sábado, 2 de novembro de 2013

O que é a porfiria?

Não há uma porfiria, existem porfirias. São um conjunto de sete doenças. Todas elas referentes a deficiências de enzimas que são a cadeia do metabolismo de uma proteína muito importante que se chama HEME. Esta proteína é o núcleo constituinte da hemoglobina, que é a proteína principal que existe nos glóbulos vermelhos e cuja função – essencial – é a de transporte do oxigénio para os tecidos.

Por outro lado, esta proteína também é muito importante em outras duas linhas metabólicas que são os sistemas citocrómos, que têm duas funções muito significativas. Uma, são os citocrómos respiratórios, que existem nas mitocôndrias, que têm a ver com oxigenação e a produção de energia a nível celular. A outra linha muito importante é do citocrómo P450, que tem a ver com o metabolismo de centenas de medicamentos. Isto é muito importante, porque há uma relação muito clara entre o consumo de diversos medicamentos e a eclosão de crises.

Portanto, são sete as variantes das porfirias e a grande maioria tem associação a mutações genéticas. No entanto, uma delas e uma das
mais frequentes, que é a porfiria cutânea tarda, em 80% dos casos não é de origem genética. Fazem parte das doenças raras e, por exemplo, em França, a porfiria aguda intermitente tem uma incidência de 0,6 casos por cada mil habitantes. São doenças conhecidas há
muitos anos mas para as quais só apareceram tratamentos específicos desde meados dos anos 80.

O medicamento mais específico é a hematina, que existe em Portugal desde 1999. As porfirias dividem-se em dois grupos – do ponto de vista fisiopatológico – as hepáticas ou porfirias eritrocitárias, em que a doença ocorre particularmente no fígado ou nos glóbulos vermelhos. As hepáticas são as mais comuns e têm expressão mais efectiva nos adultos. As porfirias nos glóbulos vermelhos são muito mais raras e têm uma expressão clínica logo desde a infância, podendo, até, ter manifestações já na vida fetal.

Do ponto de vista clínico, dividem-se em porfirias cutâneas e neuroviscerais, consoante o quadro clínico apresente predominantemente
manifestações na pele ou manifestações neurológicas. E há mistura entre expressão cutânea e expressão interna.

Não é uma doença que afecte mais particularmente adultos que crianças?

É uma doença que afecta qualquer grupo etário, mas é mais frequente na idade adulta, o que tem a ver com a maturidade hormonal. Um dos factores desencadeantes dos ataques de porfiria são as hormonas esteróides, as hormonas sexuais. As manifestações das porfirias, principalmente as hepáticas, são muito mais frequentes após a puberdade.

Quais são as principais consequências destas doenças?

As manifestações sintomáticas, nas porfirias dos adultos, envolvem os órgãos internos, particularmente o fígado, e manifestações
neurológicas. Estas doenças raramente têm uma expressão crónica, permanente, persistente, funcionam sim de uma forma intermitente,
por ataques agudos. Dividem-se também em porfirias agudas e cutâneas, e estas últimas têm uma manifestação mais perene.

E quais são os sintomas mais frequentes?

Falando das porfirias hepáticas, que são as mais frequentes no adulto (e eu sou médico de adultos!), as manifestações são crises em que se desencadeiam por jejum prolongado, défices nutricionais – tudo o que seja défice proteico, sobretudo hidratos de carbono, pode
desencadear uma crise; exposição a medicamentos e há várias dezenas que são porfirinogénicos; doenças infecciosas agudas; ou qualquer forma de stress orgânico.

As manifestações são cutâneas, uma erupção bulhosa e normalmente é determinada por fotosensibilidade, o que tem a ver com o facto das porfirinas se acumularem na pele e serem sensíveis à radiação ultra-violeta. Esta erupção pode generalizar-se, quando o portador de porfiria se expõe ao sol, com a formação de vesículas, que podem fazer lesões com ulceração, que deixa uma cicatriz viciante e deformante e com uma particularidade curiosa que é a de fazer o crescimento de pelos nessas regiões.

Aliás, estas doenças foram ligadas com as lendas da licantropia. Imagine-se a Moldávia no século VII e havia umas pessoas na aldeia que,
cada vez que apanhavam sol, ficavam cheios de bolhas e nessas regiões a seguir cresciam-lhes muitos pelos. Ficavam com transtornos psiquiátricos – as manifestações neurológicas são alterações comportamentais, cefaleias intensas, desequilíbrios, letargias, convulsões; muitos doentes têm também injecção conjuntival, ficam com os olhos muito vermelhos, e aparece uma tonalidade amarelada na dentição.

Se isto é verdade científica – e não é, seguramente, é literatura romântica! – o que é facto é que se ligou isto à lenda do lobisomem. As manifestações mais frequentes de todas são as dores abdominais, intensas que chegam a levar estes doentes ao hospital. Por outro lado, existe o risco de se ir estabelecendo, de crise para crise, uma polineuropatia, que vai alterando os nervos periféricos provocando dores e extrema sensibilidade das mãos e pés, que se vai agravando progressivamente, podendo provocar alterações motoras que levem a
paralisia de segmentos do corpo, inclusive dos músculos respiratórios.

Uma das coisas mais peculiares que existe na porfiria – e é um dos indicadores de diagnóstico – é que as porfirinas acumulam-se excessivamente, quer no fígado quer nos eritrócitos, e são descartadas na urina. A urina do doente porfírico num recipiente de vidro, e após meia-hora de exposição solar, fica cor de vinho tinto.

Que outros meios de diagnóstico existem?

Existem dois tipos de métodos de diagnóstico: a nível bioquímico, ou seja, a demonstração do excesso de acumulação destas proteínas; e, a nível genético, a comprovação de mutações das quais estão descritas várias várias centenas. O estudo genético nas porfirias não é muito determinante do diagnóstico do doente portador com expressão clínica. A confirmação genética é extremamente importante para o despiste familiar e para o despiste de portadores que podem ser assintomáticos à data.

Que tratamentos é que existem?

O tratamento é essencialmente preventivo! Prevenir os factores precipitantes das crises. Não há um medicamento que modifique a doença de uma forma óbvia, tomado continuamente. A crise é uma urgência médica e os doentes devem habituar-se a identificá-la. Por exemplo, assim que tem uma crise e começam a notar a urina escura, as dores a aparecerem, as cefaleias intensas, devem telefonar
imediatamente aos seus médicos.

O tratamento, na altura, é fazer o aporte calórico e garantir uma boa nutrição, sobretudo de hidratos de carbono, deve fazer uma dieta
muito rica de açúcares e faz-se, inclusivamente, soro com glucose para garantir que os níveis de glicemia são suficientes. Por outro lado, utiliza-se medicação sintomática e temos de ter sempre muito cuidado para não dar medicamentos que possam agravar a crise. Damos analgésicos – e é bom que sejam opiáceos – medicamentos para as náuseas e vómitos; para baixar a pressão arterial; e um medicamento específico que é a hematina, que consiste em dar a proteína HEME por injecção intravenosa, durante três a quatro dias, até estabilizar os níveis circulantes.

A hematina só é utilizada nas crises?

Só nas crises. Nos doentes mais graves, que têm uma frequência muito grande das crises, têm vindo a fazer-se experimentações de modelos de terapêutica continuada, aí sim, com algum carácter preventivo, em que os doentes fazem perfusões de uma, duas, três vezes por semana, no sentido de evitar a crise. No estrangeiro já existe quem tenha feito. Que eu saiba não há em Portugal esta experiência. No entanto, eu tenho uma doente a quem, se calhar, vou propor começar a fazer. É uma paciente com 54 anos, com crises extremamente frequentes, o que talvez justifique a experimentação com a terapêutica contínua.

O acesso aos tratamentos em Portugal é fácil?

Poucos hospitais em Portugal têm hematina disponível para fazer o tratamento das porfirias. E não há em Portugal nenhum centro
de referência para tratamento de porfirias. Existe, na Europa, o “European Porphyria Initiative”, que é uma rede europeia de referenciação para os doentes portadores de porfiria. Começa na Península Ibérica, sim, mas na fronteira de Portugal com Espanha, em que há um centro em Madrid e outro em Barcelona, espalha-se pela Europa Ocidental e à Europa de Leste.

Não há investigação em Portugal sobre esta doença?


Houve, muito boa! A tese de doutoramento do professor Palma Carlos foi precisamente as porfirias. Ele montou no Hospital de Santa
Maria um centro de estudos de porfirias, com laboratório, com clínicos disponíveis para criarem um grupo de doentes. Eu fiz um pouco parte disso, o professor Palma Carlos foi meu chefe de serviço. Quando ele se reformou, o serviço desmembrou-se. Como referi, há pouco, os hospitais que têm hematina, têm-na porque têm um pequeno núcleo de doentes.

O facto de nem todos terem não tem a ver com o controle de custos das administrações hospitalares?

A hematina não é dos fármacos mais caros. Terá que ver com os hospitais terem doentes referenciados ou não. Mas os doentes não estão referenciados em Portugal.

Não há qualquer referenciação em Portugal? Não se sabe quantos doentes existem?

Não. E, como sempre nestas doenças raras, estarão espalhados pela Medicina Interna, pela Hematologia, Gastrenterologia. Não há uma rede de comunicação estabelecida. Eu tenho quatro doentes, o que implica quatro famílias e não têm a codificação genética feita, porque até há uns dois ou três meses atrás não se fazia em Portugal. Neste momento, temos um colega geneticista laboratorial a trabalhar no Instituto de Medicina Molecular/ GenoMed, que trabalha connosco no Hospital de Santa Maria, e está a fazer um estudo das três porfirias mais frequentes.

Qual é o melhor centro de referência desta doença?


A nível europeu é o francês – “Centre Français des Porphyries”, perto de Paris. Uma das autoridades deste centro, o professor Jean Charles Deybach, vai ser convidado por mim a vir a Portugal brevemente para uma palestra.

Actualmente, faz-se pesquisa sobre novos medicamentos?

Há pesquisa a ser feita na Europa e Estados Unidos sobre medicamentos novos, sobre terapêutica enzimática de substituição.

Quais são os dramas com que se debate uma família de um portador desta doença?

O primeiro drama é chegar ao diagnóstico, não falando das porfirias eritrocitárias, que têm expressão pediátrica e são detectadas pelos pediatras. As porfirias não têm grandes manifestações antes da puberdade. E depois a codificação biológica, ou seja, a demonstração
enzimática da doença… se se fizer o teste durante uma crise os valores podem ser superiores entre 10 a 100 vezes. Se o fizer entre crises os valores estão pouco elevados. E, aliás, em algumas porfirias, outras doenças, a toma de alguns medicamentos pode elevar ligeiramente estas enzimas e induzir em erro. Portanto, o diagnóstico faz-se de uma forma muito directa em plena crise.

E a família, com que consequências se debate?

A primeira consequência é a frustração de não saber o diagnóstico. Por outro lado, a família não tem o conhecimento suficiente para uma acção preventiva, porque não sabe qual é a doença.

A família tem um papel importante na prevenção?

Claro que sim! Por exemplo, uma mãe não deixar uma adolescente fazer uma dieta para ser parecida com a Brooke Shields e ter défices nutricionais, de hidratos de carbono, e poder espoletar uma crise. Ou a família estar muito alerta e dizer sempre ao seu filho adolescente
que não toma medicamento nenhum sem perguntar.

Luís Brito Avô – Coordenador do Núcleo de Estudos de Doenças Raras da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna


Fotosantesedepois.com

Brasil 'perde R$ 7 bi' com gravidez de adolescentes, diz relatório da ONU

Um relatório da ONU afirma que o Brasil deixa de acrescentar US$ 3,5 bilhões (mais de R$ 7 bilhões) à sua riqueza nacional por ano devido à gravidez de milhares de adolescentes.

O documento "O Estado da População Mundial 2013", do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), divulgado nesta quarta-feira, analisa a situação de jovens que dão à luz.

A cada ano, 7,3 milhões de meninas com menos de 18 anos têm filhos em países em desenvolvimento. Destas, 2 milhões têm menos de 14 anos. O texto enfatiza os problemas que isso causa na vida das jovens, com consequências na sua saúde, educação e direitos humanos.

"Em geral, a sociedade culpa as meninas por engravidarem", diz o diretor-executivo da UNFPA, Babatunde Osotimehin. "A realidade é que a gravidez adolescente costuma ser não o resultado de uma escolha deliberada, mas sim a ausência de escolhas, bem como circunstâncias que estão fora do controle da menina. É consequência de pouco ou nenhum acesso a escola, emprego, informação e saúde."

O relatório também fala que as economias nacionais sofrem com as consequências da gravidez considerada precoce.

Riquezas não geradasCitando um estudo feito em 2011 para o Banco Mundial pelos pesquisadores Jad Chaaban e Wendy Cunningham, o UNFPA tenta estimar quanta riqueza países como Quênia, Índia e Brasil deixam de acrescentar às suas economias, dado que as meninas que ficaram grávidas poderiam estar trabalhando e gerando renda.

"O Brasil teria maior produtividade – de mais de US$ 3,5 bilhões – caso meninas adolescentes retardassem sua gravidez até os 20 e poucos anos", diz o documento.

No caso da Índia, esse "ganho" seria de até US$ 7,7 bilhões. No Quênia, a receita "não gerada" é equivalente a todos os ganhos da indústria da construção civil. E, em Uganda, equivale a um terço do PIB do país.

O relatório também afirma que muitas meninas ficam grávidas quando estão no ensino secundário, e acabam abandonando a escola. Isso faz com que o investimento feito pelos países na sua educação primária acabe sendo desperdiçado, já que elas não dão sequência aos seus estudos.

O estudo do Banco Mundial ressalta que, além dos custos econômicos, há também problemas sociais: filhos de mães precoces costumam ter desempenho escolar mais baixo.

O relatório faz ainda algumas considerações sobre os programas de natalidade do Brasil.

"O Brasil é um dos países que avançou para aumentar o acesso a meninas grávidas a tratamentos pré-natal, natal e pós-natal", diz o UNFPA, citando o Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba) como um "centro de referência para gravidez de alto risco na Bahia".

O Iperba tem tratamento especializado para mães adolescentes, que representam 23% do total de suas pacientes.

BBC Brasil

Seminário reúne 500 jovens para debater violência infantojuvenil

Autonomia, realização, superação. Incentivar esses fatores é o objetivo na reunião de 500 jovens vítimas de violência sexual, em Brasília, para trocar suas experiências no 4º Seminário Nacional ViraVida, entre 31 de outubro e 2 de novembro. No primeiro dia, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, assinou o decreto que adota o projeto ViraVida como um programa oficial de políticas públicas do governo distrital, tornando-se piloto para atingir também outros estados.

Com o tema “Poder Jovem – Inovar e Transformar”, o evento pretende mostrar como educação e capacitação profissional podem transformar a vida e resgatar a cidadania dos jovens vítimas de violência. “Esse é um resgaste de vida, não só de autoestima. Esses jovens têm talento, inteligência, precisam apenas de oportunidade para mostrar capacidades”, conta o presidente do Conselho Nacional do Sesi, Jair Meneguelli, ao Promenino. “Eles não vem para o seminário apenas para ouvir palestras sobre experiências, mas sim também mostrar o seu poder”.

Cerca de três mil crianças de escolas públicas do Distrito Federal, além de representantes de instituições públicas, privadas e ONGs, poderão participar das oficinas, palestras e debates sobre questões ligadas à juventude até sábado, relacionando cuidados com a saúde, sexualidade, redes sociais, emprego e empreendedorismo, no seminário.

“Esses jovens mostram diariamente sua autonomia. Temos um jovem que participa do projeto que se tornou professor em mecatrônica, por exemplo. Por isso a troca de experiências como pilar para mostrar que há caminhos de superação”, ressalta Meneguelli.

Durante o seminário, os participantes do projeto escreverão a Carta da Juventude ViraVida, manifesto que expõe os desejos dos participantes por uma sociedade mais justa, democrática e sustentável. O documento será entregue à presidenta Dilma Rousseff.

ViraVida

O 4º Seminário Nacional ViraVida faz parte do projeto ViraVida, criado em 2008, pelo Conselho Nacional do Sesi (Serviço Social da Indústria), que atende jovens com idade entre 16 e 21 anos, de baixa renda e com histórico de violência sexual. Durante um ano, o projeto prepara os beneficiados para o mercado de trabalho, oferecendo cursos técnicos profissionalizantes e educação básica, além de atendimento psicossocial, médico e odontológico. Atualmente, o programa está presente em 23 cidades, de 19 estados brasileiros e já atendeu mais de 3,7 mil jovens.

promenino

Pais escrevem cartas para filhos mortos em tragédias

Adherbal Ferreira perdeu a filha, de 22 anos, na tragédia de Santa Maria (RS)

O pai de Jennefer Ferreira, 22 anos, morta no incêndio na boate Kiss, e a mãe de Caroline Lee, assassinada em um assalto em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, escreveram, a pedido do R7, uma carta para os filhos. Eles relataram a saudade, uma dor e um amor que não terão mais fim.

Adherbal Ferreira fundou a Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia em Santa Maria como uma tentativa de cobrar Justiça após o incêndio que deixou 242 mortos no dia 27 de janeiro deste ano. Ele perdeu Jennefer Ferreira, 22 anos. Em sua carta, ele diz que ainda lembra de pequenos detalhes da filha, como o perfume.

“Querida filha sua falta é enorme, nunca imaginei estar separado assim. Para mim, sua viagem está demorando, não vejo a hora de lhe encontrar. Aqui estou tomando a frente de assuntos relacionados a uma tragédia infeliz. Apesar de dizerem que são 242 jovens, ainda não acredito que você estava lá, minha cabeça está bloqueada para isso.

No máximo quero, devo, preciso, acreditar que você está morando com Deus. Também creio que estás bem e aí é lindo. Seu quarto ainda intacto. As vezes para matar a saudade eu durmo em sua cama, também seu irmão. Ah.. não se preocupe, deixamos tudo arrumadinho, sua mãe sente muito sua falta. Ela fala todos os dias como você era destemida, dirigia muito bem, levava ela ao mercado... Ahhhh guria que falta, queria que voltasse logo. Nunca me afastei de você, é pior assim. Pergunto a Deus por que, mas não ouço resposta. Hoje enfrento o mundo atrás da justiça, pessoas são contra nós, e outros pais, não conseguimos entender, pois eles têm os filhos perto, ali na frente, tocam neles, abraçam, beijam e brigam, o que será que lhes faltam... Será FÉ...?

Filha se vocês estão aí, se isso é verdade, deve haver uma razão, gostaria muito de saber. Eu estou me esforçando para entender. Ainda bem que tenho muita FÉ e acredito infinitamente em Deus e sei que ele é um paizão para vocês e muito melhor que eu, também aprendi que, Ostra feliz não produz pérola, sim ela precisa se irritar e transformar daí produz uma linda pérola. Mas diga a Deus que eu estou aqui à sua disposição para o que der e vier, fico no aguardo de respostas. Filha sua família aqui te ama muito.... Mas muito mesmo. Em breve nos encontraremos. Bem, fico no aguardo de Deus. Beijos e abraços de todos nós EU TE AMO DEMAIS”.


Caroline Lee, de 15 anos, foi morta no dia 21 de outubro de 2012, em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo. A estudante e o namorado dela voltavam a pé de uma festa quando foram abordados por dois dos criminosos na rua Piauí. Um terceiro bandido armado participou da ação. Eles tentaram levar a bolsa de Carolina, porém, ela reagiu e levou dois tiros. Marcos Vinícios Correia Gomes, de 19 anos, Alex Rodrigues Venâncio, de 18, e Claudinei Avelino Modesto, de 18, foram condenados a 33 anos de prisão pelo crime. A mãe de Coroline, Maria Lee, afirma que é difícil escapar da culpa pelo o que ocorreu.

“A Caroline tinha perdido o pai há sete anos. Ela tinha nove anos. Era muito inteligente. Fazia tudo, corria atrás de tudo, violão, inglês, escola. Tinha um lindo futuro. Eu confiava demais nela e me culpo por não ter impedido que ela namorasse. Ele que a convidou para ir a uma festa e decidiu voltar para a casa tarde da noite. Eu não estou falando que ele é culpado, mas ela tinha apenas 15 anos e ele 24. Foram irresponsáveis. Eu vivo uma angustia sem fim porque sei que ela não vai voltar. Fui levar rosas no túmulo dela com o namorado quando fez um ano. Quando eu saí, senti que ela me deu tchau, se despediu.

Filha, você me deixou numa situação muito difícil. Me dê forças de onde você está porque aqui está sendo muito difícil. Você me abandonou. Quem perde um filho sente uma dor que não passa e sei que milhares de pessoas vivem isso. Hoje eu só tenho um filho. Ele me fala que não tem vontade de viver porque perdeu o pai, a irmã e agora só tem eu, que apenas sobrevivo.

Sou recepcionista e sempre trabalhei muito para deixar um bom futuro. Onde ela esteja, eu só quero que você esteja bem e feliz. Vendo as estrelas caírem, como você sempre falava. Sua mãe está triste e sofrendo, mas tento ter força para que vocês não me vejam triste. Espero que esteja em um bom lugar com o seu pai. Com muita luz. Eu te amo”.


R7

'Eles atiravam como loucos', relata sobrevivente de tiroteio em Bangu, RJ

Maria José da Silveira foi atingida por estilhaços na perna, nariz e abdômen.
Criança e PM morreram após tiroteio iniciado dentro do Fórum de Bangu.


Muito abalada e emocionada, a camareira Maria José da Silveira, que foi atingida por estilhaços de balas durante uma tentativa de resgate de presos, no Fórum de Bangu, na Zona Oeste do Rio, na quinta-feira (31), contou como foi a ação dos criminosos, conforme mostrou o RJTV deste sábado (2). "Eu estava sentada na frente e aí o ônibus parou no sinal e eu vi aqueles dois homens saindo do carro, puxando aquela arma grandona e atirando que nem uns loucos", relatou.

A camareira, que foi atingida por estilhaços de bala no abdômen, na perna e no nariz, disse que está abalada e com medo. “Foi muito tiro. Eu não sei que mundo é esse. Eu agradeço a Deus pela minha vida", concluiu.

Durante a ação, Kayo da Silva Costa e o terceiro sargento Alexandre Rodrigues de Oliveira, de 40 anos, morreram após uma tentativa de resgate dos presos. Além de Maria José, outro PM também ficou ferido durante a troca de tiros. Eduardo Gonçalves dos Santos seguia internado no Hospital Albert Schweitzer, em Realengo. Ele foi operado e seu quadro de saúde ainda inspira cuidados.

Homenagem
Na manhã deste sábado (2), amigos e familiares de Kayo fizeram uma homenagem ao menino durante um protesto em Bangu. Ele era jogador da escolinha do clube do bairro. Juamir Farias do Rosário, avô da vítima, declarou que o que aconteceu à sua família "parece um pesadelo". "É entregar nas mão de Deus. Ele era um menino alegre, cheio de sonhos. Está muito difícil para a família. Parece um pesadelo", desabafou.

Os corpos de Kayo e Alexandre foram enterrados na sexta-feira (1º). Além de colegas do futsal do menino, também foram ao enterro colegas da turma da terceira série da Escola Municipal Bangu.

Nove presos
Policiais militares do 14º BPM (Bangu), com o apoio do Batalhão de Operações Especiais (Bope), realizaram uma operação na manhã de sexta-feira (1º) nas favelas Vila Vintém, Curral das Éguas, Minha Deusa e Sete Sete, todas na Zona Oeste do Rio, para prender os responsáveis pelo crime. Nove pessoas foram presas.

G1

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

REALIZATTO - Bagagens

Às 19:00 hs do dia 17.10.2013, hospedei-me no Kubitscheck Plaza Hotel, apenas para dormir, pois havia passado o dia inteiro agravando o que nem merece agravo.

No dia seguinte, sexta feira,  fui informada para retirar todos os meus pertences do apartamento onde estava, pois o hotel estaria lotado.

Como ainda havia tarefas a serem cumpridas em Brasília-DF, só consegui voltar ao hotel às 19:00 horas do dia 18.10.2013.

Retirei minhas duas malas, impressoras, caixas com documentos de trabalho, agendas pastas e documentos comprovantes de pagamentos efetuados.

Quando fui pagar a conta, informaram que não aceitariam cheque, sem nem terem consultado o cheque, e que se eu não fizesse o pagamento em dinheiro ou cartão de crédito, os gerentes desse hotel se apossariam de todos os meus bens, inclusive documentos de trabalho, agendas, jóias, dinheiro, tudo que estivesse em meu poder naquele momento.

Os gerentes do hotel Kubitsheck Plaza foram instados a emitirem um boleto para que eu pudesse efetuar o pagamento, ou informarem a conta bancária do hotel para depósito, mas se negaram a fornecer qualquer dessas opções de pagamento. Perguntados sobre o CNPJ do hotel, também se negaram a responder.

Para completar, depois de se apoderarem de todos os meus bens, dizendo que eu poderia sair apenas com a bolsa e a identidade, formaram que chamaram a viatura da polícia militar  para me conduzir até o 5o. DP de Brasília-DF.

Na delegacia, o escrivão de polícia informou que estava fazendo um Termo Circunstanciado, ao qual eu não tive acesso para ler de qual crime estaria sendo acusada. E, esse escrivão de polícia, ao ser indagado por mim sobre qual delito estava indiciada, respondeu:  "outras fraudes"

Não pude ler o Termo Circunstanciado, e fui obrigada a assinar uma cientificação de comparecimento em juízo. Aliás, foi dito que eu me desse por satisfeita de não estar sendo presa.

Ao final, o escrivão da polícia civil, me disse que os meus bens podem não valer nada, pois depende do juíz, a avaliação.  Quer dizer: ele, escrivão  de polícia sequer cogita a possibilidade de pagamento da dívida. Dá como favas contadas, a apropriação de duas impressoras, jóias, livros e documentos de terceiros, que talvez sejam vendidos a bandidos dos mesmo sistema.

E, mais os dois gerentes do Kubitsheck Plaza, apesar de estarem acusando uma pessoa, não se sabe bem de que, sequer assinaram o tal Termo Circunstanciado, que em síntese tomou lugar do que deveria ser um BO.

Como é sabido, não existe lei que dê amparo à apropriação de todos os bens do hóspede que não paga a conta. O hotel pode penhorar bens até o valor do débito, tornando-se responsável por estes bens.

Pior que isso, é terem vendido o mesmo hotel, ao meu melhor amigo, e depois terem roubado o contrato de compra e venda dentro do mesmo hotel, usando a mesma artimanha, deixaram-no apenas com a roupa do corpo.

É a terra sem lei, como num "far west" . Esta é a capital federal.

Lá, também estou tentando receber um valor depositado em juízo em meu nome, mas que a cada instante e dilapidado, inclusive com subtração dos juros de mora. PODE? Fui levada no carro de polícia porque não tinha dinheiro em espécie para pagar a conta do hotel, mas  não me pagam o que me devem. Constrangimento ilegal e apropriação indébita (que são crimes previstos no Código Penal).

Este é o cenário do Estado de Direito no Brasil.   

    

Postado por Fátima Leme no REALIZATTO em 10/27/2013 12:36:00 PM
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