitar ao Estado Nação um melhor campo de atuação, pois é desejo de todos nós vermos os nossos jovens estudantes crescendo e somando-se a construção coletiva e permanente para o pleno exercício da cidadania.

Autor: Archimedes Marques (delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Pública pela Universidade Federal de Sergipe)


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