sábado, 27 de março de 2010

Após condenação, perita do caso Isabella fala da ‘sensação de dever cumprido’


'A justiça foi feita', afirmou Rosângela Monteiro em entrevista ao G1.
Chamada de 'arrogante' pela defesa, ela disse que atitude foi 'desespero'
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Depois de enfrentar uma sabatina que durou mais de cinco horas durante seu depoimento no Fórum de Santana (Zona Norte), a perita Rosângela Monteiro afirmou neste sábado (27) que a condenação de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá lhe deu a “sensação de dever cumprido”.
“Minha sensação é de dever cumprido, de satisfação, de justiça sendo feita”, afirmou a perita, que acompanhou a divulgação da sentença no próprio fórum. “Eu estava muito confiante. A condenação veio coroar um trabalho de dois anos.”
Rosângela foi a representante do Instituto de Criminalística responsável pela perícia no caso Isabella e foi ela quem explicou no julgamento como todo o trabalho foi realizado e as provas, levantadas. Como não havia testemunhas do crime, a denúncia era toda baseada em provas periciais. E, portanto, Rosângela foi também o principal alvo da defesa do casal. Seu testemunho foi mais longo de todos.
O advogado Roberto Podval, durante sua explanação no tribunal, colocou o trabalho da perícia em dúvida, apontou eventuais falhas e ainda ironizou Rosângela, chamando-a de “gênia” e de “a pessoa mais esperada, ilustre, a mais culta”. Ele ainda se referiu à perita como arrogante.
“Não tem a menor importância”, disse a perita. “Isso demonstra desespero. Quando não têm argumentos, atacam pessoalmente. Não sou 'gênia', sou competente e consciente do trabalho que desenvolvo há 30 anos na área forense – primeiro no IML e agora no IC.”
No período de uma hora no tribunal, Rosângela chegou a responder a mais de 50 questões feitas pela defesa. Mas ela disse que já era esperado. “O laudo é uma tese que eu tenho de defender. E eu defendo mesmo, como uma leoa defende seus filhotes. Tinha convicção absoluta do bom trabalho realizado, e o questionamento da defesa era esperado. Minha grande preocupação era ser didática”, afirmou.
“Posso ficar [falando sobre a perícia] 12 horas, 24 horas, tenho disposição para discutir. Meu depoimento foi longo, pois o caso era todinho baseado em provas periciais. Mas foi tranquilo.”
Quanto à grande repercussão do caso e, consequentemente, do trabalho realizado pelo Instituto de Criminalística, Rosângela afirmou que foi “fantástico”. “Nosso trabalho sempre foi de bastidor, muita gente nem sabia que existia no Brasil.” Ela deve passar o restante do sábado e o domingo dando entrevistas já agendadas, mas afirmou que “na segunda-feira volta tudo ao normal”.


A justiça foi feita


Três dias antes de a morte de Isabella completar dois anos, seu pai, Alexandre Nardoni, e sua madrasta, Anna Carolina Jatobá, são condenados pela Justiça como autores do homicídio. Pela celeridade, rigor técnico e sentenças rigorosas, o julgamento pode ser considerado um divisor de águas na Justiça brasileira

Isabella Nardoni, finalmente, poderá descansar em paz. A condenação exemplar de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá pelo homicídio triplamente qualificado da menina fecha um ciclo de dor para os que a amavam e reacende um horror generalizado ao comprovar que aquilo que parecia cruel demais para ser verdade de fato ocorreu. Uma criança de 5 anos de idade foi asfixiada por sua madrasta e lançada viva da janela por seu pai – que, ao vê-la caída no solo, em lugar de socorrê-la, ocupou-se da tentativa de salvar a própria pele e a da mulher, forjando urgência em localizar "o monstro que havia feito aquilo". Agora, pode-se afirmar com certeza que os monstros estão identificados. E a Justiça desceu sobre eles com mão de ferro. Não se sabe o placar exato do júri porque, ao chegar ao quarto voto favorável à condenação, o juiz parou de contá-los – a maioria simples já estava estabelecida. Nardoni foi condenado a 31 anos, 1 mês e 10 dias de prisão em regime fechado pelo crime de homicídio, com os seguintes qualificadores: uso de meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e prática de crime destinado a ocultar crime anterior. Além disso, aumentaram a pena de Nardoni os seguintes agravantes: o fato de a vítima ter menos de 14 anos e de ele ser seu pai. Anna Carolina foi condenada a 26 anos e 8 meses de detenção, também em regime fechado, pelo mesmo crime, com os mesmos qualificadores e agravantes (exceto, obviamente, o da paternidade da vítima). Foram acrescentados 8 meses de prisão em regime semiaberto para cada réu por fraude processual: a tentativa do casal de "limpar" a cena do crime. Ao ouvir a sentença proferida pelo juiz Maurício Fossen, Anna Carolina Jatobá olhou para a família com ar compungido e acenou com um adeus. O casal, que recebeu a sentença algemado, não poderá recorrer dela em liberdade.

A condenação do casal – sem a confissão dos réus nem o depoimento de testemunhas oculares – consagrou a máxima do jurista italiano Enrico Ferri, que afirmou ser a lógica "a rainha das provas". Nesse caso, o exercício da lógica contou com um elemento fundamental: o exímio trabalho da perícia técnica paulista. Por meio da análise de materiais genéticos, uso de reagentes químicos e estudos de cronometragem, os peritos costuraram provas que, de outra forma, não se conectariam diretamente e, assim, deram respostas a lacunas que poderiam se transformar em perguntas jamais respondidas. Foi o resultado de um trabalho conjunto entre a perícia e a polícia, por exemplo, que produziu uma das argumentações mais robustas apresentadas pelo promotor Francisco Cembranelli aos jurados: a cronologia dos fatos que se deram imediatamente após a morte de Isabella. Por meio de um vasto cruzamento de informações, os investigadores responsáveis pelo caso puderam precisar o momento exato em que Isabella foi atirada pela janela – às 23h48. O promotor Cembranelli demonstrou de forma cabal que, nesse horário, tanto Alexandre Nardoni quanto Anna Carolina Jatobá estavam, sim, dentro do apartamento (veja o quadro). O fato de não ter sido constatada a presença de nenhum outro adulto na cena do crime levou à inevitável conclusão de que só poderiam ser eles os autores do homicídio – uma questão de lógica. Também pesaram contra Nardoni os laudos da perícia técnica, em especial o que analisou a camiseta que ele usava na noite do assassinato. Os peritos observaram que a peça trazia, na altura dos ombros, marcas de sujeira em forma de losango – e que elas seguiam o exato padrão da rede de proteção por onde Isabella foi jogada. Testes mostraram que as marcas só poderiam ficar impressas dessa forma no tecido caso a pessoa que a estivesse vestindo enfiasse os dois braços pelo buraco da rede e sustentasse, com as mãos, o equivalente a 25 quilos – precisamente o peso de Isabella. Na condição de testemunha, a perita Rosângela Monteiro, responsável pela análise da camiseta, foi assertiva ao relatar a conclusão a que chegou com sua equipe. "O réu defenestrou a vítima. Foi ele", afirmou.

Às provas técnicas se somou uma atuação impecável da parte de Cembranelli, que demonstrou domínio absoluto de todos os detalhes do caso do começo ao fim do julgamento. O apogeu de seu desempenho se deu na quinta-feira, quando o promotor interrogou os réus, deixando-os por várias vezes sem respostas razoáveis. O primeiro a responder ao promotor foi Nardoni. Cembranelli o arguiu sobre a razão pela qual não telefonou para o resgate assim que chegou ao gramado do prédio, onde a filha estava caída.

– Por que o senhor não a socorreu? – perguntou o promotor.

– Eu estava vendo se ela estava viva – respondeu o pai.

– Ela estava viva. Por que o senhor não a socorreu?

– Eu estava em choque, não sei dizer.

– Por que o senhor não a socorreu? – insistiu Cembranelli.

– Quando caí em si (sic), seu Lúcio (o vizinho) estava dizendo para não mexer nela.

As respostas de Nardoni estarreceram promotor e jurados: como um pai que acaba de ver a filha despencar do alto de um prédio deixa de tomar providências por determinação do vizinho? Nardoni também teve dificuldade para explicar por que não dirigiu a palavra nem sequer uma vez à mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, depois da morte da menina – nem no velório, nem no enterro.

– Ela lhe entregou a filha viva e a recebeu morta. Por que não falou com ela? – quis saber o promotor.

– Era uma situação embaraçosa – limitou-se a responder o pai da menina morta.

Em seguida, foi a vez de Anna Carolina Jatobá enfrentar a acusação. Em seu depoimento, ficou claro que ela reproduzia, com detalhes minuciosos, respostas que eram de interesse da defesa, mas dizia não se lembrar de questões que pudessem trazer embaraços para ela e Nardoni. Anna Carolina Jatobá chegou a dizer que, no dia do crime, só havia lavado roupas pretas, mas disse não se recordar do valor da pensão alimentícia paga pelo marido a Isabella (325 reais por mês). Houve ainda um desfile de contradições: Nardoni havia afirmado que o casal tinha apenas "brigas normais", mas a mulher declarou que eles "quebravam o pau" constantemente.

Os jurados acompanharam os interrogatórios com interesse. Em vários momentos, elaboraram perguntas – repassadas por escrito ao juiz – para ser feitas aos réus. Ao final, responderam às doze questões formuladas pelo juiz Fossen. As relativas a Nardoni foram: 1) Existiu a esganadura que contribuiu para a morte de Isabella Nardoni? 2) Isabella foi jogada da janela do 6º andar do Edifício London, provocando sua morte? 3) Alexandre omitiu-se quando deveria, por dever legal, proteger a filha? 4) Foi Alexandre quem jogou Isabella pela janela? 5) O jurado absolve o réu? 6) Existem qualificadores para o crime, no caso, o meio cruel, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, e com o intuito de assegurar impunidade de outro crime? 7) Houve alteração da cena do crime para enganar as autoridades?

Em relação a Anna Carolina Jatobá, além das duas primeiras questões e da última, foram feitas as seguintes: 3) Anna Carolina Jatobá colaborou com a morte de Isabella ao aderir a toda a ação? 4) O jurado absolve a ré?

Ao contrário do juiz, obrigatoriamente técnico, os jurados do tribunal do júri – "juízes leigos" – não são obrigados a desprezar a emoção na hora de decidir nem a fundamentar suas posições. Para chegarem ao seu veredicto, o único compromisso deve ser com a própria consciência. No Brasil, o tribunal do júri é a instância responsável pelo julgamento dos crimes dolosos contra a vida: homicídio, infanticídio, indução ou auxílio ao suicídio e prática de aborto, mais as tentativas frustradas de cometer os mesmos delitos. A ideia por trás desse critério é que, ao contrário dos crimes contra o patrimônio, por exemplo, os que atentam contra a vida podem ser mais facilmente cometidos por pessoas que não são bandidos "profissionais". Dessa forma, entende o direito, é justo que sua conduta seja avaliada por iguais – cidadãos que, por viverem sob as mesmas regras e códigos sociais do réu, conseguiriam entender melhor suas motivações, paixões e emoções. Tarefa que não seria desempenhada a contento por um magistrado, forçosamente pautado pela letra fria da lei. Se oferece vantagens incontestáveis, a dinâmica do tribunal do júri tem seus riscos também. Como o de resultar na absolvição, ou quase isso, até mesmo de réus confessos. O julgamento de Doca Street, de 1979, três anos após o crime, mostrou como o resultado de um júri pode ser determinado não pela culpa ou inocência do réu, mas pela moral vigente no período – à qual, nesse caso, se aliou uma defesa ardorosa. Assassino confesso da socialite Ângela Diniz, com quem vivia, o playboy Doca Street foi defendido pelo criminalista Evandro Lins e Silva, que anunciava (não pela primeira vez) ser aquele seu último júri. Sem quase se referir aos autos, o criminalista descreveu seu cliente como um "mancebo bonito e trabalhador", cuja honra teria sido pisoteada pela "Vênus lasciva" e "devassa" (Ângela Diniz), que, entre outras iniquidades, teria tentado acomodar na cama do casal uma beldade do sexo feminino que ela havia conhecido na praia. A apaixonada exposição de Lins e Silva contaminou não apenas os jurados, mas até mesmo um dos assistentes da acusação, que chegou a pespegar um beijo de admiração no criminalista. Ao final, Doca Street foi condenado a uma pena irrisória: dois anos em regime aberto. Mas em 1981, no julgamento do recurso impetrado pela acusação, já sem Lins e Silva, recebeu condenação bem maior, de quinze anos. Em outro caso, de menor repercussão, um homem que confessou ter matado a mulher em Itapacerica da Serra, em São Paulo, acabou absolvido depois que o criminalista Tales Castelo Branco, seu defensor, pediu que os onze filhos do réu se postassem diante da porta do fórum. Nas últimas palavras que dirigiu aos jurados, não mencionou culpa ou inocência. Disse apenas: "Ao decidir, senhores jurados, lembrem-se de que este homem tem onze filhos". Por unanimidade, o júri absolveu um réu confesso.

Veja

A partir de 2ª vou andar diferente, diz mãe de Isabella à emissora de TV


A mãe da menina Isabella Nardoni, Ana Carolina de Oliveira, falou pela primeira vez a uma emissora de televisão, depois do fim do julgamento que condenou, na madrugada deste sábado, o casal Nardoni pela morte da menina, em março de 2008. Ana Carolina falou na manhã deste sábado por volta de cinco minutos com apresentadores do programa Hoje em Dia, da Rede Record. Ela declarou: "A partir de segunda-feira vou andar diferente".

Ana Carolina afirmou que, no momento em que falava ao programa, estava deitada ainda porque estava muito exausta. Ela contou também que não tinha condições de ficar no Fórum de Santana, na zona norte da capital paulista, para acompanhar o desfecho do julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá.
O Tribunal do Júri condenou o casal nesta madrugada. A pena do pai de Isabella foi de 31 anos, um mês e 10 dias de prisão, enquanto a madrasta pegou 26 anos e oito meses de reclusão, segundo sentença definida pelo juiz Maurício Fossen.
A avó materna de Isabella Nardoni, Rosa Maria Cunha de Oliveira, afirmou que a família Oliveira está muito aliviada com a condenação do casal Nardoni pela morte da neta, há cerca de dois anos. "Não é porque eles têm dinheiro que iriam ficar impunes", disse Rosa.
"Eles (Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá) foram condenados porque foram eles (que cometeram o crime)". Ela afirmou ainda que a condenação é um exemplo para as pessoas que pensam que um crime como esse pode ficar impune.

Confinamento
Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella, não teve condições de acompanhar o anúncio final do juiz no fórum e ficou insegura quanto ao resultado.
“Me senti como uma presa algemada”, afirmou a mãe de Isabella, que está sendo acompanhada de perto pelo psicólogo José Milton Kotzdent, que trata de Anna Carolina há dois anos.
Na quinta-feira, pela manhã, ela foi liberada pela Justiça após passar ter passado três dias enclausurada no Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo. Um psiquiatra fez uma avaliação e o juiz Mauricio Fossen determinou que ela fosse liberada. O iG divulgou com exclusividade, na quarta-feira, que a mãe de Isabella estava à beira de uma crise de depressão por causa do confinamento


Mãe de Isabella diz ter entregue sua filha sem arranhões a Alexandre




Ana Carolina Oliveira se disse satisfeita com a condenação

A mãe da menina Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira, declarou no início da tarde deste sábado (27) que ficou satisfeita com o resultado do julgamento que condenou Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá pela morte da garota Isabella.
– A Justiça foi feita, mas a minha filha não vai mais voltar. Hoje eu acordei e não pude dar um abraço nela.
Nos cerca de 15 minutos que dedicou a responder perguntas da imprensa, Ana Carolina ressaltou que deixou sua filha a Alexandre sem nenhum arranhão para passar o fim de semana com ele:
– Eu confiei nele [Alexandre].

Processo
Na opinião de Ana Carolina, as provas juntadas no processo foram claras, pois “foram feitas por profissionais competentes”.
A única queixa dela com relação ao trâmite jurídico foram os quatro dias que ela ficou isolada.
Ana Carolina Oliveira, disse ao programa Hoje em Dia, da Rede Record, nesta manhã, que vai começar uma nova fase em sua vida


R7

Julgamento do caso Nardoni mobiliza população e exerce fascínio





Durante os cindo dias de julgamento do caso Isabella Nardoni, algumas cenas se repetiram em frente ao Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo. Populares com cartazes de protesto. Gente dormindo na rua. Vaias, fila de espera e agressão. Manifestantes que pediam justiça protagonizaram cenas de violência e intolerância. Muitas pessoas se aglomeraram no lugar em que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram julgados – e condenados – pela morte da menina de cinco anos


Houve quem enfrentasse horas de viagem, ou noites sem dormir para acompanhar o júri. Gente sem qualquer ligação com os envolvidos no crime. É o caso da manicure Neli Fernandes, de 60 anos. Ela passou a noite na calçada porque queria ver o casal de perto. “Quero ver a cara deles depois da monstruosidade que fizeram”, afirmou e, categórica, completou: “Para mim, eles foram culpados. Se fosse preciso, passaria mais uma noite aqui para vê-los”.
Danielle de Vitória, de 19 anos, saiu da casa onde mora em Itaquera, pegou metrô, ônibus e, cerca de uma hora depois, às 19h da última quarta-feira, já estava no Fórum para acompanhar o julgamento que só continuaria no dia seguinte. “Acompanhei desde o começo e agora quero ver o final”, justificou. “Comi, tomei energético. Não estou cansada, só preciso controlar a emoção”, disse.
Mas afinal qual é o motivo do fascínio que exerce um dos maiores julgamentos da história do País? Para a psiquiatra forense Thatiane Fernandes trata-se do senso moral que, em julgamentos desse porte, torna-se coletivo.
“Há um senso moral tão forte que a pessoa quase se sente na obrigação de apontar no outro o que não é aceito pela sociedade, de condenar, crucificar”, diz. “Esse casal já estava condenado muito antes de começar o julgamento. E jamais será perdoado, ainda que venha a cumprir pena.” Ainda segundo ela, outro motivo que desperta a atenção das pessoas é a ausência de motivação real para o crime. O fato de o pai e a madrasta supostamente terem espancado e atirado uma criança do sexto andar é injustificável. “Essa realidade é tão bizarra que as pessoas precisam demonizar os envolvidos para poder afastar-se dela.”
“Além disso, existe uma atração natural do ser humano pelo espetáculo, pelo horror, pela circunstância trágica.”
Thatiane e o psicanalista Nélio Tombini, psiquiatra do Serviço de Doenças Afetivas da Santa Casa de Porto Alegre, ressaltam a característica exibicionista do ser humano. Esse seria mais um fator de incentivo para quem chegou a passar dias em frente ao fórum: chamar a atenção, já que o caso ocupou o noticiário dos principais veículos de comunicação do País.
Para Tombini, o caso exerce fascínio por envolver um casal parecido com tantos outros e por tratar de agressão de pais contra filhos, “tema mais comum à vida das pessoas do que se imagina”. O psiquiatra acredita ainda que boa parte dos que estão em frente ao fórum, protestando, já foi maltratada ou tem algum histórico de violência, de abuso.
“O ser humano é incontrolável, tem atitudes impulsivas. É preciso cuidar do nosso lado marginal, sempre.”


Último Segundo

O mundo colorido das Lesmas Marinhas

O casal de fotógrafos se especializou em macrofotografia da vida marinha. Em seus mergulhos, sempre buscam por pequenos animais. (Fotos: David and Debi Henshaw)

Segundo Debi Henshaw, apesar das fortes cores, estas são criaturas difíceis de encontrar a cada mergulho. (Fotos: David and Debi Henshaw)

'Mas depois que as encontramos, é fácil tirar a foto, porque elas quase não se movem ou se movem muito devagar', completa a fotógrafa. (Fotos: David and Debi Henshaw)

As fotos das lesmas marinhas foram tiradas em abril e novembro do ano passado, nos mares da Indonésia e da Filipinas. (Fotos: David and Debi Henshaw)

David e Debi financiam suas viagens com o dinheiro ganho em prêmios de fotografia. (Fotos: David and Debi Henshaw )

Pessoas no mundo inteiro apagam as luzes por uma hora neste sábado


Neste sábado, 27 de março, entre 20h30 e 21h30 (hora de Brasília), pessoas no mundo inteiro participam da Hora do Planeta. Por 60 minutos, casas, edifícios e monumentos vão apagar suas luzes num ato simbólico contra o aquecimento global.

Pelo menos 812 cartões-postais de mais de 120 países ficarão no escuro, como a Torre Eiffel, em Paris, e o Portão de Brandenburgo, em Berlim.
No Brasil, monumentos como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, a Ponte Octavio Frias de Oliveira, em São Paulo, o Palácio de Cristal, em Curitiba, e o Arco da Praça Portugal, em Fortaleza, vão ficar apagados durante a Hora do Planeta.
A campanha, liderada pelo WWF-Brasil, ganhou o apoio de 61 cidades brasileiras - das quais 15 são capitais em 19 Estados em cinco regiões do país, além de mais de 1.500 empresas e 249 organizações.
Celebridades como a atriz Cristiane Torloni e a apresentadora Preta Gil já manifestaram apoio ao ato.
A adesão, no Brasil, já supera a do ano passado, assim como ocorre em outras partes do mundo. Esta edição conta com 33 novos países, entre eles Nepal, Mongólia, Arábia Saudita, Nigéria, Paraguai, Uruguai e Marrocos.
A Hora do Planeta foi realizada pela primeira vez em 2007, apenas em Sidney, na Austrália. Em 2008, 371 cidades participaram. No ano passado, quando o Brasil participou pela primeira vez, o movimento superou todas as expectativas: milhões de pessoas em mais de 4 mil cidades de 88 países apagaram as luzes.

Fuso horário
As três cidades situadas mais ao norte no globo, Murmansk (Russia), Hammerfest (Noruega) e NuuK (Groelândia), e as três mais ao sul, Hobart (Austrália), Ushuaia (Argentina) e Queenstown, na Nova Zelândia, também estão engajadas na Hora do Planeta 2010 e levarão o movimento literalmente de norte a sul da Terra. E vai ser inclusive na Nova Zelândia que o movimento global irá começar. Pelo fuso horário, as Ilhas Chatham serão o primeiro local a apagar suas luzes.
No Brasil, a WWF escolheu como temas da Hora do Planeta o combate ao desmatamento, a proteção e recuperação de áreas de preservação permanente, como as matas ciliares e as nascentes, e a obrigatoriedade do cumprimento das metas de redução de desmatamento e de emissões de gases de efeito estufa assumidas na Conferência de Copenhague em 2009 (COP-15 da UNFCCC).
O país é considerado o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. A maior parte da emissão (75%) é proveniente de queimadas e desmatamento.


Glória Perez elogia sentença do caso Isabella


Autora de novelas, que lutou para edurecer a lei, acompanhou o julgamento

A autora de novelas Glória Perez acompanhou na madrugada deste sábado (27) no Fórum de Santana, em São Paulo, a leitura da sentença de condenação do casal acusado de matar a menina Isabella Nardoni e elogiou o resultado do julgamento. "A justiça foi feita", escreveu ela no serviço de microblog Twitter.
Glória Perez, cuja filha única, Daniela Perez, foi assassinada em 1992, destacou o trabalho do promotor, Francisco Cembranelli:
- Cembranelli foi brilhante! Emocionou e a exposição das provas não deixou dúvidas em ninguém sobre a culpa dos dois.
Ela ressaltou a extensão da pena, de 31 anos de prisão no caso de Alexandre Nardoni, pai da menina, e de 26 anos e oito meses no caso de Ana Carolina Jatobá, mulher dele e madrasta de Isabella:
- A sentença foi dura e belíssima: o juiz sublinhou a crueldade e a frieza do casal.
O tempo que o casal pode ficar efetivamente preso será influenciado por uma mudança da lei feita como consequência de uma campanha liderada pela autora após a morte da filha.
Pela lei, aprovada em 1994, os homicídios qualificados passaram a ser considerados crimes hediondos. Outra mudança, em 2007, determinou que apenas depois de cumprir dois terços da pena os condenados por crimes hediondos podem ter direito a pedir transferência para o regime semiaberto - que lhes permite sair da prisão durante o dia. Para os demais crimes, é possível pedir essa progressão após um sexto da pena.
Essas alterações fazem com que Nardoni só tenha direito a solicitar o regime semiaberto em cerca de dez anos e cinco meses. Para Anna Carolina Jatobá, em 8 anos e meio, já descontados os quase dois anos em que ambos ficaram detidos.

O crime
Isabella Nardoni morreu após cair da janela do sexto andar do Edifício London, na Vila Mazzei, zona norte de São Paulo. No apartamento, moravam o pai dela, Alexandre Nardoni, a madrasta, Anna Carolina Jatobá, e os dois irmãos menores. A menina morava com a mãe e passava alguns dias com o pai.
O crime aconteceu à noite depois que o casal e a menina voltaram para o apartamento deles após um passeio. Nardoni e Jatobá afirmam que uma terceira pessoa, nunca identificada, invadiu o local e jogou a menina, que tinha 5 anos depois que o pai a deixou no quarto e voltou para o carro para a judar a mulher a levar os dois filhos pequenos do casal, que estavam adormecidos.
A acusação defendeu durante o julgamento que eles estavam, no apartamento na hora do crime.
Peritos da Polícia Civil disseram à época que Isabella foi espancada e esganada dentro do apartamento, antes de ser jogada pela janela do sexto andar. Dias depois a polícia afirmou que não existia uma terceira pessoa no apartamento na noite da morte de Isabella.
Com isso Alexandre e Anna foram presos acusados do crime. Em quase dois anos presos, eles nunca disseram ter matado Isabella e nem se acusaram mutuamente pelo crime.


Pelo viva-voz de celular, mãe de Isabella agradece a jurados



Pelo viva-voz do telefone celular do irmão Felipe, a mãe de Isabella agradeceu aos jurados pela condenação de Alexandre Nardoni e Anna Jatobá. A informação é da advogada de Ana Oliveira, Cristina Christo, que trabalhou como assistente da acusação. Após a condenação, a mãe de Isabella apareceu na sacada de casa, na Zona Norte de São Paulo.
Segundo Cristina, a condenação do casal só foi possível graças ao trabalho da polícia, da perícia, do promotor Francisco Cembranelli e de todos que ajudaram.
Kleber Tomaz


Mãe de Isabella chora e acena de seu prédio após condenação
A mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, apareceu na frente de seu prédio na Vila Maria, Zona Norte de São Paulo, chorando e acenando para as pessoas na rua após a condenação de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de matar sua filha, Isabella, em 2008


Informações da TV Globo

CASO ISABELLA NARDONI: A CONDENAÇÃO E UMA VITÓRIA ANUNCIADA.


Após o resultado do julgamento do Caso Isabella Nardoni, com a já esperada condenação, ficou evidenciado como um trabalho bem feito por parte da promotoria pode ter sido o responsável por salvar um caso que tinha tudo para ter um veredicto contrário.
Algumas discrepâncias e lacunas deixadas pelos policiais e pela perícia foram suplantadas pelo excelente trabalho da promotoria ao juntar, através da simples sincronização dos telefonemas efetuados durante o evento.
Ao traçar uma linha do tempo detalhada e com base nas ligações efetuadas pelo porteiro do prédio, o síndico e o próprio casal, o promotor acabou firmando sem sombra de dúvidas que o casal estava no interior do imóvel durante o crime.
Esse dado jogou por terra a alegação de que eles não estavam no imóvel e, por tabela, anulou a defesa da “terceira pessoa” que o casal sempre sustentou. Esse fato também expôs o múltiplo caráter hediondo do crime e a torpeza dos que o cometeram.
Felizmente a justiça foi feita e, infelizmente, sabemos muito bem que ambos jamais ficarão muito tempo atrás das grades. Exemplos não faltam. Quem não se lembra do caso Daniela Peres, recheado de elementos de perversidade e que culminou com o casal de assassinos vivendo totalmente impune e retornando a primariedade após pouquíssimos anos atrás das grades.
Em nosso país, a vida humana nada vale e o criminoso é sempre premiado ao invés de punido. Os Nardoni, como tantos outros antes e depois deles, serão apenas “mais um” num mar de casos que comoveram a nação e que acabaram com os criminosos praticamente são vitoriosos, obtém penas risíveis (sem sequer as cumprirem em sua totalidade) e as vítimas sempre serão as punidas com toda a severidade possível (que, invariavelmente, é sempre a máxima).

A pergunta que todos queremos ouvir respondida é: “Até quando”?


Visão Panorâmica

URGENTE: CASAL NARDONI É CONDENADO



LEIA A ÍNTEGRA DA SENTENÇA AQUI

Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são condenados pela morte da menina Isabella

SÃO PAULO - Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foram condenados pela morte de Isabella Nardoni, 5 anos, e não poderão recorrer em liberdade à sentença. Alexandre cumprirá 31 anos, um mês e 10 dias de prisão em regime fechado. Por ser o pai de Isabella - praticou o crime contra descendente - teve pena maior do que a da mulher. Anna Carolina Jatobá foi condenada a 26 anos e oito meses de prisão. Pela fraude processual, os dois cumprirão ainda 8 meses de prisão em regime semiaberto e pagarão 24 dias multa.
Os jurados concluíram que o casal praticou o crime (homicídio triplamente qualificado) usando meio cruel e que dificultou a defesa da vítima. O crime é agravado ainda por tratar-se de uma menor de 14 anos de idade. A sentença foi comemorada com fogos e gritos pelas dezenas de pessoas que aguardavam o anúncio do lado de fora do Fórum de Santana.
O pai de Alexandre, Antonio Nardoni, sentado ao lado da filha na primeira fila, chorou bastante.
Alexandre Nardoni foi levado ao plenário algemados. Tanto ele quanto Anna Carolina Jatobá choraram, mas um choro sem desespero, de quem já esperava pela condenação.

Globo

Júri considerou casal culpado por crime ocorrido em 29 de março de 2008 em SP


À 0h17, o juiz Maurício Fossen retomou a sessão agradecendo a participação do promotor, da defesa do casal, dos jurados e de todas as pessoas presentes no júri. Em seguida, ele falou brevemente sobre a importância do tribunal do júri.
Na sequência, Fossen deu início a leitura dos autos da sentença. Alexandre Nardoni foi condenado a 31 anos, um mês e dez dias de prisão a ser cumprido em regime fechado. Anna Carolina Jatobá recebeu pena de 26 anos e oito meses de reclusão a ser cumprida inicialmente em regime fechado. Ambos por homicídio doloso triplamente qualificado. A pena dos dois foi acrescida de mais oito meses por crime de fraude processual, que eles poderão responder em regime semiaberto. Foi negado aos dois o direito de recorrer da sentença em liberdade.
A pena de Nardoni foi maior que a de Jatobá porque o crime que ele cometeu, segundo a Justiça, foi contra um, descendente.
A decisão foi aclamada pelo público em frente ao Fórum de Santana, que chegou a soltar rojões em comemoração à condenação do casal.

Reforço na segurança

Para garantir a segurança no transporte dos participantes do júri e dos condenados até o presídio, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) isolou faixas de trânsito em frente ao fórum. Apenas uma é transitável.
A Polícia Militar estima que cerca de 200 pessoas, sem contar com a imprensa e profissionais que trabalharam no julgamento, estejam concentradas em frente ao fórum nesta madrugada.

R7




População comemora em frente ao Fórum


Após a leitura do veredicto do júri que condenou o casal, as pessoas em frente ao Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, festejaram soltando fogos de artifício.
(Por G1/Foto: Daigo Oliva/G1)

Após condenação, Nardoni e Jatobá choram

Durante a leitura da sentença de condenação, Alexandre Nardoni, pai da garota Isabella, e Anna Carolina Jatobá, madrasta da menina, choraram.
Nardoni baixou a cabeça, secou os olhos e o nariz e manteve a postura de derrota.
Jatobá ficou com a cabeça encostada na parede. Abaixou a cabeça no final da sentença e chorou.
O pai de Alexandre, Antonio Nardoni, e o pai de Anna Jatobá, Alexandre Jatobá, acompanharam da primeira fila do plenário a leitura da sentença que condenou seus filhos.
Antonio Nardoni ficou abraçado à filha Cristiane. (Luciana Bonadio, com informações da TV Globo)

G1

sexta-feira, 26 de março de 2010

"Anna Carolina Jatobá era um barril de pólvora prestes a explodir", diz promotor


Após falar pela manhã e ouvir a exposição do advogado de defesa Roberto Podval, o promotor Francisco Cembranelli usou as 2 horas de que tinha direito para a réplica. Em sua exposição, Cembranelli afirmou que Anna Carolina Jatobá era “um barril de pólvora prestes a explodir” e que "via Isabella como uma miniatura da mãe, Ana Carolina de Oliveira".

Cembranelli insistiu que Anna Jatobá brigava muito com o marido tinha problemas para cuidar dos filhos, era dependente financeiramente e “atacava” as pessoas, como o próprio pai e o marido Alexandre. O promotor citou uma vez que Anna, durante uma briga, jogou uma chave de fenda em direção a Alexandre.
Durante sua réplica, o promotor Francisco Cembranelli rebateu as argumentações da defesa. Logo no início da fala, afirmou que Podval ridiculariza os jurados e a opinião pública ao dizer que a imprensa criou provas e versões dos fatos. "A imprensa apenas tomou conhecimento e divulgou", disse. "A defesa age como se só ela tivesse a verdade", acrescentou.
O promotor mostrou fotos dos quartos de Isabella e dos irmãos para rebateu a versão do casal que Alexandre teria deixado Isabella dormindo no apartamento antes da queda. Na foto do quarto de Isabella, tirada após a queda, o cobertor estava de lado, tinha uma folha de papel sobre a cama e uma boneca. Ele também usou uma imagem do quarto de Pietro e Cauã para contestar Alexandre quando ele diz que no dia da morte da filha, antes de descer para pegar os meninos, arrumou a cama. Na foto, a cama estava desarrumada.
Cembranelli foi incisivo ao se referir à proposta que Alexandre Nardoni diz ter recebido do delegado Calixto Calil Filho, do 9º Distrito Policial. Durante depoimento na quinta-feira, Alexandre afirmou que, na época dos fatos, Calixto propôs que ele assinasse um termo no qual assumiria o homicídio culposo e tiraria a Anna Jatobá do caso. "O Dr. Ricardo, que acompanhou o depoimento [no dia 18 de abril de 2008], deveria ter coragem de desmentir", disse.
Ele chamou os acusados de "mentirosos" por negarem que tenham retirado sangue no Instituto de Criminalística. "Agora só falta a defesa dizer que foi o Pietro que jogou a Isabella".
Pela manhã, durante sua exposição, Cembranelli afirmou ter certeza de que os dois "eram os únicos na cena do crime". O casal é acusado de matar Isabella Nardoni em 29 de março de 2008. "Posso afirmar taxativamente que o casal estava dentro do apartamento. Isso é ciência, não é crença. Contra fatos, não há argumentos. Eles estavam no apartamento quando Isabella foi jogada".
Na vez de Podval usar seu tempo para defender o casal, o advogado chorou durante a sua argumentação e afirmou que se sente "intimidado" com a experiência do promotor Francisco Cembranelli. Podval reafirmou a tese de falta de provas conclusivas contra o casal e chamou os jurados à responsabilidade que têm nas mãos, lembrando que o Alexandre e Anna têm mais dois filhos.


Defesa do casal Nardoni pede absolvição por falta de provas


Roberto Podval terminou de rebater discurso de Cembranelli às 21h

Acabou às 21h desta sexta-feira (26) a tréplica da defesa do casal Nardoni. O discurso do advogado Roberto Podval durou apenas 45 minutos, começando às 20h15 logo após um rápido intervalo concedido pelo juiz Maurício Fossen.
Na última fase dos debates entre a acusação e o advogado Roberto Podval, que se estendeu ao longo de toda esta sexta-feira no Fórum de Santana, zona norte de São Paulo, a defesa recorreu ao princípio da dúvida. Podval disse que não existem provas para a condenação de Alexandre Nardoni, 31 anos, e Anna Carolina Jatobá, de 26 anos.
- Peço absolvição por absoluta ausência de provas
Para os réus, Roberto Podval pediu que não ficassem magoados com o promotor Francisco Cembranelli.
- Não o queiram mal. Ele fez o papel dele.
O advogado questionou o porquê da ausência de sangue nas roupas dos réus, se a menina Isabella estava sangrando e também o motivo de a perícia não simular o que os outros dois filhos estavam fazendo enquanto o casal supostamente cometia o crime.
Para aumentar a dúvida dos jurados, o defensor usou uma lousa anotando diferentes horários de telefonemas feitos pelos moradores à Polícia Militar. Segundo ele, foram informados registros com diferenças de até quatro minutos de uma mesma ligação. O promotor argumenta que se tratou de um erro de gravação da polícia, que foi corrigido.
A ausência de exame nas unhas do casal voltou a ser criticada. Podval ironizou:
- Isso só poderia condenar um ou outro.
Após o fim dos debates entre promotoria e defesa, agora os sete jurados entram em recesso de uma hora para o jantar. A previsão do Tribunal de Justiça é de que a sentença do casal Nardoni seja anunciada na madrugada deste sábado (27). O anúncio será transmitido via rádio, ao vivo, para os jornalistas e público que estão em frente ao fórum.


Promotor volta a rebater acusações de Nardoni


Réu disse que Cembranelli estava presente quando polícia propôs que ele assumisse o crime

O promotor Francisco Cembranelli voltou a rebater os questionamentos do casal Nardoni na segunda fase de debate do julgamento do caso Isabella na tarde desta sexta-feira (26). Cembranelli afirmou que ficou ofendido quando Alexandre Nardoni disse que ele estava presente quando a polícia propôs que ele assumisse o crime para que Anna Jatobá pudesse ficar em liberdade.
O promotor também questionou a ausência de um dos advogados da equipe de defesa, Ricardo Martins, que estava presente no dia do interrogatório.
Cembranelli ressaltou que caso a proposta realmente tivesse acontecido, o defensor nada fez. Segundo o promotor, tanto ele quanto outro advogado que estavam acompanhando o casal naquele dia poderiam ter deixado a delegacia e comunicado imediatamente ao batalhão da imprensa que estava no local sobre a suposta proposta de acordo.
- O advogado (Ricardo Martins) que estava aqui ontem e não teve a coragem de estar aqui hoje sabe que isso não foi verdade.
Martins estava na plenária, assistindo ao júri no momento e não se manifestou, apenas sorriu para pessoas que olharam para ele.


Caso Isabella: Promotor Cembranelli apresenta aos jurados cronologia dos fatos na noite do crime


Cronologia dos telefonemas e fatos, apresentada pelo promotor Francisco Cembranelli aos jurados:

23h36m11s - Carro dos réus é desligado

23h49m00s - Queda de Isabella

23h49m59s - Polícia Militar (COPOM) recebe ligação de morador do primeiro andar Antônio Lúcio, pedindo socorro. Fim da ligação às 23h51m00s

23h50m01s - Morador do terceiro andar do edifício London José Carlos telefona para os bombeiros pedindo socorro

23h50m32s - Anna Carolina Jatobá, madrasta de Isabella, liga para seu pai do telefone fixo do apartamento do casal

23h51m09s - Madrasta liga para o sogro, Antônio Nardoni, do telefone fixo do apartamento do casal. Fim da ligação às 23h51m41s

23h52m13s - COPOM recebe ligação do morador do terceiro andar do edifício London José Carlos. Fim da ligação: 23h52m58s

23h52m22s - Solicitação do COPOM para os bombeiros

23h52m50s - Madrasta liga para sogro, Antônio Nardoni, pelo celular do réu

23h54m04s - Solicitação do COPOM para os bombeiros

23h55m09s - Solicitação do COPOM para os bombeiros

23h55m10s - Madrasta liga para mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira

23h55m46s - Vizinho de prédio da frente, Waldir, liga para os bombeiros

23h58m26s - Antônio Nardoni liga para bombeiros

23h59m00s - Chegada da primeira viatura policial ao edifício London

23h59m16s - Irmã de Alexandre Nardoni, Cristiane, liga para o celular do pai

00h05m00s - Chegada da primeira viatura do Corpo de Bombeiros

00h07m09s - Irmã de Alexandre Nardoni, Cristiane, liga para Alexandre Nardoni

00h08m00s - Chegada da segunda viatura do Corpo de Bombeiros

00h18m47s - Irmã de Alexandre Nardoni, Cristiane, liga para o pai

00h35m00s - Chegada da viatura USA/Resgate, especializada em regate de vítimas

00h42m00s- Isabella chega na Santa Casa, e se constata o óbito


Promotor diz que acusação de Nardoni é “canalhice”


Pai de Isabella disse que recebeu proposta para assumir responsabilidade pela morte da filha

O promotor Francisco Cembranelli classificou como “canalhice” acusação feita pelo pai de Isabella, Alexandre Nardoni, interrogado na quinta-feira passada (25), de que delegados do 9º DP, ao lado do próprio promotor, propuseram um acordo para que Nardoni confessasse o crime. A proposta foi novamente relatada nesta sexta-feira à tarde (26) pelo advogado Roberto Podval.
– Essa é uma leviandade a toda prova, uma canalhice. (...) Não é um delegado que estabelece o crime, é a Justiça.
Segundo o pai de Isabella, os delegados queriam que ele se responsabilizasse por homicídio culposo (sem intenção de matar) em troca de isentar Anna Jatobá da acusação.
Alexandre Nardoni relatou também que o advogado Ricardo Martins estava presente no momento em que a suposta proposta foi feita. O promotor então questionou a ausência Martins na sala do júri, dizendo que ele “fugiu” para não ter de tratar sobre o assunto. Martins não foi encontrado pela reportagem do R7 para comentar a declaração do promotor.


Telefonemas provam que os Nardoni estavam no apartamento quando Isabella foi jogada, diz promotor


SÃO PAULO - O promotor Francisco Cembranelli falou aos jurados que decidirão o futuro de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá por duas horas e meia, num discurso considerado eletrizante, que prendeu a atenção do plenário lotado. O promotor explicou a crononologia dos fatos no dia da morte da menina Isabella e a sequência dos telefonemas ocorridos para comunicar a Polícia e a família de Alexandre Nardoni no momento em que o corpo da criança caiu do sexto andar do prédio.
- As informações dos telefonemas, todas cruzadas, demonstram que o casal estava no apartamento no momento do crime - disse o promotor aos jurados, que não desgrudaram os olhos de Cembranelli, que tem 22 anos de júri e atuação em mais de mil casos.
Para o promotor, a tese de uma terceira pessoa na cena do crime não é factível.
- A inocência do casal seria absurda - afirmou.
Alexandre e Anna Jatobá não esboçaram qualquer reação. Na plateia, Rosa Maria Oliveira e o marido, avós maternos de Isabella, choraram. O avô paterno, o advogado Antonio Nardoni, pai de Alexandre, reclamou bastante e escreveu bilhetes, que repassou aos advogados de defesa.
- Não irei discutir conjecturas, hipóteses, crenças. O que não se pode discutir são fatos. Vou lhes apresentar fatos, embasados com a tecnologia de um dos mais destacados institutos de criminalísticas do mundo, o de São Paulo - afirmou o promotor aos sete jurados.
Segundo Cembranelli, o tempo que Alexandre levou para descer até o térreo foi o mesmo que o porteiro levou para avisar o vizinho Antônio Lúcio, morador do 1º andar do edifício London, e que o vizinho demorou para pedir socorro. Para ele, o casal estava estava no apartamento no momento em que a menina Isabella foi jogada do apartamento 62 do Edifício London.
A cronologia dos telefonemas, de acordo com o promotor, mostra que a sequência de fatos apresentada pelo casal Nardoni não poderia ter verdadeira. Alexandre Nardoni diz que subiu com a filha no colo até o apartamento, a colocou na cama e voltou à garagem para pegar os outros dois filhos, que estavam com a mulher, no carro. Ao chegar, disse o casal, é que ele foi ao quarto e viu que a menina havia sido jogada.
O promotor questionou ainda o porquê de Alexandre Nardoni não ter ligado para o resgate. A primeira ligação de pedido de socorro foi feita pelo morador do 1º andar, que viu a menina caída.
- Ele fez o que qualquer um de nós faria, menos o pai: ligar para o resgate. É isso que se faz em uma situação de emergência. Eu pularia pela janela para defender meu filho, desceria as escadas, não ficaria apertando botão, esperando - disse.
Cembranelli disse que Anna Carolina Jatobá tentou se apresentar como uma pessoa normal, mas assinalou que esta não é a "realidade da moça"
- Ela tem rompante. Não é uma pessoa comum. Chamava Ana Carolina de vagabunda. Quando ri, ri mesmo. Quando xinga, xinga mesmo. Quando agride, agride mesmo - afirmou o promotor, acrescentando que há evidências de que ela passa por "altos e baixos" e que chegou a procurar um médico e tomar remédios para combater estresse.
O promotor disse ainda que Alexandre Nardoni afirmou que nunca traiu a mãe de Isabella com Anna Carolina Jatobá, mas há depoimento de que a primeira relação sexual dos dois ocorreu em novembro de 2002, antes do fim do relacionamento anterior, que ocorreu em março de 2003, quando Isabella estava com 11 meses
O promotor Cembranelli lembrou que Isabella tinha características de asfixia mecânica típicas de esganadura no pescoço e que a menina não poderia ter sozinha se esganado. Disse ainda que uma testemunhas ouviu uma discussão entre um casal momentos antes da queda de Isabella e reconheceu que a voz era de Anna Jatobá.

A possibilidade de terceira pessoa, para ele, é descartada.

Cembranelli elogiou o trabalho da polícia e dos cerca de 40 profissionais envolvidos na investigação do crime e chamou de "pífia" a defesa, além de se referir à advogada especializada em perícia, Roselle Adriane Soglio, que ajudou na defesa, como "perita trapalhona".
Após falar por duas horas e meia, o promotor disse que o júri realizado é um divisor de águas, pois apresenta inúmeras provas técnicas que se sobrepõem a testemunhos, que em algumas ocasiões podem mostrar apenas a interpretação dos fatos.
O promotor acusou a defesa de promover um tsunami para liquidar a perícia, mas conseguiu apenas criar uma "ondinha pequena". Ele acusou o advogado Roberto Podval de desconhecer o processo e ainda tentar desqualificar reconhecidos especialistas na área.
- Prometeu-se um tsunami, mas não passou de uma onda de criança. De tsunami não teve nada. Entrei com duas pessoas muito importantes, a perita Rosângela Monteiro e a delegada Renata Pontes, além da mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, que contaria a história de vida da família. A defesa, que apresentou inicialmente 20 testemunhas, diminuiu para 15, para 10, para 6 e terminou com duas - afirmou Cembranelli.

Previsão é de resultado 1h da madrugada
O debate entre acusação e defesa do casal Nardoni é a ultima etapa antes da sentença dos jurados. O julgamento recomeçou às 10h26m e a previsão do Tribunal de Justiça é que a decisão do júri seja divulgada por volta de 1 hora da madrugada de sábado.
Ana Carolina Oliveira, a mãe de Isabella, não foi ao Fórum, segundo a advogada Cristina Christo Leite. A mãe de Isabella, afirmou a assistente da acusação, estaria muito debilitada por ter ficado quatro dias no Fórum e teria dito que espera apenas por justiça.
Na chegada ao Fórum, o advogado Ricardo Martins afirmou que "tudo pode acontecer" neste julgamento e que ele, pessoalmente, trabalha com a hipótese de absolvição por não terem provas concretas contra seus clientes.


O Globo

Debate Promotor Cembranelli - parte 2


Dizer que não subiu na cama é querer desmoralizar o maravilhoso trabalho da Dra Rosangela. Ela fez uma perícia de excelência, e como a defesa não pode contestar, tenta desmoralizar a Dra Rosangela e pede para retirá-la do processo.
Podval chama Dra Rosangela de "perita dos ossos".

Cembranelli diz que ele está confundindo, a "perita dos ossos" que ele tenta desmoralizar é a Dra Norma, a que retirou a saliva e o cabelo e constatou que a defesa mente quando diz que não tiraram sangue.
Cembranelli acrescenta: É isso que dá não conhecer o processo.

Ele vem aqui, e como não pode contestar as provas científicas, como não pode desmoralizar o trabalho da perícia, ele tenta desmoralizar o profissional. A defesa tentou retirá-la do processo. Tentou desmoralizar uma perita que deu uma aula a todos nós aqui.

Foram feitas inúmeras promessas pela defesa, que seria um verdadeiro Tsunami, e o que eu vi foi uma onda de criança. Contra as 20 testemunhas da defesa, eu trouxe apenas 4.

Dra Renata para falar da investigação, Dr Tiepo para falar sobre a esganadura, Dra Rosangela para falar das provas científicas e Ana Oliveira que conhece muito bem o histórico de vida dessas pessoas.

A defesa entrou com 20 testemunhas, caiu para 15, passaram a 10 e acabaram em 2.

Um repórter que não acrescentou em nada, e vai ser sempre lembrado por ter vindo aqui apenas para quebrar um pedaço da maquete, e um investigador que estava fazendo o trabalho dele.
Esse é o Tsunami que defesa iria trazer.

Já perdemos a conta de quantos HCs e recursos negados. Esse é um caso do início ao fim, cheio de recursos, com uma única coisa em comum: Perderam todos.

Se o BlueStar fosse falho, jamais o EUA iria usar...correndo o risco até de condenar uma cozinheira descuidada que deixou cair um pouco de cenoura no chão.

A perícia fez tudo que cabia fazer e pode ser confrontada com perícias adversárias, e foi. Não apareceu aquele trapalhão do Sanguinetti? Mas quando perceberam que ele estavam só tentando se divulgar, foi afastado. Alguém viu ele aqui depondo?

Levamos tudo para laboratório e deu positivo para sangue.

Isabella entrou no apartamento sangrando e essas manchas estão lá e demonstram toda a trajetória.

Teste positivo para sangue.

Teste positivo para sangue humano.

Teste positivo para DNA.

Nem os réus negam que viram sangue ao lado da cama.

A defesa quer que acreditemos que o sangue apresentado era suco de alho.

O perito Dorea tem um estudo que é referência no Brasil, que determina exatamente da altura que as gotas caíram, a 1,25 metros no mínimo e a Isabella não tinha esse tamanho , se ela vivesse certamente iria ter.

Que credibilidade tem alguém que vai para um congresso e compra um kit que precisa de toda uma especialização para usar e vem aqui para pingar gotas em banana?

Dá a idéia que se eu entender que tem que fazer uma operação no cerébro de alguém eu vou ali compro um bisturi, duvido que alguém queira se submeter a esse tipo de envergadura .

Se alguém quiser construir um viaduto pode me chamar que eu vou fazer os cálculos.

Só não aconselho ninguém a passar por baixo desse viaduto. Vamos chamar um médico para vir aqui lavrar uma sentença.

Se fosse verdade o tempo na versão deles, eles chegariam lá embaixo depois de meia noite.

Eles tentaram passar uma imagem de um casal normal com brigas “normais”. Amor vai sair hoje? Não vai jogar bola ?

Cembranelli mexe nos autos e mostra que tem vários relatos de vizinhos.

As brigas eram constantes sendo preciso as vezes chamar os pais dela, outras vezes os pais dele e as vezes os dois.

Cembranelli mostra uns trechos de depoimentos de vizinhos, entre eles do Paulo Cesar Colombo aonde diz: Discutiam muito e por várias vezes ouvia a Jatobá dizer que Alexandre teria lhe dado dois filhos e que ela era infeliz e seria para sempre.

Temos também o episódio da lavanderia, aonde ela briga com ele e vai na lavanderia e quebra a janela , ferindo-se no braço.

Todas as discussões eram por um mesmo motivo , o ciúmes da madrastra da mãe de Isabella.

Cembranelli lê nos relatos de vizinhos que as brigas dos dois eram mais constante nos finais de semana que a Isabella estava com os dois e agora vem para cá tentar posar de casal de harmonioso, com a idéia que viviam muito bem com a Oliveira.

Num dos relatos de outro vizinho do prédio antigo, a testemunha diz como ela se referia a mãe de Isabella( Cembranelli pergunta ao juiz se pode falar os palavrões e o juiz autoriza): de vagabunda e de um nome que começa com F.

“ Não me venha com essa balela de que viviam bem, não me venha com essa balela que ela amadureceu depois do nascimento do filho”

Não vamos vir aqui mostrar uma pessoa que não existe.

O relacionamento deles começou com uma traição em cima de Ana Oliveira, visto que o término ocorreu em março de 2003 e Jatobá diz que iniciou o relacionamento com ele em novembro de 2002.

Ela já apresentava histórico de violência familiar, por vezes era ela fazendo BO contra o próprio pai , xingamentos do pai para ela , ela própria admite os BOs contra o pai.

Durante 2 anos e meio viveram em meio de brigas, assim é relatada a vida dele no Vila Verde.

“ Nós quebravamos o pau todos os dias “ – ela mesma dá a frase sintomática.
Aí vem aqui dizer que viviam em harmonia?

Passou a ser dependente da família Nardoni, desde a marca do papel higiênico até a comida que eles comiam. Alexandre era proibido de falar com a Ana Oliveira, temos o relato da própria Anna Jatobá que numa dessas brigas por causa de um telefonema de Ana, acabou jogando o bebê contra o berço, sendo o mesmo socorrido por Isabella que contou o ocorrido.

Encontramos um bilhete na lixeira que foi remontado, um bilhete altamente depressivo onde ela se colocava numa vida infeliz ,uma mulher extremamente esgotada, sem empregada, sem dinheiro e com dois filhos.
A prova é a receita médica, dois remédios depressivos , um tranquilizante que foram receitados mas não foram comprados.

Ela é uma pessoa extrema, tanto quando ri ela ri mesmo e quando xinga , xinga mesmo, quando chora, chora mesmo, quando agride, agride mesmo, não me venha aqui se apresentar como um ser equilibrado.

Ela chamava a Ana Oliveira de vagabunda na frente de Isabella e das outras crianças , temos o relato de vizinhos que não deixavam que Isabella brincasse com os seus filhos por causa dos palavrões da madrasta.

Os vizinhos do Vila Verde nada tem a ver com o London e mencionam os mesmos palavrões.

Não foi acidental, senão não teríamos todas as marcas no pescoço que foram mostradas e que o Dr Tieppo explicou e muito bem.

Terceira pessoa?
Vamos imaginar que alguém entrou, vamos dizer que dentro do apartamento já estivesse alguém que tivesse uma chave ou alguma forma de entrar.
Isabella acordou e o surpreendeu e ele teria que eliminá-la para não ser reconhecido posteriormente.
Um algoz não mataria Isabella com um pequeno corte na testa .
Ele mataria tranquilamente e a deixaria na cama. Mas não !!!! Essa pessoa preferiu procurar uma tesoura, cortar a tela e mesmo sabendo que tinha um prédio da corregedoria ao lado , resolveu jogar Isabella para chamar a atenção para a sua saída, além do que teria que agir descalço pois as únicas marcas que tinham eram dos chinelos de Alexandre.
Por um gesto de humanidade e solidariedade, visto que , o apartamento estava de "pernas pro ar" ele resolve dar uma ajuda e limpar o sangue, e ainda num gesto humano, vendo milhares de roupas sujas coloca a fralda de molho. Muito educadamente sai, tranca a porta e num gesto derradeiro de gentileza ele apaga a luz.

Podval diz que ninguém pode dizer a autoria da asfixia.

Cembranelli , diz Ahhhhhhhhhhhh mas a asfixia existe, então se não foi ela foi ele?

Ah então foi ele, só tinham os dois dentro do apartamento.

Se fosse ele, olha o tamanho dele ... ( aponta para Alexandre ), ele teria matado ela instantaneamente.

O senhor dá uma opnião, a asfixia existe e isso é uma prova técnica, é uma prova científica.

Eu usei a sua versão para mostrar que na versão deles, na linha do tempo eles chegariam lá embaixo depois de meia noite.

Sob a alegaçao do princípio de não produzir provas contra si mesmo, recusaram –se a ir a reconstituição por que teriam muitas coisas que não saberiam explicar. A ordem é inversa, vem na contra mão, se a pessoa é inocente faz questão de ir a reconstituição se apresentar para ajudar o trabalho da perícia .

A cronometragem do tempo mostra que a versão deles é impossível e eu trago provas que em cima da cama só tinha as pegadas dele e também os registros do Copom.

Vai xingar a Dra Rosangela? Vai xingar a Dra Norma? Mas não pode xingar o Copom porque a telefônica indica exatamente o horário da ligação feita de dentro do apartamento.

Esse caso vai ser um divisor de águas , estamos aqui trazendo provas científicas,vamos ver se daqui pra frente vamos preferir essa tecnologia segura, high tech, porque foi essa a tecnologia que foi utilizada no caso Isabella , ou vamos andar para atrás tendo que confiar em testemunha que pode não enxergar bem. O Dr Podval está aqui para dizer que nossa perícia é um lixo mas não conseguiu contestá-la, tanto que estão há dois anos tentando e não conseguiram contestar as provas.

Temos provas cientificas, testemunhas que não tinham relacionamento ruim com o casal , registros do Copom, históricos de vida pregressa .....

No final Cembranelli explica que o MP não tem a obrigação de acusar , ele pegou um caso aonde não conhecia a família , não sabia nada, acompanhou as investigações e chegou a conclusão de que eles eram culpados e ofereceu a denúncia, hoje a obrigação dele como representante da sociedade é colocar a familia Oliveira sobre a proteção dele e fazer com que se cumpra a justiça.

Ana Oliveira também convicta por conhecer todo histórico pregresso dessa família e pelas provas apresentadas, me apoia , tanto que colocou a Dra Christina para acompanhar o caso ao lado dele, por que ela quer justiça para a sua filha.

Falando sobre a mísera pensão que Alexandre pagava para Isabella , ele diz: “ Tenho certeza que aquele charlatão de Maceió recebeu o que Isabella precisaria de 15 anos de vida para receber”.

O Brasil que está lá fora olha por essa sala e espera que vocês ( jurados ), juízes constitucionais façam JUSTIÇA.

Podval chora e diz que promotor o ‘intimida’


O advogado de defesa do casal Nardoni, Roberto Podval, iniciou emocionado sua argumentação, na tarde desta sexta-feira (26). Ele chegou a chorar. O advogado elogiou o promotor do caso. “O Cembranelli me intimida.” Podval afirmou que defender o casal Nardoni é uma das missões mais difíceis de sua vida, mas que “defende o que acredita”. Também agradeceu a policiais e funcionários do fórum que, segundo o advogado, evitaram que ele fosse agredido. O advogado do casal enfrentou manifestações durante os dias de julgamento, além de uma tentativa de agressão.

Por Débora Miranda


G1

Sentença deve sair hoje e pena pode ultrapassar 30 anos


Casal ainda responde por alterar cena do crime; morte da filha menor pode render condenação maior para Alexandre

A expectativa é que o julgamento mais esperado do País termine até a madrugada de sábado, com a leitura da decisão dos sete jurados que fazem parte do conselho de sentença. Se for condenado, o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá pode pegar mais de 30 anos de prisão ? o pai de Isabella está sujeito a uma pena maior do que a madrasta, por ter cometido um crime contra um descendente.
Depois de todos os depoimentos, das leituras das peças e da fase de debates, o conselho de sentença vai reunir-se para votar os quesitos e determinar o veredicto ? absolvição ou condenação. Na sequência, o juiz Maurício Fossen lerá a decisão dos jurados em plenário e, em caso de condenação, estabelecerá a pena. O casal Nardoni é acusado de homicídio doloso (quando há intenção de matar) com três qualificadoras, que podem agravar a pena final. São elas: meio cruel (asfixia); recurso que impossibilitou a defesa da vítima (jogá-la inconsciente pela janela); e assegurar impunidade de outro crime (o casal teria jogado a menina para ficar impune do que havia feito no apartamento).
"A pena para o crime é de 12 a 30 anos, dependendo dos qualificadores", explica o advogado criminalista Carlos Kauffmann. No caso de Alexandre Nardoni, agrava-se por ter sido crime cometido contra um descendente, a filha, contra um menor de 14 anos, e por ter havido omissão relevante com relação à asfixia. Os dois ainda são acusados de fraude processual ? por alterar a cena do crime.
O artigo 347 do Código Penal diz que fraude processual é "inovar artificiosamente o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro do perito". A pena é de 3 meses a 2 anos. No mesmo artigo está determinado que "se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda que não iniciado", as penas aplicam-se em dobro.

RODRIGO BRANCATELLI


Em vez de rebater os laudos, defesa tenta desmoralizar peritos, diz promotor


O promotor Francisco Cembranelli falou nesta sexta-feira, durante 2h30, no julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados da morte de Isabella Nardoni. Um dos momentos de mais tensos foi durante a argumentação sobre o uso de reagentes na perícia do caso.

“Em vez de rebater os laudos, agora a defesa tenta desmoralizar os peritos”, disse, acrescentando que o uso do reagente Bluestar é muito comum em países de primeiro mundo, como os Estados Unidos.
O julgamento dos Nardoni é realizado no Fórum de Santana, zona norte de São Paulo, desde segunda-feira. A previsão é que a sentença seja anunciada na madrugada deste sábado.
Segundo Cembranelli, a perícia tem submetido todos os seus trabalhos à apreciação da Justiça. “A defesa prometeu desqualificar, mas não conseguiu”, afirmou, criticando que nem mesmo o Dr. George Sanguinetti, contratado pela defesa para realizar outra perícia, foi trazido ao plenário. “Viram que nada aquilo que ele falava tinha sentido. Ele só queria fama. Daí, descartaram”.
Assim como a perita Rosângela Monteiro, Cembranelli criticou as afirmações da defesa que ele pode reagir com frutas e legumes. “Dr. Podval não entende nada de Bluestar. É a mesma coisa que eu comprar um manual e querer fazer uma cirurgia no cérebro de alguém. Cada um na sua área”, afirmou. Rosângela, que assinou o laudo pericial, afirmou em depoimento na quarta-feira que, além de aplicar o reagente Bluestar, é preciso um perito experiente para descobrir se é sangue humano.

Podval
O advogado Roberto Podval, que defende o casal, ria ironicamente na maior parte do tempo e, por algumas vezes, chegou a interromper o promotor. Na plateia, a assistente de defesa Roselli Sóglio fazia comentários a todo momento para o colega do lado, em voz baixa. “Ele está com medo”, disse, referindo-se a Cembranelli.
Cembranelli defendeu que os reagentes devem ser aplicados dentro de um contexto e, no apartamento, isso foi feito próximo a locais onde já tinham sido detectadas manchas de sangue a olho nu. “As provas foram exaustivamente produzidas”.

Mãe de Isabella
Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella Oliveira, não assiste ao júri, segundo sua advogada, por estar muito "debilitada". Ela disse, por meio da advogada, que "apesar de não ter tido a oportunidade de acompanhar o júri, espera que a Justiça seja feita"
O casal é acusado de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Se condenados, a pena de Alexandre Nardoni será maior que a de Anna Carolina Jatobá, por ser um homicídio contra um descendente. Os dois negam o crime.


Recomeça quinto dia do julgamento do caso Isabella




Sessão foi retomada às 14h46 desta sexta-feira no Fórum de Santana, zona norte de SP

Recomeçou às 14h46 desta sexta-feira (26) o julgamento do caso Isabella no Fórum de Santana, na zona norte de São Paulo. A sessão havia sido interrompida às 13h05 para o almoço. Neste retorno, o advogado de defesa do casal Nardoni Roberto Podval falará por duas horas e meia ao júri.
Ao longo desta manhã, o promotor Francisco Cembranelli falou sobre as marcas da tela de proteção na camisa de Alexandre Nardoni e a cronometragem do tempo da versão do pai e da madrasta de Isabella - da chegada ao prédio ao momento em que o casal chegou ao térreo do edifício London, onde estava o corpo da criança. Ele defendeu aos sete jurados do caso que “a cronometragem desse tempo indica que eles estão mentindo”.
O promotor definiu as marcas na camiseta como “provas comprometedoras no corpo do réu”. Cembranelli também relatou testemunhos de moradores do edifício em que o casal morou antes de se mudar para o London. De acordo com ele, o motivo das constantes brigas entre o casal era sempre Ana Carolina Oliveira, a mãe de Isabella.
- Não é verdadeiro que eles viviam cordialmente (...) As discussões sempre tinham o mesmo motivo: a mãe da menina.
Cembranelli também disse que, dez minutos antes do crime, vizinhos do casal ouviram uma briga, com palavrões. Quem escutou a discussão foi Luciana Ferrari, moradora do prédio ao lado. Ela teve certeza de que se tratava de uma briga do casal Nardoni quando ouviu e viu Anna Jatobá gritando ao telefone após a queda da menina.
Durante a exposição da acusação – que durou duas horas e meia - Alexandre balançava a cabeça contrariado. Mas, na maior parte do tempo, permaneceu sério, com um dos braços nas pernas e a mão na boca.

Defesa
A defesa questionou por duas vezes a acusação. Roberto Podval perguntou qual a prova técnica que aponta a autoria do crime. Cembranelli respondeu que Anna Jatobá asfixiou a criança e citou o trabalho da perícia.
- Ela asfixiou. A asfixia está provada. Se não foi ela, foi ele.
Entretanto, em seguida, o promotor descartou a hipótese, dizendo que se Nardoni a tivesse asfixiado teria matado Isabella imediatamente.

Sentença
A previsão é de que a sentença do casal Nardoni seja transmitida ao vivo pelo juiz Maurício Fossen a partir da 1h do sábado (27). Com a transmissão ao vivo, os jornalistas poderão informar quase simultaneamente se o casal Nardoni foi absolvido ou condenado.


R7

Depoimento Jatobá - Parte 3










Depoimento de Jatoba arguida por Podval, advogado de Defesa

Podval:Vc teria coragem de matar Isabella pra se livrar de um obstaculo?
J: não, nunca., jamais.

Podval: Vc alguem dia machucou, bateu nela?
J: Não, sempre cuidei dela com muito amor e carinho?

Podval: Naquele dia no almoço vc usou a tesoura pra cortar carne?
J: Sempre uso pra cortar carne picadinha.

Podval: Pq vc estava descalça?
J: Pq cheguei da rua e tirei o sapato.

Podval: Vc foi descalça pra casa dos seus pais apos queda?
J: Sim, qdo cheguei la que coloquei um tenis muito velho. Qdo Dra Renata afirmou que havia sangue no fiquei indignada.

Podval: Vc sabe qto tempo o elevador leva pra subir e descer?
J: Nunca fiquei marcando no relogio.

Podval: Vcs entregaram roupa pra policia no dia do crime?
J: Tomamos banho e as roupas ficaram lá, não foram lavadas.

Podval: É verdade que na hora que Ana Oliveira e vc discutiram, vc disse pra ela que a culpa de tudo era de Isabella?
J: Não, eu falei p ela que tava fazendo aquilo pq tava preocupada com a vida da filha dela.

Jatobá chora ao descrever o quarto da Isa, ao falar dos filhos e de como foram escolhidas o apto e as coisas dele.

Podval: Vc lembra de como foi o almoço?
J: não , so lembro que fiz o macarrao que ficou muito salgado e joguei no lixo.

Podval: Sobre a falta de higiene do seu apto, sobre um absorvente que foi achado no meio dos brinquedos das crianças, como a sra descaratava seus absorventes?
J: Fiquei passada com isso. Sempre enrolava no papel higienico.

Podval: Vc teria motivos pra maltratar Isabella?
J: Nunca tive. Isabella era um doce de criança.

Podval: Já foi busca-la no colegio?
J: Algumas vezes com minha sogra e outras sozinha.

Podval: Já que ela foi esganada, pediram pra fazer exames nas suas maos?
J: Em momento algum. Ate perguntei pra delegada se ia fazer e ela disse que não.

Podval: Sobre a chave, foi feita pericia?
J: Não,ficou na gaveta da delegada.

Podval: Depois do nascimento dos seus filhos, vc amadureceu?
J: Fui amadurecendo aos poucos.

Podval: E ficou feliz com o nascimento de seus filhos?
J: Sim, muito feliz.

Podval: Vc andava muito estressada pq seu filho mais novo chorava muito? É verdade?
J: Sim, eu andava muito estressada pq de 4 a 6 meses ele chorava dia e noite.

Podval: E vc assim cansada como estava, mesmo assim já agrediu seus filhos?
J: Nunca

Podval: Vc tem dividas na faculdade?
J: Sim, meu pai ate hj não pagou,

Podval: Como era seu padrao de vida?
J: Tinhamos um padrao alto e de repente meu pai perdeu tudo.

Podval: Vc disputava o Alexandre com Isa?
J: Não. Só tive ciumes dela no começo.

Podval: Qdo vc desceu apos a queda., o que vc viu?
J: Tava todo mundo muito nervoso, pessoas entrando e saindo, uma bagunça;

Podval: O que Alexandre estava fazendo?
J: Fazia mtas perguntas ao porteiro pq pensou que podia ter entrado ladrão.

Podval: Seus filhos tiveram que sair da escola depois disto?
J: sim e agora voltaram e tiveram que trocar os nomes para *** (por motivos obvios não vamos divulgar)

Blog Caso Isabella Olieveira Nardoni

Depoimento de Jatobá - parte 2


Depoimento de Jatoba arguida por Dra Cristina, assistente da acusação

C: Na Delegacia vc disse que meses depois passou a morar na casa do pai de Alexandre, em juízo vc disse que depois de 4 meses de namoro passaram a morar juntos?
J: Morei com ele, um ano na casa do pai dele, qdo brigava ia pra casa dos meus pais.

C: Qdo brigava com seus pais ia pra casa do Alexandre?
J: Sim.

C:Vc lavrou um BO contra seu pai em janeiro de 2004?
J: Sim.

C: Pode esclarecer o B.O
J: Eu estava no computador e meu pai estava estudando e o barulho do teclado irritava ele. Ele me pediu pra parar pq tava estudando. Continuei a digitar e ele achou q tava digitando mais forte pra irritar ele. Entao ele ficou muito bravo e Caua acordou e começou a chorar. Meu pai mandou cuidar do meu filho que tava chorando.

C: Seu pai xingou?
J: Foi, falava que eu tinha que estudar, era muito nova pra ser mãe.

C: Vc declarou em juízo que se dava melhor com sua mãe do que com seu pai. É verdade?
J: Sim. Me dava melhor com minha mãe mas hj me arrependo pq meus pais são tudo na minha vida hj.

C: Ter o mesmo nome da mãe da Isabella, a incomodava?
J: Não. Ela que falava que errar uma vez passava…

C: Incomodava ou não?
J: Não incomodava.

C: De alguma maneira a mãe de Isabella e este eterno vínculo te incomodavam?
J: Não.

C: A Carol podia ligar pro Alexandre?
J: Sim, a hora que ela quisesse.

C: Mas pq só a sra atendia?
J: Pq o telefone ficava comigo.

C: Vc se sentia insegura com o seu casamento?
J: No começo sentia muito ciúmes pq ele tinha fama de mulherengo.

C: Vc não trabalhou mais depois do casamento e se sentia bem como dona de casa?
J: Só trabalhei antes do casamento.

C: Quem pagava sua faculdade?
J: Meu pai

C: As despesas pessoais de vcs, quem fazia?
J: Os meus pais, minha avó e meu marido.

C: Pietro mordia Isa/? O que a sra fazia?
J: Sim, as vezes. Colocava de castigo no quarto, pra pensar.

C: Após a queda, vc ligou para os pais de vcs a pedido de Alexandre?
J: Sim. Fui eu que ligou

C: E pra mãe de Isabella?
J: Fui eu que liguei tb.

C: Mas pq vcs não ligaram pro resgate?
J: No desespero só pensei em ligar pro meu pai,

C: Mas não pensou em nenhum momento em ligar pro resgate ?
J: Não, só pensei em ligar pros meus pais.

C: E depois?
J: Eu desci.

C: E vc não pensou em ligar pros seus pais?
J: Pensei mas aí já tinham chamado.

C: Vc gritava muito, falava mtos palavrões. Como Alexandre se sentia?
J: Ele não gostava. Tinha vergonha.

C: Em juízo vc declarou que os desentendimentos com Oliveira se encerraram depois que Pietro entrou na mesma escola que a Isa. Confirma?
J: Sim.

C: Pq vcs não devolveram a mochila que a Isa havia levado pra casa de vcs naquele dia?
J: Nem sabia que ela tinha esta mochila.

C:No dia do velório, do enterro, vcs ficaram presentes o tempo todo? Tentaram falar com a Ana Oliveira?
J: Ficamos o tempo td mas não falamos com ela.

C: Em nenhum momento?
J: Não.

Blog do Caso Isabella Oliveira Nardoni

Com tese de promotor, começa dia decisivo do julgamento dos Nardoni


Começou às 10h26 desta sexta-feira o último dia de julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados da morte de Isabella Nardoni. Segundo informações do Tribunal de Justiça, a expectativa é de que a sentença dada ao casal seja anunciada a uma hora da madrugada deste sábado.
O julgamento teve início com a exposição da tese do promotor Francisco Cembranelli para a morte de Isabella Nardoni. Ele falará por duas horas e meia ao jurado. Depois, será a vez de Roberto Podval, advogado de defesa dos Nardoni. Após esta etapa, começará o debate entre promotoria e defesa. A expectativa é de que seja acirrado. (veja hora a hora a previsão para hoje).
Ana Carolina de Oliveira, mãe de Isabella Oliveira, não assistirá ao júri, segundo sua advogada, por estar muito "debilitada". Ela disse, por meio da advogada, que "apesar de não ter tido a oportunidade de acompanhar o júri, espera que a Justiça seja feita"

Jurado
Terminado o debate, os jurados serão questionados pelo juiz se têm condição de julgar o caso ou se querem alguma explicação. Se o júri responder que há condição de julgar o caso, todos passarão à sala secreta e decidirão o destino do casal.
Na sala secreta, eles respoderão "sim" ou "não" para uma série de perguntas do juiz Mauricio Fossen. A resposta é secreta. Responderão primeiro se o crime efetivamente existiu. Depois uma sequência de perguntas, entre elas, se os réus foram os autores daquele crime e se devem ser absolvidos ou não.
O jurado é formado por sete pessoas, sendo que cinco delas nunca tinham participado de um júri. São quatro mulheres e três homens que decidirão na noite desta sexta-feira o destino do casal Nardoni.

Acusações

O casal é acusado de homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.
Na quinta-feira, os dois negaram as acusações contra eles. Em interrogatório, choraram, chegaram a sensibilizar parte do jurado e fizeram acusações contra a equipe policial que cuidou do caso. Houve algumas contradições entre os depoimentos de Anna Carolina e Alexandre Nardoni.


Último Segundo

Julgamento do Casal Nardoni entra na reta final


SÃO PAULO - O debate entre acusação e defesa do casal Nardoni é a ultima etapa antes da sentença dos jurados. A previsão do Tribunal de Justiça é que a decisão do júri seja divulgada por volta de 1 hora da madrugada de sábado. Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni respondem por homicídio triplamente qualificado pela morte da menina Isabella Nardoni, 5 anos, e fraude processual por terem tentado mudar a cena do crime.
Ana Carolina Oliveira, a mãe de Isabella, não deve ir ao Fórum, segundo a advogada Cristina Christo Leite. A mãe de Isabella, afirmou a assistente da acusação, estaria muito debilitada por ter ficado quatro dias no Fórum e teria dito que espera apenas por justiça.
Na chegada ao Fórum, o advogado Ricardo Martins afirmou que "tudo pode acontecer" neste julgamento e que ele, pessoalmente, trabalha com a hipótese de absolvição por não terem provas concretas contra seus clientes.
Nos interrogatórios realizados nesta quinta-feira no Fórum de Santana, em São Paulo, Anna Carolina Jatobá contradisse o marido na principal prova contra ele apresentada pela perícia.
Primeiro a ser interrogado, Alexandre Nardoni disse por duas vezes que, em momento algum, colocou a cabeça pelo buraco por onde a filha Isabella foi jogada. O ato, segundo a perícia, deixou uma marca na camisa dele, que só seria feita se tivesse carregando um peso de 25kg (peso de Isabella ). Alexandre disse que estava com o filho Pietro no colo, mas negou ter colocado a cabeça para fora. A negativa irritou a acusação. O promotor Francisco Cembranelli chegou a perguntar se a cabeça dele tinha mais de 50 cm, já que o buraco, conforme os autos, tinha 47 cm.
- Assim que entramos no quarto eu vi a janela aberta e uma gota de sangue bem próxima da cama do Pietro. O meu marido foi até a janela, colocou a cabeça para fora, virou-se para mim, já branco e disse 'Carol, a Isabella está lá embaixo' - disse ela.
Em seguida, falou sobre sua reação:
- Comecei a gritar. Não sei se falei palavrões. Só sei que coloquei o joelho na cama e, quando vi a Isabella lá embaixo, comecei a gritar desesperadamente - disse Anna Carolina, confirmando que ele estava com Pietro no colo e ela, com Cauã, o mais novo.
Outra contradição diz respeito à forma como o casal deixou o apartamento, depois do crime. Em seus depoimentos à justiça, Alexandre reiterou que, assim que percebeu que a filha tinha sido jogada pela janela, desceu de elevador apenas com um dos filhos e pediu para que a mulher ficasse no apartamento para telefonar para seu pai. Já a madrasta disse que ela chegou a dar dois telefonemas, um para o pai e outro para o sogro, e ainda conseguiu descer junto com o marido no mesmo elevador.
O promotor Francisco Cembranelli também apontou contradições entre o que Jatobá disse na delegacia e depois em juízo. Um delas, foi a de que a madrasta de Isabella só afirmou ter perdido a chave do apartamento no segundo depoimento.
Anna Carolina também admitiu que aumentou e inventou informações quando registrou um boletim de ocorrência sobre uma agressão que ela teria sofrido do pai, Alexandre Jatobá. O depoimento dela só terminou pouco antes das 21h.
Alexandre Nardoni tentou desmoralizar o trabalho da polícia e acusou os delegados Calixto Calil Filho e Renata Pontes - a delegada foi a responsável pelo inquerito que colocou o casal no banco dos réus - de terem oferecido a ele a possibilidade de livrar a mulher do processo, desde que assumisse a culpa por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. A proposta teria sido feita por Calil Filho e Renata Pontes teria perguntado a ele se aceitava ou não.
Alexandre chegou a dizer que o pai, o advogado Antonio Nardoni, vem recebendo ameaça e vem sendo seguido por policiais do 9º Distrito Policial, onde a morte da neta foi investigada. Numa afirmação que surpreendeu a plateia e arrancou um sonoro 'ohhh", ele disse que a mãe de Ana Carolina Oliveira queria que a filha abortasse Isabella . Rosa Maria Oliveira não estava na sala neste momento.
Ríspido ao responder as perguntas da acusação, Alexandre foi acusado pelo promotor Francisco Cembranelli de ter ido de óculos ao Tribunal para esconder o choro sem lágrimas.
Duro com o réu, Cembranelli questionou o motivo de Alexandre usar óculos de grau. Alexandre respondeu com raiva:
- Sempre usei. O senhor não acompanha minha vida, por isso não sabe.
Cembranelli respondeu:
- Talvez para esconder o choro sem lágrimas.
Assim como o marido, a madrasta de Isabella Nardoni disse que policiais civis pediram para que ela responsabilizasse Alexandre pela morte da enteada.
Anna Carolina, que começou o depoimento com voz chorosa, demonstrou nervosismo. Falou muito depressa, atropelando as palavras, e disse que, por várias vezes, ouviu de investigadores e também da delegada Renata Pontes 'indiretas' para que ela incriminasse o marido.
Anna Jatobá se emocionou duas vezes durante o depoimento, uma quando lembrou ter encontrado Alexandre chorando horas depois da notícia da morte de Isabella e outra quando foi perguntada como era sua relação com a menina. A madrasta embargou a voz ao falar de Isabella.
Eu tinha ela como se fosse minha filha. Nas férias, ela nem queria ir para a casa da minha sogra, queria ficar no nosso apartamento. A relação dela com o pai era de muito carinho.
Por várias vezes, o juiz Maurício Fossen teve de pedir que ela falasse mais devagar e fosse mais breve em seus relatos. Assim como o marido, ela atacou a polícia.
- Eles queriam que eu falasse que foi o Alexandre. A doutora Renata me disse várias vezes que ele tinha cara de psicopata. Os investigadores davam indireta, como eu era estudante de Direito, perguntavam se eu tinha noção de como era uma cadeia - disse.
Dando continuidade à conversa que teve com os policiais no dia seguinte ao crime, ainda no apartamento do Edifício London, Anna Jatobá disse que teria ali mesmo afirmado que não faria qualquer tipo de confissão.
- O senhor não vai tirar de mim o que não sei. Não vou falar o que não presenciei - disse ela.
Anna Jatobá admitiu que os dois brigavam muito até o nascimento do primeiro filho.
- Antes do nascimento do primeiro filho, eu discutia bastante com ele, gritava muito. Eu brigava direto, mas não como se fala por aí. Nunca ele partiu para cima de mim nem eu para cima dele. Eu só xingava - disse.
Perguntada sobre sua relação com a mãe de Isabella, Anna Jatobá chegou a dizer que as duas trocavam mensagens via internet entre 2003 e 2004 quase todos os dias para falar sobre Alexandre e outros vários assuntos. Fossen quis saber se as duas já tinham brigado alguma vez.
- Sem briga, mas ela vivia me infernizando a vida. Ela me falava que mandava mensagem para ele (Alexandre) e eu achava isso absurdo. Teve um dia que fomos buscar a Isa e o Alexandre nos colocou frente a frente. Nós começamos a discutir, mas foi uma coisa rápida - disse.

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