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sábado, 13 de outubro de 2012
Alunos de todas as escolas afegãs rezam por Malala Yousufzai
Estudante baleada por talibãs por defender o apoio ao ensino feminino teve a bala extraída da medula na última quarta-feira
HYDERABAD - Alunos de todas as escolas afegãs estão em vigília neste sábado, rezando pela recuperação da estudante paquistanesa de 14 anos, Malala Yousufzai, baleada na cabeça na última terça-feira por talibãs, por defender o apoio para a educação das mulheres.
— Cerca de 9,5 milhões de estudantes das 15.500 escolas e centros educativos do país oram por sua recuperação antes do início das aulas — disse o porta-voz do Ministério da Educação, Amanulá Aman.
A jovem defensora dos direitos das meninas no Paquistão está em estado grave depois que a bala que estava alojada perto de sua medula foi retirada, na madrugada de quarta-feira. Um porta-voz militar, o major Asim Saleem Bajwa, informou que ela continua inconsciente e respirando com ajuda de aparelhos, mas a quantidade de sedativos foi diminuída e, como resultado, ela apresentou movimentos nas mãos e nos pés.
O ministro da Educação afegão, Ghulam Faruq Wardak, também participou das homenagens a Malala em uma escola em Cabul.
Segundo Aman, o ministro assegurou que os estudantes afegãos fazem o mesmo caminho para a escola por onde Malala passava e se solidarizou com a dor de muitas estudantes que veem como os insurgentes atacam os centros de ensino.
Durante o governo talibã (1996-2001), o ensino feminino era proibido, decisão respaldada por uma interpretação fundamentalista do Islã. Neste período as mulheres deviam se ocupar unicamente das tarefas domésticas e cobrir seus rostos.
A presença de tropas internacionais no Afeganistão não impediu ataques dos talibãs a professoras, diretoras de colégio ou centros de ensino, sendo o último exemplo o de Malala, que foi baleada no transporte escolar a caminho de casa, na zona de Swat, região norte do Paquistão. A jovem adquiriu notoriedade há três anos, quando foi revelada sua identidade por trás de um blog, que durante meses relatou as atrocidades cometidas por talibãs paquistaneses proibindo a educação de meninas sob seu controle.
De acordo com o jornal “Express Tribune”, os médicos descartaram nas últimas horas que Malala sofra danos cerebrais e um porta-voz afirmou que as 48 horas seguintes à operação seriam fundamentais para a evolução de seu quadro.
O Globo
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