segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Estado monta base de prevenção de acidentes causados pela chuva em Nova Friburgo



Rio - O Governo do Estado montou uma base de operações da Defesa Civil estadual no centro de Nova Friburgo, na Região Serrana, para realizar ações preventivas em decorrência das chuvas que deixaram a cidade em estado de alerta na tarde deste domingo. O Centro de Comando e Controle - que funciona em parceria com a Defesa Civil municipal, a Cruz Vermelha, o Sistema de Meteorologia do Estado do Rio de Janeiro (Simerj), o DRM, o Instituto Estado do Ambiente (Inea) - monitora todas as áreas de risco da cidade.

Durante coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira, na Prefeitura de Friburgo, o secretário estadual de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, informou que o sistema de comando de incidentes instalado na sede da Defesa Civil municipal agrega informações de todas as organizações estaduais, municipais e civis e facilita a tomada de decisões durante emergências.

"Estamos disponibilizando todos os recursos materiais e humanos em um trabalho conjunto. Nós estamos a muitos espaços de um desastre configurado como o do ano passado. Trabalhamos na administração do risco do que pode acontecer", afirmou o coronel.

Em 48 horas, choveu em Friburgo o esperado para todo o mês de janeiro. O município já recebeu 100 mm de volume de chuva. Sirenes que alertam os moradores sobre risco de enchentes e desabamento foram acionadas em 15 comunidades. Em Nova Friburgo, foram instaladas 35 sirenes em 20 áreas. Cerca de 150 pessoas saíram de suas residências depois dos alertas e se dirigiram aos 98 pontos de apoio da cidade, onde são orientadas pelos técnicos das defesas civis. O total de sirenes no Estado do Rio de Janeiro é de 72 unidades, com 41 regiões atendidas.

O trabalho conta com 24 integrantes do Departamento Geral de Defesa Civil Estadual e 15 bombeiros militares do município, atuando com oito viaturas, dois caminhões e seis de pequeno porte, 4x4. Quatro equipes da Defesa Civil estadual, junto com a Defesa Civil municipal, percorreram as comunidades em risco, para alertar e orientar os moradores.

Ações de prevenção em todo o estado

O Governo do Estado apresentou um plano de prevenção para 31 municípios que apresentam áreas de risco em casos de chuvas fortes. As regiões foram mapeadas pelo Serviço Geológico do Estado ao longo do ano passado. De acordo com o levantamento, existem 7.683 casas ameaçadas, totalizando cerca de 32 mil pessoas expostas aos riscos de desabamento e deslizamento.

Quatro municípios em alerta máximo

Além das cidades de Nova Friburgo, na Região Serrana, e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, os municípios de São João de Meriti, na Baixada, e Macaé, no Norte Fluminense, também entraram em alerta máximo por conta do aumento do nível dos rios nesses municípios, de acordo com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Desde a manhã São João de Meriti e Macaé já estavam em alerta (um abaixo do alerta máximo), por conta das chuvas que caem incessantemente. Já a cidade de Petrópolis, na Região Serrana segue em estado de alerta. Nilópolis, Mesquita, Belford Roxo e Nova Iguaçu, na Baixada, e Teresópolis, na Região Serrana, estão em estado de atenção (dois abaixo). Em Três Rios, na região central do estado, que não faz parte do sistema de alerta de cheias, a Defesa Civil também opera em estado de alerta.

O sistema de alerta de cheias é diferente do sistema de classificação de risco adotado pela Defesa Civil e leva em consideração apenas o nível dos rios monitorados pelo Inea.

Ocorrências pelo estado

Na tarde desta segunda-feira, a Defesa Civil de Petrópolis divulgou que foram atendidas 128 ocorrências causadas pela chuva desde o começo das chuvas. Na Estrada da Saudade (Caminho do Fragoso, sem número), um deslizamento de terra interditou a via. Em Pedro do Rio, dois quilômetros após a entrada do distrito, um deslizamento interditou a principal via. Durante as últimas 24 horas, o maior volume de precipitação registrado passou a ser na Avenida Barão do Rio Branco, com índice pluviométrico de 114 milímetros até o momento.

Também durante a tarde, a Defesa Civil de Nova Friburgo informou que as chuvas que fazem a cidade estar em alerta máximo desde a tarde desta domingo, não deixaram vítimas. Não foi divulgado o número de ocorrências contabilizadas na cidade.

Uma árvore caiu nesta segunda-feira sobre a rodovia RJ-116, um dos principais acessos à Nova Friburgo, onde o trânsito é feito em meia pista na altura de Cachoeiras de Macacu. Em Duas Pedras, o trânsito também está em meia pista por causa do excesso de lama nas pistas. Nenhum acidente grave foi registrado durante a madrugada pelo Batalhão de Polícia Rodoviária da Polícia Militar.

Em Duque de Caxias, o Rio Saracuruna transbordou na tarde desta segunda-feira, chegando a dois metros acima do seu nível. As 2 mil famílias do bairro da Vila Uruçai estão sendo orientadas a deixas suas casas. A Defesa Civil municipal vai realizar uma nova medição no rio e se for confirmado o aumento de nível os moradores serão encaminhados para escolas da região. Uma igreja e uma escola estão de prontidão para receber a população.

A Região Sul-Fluminense também sofre com as chuva desde o último sábado. Em Miguel Pereira, a Defesa Civil divulgou balanço informando que 50 pessoas estão desalojadas e outras 30 desabrigadas. Um homem morreu ao entrar em pânico durante uma queda de barreira. Dez casas foram interditadas. Em Barra do Piraí, cinco casas foram interditadas no bairro Santo Antônio. Não há feridos.

Desalojados em Friburgo

Pelo menos 150 pessoas estão desalojadas em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio de Janeiro, por conta das chuvas que atingem a cidade há mais de 24 horas. O coronel João Paulo Mori, coordenador da Defesa Civil do município, disse nesta segunda-feira que esse é o número de moradores que foram atendidos nos 90 pontos de apoio montados pela prefeitura para receber a população em casos de riscos de enchentes ou deslizamentos.

Ele acredita que o total de atingidos possa ser ainda maior, já que outras pessoas podem ter deixado suas casas e buscado apoio em residências de parentes ou amigos. De acordo com o coronel, a Defesa Civil permanece em estado de alerta. “A chuva aqui é constante e, em alguns pontos, tivemos acumulado um volume superior a 100 milímetros. Isso é preocupante porque hoje Nova Friburgo é um município muito vulnerável. A Defesa Civil está totalmente de prontidão”, afirmou.

O coronel Mori informou que foram acionadas sirenes de alerta para risco de inundações e desabamentos em 14 das 20 comunidades que contam com o serviço. Segundo ele, o bairro de Córrego Dantas é o que mais preocupa as autoridades no momento.

“A situação ali merece maior atenção porque, além do problema das encostas, tem também o risco de enchentes”, explicou. O rio que passa pelo local transbordou na madrugada desta segunda-feira. Ele acrescentou que 24 técnicos, dois caminhões e seis automóveis com tração nas quatro rodas da Defesa Civil estadual foram deslocados para reforçar os trabalhos no município.

Em janeiro de 2011, a Região Serrana do Rio de Janeiro registrou a maior tragédia climática do País. Uma série de deslizamentos de terra e enchentes mataram mais de 900 pessoas e deixaram quase 400 desaparecidas. Na époica, as cidades mais atingidas foram Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Sumidouro, São José do Vale do Rio Preto, Bom Jardim e Areal.

Tempo ruim no Estado

O tempo deve permanecer nublado e chuvoso durante esta segunda-feira em todo o Estado. Para as próximas 24 horas, o Centro de Operações do Rio destaca a permanência da Zona de Convergência do Atlântico Sul, que provoca pancadas de chuva, e mantém o clima instável. A região que mais choveu na madrugada desta segunda-feira no Rio foi Sepetiba, na Zona Oeste. Houve temporal ainda em Santa Cruz, também na Zona Oeste, e Irajá, na Zona Norte.

Colaboraram Bruno Guedes, Marcos Galvão e Mariana Moura


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