segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Menino de 2 anos de vilarejo na Guiné começou surto de ebola na África, dizem cientistas


"Paciente zero" morreu em dezembro, após febre alta e diarreia. Epidemia já matou quase mil pessoas

RIO - Depois de mais de seis meses e quase mil mortes desde o início do surto de ebola no Oeste da África, cientistas anunciaram terem descoberto o que seria o “paciente zero” que deu início à epidemia. Ele seria um menino de dois anos, que teria contraído o vírus em uma aldeia em Guéckédou, no sudeste da Guiné, e morrido no dia 6 de dezembro do ano passado, poucos dias depois de ter febre, com vômitos e diarreia.

De acordo com os especialistas, a doença teria se espalhado então para a mãe da criança, além da irmã de 3 anos e a avó, antes de se transferir para um profissional de saúde a partir de Guéckédou.

O estudo, publicado na revista "New England Journal of Medicine", traçou o caminho do ebola através da revisão de documentações hospitalares e entrevistas com famílias afetadas, pacientes com suspeita de doença e habitantes de aldeias na região entre Libéria, Guiné e Serra Leoa, que concentra cerca de 70% dos casos.

O vírus é transmitido por fluidos corporais, o que agrava a situação em hospitais com pouca infraestrutura na África Ocidental. Os cientistas acreditam que o contágio a infecção do primeiro profissional de saúde na Guiné “parece ter provocado a disseminação do vírus para Macenta, Nzérékoré, e Kissidougou em fevereiro 2014 ". Em março a Organização Mundial da Saúde (OMS) já havia sido notificada de que "uma doença contagiosa" se espalhou pela Guiné. No entanto, não foi possível identificá-la como ebola ainda naquele mês.

O estudo levantou ao menos duas hipóteses para a causa principal da epidemia. De acordo com os cientistas, há chances de a criança ter ingerido frutas contaminadas por fezes de morcego ou recebido uma injeção com uma agulha contaminada. No primeiro caso, o ebola teria sido carregado por morcegos usados como vetor do vírus.

Se a contaminação através de uma agulha for a causa, o mais provável é que tenha havido um caso anterior de infecção que não registrado.

O Globo

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