sábado, 1 de maio de 2010

Casal é preso acusado de espancar filho de 5 meses até a morte em São José dos Campos


Eles foram presos quando tentavam fugir. Eles confessaram as agressões à polícia

Foram presos nesta sexta-feira (30), em São José dos Campos, os pais de uma criança de cinco meses que foi espancada até a morte. A vítima foi levada morta ao Pronto Socorro do Alto da Ponte na última quinta-feira (29). A ocorrência aconteceu no bairro Vila São Geraldo, zona norte de São José dos Campos, onde o casal mora há 4 meses.
O casal fugiu após deixar o filho na unidade médica, porém foi denunciado pela irmã da mãe da criança. Segundo ela, as agressões teriam começado na quarta-feira (28). Ela ainda disse à polícia que essa não foi a primeira vez que o bebê foi espancado.


Os suspeitos, de 19 e 20 anos, foram levados ao 4º DP da cidade. Na delegacia, eles confessaram que bateram no filho, mas negaram que isso tenha causado a morte. O pai assumiu que deu vários tapas na criança e a mãe disse que chacoalhava a barriga do filho, porque ele não parava de chorar.
"Primeiro foi o pai, que deu golpes de karatê na criança para acalmá-la, inclusive na região escrotal. E a mãe, agindo fortemente, massageando ou agredindo na barriga da criança", contou o delegado Ribergil Violante. A polícia gravou trechos do depoimento. "Eu perdi a paciência e balancei a barriga dele forte. Isso que causou a lesão, mas eu não queria, eu só queria fazer ele dormir", disse a mãe.
O rapaz de 20 anos também confessou que desde os 14 é usuário de cocaína, mas negou que no momento da agressão estivesse sob o efeito da droga. O casal vai responder pelo crime de lesão corporal seguida de morte e a pena pode chegar a 12 anos de prisão.
Cerca de 15 pessoas estiveram em frente à delegacia em protesto ao caso. A criança foi sepultada nesta sexta-feira.


VNews

Habeas Corpus julgado


TJ segunda instância :

Processo: 990.10.099890-0 Julgado

Classe:Habeas Corpus

Assunto:DIREITO PENAL - Crimes contra a vida

Origem:Comarca de São Paulo / Fórum Regional de Santana / 2ª Vara do Júri

Números de origem:583.01.2008.002241-3/000000-000

Distribuição:4ª Câmara de Direito Criminal

Relator :LUIS SOARES DE MELLO


Data: 27/04/2010

Situação do julgamento:Julgado

Decisão:JULGARAM PREJUDICADA A ORDEM. V.U.


Jovem está internada em Taguatinga com objetos inseridos no corpo. Mãe é principal suspeita


Uma jovem de 21 anos está internada no Hospital Regional de Taguatinga (HRT) com agulhas, alfinetes e grampos espalhados pelo corpo. A garota deu entrada no HRT em 27 de janeiro, mas apenas após um exame de raios X realizado esta semana foi constatada a presença dos objetos inseridos no corpo da jovem.
De acordo com a Secretaria de Saúde, ela já passou pela Unidade de Terapia Intensiva e não está em estado grave. Não há necessidade de retirada dos objetos, pois não estão próximos a órgãos vitais.
O caso foi registrado na 12ª Delegacia de Polícia (Taguatinga Centro). A principal suspeita de ter inserido os objetos é a própria mãe da jovem. A mulher prestou depoimento, que foi considerado insuficiente para a investigação. Parentes ainda devem ser ouvidos na delegacia na tarde desta sexta-feira (30/4).
Um boletim médico deve ser divulgado pela Secretaria de Saúde do Distrito Federal nesta sexta-feira. A adolescente será examinada também por uma equipe do Instituto Médico Legal (IML).

Com informações da TV Brasília


Correio Braziliense

Polícia amplia investigações sobre morte da mãe do menino Sean


Delegado amplia diligência sobre erro médico na morte da estilista carioca.
Médica não teria permitido interferência de outros profissionais.

A Polícia Civil decidiu fazer novas diligências antes de concluir o inquérito sobre a suspeita de negligência médica na morte da estilista Bruna Bianchi Lins e Silva, 34 anos, em 2008. O delegado Carlos Sodré, da 10ª DP (Botafogo), afirmou, nesta sexta-feira (30), que pretendia enviar o relatório ao Ministério Público estadual na próxima semana, mas resolveu ampliar as investigações. Bruna era a mãe do menino Sean, cuja guarda foi obtida pelo pai biológico, o americano David Goldman, num caso de grande repercussão.
O relatório preliminar aponta possível erro médico da equipe que atendeu a estilista na Casa de Saúde São José, no Humaitá, Zona Sul do Rio de Janeiro. Já existem duas ações na Justiça – uma na área criminal, outra na cível – , além de uma sindicância, em andamento, no Conselho de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj).
De acordo com as investigações, mesmo diante do estado gravíssimo da paciente depois do parto, ela teria ficado sob os cuidados de uma médica de 70 anos “que sofre de esclerose múltipla em estágio avançado e com dificuldades de locomoção", já que precisava usar muletas ou cadeira de rodas para se movimentar durante o trabalho na clínica.
A médica seria assistente particular do obstetra Nadir Farah, responsável pelo parto e que não estaria presente no momento em que Bruna começou a se sentir mal e apresentar quadro de hemorragia. Ele teria feito o parto e saído em seguida. Logo depois, Bruna sofreu uma hemorragia tão intensa que evoluiu para uma parada cardíaca.

Ruptura uterina
“A Bruna sofreu uma ruptura uterina e passou a ter uma grande hemorragia. Se ela tivesse voltado na mesma hora para a sala de operação, se os médicos tivessem agido rápido, minha filha teria sido salva”, lamenta a mãe da vítima, Silvana Bianchi.
O advogado da família da vítima, Bruno Tavares, disse que vai aguardar o desenrolar do inquérito para decidir que medidas judiciais serão adotadas. “Essa médica, mesmo sem condições de fazer as intervenções, não permitiu que os médicos do hospital interferissem no atendimento, o que teria causando um constrangimento, por questões éticas. Mas, há que se considerar que, diante das complicações, a responsabilidade passa a ser de todos os profissionais presentes”, afirma.

Médico amigo da família
O obstetra Nadir Farah, de 74 anos, tem mais de cinquenta anos de carreira e é um profissional respeitado em sua especialidade. Amigo de muitos anos da família Bianchi, foi o médico responsável pelo nascimento da própria Bruna. Ele não foi localizado para falar do assunto.
Em nota, nesta sexta-feira (30), a assessoria da Casa de Saúde São José informou que “a paciente contratou a equipe médica para o parto” e que “a sucessão de eventos que levou ao óbito da paciente, portanto, não se relaciona com o hospital, mas com decisões exclusivamente médicas, a cargo da equipe contratada diretamente pela família da paciente”.
A família de Bruna enfrentou um outro drama, logo após a morte da estilista, ao entrar numa batalha judicial com o pai do menino Sean. Em dezembro de 2009, David Goldman conseguiu a guarda do filho e o levou para morar com ele nos Estados Unidos.


G1

Menino cego aprende a se locomover usando técnica de morcegos


Um menino cego de quatro anos de idade está aprendendo a se locomover de maneira independente aprendendo a técnica de sonar usada por golfinhos para identificar objetos a sua volta.

James Aspland, do condado de Kent, na Inglaterra, é cego de nascença e está aprendendo a técnica com um especialista em mobilidade para deficientes visuais, o americano Daniel Kish, que perdeu a visão aos 13 anos e preside a organização Acesso ao Mundo para os Cegos.
A técnica envolve a emissão de estalos agudos com a língua para ouvir como eles reverberam nas superfícies próximas, ajudando um deficiente visual a localizar objetos e perceber seu tamanho - e seu posicionamento em relação a eles - pelo eco que eles produzem.
Técnicas semelhantes são usadas por animais como golfinhos e morcegos, mas como eles podem emitir sons muito mais agudos, sua percepção dos objetos é muito mais precisa e detalhada.
Segundo o jornal local Kent Messenger, Jamie será acompanhando por 12 meses por Kish, que dará ideias para seu treinamento. O especialista diz que a técnica ajuda a identificar objetos grandes, como prédios, a uma distância de até 100 metros.
Sua mãe, Debs Aspland, relatou uma ocasião em um parque, em que o filho conseguiu se desviar de uma cerca a tempo de evitar uma colisão.
O especialista, que treina pessoas no mundo todo, diz que 75% de seus “aprendizes” são crianças. Ele também pratica mountain bike e montanhismo, sempre utilizando a técnica.


Fazendeiro pega 30 anos por envolvimento na morte de missionária



Regivaldo Pereira Galvão foi acusado de ser um dos mandantes do crime.
No julgamento, ele negou a participação na morte de Dorothy Stang.

O fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão foi condenado no início da madrugada deste sábado (1), em Belém, a 30 anos de prisão por envolvimento na morte da missionária Dorothy Stang.
Ele foi acusado de ser um dos mandantes do assassinato ocorrido em fevereiro de 2005. Ainda cabe recurso à decisão.
O julgamento começou na manhã desta sexta-feira. Ao todo, segundo o Tribunal de Justiça do Pará, seis testemunhas foram ouvidas. As demais foram dispensadas. Um vídeo produzido pelo Ministério Público, que simula o que teria ocorrido no dia da morte da missionária Dorothy Stang, foi exibido aos jurados antes do interrogatório de Galvão.
De acordo com o TJ, Galvão falou durante mais de duas horas, respondendo a perguntas de sua defesa e negou envolvimento na morte da missionária. Ele teria se recusou a responder às perguntas da promotoria.
Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como 'Taradão', foi acusado de envolvimento em homicídio duplamente qualificado. "As qualificações são a promessa de pagamento para quem executasse a vítima e o uso de recurso que dificultou a defesa da vítima", explicou o promotor Edson Cardoso de Souza ao G1. O crime teria sido encomendado a um valor de R$ 50 mil.

O assassinato
A missionária norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA). Segundo a Promotoria, ela foi assassinada porque defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram reivindicadas por fazendeiros e madeireiros da região.
A acusação sustentou a tese de que Regivaldo foi um dos mandantes do crime, ao lado de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado, em abril de 2010, a 30 anos de prisão. Regivaldo era dono da fazenda onde Dorothy Stang foi assassinada, mas vendeu a propriedade a Bida antes do crime. O promotor afirmou que os dois mantinham uma parceria na época do crime.
Segundo o advogado Jânio Siqueira, a defesa de Regivaldo se baseou no argumento de que não existem provas que confirmem que o fazendeiro tenha sido um dos mandantes do crime.
Outros quatro acusados de participação no caso, Rayfran das Neves Sales, Clodoaldo Carlos Batista, Amair Feijoli da Cunha e Vitalmiro Bastos de Moura, foram julgados e condenados a penas que variam de 17 a 30 anos de reclusão.
A acusação sustentou a tese de que Regivaldo foi um dos mandantes do crime, ao lado de Vitalmiro Bastos de Moura, o Bida, condenado, em abril de 2010, a 30 anos de prisão. Regivaldo era dono da fazenda onde Dorothy Stang foi assassinada, mas vendeu a propriedade a Bida antes do crime. O promotor afirmou que os dois mantinham uma parceria na época do crime.
Segundo o advogado Jânio Siqueira, a defesa de Regivaldo se baseou no argumento de que não existem provas que confirmem que o fazendeiro tenha sido um dos mandantes do crime.
Outros quatro acusados de participação no caso, Rayfran das Neves Sales, Clodoaldo Carlos Batista, Amair Feijoli da Cunha e Vitalmiro Bastos de Moura, foram julgados e condenados a penas que variam de 17 a 30 anos de reclusão.


G1

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Homem que xingou de 'nega safada' e cuspiu em negra dentro de ônibus em Brasília segue preso


BRASÍLIA - O homem que xingou uma mulher de 'nega safada' e cuspiu no rosto dela dentro de um ônibus em Brasília vai continuar na cadeia até que o caso seja remetido à Justiça. André Soares Nasser, de 35 anos, foi preso e indiciado em flagrante por crime de injúria racial e lesão corporal. O crime de injúria racial é inafiançável na polícia.
No Código Penal brasileiro há três crimes contra a honra e um deles é a injúria. A pena é de três anos, além de multa, quando ela contém elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.
- O autor alegou que esta senhora teria dado o dedo para ele. Mas não há nenhuma testemunha que comprove esta versão. O que nós temos é a versão de que realmente ele levantou, se aproximou, cuspiu em seu rosto e a chamou de 'nega safada' - diz o delegado Laércio Rosseto.
O delegado não indiciou o homem por racismo.
- Nós entendemos que, quando ele partiu para agredir a honra subjetiva da vítima, a intenção dele era de causar esse sentimento de diminuição. E não de praticar um crime contra a raça negra - afirmou o delegado.
Um dois passageiros do ônibus ligou para a Secretaria Especial de Política de Promoção da Igualdade Racial. Nesta sexta-feira, o ouvidor da Secretaria, Humberto Adame Junior, disse que o fato de o cidadão estar preso é inédito, pois na maioria das vezes a polícia indicia apenas por injúria, não por injúria racial.
- É um fato inédito e o cidadão está preso. Isto deve servir de exemplo para que outras pessoas que tomem conhecimento disso não aceitem mais este tipo de comportamento social - afirmou.
Para ele, a mobilização das pessoas dentro do ônibus, em defesa da mulher, não é comum.
- Não faria o que o companheiro fez, porque é muito arriscado para os passageiros. Eu deixaria o rapaz sair do ônibus e daria sequência à viagem - diz o motorista de ônibus Elson Santana.
- É meio arriscado. Pode acontecer alguma coisa depois - acrescentou outro motorista.

Globo

Homem de 73 anos é pego em flagrante em Rondônia abusando de menina de 13


BOA VISTA - Dois homens foram presos no município de Mucajaí, no estado de Roraima, acusados de abuso sexual. O comerciante Marcelino Vieira do Nascimento, de 73 anos, e Edivaldo dos Santos, 24 anos, foram presos pelos agentes do Setor de Operações da Delegacia de Polícia Civil do município.
Vieira do Nascimento foi preso em flagrante acusado de abusar de uma garota de 13 anos. Edivaldo dos Santos foi preso por força de um mandado de prisão preventivo do ano de 2008 acusado de atentado violento ao pudor contra uma menina de 12 anos.
De acordo com o delegado Ronaldo Sciotti, uma testemunha estranhou quando viu o comerciante, fechando a porta da casa, onde mora, em companhia de uma garota de 13 anos e acionou o Conselho Tutelar. O caso aconteceu no último final de semana.
- Quando a Polícia chegou ao local, juntamente com o Conselho Tutelar, a vítima chorava muito, bastante nervosa e foi levada para exame de corpo de delito. Ela confirmou o estupro e as ameaças. Diante das evidências, ele foi autuado em flagrante - disse o delegado.
Edivaldo dos Santos, que também utiliza o nome de Marcos Coutinho da Silva, e o apelido de "Nem", foi preso nesta quinta-feira. Ele é acusado de atentado violento ao pudor contra uma menina de 12 anos, no ano de 2008. Na época, abusou sexualmente da menina em um campo de futebol.
A Polícia procurava pelo acusado há dois anos. Entretanto, como o suspeito usava vários nomes, dificultou as buscas.
- Com a prisão do infrator, o Inquérito Policial será finalizado e encaminhado à Justiça. O acusado será encaminhado para a Penitenciária Agrícola de Monte Cristo - esclarece o delegado.

Globo

Homens violentos tendem a achar que agressividade é normal


Pesquisadores da Universidade de Washington (EUA) analisaram 124 homens incluídos em um estudo para o tratamento da violência doméstica. Os homens que haviam cometido violência contra a parceira nos últimos 90 dias foram solicitados a estimar a porcentagem de homens que eles acreditavam ter se envolvido em sete tipos de abuso: jogando algo no parceiro, empurrando, chacoalhando-o, agredindo fisicamente, asfixiando, ameaçando com uma arma, ou forçar um parceiro a ter relações sexuais contra sua vontade.
Os agressores acreditam que outros homens pratiquem esses atos comumente (de duas a três vezes acima das taxas reais). Por exemplo, os participantes acreditam que cerca de 28% dos homens tenham jogado algo com a intenção de machucar um companheiro, mas a taxa real nos Estados Unidos é de cerca de 12%. Os homens também acreditam que cerca de 24% dos homens haviam forçado um parceiro a ter relações sexuais, em comparação com a taxa real de 8%.
Os pesquisadores dizem não saber ao certo o porquê desses homens exagerarem nas estimativas, mas é provável que aqueles que se envolvem em comportamento violento justificam-no mentalmente ao pensar que isso é comum. Vale um exemplo prático para entender o que se passa na cabeça dos agressores: é como usar uma camisa vermelha em um ambiente discreto.
Se você acha que todo mundo está uma camisa como a sua, então você não se sente deslocado usando uma também. Ou se você usar uma camisa vermelha você pode superestimar o número de pessoas que estão vestindo camisas vermelhas. As conclusões do estudo são úteis para corrigir equívocos sobre a violência doméstica, oferecendo uma chance para mudar o comportamento dos homens. Se for dada a eles informações factuais, torna-se mais difícil para eles justificar e tirar a culpa de seu próprio comportamento.

Expresso MT

Presa babá suspeita de maus-tratos e estupro


A prisão da babá Ângela Cristina de Sousa, 36 anos, suspeita de maus-tratos e estupro de vulnerável a um bebê de sete meses, no município de Igarassu, surpreendeu ontem até mesmo a delegada Mariana Vilas Boas, da Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA). Ela havia solicitado uma representação contra a babá ao juiz da Vara Criminal da cidade, José Romero Maciel Aquino, na última quarta-feira, mas não esperava que o mandado de prisão preventiva fosse expedido ontem. A babá, que havia sido chamada pela manhã na GPCA para prestar mais um depoimento, acabou recebendo voz de prisão. Depois de passar por exame de corpo de delito no Insituto de Medicina Legal (IML), foi encaminhada à Colônia Penal Feminina, no Engenho do Meio, à tarde. O inquérito tem 10 dias para ser concluído.
Ângela saiu da delegacia com o rosto coberto e não quis falar com a imprensa. Segundo a delegada, ela chorou ao receber a voz de prisão. No depoimento, que durou pouco mais de uma hora, ela acabou se contradizendo ao revelar quecostumava ficar sozinha com a criança, ao contrário do que havia dito no depoimento anterior, na segunda-feira. A primeira versão já havia sido contestada pelos vizinhos, ouvidos na última quarta-feira. Além dos depoimentos dos vizinhos, a delegada reuniu outros indícios que contribuíram para o pedido de prisão preventiva, adicionado ao fato do caso ter se tornado de repercussão nacional."Como foi um episódio que causou uma comoção na sociedade, inclusive fora de Pernambuco, havia o risco dela fugir antes da conclusão do inquérito", afirmou a delegada.
No último domingo, a GPCA liberou imagens feitas pelos pais do bebê, por meio de uma webcam, onde a babá aparece supostamente batendo na criança, jogando líquido em seus olhos, carregando-a pelo pescoço e o mais grave, manipulando o seu pênis, como se estivesse masturbando a criança. Segundo a mãe do bebê, o menino chorava descontroladamente no momento em que ela trocava a sua fralda. Os vizinhos também confirmaram à delegada que o menino passava o dia chorando, sob os cuidados da babá. Em seu primeiro depoimento, Ângela negou todas as acusações e disse que tudo era uma brincadeira, além de defender que apenas passava pomada no pênis do bebê por recomendação da pediatra.
A delegada Mariana Vilas Boas disse, ainda, que contribuiu para o pedido da preventiva a receita médica apresentada pelos pais, onde a médica faz a indicação de uma pomada para ser aplicada no pênis do bebê à noite e as imagens são durante o dia. Segundo a mãe da criança, a receita foi ministrada no dia 4 de março e dava um prazo de sete dias para aplicação.A filmagem foi registrada no dia 22 de abril. "Ela mentiu. E eu nem cheguei a comprar a pomada", afirmou. A delegada ainda irá ouvir a médica e mais duas pessoas. "Mas, diante dos indícios, das contradições e ainda da receita da médica, eu acredito na culpa dela sim", revelou. Já em Piedade, o delegado Petrúcio Jucá, que investiga outro caso de agressão em um edifício de classe média, onde uma babá supostamente incentiva uma criança de 3 anos abater em outra de um ano e sete meses, vai dar prosseguimento ao caso. "Vamos fazer uma acareação entre as babás na próxima semana", afirmou.

Assista AQUI o vídeo da agressão

Diário de Pernambuco

Investigação para achar Madeleine em Portugal é 'farsa', diz mãe


Pais da menina, que sumiu há quase três anos, acham que há quem não queria que ela seja encontrada

A mãe da menina britânica Madeleine McCann, que desapareceu em Portugal há quase três anos, disse que a investigação da polícia portuguesa para tentar descobrir o paradeiro da menina é "uma farsa".
Em uma entrevista, Kate McCann e seu marido, Gerry, disseram que acreditam que há pessoas em Portugal e também na Grã-Bretanha que não querem que a menor seja encontrada.
Gerry foi além e disse que há indivíduos em ambos os países que tentaram prejudicar a campanha da família para encontrar a menina.
"Oficialmente, há 18 meses ou mais, os policiais não estão tendo iniciativa nenhuma para encontrar Madeleine e quem a levou, e eu acho que isso é inaceitável", disse o pai.
Segundo ele, "quase todas as informações que foram para (a cidade de) Portimão, a delegacia no Algarve (região no sul de Portugal) onde a investigação está sendo centralizada, têm sido tratadas exatamente da mesma maneira, ou seja, sendo declaradas não relevantes".
Para Gerry McCann, o trabalho policial em Portugal não está sendo eficiente, embora esta "provavelmente seja uma das maiores investigações já realizadas" no país. Ele ressaltou que suas críticas não são dirigidas a todos os envolvidos nas buscas, mas "há indivíduos que, por alguma razão, parece que não querem encontrar Madeleine".
"É isso o que parece para nós. Há pessoas que claramente estão tornando as coisas difíceis e há outras que, neste país (Grã-Bretanha), pelos motivos que forem, querem dificultar mais (a localização de Madeleine). Há muitas pessoas que tentaram tirar do caminho (a campanha) o que estamos fazendo."
Kate McCann acrescentou: "Eu também acho que deve haver algumas pessoas que ficariam muito constrangidas se Madeleine for achada e isto me assusta. (...) Isto pode afetar o desejo ou não delas de que Madeleine seja encontrada."

'Inocente e vulnerável'

No início da semana, o casal disse em outra entrevista que as autoridades da Grã-Bretanha "desistiram" da busca pela criança.
Às vésperas do terceiro aniversário do desaparecimento da menina, Kate e Gerry McCann disseram que querem que o governo britânico revise o caso todo, pois os arquivos referentes ao desaparecimento de Madeleine não estão reunidos em um único lugar e - na avaliação deles - isso impede uma análise detalhada de todas as informações.
Gerry McCann afirmou que é errado ele e a mulher terem de liderar os esforços para encontrar a própria filha.
"Não é certo que uma criança britânica, inocente e vulnerável, seja abandonada", disse. "E não acho certo que, como pais, nós tenhamos que impulsionar as buscas. Claro que vamos, mas nem todo mundo tem os mesmos recursos e apoio que temos para fazer isso."
O casal contratou investigadores particulares para ajudar nas buscas pela filha.
Madeleine desapareceu quando passava férias com a família no Algarve. Na época, ela estava com apenas três anos. BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

Estadão.com.br

Ex-praticante conta os bastidores do Santo Daime


O assassinato do cartunista Glauco Villas Boas e seu filho Raoni,em Osasco, São Paulo, no mês de março, trouxe à tona discussões sobre o Santo Daime, como é mais popularmente conhecido o uso ritualístico da Ayahuasca, o chá feito a partir de duas plantas da região amazônica e que tem propriedades alucinógenas. O cartunista era fundador de uma igreja baseada no daime e foi morto no templo que havia construído no terreno de sua casa.
O jovem apontado como autor do crime teria se aproximado da igreja de Glauco com o objetivo de livrar-se do uso de drogas. Foi essa suposta capacidade atribuída ao uso do chá que atraiu João (o nome é fictício), um jovem com histórico de dependência de substâncias ilícitas que aceitou explicar ao Terra o que viu e sentiu em suas experiências como daimista.
João ouviu falar do chá pela primeira vez no final dos anos 1990, quando morava em Rio Branco, capital do Acre. O nível de informações, porém, era insuficiente. Talvez um reflexo da falta de aceitação do ritual em parte da sociedade. Mas como o daime faz parte da cultura da região Norte, João encontrou em uma colega de faculdade em Manaus (AM) a oportunidade de conhecer a Ayahuasca.
Sua primeira impressão foi a de que o daime baseia-se numa doutrina cristã. "Antes de participar de uma das cerimônias, ou trabalhos, como são conhecidas, eu teria de passar por uma entrevista com membros da igreja, que ficava localizada em uma área menos populosa, nos arredores de Manaus", conta ele.
Os líderes da igreja fizeram perguntas a João. "Eles questionaram porque eu queria tomar daime, se tinha histórico de uso de drogas, e se possuia conhecimentos sobre espiritualidade. Me pediram que ficasse três dias sem ingerir bebidas alcoólicas e até sem comer carne vermelha antes da cerimônia", disse.
O estudante também ouviu histórias sobre a origem do daime, sua relação com a cultura amazônica, a ligação com a floresta, simbologia, como são realizados os trabalhos e outros detalhes. João também constatou que os freqüentadores mais assíduos, ou fardados, vivem nos arredores da igreja, em uma espécie de comunidade. As pessoas vêm das mais diferentes formações. Há desde agricultores até policiais e advogados. Mas há também os que chegam à igreja como curiosos, interessados em experimentar a bebida. Estes sofrem com a reação clássica do chá, o vômito.
O daime é tomado basicamente em três "linhas", cada qual com suas características de ritual: daime, união e barquinha. O Santo Daime é a ramificação mais ligada aos signos da igreja católica e é bem rígida durante os trabalhos. Existe até um fiscal que ajuda nos momentos de aperto, afirma João.
São determinados os lugares onde você deve ficar na igreja, quanto tempo e para onde você pode se afastar, para "não quebrar a corrente" no decorrer da cerimônia. Há duas etapas nos trabalhos, a concentração, quando se fica em silêncio por cerca de uma hora após tomar o chá, intercalando com alguns hinos (músicas da doutrina), e o bailado, quando se faz uma espécie de coreografia dando dois passos para cada lado, em cerimônias que podem durar de sete a doze horas.
A União do Vegetal tem um círculo mais restrito, mas não tão rígido. Durante as cerimônias é possível conversar e fazer perguntas ao responsável pela cerimônia. Os hinos são diferentes, mas o que importa é a mensagem, diz João.
João também conheceu a Igreja da Barquinha, dessa vez em Rio Branco. O local é parecido com uma igreja católica e o ritual se assemelha bastante com o do Santo Daime, com a diferença da inclusão de entidades afro-brasileiras nos rituais.
Em comum entre as três linhas está o chá. Feito da mistura de um cipó e de folhas de um arbusto da Amazônia, ele começa a fazer efeito em cerca de 20 minutos. A primeira reação é uma espécie de sonolência, com muitos bocejos. "A partir desse ponto, a sensibilidade aos sons e à luz fica mais forte, assim como o torpor que oscila em momentos mais fortes e tranquilos, de acordo com o hino", descreve João.
O chá leva o usuário a momentos de auto-análise para depois encontrar o ápice do efeito, quando fica difícil de manter a concentração. "Nesse ponto ocorrem mirações, efeitos alucinógenos do chá. Antes ou depois delas me senti mal e vomitei, um efeito conhecido como peia, que é comum entre os daimistas", relata João.
A peia é incômoda, mas depois dela a sensação é boa, e muda de acordo com o hino que estiver sendo cantado. A música é parte importante no ritual. No daime e na barquinha, os visitantes recebem inclusive um hinário para poder acompanhar e cantar as músicas.
João frequentou os cultos por seis meses e conta que a experiência com a Ayahuasca foi positiva e o ajudou a livrar-se das drogas, inclusive do álcool. Mas que não há como generalizar: "Cada um que toma tem uma experiência diferente", afirma.
No período em que freqüentou as igrejas, João afirma que notou alterações significativas em pessoas que passaram a ser mais assíduas nos rituais. "Algumas realmente abdicam da vida social e se isolam em comunidades no meio da mata", diz ele.
"Vi em muitos casos pessoas achando eram mais puras e elevadas, diziam ter contatos com entidades elevadas, o que de certa forma causava risos entre os praticantes mais velhos", afirmou.
"Ao tomar o daime, a pessoa não pode se deixar levar por devaneios egocêntricos, que provavelmente viriam à tona em um outro momento de sua vida", disse.

Daniel Favero
Portal Terra

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Refletindo sobre a Lei da Adoção - Por Sanny Lemos*


A Adoção não é um conto de fadas, pois não se trata de dar uma criança para um casal, mas de encontrar pais para uma criança. Os profissionais envolvidos com a avaliação de candidatos à adoção, devem, acima de tudo, se preocuparem com as duas noções e sua permanente relação.
O desejo de paternar/maternar não é uma garantia da capacidade e desempenho das funções parentais, exigindo assim um rigoroso e cuidadoso estudo da situação e seus vários aspectos: social, jurídico, médico e psicológico.
Os candidatos a adoção devem acima de tudo ter um perfil adulto, capaz de amar e se dedicar com lucidez e generosidade, construindo uma casa aberta, se comprometendo com o mundo em nome desse amor, onde nele, a voz do sangue não existe, um amor chamado filho!
A adoção como alternativa excepcional conforme art. 92 inciso II do Eca, só se dará quando esgotadas todas as possibilidades e recursos de manutenção em familia de origem, e conforme art.24 a falta de recursos materiais não constitui motivos para a a perda do poder familiar.
Por isso é preciso consciência, sensibilidade e respeito pela mães andarilhas ou fracassadas que perambulam pelas ruas porque não lhe foi dada oportunidade de viver diferente. Não devemos tratá-las com arrogância ou violência. Agindo assim estamos ferindo também as crianças que de um jeito ou de outro, tem amor por essa mãe cheia de erros e acerto e que precisa, tão somente, de orientação e ajuda. Mães que por força do destino se veêm obrigadas a entregarem seus filhos para adoção. É preciso dar à essas mães condições de maternar, de manter suas proles consigo evitando a institucionalização ou as ruas como meio de sobrevivência.
O Estado, representado pelos seus governantes devem assegurar esse direito às mães e filhos através de políticas públicas eficientes e corajosas e uma delas é o planejamento familiar. É preciso, antes de mais nada, consciência e responsabilidade nessa luta que é de toda sociedade civil, principalmente dos homens a quem entregamos os destinos de um país e da maioria de um povo que ainda não aprendeu a escolher seus governantes. Em nome da fome vende seu voto por um prato de comida ou por telhas para cobrir um barraco onde sobrevivem em condições subhumanas.
A responsabilidade é deles, mas também é nossa que ainda temos voz para exigir e assegurar às nossas crianças a convivência familiar e comunitária. É preciso também consciência de que muitas das nossas crianças e adolescentes estão esquecidas dentro das instituições, seja pela inexistência de estrutura das familias de origem ou pelo perfil ainda seletivo da maioria dos candidatos a uma adoção.
De nada irá adiantar os avanços na Lei da adoção se muitos profissionais que lidam com a causa, mantiverem suas mentes e corações fechados, trabalhando automaticamente cumprindo os ritos de entrevistas, relatórios e decisões. De nada irá adiantar se esses profissionais continuarem se julgando sabedores de todo conhecimento e não procurar avançar no aperfeiçoamento, bem como, trabalhar suas próprias limitações ou entraves, quando não, seus preconceitos.
De nada adianta técnicos detentores de sabedoria individual e onipotente, acreditando saber tudo de uma criança, se não souberem a dura realidade de uma familia fracassada, enjaulada e de filhos com mãos estendidas à espera de um gesto de amor.
É certo de que os caminhos para a adoção no pais vêm sendo construídos dentro de um movimento evolutivo, social, corajoso e solidário. A nova Lei da Adoção contempla com louvor as crianças e adolescentes institucionalizados, porém, muito me assusta ao pensar de que forma será contemplada uma criança negra, em idade não mais desejada pelos adotantes exigentes, que teimam em escolher um filho como se escolhe bicho de pelúcia em uma vitrine. A realidade dessas crianças me incomoda pois vejo nos abrigos o risco de ter que cumprir a Lei devolvendo essas crianças ou adolescentes às suas familias de origem, sem nenhuma estrutura emocional, reiniciando novo circulo de violências e riscos.
É preciso estarmos atentos à realidade dos abrigos, desenvolvendo atitudes de compreensão, parcerias, ao invés de julgamentos, procurando espaços para o diálogo e a cooperação. Não somos donos da verdade absoluta pois a realidade é muito complexa e dolorosa, tanto quanto a da criança deixada e esquecida na instituição. É preciso também pensar na familia de forma mais abrangente, não apenas dando-lhe esmolas através do assistencialismo indecente e insuficiente, mas proporcionando-lhe condições de buscar sua própria sobrevivência digna através do trabalho, da educação, da saúde e principalmente, do planejamento familiar responsável.
É preciso caminhar a passos largos e, acima de tudo, consciência de que depende de cada um de nós, como pais, como profissionais e como cidadãos que sonham e desejam urgentemente, encontrar uma saída para o sofrimento e o abandono das nossas crianças.

E como define Fernando Freire: "Continuemos juntos, existem muitas crianças que silenciosamente esperam por nós, que confiam em nós. Cada uma das nossas atitudes pode mudar a vida dessas crianças, cada uma das nossas ações pode fazer de um fracasso, uma esperança".

* Sanny Lemos é Assistente de Prevenção Social, atuando na Vara da Infância e Juventude de Feira de Santana
Texto extraído das "Comunidades Virtuais de Aprendizagem"- Fio Cruz

Foto: Maria Laisa
Olhares.com

Bélgica aprova projeto de lei para banir uso público de véu islâmico


Salma, uma muçulmana francesa de 22 anos que vive na Bélgica, dá entrevista em frente ao Parlamento da Bélgica. Ela usa o véu islâmico por opção. (Foto: AFP)

Legislação foi aprovada com facilidade na câmara baixa e vai ao Senado.
Ela deve criminalizar vestes que cubram total ou parcialmente o rosto.

Da AFP, em Bruxelas

A câmara baixa do Parlaento da Bélgica aprovou nesta quinta-feira (29) um projeto de lei que bane o uso do véu islâmico em público. Com isso, a Bélgica pode se tornar o primeiro país a tornar o uso do véu uma ofensa criminal.
A medida teve 136 votoas a favor, contra duas abstenções.
O projeto de lei bane qualquer vestimenta que cubra total ou parcialmente a lei. Ele também é aplicável a manifestantes de rua que tentem esconder seus rostos.
O projeto precisa passar pelo Senado, o que deve ocorrer em alguns meses.
No entando, a queda do gabinete belga, ocorrida na semana passada, pode atrasar o processo, porque o Parlamento vai ser dissolvido.
A França, que tem a maior população muçulmana da Europa, também caminha para tomar medida semelhante. Projeto de lei deve ser examinado em maio.
Na Bélgica, o projeto de lei foi proposto pelos liberais francófonos. Eles argumentaram que os rostos cobertos podem ser um risco de segurança e que o véu é uma "prisão ambulante".

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Mais de 1 bilhão de pessoas com fome no mundo: FAO


PANAMÁ, Panamá — Mais de 1 bilhão de pessoas sofrem com a fome no mundo, em consequência da crise econômica e devido ao aumento nos últimos três anos dos preços dos alimentos, declarou nesta quinta-feira o diretor-geral da FAO, Jacques Diouf, que qualificou a situação de "muito difícil".
No mundo há 1,017 bilhão de famintos, dos quais 642 milhões são da Ásia e do Pacífico, 265 milhões da África, 42 milhões da América Latina e Caribe, e 15 milhões dos países desenvolvidos, segundo a FAO, a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação.
"Vivemos uma situação muito difícil, já que o número de pessoas que passam fome aumentou em 105 milhões em 2009 (em comparação com 2008) para chegarmos a mais de um bilhão", disse Diouf no Panamá.
Este número mostra que uma em cada seis pessoas é atingida por esse flagelo no mundo.

Procuradora será indiciada por crime de tortura


RIO - Depois de mais de duas horas de depoimento, a procuradora aposentada Vera Lúcia Sant´Anna Gomes, de 57 anos, saiu da 13ª DP (Ipanema) sob vaias de grupos de manifestantes. Revoltadas, as pessoas chamavam a procuradora de "vaquinha", mesmo xingamento que ela usava contra a filha adotiva de 2 anos em gravação feita pelos autores da denúncia, anônima . A delegada Monique Vidal disse que Vera Lúcia será indiciada pelos crimes de tortura contra a criança e de racismo contra as empregadas dométicas. O inquérito, segundo a delegada, será concluído nesta sexta-feira, quando poderá ser pedida a prisão preventiva da procuradora.
No depoimento à polícia, a procuradora negou as agressões. No entanto, a delegada informou que o laudo do exame de corpo de delito indica que as agressões eram frequentes . Três empregadas da procuradora e um porteiro do prédio onde a suspeita mora prestaram depoimento à policia. A procuradora estava há pouco mais de um mês com a criança. Ela obteve a guarda provisória após tentar por mais de seis anos adotar uma criança. Vera Lúcia entrou e saiu da delegacia sem falar com a imprensa. Quando ela chegou, uma mulher que fazia um protesto segurando um cartaz na porta da delegacia a chamou de bruxa. Com o tumulto, um grupo de curiosos começou a se concentrar na porta da delegacia.
O Conselho Tutelar recebeu a denúncia por um telefonema anônimo e retirou a criança da casa da procuradora aposentada.
Uma gravação que teria sido feita dentro do apartamento mostra um dos momentos de agressão. A voz seria da procuradora, e o choro, da menina adotada por ela pouco mais de um mês antes.
- Maluca! Engole! Você vai comer tudo, entendeu? Sua vaquinha! Pode chorar! Sua cachorra! - grita, supostamente, Vera Lúcia.
Na terça-feira, foi divulgado o resultado do laudo do exame de corpo de delito feito pelo Instituto Médico Legal (IML), que indica que a menina foi vítima de lesão corporal leve. Foram identificados hematomas na boca, na testa e nos olhos. A delegada Monique Vidal, titular da 13ª DP (Ipanema), disse, no entanto, que continuará investigando a hipótese de tortura.


Brasileira de 4 anos tem 'doença do envelhecimento', confirma laboratório


Extremamente raro, problema atinge 63 pessoas em todo o mundo.
Crianças com progéria sofrem de problemas comuns a idosos
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Com 19 dias de vida, Bianca Pinheiro já tinha um endurecimento incomum na pele. Hoje, com quatro anos, possui poucos cabelos e não ouve bem. No início de abril, uma carta vinda dos EUA confirmou o diagnóstico: progéria, problema genético fatal conhecido como "doença do envelhecimento", que faz crianças com poucos anos de vida terem problemas comuns a idosos.
Bianca, que nasceu em Campina Grande (PB), é uma das 63 pessoas diagnosticadas no mundo com o problema. Doenças cardiovasculares, como infartos ou derrames, começam a aparecer desde cedo e derrubam a expectativa de vida dos doentes para 13 anos.
Na última segunda-feira (26) , um caso semelhante ao brasileiro chamou a atenção na Inglaterra. Harry Crowther, de 11 anos, possui uma variação da progéria que o faz envelhecer cinco anos em um. O ritmo é rápido, mas quem tem a forma clássica da doença, como Bianca, pode "ficar mais velha" com ainda mais velocidade.
A menina da Paraíba não está com problemas graves. "Ela anda, fala, vai à pré-escola, se dá bem com outras crianças", conta a mãe, Patrícia de Souza. Apesar de causar envelhecimento precoce, a doença não afeta a capacidade de aprendizagem.

Remédios
O exame nos Estados Unidos foi realizado a pedido da médica especialista em genética Paula Medeiros, professora da Universidade Federal de Campina Grande. Ela acompanha Bianca há 3 anos e enviou o sangue da menina para a Fundação de Pesquisa em Progéria (PRF, na sigla em inglês), nos EUA.
"Por ser uma doença extremamente rara, eles procuram pessoas no mundo inteiro que tenham progéria", conta a médica. Segundo ela, encontrar outros pacientes facilita a pesquisa e possibilita que essas pessoas sejam tratadas com os recursos mais modernos.
A médica explica que no tratamento são usados remédios para doenças cardiovasculares e para fortificar os ossos, além de um medicamento específico, ainda em teste, para o gene que sofreu mutação.

'Encontre as outras 150'
Para achar outras crianças com progéria, em outubro de 2009, a PRF lançou uma campanha na internet. Na época, eram conhecidas 52 crianças no mundo com a doença, e os cientistas estimavam que deveria haver 200. Por isso, a campanha adotou o slogan "Encontre as outras 150".
Bianca foi uma das crianças encontradas. Com a confirmação do diagnóstico, ela poderá fazer tratamento nos EUA. "Por 2 anos, de 6 em 6 meses ela irá para lá. A fundação financia todo o tratamento", conta Paula.
Apesar de ser considerada fatal, especialistas apontam que os tratamentos para progéria estão cada vez melhores. "Até poucos anos nem sabíamos por que essa doença acontecia. Hoje sabemos onde o material genético está alterado, e com o próprio avanço da medicina para quem envelhece aumenta a expectativa de vida de quem tem progéria", afirma o médico Salmo Raskin, membro da Sociedade Brasileira de Genética.
"Ela teve sorte de ter um diagnóstico cedo. Ainda dá para correr", estima a médica Paula Medeiros.

Ajuda
Se alguém conhecer crianças com sintomas de progéria é possível buscar ajuda no site da campanha "Encontre as outras 150". A Fundação Progéria também dispõe na internet de diversas formas de doação para ajudar a custear pesquisas e tratamento.

Imagem ilustrativa



"Epidemia do Crack" no Brasil será debatida em audiência pública conjunta no Senado


Encontro para discutir o problema das drogas ocorrerá na próxima semana, em Brasília

O requerimento que pede a realização de audiência para debater a "Epidemia do Crack" no Brasil, foi aprovado hoje pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE). A audiência pública, que ocorrerá na próxima semana, será conjunta com as Comissões Educação, Cultura e Esporte (CE), Assuntos Sociais (CAS), de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ).
Para debater o tema foram convidados o presidente da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), Judith Brito, e o presidente da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), Daniel Pimentel Slaviero.
Segundo o senador Sérgio Zambiasi (PTB-RS), autor do requerimento, "o papel da comunicação é fundamental para alertar a população sobre os efeitos danosos causados por esta droga. A rádio, a TV e os jornais, são ferramentas importantes neste processo, pois atuam de forma democrática levando informação, a milhares de pessoas".
Zambiasi comentou sobre a reportagem publicada nesta segunda-feira por Zero Hora sobre a ação dos traficantes, que estão usando um "selo de garantia" para destacar a procedência do crack. Os traficantes foram apreendidos por agentes do Denarc, com 2,47 quilos de crack.

— Isso é um abuso — enfatizou.

O senador destacou três projetos de lei apresentados que vão ao encontro dos eixos propostos de combate prevenção e conscientização, repressão e leis:
— O primeiro projeto, agora Lei nº 12.219, autoriza a União a fazer convênios diretamente com os municípios com o objetivo de prevenir o uso de drogas e possibilitar a atenção e reinserção social de usuários e dependentes.
Os outros dois projetos do parlamentar continuam tramitando no Senado: o PLS 187/09 que aumenta a pena de dois terços até o dobro para traficantes de crack e cocaína. Está tramitando na CCJ e seu relator é o senador Jarbas Vasconcelos.
O PLS 202/09 que trata do auxílio-doença concedido ao dependente químico, dando ao beneficiário o direito de revisão automática em caso de cessação antes da conclusão do tratamento.
— Acredito que esses outros dois projetos também sejam aprovados. Vamos continuar trabalhando para que isso aconteça, ainda, este ano — disse Zambiasi.

Ao concluir seu pronuciamento na Comissão de Educação, o parlamentar gaúcho sugeriu que a reunião fosse realizada no Plenário do Senado.

ZEROHORA.COM


A ex-princesa e sua busca pelos filhos sequestrados


A australiana Jacqueline Pascarl, 47 anos, tem uma vida que certamente daria um filme. Em 1980, aos 17 anos, a jovem bailarina se apaixonou pelo príncipe malaio Raja Datuk Bahrin Shah, quando ele fazia arquitetura em Melbourne, na Austrália. Um ano depois eles se casaram e foram morar em Terengganu, na Malásia, onde o príncipe Bahrin fazia parte do sultanato. Eles tiveram dois filhos, a menina Shahirah – conhecida como Shah e o menino Mohammed Baharuddin, conhecido como Iddin. Depois do nascimento de Iddin, o príncipe casou-se novamente, de acordo com a lei islâmica malaia. Jacqueline resolveu, então, visitar seus pais na Austrália e levou as crianças com o consentimento do marido. Jacqueline disse ao blog que nesta época sofria muito com a violência do marido que batia nela com frequência. Ela afirma que foi quando resolveu pedir o divórcio. O príncipe Bahrin aceitou e em 1986, eles se divorciaram.
Quando a filha Shah tinha nove anos e Iddin, sete anos, o príncipe veio visitar os filhos. Levou-os para um hotel e eles nunca mais voltaram. De acordo com um criminoso australiano que participou do sequestro e muitos anos depois foi preso, o príncipe planejou o rapto das crianças durante um ano.
Jacqueline já havia contado parte de sua história no livro Era uma vez uma princesa (ed. BestSeller). Agora é publicado no Brasil Depois de ser princesa em que ela relata de forma dramática como viveu 14 anos sem ver os filhos e o emocionante reencontro. Nesse tempo em que esteve longe de Shah e Iddin, Jacqueline mergulhou nas vidas das famílias que tiveram seus filhos seqüestrado e produziu o documentário Empty Arms, Broken Hearts( Braços Vazios, Corações Partidos), ganhador de vários prêmios. O sucesso do filme levou Jacqueline aos campos de guerra. Ela foi convidada a trabalhar como embaixatriz da ONG CARE na Bósnia e Kosovo, onde ela se deparou com a dor de mães que perderam seus filhos nos conflitos. Em uma das passagens mais marcantes desse último livro, Jacqueline conta como reconheceu uma delas apenas pelo grito da “dor que vem do útero”. Era uma refugiada que acabava de perder sua criança. Jacqueline também trabalhou no Quênia e na África do Sul com um projeto educacional para crianças. Depois do príncipe Bahrin, ela se casou duas vezes. Com seu último marido, Bill Crocaris, Jacqueline teve dois filhos, a menina Verity hoje com nove anos e o menino Lysander, com sete anos.
Quatorze anos depois do desaparecimento de seus filhos, ela conseguiu ter notícias de Shah pelo e-mail. A filha a localizou por conta de seus trabalhos humanitários e finalmente, ela teve a permissão para ver a mãe. Iddi também veio e a família toda se reuniu na Austrália. A princesa Shah se casou no ano passado e irá morar na França. Iddi deverá voltar para a Austrália.

A seguir trechos da entrevista com Jacqueline Pascarl:
- No livro você diz que a abdução está ligada ao poder e vingança. Como esses sentimentos estão relacionados com seu caso?
- O meu ex-marido, o príncipe Bahrin, usou a adbudção como uma vingança contra mim. Eu fui a única mulher na família real a ficar com suas crianças e a pedir divórcio. Ele achou que eu arranhei sua reputação, que fui contra as leis do Islã. Como religioso, ele se tornou um fundamentalista, mas na vida pessoal ele era um playboy. Na época do seqüestro, ele estava se refazendo politicamente e usou as crianças para estabelecer sua plataforma política.

Como foi o sequestro?
Eu permiti que o meu ex-marido viesse ver as crianças. Eu deixei a Malásia porque ele estava me batendo e ainda tinha outra esposa. Ele era muito violento e cometia abusos. Muitos anos se passaram e ele queria entrar na política. E para isso teria que refazer a sua imagem pública. Por isso veio ã Austrália. As crianças foram dormir com ele no hotel. Foi a noite em que elas foram sequestradas. Ele contratou um criminoso da Austrália e outro de Cingapura e colocou meus filhos em carros separados, deixando para trás as roupas e os brinquedos deles. Ele dirigiu toda a costa até Weipa, no norte da Austrália. As crianças viajaram sedadas numa picape.Depois, eles as colocou num barco e partiu para a Indonésia. Como a malásia não é signatária da Convenção de Haia, ele conseguiu a guarda dos meus filhos lá. E eu fui proibida de entrar no país.

Você nunca tentou entrar na Malásia para tentar ver seus filhos?
Claro que eu queria isso. Mas tive que fazer uma escolha porque o risco que eu corria de entrar lá era proporcional aos maus tratos que meus filhos poderiam sofrer. Meus filhos eram vigiados constantemente com soldados armados e sofriam ameaças. Nem pergurtar por mim eles podiam. Se minha filha assim fizesse era obrigada a ir dormir à noite no cemitério. Eles testemunharam muita violência. Até hoje meus filhos sofrem com os traumas.

Que tipos de traumas eles tiveram?
Eu preferiria não falar muito sobre isso, mas filha teve que freqüentar um psicólogo durante muitos anos. Aos poucos eles estão superando. Em setembro, do ano passado, eu estava bem ruim de um câncer no ovário. Tive três tumores e os médicos achavam que eu não passaria o Natal viva. Eles vieram e cuidaram de mim por oito semanas. Eles me diziam: você não pode morrer agora, porque seus filhos vão sofrer como nós. Eles não podem ficar sem a mãe. Mas aqui estou.

Eu li num jornal malásio que o príncipe Bahrin a convidou para o casamento de Shah na Malásia. Houve reconciliação?
Issso é uma grande bobagem. Minha filha teve duas festas de casamento. Uma na Malásia e outra aqui na Austrália. Eu e meus filhos rimos dessa história. Até hoje ele não me autoriza entrar na Malásia. O casamento da Malásia foi em um hotel dele. Foram três mil convidados, centenas de jornalistas, sendo que a milha filha não conhecia a maioria das pessoas. O casamento aqui na Austrália foi em um parque com apenas 35 convidados. Todos os amigos dela vieram. Eu acordei quatro da manhã para fazer o bolo do casamento. O único presente que ela pediu foram receitas, porque ela nunca aprendeu a cozinhar no palácio. Cada convidado trouxe um prato de comida e ela usou o vestido que ela mesma modelou – ela fez moda na escola e deverá ir morar na França.

Por que decidiu fazer um documentário sobre crianças sequestradas?
Preferi enfrentar o medo do que me sentar confinada num quarto escuro. Para mim, foi um grande aprendizado conversar com psicólogos especialistas em crianças traumatizadas pela violência, porque era uma maneira de entender o que os meus filhos estavam sofrendo. Eu queria aprender a ser delicada e sensível com essas famílias que tiveram seus filhos sequestrados. Foi tudo muito intenso. Era como se eu tivesse olhando para um espelho. Ao mesmo tempo em que eu estava numa uma missão em prol das minhas crianças, era traumático ter que lidar com outras histórias de sequestros. Chorar era um luxo para mim, porque na maioria das vezes eu não me permitia cair. Mesmo quando estava nos campos de refugiados. Eu sempre tive o sentimento que precisava continuar.

Qual foi a situação que mais a impressionou?
Quando eu estava no Timor Leste, eu vi uma mulher que tinha o horror da guerra em seus olhos. Eu decidi que iria conseguir dar a ela e suas crianças abrigo, comida e água. Depois ela partiu. Na manhã em que eu estava deixando o Timor, ela apareceu para me dar um presente. Tinha caminhado durante três horas e me entregou um pertence de sua mãe, que havia sido assassinada pelos indonésios. Era tudo o que havia sobrado da mãe e ela estava oferecendo a mim. Aprendi que os traumas de guerra trazem experiências muito particulares e mesmo assim, a dor é universal. E se eu consigo entender essa dor, sou capaz de fazer uma conexão única com aquela pessoa.

O problema das crianças sequestradas só tende a aumentar com o fluxo de pessoas que se conhecem pelo mundo. Particpei de uma capa na revista ÈPOCA sobre o caso Sean e escrevi sobre isso. Se puder, leiam a matéria sobre os filhos da globalização.

Katia Mello


Mulher 7 por 7

Uso de crack cresceu após ações contra cocaína, segundo PF


De acordo com diretor-geral da Polícia Federal, os esforços mundiais contra o consumo da cocaína favoreceram o aumento da procura ao crack. Especialistas discordam

O diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, disse que a explosão do consumo de crack no Brasil é resultado do sucesso de uma política mundial de repressão contra a cocaína. Corrêa afirmou que o aumento do controle dos insumos necessários para o refino da cocaína nos últimos anos resultou na elaboração de um subproduto, o crack, que passou a ser oferecido pelas quadrilhas de traficantes.
"O crack, por incrível e contraditório que pareça, é um sinal de sucesso de uma política mundial de repressão. Tem diminuído o acesso ao cloridrato (cocaína pronta para o consumo) e aí surge um subproduto tão maléfico e tão perigoso (como o crack). E as quadrilhas vão se adequando a esse mercado", afirmou o diretor-geral da PF, após a abertura da 27ª edição International Drug Enforcement Conference (IDEC), a maior conferência mundial antidrogas, que acontece no Rio de Janeiro.
Corrêa explicava sua tese de combate ao tráfico de drogas, baseada na corresponsabilidade entre países produtores e consumidores, quando relacionou a explosão do consumo do crack à diminuição da produção de cocaína. Segundo ele, as dificuldades impostas pela repressão fez com que as quadrilhas de traficantes buscassem uma alternativa. "Essa dificuldade gera um produto, uma pasta básica de baixa qualidade", afirmou.
As afirmações do diretor-geral da PF surpreenderam a cientista social e coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania, da Universidade Candido Mendes, Silvia Ramos. "Não sei de onde ele tirou isso. Essa declaração não procede em relação a todos os estudos internacionais combinados com a nossa experiência empírica no Brasil", disse.
Segundo ela, a entrada do crack é resultado da falência total da atividade do controle da venda de drogas e da ampliação dos mercados dos traficantes. "Todos os estudos mostram que no mundo inteiro, e isso não é diferente no Brasil, o crack tem a ver com economia. É uma criação de opção de consumo de droga para uma parte mais pobre da população", afirmou Silvia Ramos.
Na avaliação do titular da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) da Polícia Civil do Rio, Marcus Vinícius Braga, a explosão do crack realmente está ligada à realidade de mercado. "Só aumentou o crack por causa da repressão ao tráfico da cocaína e maconha em operações em favelas. É uma questão de comércio", afirmou o delegado.


Rio tem 5 adoções por homossexuais


Assim como STJ, Justiça fluminense autorizou casais de gays e lésbicas a adotar

POR AMANDA PINHEIRO

Rio - A decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de autorizar a adoção de dois irmãos por um casal de mulheres no Rio Grande do Sul foi considerada inédita no País, mas o Rio já tem, com o aval da Justiça, pelo menos cinco outras famílias formadas por homossexuais e filhos adotivos.
Segundo a juíza Ivone Caetano, titular da Vara da Infância e da Juventude, responsável por quatro dessas decisões, os casos são pouco divulgados pois correm sob segredo. Mas hoje são comuns no Rio, assim como adoções registradas apenas em nome de uma pessoa homossexual. “Respeito os homossexuais e conheço muitos com princípios muito mais elevados do que muitos heteros, ainda mais diante deste caso recente”, disse a juíza, em referência ao episódio envolvendo uma procuradora acusada de maus-tratos à filha adotiva.
Para Rodrigo Medina, coordenador das promotorias da Infância e da Juventude do estado, a decisão do STJ vai fazer a fila de adoções andar mais rápido e chamar atenção para a situação precária dos abrigos. “Uma decisão como essa, com precedente nacional, vai ser um grande passo para resolver o problema dos abrigos e de crianças que passam boa parte de suas vidas esperando por uma família”, acredita.
A advogada Maria Eduarda Lunas e a médica Letícia Moura, ambas de 36 anos, receberam a sentença do STJ com festa. As duas vivem há 10 anos em Niterói em união estável e planejavam uma adoção, mas temiam o preconceito. “Não queríamos mentir para a Justiça, dizendo que seria criada por uma mãe solteira. Entraremos com o pedido na condição de casal. Amor, respeito e bons valores não faltarão a nossos filhos”, garante Maria Eduarda


Aparelho ajuda cientistas a 'enxergar' gordura dentro do corpo

Cor amarela representa gordura interna e verde representa gordura externa em indivíduos obeso (à esq.) e magro (Foto: Jimmy Bell/Imperial College London)

Um estudo realizado na Grã-Bretanha está fornecendo imagens inéditas para que cientistas analisem com mais precisão os efeitos do excesso de gordura no organismo.

Graças a um aparelho especial de ressonância magnética, que permite realizar imagens do corpo inteiro de um paciente, o painel interdisciplinar que realiza a pesquisa pode visualizar com clareza o depósito de gordura em torno de órgãos vitais de pessoas acima do peso.
"Esse tipo de imagem mostra como a gordura se distribui pelo organismo, o que é fundamental para entender a relação entre a genética e os fatores ambientais na obesidade", explicou à BBC Jimmy Bell, chefe do grupo de imagem metabólica e molecular do Imperial College, em Londres.
"Até agora a medição da quantidade de gordura no organismo era feita de maneira indireta, através de recursos como a bioimpedância ou o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC)."

Problemas de saúde
O estudo, iniciado há dez anos e financiado pelo Medical Research Council britânico, pretende ajudar especialistas em obesidade a desenvolver uma metodologia para ajudar seus pacientes a lutar contra o problema.
"Combinando o conhecimento sobre a genética, a distribuição da gordura e o estilo de vida do paciente, o médico poderá sugerir menos mudanças de hábito e medidas mais eficazes para ele perder peso", disse Bell.
O acúmulo de gordura em torno de órgãos como o coração, o fígado e os pulmões, por exemplo, pode levar a problemas cardíacos e respiratórios.
Mas o estudo sugere que a gordura instalada em outras partes do corpo, como abdômen, joelhos, pés, pescoço e bacia pode incentivar o surgimento de problemas como câncer, artrite, infertilidade, depressão, dificuldades de locomoção, dores de cabeça e varicose, entre outros.
Para Bell, no entanto, o desafio de se usar a ressonância magnética para acompanhar pacientes obesos está no preço do equipamento.
"É algo muito caro. Muitos hospitais públicos têm apenas um e uma fila enorme para usá-lo", disse. "Idealmente, para fazermos o acompanhamento necessário seria preciso pelo menos uma sessão de ressonância por ano."
"De qualquer maneira, a obesidade já é um grande consumidor dos recursos públicos de saúde na Grã-Bretanha e vai continuar sendo para várias seguradoras em todo o mundo", concluiu.


Homem com faca ataca e fere 28 crianças em escola na China

Moradores da região de Taixing e pais de crianças esfaqueadas por homem que invadiu e atacou uma escola maternal buscam informações na frente do prédio do jardim da infância. (Foto: China Daily/Reuters)

Crianças estavam em escola maternal de Taixing.
Cinco delas estão internadas em
estado grave; um suspeito foi detido.

Um homem armado com uma faca atacou e feriu 28 crianças e três adultos em uma escola maternal em Taixing, província de Jiangsu, no leste da China, informam as agências internacionais de notícias nesta quinta-feira (29).
Muitas das crianças feridas têm 4 anos e são da mesma classe. Cinco delas estão em estado grave, internadas em um hospital da região.
A estatal Xinhua informa ainda que os adultos feridos são dois professores e um segurança do Jardim de Infância Zhongxin.

Suspeito detido
A polícia deteve um homem de 47 anos, considerado suspeito de realizar o ataque, que ocorreu por volta de 9h30, disse um porta-voz da polícia de Taixing. Ele foi localizado na cidade de Leizhou Guangdong. Segundo a agência France Presse, foi o terceiro ataque semelhante contra crianças em prédios escolares no país em apenas um mês, o segundo em 24 horas. Um homem atacou 16 alunos e um professor com uma faca em uma escola primária na província de Guangdong no sul da China, na tarde de quarta-feira (28).


quarta-feira, 28 de abril de 2010

PA: polícia investiga desaparecimento de bebê dentro da barriga da mãe



Desempregada fez pré-natal, médico aconselhou uma cesariana, mas, durante a cirurgia, a surpresa: obstetra disse que ela não estava grávida.

A polícia do Pará e o Conselho Regional de Medicina estão diante de um mistério: o desaparecimento de um bebê dentro da barriga da mãe.
A desempregada Lana Silva Pimenta fez o primeiro pré-natal em janeiro num posto de saúde de Belém. A data prevista do parto era 18 de abril. No dia 19, como não havia sinais da chegada do bebê, ela procurou a Santa Casa.
O exame do ginecologista indicou ''os batimentos cardíacos do feto'' e que ''ele estava na posição pélvica”, ou seja, sentado.
“Ele falou pra eu ir logo pro hospital porque como a neném estava pélvica eu não poderia ter um parto normal porque poderia morrer eu e a neném, aí ele disse que eu teria que ser operada com urgência”,
Como não tinha vaga na Santa Casa, Lana foi transferida para uma maternidade particular conveniada ao SUS, pra que fosse submetida a uma cesariana.
No mesmo dia, a jovem foi para a sala de parto com a expectativa do nascimento da primeira filha. Mas, durante a cirurgia, veio a surpresa. O obstetra José Negrão Guimarães chamou a mãe da jovem pra dizer que Lana não estava grávida.
“Chamei o anestesista, a pediatra, a circulante de sala, paramentamos a mãe e mostramos in loco pra ela que não existia feto, ela é conhecedora deste detalhe”.
“A minha filha entrou numa sala de cirurgia e de repente o médico me diz que a minha filha não tinha nenhum bebê. Que gravidez é essa? Cadê esse bebê? Aí ele disse para mim: ‘Pois é, eu também faço a mesma pergunta pra senhora, porque eu corto a sua filha e não tem nada’”.
Depois da cirurgia, Lana fez mais dois exames, um de gravidez e uma ultrassonografia. Levamos os resultados para o dr. Albertino Bastos, presidente da Associação Paraense de Ginecologia e Obstetrícia. Segundo ele, não havia gravidez.
“Se estivesse grávida, esse betahcg, mesmo 15 dias depois do parto, daria positivo, e o ultrassom realizado na mesma clínica daquele ultrassom de dezembro e janeiro mostra que é um útero que nunca esteve grávido”.
“Como que eu poderia enganar a minha médica do pré-natal, a enfermeira do pré-natal e o médico da Santa Casa?”, questiona Lana.
O cartão de pré-natal mostra que a última consulta de Lana no posto de saúde foi duas semanas antes da cirurgia.
O ginecologista do posto de saúde não quis gravar entrevista. Em nota, afirma que acompanhou o pré-natal da jovem com ''resultado satisfatório'', ''sem anormalidades'', e ainda indicou a cesariana por causa da posição do feto.
Na tarde desta quarta, o médico da Santa Casa entregou um laudo confirmando que a jovem estava grávida e que passou por exames em ''bom estado geral''. O Conselho Regional de Medicina do Pará abriu sindicância pra apurar o caso.
“Esse caso merece toda a nossa atenção, todo o nosso cuidado e toda a apuração certa, séria, que o conselho de medicina costuma fazer”, declarou Fátima Couceiro, presidente do Conselho Regional de Medicina. “Não consigo nem pensar, eu não consigo entrar no meu próprio quarto, eu vejo as coisas da minha filha, choro. Eu só quero simplesmente saber a verdade, mais nada”, desabafou Lana.
A Polícia Civil tomou nesta quarta os primeiros depoimentos na investigação do caso.


Jornal Nacional

Maternidade de Alagoas teve 21 recém-nascidos mortos neste mês


Comissão do governo deve dar um parecer sobre as condições da maternidade

Uma investigação da Secretaria Estadual de Saúde de Alagoas revelou que 21 bebês morreram do dia 1º deste mês até esta quarta-feira (28) na Maternidade Escola Santa Mônica. Em média, acontecem 200 partos no local, segundo a secretaria. As mortes representam, portanto, mais de 10% dos que nasceram na maternidade.
A morte de 11 bebês fez com que o governo abrisse uma inspeção para investigar o local. Nesta tarde, uma comissão de controle de infecção hospitalar inspecionou o local e se reuniu com a diretoria.
Segundo a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde, há suspeita de morte por infecção hospitalar em quatro dos 21 bebês. A maternidade diz que foram cinco os casos de morte por infecção. As outras mortes teriam outras razões diversas.
Até sexta-feira (30), a comissão do governo deve emitir um parecer sobre as condições do local.

Índice normal
A reportagem do R7 não conseguiu contato com a Maternidade Escola Santa Mônica. No site oficial da maternidade, há uma nota que afirma que as cinco mortes por infecção hospitalar estão dentro dos padrões da OMS (Organização Mundial da Saúde), que considera até 10% como normal.
O gerente-geral da unidade, José Carlos Silver, destaca na nota que a mternidade trabalha com pacientes de alto risco.

Figura ilustrativa

Menina surpreende médicos ao sobreviver a ataque de água-viva letal


Uma australiana de dez anos surpreendeu especialistas após sobreviver a um ataque de um cubozoário, um tipo de água-viva que vive no Pacífico e é tida como um dos animais mais venenosos da Terra.

Rachel Shardlow foi queimada pela criatura quando nadava com o irmão no rio Calliope, há mais de 23 quilômetros do oceano Pacífico, em Gladstone, norte da Austrália.
"Esses animais matam humanos mais rápido do que qualquer outro animal venenoso", disse o pesquisador e zoologista da Universidade de James Cook, em Queenland, Jamie Seymour. "Apenas três minutos são suficientes para ser fatal."
Quando os tentáculos da água-viva prenderam sua perna, Rachel sentiu falta de ar e perdeu a visão. O irmão a trouxe para a beira do rio e a criança ficou inconsciente por 30 minutos.
Rachel foi colocada em coma induzido, e após seis semanas de tratamento no Hospital de Brisbane, pode retornar para casa.
Para o zoologista, foi quase um milagre Rachel ter sobrevivido.
"Jamais soube de alguém de se salvou depois de tamanha extensão da queimadura", disse Seymour à rádio australiana ABC.
"Quando vi as fotos da perna dela, pensei: essa criança não deveria ter sobrevivido."
Segundo o professor, a universidade está interessada em saber quanto tempo Rachel vai levar para se recuperar completamente e se haverá alguma sequela.
Segundo o pai de Rachel, Geoff Shardlow, a pele da filha está com cicatrizes e ela também sofreu de perda de memória.


Artista espalha 'minipessoas' por cidades europeias



Um artista britânico está fazendo sucesso ao montar cenas do cotidiano com bonecos em miniatura, tendo como palco as ruas de várias cidades europeias.

O artista, conhecido apenas como Slinkachu, de 31 anos, lançou seu projeto Little People em 2006, espalhando as miniaturas pelas ruas de Londres.
Desde então, ele já realizou o trabalho em outras cidades da Grã-Bretanha, Itália, Espanha, Noruega e Holanda.
Depois de instalar e fotografar as miniaturas, Slinkachu as deixa onde estão.Segundo o artista, o objetivo do trabalho é incentivar os cidadãos a se conscientizarem mais sobre o mundo que os rodeia. "Quero que as pessoas sintam empatia com meus minipersonagens", diz.
"As cenas tentam refletir a solidão e a melancolia de viver em uma grande cidade", afirma. A obra de Slinkachu pode ser vista em seu blog e no livro Tiny People in the City.
O artista também participa de uma exposição coletiva no Castelo de Belsay, no norte da Inglaterra, a partir do sábado


BBC Brasil

Casal de lésbicas do Rio Grande do Sul comemora decisão do STJ favorável à adoção de duas crianças


PORTO ALEGRE - A psicóloga Luciana Reis Maidana, 36 anos, e a fisioterapeuta Lídia Brignol Guterres, 44 anos, que tiveram confirmado o direito de compartilhar a adoção de dois meninos, de seis e sete anos, comemoraram a decisão inédita do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão, unânime, cria precedente para que outros casais gays adotem filhos em conjunto.
- Agora somos duas mães - disse Luciana.

É a primeira vez que um tribunal superior reconhece o direito. Até agora, os casais homossexuais driblavam a legislação, aproveitando a brecha que permite a solteiros adotar. Adotavam juntos, mas apenas um dos companheiros aparecia nos registros como pai ou mãe. Foi o que aconteceu com as lésbicas de Bagé. Juntas há 13 anos, elas adotaram um menino em 2002 e outro em 2003. Na certidão de nascimento, ambos, hoje com seis e sete anos, apareciam apenas como filhos de Luciana. Com a decisão do STJ, passa a ser oficialmente reconhecido que os meninos têm duas mães. O caso também será analisado pelo Supremo Tribunal federal (STF), já que o Ministério Público do Rio Grande do Sul, que contestava a adoção, também entrou com recurso no órgão.
Os próprios ministros do STJ reconheceram como inovadora a sua decisão. O parecer deles foi de que deve prevalecer o interesse da criança. - Esse julgamento é muito importante para dar dignidade ao ser humano, para o casal e para as crianças. Se não for dada a adoção, as crianças não terão direito a plano de saúde, herança e em caso de separação ou morte podem ficar desamparadas - disse o relator, Luis Felipe Salomão.
O caso tramitava desde 2005, quando a Vara de Infância e Juventude de Bagé permitiu a Luciana e Lídia o registro dos meninos. O Ministério Público Estadual recorreu. Na época, o promotor da cidade André Barbosa de Borba justificou afirmando que a adoção conjunta só seria permitida em caso de casamento ou união estável. Ele afirmava que, como não havia lei regulamentando a união entre pessoas do mesmo sexo, a adoção seria irregular. Em 2006, Luciana e Lídia obtiveram nova vitória, no Tribunal de Justiça do Estado, que reconheceu a entidade familiar. O MP, porém, voltou a recorrer, o que levou o caso para Brasília.
O ministro Luis Felipe Salomão explicou que o laudo da assistência social recomendou a adoção, assim como parecer do Ministério Público Federal. A expectativa é de que a decisão do STJ abra caminho para uma legislação que reconheça o direito de adoção por homossexuais.
- Não estamos legislando. A lei sempre veio a posteriori - disse o presidente da quarta turma do STJ, ministro João Otávio de Noronha.
Luciane e Lídia não são o único casal homossexual a obter o direito a adoção na Justiça, mas são o primeiro a obter sentença favorável em um tribunal superior. A defensora pública Patrícia Aléssio, que defende Luciane e Lídia desde o início, observa que outros casos não chegaram a Brasília porque, em geral, promotores e procuradores do MP têm concordado com as decisões dos tribunais - o que não ocorreu no caso de Bagé.
Luciana falou sobre a decisão do STJ ao jornal Zero Hora:

Zero Hora - Como vocês receberam a decisão do STJ?

Luciana - Foi uma alegria imensa, sem igual. Estávamos esperando por isso desde 2006, quando o magistrado de Bagé foi favorável a nós. Mas então o processo foi para Porto Alegre, o Ministério Público recorreu e ficou complicado. Foram anos em que estivemos muito ansiosas e preocupadas.

ZH - Qual será o próximo passo de vocês agora?

Luciana - O próximo passo é adicionar o nome da Lídia como mãe na certidão dos nossos filhos. Eles foram adotados no meu nome.

ZH - O que preocupava vocês no caso de não conseguirem a decisão favorável?

Luciana - A nossa preocupação é que nossos filhos ficassem sem amparo legal no caso de acontecer algo comigo. Estamos juntas há 13 anos e, desde as adoções, as duas somos mães. Toda mulher tem esse desejo, de ser mãe e de formar uma família.

ZH - Por que vocês resolveram agora falar em público, depois de anos mantendo-se anônimas?

Luciana - O anonimato foi para a preservação dos dois meninos e porque nossa intenção não era levantar uma bandeira. Resolvemos falar para abrir a porta para que outros casais tenham consciência de que agora é possível adotar e ter uma vida normal. Esperamos que muitos outros busquem esse direito.

ZH - Alguma vez vocês sofreram preconceito?

Luciana - Todo mundo sempre soube que eles têm duas mães, mas até hoje nunca houve preconceito. Vamos ver a partir de agora.


Mundo: África do Sul lança um plano ambicioso contra a Aids


Ao lançar, no domingo (25), uma campanha em massa de prevenção e tratamento da infecção pelo HIV, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, virou uma das páginas mais sombrias do período pós-apartheid: a da negação da Aids. Seu antecessor, Thabo Mbeki, no poder entre 1999 e 2008, havia se recusado obstinadamente a iniciar uma política de tratamento por medicamentos antirretrovirais, sendo que a África do Sul, com 5,7 milhões de soropositivos, é o país mais contaminado do mundo. Segundo a Unaids, organismo da ONU especializado na luta contra a Aids, 33,4 milhões de pessoas no mundo viviam com o HIV em 2008, dentre as quais 22,4 milhões na África subsaariana.
A campanha pretende, até 2011, realizar testes voluntários de detecção entre 15 milhões de pessoas, contra 2,5 milhões em 2009, e fornecer tratamentos anti-HIV a 1,5 milhão de pessoas, contra cerca de 1 milhão em 2009.
Presente no lançamento dessa iniciativa, o diretor executivo da Unaids, Michel Sidibé, declarou: “A África do Sul pode destruir a trajetória da epidemia causada pelo HIV”. Fazendo referência à comissão que havia permitido uma saída pacífica do regime do apartheid, Sidibé acrescentou: “Essa campanha promete ser o equivalente à ‘Verdade e reconciliação’ para a resposta do país à Aids”.
A Aids é um dos grandes desafios da África do Sul, um país que tem menos de 1% da população mundial, mas representa 17% dos casos de infecções pelo HIV no planeta. O sistema de saúde herdado do apartheid levava a marca da iniquidade: de um lado, infraestruturas equivalentes às dos países ocidentais, destinadas à população branca e aos mais afortunados; de outro, para a população negra, o cuidado da infecção pelo HIV dependente das iniciativas de algumas grandes empresas, preocupadas em proteger sua mão de obra, ou de programas associativos, como o conduzido para a prevenção da transmissão de mãe para filho pelos Médicos Sem Fronteiras em Khayelitsha, no subúrbio da Cidade do Cabo.
Em 2001, a vitória histórica do governo contra os 39 laboratórios que haviam tentado se opor a uma lei que facilitava a entrada de medicamentos genéricos no país não mudou significativamente o acesso aos tratamentos para os portadores do HIV.
Thabo Mbeki escutava educadamente os defensores de uma teoria segundo a qual, contra a evidência científica, o HIV não é a causa da Aids. Auxiliado pela sua ministra da Saúde, Manto Tshabalala-Msimang, ele afirmava que os antirretrovirais eram mais perigosos que a própria doença. As campanhas feitas por associações, como Treatment Action Campaign ou pelos sindicatos não conseguiram fazê-lo mudar de ideia.
A chegada ao poder de Jacob Zuma ofereceu a possibilidade de pôr um fim a uma política que teria custado, ao longo dos últimos anos, 350 mil vidas, segundo pesquisadores da universidade americana de Harvard.
A própria África do Sul financia mais de dois terços do custo da resposta à Aids. Em 2010, as autoridades do país elevaram para mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 1,76 bilhão) o orçamento da luta contra o HIV, ou seja, um aumento de 30% em relação ao ano anterior.
Com a campanha que acaba de ser lançada, cada indivíduo testado receberá 100 preservativos. A realização de um teste de HIV também será a ocasião para um exame de saúde mais amplo: medição da pressão arterial, testes para tuberculose, diabetes, bem como para o câncer de colo de útero, entre as mulheres soropositivas.
“Essa abordagem de uma saúde geral, com uma mobilização comunitária, é uma verdadeira revolução”, comenta Michel Sidibé. O diretor executivo da Unaids ressalta que a nova campanha “também abre espaço para a discussão sobre a política de preços dos medicamentos praticada na África do Sul. O custo médio do tratamento contra o HIV para uma pessoa na África do Sul é de US$ 539 (cerca de R$ 950) por ano, ao passo que o preço negociado no mercado internacional chega a US$ 296 (cerca de R$ 522) por ano. Acabar com a política que dá preferência a empresas farmacêuticas sul-africanas permitiria aumentar o número de pessoas sob tratamento”.
De forma mais geral, Sidibé vê na virada que representa a nova orientação da África do Sul “a criação de uma força de mudança em nível continental, que levará a discutir de forma diferente a sexualidade, as discriminações. Isso reforçará a cooperação entre os Estados africanos”.
Além disso, é o papel dos países emergentes, como a África do Sul, a China, a Índia ou o Brasil, na resposta social aos problemas de saúde, que poderá ser transformado.

Fonte: Paul Benkimoun
Le Monde


terça-feira, 27 de abril de 2010

Laudo indica que menina adotada sofreu lesão corporal leve



O resultado do laudo do exame de corpo de delito feito pelo Instituto Médico Legal (IML), concluído nesta terça-feira (27), indica que a menina de 2 anos, que teria sido agredida por sua mãe adotiva, a procuradora aposentada Vera Lúcia Sant’Anna Gomes, de 57 anos, foi vítima de lesão corporal leve.
Foram identificados hematomas na boca, na testa e nos olhos. A delegada Monique Vidal, titular da 13ª DP (Ipanema), disse, no entanto, que continuará investigando a hipótese de tortura.
“O resultado do exame é importante, mas precisamos ouvir os depoimentos de todas as testemunhas para ter uma conclusão mais precisa do que provocou essas lesões e em que circunstâncias”, afirmou, após receber o advogado da acusada, Jair Leite Pereira, que foi dar garantias de que sua cliente está à disposição para depor a qualquer momento.
“Ela nega essas acusações de agressão. Ele diz que era ríspida, às vezes, mas que não agredia a criança”, disse o advogado, acrescentando que a aposentada saiu de casa pela manhã apenas para ir à feira e ao cabeleireiro.

Empregada diz que ouvia gritos e choro
Na tarde desta terça-feira, foram ouvidos dois porteiros e a empregada doméstica que trabalhava na casa de Vera Lúcia, em Ipanema, na Zona Sul do Rio. Ela contou que não chegou a ver a menina ser espancada, mas que ouvia, frequentemente, muitos gritos e choro da criança no quarto.
Ainda segundo a empregada, a menina só era vista duas vezes durante o dia, nos horários da refeição. Outros quatro ex-empregados, que moram no interior do estado, também serão ouvidos.

Criança foi retirada de apartamento
No último dia 15, logo após receber a denúncia, o Conselho Tutelar retirou a menina do apartamento onde morava com a mãe, em Ipanema, na Zona Sul.
Segundo depoimento do conselheiro, a criança estava no chão do terraço onde fica o cachorro da procuradora aposentada. De lá, a menina foi levada para um hospital. Com os olhos inchados, ela precisou passar três dias internada.
Na delegacia, o Conselho Tutelar registrou uma queixa de maus-tratos e apontou a procuradora como a única responsável pela violência. Uma gravação que teria sido feita dentro do apartamento da suspeita mostra um dos momentos de agressão. A voz seria da procuradora. O choro seria da menina adotada por ela há pouco mais de um mês.
Uma empregada que trabalhou para a promotora, que não quis se identificar, afirmou que a mulher agredia a menina. “A doutora Vera acordava com a garota. Dava bom dia e ela não respondia, era motivo pra bater nela. Aí batia muito. Batia no rosto, na cara e puxava o cabelo”.
Agressões
Abandonada pela mãe num abrigo, a menina de 2 anos foi levada em março para o amplo apartamento de luxo da promotora, em Ipanema, onde ela teria sofrido agressões e humilhações. Segundo a empregada, a procuradora batia na criança na frente dos outros funcionários da casa.
“Ela (promotora) levantou a garota pelo cabelo e dava mais, levou até o quarto dando tapa", afirmou uma babá que também trabalhava para a promotora.
Por causa da violência que dizem ter presenciado, as funcionárias abandonaram o emprego. Agora elas são as principais testemunhas do caso. A empregada contou que a menina não pedia ajuda: “Não pedia. Só chorava. Não tinha como pedir, porque ela não podia chegar perto da gente”, completou a doméstica, que completou dizendo que não chamou a polícia por medo: “Ela sendo uma pessoa poderosa, a gente tinha medo mesmo”.

Perda do direito de tentar novas adoções
A juíza titular da Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro, Ivone Caetano, garante que a procuradora perdeu o direito de tentar novas adoções. “Ela já mostrou o perfil dela. Por que nós vamos colocar outra criança a mercê de uma criatura dessa natureza?”.
A nova vida da garota fora do abrigo durou muito pouco. Depois de passar quase um mês na companhia da procuradora aposentada, ela foi levada de volta para a instituição pelo Conselho Tutelar.
“É feito um trabalho psicológico antes de se colocá-la para nova adoção, para que ela perca todo o trauma recebido por tal tratamento”, completou a juíza.


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