O líder da minoria republicana na Câmara de Representantes dos EUA, John Boehner, acusou a presidente do Congresso americano, Nancy Pelosi, e outros líderes democratas, de terem conhecimento de práticas violentas em interrogatórios e não levantarem qualquer questionamento sobre elas, de acordo com informações publicadas nesta sexta-feira pelo jornal "New York Times". Pelosi negou a acusação.
- Eu vi uma lista parcial com nomes de membros da Câmara e do Senado, democratas e republicanos, que foram informados sobre esses métodos de interrogatório e não disseram uma palavra em contrário naquele tempo - disse Boehner, que representa Ohio. - Acho que vamos ouvir mais e mais sobre a grande questão aqui: a guerra contra o terror depois do 11 de Setembro foi feita com base bipartidária em várias frentes. E a grande história ainda surgirá - acrescentou o parlamentar.
Pelosi se defendeu argumentando ter sido comunicada sobre a justificativa legal apresentada pelo governo dos EUA para o uso do "waterboarding" (técnica que simula afogamento), mas que autoridades jamais cumpriram a promessa de avisar quando a técnica seria efetivamente usada em interrogatórios.
- Não fomos avisados de que o waterboarding ou qualquer outra técnica aprimorada de interrogatório era usado - defendeu-se Pelosi.
A presidente do Congresso fez mais: está promovendo campanha pela instauração de uma comissão de inquérito para analisar a questão da tortura nas prisões administradas pelos EUA durante a guerra contra o terror. Republicanos, outros democratas e até o presidente Barack Obama fazem oposição ao painel. O argumento de Obama: uma investigação especial neste momento comprometeria grande parte do tempo e da energia que ele pretende dedicar às suas ambiciosas políticas em meio a uma grave crise econômica.
Esta semana, Obama deixou em aberto a possibilidade de processar criminalmente autoridades da era Bush responsáveis por criar bases legais para a prática de controversas técnicas de interrogatório.
Para Manfred Nowak, uma das mais importantes autoridades antitortura da ONU, os EUA são obrigados, segundo a Convenção das Nações Unidas, a processar as autoridades do governo anterior que aprovaram as controversas práticas de interrogatório.
Um relatório de um comitê do Senado americano concluiu que as técnicas foram aprovadas em 2002 pelo governo e tiveram o aval dos então secretários: Condoleezza Rice (Estado), Donald Rumsfeld (Defesa) e John Ashcroft (Justiça), e do vice-presidente Dick Cheney .
Segundo a União Americana pelas Liberdades Civis (em inglês, American Civil Liberties Union), o Departamento de Defesa vai liberar um "número substancial" de fotos mostrando abuso de prisioneiros em centros de detenção no Iraque e no Afeganistão.
A invasão do Iraque pelos Estados Unidos foi marcada no início de 2004 por notícias de torturas inflingidas aos prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib em Bagdade, por parte das tropas Norte-americanas. A opinião pública mundial ficou chocada quando foram divulgadas fotos de prisioneiros a serem humilhados e a sofrerem várias formas de tortura física e psicológica.
Desde cães utilizados para aterrorizar os prisioneiros, mulheres obrigadas a despirem-se em frente aos guardas e grupos de presos obrigados a posar nus e a práticas sexuais em grupo.
Há documentos que registam: guardas a urinar nos presos, a saltar e a pontapear uma fractura exposta de um prisioneiro de modo a que esta não curou devidamente, guardas a sodomizar detidos com bastões e iraquianos amarrados com cordas a serem arrastados pelo chão.
Hashem Muhsen, um dos presos da pirâmide humana ao lado contou aos jornalistas como foi obrigado e despir-se e juntamente com outros prisioneiros a rastejar nu pelo chão para satisfação dos guardas americanos. Alguns dos iraquianos foram sujeitos a outra forma de tortura e humilhação, depois de despidos foram forçados a cobrir o corpo e a cara com fezes. Ao preso da primeira foto deste artigo, foi-lhe dito que apanharia uma enorme descarga eléctrica se ele se movesse de cima do caixote, tendo este estado naquela posição durante várias horas.
Os acontecimentos na prisão de Abu Ghraib foram um dos mais negros episódios da invasão norte-americana do Iraque, não existindo dados concretos sobre o número de vítimas.
- Eu vi uma lista parcial com nomes de membros da Câmara e do Senado, democratas e republicanos, que foram informados sobre esses métodos de interrogatório e não disseram uma palavra em contrário naquele tempo - disse Boehner, que representa Ohio. - Acho que vamos ouvir mais e mais sobre a grande questão aqui: a guerra contra o terror depois do 11 de Setembro foi feita com base bipartidária em várias frentes. E a grande história ainda surgirá - acrescentou o parlamentar.
Pelosi se defendeu argumentando ter sido comunicada sobre a justificativa legal apresentada pelo governo dos EUA para o uso do "waterboarding" (técnica que simula afogamento), mas que autoridades jamais cumpriram a promessa de avisar quando a técnica seria efetivamente usada em interrogatórios.
- Não fomos avisados de que o waterboarding ou qualquer outra técnica aprimorada de interrogatório era usado - defendeu-se Pelosi.
A presidente do Congresso fez mais: está promovendo campanha pela instauração de uma comissão de inquérito para analisar a questão da tortura nas prisões administradas pelos EUA durante a guerra contra o terror. Republicanos, outros democratas e até o presidente Barack Obama fazem oposição ao painel. O argumento de Obama: uma investigação especial neste momento comprometeria grande parte do tempo e da energia que ele pretende dedicar às suas ambiciosas políticas em meio a uma grave crise econômica.
Esta semana, Obama deixou em aberto a possibilidade de processar criminalmente autoridades da era Bush responsáveis por criar bases legais para a prática de controversas técnicas de interrogatório.
Para Manfred Nowak, uma das mais importantes autoridades antitortura da ONU, os EUA são obrigados, segundo a Convenção das Nações Unidas, a processar as autoridades do governo anterior que aprovaram as controversas práticas de interrogatório.
Um relatório de um comitê do Senado americano concluiu que as técnicas foram aprovadas em 2002 pelo governo e tiveram o aval dos então secretários: Condoleezza Rice (Estado), Donald Rumsfeld (Defesa) e John Ashcroft (Justiça), e do vice-presidente Dick Cheney .
Segundo a União Americana pelas Liberdades Civis (em inglês, American Civil Liberties Union), o Departamento de Defesa vai liberar um "número substancial" de fotos mostrando abuso de prisioneiros em centros de detenção no Iraque e no Afeganistão.
A invasão do Iraque pelos Estados Unidos foi marcada no início de 2004 por notícias de torturas inflingidas aos prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib em Bagdade, por parte das tropas Norte-americanas. A opinião pública mundial ficou chocada quando foram divulgadas fotos de prisioneiros a serem humilhados e a sofrerem várias formas de tortura física e psicológica.
Desde cães utilizados para aterrorizar os prisioneiros, mulheres obrigadas a despirem-se em frente aos guardas e grupos de presos obrigados a posar nus e a práticas sexuais em grupo.
Há documentos que registam: guardas a urinar nos presos, a saltar e a pontapear uma fractura exposta de um prisioneiro de modo a que esta não curou devidamente, guardas a sodomizar detidos com bastões e iraquianos amarrados com cordas a serem arrastados pelo chão.
Hashem Muhsen, um dos presos da pirâmide humana ao lado contou aos jornalistas como foi obrigado e despir-se e juntamente com outros prisioneiros a rastejar nu pelo chão para satisfação dos guardas americanos. Alguns dos iraquianos foram sujeitos a outra forma de tortura e humilhação, depois de despidos foram forçados a cobrir o corpo e a cara com fezes. Ao preso da primeira foto deste artigo, foi-lhe dito que apanharia uma enorme descarga eléctrica se ele se movesse de cima do caixote, tendo este estado naquela posição durante várias horas.
Os acontecimentos na prisão de Abu Ghraib foram um dos mais negros episódios da invasão norte-americana do Iraque, não existindo dados concretos sobre o número de vítimas.
Fonte: O Globo
Fotos: Tortura
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