quinta-feira, 5 de maio de 2016

Sem incubadora livre, bebê é enrolado em saco de lixo em hospital do MA

Bebê prematuro foi enrolado em manta e saco de lixo para manter temperatura corporal

A foto de um recém-nascido prematuro enrolado em um saco de lixo no hospital municipal de Santa Inês (246 km de São Luís), no interior do Maranhão, causou revolta nas redes sociais.

A imagem foi compartilhada por vários meios de comunicação e políticos do Estado nesta segunda-feira (6) e gerou uma série de críticas.

Segundo o diretor do hospital municipal de Santa Inês, Tomaz Martins, o bebê que aparece na foto nasceu prematuramente e tinha um irmão gêmeo. Ele explicou que não havia incubadora no momento para colocar os dois recém-nascidos.

"A mãe foi atendida antes do parto e recebeu atendimento durante e depois do parto. Só que foram gêmeos e temos duas incubadoras; uma já estava ocupada. Então um dos bebês foi para a desocupada e o outro ficou em um berço, que foi aquecido da maneira correta", disse ao UOL. O parto aconteceu no dia 30 de junho.

Para Martins, houve um interpretação equivocada da foto. "Era um plástico que não era nada usado. A criança foi para casa assim. A pediatra enrolou com uma manta por baixo, colocou o plástico por cima e iria enrolar outra manta. Antes dela proceder o fechamento, tiraram essa foto e fizeram essa interpretação. O importante é que as crianças estão bem", assegurou. Um dos tios das crianças disse que os bebês seguem internados no hospital Juvêncio Matos, porque nasceram com sete meses de gestação e estão ainda em desenvolvimento.

Técnicas pouco ortodoxas

O diretor ainda defendeu o procedimento feito pela médica que realizou o parto. "A pediatra que fez esse procedimento é especialista, não é uma clínica geral. Ela fez tudo seguindo as orientações da Sociedade Brasileira de Pediatria, que diz que a temperatura, nesses casos, tem que ser melhorada. E, para isso, é preciso algumas vezes usar técnicas pouco ortodoxas", afirmou.

Martins disse ainda que os bebês foram transferidos por "procedimento praxe" para São Luís. "Houve o pedido da médica, mas ão houve questionamento dos médicos de São Luís sobre o que foi feito por nós", explicou.

O diretor defendeu a estrutura do hospital, que, para ele, é adequada para o porte da cidade. "Nós somos um hospital municipal muito bem estruturado. Para você ter ideia, o hospital regional mais próximo fica a 50 km daqui, no município de Monção, e só tem uma incubadora. E estamos prestes a inaugurar uma nova ala com quatro incubadoras", informou.

Fonte: UOL Notícias

Menina de 12 anos abre biblioteca em povoado da Bahia


Maria Clara mora no povoado de Serrote, cerca de 15km de Conceição do Coité


No povoado de Serrote, cerca de 15 km de Conceição do Coité, na Bahia, uma menina de 12 vem fazendo a diferença quando o assunto é educação. A pequena Maria Clara resolveu abrir uma biblioteca para incentivar o hábito da leitura nas crianças e adolescentes do povoado.

Estudante da Escola Antonio Nunes Gordiano Filho, no distrito de Salgadália, teve uma ideia, começou uma campanha de doações de livros e montou um acervo, que mistura livros didáticos, romances e clássicos da literatura brasileira.

De acordo com o site Calila Notícias, os livros arrecadados por Maria Clara ficam sobre duas prateleiras de ferro, no local onde há alguns anos funcionava um posto telefônico, às margens da BA 411. Para o feito, ela contou com a ajuda do avô Guiofredo Pereira, presidente da associação de moradores da comunidade, e da diretora da escola onde estuda, Simone Nascimento.
Ainda segundo a publicação, tudo começou quando ela enviou mensagens em grupos do aplicativo WhatsApp, explicando a ideia. Logo surgiram os primeiros interessados em ajudá-la e assim conseguiu viabilizar a ideia. Hoje a biblioteca já fornece material para pesquisa de estudantes e faz empréstimo de livros. Apesar do tamanho e da simplicidade, não falta organização e controle. Todos livros são catalogados e os empréstimos são devidamente registrados. "A biblioteca é de toda comunidade. Esses livros não são meus, são para quem quiser levar pra casa, e ficar quanto tempo for necessário pra terminar a leitura", explicou ao Calila Notícias.

Com o sucesso do projeto, que vem sendo divulgado em rádios locais, Maria Clara chegou a Salvador na última terça (26) e conheceu a biblioteca do campus I da UNEB, no Cabula. Por lá, a coordenadora do sistema de bibliotecas da UNEB se emocionou com o exemplo da menina e se dispôs a visitar o local e ajudar na ampliação do projeto da coiteense.

Já na fundação Pedro Calmon, vinculada à Secretaria de Cultura do Estado, foi recebida pela diretora do Livro da Leitura, Mariangela Nogueira, que se entusiasmou com a história e garantiu apoio imediato, doando uma caixa de livros com cerca de 50 exemplares.

*Com informações do site Calila Notícias.

Fonte: ACORDACIDADE

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Peritos dizem que ciclovia desabou porque pista não estava amarrada

Após o desabamento, ciclovia se transformou em um precipício - Guito Moreto / O Globo


Segundo laudo, força das ondas levantou tabuleiro provocando o desabamento

RIO - Peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) afirmaram, na manhã desta quarta-feira, que a causa da queda de parte da Ciclovia Tim Maia, há 14 dias, foi o fato de as plataformas, que funcionam como vigas de sustentação, não estarem amarradas aos pilares. Segundo laudo preliminar da perícia do ICCE, a força das ondas, no sentido de baixo para cima, levantou o tabuleiro, provocando o desabamento do trecho. Duas pessoas que passavam a pé no local morreram. O laudo final ficará pronto na próxima sexta-feira.

Havia um estudo do impacto das ondas do mar de São Conrado sobre os pilares, mas não sobre a plataforma. Segundo a perícia, que analisou 11 volumes de documentos, o estudo avaliou o comportamento de marés até quatro metros e a uma velocidade de 65 quilômetros por hora.

— Fazer os cálculos para analisar o tipo de ancoragem para se fixar a passarela é uma etapa muita complexa. Requer muito fundamento teórico. Tem que fazer cálculos e cálculos. Não havia isso em nenhum documento — explicou um dos peritos.

Segundo o diretor do ICCE, Sérgio William Silva, os técnicos estiveram no local três vezes.

— A conclusão é de que o projeto não previu o impacto das ondas na plataforma, no sentido ascendente, de baixo para cima. Deveriam ter feito cálculo estrutural. Analisamos as memórias de cálculo e só encontramos o estudo das marés nos pilares — explicou o diretor.

O chefe do serviço de engenharia do ICCE, Liu Tsun, disse que o castelinho localizado embaixo do local da queda, construído há anos, não fez a onda dissipar:

— A onda atingiu a plataforma de maneira ascendente. O obstáculo serviu como rampa. Todos sabem que a onda faz este movimento há décadas. Poderiam ter pensado na amarração da plataforma ao pilar ou na construção de um quebra-mar. Tinha que ser prevista uma forma de bloquear a onda. Há relatos anteriores, inclusive, de que ondas quebraram janelas de imóveis em frente ao local da ciclovia.

Moacyr Duarte, especialista em gerenciamento de risco e pesquisador da Coppe/UFRJ, chegou a comparar, logo após a tragédia, a construção da ciclovia a uma montagem feita com o brinquedo Lego: uma obra modular, formada por pranchas (trechos de pista), colunas e apoios semelhantes. Na época, ele disse que “o que fica patente é que ela é alinhada no início, mas quando chega mais adiante começa a aparecer afastamentos, irregularidades, apoios irregulares, desalinhamento das vigas que são absolutamente injustificáveis”.

Duarte ressaltou a falta de um estudo sobre as ressacas na região e destacou ainda que, ao longo de todo o costão, o projeto é para que a onda mais forte suba o costão de pedra, passe por debaixo da ciclovia e acerte a pista de asfalto por onde trafegam os veículos. No entanto, o engenheiro explica que foi formada uma corrente de água de baixo para cima no ponto, que levantou o leito da passarela e o derrubou de cima das colunas. Segundo ele “a questão foi o sentido de ataque da onda e aquele ponto específico ter a presença daquele obstáculo. É bem peculiar”.

Fonte: O Globo

terça-feira, 3 de maio de 2016

Atitudes restritivas dos pais pode prevenir o uso de álcool por menores de idade?

O consumo de álcool por menores de idade implica sérios riscos para a saúde, com maior chance de abuso e dependência de álcool e outras substâncias no futuro, para acidentes de trânsito e mortes prematuras. Entre as medidas preventivas ao consumo precoce de álcool, destaca-se uma vertente promissora, cujo foco são pais de adolescentes, com ações realizadas especialmente em escolas. Acredita-se que a alteração do comportamento, normas e atitudes dos pais pode impactar positivamente na redução do consumo de álcool por adolescentes.

A estratégia elaborada pelo programa Örebro Prevention Programme (OPP) consiste em reuniões com pais e professores com 30 minutos de duração, realizadas semestralmente em escolas. Nessas reuniões é indicado que os pais adotem postura de tolerância zero para o consumo de álcool pelos adolescentes, deixando claro para os menores de idade quais são as regras e possíveis sanções aplicadas caso o combinado não seja cumprido. O programa demonstrou resultados positivos em estudos anteriores para a prevenção do uso nocivo de álcool, reduzindo a frequência de episódios de embriaguez.

Com o objetivo de entender o mecanismo responsável pelo sucesso do OPP, o presente estudo analisou qual seria o papel das atitudes restritivas dos pais na obtenção dos resultados positivos, os quais foram redução dos episódios de embriaguez e o retardamento do beber regular (ao menos um episódio de embriaguez por mês). Para isso, 653 adolescentes com idade entre 12 e 13 anos e 524 pais preencheram questionários no início do estudo, após 18 meses e 30 meses. Além disso, variáveis que pudessem confundir os resultados, como gênero, status imigratório, qualidade de relacionamento com pais e uso de álcool por pais e colegas foram incluídas nas análises.

As atitudes dos pais foram classificadas conforme quatro opções, desde “muito lenientes” (consideram natural a curiosidade dos filhos para experimentar álcool e acreditam que fazem uso responsável) até “muito rigorosas” (consideram que menores de idade jamais podem consumir de álcool e nem deveriam se preocupar com isso). Os adolescentes responderam quantas vezes consumiram álcool até se sentirem alcoolizados no último mês, o que foi acompanhado ao longo do estudo para observar mudanças no padrão daqueles que iniciaram o hábito de beber mensalmente. Os adolescentes também responderam com qual frequência observam os pais e colegas consumirem álcool e sobre a qualidade de relacionamento com os pais. Para comparações de resultados, um grupo de pais recebeu a intervenção, isto é, participou das reuniões, e o outro não recebeu.

Constatou-se que no grupo sem intervenção os adolescentes evoluíram com mais episódios de embriaguez, enquanto no grupo com intervenção, adolescentes reduziram a frequência de episódios de embriaguez ou iniciaram mais tardiamente. Como resultado principal, cerca de 50% do resultado positivo do programa foi atribuído às atitudes restritivas dos pais, o que representa um papel robusto. Por outro lado, demais mecanismos adjacentes podem ser fonte de futuras pesquisas. Por exemplo, de forma interessante, os pais que receberam a intervenção mantiveram mais atitudes restritivas ao longo do tempo, enquanto o grupo que não recebeu evoluiu com menos atitudes restritivas frente ao uso de álcool por seus filhos. Além disso, foi observado que pais imigrantes ou que possuem má relação com filho tendem a adotar posturas menos restritivas. Talvez, pais que vivenciam relacionamento ruim com os filhos se sintam menos empoderados e tenham menor expectativa em relação a eles.

Conclui-se que atitudes mais restritivas dos pais, em vigência da intervenção do OPP, criaram ambiente desfavorável ao consumo de álcool e foram assim eficientes na prevenção do uso nocivo, ao reduzir e retardar o consumo de álcool por menores de idade.

Fonte: CISA
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