sábado, 27 de novembro de 2010

Recomeça o tiroteio no Complexo do Alemão e traficantes atiram no helicóptero da polícia


RIO - Novos disparos foram ouvidos no Complexo do Alemão, por volta das 19h20m deste sábado. Há uma grande movimentação de policiais no local. Um blindado do exército está posicionado na entrada da Rua Joaquim Queiroz, um dos acessos à favela. Apenas policiais e militares passam pela Estrada do Itararé, que está fechada desde as 16h. Os policiais estão impedindo os moradores de entrar na comunidade. O próprio comandante do Batalhão de Choque (BPChoque), Waldir Soares Filho, está abordando os moradores nas estradas próximas à Rua Joaquim Queiroz e explicando que até segundo ordem, por motivos de segurença, ninguém terá acesso ao complexo.
Dois micro-ônibus com 40 detidos está seguindo para a 21ª DP (Bonsucesso). Segundo informações da polícia, até agora, 31 bandidos do Complexo da Penha e do Alemão se entregaram. Desses, apenas um menor de 16 anos confessou, após ser abordado por policiais do BPChoque, que fazia parte do tráfico de drogas. Ele afirmou ainda que é primo do traficante traficante Paulo Rogério de Souza Paes, o Mica, ou MK, um dos chefes do tráfico da região.
O rapaz estava desarmado e disse que ocupava a função de fogueteiro. Após ser brevemente interrogado, ele confessou que queria abandonar a vida no crime porque temia a morte.
Durante a tarde, o traficante Diego Raimundo da Silva dos Santos, conhecido como Mister M , braço direito do chefe do tráfico no Complexo do Alemão, se entregou. Ele já foi apresentado na 6ª DP (Cidade Nova).
Mister M era o braço direito de Luciano Martiniano da Silva, o Pezão. Mister M é acusado de, em 2008, ter participado da morte de Antônio Ferreira, o Tota, que até então controlava o tráfico na favela.
Segundo o relações públicas da PM, coronel Lima Castro, o prazo para que os criminosos se entreguem termina no fim do dia, "assim que o sol se puser".
Por volta das 17h30m, recomeçou o tiroteio no Morro do Alemão. Os traficantes atiraram no helicóptero da Polícia Civil, que sobrevoa a área em busca de esconderijos do tráfico. Uma confecção, que fica ao lado de um bar, foi atingida pelos tiros, provocando um incêndio. Dentro do bar, que também pegou fogo, havia um homem desacordado que foi socorrido por moradores.
Já na favela Nova Brasília, também no Complexo do Alemão, policiais do Batalhão de Choque atiraram uma bomba de efeito moral contra um grupo de cinco criminosos. Os traficantes estavam no interior de uma casa de dois andares, na rua Antônio Austragésimo, e fugiram logo em seguida.
Os confrontos começaram por volta das 17h. policiais civis apóiam a operação na mesma rua. O clima de terror impede que moradores transitem pelas ruas e fujam para locais seguros .



Para mulheres na China, o progresso traz riscos

O concubinato, prática declarada ilegal pelos comunistas logo que assumiram o poder em 1949, surgiu novamente

Progresso chinês dá mais liberdade às mulheres, mas antigas tradições voltam a colocá-las em risco
A pergunta que colocava em risco as oportunidades de trabalho de Angel Feng sempre vinha por último nas entrevistas. Fluente em chinês, inglês, francês e japonês, formada em administração na França, 26 anos, fez entrevistas de trabalho entre os meses de janeiro e abril em meia dúzia de empresas em Pequim, na esperança de conseguir o primeiro emprego no setor privado, onde os salários são mais altos.
“O chefe fez diversas perguntas sobre minhas qualificações, e depois comenta: ‘Vejo que você acabou de casar. Quando pretende ter filhos?’ Sempre é a última das perguntas. Sempre digo que não tenho intenção, pelo menos não nos próximos cinco anos, mas eles não acreditam”, disse Feng.
Três décadas após a China se embarcar nas deslumbrantes reformas econômicas, muita coisa mudou para as mulheres. Diferente de suas mães, cujas vidas de trabalhadoras eram determinadas pelo estado, as mulheres de hoje podem escolher seus próprios caminhos. As camponesas não são mais forçadas a trabalhar na comunidade; mulheres da cidade não são obrigadas a trabalhar no mesmo emprego pelo resto de suas vidas nem precisam mais pedir permissão para casar, ainda que precisem de permissão para ter filhos.
Junto com a ampliação da liberdade veio o risco, à medida que as estruturas de uma era socialista se desmancham e tradições culturais poderosas sobre homens e mulheres, há tempos inativas por conta do apoio oficial comunista aos direitos das mulheres, retornam com força. Muitos empregadores preferem não contratar mulheres numa economia onde há grande oferta de mão de obra e mulheres são sinônimo de custos extras no que diz respeito à maternidade e despesas com o nascimento de bebês.
O resultado é que até mesmo candidatas altamente qualificadas como Feng podem ter dificuldades em encontrar uma posição. Preocupações sobre como mergulhar nesse mercado estão alimentando uma forte crise de identidade entre as mulheres da China.
“O maior problema que encaramos é a confusão sobre quem somos e o que devemos ser”, conta a jornalista Qin Liwen. “Será que devo ser uma mulher forte, fazer dinheiro e ter uma carreira, podendo até me tornar rica, mas arriscar não encontrar um marido ou ter um filho? Ou será que devo casar e ser dona de casa e ajudar meu marido a educar meus filhos? Ou então será que devo ainda ser como uma ‘raposa’ – o tipo de mulher que casa com marido rico, dirige uma BMW, mas tem de lidar com as suas amantes?”
Feng conseguiu emprego numa empresa que promove marcas chinesas.
“Era um lugar muito ruim”, conta ela. Funcionários foram demitidos imediatamente após as promoções para reduzir custos. A jornada de trabalho era extensa. Uma colega que sofreu um aborto foi chamada de volta ao trabalho menos de três dias depois. O salário mensal de Feng era de cerca de 745 dólares, sem benefícios.
Em julho ela pediu demissão – com a segurança de um cargo numa organização “quase estatal” administrada pelo Ministério da Educação.
O pagamento é mais baixo, cerca de 625 dólares por mês, mas o almoço é gratuito no refeitório do ministério e ela tem benefícios como os da época socialista, incluindo auxílio moradia. O horário é fixo, das 8h30 às 17h, cinco dias por semana. O mais importante é que o empregador, a China Education Association for International Exchange, não faz objeções a funcionárias que optem por ter filhos, e dão pelo menos 90 dias de licença maternidade, pagos integralmente.
O trabalho pode ser “um tanto entediante”, mas ela, assim como outras, fez sua escolha. “O serviço público é popular entre as mulheres porque os direitos são mais protegidos”, disse Feng Yuan, chefe do Centro de Estudos sobre Mulheres da Universidade Shantou.
Guo Jianmei, diretora do Centro de Serviço e Aconselhamento Legal à Mulher de Pequim, insiste que, apesar de tudo, as mulheres de hoje estão numa posição melhor do que há três décadas.
“Elas sabem muito mais sobre seus direitos”, disse ela. “São mais bem educadas. Para aquelas com espírito competitivo, existe agora um mundo de oportunidades disponível aqui, seja para executivas, cientistas, fazendeiras ou até mesmo líderes políticas. De fato houve grandes mudanças.”
Os direitos das mulheres são bem protegidos, pelo menos no papel. Em 2005, o governo aprovou a emenda da Lei de Proteção dos Direitos e Interesses da Mulher, conhecido como Constituição das Mulheres, para tornar a igualdade entre os gêneros uma política explícita do estado. Também declarou ilegal, pela primeira vez, o assédio sexual.
Ainda assim, a discriminação é grande. São poucas as mulheres que ousam processar seus empregadores por práticas ilegais de admissão, demissão por gravidez ou licença maternidade e até mesmo assédio sexual, dizem os especialistas. As empresas normalmente especificam sexo, idade e aparência física nas ofertas de emprego.
Existem brechas na lei. Um dos grandes problemas, disse Feng Yuan (que não tem nenhum parentesco ou relação com Angel Feng), é que não existe definição para discriminação de gênero. A lei também mantém ainda o requisito de que mulheres se aposentem cinco anos mais cedo do que homens que possuam os mesmo cargos, reduzindo dessa forma os ganhos da aposentadoria.
Em 2008, 67,5% de mulheres chinesas maiores de 15 anos estavam empregadas, de acordo com Yang Juhua, do Centro de Estudos de Desenvolvimento e População da Universidade da China, mencionando estatísticas do Banco Mundial. Houve uma queda em relação aos dados mais recentes do governo chinês, de 2000, mostrando que 71,52% de mulheres entre 16 e 54 anos estavam empregadas, comparado a 82,47% de homens da mesma faixa etária. Yang calcula que as mulheres ganham 63,5% dos salários de homens.
Ainda assim existem muitas histórias isoladas de sucesso, conseguidas através de muito trabalho – e um pouco de sorte. Shi Zaihong é uma delas. Nascida de família pobre rural, na província central de Anhui, Shi, que agora tem 41 anos, veio para Pequim em 1987 para trabalhar como babá. Atualmente, junto com o marido, que tem um pequeno negócio de propaganda, ela comprou um apartamento próximo a Pequim – uma grande conquista para uma trabalhadora imigrante com apenas cinco anos de educação.
Os olhos de Shi brilham ao falar sobre o acúmulo de sua riqueza, muito distante do que sua mãe conseguia poupar na agricultura. “Aproveitei cada oportunidade que tive, sempre trabalhei duro”, diz ela. “As coisas vão bem, muito bem.”
Mãe de um garoto de 16 anos e de uma menina de 3, ela pode agora solicitar que os filhos se juntem a ela legalmente, pois ter um imóvel próprio lhe garante esse direito, conta ela. As crianças sempre moraram com os avós, num vilarejo nas montanhas com cerca de 300 pessoas. “Ter que deixar seus filhos para trás é a coisa mais difícil como imigrante”, comenta.
Já Liu Yan, de 42 anos, teve uma vida um pouco diferente. Filha de um ator e de uma cantora de ópera da província de Sichuan, no sudoeste, ela trabalhou na primeira operadora turística privada da China e agora é uma consultora bem sucedida. Sofisticada e antenada, ela é especialista em montar equipes e tocar projetos. Divorciada, tem uma filha de 10 anos.
“Sempre fui muito livre e direta durante toda a minha vida”, conta ela. Mas “minha família sempre diz que isso foi burrice. Não é a maneira que você geralmente pode agir por aqui.” Ela chegou a conclusão de que as chances de casar novamente estão distantes.
“A tradição voltou com força, mas nem sempre é uma coisa boa”, diz ela. “Com os homens chineses, existe uma linha que não se pode cruzar. Eles acham que você tem que respeitar. Mas a maioria deles não me acha feminina mesmo. Eles gostam de jovens. Eles acham que uma mulher é bonita quando ela é doce.”
As mulheres com melhor condição de vida na China, conta ela, precisam tolerar as várias mulheres do marido. O concubinato, prática declarada ilegal pelos comunistas logo que assumiram o poder em 1949, surgiu novamente.
“Muitas mulheres sabem que mais cedo ou mais tarde vai acontecer”, diz ela. “Os homens são poderosos. Mulheres são frágeis e têm muito a perder. Mas eu quero ser feliz, nunca aceitaria isso.”



27 de novembro - Dia Mundial de Combate ao Câncer


Porto Alegre, Goiânia e São Paulo são cidades com maior incidência de câncer no país

As maiores taxas médias de incidência de câncer em homens e mulheres estão em Porto Alegre, Goiânia e São Paulo. É o que mostra o quarto volume da publicação "Câncer no Brasil - Dados dos Registros de Câncer de Base Populacional", divulgados pelo Inca (Instituto Nacional de Câncer) nesta sexta-feira, véspera do Dia Nacional de Combate ao Câncer (27).
Em homens, por 100 mil habitantes, Porto Alegre tem registrados 404,16 casos; Goiânia, 365,43; e São Paulo, 315,82. As taxas médias relativas às mulheres foram de 288,19 em Porto Alegre, 262,82 em Goiânia e 250,98 em São Paulo.
Os dados foram coletados pelas equipes que trabalham nos registros das cidades que monitoram seus casos de câncer, entre 2000 e 2005, e analisados pela equipe da Divisão de Informação do Inca neste ano.
De acordo com o documento, as dez localizações mais frequentes de tumores nos homens, a cada 100 mil habitantes, são pele não-melanoma, próstata, pulmão, cólon e reto, estômago, esôfago, bexiga, laringe, fígado e Sistema Nervoso Central.
Entre as mulheres, os principais cânceres são pele não-melanoma, mama, colo do útero, cólon e reto, pulmão, tireoide, estômago, ovário e corpo do útero.

Colo do útero
A Região Norte se destaca por apresentar as maiores taxas de incidência do câncer invasor do colo de útero, o estágio mais avançado da doença: 50,59, em Manaus, e 49,38, em Palmas.
Em contrapartida, os registros do Norte e Nordeste contabilizaram aumento nos diagnósticos precoces (carcinoma in situ) do câncer do colo do útero, quando comparado com o levantamento anterior (de 2003) em Manaus (27,78), Natal (16,16), João Pessoa (13,79) e Fortaleza (11,98).
No Centro-Oeste, Goiânia e Cuiabá também registraram aumento na taxa de diagnóstico desse tipo de tumor (40,17 e 27,08), respectivamente, também comparado ao terceiro volume da série.
Os dados mostram que há uma evolução no acesso aos exames de detecção precoce do câncer do colo do útero, segundo o Inca.

Região Sul
Nas regiões Sul e Sudeste, o câncer de mama permanece apresentando alta incidência. Em Porto Alegre, a taxa chegou a 91,79, em Belo Horizonte, a 72,67, e em São Paulo a 70,10.
Ainda na capital gaúcha estão as maiores taxas de incidência para as sete principais localizações, em homens: pulmão (66,61), cólon e reto (33,96), esôfago (18,19), bexiga (15,59), fígado (11,96), laringe (11,85) e Sistema Nervoso Central (9,50).
Para as mulheres, a distribuição entre os registros ficou mais heterogênea, entretanto, Porto Alegre também se destacou com as maiores taxas de incidência para mama (91,79), cólon e reto (24,70), pulmão (23,32) e ovário (12,05).
Em relação ao carcinoma invasor do colo do útero, as maiores taxas foram observadas em Cuiabá (35,63), e Goiânia (32,40). Esta cidade também apresentou as maiores taxas para o carcinoma in situ do colo do útero, seguida por Aracaju (27,97).
Os cânceres do colo do útero e da mama são os que mais matam no país: em 2007, os de mama provocaram 11.060 mortes, enquanto os do colo do útero, 4.691.
Para prevenir o câncer do colo do útero, a recomendação é que as mulheres entre 25 e 59 anos realizem o exame preventivo periodicamente. De acordo com o MS, 79% das brasileiras acima dos 25 anos já realizaram ao menos uma vez o exame. A meta do órgão é que as mulheres dessa faixa etária realizem o preventivo pelo menos uma vez a cada três anos.

Próstata e pulmão
No caso dos homens, as cidades do Sul, Centro-Oeste e Sudeste permanecem registrando as taxas mais elevadas dos tumores da próstata e do pulmão.
O câncer da próstata é mais incidente em Goiânia, Aracaju, Belo Horizonte e Porto Alegre. Já o do pulmão se destaca com as maiores taxas em Porto Alegre, São Paulo e Goiânia.
Paralelamente ao quarto volume da publicação, o ministro Temporão lança, hoje, no Inca, um plano de ação para intensificar o Programa Nacional de Controle do Câncer do Colo do Útero no país, com atenção especial para a Região Norte.

Recém-nascido é encontrado em bairro nobre de São Paulo


Bebê foi levado para o Hospital das Clínicas e passa bem.
Recém-nascido foi encontrado na rua Piauí, no bairro Higienópolis
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Policiais da Terceira Companhia do Sétimo Batalhão da Policia Militar de São Paulo localizaram um recém-nascido por volta de 0h5 deste sábado (27) na rua Piauí, no bairro Higienópolis, em São Paulo. O bebê foi levado para o Hospital das Clínicas, onde foi medicado e passa bem.

Carlos Otilio Leal


G1

Abuso Sexual: vergonha e dificuldade na hora de incriminar o agressor sexual

Felícia Balcon (nome fictício) estava deitada na cama, brincando com seu filho Lucas (nome fictício), de três anos. Quando de repente, ele pega um cinto que estava no chão e vai pra cima dela, imitando uma voz grossa masculina: “’Fica quietinho senão vou te dar uma surra e se você falar alguma coisa, vou machucar sua mãe e sua avó”. O garotinho ainda acrescentou: “Homem é com mulher senão vão rir de você. Mulher embaixo e homem em cima. Fica quietinho que eu vou colocar meu pipi no seu bumbum”’.
Mesmo estando bem mais forte, depois de três anos ajudada pela terapia, a mãe ainda chora várias vezes emocionada ao lembrar-se da cena tão chocante. Naquele dia teve de encarar a dura realidade de que o filho, além de ser abusado sexualmente pelo próprio pai, sofria ameaças:
Qual é a maior dificuldade enfrentada por uma mãe quando descobre que o/a filho(a) foi vítima de abuso sexual dentro da própria família e é ameaçado?
A gente perde o chão e enfrenta muitas batalhas. As pessoas não sabem o que fazer, nem por onde começar, porque não se fala muito sobre isso. Primeiro, a gente não quer acreditar que tenha realmente acontecido, que alguém seja capaz de tal “’monstruosidade”. Depois, vem a vergonha de expor o caso. Quando eu comecei a desconfiar, procurei na internet e li sobre algumas reações que as crianças apresentam quando são vítimas de abuso, mas a maioria dos casos era com crianças maiores de sete anos. Não achei nada para bebês e crianças muito pequenas. Meu filho tinha apenas três anos.
Deveria haver um serviço que mostrasse informações mais diretas para as mães e familiares de como agir nestes casos, encorajando as pessoas a buscarem ajuda, com todos os locais que devem ser procurados e um passo a passo, porque nesta hora a gente fica perdida e é preciso que alguém nos fale o que fazer.
A escola percebeu alguma mudança de comportamento do seu filho e de alguma forma te ajudou na denúncia?
A professora contou que ele bateu em um coleguinha, comportamento totalmente oposto ao que ele sempre apresentou e que, outro dia, reagiu agressivamente quando ela elogiou um casaco novo que o pai tinha dado para ele, dizendo: “Quero que ele morra!”. Mas, quando precisei de testemunhas, a diretora da escola deu um passo atrás e não queria testemunhar de jeito nenhum. Eu implorei para a professora, mas por pressão da diretoria, ela também não quis. Só foram mesmo quando a delegacia entrou em contato dizendo que elas eram obrigadas a entrar no caso, mas contaram o mínimo possível para não se envolver.
Qual foi o primeiro local que você buscou informação e como foi comunicar o abuso?
Procurei a Vara da Infância, por recomendação da minha irmã, onde me disseram que se eu suspeitava de algo deveria fazer um boletim de ocorrência na delegacia, mas esta é uma decisão muito difícil. Voltei lá alguns dias depois, para falar com a mesma assistente social, que ficou indignada porque eu ainda não tinha denunciado e me mandou pegar meu filho na escola e procurar a polícia. Na delegacia, além de ficar oito horas para conseguir ser atendida, eu senti uma reação hostil, do delegado duvidando de mim. Ouvi algo como: “Se você estiver inventando, ele pode entrar com ação e pedir muito dinheiro”. Respondi que estava fazendo aquilo com base no que tinha escutado do meu próprio filho, que era para defendê-lo e também outras crianças. Também foi muito estranho ouvir as perguntas que fizeram para ele, como se fossem para descobrir se eu o havia induzido a inventar uma história. Será que não enxergam que não tenho nada a ganhar inventando uma história, e que eu adoraria que meu filho tivesse um bom pai?
E como foi o atendimento dos profissionais de saúde?
Fui encaminhada ao Hospital Pérola Byington, que apesar de ser referência em atendimento a casos de violência sexual em São Paulo, é muito precário e não há pediatras lá, então meu filho foi atendido por uma ginecologista. Fizemos também terapia com boas profissionais, mas infelizmente o laudo delas relatando que tudo levava a crer que meu filho tinha sido abusado não teve validade no processo. O serviço deveria ser interligado, porque é a avaliação de um profissional do Estado e deveria valer como prova processual. O exame de corpo delito acabou dando inconclusivo, porque já havia se passado muitos dias do ocorrido quando fomos fazê-lo.
Como o abuso afetou toda a família?
Eu fiquei transtornada e minha família completamente abalada. O abuso sexual na classe média alta é mais velado, porque as pessoas querem abafar, não querem se expor. Minha mãe entrou em depressão. Eu passei a ter pesadelos todas as noites, sonhava que o abusador estava pegando meu filho. Sentia muito medo dele. As mães também precisam de tratamento psicológico. Hoje, elas ainda fingem que nada aconteceu e evitam tocar no assunto. Minha avó chegou a falar em algo do tipo perdoar… É muito complicado…
O que você falaria para as mães que estão passando pelo mesmo problema?
Não tenham vergonha! Vão e façam a denúncia! Procurem ajuda! Quando estamos sozinhos é mais difícil. No Hospital, eu tive contato com um grupo de mães que se apoiavam porque os filhos tinham sido abusados pelo professor na mesma escola. Percebi que somos todas iguais, independente da classe social, e passíveis de passar pelos mesmos problemas. Estejam atentas às mudanças de comportamento dos seus filhos, procurem logo ajuda médica e falem abertamente sobre sua suspeita, procurem imediatamente uma delegacia. Não tenham medo!
Você buscou ajuda de um advogado?
Como minha família achava melhor não expor o caso, cometi o erro de não procurar profissionais conhecidos, acabei pegando uma mulher muito ruim “de porta de cadeia”, indicada pelo escrivão. Ela nem apareceu na audiência. Fiquei sozinha com meu filho e minha mãe, com a psicóloga do Pérola Byinton e a professora como testemunhas. O pai (abusador) alegou que eu estava inventando tudo porque tinha ciúmes da nova namorada dele e a juíza acatou. Foi terrível ver a juíza, o promotor e o advogado fazerem perguntas para o meu filho de três anos, como se ele fosse um adulto, ele só olhava para mim assustado e mudo. Aí, o advogado de defesa se aproveitou e disse que somente o fato dele olhar para mim significava que eu o estava induzindo a inventar a história. O próprio Ministério Público pediu a absolvição do criminoso por falta de provas. Eu troquei quatro vezes de advogado. Agora estou com um escritório bom, mas tinha que ter conseguido isso antes. Meu caso foi muito mal conduzido. Ter um bom advogado é imprescindível.
Por que é tão complicado prender o agressor?
É muito mais difícil do que parece. A Justiça só considera crime, quando houve flagrante e não enxerga que está criando uma máfia de criminosos. Pesquisas sérias mostram hoje que todos os piores matadores e agressores que se utilizam de requintes de crueldade, sofreram abuso na infância. Se o ciclo não parar, estarão sendo criados novos abusadores. O maior medo de uma mãe cujo filho sofreu abuso, é que ele vire um agressor no futuro. A gente entra em desespero, não gosto nem de pensar nisso. Há casos em que o abusador é solto e ainda a mãe tem que ficar pagando indenização, ouvi um caso deste na espera do visitário público. Mesmo enfrentando todos estes problemas, inclusive correndo o risco de estar lidando com juízes de caráter duvidoso, ou até mesmo pedófilos, no julgamento, as mães não podem abafar o caso, porque precisamos proteger nossas crianças. Eu hoje luto para que o abusador perca o direito de ver meu filho. Se não persistirmos, a gente não muda esta situação. O Estado não enxerga que ao deixar o abusador em liberdade, mais casos aparecerão e quanto mais casos aparecerem, mais eles terão que se movimentar para transformar esta realidade.
O que tem feito para mudar esta situação?
No desespero, eu cheguei até a mandar uma carta ao Presidente da República e recebi uma resposta dizendo apenas que encaminhariam à área de Direitos Humanos. Hoje, estou cercada de profissionais especializados e luto muito. Sou apenas uma formiguinha, mas, juntos, podemos formar um exército. A cabeça de quem está no Judiciário precisa mudar, porque as mães das vítimas são vistas como loucas e os agressores são protegidos. Os laudos psicológicos precisam ter realmente validade nos processos e defendo que sejam formados juízes e outros profissionais especializados em abuso sexual, que haja um rol de profissionais especializados no assunto. Não quero mais viver este inferno. Espero contribuir por um mundo melhor, mais justo e humano onde as crianças tenham de fato proteção do Estado, que as mães sejam ouvidas e tratadas com respeito e dignidade, e os abusadores sejam punidos e não tenham mais chance de fazer novas vítimas. O pai do meu filho pode agora estar abusando de outras crianças impunemente.




Childhood - Pela proteção da Infância



Foto: Isabel Cruz - Olhares.com

Depoimento sem dano, uma forma humana de poupar crianças vítimas de abuso sexual

O método de Depoimento sem Dano vem sendo utilizado com sucesso, desde 2003, no Rio Grande do Sul . Já implantado em São Paulo, prevê 4 projetos pilotos em 2011, nas comarcas de São Caetano do Sul, Atibaia, Campinas e Guarulhos.

Conheça mais sobre o tema:

Crianças que sofrem abuso sexual no Brasil precisam reviver seus sofrimentos, em diversas instâncias, enquanto ouvidas pelas autoridades. Primeiro no Conselho Tutelar, depois na delegacia especializada, no Instituto Médico Legal, no posto de saúde, no Ministério Público e por último, na vara especializada ou, quando esta não existe, na vara criminal onde tem que comparecer mais de uma vez. Uma tortura!
Pode ser implantado nacionalmente o depoimento sem dano, já utilizado em alguns tribunais de Justiça do país. A criança depõe uma única vez e sua fala é gravada. A ideia é evitar o que os especialistas chamam de revitimização da criança.
Na nova sistemática a criança fala a um psicólogo ou a outro profissional designado. O procedimento é feito em duas salas localizadas nos tribunais de justiça. Em uma fica o juiz, o advogado de defesa, o promotor e o acusado com uma televisão, por onde é transmitido o depoimento da vítima e na outra fica a criança e o psicólogo.
O psicólogo utiliza um ponto no ouvido para escutar as perguntas que o juiz e os demais inquiridores fazem, e transmite as perguntas à criança com uma linguagem adequada, utilizando brinquedos e bonecos. De acordo com levantamento feito pela organização não governamental Childhood Brasil, o método é adotado em mais de 28 países e em alguns está incorporado à legislação.
No Brasil, o método começou a ser praticado em 2003, no Rio Grande do Sul, servindo de modelo para os demais estados. No Senado Federal um projeto de lei que incorpora o depoimento sem dano à legislação, foi aprovado no último dia 17 de março na Comissão de Constituição e Justiça.
O juiz da 2ª Vara da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Dr. José Antônio Daltoé Cezar, disse que o trabalho baseia-se na Convenção Internacional sobre os direitos das crianças que assegura a elas o direito de ser ouvida em processos judiciais.
O juiz revelou que em sete anos de implantação do depoimento sem dano mais de 2 mil crianças foram ouvidas. “Nossa preocupação maior é com a proteção da criança, mas hoje conseguimos condenar mais também. Em 2009 76% das ações geraram condenações”, disse.
O Tribunal de Justiça de Rio Branco, no Acre, também adota o depoimento sem dano, desde novembro de 2009. Segundo o juiz da 1ª Vara da Infância e da Juventude, Romário Divino, este procedimento permite a humanização do atendimento da criança e do adolescente. “Este tipo de depoimento é menos invasivo e traumático. Ela já está traumatizada e não quer reviver aquele momento várias vezes na frente de vários inquiridores”, afirmou.
Segundo Divino, em abril será criada uma vara especializada em julgar crimes contra a dignidade pessoal de crianças e adolescentes. Hoje muitos processos caem na vala comum das varas criminais. O juiz afirmou ainda que um dos casos que mais evidenciaram a importância do método foi o de uma menina de 5 anos que sofria abuso por parte do padrasto. “Ele tocava em suas partes íntimas. Tentamos primeiro o método antigo, mas a menina ficou bloqueada e não falou. Com o depoimento sem dano a criança conseguiu se expressar”.
Apesar de ser adotado em várias comarcas do país, o depoimento sem dano não é uma unanimidade. A psicóloga e professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Sandra Amorim, considera importante a humanização dos depoimentos, mas salienta que existem equívocos no formato utilizado no país. “Todo depoimento é traumático e falta um acompanhamento depois da audiência. Será ético induzir crianças a constituir provas?”, indagou.
Ela discorda também da escolha de um psicólogo para ouvir a vítima. “O psicólogo não é um inquiridor, para isso poderia ser preparado outro profissional. O conselho Federal de Psicologia é contra a atuação do profissional nestes termos”, afirmou.
O juiz de direito da 4ª Vara Criminal de Florianópolis, Alexandre Moraes da Rosa, faz críticas mais enfáticas ao depoimento sem dano. Para ele, o próprio nome esta errado. “O nome de depoimento sem dano é uma fraude. Não existe depoimento que não cause dano. Estão confundindo o direito das crianças de serem ouvidas com a obrigação de falarem”, destacou.
Da Rosa crítica também a designação de uma psicóloga para fazer a inquirição. “Estão terceirizando o trabalho sujo. Quem deveria fazer este papel são os juízes, mas são incompetentes não sabem inquirir. Falta capacitação”, afirmou.

Por Jackson Rubem para "O Brasileirinho"
Publicada em 28-03-2010
Foto: Octavio Campos Salles - Olhares.com

Polícia encontra casa de luxo na Vila Cruzeiro que pode ser de traficante



A Polícia do Rio de Janeiro encontrou nesta sexta-feira a casa de um dos traficantes mais procurados da Vila Cruzeiro. A casa de luxo pertence a Fabiano Atanásio Silva, mais conhecido como FB, segundo informações da polícia.
No andar térreo do local, foram encontrados eletrodomésticos novos, sala decorada, churrasqueira e piscina, com cascatas e iluminação especial. No segundo antar, ar condicionado, terraço e outra piscina. Em uma gaiola, entre outros pássaros, havia um tucano.
Na laje, várias caixas d'água. O local garantia visão privilegiada de toda a favela e permitia ao bandido perceber a chegada da polícia durante as operações. De acordo com os policiais, FB é um dos traficantes mais procurados desde o início da ocupação da Vila Cruzeiro e teria fugido durante a entrada das tropas da PM e Polícia Civil.
Com a ocupação permanente, o refúgio, agora sem dono, virou alvo dos próprios moradores da Vila Cruzeiro, que levaram tudo o que puderam aproveitar. Até um tucano foi saqueado pela população.
Além da casa de FB, a polícia identificou vários barracos onde possivelmente viviam traficantes. Muitos tinham até quartos secretos, onde bandidos podiam passar dias escondidos. Em um deles, a polícia encontrou anotações da contabilidade do tráfico.

Jornal da Band

Ministério Público recorre para aumentar a condenação de Roger Abdelmassih


Ele foi condenado a 278 anos de prisão por estupro e atentado violento ao pudor

O Ministério Público apresentou à Justiça, nesta sexta-feira (26), recurso contra a sentença que condenou o médico Roger Abdelmassih a 278 anos de prisão. O ex-médico foi condenado por crimes de estupro e atentado violento ao pudor praticados entre os anos de 1995 e 2008 contra 37 pacientes da clínica de fertilização que ele mantinha em São Paulo.
Os promotores do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) ofereceram a denúncia contra Abdelmassih querem aumentar a pena fixada na sentença dada na terça-feira (23) pela juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal da Capital.
Para os promotores, a pena de 278 anos de reclusão não é alta, uma vez que foi aplicado o mínimo legal para cada tipo de crime praticado.
No recurso, os promotores enfatizam a condição das vítimas, de que mulheres que, na expectativa da maternidade, se entregaram ao tratamento feito pelo médico, inclusive com uso de medicação. Por outro lado, Abdelmassih, valeu-se da condição de médico para cometer os crimes, usando o seu consultório.
O Ministério Público também informou que acompanha outros procedimentos instaurados para apurar outros crimes do gênero supostamente cometidos pelo médico contra suas pacientes, além da prática de manipulação gênica, procedimento que é proibido pela legislação brasileira.


R7

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Delegacia de Atendimento à Mulher recebeu 4.654 queixas de janeiro a junho


“Eu ficava levando bofetada na cara e vendo o meu sangue escorrer quando ele cortava meus dedos”, contou Joana*, 46 anos. Ao longo de 8 anos de relacionamento, ela sofreu agressões físicas, sexuais e psicológicas do marido. Sozinha, passou por cima do sentimento de derrota e de vergonha para denunciá-lo à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), há alguns meses. O pedido de separação incomodou o homem “violento e perigoso”. O medo da reação do ex-companheiro levou a mulher a pedir o arquivamento da ação que começara a tramitar na Justiça. Desde então, o marido não voltou a procurar Joana e os dois filhos que ela teve em outro casamento. “Os homens querem apagar a luz linda que é a mulher. Estão querendo destruir e pisar na rosa. E nós, mulheres, não podemos nos dar ao luxo de botar na cara o que se passa dentro da gente”, desabafou, ontem, no Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra a Mulher.

Na estrutura montada pela polícia, foram divulgados três núcleos de trabalho envolvendo violência doméstica
Como Joana, outras 4.653 mulheres registraram ocorrência de violência doméstica nos primeiros seis meses deste ano. Significa dizer que a cada hora, de janeiro a junho, uma mulher procurou uma delegacia do Distrito Federal para prestar queixas do companheiro. Números do Pró-Vítima, programa ligado à Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, mostram que a média se manteve em relação a 2009, quando 9.597 mulheres buscaram apoio — aproximadamente 26 por dia. Mas os valores aumentaram em cerca de 35% se comparados aos de 2008. Naquele ano, 7.100 casos foram registrados pela Polícia Civil do DF. A subsecretária de Proteção às Vítimas de Violência, Valéria Velasco, acredita que as mulheres estão perdendo o medo de denunciar as agressões sofridas entre quatro paredes. “Elas sabem que têm respaldo da Justiça e da polícia”, defendeu.
Sancionada em 2006, a Lei Maria da Penha garantiu direitos às mulheres e determinou punições a homens agressores. Até então, não havia legislação específica sobre o tema. Há quatro anos, as mulheres não podem mais desistir da investigação aberta contra o companheiro na delegacia — sendo permitido recuar apenas na frente do juiz, como fez Joana. O autor das agressões pode ser preso em caráter preventivo ou em flagrante. Caso seja denunciado por violência à mulher, o homem ainda corre o risco de perder o direito de se aproximar da vítima com limite máximo de distância fixado pelo juiz responsável pelo caso; de ser proibido de frequentar alguns lugares; e de ser obrigado a se afastar de casa e dos dependentes. Segundo a Polícia Civil, o Distrito Federal conta com o maior número de registros em relação ao restante do Brasil.
Para Valéria, o número tende a aumentar com a capacitação do Estado em receber as vítimas e oferecer a elas o acompanhamento necessário. Atualmente, a única delegacia especializada no atendimento à mulher está localizada na Asa Sul. A distância do restante do DF impede pessoas de denunciar os maus-tratos. “As vítimas também podem ir às delegacias nas cidades, mas acabam intimidadas por serem ambientes naturalmente machistas”, explicou. Essa situação dificulta o trabalho das entidades que lutam contra a violência doméstica em Brasília. Segundo a delegada-chefe adjunta da Deam, Adriana Aguiar, apenas 40% das vítimas recorrem contra o agressor. “Muitas arquivam o processo ou fazem acordos. Acreditam que eles vão melhorar e que tudo vai voltar ao normal. Mas sabemos que não é assim”, explicou.
O gerente de Referência do Atendimento às Mulheres da Sejus, Luiz Henrique Machado e Aguiar, explicou que o tabu familiar também impede a mulher de registrar a ocorrência contra o companheiro. Muitas vítimas, segundo ele, questionam se mereciam a agressão e quais motivos a levaram àquela situação. “Às vezes, ela depende do homem financeiramente, ou ele é pai dos filhos e tem laços afetivos. A dependência emocional é complexa e o crime não é comum. Por isso a necessidade de profissionais capacitados para lidar com as vítimas de agressões. O assunto deve deixar o âmbito privado e chegar a público”, acredita. Ele cita Ceilândia, Gama, Recanto das Emas e Santa Maria como origem das demandas mais intensas.

*Nome fictício

DIA DE CONSCIENTIZAÇÃO NA RODOVIÁRIA
Ações de conscientização contra a violência doméstica marcaram o Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra a Mulher, ontem. Pela manhã, a Secretaria de Justiça montou um estante no calçadão entre o Conic e o Conjunto Nacional para distribuir cartilhas e tirar dúvidas da população. A partir das 13h, a unidade móvel da Delegacia de Atendimento à Mulher estacionou na plataforma inferior da Rodoviária do Plano Piloto para oferecer atendimento da Polícia Civil a interessados em denunciar casos de agressão doméstica, além de distribuir panfletos com instruções para evitar estupros e mostrar os benefícios da Lei Maria da Penha.
A Subsecretaria para Assuntos da Mulher da Sejus divulgou os três núcleos de trabalho envolvendo a violência doméstica. A casa-abrigo oferece acompanhamento médico e psicossocial e segurança à vítima de agressão consumada. Além disso, a mulher pode fazer o primeiro contato com os especialistas no Centro de Referência de Atendimento às Mulheres e com os Núcleos de Atendimento à Família, que atende as mulheres, os filhos e o agressor. A Deam foi até a população com a unidade móvel. Segundo a delegada-chefe adjunta, Adriana Aguiar, o local foi escolhido para alcançar moradores do Distrito Federal e do Entorno. “A ideia é levar a delegacia à mulher”, afirmou. No próximo dia 5, a instituição estará em Taguatinga.
A Lei nº 11.340 recebeu o codinome Maria da Penha em homenagem a uma mulher que acabou tetraplégica após sofrer agressões e ameaças do marido, o professor universitário colombiano Marco Antonio Heredia Viveros. Ela foi maltratada por aproximadamente seis anos. Em 1983, o marido tentou assassiná-la duas vezes. Na primeira ocasião, ele disparou um revólver contra Maria da Penha simulando um assalto. Na segunda tentativa, o homem tentou eletrocutá-la e afogá-la.
Em 1984, Maria da Penha iniciou uma longa jornada em busca de justiça e de segurança. Sete anos depois, seu marido foi a júri, sendo condenado a 15 anos de prisão. A defesa apelou da sentença e, em 1992, a condenação foi anulada. Um novo julgamento foi realizado em 1996 e uma condenação de 10 anos foi-lhe aplicada. Porém, após dois anos em regime fechado, o professor universitário foi liberado graças a recursos jurídicos. Hoje, está livre.
O fato chamou a atenção do Centro de Justiça pelo Direito Internacional e do Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher. Assim, o Centro de Justiça e Maria da Penha formalizaram uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Pela primeira vez na história, uma agressão doméstica foi considerada crime. O caso abriu caminhos para a sanção da Lei Maria da Penha, em agosto de 2006. Atualmente, Maria da Penha é coordenadora de estudos da Associação de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV), no Ceará.

EU ACHO...

“Acho ótimo. Nem todas as mulheres têm coragem de ir até a delegacia ou falta oportunidade. Temos que incentivar as pessoas que conhecemos e passam por isso a denunciar. Só assim será possível acabar com isso. A violência contra as mulheres só continua porque nem todas lutam contra isso. Tudo depende da iniciativa da mulher”
Marilene Ribeiro da Silva, 27 anos, operadora de caixa, moradora do Itapoã

NÚMEROS
Casos envolvendo a Lei Maria da Penha nos últimos três anos :
.2008 - 7.100 ocorrências ao ano = 591 por mês = 19 por dia = 0,82 por hora
.2009 - 9.597 ocorrências ao ano (aumento de 35%) = 799 por mês = 26 por dia = 1,1 por hora
.2010 - 4.654 ocorrências nos seis primeiros meses = 775 por mês = 25 por dia = 1,07 por hora

ONDE RECORRER
-Núcleos do Pró-Vítima no Distrito Federal
-Núcleo SIA
SIA Trecho 8, Lotes 170/180
3905-1434 / 3905-7152 / 3905-1484
-Núcleo Paranoá
Quadra 2, Conjunto C, Lote A
3905-4299 / 3905-1448
-Núcleo Plano Piloto
Estação 114 Sul do Metrô
3905-8442 / 3905-1777
-Centro de Referência em Atendimentos às Mulheres da Secretaria de Justiça: 3322-2266

O QUE DIZ A LEI
A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, mais conhecida como Lei Maria da Penha, cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar. Segundo a legislação, a violência contra a mulher constitui uma das formas de violação dos direitos humanos. O artigo 5º considera violência doméstica e familiar qualquer ação ou omissão que resulte em morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, além de dano moral e patrimonial. Constatada a prática, o juiz pode afastar o agressor do lar, proibir a aproximação da mulher, dos familiares, das testemunhas com distâncias definidas e punir o homem caso ele frequente lugares considerados proibidos pela Justiça. Logo após entrar em vigor, a Lei Maria da Penha foi posta em prática para prender um homem acusado de estrangular a ex-esposa, no Rio de Janeiro.


Juíza Kenarik 10 x 0 Gilmar Mendes


Depoimento de uma das primeiras vítimas do Dr Roger Abdelmassih, que está solto como um passarinho nas árvores do Jardim Europa, bairro aristocrático de São Paulo (onde mora o Paulo Maluf, também solto).

- A sra. está feliz com a condenação do homem que a violentou ?

- Muito.

- Se sente vingada ?

- Ainda não.

- O que falta ?

- Falta ele ir para a cadeia.

- E a sra. sabe que ele pode não ir para cadeia, sabia, né ?

- Claro. Ainda falta o Supremo derrubar a liminar que o Gilmar Mendes deu pra ele.

- A sra. tem esperança ?

- Sim, claro ! No Supremo tem duas mulheres. Como a dra. Kenarik. Elas vão me entender.

- Aí é que a sra. vai ficar feliz.

- Aí, sim ! Muito feliz ! Quero ver ele na cadeia. (Pausa) Sabe de uma coisa ?

- O que ?

- Juíza Kenarik, 10. Gilmar Mendes, zero !


Paulo Henrique Amorim, que gravou esse depoimento



Criminosos disparam contra helicóptero da polícia no Alemão



Um intenso tiroteio pode ser ouvido na região e na Vila Cruzeiro.
Segundo a polícia, a aeronave, que está na Zona Norte do Rio, é blindada.

Um intenso tiroteio acontece no conjunto de favelas do Alemão, na Penha, na Zona Norte do Rio, no fim da manhã desta sexta-feira (26). Segundo testemunhas, os tiros estão sendo disparados em direção dos helicópteros da Polícia Civil. Foi para lá que mais de cem criminosos fugiram na quinta-feira (25), durante a ocupação da Vila Cruzeiro, de onde também é possível ouvir tiros.
A cúpula da Segurança Pública do Rio confirmou que haverá operações no conjunto de favelas do Alemão. A operação, no entanto, ainda não tem data prevista. A informação foi confirmada por Paulo Henrique Moraes, comandante do Bope, e pelo subsecretário de Planejamento Operacional, Roberto Sá. “Já de imediato, o cerco a todos os acessos à Vila Cruzeiro e ao Complexo do Alemão está sendo feito por homens da PF, da Polícia Civil e da Polícia Militar", disse Roberto Sá.
"Aqueles traficantes que aparecem correndo nas imagens ontem estavam muito longe dos policiais e, taticamente, não dava pra polícia ter se posicionado ali", afirmou Sá. Ele disse ainda que o "terreno é acidentado, perigoso, extenso." "Há uma grande concentração de casas, barracos, becos e vielas. Isso será taticamente planejado dia a dia junto todas as instituições que nos ajudam neste momento."

Mulher se protege com filho do tiroteio no Alemão (Foto: Thamine Leta/G1)

Onda de violência
Na quinta, o Bope fez uma megaoperação na Vila Cruzeiro com apoio de blindados da Marinha. Muitos criminosos fugiram pela mata para o Alemão, comunidade vizinha.
Desde domingo, o Rio vive uma onda de violência, com arrastões, veículos queimados e ataques a forças de segurança. Segundo o governo do Rio, é uma reação à política das UPPs, quando a polícia ocupa áreas antes dominadas por criminosos. Desde 2008, 13 dessas unidades foram instaladas na cidade.
Mesmo após a megaoperação de quinta, o Rio de Janeiro viveu uma madrugada com mais ataques: foram pelo menos cinco registrados. Em balanço divulgado nesta sexta, a Polícia Militar informou que 72 veículos foram incendiados. Entre presos e detidos há 188 pessoas.


Fumo passivo mata mais de 600 mil pessoas por ano

As crianças são as principais vítimas do fumo passivo

Dados da OMS mostram que o cigarro mata quase seis milhões anualmente

A cada ano, morrem mais de 600 mil fumantes passivos em todo o mundo. Desse total, 165 mil são crianças, de acordo com estimativas publicadas nesta quinta-feira (25) pela revista científica The Lancet.
De acordo com os autores do estudo, as crianças são as primeiras vítimas do tabagismo passivo porque não podem evitar a principal fonte de exposição: quando seus pais fumam em casa.
Se somadas essas 600 mil vítimas às 5,1 milhões de mortes em decorrência direta do cigarro, chega-se a um total de 5,7 milhões de mortos do tabagismo anualmente.
Trata-se do primeiro estudo que avalia o impacto global do fumo passivo. Os pesquisadores, que são do Instituto Karolinska de Estocolmo (Suécia) e da OMS (Organização Mundial da Saúde), utilizaram dados de 2004, os mais recentes disponíveis no conjunto de 192 países analisados.
No total, 40% de crianças, 33% de homens e 35% de mulheres não fumantes estavam expostos ao tabagismo passivo em 2004.
Segundo estimativas do estudo, a exposição provocou 379 mil mortes coronarianas, 165 mil por infecções das vias respiratórias, 36,9 mil devido à asma e 21,4 mil por câncer de pulmão. Assim, no total, foram constatados 603 mil óbitos por fumo passivo.
Das 165 mil crianças menores de cinco anos que morrem de infecções respiratórias causadas pelo fumo passivo, dois terços estão na África e no sul da Ásia.
Apenas 7,4% da população mundial vive hoje sob legislação "não fumante". Os autores do estudo recomendam "um reforço imediato" da Convenção Marco da OMS para a luta contra o tabaco, que inclui taxas mais elevadas para venda de cigarros, pacotes de produtos neutros (sem marca) e com mensagens sanitárias.
Segundo os pesquisadores Heather Wipfli e Jonathan Samet, da Universidade do Sul da Califórnia, "é inadmissível que 1,2 bilhão de fumantes no mundo exponham milhões de não fumantes ao fumo passivo".

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IBGE aponta que 11,2 milhões de brasileiros passaram fome em 2009


Em 2009, 5,8% da população brasileira passou fome por não ter recursos suficientes para comprar comida. O número, apesar de representar uma melhora em relação aos 8,2% de 2004, significa que 11,2 milhões de pessoas viviam em situação de insegurança alimentar grave no país, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cerca de um milhão delas eram crianças de 0 a 4 anos.
O conceito de insegurança alimentar grave usado na pesquisa indica que a falta de recursos para comprar alimentos é tão crítica em um domicílio que acaba afetando até as crianças, que sofrem uma ruptura nos padrões de alimentação ou até a redução da quantidade de alimentos consumidos. Também ocorre quando algum indivíduo da família, seja ele criança ou não, fica o dia inteiro sem comer por falta de dinheiro.
No total, apenas 65,8% dos brasileiros foram considerados em segurança alimentar, ou seja, sem preocupações com o acesso regular e permanente a alimentos de qualidade em quantidade suficiente. Outros 20,9% apresentaram insegurança alimentar leve, o que significa que ou eles ficaram com medo de que a comida acabasse antes de terem dinheiro para comprar mais ou tiveram uma alimentação de pior qualidade como forma de garantir o abastecimento na quantidade necessária.
Já a insegurança alimentar moderada atingiu 7,4% da população. Ela está presente quando a falta de recursos leva a uma ruptura nos padrões alimentares e/ou a uma redução na quantidade de alimentos consumidos por adultos.
Para obter os resultados, o IBGE aplicou um questionário com 14 perguntas aos domicílios entrevistados para a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Os moradores eram requisitados a responder às questões com base na experiência dos três meses anteriores à pesquisa.
Apesar de indicarem que o direito à alimentação adequada, previsto na Constituição, ainda não é integralmente respeitado no país, os dados revelam uma melhora em relação a 2004, data da realização da primeira edição da pesquisa. Naquele ano, apenas 60,1% da população estava em segurança alimentar _ 5,7 pontos percentuais abaixo do patamar de 2009. Nos Estados Unidos, que realiza pesquisa semelhante, 85,3% dos domicílios estão em segurança alimentar.
Segundo o IBGE, a melhora é explicada pela elevação da ocupação, pelo aumento real do salário mínimo e pela expansão de programas sociais como o Bolsa Família. Ela ocorreu principalmente no Nordeste, que, apesar disso, continuava com o pior resultado.
O Maranhão e o Piauí eram os Estados com a situação mais crítica. Nesses locais, os domicílios com acesso regular e permanente a alimentos de qualidade não representavam nem a metade do total.


Denise Menchen


Ex-namorado é suspeito de atear fogo em jovem grávida em Mirandópolis



A mulher foi internada com queimaduras de segundo e terceiro graus

No Dia Internacional de Combate à Violência Doméstica, mais um caso grave foi registrado em Mirandópolis. Dessa vez, a vítima foi agredida e queimada pelo ex-namorado.
Joyce da Silva Ferreira, 22, é mais uma vítima da violência doméstica. A jovem, que está grávida de quatro meses, foi queimada pelo namorado. Ela está internada em estado grave no hospital de Mirandópolis com queimaduras de segundo e terceiro graus, principalmente no peito e no rosto.
Conforme a polícia, a agressão aconteceu na casa do namorado. O casal teria discutido e Joyce quis terminar o relacionamento. Foi então que o rapaz pegou uma garrafa de álcool, despejou na jovem e ateou fogo. Depois do ataque, ele fugiu. O rapaz tem passagens por roubo, tentativa de homicídio e ameaça.
A tia de Joyce, Valderez da Silva Ferreira, já estava cansada de ver as brigas do casal que está junto há quatro anos e tem uma filha pequena, de dois anos. Só que ela nunca imaginou que as ameaças se tornariam realidade.
Casos de violência, como esse, não são raros. Estatísticas de organizações não governamentais apontam que a cada 15 segundos uma mulher é agredida no Brasil. Em Rio Preto, um caso chamou a atenção pelas marcas deixadas no corpo da vítima. Uma mulher de 23 anos ficou refém do namorado por três dias. Ela foi amarrada e espancada.


TV Tem

52 histórias: Anthony Mãos de Tesoura



A série 52 histórias que não acabaram deste sábado vai contar a história de Anthony Rempel, de Lajeado. Com o auxílio de uma tesoura, ele consegue arrancar de uma simples folha de papel as mais diferentes figuras.


Zero Hora

Decisão do STJ cancela júri do caso Eloá;ex-namorado será interrogado novamente


Júri popular estava marcado para fevereiro de 2011, mas processo volta à estaca zero

O Tribunal de Justiça de São Paulo cancelou o júri popular de Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar a adolescente Eloá Pimentel, que estava marcado para 21 de fevereiro de 2011. A defesa do ex-namorado de Eloá obteve um habeas corpus do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que faz o processo a que ele responde voltar à estaca zero.
O processo volta, então, à fase de instrução, quando o juiz ouve as testemunhas de defesa e acusação e que culmina na decisão sobre se o processo será arquivado ou se vai para júri popular. Com isso, todo o trabalho que foi encerrado em janeiro de 2009 será refeito e a audiência de Lindemberg só será realizada depois dos novos depoimentos.
De acordo com nota divulgada nesta quinta-feira (25), o STJ considerou haver falhas de procedimento de instrução que comprometeram a defesa do acusado.

Entenda o caso
O crime aconteceu em outubro de 2008 e foi transmitido em rede nacional por diversas emissoras. O réu invadiu a casa da sua ex-namorada Eloá Pimentel, 15 anos, no bairro de Jardim Santo André, em Santo André (SP), numa crise de ciúmes, e manteve Eloá e alguns de seus amigos em cárcere privado.
Após quase cem horas de negociações e com interferência do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) da Polícia Militar, Eloá foi morta com dois tiros e Nayara Silva, uma das amigas, foi ferida.


Leda Nagle: Como será o nosso amanhã?


Rio - Eu nasci, cresci e me formei em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Moro no Rio, onde escolhi para viver, há exatos 36 anos e 11 meses.Desde há muito falo que sou mineiroca, mistura de mineira com carioca, e com isto convivo com a brincadeira que ouço desde sempre: “Mineira de Juiz de Fora é carioca do brejo”. Pois muito bem, desde terça feira, sou carioca, com direito a diploma, discursos e brindes. O ainda vereador, e deputado federal recém-eleito, Stepan Nercessian, me fez esta graça, o que me deixou muito honrada.E muito sem graça também, porque, também desde sempre, não sei onde me enfiar quando recebo homenagens ou ganho elogios.
Gostei de tudo, fiquei muito feliz e até me lembrei de um ex-amigo que, nas movimentadas festas de aniversário que fazia, ao receber os presentes, dizia “não precisava se incomodar, mas adorei que tenha se incomodado”. Adorei que Stepan ,um goiano, tenha se incomodado com a minha falta formal de cidadania carioca e tenha me autorizado a cariocar de vez, com direito a hino da Cidade Maravilhosa, flores e a presença dos amigos mais queridos. Quando eu cheguei aqui, ainda falava mandioca, mexerica, passeio e sombrinha. Foi nesta cidade que descobri o aipim, a tangerina, a calçada e o guarda-chuva. O Rio não é só um lugar lindo, é a cidade certa, porque permite que a gente se descubra, permite a convivência feliz entre os “cariocas” que são gaúchos, baianos, paraenses, pernambucanos,franceses, argentinos e por aí vai. Foi aqui também que aprendi minha profissão e me tornei orgulhosa mãe do carioca Eduardo.
Gosto de viver aqui. E tenho cada vez mais medo de viver aqui. Enquanto estávamos na Câmara de Vereadores, queimaram ônibus, mataram pessoas, feriram outras, incendiaram carros. Tem sido assim todo dia. Ler os jornais de manhã tem sido muito difícil. Ver os telejornais da noite tira o sono. Ver as autoridades dizerem que a população tem que levar vida normal é de lascar.Ainda aparece um cretino que,num momento deste, coloca uma caixa suspeita em plena Ipanema, para chamar a atenção para um determinado produto. Vejo na TV que as comunidades querem as unidades pacificadoras. Que bom! Mas alguém acredita que os bandidos , a partir delas, vão trabalhar de carteira assinada? Conclusão: falta uma parte do plano. Uma ação que nos ajude a responder questões básicas, do tipo: como manter a rotina? Como viver sem tanto medo? Como conviver com este enfrentamento?Alguém sabe, de boato em boato, como será o nosso amanhã?


O DIA ONLINE

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Suspeito de agressão na av. Paulista é apreendido na Fundação Casa; polícia faz buscas por outros menores


Justiça de SP determinou na terça-feira (23) que rapazes fossem internados

Um dos suspeitos de agressões a homossexuais no último dia 14, na avenida Paulista, se apresentou nesta quinta-feira (25) à Fundação Casa, segundo informou o órgão. No começo da noite desta quinta, o adolescente de 17 anos se encontrava na unidade Brás (centro). A apreensão acontece após decisão judicial da última terça-feira (23). Por volta das 19h10, a Divisão de Capturas da Polícia Civil de São Paulo fazia buscas pelos outros três suspeitos.
Também nesta quinta-feira os advogados de dois dos quatro menores de idade suspeitos de agredir três pessoas entraram com pedido de revogação da internação dos garotos.
Segundo os representantes, caso a solicitação fosse negada, eles tentariam um habeas corpus para impedir a entrada deles na Fundação Casa. O R7 procurou a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado, que informou que os pedidos não foram julgados.
Antonio Salim Curiati Júnior, advogado de um dos adolescentes, espera a decisão do juiz.
- Na verdade, estamos buscando algo que já aconteceu, que é fazer com que os menores aguardem o julgamento em liberdade. A Justiça só voltou atrás dessa decisão depois que foram divulgadas as imagens do caso.
O representante de um menor de 16 anos, Alexandre Dias Afonso, já tem o pedido de habeas corpus redigido, caso a revogação da apreensão dos garotos seja negada. A decisão, segundo ele, deve se estender a todos os envolvidos.
- Todos os advogados devem ter entrado com o pedido de revogação. Como as situações são iguais, o que sair para um deverá servir para os outros. É o mesmo caso, são as mesmas circunstâncias.


Polícia recupera vídeos de pai abusando sexualmente do filho


João Paulo da Silva Ferreira, de 26 anos, foi preso no último dia 4 acusado de abusar da filha de cinco anos. Nesta quarta-feira, policiais recuperaram, do celular do acusado, vídeos que mostravam cenas de sexo entre ele e seu filho de dois anos. As imagens chocaram até mesmo as autoridades.
A mãe das crianças foi ouvida pelo delegado nesta quarta-feira e disse que já desconfiava que isso poderia ter acontecido.
O delegado Góes, que acompanha o caso, informou que aguarda um novo laudo do computador de Ferreira, para saber se ele distribuía as imagens pela internet, o que poderia agravar a pena.
A primeira vítima já está recebendo acompanhamento médico e psicológico e o mesmo deverá ser oferecido para a segunda.

Maria Alice Rangel Vila


Ação da polícia provoca fuga em massa de criminosos na Vila Cruzeiro





Megaoperação conta com pelo menos 350 policiais.
Há ainda 9 blindados da Marinha e 4 caveirões.

A entrada de 350 policiais na Vila Cruzeiro, na Penha, no subúrbio do Rio, provocou a fuga em massa de criminosos da comunidade. Sob ataque da polícia, eles fugiam por uma estrada no alto da favela a pé, em motos e picapes. Imagens gravadas de um helicóptero mostraram mais de cem homens entrando fortemente armados na mata, numa via que seria um dos acessos para o Conjunto de favelas do Alemão, na mesma região. Pelo menos dois deles foram atingidos enquanto tentavam fugir, mas foram resgatados pelos próprios comparsas.
Momentos depois foi possível ver alguns dos bandidos chegando tranquilamente na comunidade.
Um outro vídeo mostra o grupo se escondendo atrás de uma pedra e, na sequencia, tentando alcançar um acampamento do tráfico montado na mata.
Mais de uma hora depois de a polícia entrar na Vila Cruzeiro, na Penha, no subúrbio do Rio, a megaoperação ganha reforço para uma nova fase na ocupação. São mais de 200 policiais civis, três blindados da Marinha, totalizando nove desde esta manhã, e quatro caveirões do Bope. Além de agentes, eles levam reforço de munição.
Policiais do Bope retiraram um caminhao que bloqueava uma das ruas da favela. Mais cedo, um policial e um jovem, de 21 anos, ficaram feridos na região.
A polícia entrou nesta quinta na Vila Cruzeiro para prender criminosos que, segundo serviços de inteligência, deixaram comunidades pacificadas chamadas UPPs, as Unidades de Polícia Pacificadora.
A ação da polícia foi liderada pelo Bope, o Batalhão de Operações Especiais, usou ao menos 150 homens e teve o apoio da Marinha, que cedeu seis blindados.
Desde domingo, o Rio de Janeiro vive uma onda de violência, com arrastões, veículos queimados e ataques a forças de segurança. Segundo o governo do Rio, é uma reação à política das UPPs, quando a polícia ocupa áreas antes dominadas por criminosos. Desde 2008, 13 dessas unidades foram instaladas na cidade.
O balanço mais recente da PM indica que 14 veículos foram incendiados nesta quinta. Desde domingo (21) até as 11h30 desta quinta, a PM contabiliza 55 veículos queimados, 55 presos, 121 detidos, 29 armas curtas apreendidas, além de 11 fuzis, 2 espingardas e 5 granadas.



G1

Zoólogos fazem lista com 100 mamíferos ameaçados mais estranhos

A Sociedade de Zoologia de Londres (ZLS) fez uma lista com os 100 mamíferos ameaçados de extinção mais peculiares do mundo. Acima, o lêmur preto e branco de colar. Foto: Tomalin/Wildviews

Segundo os especialistas, animais estranhos como o gálago anão de rondo são 'patinhos feios' da natureza e acabam não recebendo tantas doações quanto bichos mais bonitos. Foto: Johan Karlsson

Esta preguiça-anã (Bradypus pygmaeus), descoberta em 2001 no Panamá, é a menor e mais ameaçada de todas as espécies de bicho-preguiça. Foto: Bryson Voirin

O saola, também conhecido como o unicórnio asiático, era desconhecido da ciência ocidental até 1992. Apenas poucas dezenas de espécimes sobrevivem nas florestas entre o Laos e o Vietnã. Foto: Ban Vangaban village/WCS



Polícia indiciará apenas pai de adolescente espancada até a morte em Cafelândia, SP


SÃO PAULO - A Polícia Civil de Cafelândia, a 407 km de São Paulo, vai indiciar por lesão corporal seguida de morte o pai da adolescente Larissa Rafaela de Lima, de 15 anos, que morreu nesta quarta-feira após ser espancada dentro da própria casa pelos pais. De acordo com o delegado Adilson Carlos Vicentini Batanero, a mãe da menina não responderá pelo crime, pois teria dado na filha "apenas um corretivo" com uma cinta. A menina foi espancada porque estava namorando em uma praça com um colega da escola, escondido, o que não seria permitido pela igreja frequentada pela família. José Carlos de Lima, de 38 anos, é acusado de agredir a filha com chutes na cabeça.
De acordo com Batanero, na tarde desta terça-feira, a mãe ficou sabendo que a menina estava na praça com o namorado e foi até o local, mas retornou ao saber que a adolescente já estava em casa.
- Ao chegar em casa, a mãe pegou uma cinta e agrediu a menina. O pai chegou logo em seguida do trabalho e começou a agredi-la após a menor responder a ele. Foram vários chutes na cabeça, segundo a mãe da vítima - diz o delegado.
Larissa começou a passar mal após a meia-noite e foi levada pelos próprios pais para a Santa Casa de Cafelândia, onde a mãe avisou a Polícia Militar do ocorrido. Após várias convulsões seguidas de vômito, a adolescente foi transferida para um hospital de Bauru, onde não resistiu aos ferimentos e morreu.
- Segundo o médico legista de Bauru, a causa da morte foi um edema pulmonar, provavelmente em decorrência nas lesões no cérebro da menina, que teria feito o pulmão parar de funcionar - diz Batanero.
De acordo com o delegado, não houve, por parte do pai, intenção de matar a filha. Por isso, ele não será indiciado por homicídio.
- O que houve foi lesão corporal seguida de morte. O pai socorreu a filha, não tinha intenção de provocar a morte - acrescenta.
Segundo Batanero, a mãe da menina não será indiciada. Tanto ela quanto o pai, ao serem comunicados sobre a morte da filha, entraram em estado de choque.
Larissa cursava o primeiro ano do Ensino Médio em um centro educacional de Cafelândia e começou a namorar um colega da escola há algumas semanas.
O crime deixou amigos da família chocados. Segundo a polícia, a família era estruturada e Larissa tem dois irmãos.
- Ela ajudava a mãe, era tranquila, excelente. Não sei o que aconteceu com este pai - diz Anizete da Silvam amiga da família.
Amigos dizem que o pai da menina era calmo.
- Um cara 100%, brincalhão, não tem como explicar. Eu estou surpreso também - disse Roberto Machado, mecânico e conhecido da família.
José Carlos de Lima foi encaminhado para a cadeia pública de Promissão. Caso seja condenado, ele poderá cumprir pena que varia de 4 a 12 anos de prisão, segundo o delegado Adilson Carlos Vicentini Batanero.


O Globo

PEDIDO FEITO ATRAVÉS E-MAIL


Olá
gostaria de me corresponder com pessoas que também tenham filhos com Sindrome de Kabuki, voce poderiam me ajudar?
Sandra

Quem puder ajudar, por favor entre em contato com essa pessoa:
sandrahelenacastro@gmail.com


(Figura ilustrativa)

Bandidos continuam a realizar ataques no Rio nesta quinta-feira


RIO - Nesta quinta-feira bandidos continuaram a realizar ataques no Rio. Bombeiros do quartel de São Gonçalo seguem para a Estrada de Santa Isabel, em Santa Isabel, onde mais um ônibus foi incendiado. Além desse, um micro-ônibus foi incendiado na Rua Caxambu, em Rocha Miranda, em Irajá, próximo da estação do Metrô.
Confira o mapa dos ataques e da reação da polícia
Também na manhã desta quinta-feira, garis da Comlurb encontraram seis bananas de dinamite enroladas em fios e com um relógio. O artefato foi encontrado dentro de uma lixeira na rua Sanatório perto da Rua Carolina Machado, em Madureira. Segundo os policiais militares do 41º BPM (Irajá) o Esquadrão Anti-Bombas foi acionado, e o explosivo foi recolhido.
Os motoristas devem ficar atentos porque blitzes policiais estão sendo feitas em vários pontos da cidade.
Na madrugada, quatro ataques foram registrados, e uma pessoa foi baleada. Sete pessoas - entre elas quatro menores - foram presas. Os ataques fizeram com que várias ruas da cidade ficassem vazias na madrugada, e o comércio ficou fechado - a segurança foi reforçada pela PM.
O caso mais grave foi registrado na Avenida Brasil, pista sentido Zona Oeste, altura da Penha. Por volta das 23h30m, bandidos interceptaram um ônibus da Viação Flores na altura da Cidade Alta, na pista sentido Zona Oeste. O motorista Reginaldo Dias Peixoto, 36 anos, não obedeceu a ordem de parar e os criminosos atiraram. Em seguida, atearam fogo no veículo. O motorista foi atingido na cabeça e levado para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha. Ainda não há informações sobre o estado de saúde da vítima.
Em Botafogo, um carro foi incendiado na Rua Jornalista Orlando Dantas. Por volta de 1h, dois rapazes atearam fogo num Clio Sedan que estava estacionado. O proprietário do veículo, o empresário Marcondes Valois, 45 anos, disse na delegacia que estava dormindo, e acordou com o barulho da explosão:
- Liguei para a portaria e disseram que tinha um carro pegando fogo. Quando desci, vi que era o meu. Comprei o carro há dez dias, e não estava no seguro.
O empresário revelou que há dois anos sofreu assalto na Linha Amarela. Na ocasião, foi baleado no braço esquerdo. Ele falou sobre a sensação de insegurança na cidade:
- É uma sensação de pés e mãos atados. Não temos o que fazer, está fora de controle. É o remédio amargo que teremos que tomar. E o meu está sendo ainda mais amargo. Vamos ter que passar por isso, mas depois vai melhorar. O trabalho que a PM está fazendo (UPPs) é para melhorar. E vai melhorar - disse Marcondes, se referindo às instalações de Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs).
Os rapazes acusados de incendiar o veículo foram presos minutos depois do crime, por policiais do 2º BPM (Botafogo). Segundo a polícia, Wellington Pereira da Silva, 21 anos; e Fernando Buecker dos Santos, 25, foram detidos na Praia de Botafogo. Eles estavam com uma mochila com roupas e um pacote de fósforos. Em depoimento na 12ª DP (Copacabana), eles confessaram que fazem parte de uma facção criminosa, e que vieram de Belford Roxo, na Baixada Fluminense, para fazer os ataques.
Em Vila Isabel, a polícia prendeu quatro rapazes - três deles menores de idade. Eles estavam com garrafas cheias de gasolina e coquetéis molotov. Com o grupo também foi apreendida uma pistola 9mm sem munição. Segundo a polícia, os presos teriam confessado que iriam incendiar veículos a mando do traficante Leandro Nunes Botelho, o Scooby, ex-chefe do tráfico de drogas do Morro dos Macacos. Um dos criminosos foi identificado como Alessandro Campos Santos, 18 anos.
Na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, um Escort foi incendiado na Avenida Ayrton Senna. Em Laranjeiras, um menor foi apreendido com uma garrafa de gasolina. Ele foi conduzido à 5 DP (Gomes Freire), e depois encaminhado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
No início da madrugada, outro ônibus foi incendiado na Avenida Presidente Costa e Silva, no bairro de Edson Passos, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Ninguém ficou ferido.
Na noite de quarta-feira, dois motoqueiros deixaram uma mala na Rua São Cristóvão, a cerca de 200 metros da 17ª DP, e avisaram à população para que não se aproximasse. O 4º BPM foi avisado, assim como a Polícia Civil. Agentes da Divisão Antibombas detonaram a mala, mas não encontraram nenhum objeto suspeito.


Ator mata mãe com espada de samurai


Segundo polícia, ele teria lido passagens da Bíblia ao assassiná-la

O ator haitiano Michael L. Brea, cujo trabalho de maior relevância foi uma participação na série "Ugly Betty", foi preso nesta terça-feira (23) em Nova York, após matar a própria mãe de 55 anos. De acordo com o site The Hollywood Reporter, a polícia local confirmou que Brea a assassinou com uma espada de samurai. Ele a teria decapitado e perfurado seu corpo por diversas vezes.
Ainda de acordo com os policiais, vizinhos do ator, no bairro do Brooklin, escutaram-no gritando passagens da Bíblia durante a madrugada. Brea teve de receber choques para poder ser algemado em flagrante. Além de uma pequena participação no seriado que foi cancelado neste ano, Brea também trabalhou em comerciais da Coca-Cola e no filme "Step-Up 3D".

PM faz reintegração de posse em prédio no Centro de SP



Cerca de 1.200 famílias ocupam o local desde 4 de outubro.
Segundo lideranças, saída será pacífica.

A Polícia Militar realiza a partir das 7h30 desta quinta-feira (25) a reintegração de posse de um prédio localizado na Avenida Ipiranga, no Centro de São Paulo. Cerca de 1.200 famílias integrantes da Frente de Luta por Moradia ocupam o local desde o dia 4 de outubro.
Policiais militares já estavam no local por volta das 6h30. Lideranças do movimento tiveram uma reunião com a polícia e as famílias afirmaram que irão colaborar com o trabalho dos policiais.
Por causa da reintegração, a Avenida Ipiranga foi completamente bloqueada entre as avenidas Rio Branco e São João. Com a interdição da Avenida Ipiranga, a São Paulo Transporte (SPTrans) alterou o itinerário de três linhas de trólebus que passam pelo local.
A CET realizou desvios na região. Os motoristas que utilizam a pista da direita da Avenida Ipiranga devem seguir pela Avenida Rio Branco (sentido bairro), fazer o retorno na Praça Princesa Isabel, Avenida Rio Branco (sentido Centro), Largo do Paissandu e seguir pela Avenida São João para voltar à Avenida Ipiranga. Quem trafega pela pista da esquerda deve seguir pela Avenida Rio Branco (sentido Centro), Largo do Paissandu, e Avenida São João para acessar novamente a Avenida Ipiranga.
As linhas Terminal São Mateus-Terminal Parque Dom Pedro II (2290/10), Jardim Vila Formosa-Terminal Princesa Isabel (2290/41) e Jardim Vila Formosa-Praça da República (3139/31) retornam a partir do Viaduto Diário Popular. Os usuários eram orientados na região.
Além disso, 58 linhas de ônibus convencionais que atendem a região tiveram seus itinerários alterados. Técnicos da SPTrans estavam no local para orientar os passageiros.
No dia 18 de novembro, famílias foram retiradas do prédio do INSS na Avenida 9 de Julho, também na região central de São Paulo.

G1

Jovem se apresenta como mais uma vítima de agressores em SP



A Polícia Civil de São Paulo confirmou, nesta quarta-feira, que mais uma vítima prestou depoimento no 5º Distrito Policial (Aclimação), informando ter sido vítima de agressão pelo mesmo grupo de jovens suspeito de ataques na Avenida Paulista, no dia 14 de outubro. De acordo com o delegado Renato Felisone, o estudante de 19 anos disse que foi espancado pelo grupo em uma danceteria.
O jovem foi ouvido na terça-feira e afirmou que reconheceu os jovens após ver o vídeo divulgado pela Polícia Civil com imagens de câmeras de segurança, que resgitraram outras agressões. "Ele disse que esbarrou em um dos rapazes na festa e, sem que desce tempo para pedir desculpas, começou a ser agredido pelos cinco", afirmou o delegado.


Jornal do Brasil

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Garota que namorava escondida é espancada até a morte pelos pais



Menina de 15 anos passou mal durante a madrugada em Cafelândia

Uma adolescente de 15 anos morreu na madrugada desta quarta-feira (24) após ser espancada pelos pais em Cafelândia, a 412 km de São Paulo. Segundo a Polícia Civil, a garota foi agredida porque namorava escondida da família.
Na noite de terça (23), ainda de acordo com a polícia, os pais da garota a viram com um rapaz em uma praça da cidade. Ao chegar em casa, a jovem levou golpes de cinta e chutes; um dos pontapés atingiu sua cabeça.
Terminada a agressão, a família foi dormir. Os pais acordaram no meio da madrugada e encontraram a jovem tremendo e passando mal. Ela foi levada a um hospital em Lins, também no interior do estado. Por conta do grave estado de saúde, foi transferida para um centro médico em Bauru, onde morreu.
O corpo da adolescente foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML) de Bauru. Um laudo irá precisar a exata causa de sua morte. O pai foi preso e a mãe, internada em um hospital em estado de choque.


EPTV

Agressor da av. Paulista responderá por crime de tentativa de assassinato


Delegado disse que pedirá a prisão preventiva do suspeito maior de idade

O maior de idade suspeito de ter participado de uma série de agressões na avenida Paulista no dia 14 deste mês deve responder pelo crime de tentativa de assassinato, segundo afirmou o delegado Renato Felisoni nesta quarta-feira (24). O inquérito será entregue descrevendo o crime como tentativa de homicídio culposo com dolo eventual, que é quando o suspeito assume o risco pelos seus atos.
Um estudante universitário de 23 anos reconheceu nesta quarta-feira os agressores - quatro adolescentes e o jovem de 19 anos. O novo entendimento do crime pela Polícia Civil não deve provocar grande mudanças nas possíveis penas socioeducativas que os menores estão sujeitos.
Segundo o delegado, as imagens deixaram claro que, mesmo depois da vítima desmaiar, os suspeitos continuaram a bater na vítima.
De acordo com a Polícia Civil, a vítima viu o vídeo da própria agressão e pôde apontar a participação de cada um dos cinco suspeitos.
Segundo o delegado José Natalo, do 5º Distrito Policial, o inquérito do caso será relatado nesta quinta-feira (25) ao Ministério Público. O policial ainda disse que pedirá a prisão preventiva do suspeito maior de idade.
Natalo disse que a vítima contou em depoimento ter sido imobilizada pelos menores de idade enquanto o jovem de 19 anos dava socos e pontapés. A vítima compareceu à delegacia com curativos no nariz.
O delegado disse que vai indiciar o maior de idade suspeito pelo crime de lesão corporal grave. O Ministério Público, no entanto, poderá mudar o enquadramento para outros crimes.

Entenda o caso
Cinco jovens foram detidos na manhã do dia 14 deste mês suspeitos de agredir três pessoas na avenida Paulista, região central de São Paulo. Eles alegaram provocação para os ataques. A justificativa contraria a versão das vítimas e das testemunhas que presenciaram as cenas de agressão. Segundo elas, os ataques tiveram motivação homofóbica. As três vítimas já receberam alta médica após serem encaminhadas a hospitais da região.
Na segunda-feira (22), uma testemunha prestou depoimento na delegacia. Ela ajudou a socorrer uma das vítimas e terminar com as agressões feitas por cinco jovens – quatro menores e um maior de idade. No testemunho, o homem disse acreditar que as agressões foram motivadas por homofobia.
Na terça-feira (23), novas imagens da agressão, captadas pelo sistema de segurança de um prédio próximo ao local do crime, foram divulgadas pela polícia.

Josimara Silva

Greve geral histórica em Portugal contra plano de ajuste


Mestres e professores, bombeiros, funcionários ferroviários, artistas, pilotos e médicos uniram-se nesta quarta-feira, dia 24, em Portugal para protestar contra o plano de austeridade do governo socialista, realizando a maior greve geral da história do país, segundo os sindicatos.
"É a maior greve já realizada, mais importante que a de 1988", ano em que foi convocada a maior paralisação unitária em Portugal, afirmou o secretário-geral da central sindical UGT, João Proença, enquanto seu colega da CGTP, Manuel Carvalho da Silva, falava de "mais de três milhões de grevistas".
"Na grande maioria dos casos, a mobilização é inclusive mais forte que durante as greves setoriais e não integra apenas o setor público, mas também o privado", disse Proença. O movimento, convocado por essas duas centrais sindicais, unidas pela primeira vez em 22 anos, provocou uma paralisação quase total nos transportes públicos, e todos os voos comerciais, tanto de partida quanto de chegada a Portugal, foram cancelados.
Esta greve geral ocorre em protesto contra a política de austeridade imposta pelo governo para reduzir os déficits públicos e tranquilizar os mercados financeiros. Os sindicatos expressaram satisfação com a forte mobilização do setor privado, enquanto a ministra do Trabalho, Helena André, a qualificou de "muito reduzida", estimando que a greve afetou sobretudo a administração pública e os transportes.
Segundo a ministra, o setor "mais atingido" pelo movimento é o dos transportes, com uma "taxa de adesão de 5,9 a 95%, segundo as empresas". Em Lisboa, a rede do metrô permaneceu fechada durante todo o dia, e apenas um em cada quatro ônibus circulava. O transporte fluvial entre as duas margens do rio Tejo também estava interrompido, o mesmo acontecendo com 75% dos trens.
"Não foi registrado nenhum incidente. As pessoas entendem que não é uma greve para pedir aumento salarial, é para defender os direitos de todos, os subsídios familiares", declarou à AFP José Marques, condutor do metrô em Lisboa há 16 anos. A greve acontece num momento em que o parlamento português se prepara para votar de forma definitiva na sexta-feira um orçamento de austeridade sem precedentes para cortar o déficit, de 7,3% para 4,6% do PIB.
Este plano de ajuste inclui redução de salários, alta de impostos e diminuição de benefícios sociais. A greve provocou fortes perturbações nas áreas da saúde - nos hospitais apenas os casos de urgência eram atendidos - e educação, com 75% dos professores em greve, de acordo com seu sindicato. Bombeiros, bancários, artistas, agentes penitenciários, funcionários da justiça também aderiram ao movimento, enquanto policiais deixaram de registrar infrações.
De acordo com os sindicatos, o movimento foi "significativo" em várias das empresas mais importantes do país, com fábricas de automóveis paralisadas e indústrias de calçado, papel e cortiça sem trabalhadores. No entanto, as associações patronais destes setores falaram de "distúrbios residuais", anunciando taxas de adesão menores de 5% em nível nacional.
Independentemente da amplitude da greve desta quarta-feira, a ministra reafirmou que a margem de manobra do governo era "praticamente nula", no momento em que Portugal está na mira dos mercados, após os planos de resgate aplicados na Grécia e na Irlanda. Sua aplicação daria lugar a uma forte queda do poder aquisitivo em um país onde o salário mínimo é inferior a 800 euros. A última greve geral em Portugal ocorreu em maio de 2007, mas na época foi convocada apenas pela CGTP.
Afetado por um crescimento amorfo nos últimos anos, Portugal possui uma dívida pública de 161 bilhões de euros (cerca de 220 bilhões de dólares), ou seja, mais de 82% de seu PIB.


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