Renata Pontes era a delegada de plantão quando a menina foi morta.
Depois de meses sem falar sobre o caso, ela revela a ÉPOCA as evidências que pesam sobre os acusados, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá
No começo das investigações, Renata não esperou pelos laudos. Foi direto aos peritos. “Fiz várias reuniões com eles. Estive no IML e saí às 3 horas manhã”. Eram seis médicos, cada um explicando conclusões ligadas a sua especialidade. “As provas convergiam, uma encaixava na outra”, diz Renata. Os peritos concluíram que Alexandre entrou no apartamento com a filha no colo, sangrando, e a atirou no chão, junto do sofá. As manchas de sangue da entrada da sala até o sofá são compatíveis com essa situação.
Sobre o ferimento na testa: a menina viajava atrás do pai, que dirigia, com Anna no banco a seu lado. Renata concluiu que foi Anna quem acertou a menina na testa, erguendo o braço esquerdo. Uma hipótese é que tenha usado a chave tetra do apartamento – compatível com o ferimento. Isabella também tinha lesões na parte interna da boca e nos lábios. Sinal de que alguém comprimiu sua boca com força. Concluiu-se que Alexandre fez isso para impedir que Isabella chorasse alto ou gritasse enquanto a levava, no colo, para o apartamento.
Em 29 de abril, Renata Pontes terminou o inquérito e pediu a prisão preventiva do casal. Alexandre e Anna estão presos, à espera de julgamento. O advogado do casal, Marco Pólo Levorin, acusa a polícia de ter “criado e imaginado” os fatos e de ter sido tendenciosa. Diz deduzir, de um laudo oficial, que Isabella não foi esganada e que a asfixia deveu-se à queda. Afirma existir outro laudo, segundo o qual Alexandre não poderia, sozinho, ter jogado a menina pela janela. “Os fatos não poderiam ter ocorrido como foram demonstrados”, afirma. Para ele, a perícia oficial só comprovou a existência de sangue humano em quatro peças de roupa, o que exclui o apartamento, o carro e a fralda lavada. As peças, diz Levorin, são a calça de Isabella, uma blusa feminina, uma bermuda e uma camiseta de manga longa, encontrada no apartamento vizinho. Para ele, a camiseta “é da terceira pessoa”, o autor do crime. Levorin diz que não foram investigadas “possíveis rotas de fuga” dessa terceira pessoa. Afirma ter provas de que uma casa, que dá para os fundos do prédio, foi arrombada na noite do crime. Diz ainda que a polícia não investigou funcionários e prestadores de serviço do prédio.
Com o fim do inquérito, a foto de Isabella saiu da mesa de trabalho de Renata – e foi para seu apartamento. “A foto era para me dar motivação. Para ter forças, ficar sem dormir e seguir investigando, eu pensava na mãe que não podia mais beijar sua filha”. Pediu à mãe da menina, Ana Carolina de Oliveira, fotos para colocar no inquérito. A professora Paula Cristiane de Aquino, da Escola Isaac Newton, onde Isabella estudava, levou cerca de cem fotos. Nesse dia, Renata, que é solteira, se emocionou. Colocou no inquérito 20 fotos de Isabella. A primeira é do dia do nascimento. A última, da menina morta.
No começo das investigações, Renata não esperou pelos laudos. Foi direto aos peritos. “Fiz várias reuniões com eles. Estive no IML e saí às 3 horas manhã”. Eram seis médicos, cada um explicando conclusões ligadas a sua especialidade. “As provas convergiam, uma encaixava na outra”, diz Renata. Os peritos concluíram que Alexandre entrou no apartamento com a filha no colo, sangrando, e a atirou no chão, junto do sofá. As manchas de sangue da entrada da sala até o sofá são compatíveis com essa situação.
Sobre o ferimento na testa: a menina viajava atrás do pai, que dirigia, com Anna no banco a seu lado. Renata concluiu que foi Anna quem acertou a menina na testa, erguendo o braço esquerdo. Uma hipótese é que tenha usado a chave tetra do apartamento – compatível com o ferimento. Isabella também tinha lesões na parte interna da boca e nos lábios. Sinal de que alguém comprimiu sua boca com força. Concluiu-se que Alexandre fez isso para impedir que Isabella chorasse alto ou gritasse enquanto a levava, no colo, para o apartamento.
Em 29 de abril, Renata Pontes terminou o inquérito e pediu a prisão preventiva do casal. Alexandre e Anna estão presos, à espera de julgamento. O advogado do casal, Marco Pólo Levorin, acusa a polícia de ter “criado e imaginado” os fatos e de ter sido tendenciosa. Diz deduzir, de um laudo oficial, que Isabella não foi esganada e que a asfixia deveu-se à queda. Afirma existir outro laudo, segundo o qual Alexandre não poderia, sozinho, ter jogado a menina pela janela. “Os fatos não poderiam ter ocorrido como foram demonstrados”, afirma. Para ele, a perícia oficial só comprovou a existência de sangue humano em quatro peças de roupa, o que exclui o apartamento, o carro e a fralda lavada. As peças, diz Levorin, são a calça de Isabella, uma blusa feminina, uma bermuda e uma camiseta de manga longa, encontrada no apartamento vizinho. Para ele, a camiseta “é da terceira pessoa”, o autor do crime. Levorin diz que não foram investigadas “possíveis rotas de fuga” dessa terceira pessoa. Afirma ter provas de que uma casa, que dá para os fundos do prédio, foi arrombada na noite do crime. Diz ainda que a polícia não investigou funcionários e prestadores de serviço do prédio.
Com o fim do inquérito, a foto de Isabella saiu da mesa de trabalho de Renata – e foi para seu apartamento. “A foto era para me dar motivação. Para ter forças, ficar sem dormir e seguir investigando, eu pensava na mãe que não podia mais beijar sua filha”. Pediu à mãe da menina, Ana Carolina de Oliveira, fotos para colocar no inquérito. A professora Paula Cristiane de Aquino, da Escola Isaac Newton, onde Isabella estudava, levou cerca de cem fotos. Nesse dia, Renata, que é solteira, se emocionou. Colocou no inquérito 20 fotos de Isabella. A primeira é do dia do nascimento. A última, da menina morta.
Neste link, você pode ver ainda um resumo do caso.Vale a pena relembrar.
Esta notícia foi gentilmente enviada por nossa amiga e leitora Celia Ruiz
Retirada da revista Época
Escrita por Valdir Sanches