sábado, 24 de novembro de 2012

Mãe de Eliza ajoelha, chora e se diz 'aliviada'; veja repercussão


Sônia Moura ficou emocionada com a leitura da sentença pela juíza.
Pena de Macarrão foi de 15 anos por morte; Fernanda pegou 5, por cárcere


A mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, se ajoelhou, chorou e disse estar "aliviada", na noite de sexta-feira (23), no plenário do Tribunal do Júri de Contagem, em Minas Gerais. Ela deu a declaração logo após a juíza Marixa Fabiane Rodrigues confirmar a condenação de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, pela morte da filha. Para a Justiça, Eliza foi morta em junho de 2010. O corpo nunca foi encontrado.

Além de Macarrão, o júri condenou Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, por participação nas ações que resultaram na morte de Eliza, ex-amante do jogador.

O amigo do goleiro foi condenado a pena de 15 anos de prisão, sendo 12 em regime fechado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, asfixia e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima), e 3 em regime aberto, pelo sequestro e cárcere privado. Ele foi absolvido da acusação de ocultação do cadáver de Eliza. Ao ouvir a decisão, Macarrão chorou.

Fernanda foi culpada por dois crimes de sequestro e cárcere privado - de Eliza Samudio e de seu filho, Bruninho. Ela foi condenada à pena de 5 anos, a ser cumprida em regime aberto.

Resultado esperado
A advogada Carla Silene, defensora de Fernanda, disse na madrugada deste sábado (24) que sua cliente já esperava ser condenada no tribunal. "Dentro do contexto que se apresentou, ela já esperava esse resultado”, declarou. "Ela não volta para cadeia."

Carla adiantou que vai recorrer da decisão proferida pela juíza Marixa. "Assim como recorremos da pronúncia e ainda não transitou em julgado, vamos recorrer também deste julgamento", disse.

Segundo a defensora, a ex-namorada de Bruno saiu do Fórum de Contagem com a "cabeça erguida", apesar de "emocionalmente abalada". A advogada ressaltou que a grande vitória de sua cliente ocorreu fora do plenário. Para Carla, o maior mérito neste caso para Fernanda foi não ter sido pronunciada pelo crime de homicídio.

Goleiro 'não escapa', diz promotor
Após o júri, na madrugada de sábado, o promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos de Castro disse que "não há escapatória para ele [Bruno]". "Tenho certeza que a pena para ele tem que ser uma pena significativa”, afirmou, fazendo uma comparação com a condenação de Macarrão.

O promotor disse estar “feliz com a decisão”. “O resultado foi conforme eu esperava”, afirmou. Castro ressaltou, no entanto, que não houve vitória, já que Eliza está morta.

Questionado sobre o que vai acontecer com o goleiro Bruno, que também é reu no caso, o promotor respondeu, que se Macarrão foi condenado, "é claro que a [sentença] do Bruno tem que começar por aí”.

O atleta vai ser julgado em Contagem no dia 4 de março de 2013, junto com o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, e Dayanne Rodrigues, ex-mulher do jogador. Os três réus tiveram seu júri adiado.

Advogado quer confissão de Bruno
Para o advogado José Arteiro Cavalcante Lima, que representa a mãe de Eliza e foi assistente do promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, o goleiro Bruno deveria confessar sua participação no crime contra Eliza. "A melhor coisa para o Bruno é a confissão", disse ele, no sábado.

Lima ainda disse que iria comemorar a sentença, após o fim do julgamento. “Agora eu vou comer macarrão”, declarou, em tom de deboche, enquanto deixava o Fórum de Contagem.

O assistente de acusação criticou a postura dos defensores de Bruno, que teve o júri adiado e vai ser julgado apenas em 4 de março de 2013. “O advogados dele não sabem trabalhar. Quem sabe sabe. Quem não sabe bate palma para quem sabe”, disse, referindo-se à condenação de Macarrão e de Fernanda.

Julgamento
Os jurados saíram do plenário em direção à sala secreta às 21h de sexta-feira, e voltaram depois de mais de duas horas.

Durante esse período, eles responderam a quesitos preparados pela juíza, com a concordância de advogados e do promotor.

Com respostas "sim" e "não", os jurados decidiram se os réus cometeram o crime, se podem ser considerados culpados e se há agravantes ou atenuantes, como ser réu primário. Em seguida, a magistrada Marixa Fabiane redigiu a sentença.

O júri popular, que teve início com cinco réus, acabou com apenas dois acusados: Macarrão e Fernanda.

O jogador Bruno Fernandes de Souza, que era goleiro titular do Flamengo, é acusado de ter arquitetado a morte da ex-amante, em 2010, para não ter de reconhecer o filho que teve com Eliza nem pagar pensão alimentícia.

Bruno, a sua ex-mulher Dayanne Rodrigues e o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, tiveram o júri desmembrado pela juíza Marixa e serão julgados em 2013.

Crime arquitetado
Em sua decisão, a juíza Marixa afirmou que o crime foi uma "execução meticulosamente arquitetada" e que os acusados agiram com "perversidade" e que a culpabilidade é "acentuada".

A juíza fixou a pena base de 20 anos contra Macarrão pelo homicídio, que foi atenuada por sua confissão. "Embora a confissão do réu seja parcial, ela encontra especial valor", afirmou a magistrada, na sentença. "A admissão do réu de que realmente levou Eliza para o encontro com a morte foi de extrema relevância para tirar do conselho de sentença qualquer dúvida. Prestigio a sua confissão em plenário para reduzir a pena aplicada para o mínimo legal."

A juíza disse que, mesmo antes do júri, tinha a convicção de que houve o crime com base na "prova indireta e que Eliza Samudio de fato havia sido brutalmente assassinada". "No entanto, alguns advogados dos corréus, no seu regular exercício da defesa, semearam de forma exitosa a dúvida na mente de milhares de pessoas que, ao longo de dois anos e cinco meses, se questionavam e se perguntavam se Eliza Samudio estava realmente morta", afirmou.

Quanto a Fernanda, a juíza entendeu que ela é primária e tem bons antecedentes, possui ocupação lícita e se dedica a trabalhos sociais, mas sua conduta é "altamente reprovável".

"Embora fugindo do conhecimento de que o destino de Eliza era a morte, prestou inestimável auxílio aos demais envolvidos, não se preocupando com o destino daquela própria moça", afirmou. "Seu sequestro foi o prelúdio de seu extermínio".

'Justiça na dosagem'
O promotor Henry Wagner de Castro afirmou, após a leitura da sentença, que a Promotoria não vai recorrer da pena "porque entende que houve justiça na dosagem". Ele projetou possível pena para o goleiro Bruno, que ainda será julgado. "Se Macarrão pegou 20 anos pelo homicídio, é claro que a [sentença] do Bruno tem que começar por aí", afirmou no plenário, ressaltando que "não há escapatória" para o goleiro.

A advogado de Macarrão, Leonardo Diniz, disse que "a defesa vai analisar oportunamente na semana que vem se vai interpor recurso". Ele diz que vai analisar a dosimetria da pena, mas afirmou que "a defesa entende que foi uma vitória".

Pedir a suspensão da juíza
O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Lúcio Adolfo, disse, após a leitura da condenação de Macarrão, que cogita pedir a suspensão da juíza Marixa Fabiane. Ele diz que a motivação da ação é "por tudo que ela fez no processo" e por tê-lo impedido de entrar na sala secreta para acompanhar a votação dos quesitos pelos jurados.

Sobre a condenação do amigo de Bruno por sequestro, cárcere privado e homicídio triplamente qualificado de Eliza Samudio, Adolfo disse que agora vai estudar a defesa do goleiro. "Toda vez que você está uma trajetória, e essa trajetória muda, você tem que se adaptar. A partir de agora, o que vou fazer é estudar o caso e traçar uma nova estratégia”, relatou.

O crime
Conforme a denúncia, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para um sítio do goleiro, em Esmeraldas (MG), onde foi mantida em cárcere privado. Depois, a vítima foi entregue para o ex-policial Bola, que a asfixiou e desapareceu com o corpo, nunca encontrado. O bebê Bruninho foi achado com desconhecidos em Ribeirão das Neves (MG).

Além dos três réus que tiveram o júri desmembrado, dois acusados serão julgados separadamente – Elenílson Vitor da Silva e Wemerson Marques de Souza. Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, foi morto a tiros em agosto. Outro suspeito, Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, teve o processo arquivado.

Investigações
A polícia encerrou o inquérito com base em laudos que atestam presença de sangue de Eliza em um carro de Bruno, nos depoimentos de dois primos que incriminam o goleiro, em sinais de antena de celular e multas de trânsito que mostram a viagem do grupo do Rio de Janeiro até Minas Gerais e em conversas de Eliza com amigos pela internet, nas quais relata o medo que sentia.

Eliza também havia prestado queixa contra o atleta quando ainda estava grávida, dizendo que ele a forçou, armado, a tomar abortivos. Ela ainda deixou um vídeo dizendo que poderia aparecer morta se não tivesse proteção.

G1

Casais homossexuais brasileiros tendem a ter filhos


Reportagem de VEJA desta semana mostra novo estudo que constata uma das mudanças recentes mais notáveis na sociedade mundial de que o Brasil não ficou de fora: a naturalidade em encarar o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo

Uma das mudanças recentes mais notáveis na sociedade mundial de que o Brasil não ficou de fora é a naturalidade em encarar o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo. Estimulados por leis, livros, filmes e novelas que tratam da homossexualidade como um fato da vida, os gays assumem sua orientação sexual sem constrangimento. Há um forte componente de classe nesse fenômeno. Quanto mais ricas e mais instruídas são as pessoas, maior tende a ser entre elas a proporção de casais que se declaram gays. Um estudo feito pelo demógrafo Reinaldo Gregori, de São Paulo, tendo como base os dados do Censo 2010, confirma essa percepção - e revela uma surpreendente taxa de casais do mesmo sexo no Brasil que já têm filhos. Eles são 20%, em comparação com os 16% verificados nos Estados Unidos.

O Censo 2010 foi o primeiro levantamento desse tipo feito no Brasil que tinha no formulário a pergunta sobre o sexo do cônjuge. A resposta era optativa. Ainda assim, cerca de 68 000 pessoas - 0,18% dos casais - declararam ter um parceiro do mesmo sexo. “O censo mostrou que esse novo arranjo familiar está se tornando menos incomum no Brasil”, diz Gregori. É presumível que seja expressivo o número de casais gays que, em 2010, preferiu optar por não revelar sua condição. O censo confirma a tendência de que os casais gays assumidos são mais numerosos entre os níveis sociais mais altos, com escolaridade e renda acima da média brasileira.

Os dados computados pelo demógrafo Gregori mostram que, enquanto apenas 34% dos chefes de família heterossexuais possuem mais de dez anos de estudo, entre os casais homossexuais declarados esse número chega a 67% e seu rendimento médio, de 5 200 reais, é quase o dobro. A musicista Thais Musachi, 26 anos, e a pediatra Luciana Avelar, 38, juntas há cinco anos, encaixam-se perfeitamente nessa amostra, tanto no que se refere à renda e escolaridade quanto na tendência de ter filhos. Elas conseguiram superar as barreiras biológicas à reprodução recorrendo a um banco de esperma. Luciana gestou em seu útero dois embriões. Um deles foi produzido com a junção de um óvulo dela e o espermatozoide doado. O outro óvulo foi retirado de Thais. Elas curtem agora um casal de filhos de 11 meses. Laura é mais parecida com Thais e Lucca lembra mais Luciana. “Para nós, nunca foi importante saber quem gerou quem, nem fizemos exames de DNA para descobrir”, diz Thais, que espera uma permissão judicial para colocar na certidão de nascimento das crianças o seu nome ao lado do de Luciana.

O caminho escolhido por Luciana e Thais para terem filhos é complexo, caro e, portanto, menos frequente. O mais comum é adotar. Mas para homossexuais as dificuldades são maiores do que aquelas enfrentadas por casais heterossexuais. Segundo uma pesquisa do Ibope feita no ano passado, 55% dos brasileiros consideram imprópria a adoção por gays. “A ideia prevalente ainda é que os gays são promíscuos e propensos a abusar sexualmente das crianças”, diz a psicóloga Mariana Farias, autora de livros sobre o assunto. Mariana lembra que a maioria das pessoas acredita erradamente que, por influência da situação doméstica, as crianças adotadas por gays fatalmente se tornarão homossexuais. Conclui Mariana: “São conceitos desmentidos em estudos científicos, mas que continuam a ter forte influência”.

O psicólogo Carlos Henrique da Cruz, 51 anos, e seu parceiro, o professor Wagner da Matta, 49, foram confrontados com toda a carga de preconceito quando tentaram incluir o nome deles no cadastro de adoções em Natal, no Rio Grande do Norte, em 2004. O pedido de inclusão foi negado. “Disseram que nós não poderíamos ser considerados uma família”, conta Cruz. Eles conseguiram seu intento dois anos depois, no Recife, mas pelo cadastro individual feito por Cruz. Desde 2006, são pais de Pérola, 11 anos, e Pétala, 9.


As pesquisas apontam para o fato de que os casais gays não fazem as exigências que, em geral, são colocadas como condição para adotar, entre elas que a criança seja ainda um bebê, sem problemas de saúde e da mesma etnia dos futuros pais. Duas decisões tomadas recentemente pela Justiça também contribuem para aumentar a chance de pessoas do mesmo sexo formarem uma família. Em 2010, o Superior Tribunal de Justiça autorizou a adoção de uma criança por um casal de mulheres. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal aprovou a união estável para os homossexuais. A falta de legislação específica ainda deixa espaço para interpretações diferentes, mas a situação começa a mudar. A enfermeira Cecilia de Avila, de 53 anos, de Uberaba, Minas Gerais, havia colocado apenas seu nome nos pedidos de adoção de dois dos quatro filhos que cria com a artesã Ana Cláudia Santos, 45. Por sugestão do próprio promotor, iniciou os outros dois processos junto com Ana.

Claro que não se pode exigir que todas as pessoas reajam com naturalidade diante de casais do mesmo sexo. Embora as estatísticas mostrem crescimento, esse arranjo ainda é novidade para muitos. Faz parte do cotidiano dos casais homossexuais lidar com doses diversas de estranheza. “Quando saímos os quatro juntos, as pessoas olham com muita curiosidade. Na escola nos apresentamos como pais adotivos, sem maiores explicações. Mas as meninas falam abertamente que têm dois pais e alguns coleguinhas acham que é mentira”, relata Cruz, o pai de Pérola e Pétala. A artesã Ana Cláudia conta que Laura, a filha mais velha, passou por uma situação difícil. “Uma menina disse que não ia mais ser amiga dela por nossa causa. Informamos a diretora, que conversou com a aluna.” Laura, de 10 anos, vive há cinco com suas duas mães e aprendeu a driblar esse tipo de obstáculo. Diz ela: “No começo, sentia um pouco de vergonha, mas hoje eu gosto de contar que tenho duas mães”.


Veja

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

"Macarrão foi protagonista", afirma promotor ao relatar morte de Eliza Samudio


Ele pediu aos jurados que condenem os acusados e chamou Fernanda de "dissimulada"

Depois de chamar Fernanda Castro de "dissimulada", o promotor Henry Wagner Vasconcelos continuou suas alegações com a proposta de convencer os jurados de que a acusada teve participação no desaparecimento e morte da modelo Eliza Samudio. Segundo ele, "ela tomou a iniciativa de se implicar nos fatos".

— Ela foi envolvida por ambos [Bruno e Macarrão] e se jogou nos acontecimentos. Ela também se envolveu porque quis. Que mãe iria abandonar seu filho na mão de uma loira exuberante, uma rival amorosa? Como alguém consegue ter tantas lágrimas hipócritas como aquela mulher?

Segundo o promotor, a ré estava "no controle das ações". Ele ainda reafirmou que ela mentiu no depoimento ao júri, pois Macarrão realizou ligações para seu celular e de Jorge na noite do dia 4 para o dia 5 de junho de 2010. Também afirmou que, conforme os autos, os carros só fizeram uma parada na viagem para Minas Gerais e não duas, como alegou a acusada.

— Eles vieram juntos. Eles não foram de imediato para o sítio porque havia receio de que Dayanne estaria no sítio. Como Bruno ia chegar lá com Fernanda?

Logo, a acusação quis provar que Eliza não esteve no jogo de futebol do time 100% no dia 6 de junho de 2010, ao contrário do que contam os réus. Ele afirmou que a única mulher no local era Fernanda.

— Sérgio, quando foi ouvido pela polícia, disse o seguinte: "A moça de nome Eliza estava sentada quietinha no sofá, com o filho no colo". Sabe qual era a interação? De hierarquia, de controle, de domínio. Parecendo que obedecia às ordens de Jorge e Macarrão.

Sérgio Rosa Sales, primo do goleiro, contou ainda que a ex-modelo tinha um machucado na cabeça. Sobre a mudança do depoimento na Justiça, o promotor alegou que ele foi assediado, coagido por advogados. O vídeo da reconstituição do crime foi citado para provar que "não houve tortura" para que Sales confessasse um crime que não existiu.

Aos jurados, o promotor acusou os advogados que passaram pelo caso a orientar os acusados a esconder o crime. Segundo ele, Ércio Quaresma não teria deixado o corpo aparecer e disse que ensinou Bola, outro réu no processo, a atirar.

Relato da morte

Vasconcelos falou do dia 8 de junho de 2010, quando houve uma partida de futebol do time 100% e muitos foram impedidos de entrar no sítio do jogador, pois "Eliza estava lá dentro". O motorista de Bruno confirmou que ninguém pôde entrar na casa e pediu que ele deixasse ela ir embora. Bruno respondeu que "já havia feito m..." e iria resolver. Na viagem para o Rio, Sergio disse que "Eliza já era".

— O motivador desses delitos é o Bruno, envolvendo os amigos, os funcionários, as mulheres, os primos, os carros, os imóveis. Como o Bruno não poderia estar envolvido?

Por fim, a promotoria disse que Macarrão, por medo, preferiu entregar o amigo a falar sobre o executor, o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, pois registros telefônicos provam que eles se falaram antes do sequestro.

— Eles se encontraram às 20h52 daquela noite. Está provado nos autos. Bola diz: "Você não vai mais apanhar, você vai morrer". Bola dá uma gravata enquanto Macarrão chuta as pernas dela para viabilizar que a morte se viabilizasse com mais rapidez. Peço simplesmente justiça. Peço que condenem Macarrão e Fernanda. Apesar de termos um homicídio sem corpo, temos um homicídio repleto de provas.

Luiz Henrique Romão, o Macarrão, ficou no plenário todo o tempo e prestou atenção na fala do promotor. Já Fernanda saiu no início do debate e não voltou ao tribunal. A magistrada passou a palavra para a assistência de acusação.

R7

Funcionária pública que foi flagrada maltratando bebês é exonerada


Câmera de segurança de uma creche de Candelária gravou a auxiliar dando palmadas em crianças

Depois de 90 dias de investigação, a prefeitura de Candelária, no Vale do Rio Pardo, decidiu exonerar a funcionária pública que foi flagrada em agosto maltratando bebês em uma creche. Rosângela Corrêa, 41 anos, foi avisada da demissão nesta sexta-feira e afirma que pretende recorrer da decisão.

A câmera de segurança instalada na sala de berçário da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Dona Tereza flagrou a auxiliar de educação infantil dando palmadas e colocando de castigo crianças entre quatro meses e um ano e meio de idade. Durante toda a sindicância da prefeitura, Rosângela ficou afastada do cargo.

— As imagens são claras e confirmam que houve maus-tratos. Essas atitudes não condizem com a função pública dela, por isso a funcionária foi exonerada — explica o prefeito de Candelária, Lauro Mainardi.

Rosângela afirma não ter concordado com a decisão do município e revelou estar em contato com seu advogado para tentar reverter a situação:

— Acho que essa história tomou proporções muito maiores do que deveria e extrapolou o âmbito profissional. Sofri muitos constrangimentos desde que tudo isso veio a público.

Uma investigação da Polícia Civil apontou que houve maus-tratos, e o caso foi encaminhado à Justiça. Na época, segundo o promotor Martin Albino Jora, ela foi beneficiada com uma transação penal por não ter antecedentes e assinou um termo de ajustamento, para não enfrentar processo judicial, concordando em pagar seis parcelas de R$ 100 cada.

ZERO HORA

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Trabalho na adolescência pode, desde que


Créditos: Caio César Ferreira

A Lei do Aprendiz foi criada para garantir que o trabalho na adolescência não prejudique essa fase da vida e as suas prioridades

Carlos Eduardo Silva Ferreira, Caroline Silva, Isabela de Andrade Vaz, jovens comunicadores de São Paulo*

Você! Criança, jovem, adulto, idoso, desempregado, empresário, funcionário, sabe o que é a Lei do Aprendiz? Não?! Sim?! Bora descobrir?!

A Lei do Aprendiz foi criada com o intuito de auxiliar os menores de idade a se encaixarem no mercado de trabalho, dando assim experiência pessoal e profissional no mundo dos negócios.

Pela Lei do Aprendiz, você jovem, pode começar a trabalhar a partir dos 14 anos até os 24 anos incompletos, podendo ser contratado diretamente pela empresa ou entidade sem fins lucrativos, participando de cursos profissionalizantes e programas de aprendizagem disponíveis pelas instituições inscritas na Lei, tendo direito a todos os benefícios trabalhistas e previdenciários que qualquer funcionário tem. Mas, com uma carga horária de, no máximo, 6 horas diárias.

Porém, você não pode trabalhar em locais que prejudiquem o seu desenvolvimento e formação física, moral, psíquica e social e em horários que não permitam a sua frequência na escola. E isso também vale para os adolescentes acima de 16 anos até os 18 incompletos sem ser como jovem aprendiz.

A empresa que te contrata tem o papel de assegurar a sua aprendizagem e o auxiliar dentro da empresa, formando assim, um profissional capacitado. Porém, não é sempre assim que as coisas acontecem. Algumas empresas acabam deixando de cumprir o seu papel e transformam o jovem aprendiz em mão-de-obra barata, explorando o seu funcionário e fugindo de todos os pré-requisitos da Lei do Aprendiz.

A Lei do Aprendiz exige! Todo estabelecimento deve ter no mínimo 5% e no máximo 15% da sua grade de funcionários preenchida por jovens aprendizes. Apenas as empresas de pequeno porte, entidades sem fins lucrativos e microempresas que tenham por objetivo a educação profissional não necessitam contratar jovens aprendizes.

“A Lei do Aprendiz não necessita ser revista, apenas demonstrar ao jovem o caminho que ele deve seguir. No meu caso, eu já tinha um caminho traçado, mas a falta de objetivo acaba sendo crucial em muitos casos de jovens aprendizes.” diz Guilherme Cerqueira, 20 anos, que começou a trabalhar aos 16 anos como office boy sem a proteção da Lei do Aprendiz.

Começar a trabalhar cedo pode parecer um bicho de sete cabeças, mas não é. Pelo contrário, é bom! Faz com que você, jovem, amadureça e lide com responsabilidades desde pequeno. Desde que protegido pela lei que garante que as prioridades dessa fase da vida não sejam postas em segundo plano. Por isso, não se desespere arrumando qualquer emprego! Procure empresas que levem a sério a Lei do Aprendiz, porque ela está aí para te proteger, fazendo com que você não perca nada relevante da sua juventude!

promenino

'Fernanda mentiu’, diz promotor após interrogatório de ex do goleiro Bruno


Wagner ainda falou que existem contradições entre Fernanda e Macarrão.
Fernanda falou nesta quinta-feira, no júri popular do caso Eliza.


O promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro disse, no fim da tarde desta quinta-feira (22), que a ex-namorada de Bruno, Fernanda Gomes de Castro, mentiu durante seu interrogatório, no júri popular pelo desaparecimento e morte de Eliza Samudio. Ele ainda disse que os depoimentos dela e de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, apresentaram algumas contradições. Mas o promotor afirmou que só vai revelar esses pontos durante a apresentação de seu argumento na fase de debates, que será nesta sexta-feira (23).

“Fernanda mentiu durante depoimento, quando afirmou que Macarrão teria tido a iniciativa de chamá-la para que ela fosse à casa do Bruno no Recreio dos Bandeirantes para cuidar do filho de Eliza. Ela mesmo teve a iniciativa de realizar, pelo menos, duas ligações telefônicas para o celular de Jorge Luiz [primo de Bruno, que era adolescente à época do crime]”, descreveu o promotor.

Henry Wagner ainda afirmou que tanto Macarrão quanto Fernanda sabiam que Eliza iria morrer. “Os dois sabiam que Eliza ia morrer. (...) Tanto é que ela [Fernanda] cobriu o rosto para não ser reconhecida por Eliza, quando chegou à casa do Recreio dos Bandeirantes, conforme depoimento de Jorge Luiz. E em Ribeirão das Neves, Fernanda não cobriu mais o rosto. Certamente já saberia que Eliza não sairia daquela situação, que não sairia viva”, completou.

O promotor alegou ainda que a agressão que Eliza sofreu dentro do carro do Bruno a impediu que cuidar de Bruninho, que foi cuidado por Fernanda. “Dona Fernanda Gomes de Castro diz que teria cuidado do bebê de Eliza durante a noite. Eliza estava em tal grau machucada que não teria condições de cuidar do filho, se embarcarmos na versão da ré. A Eliza não abandonaria seu filho, que estava em poder de Fernanda, que era uma desconhecida e uma rival amorosa”, contou.

Henry Wagner ainda disse que a versão dos fatos contada por Fernanda foi orientada de forma a proteger outros réus. “Fernanda tentou proteger a todo o grupo, em não somente a si. E ela foi orientada, assim como todos os outros [réus] foram orientados a mentir. E sabemos qual foi o advogado que a orientou. O mesmo que é amigo do réu Marcos Aparecido dos Santos há 20 anos. Ércio Quaresma”.

Procurado pelo G1, o advogado Ércio Quaresma nega as acusações do promotor. "Cai de paraquedas em Contagem e, na falta de argumento no júri, começa a desenhar uma série de ações infundadas”. Quaresma diz que pode colocar à disposição da Justiça seu sigilo telefônico. O defensor de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, criticou Henry Wagner. "Quando falta capacidade, aflora a nervosia. Quando você não tem argumento vem, desculpe a expressão, o excremento no verbo, na idéia, na postura."

Ércio Quaresma acrescentou que já defendeu todos os réus, mas que atualmente não mantém contato com eles. Segundo o criminalista, a última vez em que esteve com Macarrão foi no ano passado, pois o ex-defensor do acusado, Wasley Vasconcelos, teria sondado a possibilidade de Quaresma defender o amigo do goleiro Bruno. Entretanto, ele disse que durante o júri, Luiz Henrique Romão “mal mal” o cumprimentou.

Interrogatório de Fernanda
A ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, Fernanda Gomes de Castro, confirmou nesta quinta-feira (22) boa parte do depoimento dado na madrugada por Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, durante julgamento que está sendo realizado no Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Ambos são réus no caso do cárcere privado e desaparecimento de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro. A sessão do júri foi encerrada por volta de 17h50.

Fernanda, que se disse inocente das acusações de sequestro e cárcere privado de Eliza e de Bruninho, filho da ex-amante com o goleiro, confirmou que Macarrão usou seu carro, um Gol, por cerca de 20 minutos. Macarrão afirmou em seu depoimento ter levado Eliza de carro até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a ex-amante entrou em um Palio, no início de junho de 2010. "Ele ia levar ela para morrer", disse o réu Macarrão, em depoimento que durou até cerca de 4h desta quinta-feira.

Interrogada durante o julgamento, Fernanda ressaltou que não desconfiou do destino trágico que Eliza teria, "pela calma que ela apresentava" durante o tempo que esteve em Minas. "Só tive conhecimento verdadeiro de que a Eliza foi executada ontem pelas declarações de Luiz Henrique [Macarrão]", afirmou ela, em seu depoimento.

Questionada pela juíza Marixa Fabiane sobre como soube das declarações de Macarrão, Fernanda disse ter sido informada pela imprensa. Ela afirmou que chegou a mentir em seu primeiro depoimento à polícia, mas que depois voltou atrás e pediu desculpas aos delegados. "Estava com medo", ressaltou.

Boato interrompe júri
Um boato divulgado nesta quinta-feira afirmou que o goleiro Bruno teria tentado suícidio dentro da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, Minas Gerais, mesma cidade em que o júri do caso Eliza está sendo realizado.

A notícia falsa causou tensão no fórum, onde o júri chegou a ser interrompido por cerca de 20 minutos pela juíza Marixa Fabiane. Ela dispensou os jurados por alguns minutos, por volta de 16h10, e disse a todos no tribunal se manterem em silêncio sobre qualquer notícia ou informação, por já saberem do que se tratava, referindo-se ao boato.

A sessão já havia sido retomada às 16h45 desta quinta-feira.

O boato foi desmentido pela Secretaria de Defesa Social de Minas Gerais. Segundo a secretaria, o diretor-geral do presídio, Luiz Carlos Danunzio, confirmou que Bruno está bem. A secretaria disse que Danunzio chegou a ir até o pavilhão onde o atleta está para verificar seu estado de saúde. A tensão ocorreu durante o depoimento da ex-namorada do goleiro, Fernanda Gomes de Castro.

Do lado de fora do tribunal, o falso boato também causou confusão. Jornalistas cercaram o advogado Lúcio Adolfo, defensor do goleiro Bruno, para saber informações sobre o caso. Ele seguiu para trás de um portão fechado, na entrada do fórum, protegido por policiais militares.

Agressão
Durante o interrogatório, Fernanda disse ter sido informada por Macarrão que a ex-amante de Bruno havia sido agredida pelo primo do goleiro, Jorge Luiz Rosa, num momento anterior ao episódio do carro. O depoimento confirma a versão do amigo de Bruno sobre o episódio. "Ele [Macarrão] e Jorge foram encontrar com Eliza para negociar uma dívida. Ele disse que houve uma briga no carro entre Jorge e Eliza por causa de algo que Eliza teria dito algo sobre o jogador que não agradou Jorge", disse.

A ex-namorada afirmou, ainda, que ficou com o bebê de Eliza por alguns momentos e que chegou a fazer mamadeira para ele, durante o período que coincide com o cárcere privado investigado pelo Ministério Público. "Fiz a mamadeira e troquei a fralda e a criança parou de chorar. Depois disso, subi para o o quarto de Bruno e ele dormiu. Neste momento, não vi a Eliza. Tive vontade de falar com a Eliza, mas fiquei com medo de ela falar meu nome para a mídia", disse. O episódio ocorreu antes do desaparecimento da ex-amante, segundo Fernanda, que ressaltou que Eliza agradeceu por ela ter cuidado da criança

Quarto dia de julgamento
O quarto dia do júri do caso Eliza Samudio no Fórum de Contagem começou por volta das 14h30 desta quinta-feira com o depoimento da ré Fernanda. Ela e Bruno foram namorados na época em que Eliza desapareceu, em junho de 2010.

No processo, Macarrão é acusado de homicídio triplamente qualificado contra Eliza, sequestro e cárcere privado e ocultação de cadáver. Já a ex-namorada de Bruno é acusada de sequestro e cárcere privado de Eliza e de Bruninho. Ambos negam.

Terminado o depoimento de Fernanda na chamada fase de instrução, em que as provas são apresentadas, terão início os debates, com apresentação de argumentos de acusação e defesa para tentar convencer os jurados.

Bruno ficou 'decepcionado'
O advogado do goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, disse que o atleta ficou "decepcionado" ao saber nesta quinta (22) das declarações dadas pelo réu Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, no julgamento do caso Eliza.

Macarrão afirmou, em depoimento à juíza Marixa Fabiane, que à época do caso, ocorrido em junho de 2010, levou a ex-amante do jogador de carro até um local indicado pelo goleiro, em Belo Horizonte, onde a jovem entrou em um Palio. "Ele [Bruno] ia levar ela para morrer", disse.

O defensor, junto com os advogados Francisco Simim e Tiago Lenoir, foi à Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, por volta de 11h30 contar a Bruno sobre o interrogatório de Macarrão, que terminou na madrugada desta quinta. "[Ele] reagiu com tristeza, mas entendeu que Macarrão está pressionado", disse. Adolfo reforçou que o goleiro não chorou, mas "ficou chateado, decepcionado, pela amizade que existia entre os dois".

Macarrão relatou à juíza que não sabia o que iria acontecer com Eliza, mas que "pressentia" que a jovem seria morta. Ele afirmou ainda que alertou Bruno sobre o que podia acontecer, mas que o goleiro pediu para ele largar "de ser bundão". "Falou que era para deixar com ele", disse o réu antes de começar a chorar no plenário.

Em entrevista, o advogado Adolfo disse que quer incluir Macarrão como testemunha quando for realizado o novo julgamento do goleiro Bruno, no dia 4 de março de 2013. Ele cogita, inclusive, pedir uma acareação entre os dois.

"A situação de ontem foi atípica, pois o Arteiro [advogado de acusação] ficou em cima do Macarrão", disse Simim, também defensor do goleiro.

'Não sou esse monstro'
Antes de falar ao júri, na madrugada de quinta-feira, Macarrão ouviu a leitura da denúncia contra ele e disse para juíza Marixa que a acusação "em partes é verdade". Ele disse não ter falado, em depoimentos anteriores, tudo que sabia sobre Eliza. "Quero deixar bem claro para a senhora que eu não sou esse monstro que as pessoas colocaram", disse Macarrão. "E hoje eu vou falar tudo que a senhora queira ouvir da minha boca e colaborar com a verdade dos fatos".

Macarrão disse que Bruno conheceu Eliza Samudio durante uma "orgia" e que, tempos depois, o goleiro contou que achava que a jovem estava grávida. O réu afirmou que não levou Bruno a sério, mas que o goleiro iria encontrar Eliza para conversar. Meses mais tarde, o atleta retomou o assunto e confirmou que "a garota estava grávida mesmo".

O réu disse que Bruno estava estranho ao telefone, no dia 10 de junho de 2010, e que o jogador pediu que ele levasse Eliza Samudio até um ponto da Pampulha, onde teria uma pessoa esperando por ela. "Ele falou que ia...", começou a contar. "Antes de dizer o que ele ia fazer, eu quero dizer que eu disse pra ele deixar aquela menina em paz".

Mais tarde, questionado se estava mais aliviado por contar o que aconteceu, Macarrão respondeu: "Eu guardei tudo isso. Eu não aguentava mais, eu não sou esse monstro que todo mundo colocou [...] Se tem alguém aqui que acabou com a vida, foi ele [Bruno] que acabou com a minha vida".

"Graças a Deus eu tirei esse fardo carregado há dois anos das minhas costas. Eu não quis prejudicar ninguém nesse processo", disse Macarrão ao final do interrogatório. "Eu ponho a cabeça no travesseiro tranquilo de que eu fiz tudo para evitar isso [...] Eu não participei".

G1

Macarrão confessa que Bruno decidiu matar Eliza Samudio


Braço-direito de goleiro diz que jogador foi mentor do crime e o chamou de "bundão"
Luiz Henrique Romão, o Macarrão, réu no julgamento do desaparecimento e morte de Eliza Samudio, apontou o goleiro Bruno como o mentor do assassinato de Eliza Samudio durante depoimento na madrugada desta quinta-feira (22). Segundo o braço-direito e amigo do jogador, Bruno teria decidido cometer o crime em uma quinta-feira e ainda pediu ajuda de Macarrão. Ainda de acordo com o réu, o atleta teria dito para que Macarrão parasse de ser "bundão" ao ter sido alertado do perigo pelo funcionário.

— Eu sou p..., deixa comigo, eu sou o Bruno.

Macarrão começou a chorar no momento em que começou a dar detalhes do diálogo entre ele e Bruno sobre a decisão de executar a jovem. De acordo com o réu, ele e Jorge Luiz Sales teriam levado Eliza até um local na Pampulha de onde ela foi retirada do carro por uma pessoa.

O depoimento de Macarrão começou na noite de quarta-feira (21) por volta das 23h, no fórum de Contagem, na Grande BH, e continuou na madrugada desta quinta-feira (22), terminando por volta de 4h. Chamando Bruno de “patrão” durante o interrogatório, o réu afirmou que as denúncias são “parcialmente” verdadeiras e contou que Eliza Samudio não foi sequestrada e levada para Minas. A jovem teria ido por vontade própria.

Macarrão afirmou também que o sangue achado na Land Rover do jogador foi provocado por uma cotovelada desferida por Jorge, menor de idade na época do crime. Segundo ele, Eliza teria irritado o jovem dentro do carro, usando um palavrão para se referir ao goleiro. Ele negou que tenha sido uma coronhada, como afirma a polícia.

— Nem eu, nem o menor, andávamos armados.

Em um momento do depoimento, Macarrão disse que Bruno teria conhecido Eliza em uma “orgia no apartamento” e teria “transado com ele apenas 15 min”. Depois, o réu ainda completou que a jovem teria tentado extorquir dinheiro do jogador.

— Meu patrão não tinha dinheiro nem para colocar gasolina no carro, tinha uma vida toda desorganizada.

Em outro momento, Macarrão disse que Eliza se ofereceu para viajar até Minas para garantir que receberia R$ 50 mil que pediu a Bruno. Ela teria dormido em um motel acompanhada do menor e de Macarrão e, depois seguido para o sítio.

Reviravolta

O terceiro dia de julgamento foi marcado pelo adiamento do júri do goleiro Bruno Fernandes, apontado como mandante do assassinato de Eliza Samudio. O julgamento dele, da ex-mulher, Dayanne de Souza e do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, será realizado no dia 4 de março de 2013.

Todas as testemunhas já foram ouvidas. E no início da noite de quarta-feira (21), acusação e defesa apresentaram as provas do caso.

R7

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Menino de três anos toma achocolatado envenenado e morre em PE


O menino, que morava com a avó, brincava na porta de casa quando achou o achocolatado e tomou. Um tempo depois ele se queixou de dor de cabeça. Ele foi socorrido, mas morreu no hospital. A polícia ainda não confirma o envenenamento do garoto.

R7

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Detento afirma que Bola disse ter jogado 'as cinzas de Eliza às águas'


Testemunha Jaílson de Oliveira foi ouvido pela acusação nesta terça (20).
Ele disse que foi ameaçado por policial e que corre risco de vida na cadeia.


O detento Jaílson Alves de Oliveira, arrolado pela acusação como testemunha, disse ao júri nesta terça-feira (20), segundo dia de julgamento do caso Eliza Samúdio, que ouviu "várias vezes" Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, dizer que jogou "as cinzas de Eliza às águas". Ele disse ainda que, ao perguntar o que Bola faria se o corpo da vítima fosse encontrado, o réu respondeu: "Só se os peixes falarem".

Em depoimento prestado à polícia, lido na íntegra durante a sessão, Oliveira diz ter ouvido a confissão de Bola sobre o crime. A testemunha disse que tempo depois foi ameaçada por um policial para retirar seu depoimento. "Sei de toda sua família", teria sido a ameaça. O detento afirmou à juíza que está preso na Penitenciária Nelson Hungria, recolhido na enfermaria por medida de segurança. "Disseram que sou cagueta. Corro risco de vida."

Bruno e os demais réus enfrentam júri popular por cárcere privado e morte da ex-amante do jogador, Eliza Samudio, em crime ocorrido em 2010. O júri é presidido pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues e a previsão é que o julgamento dure pelo menos duas semanas.

Jaílson Alves de Oliveira disse que ouviu Bola contar que não jogou a mão de Eliza para os cachorros e que não fez nada na casa dele, e sim, em um terreno. Ele afirmou ainda que Bruno teria armado um plano caso fosse condenado, dizendo que estava doente para ser resgatado a caminho do presídio.

A testemunha também afirmou que Cleiton Gonçalves não era motorista de Bruno, embora dirigisse veículos do goleiro. De acordo com a testemunha, Gonçalvesvendia drogas para Macarrão, apontado como chefe do tráfico em Ribeirão das Neves. "Eu já conhecia o Macarrão, o Cleiton e a mãe do Cleiton."

Risos no júri
Por duas vezes, Jaílson Alves de Oliveira arrancou risos do plenário. Primeiro, questionado pelo novo advogado de Bruno de por que era representado por um ex-defensor do goleiro, respondeu: "Eu sou cliente dele. Você não defende o seu?". Depois, ao explicar o apelido de Miyagi. "É por causa daquele lutador de caratê", disse à magistrada.

'Amarrada e chutada'
A primeira testemunha a ser ouvida pelo júri popular em Contagem foi João Batista, citado no depoimento de Cleiton Gonçalves, ex-motorista de Bruno. Batista disse que Gonçalves estava "com as mãos livres, sem algemas, bem à vontade" quando prestou depoimento para a polícia e que, perguntado se estava bêbado ou lúcido, respondeu "lúcido". Ele disse ainda que o ex-motorista do jogador não aparentava nenhum temor.

Na segunda-feira, Cleiton Gonçalves disse que prestou depoimento à polícia sob pressão. Em sua fala, o ex-motorista afirmou ter ouvido o primo de Bruno, Sérgio Rosa Sales, dizer que Eliza "já era". Ele ficou retido desde ontem para uma possível acareação com Batista, mas a juíza julgou o encontro desnecessário e dispensou as duas testemunhas.

Depois disso, a delegada Ana Maria Santos prestou esclarecimentos e deu detalhes sobre o depoimento dado à polícia por Jorge Luiz Rosa, primo do goleiro Bruno Fernandes, em 2010. Segundo ela, Rosa disse que Eliza Samudio foi amarrada e chutada antes de ser morta.

"Deu uma gravata e durante o tempo em que era apertada, apertada, ela foi perdendo fôlego, foi virando os olhos, a língua dela foi indo para fora, saiu espuma da boca dela e ela caiu ao chão e depois de poucos movimentos, ficou lá, morta", disse a delegada, referindo-se ao depoimento do primo de Bruno.

Rosa, que era adolescente à época dos fatos, disse à polícia que o homem que matou Eliza tinha o apelido de Neném, também conhecido como Bola, que era grisalho e apresentava um problema no dente. Ele disse ainda que Eliza dormiu trancada em um quarto quando estava sob cárcere privado no Rio de Janeiro e que o filho da ex-amante de Bruno foi mantido com a ex-namorada do goleiro, Fernanda Gomes de Castro, também ré no processo.

Questionada pelo promotor Henry Castro, a delegada afirmou que o depoimento do primo do goleiro dado à polícia transmitiu confiança. "Sem dúvida nenhuma, pela riqueza de detalhes, pelo modo como ele fez aquela narrativa". Atualmente, Jorge Luiz Rosa está inserido no Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, de acordo com o Ministério Público

Ex-mulher de Bruno deixa júri
O goleiro Bruno Fernandes de Souza pediu a destituição de seus advogados Rui Pimenta e Francisco Simim durante o segundo dia de julgamento. Logo ao início da sessão, o jogador afirmou que não se sentia seguro para continuar com Rui Pimenta e pediu tempo para achar outro advogado. A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, no entanto, lembrou que ele ainda possuía outro defensor, Francisco Simim.

Depois de alguns minutos, o goleiro pediu a palavra novamente e disse à juíza que estava destituindo também Simim, que representa a sua ex-mulher, Dayanne Rodrigues, ré na ação. A magistrada entendeu que o goleiro pretendia adiar seu julgamento e negou a solicitação, mas Bruno negou esse objetivo e alegou que não queria prejudicar a defesa de Dayanne.

O promotor do caso pediu para que Dayanne, que responde à ação em liberdade, tivesse mais tempo para ser defendida por outro advogado. Bruno, réu preso, tem preferência de julgamento. A juíza seguiu este entendimento e determinou que Dayanne seja julgada em outra data, possivelmente junto com Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, que conseguiu o desmembramento do júri.

Rui Pimenta, destituído da defesa por Bruno, disse que foi "pego de surpresa" com a decisão do cliente. "O Bruno agradeceu o trabalho feito, mas disse que queria mudar de estratégia", explicou o advogado, que diz torcer para que ele seja absolvido. "Faço votos que isso [a destituição] seja bom para ele".

Novo defensor
Após pedir para que Rui Pimenta fosse afastado do caso, o goleiro Bruno apresentou Tiago Lenoir como novo advogado de sua equipe de defesa, que será conduzida por Francisco Simim. Lenoir, que é advogado da Federação Mineira de Futebol, disse que vai seguir o trabalho realizado até agora. "A gente está preparado para fazer uma boa defesa para ele".

O advogado disse conhecer o processo e afirmou que estava "prevendo" sua nomeação. "Eu trabalho com ele [Simim] já há bastante tempo", ressaltou. "Minha entrada no caso não é inovação na defesa, estou apenas reforçando".

Aposta de cerveja
Perfil no Twitter com o nome de Tiago Lenoir (@_tiagolenoir) postou na segunda-feira (19) uma série de comentários sobre o julgamento do caso Eliza Samudio. Em um dos posts, o dono do perfil aposta uma caixa de cerveja que o atleta será condenado a mais de 38 anos de prisão: "...mas na pratica a defesa vai continuar falando asneiras e o Bruno será condenado a mais de 38 anos. Aposto uma cx de cerveja".

O perfil também tem comentário de que Bruno e Macarrão deveriam confessar que mataram Eliza. "O Bruno e Macarrão deveriam confessar o crime de homicídio e negar a ocultação de cadáver e sequestro. Dai pega 6 anos e volta a jogar bola". O G1 acessou o perfil de Tiago Lenoir por volta das 14h50 desta terça. Depois disso, muitos dos posts mais recentes foram apagados, incluindo o que apostava a caixa de cerveja. O advogado não foi localizado para comentar o caso.

Procurado pelo G1, Francisco Simim, que representa Bruno, comentou as declarações do perfil de Lenoir no Twitter. "Ontem [segunda], ele disse isso, mas hoje ele está no processo. Todo mundo tem suas opiniões. Ontem ele tinha essa opinião, hoje ele está na nossa equipe".

Multa para advogados de Bola
A juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues determinou multa de R$ 18.660 – 30 salários mínimos – para cada um dos três advogados do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, por abandonarem o júri na segunda-feira (19), primeiro dia de julgamento. Segundo a magistrada, a atitude de Ércio Quaresma, Zanone de Oliveira Júnior e Fernando Magalhães foi "injustificada", sem "razão juridicamente relevante". Eles têm prazo de 20 dias para pagarem juntos R$ 55.980.

"Esse tipo de conduta causa grande prejuízo ao estado e à sociedade que implica em gasto de dinheiro público", afirmou Marixa, durante o julgamento, ressaltando que o fato será comunicado à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que deve avaliar a conduta dos defensores.

Os advogados deixaram o júri após discordarem do limite de 20 minutos estipulado pela juíza para cada defesa apresentar seus argumentos preliminares. "A defesa não vai continuar nos trabalhos, nós não vamos nos subjugar à aberração jurídica de impor limites onde não há", disse Quaresma.

Com a decisão dos advogados, a juíza declarou o ex-policial Bola indefeso. Ele não aceitou ser representado por defensor público e, com isso, terá dez dias para nomear um novo advogado. A manobra foi festejada pela defesa, que deixou o Fórum feliz com o desmembramento.

Ameaça à testemunha
O promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos de Castro disse, na manhã desta terça-feira, que o detento Jaílson Oliveira teria falado a funcionários do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que foi ameaçado por Bruno às vésperas do júri popular. Oliveira, que é testemunha por parte da acusação, teria dito que o goleiro comentou que ele estava "falando demais" e que "peixe morre pela boca".

Oliveira denunciou, em 2011, um esquema que teria sido montado por Bruno e pelo réu Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, para matar a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o júri. Rui Pimenta, que pela manhã ainda defendia Bruno, negou a ameaça. "O promotor está querendo usar tudo o que é possível, mas ele já perdeu o caso", afirmou.

Segundo o promotor, Oliveira ouviu dentro da penitenciária Bola dizer que matou Eliza e que o corpo dela só seria encontrado se "peixe falasse". O detento chegou a pedir à Justiça proteção no traslado da Penitenciária Nelson Hungria, onde está preso com Bruno e com Luiz Henrique Romão, o Macarrão, até o Fórum de Contagem.

G1

"Ele pediu para segurar minha mão", conta delegada sobre depoimento de primo de Bruno



Jorge Luiz Rosa, que era adolescente na época, contou a ela como foi a morte de Eliza

O depoimento da terceira testemunha de acusação no julgamento do goleiro Bruno já dura quase duas horas. A delegada de homicídios de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, Ana Maria Santos, relatou ao promotor como foi o depoimento do primo de Bruno, Jorge Luiz Rosa, que afirmou ter presenciado o assassinato de Eliza Samudio.

Depois de ser ouvido pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude, já que ele era menor de idade na época do crime, ele foi ouvido pela delegada já no Centro de Internação, sob a supervisão de uma advogada da instituição e de portas abertas.

Jorge Luiz contou à Ana Maria que ele, outro primo de Bruno, Sergio Rosa Sales, e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, levaram a vítima para uma casa em Vespasiano, seguindo um homem conhecido como Neném ou Bola em uma moto roxa. No imóvel, Bola disse à Eliza que era policial e que a levaria para um apartamento. Em seguida, ele teria amarrado as mãos dela e lhe deu uma gravata. Segundo o jovem, Bola apertou seu pescoço até Eliza perder o fôlego, ter os olhos arregalados e a língua para fora. O menor viu espuma sair da boca da modelo, que caiu morta no chão.

Ana Maria contou durante o depoimento que o menor ficou alterado emocionalmente quando contava a história, afirmando que ele "pediu para pegar na minha mão". O menor disse que tinha dificuldade de falar sobre o acontecimento, que perturbava seu sono. Ainda durante o depoimento à delegada, Jorge contou que Macarrão "ficou na rolha" e que Sergio também ficou assustado quando Bola voltou com o corpo em um saco e jogou a mão de Eliza para os cães.

No dia seguinte ao depoimento, o menor disse que não falaria mais nada porque seu advogado não permitia. Mesmo assim, Ana Maria disse ao promotor que acredita na palavra do jovem, que "sem dúvida nenhuma" passou credibilidade. A promotoria terminou de questionar a delegada às 13h05.

R7

O que o profissional brasileiro, quando criança, queria ser quando crescesse


Na infância, homens queriam ser engenheiros, e mulheres, professoras, aponta estudo do LinkedIn

RIO - O que você quer ser quando crescer? Quem nunca ouviu esta pergunta na infância? Uma pesquisa realizada pelo LinkedIn, rede social voltada para o mercado de trabalho, revelou as profissões que os brasileiros sonhavam ter quando eram crianças: os homens queriam ser engenheiros (15%) ou pilotos de avião ou helicóptero (7,9%). Outros pensavam nas carreiras de professor (7,4%), cientista (6,6%) e atleta profissional ou olímpico (5,1%). As mulheres, por sua vez, queriam ser professoras (15,6%), médicas, enfermeiras ou técnicas de enfermagem (6,2%), escritoras, jornalistas ou romancistas (5,6%) e veterinárias (5,6%) e advogadas (5,6%).

No mundo, 30% afirmam trabalhar na profissão sonhada na infância

Como parte do estudo sobre as “profissões dos sonhos”, o LinkedIn ouviu mais de 8 mil profissionais globalmente para descobrir a aspiração de carreira que tinham na infância e quantos profissionais têm essas profissões atualmente. E um em cada três usuários do LinkedIn pesquisados ao redor do mundo (30,3%) afirmou que trabalha atualmente na profissão sonhada na infância ou segue uma carreira relacionada. Aqueles que disseram não ter a profissão sonhada na infância foram mais propensos a citar a alegação "Conforme fui ficando mais velho, acabei me interessando por uma carreira diferente" como a principal razão para trabalharem em uma área diferente (43,5%).

“Os trabalhos que aspiramos quando criança são a janela para nossas paixões e talentos. Identificar e entender essas paixões são a chave para melhorar nossa performance e aproveitamento no trabalho que fazemos atualmente, mesmo se não forem relacionados à carreira que sonhamos quando criança”, explica a expert de carreira do LinkedIn, Nicole Williams.

Por fim, a pesquisa mostra que para mais de 70% dos profissionais a característica mais importante da profissão dos sonhos é “ter prazer no seu trabalho.” Os entrevistados disseram ainda que “ajudar os outros” e “ter um bom salário” também devem ser considerados.

Confira as principais profissões dos sonhos na infância para os homens no Brasil:

1. Engenheiro (15%)

2. Piloto de avião ou helicóptero (7,9%)

3. Professor (7,4%)

4. Cientista (6,6%)

5. Atleta profissional ou olímpico (5,1%)

As brasileiras disseram que sonhavam em trabalhar como:

1. Professora (15,6%)

2. Médica, enfermeira ou técnicas de enfermagem (6,2%)

3. Escritora, jornalista ou romancista (5,6%)

4. Veterinária (5,6%)

5. Advogada (5,6%)

O GLOBO

Caso Bruno: goleiro decide destituir defesa e processo é desmembrado


Para conter manobra, a ex-mulher do atleta foi dispensada e será julgada com Bola

RIO e CONTAGEM — O advogado Rui Pimenta foi destituído da defesa do goleiro Bruno Fernandes na manhã desta terça-feira. Após conversar reservadamente com seus advogados, Bruno pediu para a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o júri, um tempo para arrumar outro advogado. Ele alegou estar inseguro e pediu desculpas.

— O senhor ficaria chateado se parasse de advogar para mim? — disse Bruno ao advogado, respondendo que não. — O Bruno agradeceu o trabalho feito, mas disse que queria mudar de estratégia. Fui pego de surpresa. Vou torcer para que ele seja absolvido — disse Pimenta. Ele acrescentou que Bruno chegou a pedir que ele entrasse com um habeas corpus para ele, o que já havia sido combinado com o réu.

A magistrada, por sua vez, foi incisiva e avisou que o julgamento iria continuar, pois o jogador ainda contava com o advogado Francisco Simim. No entanto, Bruno não aceitou ser defendido por Simim, porque, segundo ele, isso prejudicaria sua ex-mulher Dayanne Rodrigues de Carmo Souza, que também é representada por ele. Mas a juíza Marixa Rodrigues negou o pedido de Bruno para também destituir Simim.

Para conter a manobra do goleiro, a juíza, então, acabou decidindo desmembrar o processo, atendendo ao pedido da Promotoria. Com isso, Dayanne Rodrigues de Carmo Souza foi dispensada e será julgada juntamente com o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em data a definir. As testemunhas da ré também foram liberadas pela magistrada.

Após o tumulto, a juíza começou a ouvir as testemunhas de acusação. No segundo dia de julgamento do caso, três delas serão ouvidas. A sessão pode contar ainda com uma acareação entre Cleiton da Silva Gonçalves, motorista da Land Rover do jogador na época do crime, e João Batista, ex-caseiro do sítio em Esmeraldas, onde Eliza ficou em cárcere privado. Ele é o primeiro a ser ouvido nesta terça-feira. A delegada Ana Maria Santos e o detento Jaílson Alves de Oliveira também serão ouvidos. Ana Paula foi intimada para depor no lugar do primo de Bruno, que foi impedido de participar do julgamento pois está na lista de protegidos da Justiça.

Ainda fazem parte do rol de testemunhas de acusação a delegada Alessandra Wilke, que participou das investigações, uma testemunha da oitiva de Cleiton à polícia e uma assistente técnico-jurídico do sistema socioeducativo de Minas Gerais, que acompanhou um depoimento de Jorge Luiz Lisboa Rosa – primo do goleiro, menor à época do desaparecimento de Eliza. Somente depois da conclusão destes depoimentos, serão ouvidas as testemunhas de defesa.

Bruno ameaçou testemunha na véspera do júri, diz promotor

Mais cedo, o promotor de Justiça Henry Wagner Vasconcelos de Castro disse que o detento Jaílson Oliveira — uma das testemunhas de acusação do desaparecimento e morte de Eliza Samudio arroladas pelo Ministério Público (MP) — teria dito a funcionários do Tribunal de Justiça de Minas Gerais que foi ameaçado pelo goleiro Bruno Fernandes às vésperas do início do júri popular. O preso denunciou, em 2011, um esquema que teria sido montado por Bruno e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, para matar a juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, que preside o júri. Com 30 minutos de atraso, a juíza deu início, às 9h30m, ao segundo dia de julgamento do goleiro Bruno e de mais três acusados.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/caso-bruno-goleiro-decide-destituir-defesa-processo-desmembrado-6776589#ixzz2ClfnpF4P
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As declarações de Jaílson Oliveira, segundo o promotor, foram dados nesta segunda-feira. De acordo com Wagner, Jaílson disse que Bruno comentou que ele estava “falando demais”, e que “peixe morre pela boca”. O detento chegou a pedir à Justiça proteção no traslado do presídio para o fórum.

A magistrada começou a sessão desta terça-feira lendo um resumo do que aconteceu no primeiro dia de júri, quando a defesa de Bola deixou o caso. Ela decidiu aplicar multa aos advogados Ércio Quaresma, Fernando Costa Oliveira Magalhães e Zanone de Oliveira Júnior, por terem abandonado o plenário do júri “sem haver razão juridicamente relevante”.

— Esse tipo de conduta causa grande prejuízo ao estado e à sociedade que implica em gasto de dinheiro público — afirmou ela. — Atitudes como esta atentam contra a realização da Justiça e também à classe dos advogados e contra a própria classe de advogados — finalizou. Cada advogado deverá pagar R$ 18.660, o correspondente a 30 salários mínimos, no prazo de 20 dias. O abandono do plenário será comunicado à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), entidade que deve avaliar a conduta dos defensores.

No banco dos réus, estão sentados, além do goleiro Bruno Fernandes, que não está algemado, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e a ex-mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues de Carmo Souza. Fernanda Castro, a ex-namorada, não está presente.

Vestindo uniforme vermelho, Bruno e Macarrão chegaram ao Fórum de Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, por volta de 8h40m desta terça-feira. Eles deixaram o Presídio Nelson Hungria, na mesma cidade, por volta de 8h. Sob forte esquema de segurança, Bruno e Macarrão seguiram em um comboio formado por quatro veículos do Grupo de Operações Especiais da Polícia de Minas Gerais para o local onde está sendo realizado o julgamento deles e de mais dois acusados de envolvimento no desparecimento e morte de Eliza Samudio, em 2010. O percurso durou cerca de 20 minutos.

Em frente ao fórum, o clima é de tranquilidade. Segundo o Extra, Dayanne Rodrigues de Carmo Souza, que responde ao processo em liberdade, foi a primeira a chegar no local. Ela está acompanhada do advogado do goleiro, Rui Pimenta. Ingrid Calheiros, a atual noiva de Bruno, que não tem envolvimento no caso e apenas assiste ao julgamento do goleiro, chegou logo depois ao fórum. O detento Jaílson Alves de Oliveira, arrolado pelo Ministério Público (MP) como uma das testemunhas de acusação que deve ser ouvida nesta terça, também já está no Fórum de Contagem. Ele denunciou o suposto esquema de Bruno, Macarrão e Bola para matar a juíza Marixa Fabiane Lopes, que preside o júri.

A escola municipal Babita Camargo, que fica ao lado do Fórum de Contagem, amanheceu, nesta terça-feira, pichada com frases em defesa do atleta. “Bruno, acreditamos na sua inocência”, “Se não a (sic) provas não a (sic) condenação” e “Liberte o Bruno” são algumas das frases que podem ser lidas no muro da escola. Nesta segunda, o local foi pichado com frases contra o goleiro. “Bruno, me diga com quem tu anda que te direi quem tu és”, dizia uma delas.

Primeiro dia tem depoimento considerado esclarecedor

O primeiro dia do julgamento foi marcado por um depoimento considerado esclarecedor pela acusação. Primeira testemunha arrolada pelo Ministério Público a falar em juízo, Cleiton da Silva Gonçalves, motorista do goleiro do Flamengo na época do crime, confirmou a ordem de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, de lavar com óleo diesel a Land Rover do jogador.

— Isto foi importantíssimo para a acusação. Aquele veículo já havia passado por uma lavagem na água, e as manchas de sangue não saíram. Por qual motivo uma pessoa pode querer lavar seu carro com óleo diesel? — indagou o promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro, em entrevista, ao fim da sessão desta segunda-feira.

Segundo o membro do MP, a lavagem com o óleo só não ocorreu porque o veículo foi apreendido pela Polícia Militar (PM) numa blitz. Durante a abordagem, o carro ficou retido por falta de documentos obrigatórios. A Land Rover, segundo as investigações, foi usada para trazer Eliza do Rio até o sítio de Bruno em Esmeraldas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. No veículo, foram encontrados vestígios de sangue da ex-amante do goleiro do Flamengo. Na terça-feira, deve ocorrer uma acareação entre Cleiton e João Batista, que testemunhou o depoimento do ex-motorista à Polícia Civil.

Depois de aproximadamente dez horas, a juíza Marixa Fabiane Rodrigues encerrou, por volta das 19h40m, o primeiro dia do júri que vai julgar os réus acusados de matar a modelo Eliza Samúdio. O encerramento se deu logo após o término do depoimento de Cleiton, primeira das testemunhas a ser ouvida. Ele começou a depor por volta das 17h e, a pedido do Ministério Público, ficará retido até o fim das oitivas das demais testemunhas. O ex-motorista será encaminhado para um hotel.

Na primeira parte do julgamento, a defesa de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, conseguiu desmembrar o processo. Os advogados do ex-policial reclamaram do tempo de 20 minutos destinado para apresentar seus argumentos. Com isso, a juíza Marixa Fabiane Lopes deferiu o pedido para o réu ser julgado em outra oportunidade, provalmente no início de 2013, junto Wemerson Marques de Souza, o Coxinha, e Elenilson Vítor da Silva, ex-caseiro do sítio do goleiro. Para o promotor, foi uma manobra para Bola não ser julgado agora.

Após a escolha dos jurados (seis mulheres e um homem), Cleiton Gonçalves ouviu da juíza Marixa Fabiane a leitura do seu depoimento que consta no processo. Indagado pela magistrada, ele confirmou o que havia dito durante as investigações, mas depois voltou atrás ao ser interrogado pelo promotor de Justiça. Em 2010, ele disse ter aconselhado Bruno a libertar Eliza e a criança do sítio.

— Não me lembro há dois anos atrás. Ameaçaram me prender por homídio. Fiquei algemado de 3h da manhã até 15h. Cheguei a ficar sem sentir o braço — alegou.

Sobre a lavação da Land Rover, Gonçalves afirmou que a ordem partiu de Macarrão, tendo em vista que Bruno estava no Rio de Janeiro.

— Não era motorista do Bruno. Só estava dirigindo o carro naquele dia porque o primo do Bruno era menor. Nem sei como se lava um carro — afirmou a testemunha.

Por fim, ele falou que o goleiro é “uma boa pessoa”, “não presenciou ele fazer mal a ninguém” e que não tem medo dos acusados.

Ainda durante indagação do MP, o ex-motorista alegou que os óculos da marca Ray-Ban encontrados em sua casa não pertenciam à Eliza:

— A mãe da minha namorada comprou os óculos para ela. Óculos são fáceis de comprar.

Questionado pelo promotor se havia visto Fernanda acompanhando Bruno em comemoração do Time 100%, de Ribeirão das Neves, Cleiton disse:

— O Bruno já teve várias loiras e várias gostosas.

Neste instante, Bruno abaixou a cabeça e começou a sorrir.

O ex-motorista, no entanto, disse não ter conhecido Eliza Samúdio. Ainda indagado pelo promotor, ele disse ter ouvido de Sérgio, primo de Bruno, a versão de que Eliza "já era”, mas não tinha condições de dizer que a modelo havia sido realmente assassinada.

Mais cedo, o advogado Leonardo Diniz, que representa Luiz Henrique Romão, o Macarrão, informou que, após conversar com seu cliente, decidiu voltar atrás na decisão de abandonar o julgamento dos cinco envolvidos no assassinato de Eliza Samudio, em 2010. A defesa de Macarrão chegou a anunciar, antes do intervalo do júri, que abandonaria o plenário juntamente com a equipe de advogados de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.

— Primeiro realmente nós resolvemos sair. Mas, depois, vimos que o direito de decidir é dele. Ele merece uma defesa — afirmou Diniz.

Macarrão já não estava mais presente no plenário do Fórum de Contagem, em Minas Gerais. Ele foi retirado durante a tarde, após se sentir mal. O amigo de Bruno pediu para sair do local e foi encaminhado de volta para o presídio de Contagem. De acordo com o advogado dele, Macarrão não se sentiu bem porque ficou muito tempo sentado e teve uma indisposição. Ainda de acordo com Diniz, ele voltará ao plenário nesta terça-feira. O réu alegou estar se sentindo mal minutos após a entrada do goleiro Bruno no plenário.

A segunda parte do primeiro dia de julgamento começou com o pronunciamento do promotor Henry Castro. Em seguida, foram escolhidos os sete jurados. São eles: Ana Lídia Costa Gouveia, Tania Márcia Caetano Moreira, Ivone Bispo Dias, Elizangela Rosilene Costa, Roberto Severo, Lilian Queiroga e Ana Lúcia de Oliveira. No discurso, o promotor afirmou que as defesas pediram para incluir no processo fotos vulgares e pornográficas com o objetivo de aviltar a memória da vítima.

Advogados de defesa de Bola e Macarrão abandonam plenário

O júri recomeçou depois de um intervalo de duas horas para o almoço sem a presença de Bola. A juíza Marixa Fabiane Rodrigues informou que ele não aceitou ser representado pelo defensor público. Com isso, o processo foi desmembrado, e ele terá dez dias para nomear os novos advogados, já que Ércio Quaresma e Zanone Manuel de Oliveira, que o defendiam, deixaram o caso. O julgamento de Bola, dessa forma, será realizado em outra data, a ser determinada.

Com a saída da defesa de Bola, a tendência é que o julgamento termine na próxima sexta-feira. A previsão é do jurista Luiz Flávio Gomes. Ércio Quaresma, advogado de Bola, avisou que iria ouvir cada uma das cinco testemunhas de defesa por cinco horas.

Além do goleiro Bruno Fernandes, estiveram no fórum neste primeiro dia sua ex-mulher Dayanne Rodrigues e sua ex-namorada Fernanda Castro. Bruno vestia uniforme vermelho da Subsecretaria de Administração Prisional (Suapi). Dayanne Rodrigues estava de paletó branco, e Fernanda Castro usava um preto. Nenhum dos réus estava algemado. Bruno, Dayanne e Fernanda estavam virados para a juíza. Bruno olhou várias vezes para o lado onde estava a plateia. Ele e sua noiva, Ingrid Calheiros, estavam usando aliança na mão esquerda. A jovem estava acompanhando júri na parte reservada aos parentes dos réus. Dayanne estava ao lado de Bruno, com as mãos cruzadas e mexendo bastante os dedos. Fernanda, de óculos e cabelo preso com uma trança, estava um pouco atrás dos dois.

Os advogados de defesa de Bola abandonaram o plenário pouco antes de 13h. A confusão teve início com a decisão da juíza de que cada advogado de defesa teria direito a 20 minutos para suas manifestações.

— Antes de sermos alijados da tribuna, gostaríamos de deixar claro aos jurados que é impossível a realização de um julgamento justo — disse Ércio Quaresma, um dos advogados de Bola, momentos antes de deixar o local. — Tenham todos um bom dia, um bom trabalho.

Com o abandono das equipes de defesa, Bola foi anunciado como indefeso pela juíza que preside o júri. A magistrada designou cinco defensores públicos que tiveram acesso ao processo da morte da modelo para ficarem de prontidão caso os advogados de todo os cinco réus decidam abandonar o plenário.

Mais cedo, o advogado Ércio Quaresma adiantou que Bola, acusado de ser o executor de Eliza, não aceitaria ser defendido pela Defensoria Pública. No início do julgamento, o advogado causou tumulto. Primeiro exigiu que tivesse acesso às mídias anexadas ao processo. E ainda determinou que eles fossem vistas em um dos seis computadores trazido por ele ao plenário. A juíza Marixa Fabiane Rodrigues questionou, dizendo não ter certeza se ele copiaria ou não as peças do processo.

Segundo a juíza, as imagens de mídias foram colocadas à disposição desde o começo do processo aos advogados de defesa e de acusação. A juíza completou afirmando que apenas os vídeos das oitivas das testemunhas não tiveram suas cópias autorizadas para manter a integridade das testemunhas.

O bate-boca continuou com o advogado afirmando que estava baseado na lei para ter direito ao acesso às mídias. A juíza afirmou que ele teve todo o tempo do mundo para questionar o fato. Ele rebateu afirmando que ela não poderia ter o direito de dizer em qual tempo ele poderia ou não ter acesso às mídias. Ela então disse que o tempo dele estava encerrado e cassou a palavra dele.

Defesa do goleiro Bruno diz que Eliza é procurada em São Paulo

Apesar da desistência dos defensores de Bola, o advogado do goleiro, Rui Pimenta, disse que não vai abandonar seu cliente:

— O Bruno está esperançoso. O Bruno está cansado de cadeia, doido pra sair e comer uma picanha mal passada. Para isso, ele precisa de um alvará de soltura. Por isso vamos continuar no júri.

Pimenta questionou o tempo com a juíza, alegando que o processo é longo e vai causar constrangimento se ela cassar a palavra após o prazo previsto. O advogado também está requerendo novamente o depoimento do padrasto e do primo de Bruno, menor de idade na época do crime.

— Foi através do depoimento dele, o menor, que se instaurou esse processo. É imprescindível que ele venha. Não abrimos mão disso — justificou Pimenta.

Para o advogado, o julgamento não vai durar mais que quatro dias, pois, segundo ele, uma testemunha viu Eliza em um hotel de São Paulo. Ele afirmou que tem uma pessoa procurando por ela na cidade.

O julgamento do goleiro Bruno de Souza e outros quatro acusados da morte da modelo Eliza Samudio teve início por volta das 10h desta segunda-feira no Fórum de Contagem, Região Metropolitana de Minas Gerais. O início dos depoimentos demorou devido ao atraso de testemunhas. O corpo de jurados decidirá o destino do goleiro e dos réus Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão; Marcos Aparecido dos Santos, o Bola; Dayanne Rodrigues, com quem Bruno tem duas filhas; e Fernanda Castro, ex-namorada dele, acusados de sequestro, cárcere privado, homicídio e ocultação de cadáver. Todos negam participação. Inicialmente, o julgamento estava previsto para durar dez dias.

O Globo

Dia da Consciência Negra no Rio começa com lavagem do busto de Zumbi


Isabela Vieira
Da Agência Brasil, no Rio

Com mais da metade da população de negros (pretos e pardos), o Estado do Rio comemora hoje (20) o Dia da Consciência Negra. As atividades começam cedo, com a tradicional lavagem do Monumento Zumbi, na capital, e se estendem até o fim de semana, com shows de música, mostra fotográfica, sessões de cinema e festas nas comunidades quilombolas. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 51,7% da população do Rio é formada por pretos e pardos.

As comemorações na capital começam na Praça XI, em volta da estátua de Zumbi, símbolo da resistência à escravidão. Com a participação de religiões de matriz africana, a lavagem do monumento será feita pelo afoxé Filhos de Gandhi, Estrela de Oya, com a presença de rodas de baianas, de capoeiras e da Escola de Samba Unidos de Vila Isabel.

As atividades seguem pela zona portuária, onde os pesquisadores estimaram o desembarque de cerca de 1 milhão de negros escravizados na África, no Cais do Valongo. Recuperado durante obras de revitalização, o local recebe o projeto Herança Africana - Intervenções Urbanas no Caminho do Porto, com mostras ao ar livre em todo o bairro.

O destaque é um roteiro audiovisual sobre a história da cidade, desde a chegada dos navios negreiros até os dias de hoje, com fotos, vídeos e espetáculos teatrais na Pedra do Sal, no Largo da Prainha e nos Jardins Suspensos do Valongo. A ideia é homenagear também as personalidades que passaram por ali, como o músico Heitor dos Prazeres.

Shows da artista caboverdiana Lura, da nigeriana Nneka e da rapper americana Missy Eliot estão previstos no Festival BacktoBlack - que faz uma ponte entre a música brasileira e africana - de sexta-feira (23) a domingo (25). Também haverá debates sobre o apartheid (regime de segregação racial na África do Sul), sobre o papel da mulher na literatura e a influência do samba na literatura.

No interior do estado, a programação segue nas comunidades quilombolas. Em Magé, no norte fluminense, será lançado o documentário Maria Conga - Orgulho de Ser Quilombola, sobre a própria comunidade. Em Búzios, no litoral sul, a comunidade Maria Joaquina faz exibiçãode fotos; em Paraty, Campinho organiza uma grande festa, assim como Marambaia, na mesma região.

Na Baixada Fluminense, em Nova Iguaçu, será escolhida a musa negra estadual.

Segundo o IBGE, o estado mais negro do Brasil é o Pará (76,7%), seguido da Bahia (76,2%) e do Maranhão (76,2%). O Rio está na 22ª posição no ranking.

Notícias Bol

20 de novembro: Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança


Com o tema ‘Reduzir a pobreza, a violência e construir a paz’ começou (18) em todo o Brasil a comemoração para o Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança, celebrado no dia 20 de novembro.

A semana que acontece de 18 a 25 de novembro é promovida pela Rede Mundial de Religiões para a Infância (GNRC). No Brasil, a Pastoral da Criança que integra a rede, mobilizará em todo o país mais de 200 mil voluntários em 37 mil comunidades.

O dia é comemorado em dezenas de países com a proposta de proteger os direitos e promover o bem-estar das crianças.


A GNRC no último fórum da rede destacou em sua declaração a pobreza como uma forma de violência.

"Vemos a pobreza como a mais grave injustiça global, a pior e a forma mais extensa de violência. A realidade das crianças em situação de pobreza nos reuniu para discutir: distribuição desigual de recursos, a guerra e a violência, a corrupção e a má governança. Os valores sobre os quais nossas tradições religiosas são construídas nos obrigam a responder ao desafio da pobreza infantil”.

De acordo com o gestor de relações institucionais da Pastoral da Criança e representante da CNBB no Conselho Nacional de Saúde, Clóvis Boufleur, o tema da pobreza entra nas reflexões propostas para a comemoração para gerar conscientização e encontrar formas de combater essa realidade no país.

“A partir de 2012, o Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança inclui o tema da pobreza infantil. As tradições religiosas assumem o compromisso de mobilizar recursos e adotar medidas inter-religiosas de comunicação e diálogo contra todas as formas de violência e práticas nocivas para as crianças dentro das comunidades e além”, disse em nota no site da pastoral.

De acordo com o gestor, em muitas situações a pobreza gera a violência e vice-versa.

“Em muitas situações a pobreza causa a violência, em outras, a violência gera a pobreza (...). A renda entre as pessoas no país produz grandes abismos sociais. Quanto mais extenso esse abismo, maiores as chances de haver comportamentos marcados pela violência entre pobres e ricos. Em determinadas situações, as crianças que vivem em famílias pobres podem ser vítimas da violência dos adultos causada pela falta de oportunidades de renda”.

Em São Paulo (SP) serão realizadas oficinas sobre alimentação saudável, brincadeiras e momentos de espiritualidade e leitura da oração pela criança, no domingo (25) no Instituto Criança Cidadã – Circo Escola São Remo. No site da Pastoral da Criança podem ser encontrados diversos materiais para trabalhar o tema nas paróquias e movimentos.

No mesmo dia é comemorado o Dia Internacional da Infância, data em que foi proclamada a Convenção sobre os Direitos da Criança pela Organização da Nações Unidas (ONU).

Ouça a oração do Dia Mundial de Oração e Ação pela Criança.

A12

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Ministra diz que situação de 'emergência' em presídios gera violência nas ruas


Maria do Rosário, da pasta dos Direitos Humanos, quer inspeção em prisões para combater a tortura

A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, afirmou haver uma situação de emergência nos presídios brasileiros e que os maus tratos a detentos gera violência nas ruas. Ela se reuniu nesta segunda-feira, 19, com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), para pedir a votação de um projeto que cria um sistema e um mecanismo de prevenção e combate a tortura que teria, entre outras, a função de inspecionar presídios. A proposta pode ser votada na próxima semana.

“O que as pessoas precisam compreender cada vez mais é que quanto pior a situação dentro dos presídios mais violência nós teremos nas ruas. Há uma conexão”, disse Maria do Rosário.

Ela afirmou que o problema não se resolve apenas com a construção de mais presídios. “Estamos sim diante de uma situação de emergência, ainda que não seja atual, que venha se arrastando há muito tempo. Não basta apenas ampliarmos o número de vagas”, afirmou. Na visão da ministra, é preciso verificar a condição de detentos que ainda aguardam julgamento e a permanência nos mesmos locais de presos com diferentes graus de periculosidade, o que poderia gerar aliciamento por facções criminosas.

“Concordamos que o melhor atendimento do apenado é uma garantia de que a sua família estará melhor e que a sociedade o receberá com melhores condições no momento em que acabar sua pena e que enquanto estiver cumprindo sua pena não exista pressão dos grupos criminosos sobre eles”, afirmou a ministra.

A situação dos presídios voltou a ganhar os holofotes após a declaração do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de que preferiria morrer a passar algum tempo detido nas prisões brasileiras, que, para ele, são “medievais”.

As manifestações de ministros petistas coincidem com o momento em que dirigentes que formaram a cúpula do partido no primeiro governo Lula foram condenados pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a cumprir pena de prisão em regime fechado por crimes praticados no esquema do mensalão. O principal líder do partido nesta situação é o ex-ministro José Dirceu, condenado a 10 anos e 10 meses de prisão.

Estadão

Caso Bruno: Ex-motorista arranca risos da plateia


Contagem (Minas Gerais) - O ex-motorista Clayton da Silva Gonçalves arrancou risadas do plenário durante depoimento, na tarde desta segunda-feira. O promotor questionou se a testemunha havia notado a presença da ex-amante de Bruno, a loura Fernanda Castro, em um bar após uma partida de futebol. Segundo Henry Castro, muitos dos presentes disseram ter visto “uma loira gostosa, peituda, coxuda”. “Como o senhor não notou?”. Clayton respondeu então: "Bruno tinha várias mulheres. E a única loura gostosa que conheço é a Fernanda", arrancando risos inclusive da ex-mulher do goleiro Bruno, Dayanne de Souza.

Clayton também arrancou sorrisos do goleiro Bruno, após dizer que bebe diversas vezes ao dia e que gosta de whiscky, cerveja e vodka. "Quando eu bebo não lembro de muita coisa", contou.

O ex-motorista é uma das cinco testemunhas de acusação e foi a primeira a falar nesta segunda-feira. Durante depoimento, Clayton disse que nunca trabalhou para o ex-goleiro do Flamengo e que era próximo de Macarrão, amigo de Bruno. Através de fotos, ele reconheceu Macarrão e Jorge, o menor na época do crime acusado de estar dentro do carro que transportou Eliza para o sítio em Minas Gerais.

Clayton confirmou, ainda, que Jorge o contou que Eliza Samudio havia sido jogada aos cachorros. E, que mais tarde, Jorge teria dito ao motorista: "Eliza já era!".

Logo no início, Clayton confirmou o depoimento prestado na delegacia, em julho de 2010. No entanto, ao ser questionado sobre dar conselhos para Bruno não matar Eliza, o ex-motorista afirmou não se lembrar. "Eu não dou conta de lembrar de coisas que falei há mais de dois anos", disse.

O promotor Henry Castro perguntou se Bruno estava bebendo no dia do jogo de futebol em Angra dos Reis. "Sim. Ele sempre bebia bastante", afirmou o ex-motorista.

A juíza Marixa Fabiane Rodrigues encerrou a sessão por volta de 19h30, após o depoimento de Clayton, que ficará retido a pedido do promotor Henry Wagner Vasconcelos de Castro.

Início com atraso

Depois de três horas de atraso e muita confusão entre os defensores dos réus, a magistrada instaurou a sessão de julgamento do caso Eliza Samudio, às 12h01 desta segunda-feira.

A magistrada estabeleceu prazo de 20 minutos para os advogados alegarem seus pedidos preliminares, alegando "respeito à pessoa humana", o que gerou revolta dos defensores e até críticas da OAB.

Advogado de Bola tumultua sessão

Mais cedo, Ércio Quaresma tumultuou o plenário. "Se ela (juíza) continuar, vai fazer o julgamento sozinha. Vou embora", ameaçou. O defensor alega que, desde a sua entrada no plenário, o direito de defesa dos réus está sendo cerceado pela magistrada. O advogado disse que pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF). "Tenho a presença aqui de Luiz Flávio Gomes, não preciso de mais nada", disse Quaresma, referindo-se a um dos mais renomados criminalistas do País, que está presente na plateia do Tribunal de Justiça de Contagem.

Em sua última reclamação, Quaresma pediu que o tribunal disponibilize uma cópia da mídia usada durante o julgamento. O defensor alegou que precisa ter o equipamento disponível em seu computador para ter direito à defesa plena. A mídia solicitada pelo advogado é a transmissão em vídeo dos depoimentos dos réus e testemunhas.

Ele afirmou que, em ocasiões anteriores, a cópia não foi disponibilizada para a defesa. A juíza, por sua vez, afirmou que disponibilizou as imagens, de acordo com o direito de preservação de imagem das testemunhas. Caso quisessem, os advogados poderiam copiar tanto as filmagens dos interrogatórios dos réus, quanto das testemunhas. "Tem dois anos que o processo está em curso e a defesa poderia ter solicitado as imagens", afirmou, categórica, a juíza Marixa Fabiane, após nova tentativa do advogado de tumultuar o início da sessão.

Sete jurados que tinham conhecimento do processo e participaram da audiência anterior foram dispensados pela juíza. Ela alega que essas pessoas não podem participar do julgamento. Quaresma retrucou, pedindo a presença dos jurados. Ele prometeu recorrer ao Tribunal de Justiça de MInas Gerais, por meio de habeas corpus, contra a dispensa.

A magistrada então perguntou aos jurados, que participaram de outro júri que absolveu Bola, se eles estão aptos a participar do julgamento. Eles decidiram não participar e foram dispensados. A juíza anunciou ainda que cinco jurados pediram dispensa por motivos de saúde e trabalho. Os pedidos foram acatados por ela.

Quaresma sugeriu à juíza que autorizasse a transmissão ao vivo do julgamento, com objetivo de liberar alguns lugares na plateia ocupados por jornalistas. A magistrada, contudo, afirmou que uma equipe do Tribunal de Justiça está gravando a íntegra do julgamento e que os advogados terão acesso ao conteúdo posteriormente.

'Oramos e lemos a bíblia', diz noiva

Noiva de Bruno, a dentista Ingrid Calheiros chegou ao 2º Tribunal do Júri por volta das 8h04 desta segunda-feira. "Visitei ele (Bruno) ontem (domingo), oramos muito e lemos a bíblia. Se a justiça for feita, o Bruno vai ser absolvido. Não sei o que aconteceu com essa moça (Eliza). Jamais ficaria ao lado de um homem que fizesse tal coisa", afirmou Ingrid, que entrou no fórum acompanhada de advogados.

Creusa Aparecida, tia de Bruno, crê na absolvição do arqueiro. "A família tem esperança. A avó do Bruno é muito ligada a ele e está confiante que tudo vai dar certo. Encontramos conforto em Deus", disse. A movimentação é intensa no entorno do fórum, com a presença de curiosos e imprensa. Um forte esquema de segurança foi montado. Bruno vai responder por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

A ex-mulher de Bruno, Dayanne Souza, chegou ao fórum acompanhada do irmão. Ela é acusada de sequestro e cárcere privado de Bruninho. Visivelmente nervosa antes do início do julgamento, Dayanne disse que está bem e tentando manter a calma. Ela foi colocada em uma sala perto do plenário, para evitar o assédio da imprensa.

O Dia Online

Pesquisa aponta aumento no número de agressões contra crianças no Rio


O número de agressões contra crianças aumentou segundo levantamento do Instituto de Segurança Pública. Nos últimos oito meses, foram 200 casos a mais que no mesmo período do ano passado.

R7

domingo, 18 de novembro de 2012

Parada LGBT reúne multidão na orla de Copacabana


Com o lema “Coração não tem preconceitos. Tem amor”, evento fecha ruas do bairro

RIO — Começou por volta das 16h deste domingo, na orla de Copacabana, a 17ª Parada do Orgulho LGBT. Programada para 15h, o evento teve início com cerca de uma hora de atraso. Os trios elétricos, enfeitados com as cores da tradicional bandeira gay, desfilam pela Avenida Atlântica ao som de muita música. Segundo estimativa dos organizadores, o evento reúne cerca de um milhão de participantes.

Lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais estão juntos, mais uma vez, para pedir mais respeito ao amor e à diversidade. Com o lema “Coração não tem preconceitos. Tem amor”, a parada é comandada pelo Grupo Arco-Íris e Instituto Arco-Íris, com o apoio da Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos.

Neste ano, a novidade fica por conta da ampliação dos serviços de cidadania e saúde, que começaram às 9h, no Posto 5. Pela manhã, quem passou pela Avenida Atlântica teve acesso a serviços como vacinação contra hepatite B, oferecida na tenda da Secretaria Municipal de Saúde. Ao todo, onze barracas foram instaladas na orla do bairro. Nelas, os interessados também podiam retirar Carteira de Trabalho, fazer cursos e inscrição em cadastro de emprego da Secretaria Municipal de Trabalho. Na tenda da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), voluntários recolheram assinaturas para o estatuto da diversidade sexual.

À tarde, 15 trios elétricos percorreram a avenida, no sentido Leme, tocando os mais variados ritmos e atraindo uma multidão que dançava pela rua. Num dos caminhões, uma enorme bandeira com as cores do arco-íris trazia a mensagem Veta Dilma, numa referência à lei aprovada no congresso que muda as regras de distribuição dos royalties do petróleo e depende de aprovação da presidente.

Considerada a terceira maior festa da cidade, a Parada LGBT faz um alerta contra a homofobia. Somente no ano passado, 266 homossexuais foram assassinados no país por conta de sua orientação sexual, segundo levantamento das entidades. Por isso, na luta contra a discriminação, os organizadores contam com a participação de heterossexuais de ambos os sexos e idades variadas, além de grupos de combate ao racismo, à intolerância religiosa e ao preconceito contra soropositivos. O movimento “Mães da Igualdade”, composto por mães de homossexuais, vem à frente da parada, abrindo caminho para derrubar o preconceito que existe dentro de casa.

Durante o evento, a Seop apreendeu mais de mil bebidas com ambulantes irregulares e multou mais de 400 veículos por estacionamento irregular.

O evento conta com dez ambulâncias espalhadas pela orla, além de posto médico na Av. Atlântica entre as ruas Figueiredo Magalhães e Santa Clara. A segurança tem efetivo de 1.100 homens, sendo 350 guardas municipais, 450 policiais militares e 300 seguranças particulares.

Ônibus e metrô funcionam esquema especial para atender o público. A organização recomenda que, além de utilizar o transporte público, os participantes levem apenas um documento de identidade e deixem objetos de valor e garrafas de vidro em casa.

O Globo
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