quinta-feira, 28 de novembro de 2013

98% dos brasileiros se sentem cansados mental e fisicamente, aponta estudo

Segundo o levantamento, jovens entre 20 e 29 anos formam o grupo que se sente mais fatigado


O ritmo acelerado da rotina tem deixado a população cada vez mais sem disposição. Foi esse o cenário mostrado em pesquisa solicitada pelo Grupo Sanofi, à Conectaí — empresa do IBOPE Inteligência.

De acordo com o levantamento, em sua rotina, 98% dos brasileiros se sentem um pouco ou muito cansados mental e fisicamente.

Os jovens entre 20 e 29 anos formam o grupo que se sente mais cansaço, o que representa 99%.

Embora a maioria (63%) das pessoas já acorde com algum nível de indisposição, é no período da tarde e da noite que elas se sentem mais esgotadas, 36% e 34%, respectivamente.

O estudo revelou também as principais causas dessa fadiga. O estresse e a correria do cotidiano ficaram no topo dos motivos elencados pelos entrevistados. A falta de condicionamento físico, problemas pessoais, alimentação desequilibrada, acomodação e preguiça sem motivo, problemas no trabalho e de saúde apareceram na sequência.

Já os 2% que se dizem dispostos destacaram o bom sono, o equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional, e a alimentação equilibrada como as três principais causas de seu vigor.

Outro destaque está relacionado à prática de atividades físicas, apontando o alto número de pessoas que não fazem exercícios regularmente — 74% delas.

Há também quem evite se deslocar por cansaço. Mais da metade dos entrevistados disseram que às vezes, frequentemente ou sempre deixam de se locomover por falta de disposição.

Para finalizar, foi avaliado ainda como está a qualidade de vida dos brasileiros e sua relação com o bem-estar. Apenas 43% da população avalia esse quesito como bom ou ótimo, 46% consideram-no regular e 11% ruim ou péssimo.

Zero Hora

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Documentarista Cláudia Priscila comenta 'Leite e Ferro'

Estreou em circuito na sexta-feira (25), o documentário “Leite e Ferro”, que retrata a vida de mães presidiárias que são levadas ao paulistano Centro de Atendimento Hospitalar à Mulher Presa (CAHMP) para amamentar os filhos recém-nascidos. Vencedor do Grande Prêmio na Mostra Competitiva Internacional e Destaque Feminino na Competitiva Nacional do Festival Internacional de Cinema Feminino (Femina), o filme marca a estreia da cineasta Cláudia Priscila, que comenta o trabalho em entrevista a este blogue. Leia os principais trechos da conversa

Como surgiu a ideia de realizar o documentário "Leite e Ferro"? Por que esse tema das presidiárias que vão a um lugar específico para amamentar seus filhos te atraiu tanto?
O que me motivou a fazer este filme foi a minha experiência com a maternidade, após o nascimento do meu filho Pedro. Tive vontade de entender como essa experiência poderia acontecer em uma situação limite, tanto emocional quanto física. Quem me apresentou a instituição foi a Heide Cerneka, da Pastoral Carcerária. Outra motivação foi dar voz a essas mulheres, tirá-las da invisibilidade. Fazer um movimento antropofágico e a sociedade deglutir o que ela vomitou, o que ela excluiu.

Você encontrou alguma dificuldade para filmar no Centro de Atendimento Hospitalar à Mulher Presa e como foi feita a escolha das personagens?
Tive dificuldade em conseguir a autorização para a filmagem. Isso foi bastante estressante, porque as mulheres iriam embora da instituição. Estavam em trânsito. Foi uma corrida contra o tempo. Sobre as personagens, eu e a Lorena Delia (pesquisadora e produtora) ficamos dois meses frequentando a instituição. Num primeiro momento conversamos com cada uma das mulheres presas separadamente e depois passávamos o dia com elas na cadeia. A primeira pessoa que entrevistamos durante a pesquisa foi a “Daluana”. Fiz duas perguntas e ela falou por duas horas…. Tive certeza que estava diante de alguém especial para o documentário. As outras personagens também foram escolhidas neste processo. O importante era detectar pessoas dispostas a falar livremente sobre a experiência da maternidade no cárcere.

Foi difícil não tomar partido e nem julgar a atitude e a maneira de pensar de cada uma daquelas mães presidiárias? Por quê?
Não estava lá para julgar. Aquelas mulheres já estavam sentenciadas ou esperando por isso. Fui pra lá sabendo que viveria uma situação singular. Tenho muitas críticas ao sistema penitenciário brasileiro. Acho que, principalmente no caso das mulheres, deveria se pensar em penas alternativas, porque os filhos são os que mais sofrem com a falta das mães, o que acarreta na desestruturação familiar.

Você esperava que o documentário "Leite e Ferro" obtivesse um resultado tão bom em festivais? E qual é sua expectativa agora com relação ao público das salas de cinema?
Foi uma grande surpresa participar de importantes festivais dentro e fora do Brasil. “Leite e Ferro” ganhou prêmios importantes, como Melhor Documentário e Melhor Direção de Documentário no Festival de Paulínia. Minha expectativa agora é trazer essa discussão para a sociedade.

Você ainda mantém algum contato com aquelas mães e sabe qual foi o destino delas e dos bebês? Sabe se eles voltaram a se encontrar?
Tenho contato com a Daluana. Ela saiu da cadeia e conseguiu pegar a guarda do filho Levy que estava num abrigo. Para sobreviver começou a fazer um trabalho informal. Vendia lanche nas portas das cadeias. Aí veio a Prefeitura e levou todo o material de trabalho dela. Daluana voltou a roubar e está presa de novo. Seu filho está com a sogra e ela deve sair logo da cadeia.

Por que você acredita que o documentário tem obtido tanto destaque desde a denominada retomada do cinema brasileiro?
Eu acho que cresceu a produção de documentários no Brasil e isso trouxe visibilidade para este tipo de cinema. Outra razão que pode estar ligada a isso é a sede das pessoas pelo real, que veio com a demanda de reality shows e da internet. Vejo um momento positivo.

guibryan1@redebrasilatual.com.br

domingo, 24 de novembro de 2013

Filhote de pit bull é cão-guia de irmão que nasceu cego - EUA

Dupla que foi resgatada por abrigo enquanto vagava por ruas da Filadélfia, nos EUA, procura um lar; cachorros dormem abraçadinhos todos os dias.

Quando Jermaine e Jeffrey vão dormir, os funcionários do abrigo na Filadélfia, nos EUA, onde vive a dupla, preparam os celulares e as câmeras para tirar fotos.

A dupla de irmão da raça pit bull foi encontrada por voluntários
vagando pela cidade. Mas o grupo não podia imaginar que a dupla guardava uma história de dedicação, companheirismo e cumplicidade.

Jermaine funciona como cão-guia do irmão, que nasceu cego. A cadela é responsável por orientar as brincadeiras, a hora de comer e os passeios de Jeffrey.

Na hora de dormir, o macho abraça a fêmea, derretendo o coração dos voluntários. "É como se ele só conseguisse relaxar sabendo que a irmã está por perto", disse um deles sobre a cena que se repete todas as noites.

Os filhotes, que têm entre seis e oito meses de idade, estão na lista de adoção do abrigo. Funcionários responsáveis pela dupla torcem para que os irmãos encontrem donos dispostos a adotar os dois juntos.

FONTE: Globo Rural On-Line

Coisa mais absurda derrubar a Perimetral...






Moradores ameaçam Guilherme Longo durante reconstituição do caso Joaquim


Nesta sexta-feira (22) a Polícia Civil iniciou a reconstituição da morte do menino Joaquim em Ribeirão Preto, interior de São Paulo. Durante a ação dos policiais e peritos, moradores da região ameaçaram Guilherme Longo que também estava presente no local.

R7

Crianças na Síria são vítimas de atiradores e tortura, diz relatório

Maioria das crianças foram mortas por bombas e granadas, segundo o relatório

Mais de 11 mil crianças morreram em quase três anos de guerra civil na Síria, incluindo centenas alvejadas por atiradores, segundo um relatório divulgado neste domingo por uma organização britânica.

Segundo o centro de pesquisas Oxford Research Group, execuções sumárias e tortura também foram usadas contra crianças de até um ano de idade.

O levantamento indica que a maioria das crianças foram mortas por bombas ou granadas em seus próprios bairros.

O relatório examina dados desde o início do conflito, em março de 2011, até agosto de 2013.

Das 11.420 vítimas identificadas com 17 anos ou menos, 389 foram mortas por atiradores.

Além disso, 764 teriam sido executadas sumariamente, e mais de cem - incluindo crianças pequenas - foram torturadas, segundo o relatório.

O número de meninos mortos no conflito é o dobro do de meninas. Os garotos entre 13 e 17 são as principais vítimas entre os jovens.

Segundo o centro de estudos, o maior número de mortes de crianças ocorreu na região de Aleppo, onde houve o registro de 2.223 mortes.

Dados incompletos

Para Hana Salama, coautora do relatório, a forma como as crianças estão sendo mortas é "perturbadora".

"Bombardeados em suas casas, em suas comunidades, durante as atividades do dia a dia como esperar na fila do pão ou ir para a escola", disse ela.

"Mortos por balas em tiros cruzados, alvejadas por atiradores, executadas sumariamente e até mesmo envenenadas por gás e torturadas", afirmou.

Os dados analisados no relatório foram levantados por grupos civis sírios que vêm se dedicando a registrar as baixas no conflito.

O relatório apenas considera as mortes de vítimas identificadas e apenas os casos onde a causa da morte podia ser identificada.

Mas a organização observa que os dados são incompletos, já que o acesso a algumas áreas é impossível.

O próprio relatório adverte de que os dados "devem ser tratados com cautela e considerados provisórios". "Em resumo, ainda é cedo para dizer se eles são muito altos ou muito baixos", comenta o documento.

Ainda assim, a Oxford Research Group afirma que o conflito na Síria teve um "efeito catastrófico" sobre as crianças e pede que os dois lados se abstenham de alvejar civis e edifícios como escolas, hospitais e locais de cultos religiosos.

Entre as recomendações do relatório estão o pedido para que os jornalistas e outros indivíduos que contribuem para registrar os efeitos do conflito tenham garantidos acesso às regiões de conflito e proteção garantida.

Estima-se que mais de 100 mil pessoas já morreram no conflito sírio. Mais de 2 milhões de pessoas já fugiram do país, metade delas crianças.

BBC Brasil

Com oportunidades desiguais, negros sofrem mais com violência, evasão escolar e são maioria no trabalho infantil


“Me ver,
Pobre, preso ou morto,
Já é cultural.
Pesadelo,
É um elogio,
Pra quem vive na guerra,
A paz nunca existiu,
Num clima quente,
A minha gente sua frio,
Vi um pretinho,
Seu caderno era um fuzil”

(Racionais MC’s)


A cada nova pesquisa ou estudo, os números - apesar de alarmantes - já não surpreendem mais aqueles que acompanham as diferenças étnicas e desigualdades raciais no país, pois pouco mudou. Em relação ao trabalho infantil, a predominância é de crianças e adolescentes negros e do sexo masculino das zonas urbanas, oriundas das camadas mais pobres da população. A análise é do relatório “Crianças Fora da Escola 2012”, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

O estudo aponta que mais de um milhão de crianças e adolescentes, entre seis e 14 anos, encontram-se trabalhando no Brasil, o que representa 7,8% do total desse público no país. Entre as crianças brancas, a taxa é de 34,60% (377.167). Entre as negras, de 64,78% (706.160). Nessa faixa etária, o trabalho infantil é uma causa importante do abandono escolar, e aqueles que exercem alguma atividade profissional em paralelo aos estudos também estão em situação de risco.

“Tanto o trabalho como a escola aparecem historicamente como espaços perversos, de negação de direitos à população negra”, afirma o professor da UNEafro-Brasil, Douglas Belchior. “A condição social em que a população negra foi condenada significa que foi preciso priorizar o trabalho antes do estudo. As crianças são condenadas a não frequentar a escola e ajudar na renda familiar, em trabalho penoso, mal remunerado. Isso reflete no futuro”, completa.

De acordo com a pesquisa “A Inserção dos Negros no Mercado de Trabalho”, os trabalhadores negros ocupam, em geral, cargos de menor qualificação e, consequentemente, têm salários com até 57,3% de diferença, sendo menos valorizados do que os não negros. Esses dados foram divulgados no último dia 13 pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

Outro ponto a ser destacado em relação à educação é a aplicação da Lei 10.639/03, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio. “O racismo é cultural no Brasil desde sua educação básica na escola, essa lei não tem impacto”, avalia Belchior.

Padrão de beleza, valores e religiosidade eurocêntricas são fatores que influenciam a educação das crianças, consequentemente, futuro adultos. “Algumas escolas não aplicam a lei porque os pais não aceitam seus filhos estudando religião ou cultura africana”, denuncia o professor. “Por isso defendemos a mudança de mentalidade porque isso combate a médio e longo prazo o racismo no nosso país”.


Violência sistêmica


“A revanche dos excluídos em ebulição
Luta enraizada na forma de expressão
Cultura afro-indígena nas veias periféricas
Herança diluída nessa grande latino-américa


O legado de Malcolm-X e dos Panteras Negras
Resistência é o melhor ataque, a melhor defesa”

(Ktarse)


Para o professor da UNEafro-Brasil, essa disparidade representa uma violência sistêmica do Estado e a raiz está na infância. “As crianças são as principais vítimas de problemas relacionados ao racismo, pobreza e falta de oportunidade, há uma relação umbilical e da própria natureza como ciclo vicioso. Por isso, uma demanda histórica que os movimentos reivindicam são as cotas em universidades e no mercado de trabalho”.

Questões socioeconômicas, de gênero e raça. Esses são os três elementos que interagem na opressão de classe no Brasil, de acordo com Belchior. “As politicas públicas universais que existem desde o começo da República teriam dado conta dos problemas dos negros tanto quanto para não negros, porém vemos que isso hoje não é verdade”.

Para ele, as politicas sociais são universais, mas não são aplicadas dessa forma. “A população negra foi ter direito à escola há poucas décadas. Essa relação do trabalho com a falta de educação é fruto da violência, pois a porta fica aberta para outras formas e estratégias de sobrevivência não-formais, seja venda de DVD pirata ou cocaína, por exemplo”.

Divulgado em outubro deste ano, o estudo “Participação, Democracia e Racismo?”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), aponta, entre outros dados, que a cada três assassinatos no Brasil, dois negros são vítimas; a chance de um adolescente negro ser assassinado é 3,7 vezes maior em comparação aos brancos; e assassinatos atingem negros numa proporção 135% maior do que os não negros.

“Rappers como o GOG, Facção Central, DMN e Racionais, por exemplo, fazem muito sentido ainda hoje com letras de 20 anos atrás. Por quê?”, provoca Belchior. Para ele, do ponto de vista do direito social, a condição do negro não mudou muito, mesmo reconhecendo avanços importantes na história. “O que foi feito até agora foi resultado de muita luta e não devemos nos dar por satisfeito porque o Brasil ainda é bastante racista”.

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