sábado, 7 de janeiro de 2012

Polícia prende 35 pessoas na Cracolândia; entre elas está um grupo traficantes

Mais de 1.250 pessoas já foram abordadas pela PM ao longo dos últimos quatro dias

A operação na Cracolândia, no centro de São Paulo, já prendeu 35 - entre eles, 20 foragidos da Justiça - e abordou 1.258 pessoas ao longo dos últimos quatro dias. Os números foram divulgados na manhã deste sábado (7) pela Polícia Militar.

Na quarta madrugada consecutiva, policiais militares do Batalhão de Choque e do 13º Batalhão de Área detiveram um grupo de sete supostos traficantes que mantinha um ponto de venda de droga em uma pensão na altura do nº 55 da rua Helvétia.

Com os detidos, nenhum deles portando documentos e todos aparentemente maiores de 18 anos, os policiais apreenderam um total de 520 pedras de crack, R$ 1.500 em dinheiro, três balanças (duas digitais), 18 relógios, possivelmente roubados, e material diverso para embalagem e consumo do crack. O grupo foi encaminhado para o plantão do 77º Distrito Policial, de Santa Cecília. Três dos homens levados para a delegacia acabaram liberados pois a polícia entendeu que eles não tinham envolvimento com o tráfico.

Foram realizadas também 80 abordagens sociais e cinco encaminhamentos para hospitais. Até a manhã deste sábado, houve 214 abordagens de agentes de saúde e 12 pessoas foram encaminhadas para serviços de saúde. Não houve encaminhamento de pacientes para tratamento de saúde mental.

Esta é a primeira fase de um projeto de recuperação dos usuários que se instalaram no centro. Ela deverá ser seguida pela atuação de agentes sociais e de saúde.

O objetivo é combater o tráfico de drogas na região, diminuir a criminalidade e recuperar as áreas degradadas. Não há previsão para que a operação acabe. A prefeitura promete construir um centro para tratamento e alojamento de usuários de drogas, que será localizado na rua Prates.

Dispersão

Com a ação, os usuários de crack não desapareceram da região. Simplesmente, dispersaram-se e passaram a forma pequenos grupos em outros locais da região central da capital paulista.

Na manhã de quarta-feira (4), na rua Helvétia, local onde os usuários se concentravam, grupos pequenos de viciados perambulavam pela via. Nas ruas próximas, vagavam em pequenos grupos e dormiam em locais como a praça Princesa Isabel.

Comerciantes

Apesar da presença da PM, os comerciantes da região dizem ter medo que os usuários voltem para a Helvétia ou tomem outra via da área. Luiz e Maria (que não quiseram divulgar os sobrenomes), de 50 e 33 anos, tem um posto de recarga de celular na rua Barão de Piracicaba, próxima à rua Helvétia.

Quando o R7 esteve no local, nesta manhã, encontrou um grupo com cerca de dez usuários perto da lojinha. Eles dormiam na calçada em frente ao comércio e consumiam crack mesmo com a ação da polícia.

Os dois comerciantes disseram que estão receosos de que os usuários ocupem a rua quando a Polícia Militar deixar a região. Ainda assim, Luiz diz ter esperança de que a situação melhore.

- Hoje a situação está ótima, mas é difícil dizer, porque eles [usuários] vão e voltam para a região. Ainda assim, temos que ter esperança de que melhore.

Limpeza

Durante a operação, que já dura três dias, foram recolhidas 15 toneladas de resíduos espalhados pelas principais vias da região. A subprefeitura informou também que os bueiros e as ruas da região passaram por lavagem completa. Para tanto, foram utilizados nove veículos entre caminhões-pipa, coletores e tratores com pá carregadeira.

R7

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