A grave crise de segurança que atinge as cidades brasileiras é, cada vez mais, um desafio para os educadores. "A situação piorou na sociedade em geral, com ações de gangues e grupos armados e disputas entre traficantes que afetam diretamente a escola", diz a socióloga Miriam Abramovay, de Brasília.
Segundo pesquisa do Instituto Cidadania e da Fundação Perseu Abramo, a violência é o tema que mais preocupa os brasileiros entre 15 e 24 anos (55% do total), à frente de emprego (52%) e da Educação (17%). A pouca importância relativa dada à própria formação evidencia o descompasso entre o ensino e o "mundo lá fora". Segundo Ana Paula Corti, pesquisadora da Ação Educativa, de São Paulo, "a questão está muito presente no horizonte das gerações mais novas, mas as escolas não a incorporaram como fonte de intervenção pedagógica". O desconforto em relação ao assunto é fácil de entender. Trazer os temas do medo e da agressividade para a sala de aula não parece combinar com o papel construtivo e pacificador do universo escolar.
Algumas experiências indicam que vale a pena abandonar essa suposta neutralidade e encarar uma realidade que, de um modo ou de outro, interfere diretamente na vida de todos nós.
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