sábado, 18 de maio de 2013

Por que as crianças francesas não têm Deficit de Atenção?


Nos Estados Unidos, pelo menos 9% das crianças em idade escolar foram diagnosticadas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e estão sendo tratadas com medicamentos. Na França, a percentagem de crianças diagnosticadas e medicadas para o TDAH é inferior a 0,5%. Como é que a epidemia de TDAH, que tornou-se firmemente estabelecida nos Estados Unidos, foi quase completamente desconsiderada com relação a crianças na França?

TDAH é um transtorno biológico-neurológico? Surpreendentemente, a resposta a esta pergunta depende do fato de você morar na França ou nos Estados Unidos. Nos Estados Unidos, os psiquiatras pediátricos consideram o TDAH como um distúrbio biológico, com causas biológicas. O tratamento de escolha também é biológico – medicamentos estimulantes psíquicos, tais como Ritalina e Adderall.

Os psiquiatras infantis franceses, por outro lado, vêem o TDAH como uma condição médica que tem causas psico-sociais e situacionais. Em vez de tratar os problemas de concentração e de comportamento com drogas, os médicos franceses preferem avaliar o problema subjacente que está causando o sofrimento da criança; não o cérebro da criança, mas o contexto social da criança. Eles, então, optam por tratar o problema do contexto social subjacente com psicoterapia ou aconselhamento familiar. Esta é uma maneira muito diferente de ver as coisas, comparada à tendência americana de atribuir todos os sintomas de uma disfunção biológica a um desequilíbrio químico no cérebro da criança.

Os psiquiatras infantis franceses não usam o mesmo sistema de classificação de problemas emocionais infantis utilizado pelos psiquiatras americanos. Eles não usam o Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders ou DSM. De acordo com o sociólogo Manuel Vallee, a Federação Francesa de Psiquiatria desenvolveu um sistema de classificação alternativa, como uma resistência à influência do DSM-3. Esta alternativa foi a CFTMEA (Classification Française des Troubles Mentaux de L’Enfant et de L’Adolescent), lançado pela primeira vez em 1983, e atualizado em 1988 e 2000. O foco do CFTMEA está em identificar e tratar as causas psicossociais subjacentes aos sintomas das crianças, e não em encontrar os melhores bandaids farmacológicos para mascarar os sintomas.

Na medida em que os médicos franceses são bem sucedidos em encontrar e reparar o que estava errado no contexto social da criança, menos crianças se enquadram no diagnóstico de TDAH. Além disso, a definição de TDAH não é tão ampla quanto no sistema americano, que na minha opinião, tende a “patologizar” muito do que seria um comportamento normal da infância. O DSM não considera causas subjacentes. Dessa forma, leva os médicos a diagnosticarem como TDAH um número muito maior de crianças sintomáticas, e também os incentiva a tratar as crianças com produtos farmacêuticos.

A abordagem psico-social holística francesa também permite considerar causas nutricionais para sintomas do TDAH, especificamente o fato de o comportamento de algumas crianças se agravar após a ingestão de alimentos com corantes, certos conservantes, e / ou alérgenos. Os médicos que trabalham com crianças com problemas, para não mencionar os pais de muitas crianças com TDAH, estão bem conscientes de que as intervenções dietéticas às vezes podem ajudar. Nos Estados Unidos, o foco estrito no tratamento farmacológico do TDAH, no entanto, incentiva os médicos a ignorarem a influência dos fatores dietéticos sobre o comportamento das crianças.

E depois, claro, há muitas diferentes filosofias de educação infantil nos Estados Unidos e na França. Estas filosofias divergentes poderiam explicar por que as crianças francesas são geralmente mais bem comportadas do que as americanas. Pamela Druckerman destaca os estilos parentais divergentes em seu recente livro, Bringing up Bébé. Acredito que suas idéias são relevantes para a discussão, por que o número de crianças francesas diagnosticadas com TDAH, em nada parecem com os números que estamos vendo nos Estados Unidos.

A partir do momento que seus filhos nascem, os pais franceses oferecem um firme cadre - que significa “matriz” ou “estrutura”. Não é permitido, por exemplo, que as crianças tomem um lanche quando quiserem. As refeições são em quatro momentos específicos do dia. Crianças francesas aprendem a esperar pacientemente pelas refeições, em vez de comer salgadinhos, sempre que lhes apetecer. Os bebês franceses também se adequam aos limites estabelecidos pelos pais. Pais franceses deixam seus bebês chorando se não dormirem durante a noite, com a idade de quatro meses.

Os pais franceses, destaca Druckerman, amam seus filhos tanto quanto os pais americanos. Eles os levam às aulas de piano, à prática esportiva, e os incentivam a tirar o máximo de seus talentos. Mas os pais franceses têm uma filosofia diferente de disciplina. Limites aplicados de forma coerente, na visão francesa, fazem as crianças se sentirem seguras e protegidas. Limites claros, eles acreditam, fazem a criança se sentir mais feliz e mais segura, algo que é congruente com a minha própria experiência, como terapeuta e como mãe. Finalmente, os pais franceses acreditam que ouvir a palavra “não” resgata as crianças da “tirania de seus próprios desejos”. E a palmada, quando usada criteriosamente, não é considerada abuso na França.

Como terapeuta que trabalha com as crianças, faz todo o sentido para mim que as crianças francesas não precisem de medicamentos para controlar o seu comportamento, porque aprendem o auto-controle no início de suas vidas. As crianças crescem em famílias em que as regras são bem compreendidas, e a hierarquia familiar é clara e firme. Em famílias francesas, como descreve Druckerman, os pais estão firmemente no comando de seus filhos, enquanto que no estilo de família americana, a situação é muitas vezes o inverso.

Texto original em Psychology Today

Cultivando o Equilíbrio

18 de Maio - Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes


Dia Nacional de Combate Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes é realizado em Solidão

O Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) em parceria com a prefeitura municipal, Assistência Social, Conselho Tutelar, Policia Militar, todas as secretarias municipais e diversas entidades de Solidão, Sertão de Pernambuco, realizaram nesta sexta-feira (17 de maio de 2013), o 1º Ato Público em pro do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.


O evento contou com a presença do Centro de Referencia Especializada da Assistência Social (CREAS), Tony Medeiros (Conselho Tutelar), Moab Algustos (Pr. Igreja Batista Monte Hebron), dos secretários Claudio Alves Nunes, (Sec. Administração), Jacinete de Pereira da Silva Gois (Sec. Bem Estar Social) Erasmo Serafim da Silva (Sec. Agricultura e Meio Ambiente), Jeania Maria Pereira de Melo (Cultura, Turismo e Juventude) Cicera Celma Vicente de Oliveira Melo (Sec. Planejamento e Gestão) que esteve representando a Prefeita Cida Oliveira e demais secretários.


No decorrer do evento houve panfletagens, sensibilização da sociedade civil, discursos sócio-educativos, desfile pelas principais ruas do município entre outras atividades.


Dentre as suas metas do dia 18 de maio, está a promoção do Dia Nacional de luta contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes – como referência de mobilização de massa. Assim, realiza a Campanha anual “Faça Bonito. Proteja nossas Crianças e Adolescentes”.


A campanha tem como símbolo uma flor, acompanhada da frase “Faça Bonito. Proteja nossas Crianças e Adolescentes”, lembrando do cuidado e da necessidade de defesa do direito de meninas e meninos crescerem de forma saudável e protegida.


O símbolo surgiu durante a mobilização do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes de 2009. Porém, o que era para ser apenas uma campanha se tornou o símbolo da causa, a partir de 2010.


A escolha da data é uma lembrança a toda a sociedade brasileira sobre a menina seqüestrada em 18 de maio de 1973, Araceli Cabrera Sanches, então com oito anos, quando foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. Muita gente acompanhou o desenrolar do caso, poucos, entretanto, foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio de muitos acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.


Sua morte, contudo, ainda causa indignação e revolta. O Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vem manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as suas Aracelis.

S1 Notícias

Cantor é suspeito de matar jovem que negou fazer aborto em Alagoas


O cantor integrante da banda Forrozão Capa de Sela, Ivanilson Monteiro de Oliveira, e Aldigesy Deodato da Silva, foram presos suspeitos do assassinato da jovem Gilmara dos Santos. O corpo dela foi encontrado no acostamento da BR-104, em Rio Largo (AL), na quinta-feira (16).

Segundo a Polícia Civil, Ivanilson tinha um relacionamento com Gilmara, mas não teria aceitado que ela estava grávida e queria que a jovem praticasse um aborto. Ela estava gestante há cinco meses. Ele teria armado uma emboscada para atrair a vítima. Além dos dois detidos, um terceiro homem também participou, mas ainda não foi detido.

Os suspeitos foram detidos na manhã desta sexta-feira (17) e prestaram depoimento. Uma irmã da jovem também foi ouvida e disse que Ivanilson estava ameaçando há meses Gilmara para fazer um aborto. Ela contou que ele convidou a jovem para viajar com a banda e teriam cometido o assassinato no caminho.

Os suspeitos negaram o crime e afirmaram que Gilmara se irritou porque não ia com os integrantes da banda em uma van, mas sim em outro carro. Ela teria abandonado o percurso e retornado sozinha. Eles foram encaminhados à Casa de Custódia da PC.

R7

Chinesa com olhos azuis é chamada de 'ET'


Chen Guixiu, de 11 anos, é atração no vilarejo de Tieqiao (província de Chongqing, China). A menina nasceu com olhos azuis. Os vizinhos a tratam com distância e, pelas suas costas, chamam a criança de "aberração" e "ET". Os pais têm olhos castanhos e não há qualquer registro na família de olhos azuis.

A cor da pele e dos cabelos de Chen é a mesma de outras crianças chinesas. Mas a chinesinha, que é surda, tem grande dificuldade de fazer amizades por causa da cor dos olhos.

Médicos de um hospital público em Nanchuan examinaram a menina. Segundo eles, a paciente enxerga normalmente, mas o fato de ela ter olhos azuis continua sem explicação, de acordo com a agência Barcroft Media.

page not found

sexta-feira, 17 de maio de 2013

"Lavadinha na campa, senhor?”, o trabalho infantil em cemitérios


Por todo o Brasil, crianças e adolescentes vão aos cemitérios nos dias mais movimentados e oferecem aos visitantes o serviço de limpeza das lápides de seus entes queridos

Por Igor Ojeda, da Repórter Brasil

Boné bordado com o rosto sorridente do Coringa (o inimigo do Batman), camiseta vermelha estampada, bermuda escura de surfista, fitinha do Senhor do Bonfim no tornozelo… pés descalços. O garoto tímido, de seus 12 anos, sobe na lápide suja e começa a varrer as folhas secas que a cobrem. “Vou pegar água”, diz. Desce, pega o balde laranja e some por alguns minutos pelo “labirinto” do cemitério da Quarta Parada, no bairro da Água Rasa, Zona Leste de São Paulo (SP). Com esforço, volta segurando o recipiente quase transbordando e começa a despejar seu conteúdo sobre a lápide.

Em seguida, espalha dois tipos de detergentes sobre o local, pega a vassoura e esfrega. Nada escapa, nem mesmo a imagem de Nossa Senhora que adorna o túmulo. Joga um pouco mais de água e começa a tirar o excesso com a ajuda de um rodo. Mais água, mais rodo. Enrola neste um pano de chão com aspecto de recém-comprado e o esfrega na superfície úmida. “Acho que pode jogar mais um pouco de água, não?”, pergunta a senhora que “contratou” o serviço. O menino desce, pega o balde e some novamente.

Assim como ele, outras dezenas de crianças e adolescentes faziam o mesmo trabalho, no mesmo cemitério e no exato momento, um domingo, 12 de maio, Dias das Mães. Na manhã desse dia, a Repórter Brasil visitou três cemitérios na capital paulista. No da Quarta Parada presenciou grande incidência de trabalho infantil. Nos outros dois – o da Vila Nova Cachoeirinha, na Zona Norte, e o da Consolação, na região central –, testemunhou apenas adultos trabalhando.

A reportagem procurou os responsáveis pelo Serviço Funerário do Município de São Paulo (SFMSP), que, em nota, afirmaram que a administração “não permite, em nenhuma hipótese, a atuação de menores prestando qualquer serviço dentro das necrópoles municipais”. O texto diz ainda que, em datas especiais, a Prefeitura solicita “intensificação das rondas realizadas pela Guarda Civil Metropolitana e pela Polícia Militar nos 22 cemitérios municipais”. Por fim, o Serviço Funerário pede que população acione “o Conselho Tutelar como forma de ajudar no combate ao trabalho infantil”, e destaca que “é fundamental que haja a conscientização dos pais e responsáveis para os malefícios da prática, e que estes cobrem a permanência dos meninos e meninas na escola como forma de evitar o trabalho precoce.”

“A OIT [Organização Internacional do Trabalho] classifica a atividade de crianças em cemitérios como umas das piores formas de trabalho infantil. A pessoa com menos de 18 anos não pode exercê-la”, lembra a procuradora Regina Duarte da Silva, coordenadora da Coordinfância (Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes) na Procuradoria Regional do Trabalho, 15ª Região (Ribeirão Preto), órgão vinculado ao Ministério Público do Trabalho (MPT). Tal atividade para adolescentes e crianças é proibida pelo decreto presidencial 6.481 de 2008, que lista as piores formas de trabalho infantil (Lista TIP). Por todo o Brasil, há notícias de que esse tipo de violação ocorre, especialmente nos dias de Finados, das Mães e dos Pais, quando o movimento costuma ser maior. Poucas, no entanto, são as ações de prevenção e repressão à prática.


Dormir na rua

O garoto tímido não estava sozinho no cemitério da Quarta Parada. Fazia parte de um grupo grande, de dez meninos com idades entre 11 e 14 anos, todos moradores do bairro de Pirituba, Zona Norte. Haviam chegado na sexta-feira à noite para poderem trabalhar desde cedo no sábado, quando a demanda por lápides limpas de entes queridos começa a crescer. Nas duas noites, dormiram na rua. “Passamos frio, para falar a verdade. A gente forra as cobertas no chão e dorme. Trazemos só cobertas e roupas. Durante o dia as guardamos num canto”, conta Felipe*, de 12 anos.

“Lavadinha na campa, senhor?”, repete João* a cada pessoa que entra no cemitério. Para cada túmulo limpo, cobra R$ 10. O menino de 13 anos encosta num carro estacionado enquanto segura balde, vassoura, pano, rodo e produtos de limpeza. É o terceiro ano que ele faz esse tipo de serviço. Ele conta que no Dia das Mães é cansativo, mas o maior movimento é em Finados. “É quando tem mais trabalho.” Num dia como esse, os meninos trabalham das seis da manhã às seis da tarde. Almoçam correndo uma refeição de R$ 8 num bar próximo, que pagam com o dinheiro que ganham com a limpeza das lápides. “A gente trabalha igual a um condenado”, admite. Num fim de semana como o do último domingo, os garotos ganham de R$ 50 a R$ 100. No feriado de Finados, esse valor pode subir a R$ 200. “No último Finados eu ganhei R$ 200”, conta Felipe. “Tem gente que faz R$ 700. A gente cansa mais, tem de carregar muitos baldes com água.”

João diz que os pais sabem onde estão durante o fim de semana e não impõem restrições. “Nós que tivemos a ideia de trabalhar com isso. Queremos ganhar dinheiro para comprar roupa. Não queremos ficar dependendo de nossos pais”, explica. Especialistas alertam que o Censo de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, apontou que no âmbito urbano muito do trabalho infantil está ligado à questão do consumismo em crianças e adolescentes, que buscam bens que não recebem em casa. Nos demais dias do ano, muitas vezes Felipe e João arrumam bicos em lava-rápidos de Pirituba, outra atividade presente na lista de piores formas de trabalho infantil. “Gostamos também de comprar coisas para levar para dentro de casa, como alimento”, explica Felipe, enquanto dois de seus amigos brincam de espada com os cabos das vassouras. Perguntado se vale a pena, o menino faz cara de enfadado: “Vale a pena não. Você é louco, ficar passando a noite na rua? Né, não? A gente veio porque não tinha nada para fazer. Estamos duros também… ganhamos mais dinheiro aqui do que no lava-rápido, onde dá R$ 20, R$ 30 por dia, trabalhando das oito da manhã às seis da tarde”.


Por todo o Brasil

O problema não se restringe à cidade de São Paulo. Nos últimos anos, inúmeras denúncias têm surgido na imprensa de trabalho infantil em cemitérios de todo o país. Passe o cursor sobre os ícones abaixo e movimente o mapa para ler mais sobre outros casos e também iniciativas de prevenção:

A triste situação em João Pessoa, na Paraíba, motivou a realização de um estudo em 2003 conduzido por Nerise R. Andrade Veloso, secretária do Conselho Tutelar da cidade, e Sarita Brazão Vieira, doutora em Saúde Mental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e professora e pesquisadora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Em artigo para o livro “Crianças e adolescentes que trabalham: cenas de uma realidade negada”, elas relatam os resultados das entrevistas feitas com quatro meninos e uma menina, com idades entre 11 a 17 anos, que trabalhavam nos cemitérios locais. Os garotos exerciam diversas atividades, como limpar túmulos, cavar covas e, inclusive, ajudar em pequenas construções. Um deles relatou até ter participado da exumação de um cadáver.

“Todas essas atividades são realizadas praticamente sem nenhuma orientação, sem proteção, sem equipamentos de segurança, simplesmente fazem da maneira que querem, na posição que acharem mais cômoda. Quanto à jornada de trabalho, eles normalmente trabalham de 4 a 12 horas por dia e recebem de R$ 10 a R$ 15″, escrevem. Segundo as autoras, o trabalho infantil em cemitérios, além de tudo, obriga as crianças e adolescentes a conviverem de perto com a morte, o choro e a tristeza.

“Todo esse ambiente mórbido, sem eles perceberem, os transforma em pessoas insensíveis quando se fala em morte. Para esses meninos e essas meninas não existe tristeza, não existe medo, mas ao mesmo tempo não querem morrer, querem viver, mesmo vivendo uma realidade não entendida nem aceita”


Trecho do estudo “Crianças e adolescentes que trabalham:
cenas de uma realidade negada”



A procuradora Regina Duarte da Silva concorda: “Pode causar abalos psicológicos, pois o cemitério é um local de sofrimento, de dor, não é lugar propício à permanência de crianças”, diz. Felipe, um dos meninos que limpam lápides no Quarta Parada, em São Paulo, admite. “É um peso nas costas, né não? Ficar vendo os outros enterrados…”.


Avanço em Campinas

Entre os dias 10 e 19, Regina participou de uma força-tarefa de prevenção ao trabalho infantil na limpeza de lápide em Campinas, no interior de São Paulo. Formado por MPT, prefeitura, Guarda Municipal, Polícia Militar estadual e representantes dos cemitérios do município, o grupo buscou dar orientação a todos os envolvidos na prática: crianças e adolescentes, pais e as pessoas que “contratam” o serviço. A denúncia da existência dessa situação foi feita pela ONG Movimento Vida Melhor (MVM), especializada em assistência social a vítimas de trabalho infantil.
De acordo com a entidade, na cidade as crianças recebem de R$ 5 a R$ 10 por lápide limpa e utilizam para tal uma solução ácida composta de vinagre e limão, que pode causar queimaduras. No último Dia de Finados, em novembro do ano passado, foram encontrados 21 meninos com idades entre 11 e 15 anos – realizando esse tipo de trabalho. Alguns acompanhavam os pais, que vendiam flores no lado de fora, enquanto outros eram explorados por traficantes, que obrigam as crianças a repassarem o dinheiro ganho com a limpeza.

No Dia das Mães deste ano, no entanto, a realidade foi completamente diferente. “O resultado da fiscalização foi excepcional”, comemora Mário Seixas, superintendente-geral do MVM. Segundo ele, nenhuma criança ou adolescente foi visto trabalhando nos cemitérios de Campinas: 14 crianças que realizariam a atividade foram abordadas, ouvidas, orientadas e encaminhadas para brinquedotecas montadas nos locais. “Acredito que essa ação vai se constituir em um modelo.” Em fevereiro, quando a força-tarefa começou a se formar, os cemitérios iniciaram uma campanha de conscientização para inibir o trabalho infantil, com orientação a funcionárias, afixamentos de faixas e distribuição de camisetas, além da montagem das brinquedotecas.

“A esmagadora maioria das pessoas aderiu, e as próprias crianças não reagiram mal. Foi além da expectativa. Como a causa é nobre, as coisas se justificam por si mesmo”, ressalta Seixas. Ele destaca que os familiares das 14 crianças serão contatados. O objetivo é compreender a realidade dos pais e buscar alternativas para desestimular o trabalho dos filhos.

* Nomes alterados para preservar a identidade dos entrevistados

Esta reportagem integra a série Meia Infância, produzida em parceria com Promenino/Fundação Telefônica Vivo e Repórter Brasil

promenino

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Lembrem-se: Dia 18 de Maio


AGORA TAMBÉM E DIA ESTADUAL DO COMBATE.....MAS CADE AS POLITICAS PUBLICAS ESTADUAIS DE RESULTADO????
ASSIM QUE VC SOUBER DE ALGUÉM QUE ESTA SENDO VITIMA DENUNCIE, VAMOS FAZER NOSSA PARTE DE CIDADÃO JÁ QUE OS PODERES NÃO O FAZEM

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Sistema imunológico da mulher envelhece mais devagar


RIO. O sistema imunológico da mulher envelhece mais lentamente do que o do homem, segundo um estudo publicado esta semana pela revista “Immunity & Ageing”. Este fenômeno contribuiria para que elas vivam mais do que eles.

Os pesquisadores analisaram o sangue de voluntários saudáveis japoneses de ambos os sexos, todos entre 20 e 90 anos de idade. Em todos eles, o número total de glóbulos brancos diminuiu com a idade. O número de neutrófilos - que integram o sistema imunológico - diminuiu em ambos os sexos.

Os linfócitos, também presentes no sistema de defesa do organismo, foi reduzido com o tempo nos homens - enquanto aumentava nas mulheres. Ainda jovens, eles têm mais linfócitos com elas. Depois, essa quantidade torna-se equivalente.

A diferença de idade nos sistemas imunológicos entre homens e mulheres é um dos muitos processos alterados com a idade. O professor Katsuiku Hirokawa, da Universidade Médica e Dentária de Tóquio, explicou:

- O processo de envelhecimento é diferente por várias razões. As mulheres têm mais estrogênio do que os homens, o que parece protegê-las de doenças cardiovasculares até a menopausa. Os hormônios sexuais também afetam o sistema imunológico, especialmente em certos tipos de linfócitos. Como as pessoas envelhecem em diferentes ritmos, os parâmetros imunológicos poderiam prover uma indicação de sua verdadeira idade biológica.

O Globo

Mensagem do SG das ONU por ocasião do Dia Internacional das Famílias


15 Maio 2013

“Promover a integração Social e a Solidariedade entre as gerações” é o lema das celebrações do Dia Internacional das Famílias, que se assinala esta quarta-feira, 15, e está muito presente nesta mensagem do Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, que reproduzimos aqui na integre.


"As famílias mantêm as sociedades unidas, e as relações intergeracionais prolongam esse legado no tempo. O dia Internacional das Famílias deste ano é uma ocasião para celebrar as relações entre todos os membros da constelação que compõe uma família. É também uma oportunidade para refletir sobre a forma como elas são afetadas por tendências sociais e económicas, e sobre o que podemos fazer para fortalecer as famílias em resposta a isso.

O desemprego obriga muitos jovens, muitas vezes ansiosos por ser independentes, a continuar a depender dos seus pais mais tempo do que o esperado. A falta de creches e infantários acessíveis está a complicar os esforços dos pais em famílias em que os dois cônjuges trabalham para combinar as obrigações familiares com o trabalho. Ao mesmo tempo que somos bem sucedidos na nossa procura por prolongar vidas, precisamos de ter mais atenção a pensões inadequadas e cuidados para idosos.

Estes desafios tornam o apoio da família mais importante que nunca: para o jovem à procura de emprego, enquanto vive com os seus pais, para o avô que conta com os seus filhos para o abrigo e cuidado, e para os muitos membros de famílias extensas que assumem responsabilidades de tomar conta das crianças.

Em todo o mundo, os membros das famílias estão a fazer a sua parte. Eles merecem o apoio de políticos e tomadores de decisão, de instituições públicas e empresas privadas.

Há um crescente reconhecimento em todo o mundo que é preciso fortalecer as políticas de promoção da solidariedade entre gerações e apoiar programas e iniciativas intergeracionais. Evidências mostram que pensões adequadas e apoio ao cuidado ajudam, não somente as pessoas mais velhas, mas famílias inteiras. Programas intergeracionais de promoção ao voluntariado beneficiam jovens e idosos de todas as gerações. As oportunidades para as pessoas de todas as idades se relacionarem revitalizam comunidades inteiras.

As iniciativas intergeracionais também abordam as prioridades de desenvolvimento globais. Elas combatem a desigualdade e a exclusão, incentivam a cidadania ativa e até mesmo melhoram a infra-estrutura pública por meio de projetos de base comunitária.

Neste Dia Internacional das Famílias, exorto os governos, a sociedade civil, famílias e indivíduos a apoiarem as iniciativas que unem as pessoas ao longo de gerações para a construção de um mundo mais saudável para todos".

ASemana

terça-feira, 14 de maio de 2013

Sociedade civil se reúne em prol da primeira infância


É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao
adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à
saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”

-- Artigo 227 da Constituição Federal

Com a necessidade de desenvolver um movimento nacional de promoção, defesa e garantia dos direitos da primeira infância, no íltimo dia 8 de maio, o Sesc Pinheiros, em São Paulo, recebeu o segundo encontro da Mobilização Brasileira Pela Primeira Infância (MOBI).

Idealizado pela instituição Zero a Seis (ZAS), o evento contou com a participação de vereadores, representantes de empresas, ONGs, Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), ativistas, psicólogos e interessados em elaborar propostas executivas pelo direito de crianças de zero a seis anos, como é o caso do cartunista Maurício de Sousa.

Entre seus objetivos, o coletivo pretende mobilizar a população brasileira, criando “exigibilidade cidadã” para que toda a criança na primeira infância tenha condições necessárias para o seu pleno desenvolvimento. “Até o terceiro ano de vida o cérebro se constitui em torno de 90%. Segundo o idealizador da MOBI e representante da ZAS, João Figueiró, o que somos hoje se estabelece no início da vida, até os seis anos de idade.

“É nesse momento que a criança desenvolve as bases de suas competências para aprender,fazer, se relacionar e ser. É quando se dá a formação básica de sua personalidade e caráter”, completa Figueiró apontando também que é a fase em que o ser humano desenvolve valores éticos e morais a partir de suas relações na família, na escola e na comunidade.

Baseado em casos internacionais de sucesso, Figueiró afirma que falta políticas públicas voltadas para crianças e adolescentes, principalmente na fase do nascimento aos seis anos. “Há falta de compromisso com a Constituição Federal, em especial com o artigo 227. Devemos investir na primeira infância como fator chave para a redução da pobreza, das iniquidades e da violência, para que assim possamos promover a cidadania, a cultura de paz e da saúde social”.

Próximos passos


Em fase de planejamento estratégico e agregação de parceiros, a MOBI pretende ser uma plataforma de comunicação para servir como ferramenta mobilizadora e fonte de informações, além de influenciar políticas públicas e garantir direitos sobre a primeira infância no Brasil.

“Os próximos passos incluem contratar três profissionais para atuar somente com a MOBI, e promover em São Paulo o primeiro encontro do comitê organizador com especialistas internacionais de casos de sucesso; também queremos desenvolver um planejamento estratégico para os próximos três anos do grupo”, explica o idealizador do projeto.

O grupo é aberto. Para o caso de mais informações ou contribuições, deve-se entrar em contato com o Instituto Zero a Seis. O grupo já prevê um novo encontro, em 5 de junho, no Sesc Pinheiros, ainda sem horário definido.

promenino

Por descuido ou propositalmente, crianças são deixadas em carros pelos pais


Casos de criança deixadas trancadas dentro de carros chamam a atenção e chocam a população. Com razão: especialmente sob o sol forte e com vidros totalmente fechados, esses casos podem levar à morte de uma criança. Nesta semana, um homem foi preso depois de esquecer a filha de apenas seis meses trancada dentro de um carro em Goiânia (GO). A menina chorou muito. A polícia foi chamada e resgatou a criança. Veja a seguir outros casos de crianças deixadas no carro.

R7

Mais uma em Porto Alegre...o que é isso gente?

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Estrangeiros resgatados de escravidão no Brasil são 'ponta de iceberg'


No dia em que o Brasil comemora 125 anos da abolição da escravatura, especialistas ouvidos pela BBC Brasil afirmam que no cenário atual do combate ao trabalho escravo no país, a situação que desponta como a mais preocupante é a dos estrangeiros que chegam ao Brasil em busca de um eldorado de oportunidades.

A crescente demanda por mão de obra no país, resultante da expansão econômica na última década, tem exposto imigrantes de várias nacionalidades a condições de trabalho análogas às da escravidão - servidão por dívida, jornadas exaustivas, trabalho forçado e condições de trabalho degradantes.

Segundo Renato Bignami, coordenador do programa de Erradicação do Trabalho Escravo da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) em São Paulo, o número de estrangeiros resgatados no Estado vem aumentando.

Ele afirma que, desde 2010, quando começaram as operações de combate ao trabalho escravo voltadas exclusivamente para estrangeiros, 128 bolivianos e um peruano foram resgatados no Estado de São Paulo, que concentra o maior contingente de trabalhadores estrangeiros do país.

Todos eles foram encontrados em oficinas de costura ilegais, terceirizadas por confecções contratadas por marcas conhecidas, como Zara, Cori, Emme e Luigi Bertolli.

"O número de resgatados está crescendo por causa de dois fatores: por um lado aumentou o interesse dos estrangeiros pelo Brasil, que muitas vezes entram de maneira irregular e se envolvem em condições de trabalho degradantes. Por outro, intensificamos as fiscalizações. Logo, a tendência é encontrarmos cada vez mais estrangeiros de nacionalidades variadas vítimas desse crime", afirma o auditor-fiscal à BBC Brasil.

Haitianos

Ele estima que 300 mil bolivianos, 70 mil paraguaios e 45 mil peruanos estejam vivendo na região metropolitana de São Paulo, a maioria sujeita a condições de trabalho análogas à de escravo.

Além dos 128 bolivianos e um peruano resgatados em São Paulo, cerca de 80 paraguaios foram libertados de duas fazendas no Paraná em duas operações desde outubro do ano passado, segundo informações da ONG Repórter Brasil, que investiga o tema há mais de uma década.

Mas os imigrantes sul-americanos não são as únicas vítimas da escravidão contemporânea no Brasil. No mês passado, um chinês foi resgatado de uma pastelaria no Rio de Janeiro. Segundo a polícia, ele sofria agressões físicas e era submetido a condições de trabalho humilhantes.

Em dezembro de 2010, uma operação do Ministério Público do Trabalho libertou quatro chineses que eram explorados em uma madeireira na Zona Franca de Manaus.

Desde a semana passada, a fiscalização do MTE em São Paulo está apurando pela primeira vez denúncias de exploração de haitianos em oficinas de costura.

"Era só uma questão de tempo", diz Bignami. "Esses trabalhadores de países pobres com problemas recentes, como o terremoto no Haiti, acham que o eldorado é no Brasil. Já sabíamos que essa mão de obra estava sendo muito aproveitada pela construção civil, mas para confecção ainda não", afirma o auditor fiscal.

Ponta do iceberg

Na avaliação de Luiz Machado, Coordenador Nacional do Programa de Combate ao Trabalho Forçado e Tráfico de Pessoas da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o número de estrangeiros resgatados não ilustra a realidade porque esses trabalhadores têm medo de serem encontrados, o que resulta em poucas denúncias.

"É só a ponta de um iceberg", diz Machado.

Utilizando os bolivianos como exemplo, ele conta que esses trabalhadores são aliciados ainda na Bolívia, atraídos por falsas promessas de emprego. Eles já chegam à cidade de destino, na maioria das vezes São Paulo, endividados com os custos da viagem e "acabam escravizados, com a liberdade cerceada por meio de dívidas e ameaças".

Como entram no Brasil ilegalmente, eles têm medo de denunciar a exploração a que são submetidos e enfrentar a deportação, sem saber que a Resolução Normativa número 93 do Conselho Nacional de Imigração prevê a concessão de vistos de permanência para estrangeiros que estejam no país em situação de vulnerabilidade.

"Esse trabalhador não quer ser encontrado", afirma o coordenador da OIT. "A situação no país de origem é tão ruim, que ele aceita a exploração como forma de alimentar o sonho de um dia virar o dono da oficina e ter uma vida melhor".

As inspeções feitas nas oficinas de costura expõem um cenário degradante. Os imigrantes trabalham até 16 horas por dia, de segunda a sábado, amontoados em salas claustrofóbicas. Eles dividem pequenos alojamentos improvisados instalados junto às oficinas, sem condições adequadas de higiene e ganham cerca de R$ 300 por mês, sobre os quais são aplicados descontos ilegais relativos a gastos com alimentação, habitação e também com a viagem feita para o Brasil.

Como as denúncias são raras, Bignami diz que a maior parte das 50 oficinas desmontadas até agora no Estado de São Paulo são fruto do serviço de inteligência da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego, que trabalha com base em cruzamento de dados e longas investigações.

Mão de obra informal

O setor da construção civil atrai uma boa parte da mão de obra estrangeira, mas é na indústria do vestuário que os imigrantes estão mais sujeitos à exploração.

Bignami diz que há décadas a indústria têxtil vem substituindo funcionários contratados por mão de obra precária e informal. Para reduzirem seus custos, as confecções contratadas por grandes marcas terceirizam parte de sua produção por meio das oficinas de costura, na maioria das vezes ilegais.

"O fato de (o trabalhador) ser estrangeiro alimenta o sistema, porque se baseia na vulnerabilidade da pessoa, que fica escondida, não reclama", avalia.

Até agora, cinco grandes redes varejistas têxteis foram responsabilizadas diretamente por trabalho em condição análoga à de escravo: Lojas Marisa, Pernambucanas, Gregory, Zara e Gep. No total, foram emitidos cerca de 300 autos de infração que resultaram no pagamento de R$ 6,5 milhões em multas e notificações e mais de R$ 1 milhão em rescisões contratuais e indenizações pagas diretamente aos trabalhadores.

Para aumentar a punição dos empregadores que impõem condições de trabalho subumanas, o Estado de São Paulo aprovou em janeiro a lei nº 14.946/2013, que caça o registro do ICMS das empresas infratoras. A legislação foi sancionada pelo governador Geraldo Alckmin, mas ainda precisa ser regulamentada.

Uma vez resgatados e com indenizações individuais que podem chegar até R$ 30 mil, o imigrante ganha um visto para permanecer no Brasil e a carteira de trabalho, tendo a opção de procurar um trabalho no mercado formal. As autoridades observam, no entanto, que a maioria desses trabalhadores prefere voltar para casa.

"Para os poucos que ficam aqui, procuramos dar apoio, oferecendo aulas de português e cursos profissionalizantes para ajudar na integração", conta Renato Bignami.

Convenção da ONU

Apesar de elogiar as iniciativas do Brasil no combate do trabalho escravo contemporâneo, a ONU vem pedindo ao governo que ratifique a Convenção sobre a Proteção dos Direitos dos Trabalhadores Migrantes e Membros de Sua Família, que prevê mais proteção para trabalhadores estrangeiros.

Segundo a ONG Repórter Brasil, o país é o único membro do Mercosul que não é signatário do acordo, em vigor desde 2003.

Apesar de ter sido o último país das Américas a abolir a escravidão, o Brasil foi um dos primeiros a assumir a existência de trabalho escravo contemporâneo, em 1995. Desde então vem implementando ações para o seu combate, como a criação dos Grupos Especiais de Fiscalização Móvel - GEFM, formados por Auditores Fiscais do Trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego e Procuradores do Trabalho, que já resgataram mais de 44 mil trabalhadores, a maior parte no meio rural.

Os empregadores flagrados com trabalho escravo atuam principalmente em setores como pecuária, produção agrícola (soja, algodão, cana-de-açúcar) e carvoeiro. No meio urbano, eles são geralmente ligados à construção civil. Os Estados do Norte e Centro-Oeste são campeões no número de flagrantes.

Empresas acusadas de praticar o crime são incluídas na "Lista Suja", um cadastro do governo que tem o objetivo de barrar linhas de crédito e fornecimento de produtos para empregadores infratores.

Um dos principais entraves nos avanços ao combate do trabalho escravo é a demora na aprovação da PEC do Trabalho Escravo, que tramita na Câmara dos Deputados desde 2004. O projeto foi aprovado em segundo turno na casa no ano passado e agora está parado na Comissão de Constituição e Justiça.

O texto prevê a expropriação de propriedades rurais e urbanas onde forem encontradas situação análoga à escravidão. No meio rural, essas propriedades serão destinadas à reforma agrária e, no urbano, a projetos de função social.

Na avaliação do fundador da ONG Repórter Brasil, Leonardo Sakamoto, além da demora na aprovação da PEC, o governo falha em políticas de prevenção e reinserção de trabalhadores resgatados.

"O governo tem de agir de forma mais eficiente nos municípios pobres, aumentando a oferta de empregos e a conscientização de trabalhadores sujeitos à ação dos aliciadores", diz o jornalista.

Ele opina que, no campo da reinserção, mais projetos educacionais devem ser introduzidos com objetivo de qualificar trabalhadores resgatados para evitar índices de reincidência de trabalho escravo, que ficam entre 10% e 15%.

"O trabalhador volta para casa com três meses de seguro-desemprego no bolso, mais verbas rescisórias, mas assim que o dinheiro acaba, ele volta a migrar e acaba escravizado de novo", diz.


BBC Brasil

Torturadora de animais!!!!


Ensina ao filho a fazer o mesmo!!!

COMENTÁRIO EM DESTAQUE

José Carlos Bortoloti deixou um novo comentário sobre a sua postagem "CARTA DA PATROA":

Maria Célia & Carmem!

Primeiro,a tentativa de "desconstruir" do ser que lhes respondeu em outro email, deve ter a inteligência de uma ameba. Segundo isso, acima é uma opinião. Muito bem humorada e inteligente. E Opinião nao se discute. Voce gosta ou não.
Amei o senso de humor colocado sobre o assunto, visto termos coisas tão importantes e darmos destaque ou "cortina de fumaça" para isso, Que elas, as empregadas domésticas merecem, nao se discute. Mas fazer dissso uma bandeira nacional é normal em paises de baixa cultura e inteligencia mediana. Se faz e pronto. Ponto.
Cumprimento pelo gênio e bom senso.

E nao ofendeu ninguem, ao contrário ambos querem direitos, só que tudo tem dois lados.
Amei.

Beijos e afetos no coraçao do sul

Profe Borto
Passo Fundo - RS -
www.epensarnaodoi.blogspot.com.br


AGRADECENDO A GENTILEZA

Maria Célia e Carmen

domingo, 12 de maio de 2013

Não tem explicação. Temos de olhar isso com o coração.


Emocionante...
Só mesmo usando as palavras da Clarice Lispector:
“Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos é
tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.”
Verbratec© Desktop.