sábado, 30 de março de 2013

REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES


Imperdível para amantes da língua portuguesa, e claro também para Professores.
Isso é o que eu chamo de jeito mágico de juntar palavras simples para formar belas frases.
REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES

Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ


'PÁTRIA MADRASTA VIL'

Onde já se viu tanto excesso de falta?
Abundância de inexistência...
Exagero de escassez...
Contraditórios?
Então aí está!
O novo nome do nosso país!
Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe.
Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil, está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira.'
Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir.
Ela me daria um verdadeiro Pacote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa.
A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade.
Uma segue a outra...
Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição.
Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar.
E a educação libertadora entra aí.
O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito.
Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura.
As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)...
Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra?
De que serve uma mãe que não afaga?
E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo.
Cada um por todos.
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas.
Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil?
Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil?
Ser tratado como cidadão ou excluído?
Como gente... Ou como bicho?


Premiada pelaUNESCO, Clarice Zeitel Vianna Silva, 26, estudante que termina Faculdade de Direito da UFRJem julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários. Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio daOrganização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO)por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade.' A redação deClariceintitulada 'Pátria Madrasta Vil',foi incluída num livro, com outros cem textos selecionados no concurso. A publicação está disponível no site daBiblioteca Virtual da UNESCO.

[REALIZATTO] MEU AMIGO, MEU FILHO!


Não tenho mais lágrimas para chorar. Não sei onde voce está, onde dorme, como vive o seu dia a dia.
No começo dessa separação, sentia sua falta como se tivesse faltando alguma parte de mim mesmo.
Depois, quando entendi, como as coisas aconteceram, quem nos separou e como fomos vítimas de pessoas que frequentavam nossa casa, como parentes, sem levantar suspeita, estragando a vida de voces como crianças, que podendo ter tudo, não tiveram o direito de ter uma vida normal junto da mãe que os amava acima de qualquer coisa.
Os nossos algozes, Luiza e Massaru, alternavam voces dentro de minha própria casa, e como eram gêmeos, sem que eu soubesse que havia dado à luz filhos gêmeos, pois um de voces foi levado quando ainda estava na maternidade, sem que eu soubesse, eram trocados na porta da escola para ficar em minha casa. Além disso, haviam retirado óvulos do meu corpo, após me deixarem inconsciente, e como ela Luiza não podia engravidar, realizou junto com o médico Nakamura todas as experiências possíveis utilizando os meus óvulos. É uma história de terror, acontecida dentro de nossa casa, com personagens reais e pessoas que se passam por gente de bem.
Eu não via a diferença entre voces. Achava que era apenas 1 (um), e por isso sempre falava como se fosse para a mesma pessoa.
Em novembro/2012, ao rever documentos, entre eles a certidão de batismo, vi que houve um batismo do qual eu não participei, para voce, onde os dois (Luíza e Massaru) eram padrinhos. Depois, li suas cartas para mim, e então as coisas foram se esclarecendo. Entendi que era mais de um filho que eu tinha. E, teria amado e feito qualquer coisa para ajudar, para alegrá-los, para que tivessem conforto e o melhor que pudessem ter.
Poderiam ter me contado tudo. Por que silenciou sobre tudo isto? Nós teríamos conversado, decidido como arranjar tudo. Tenho certeza que poderíamos viver todos juntos. Mas, depois que a Luiza e o Massaru se intrometeram em nossas vidas sem serem chamados, mudando a vida de voces como se fosse um objeto que se tira de lugar ou se joga fora, e disseram ao seu irmão e sua irmã, que voces tinham um irmão com preblemas, da forma mais errada possível, sem me comunicar uma palavra sobre o assunto, estes dois resolveram deixar voce na rua. Eu não sabia que era voce, lá na portaria do prédio. Não sabia que não estavam deixando voce entrar no prédio, pois até então eu sabia que tinha apenas um filho. Se voce ler este texto, me diga onde voce está, mande uma mensagem, me ligue, meu celular é (16) 88222861. Saiba que eu jamais abandonaria nenhum dos meus filhos. Somos nós quem temos que fazer a justiça, e, para isto temos que nos reunir, precisamos falar tudo que os nossos algozes não deixaram e a distância se encarregou de calar.

Informação enviada por e-mail pela própria

sexta-feira, 29 de março de 2013

Procrastinação: O eterno adiar...


Para quem não conhece esse termo, procrastinar significar adiar alguma ação útil ou importante que você poderia fazer agora. Algumas pessoas adiam decisões e ações por dias, meses, anos e, até mesmo, por uma vida inteira, gerando insatisfação, ansiedade e outras consequências.

A procrastinação pode ocorrer nas mais diversas áreas nos impedindo de realizar variadas coisas que levariam a uma vida mais plena. Por exemplo: fazer um curso, ir à busca de um emprego, escrever um texto, fazer a lição de casa, falar com alguém sobre algum tema não muito agradável, organizar o guarda-roupas, contratar uma pessoa para fazer um serviço, consertar um defeito do carro, chamar o eletricista para arrumar algo em casa, começar se exercitar, fazer uma dieta, aprender uma língua, fazer uma viagem, começar a poupar, iniciar um novo projeto profissional, começar a meditar, fazer um tratamento de saúde, ler o manual gratuito da EFT, começar a se autoaplicar a EFT etc.

A procrastinação não se dá por “fraqueza” ou por falta de inteligência. Pessoas consideradas “fortes” também vão ter episódios de procrastinação e o mesmo ocorrerá com pessoas vistas como muito inteligentes. Quando estamos adiando algo que é importante, estamos vivenciando a manifestação de mecanismos sabotadores conscientes e inconscientes.

Por trás do eterno adiar existem várias crenças, pensamentos e sentimentos negativos que estão nos amarrando e que, muitas vezes, não conseguimos perceber. Muitas desculpas podem surgir para justificar a tomada de ações: “preciso esperar o melhor momento, sou novo demais, sou velho demais, preciso antes aprender tal coisa, tenho que me tornar uma pessoa de tal jeito para poder fazer isso, não me sinto capaz o suficiente, quando a economia melhorar eu faço, nessa cidade não tem como começar, só quando eu ficar mais magro, se eu fosse mais bonito já teria começado, não comecei ainda porque minha família não me apoia, preciso que determinada pessoa me ajude e ela nunca tem tempo e é por isso que ainda não comecei, vou fazer quando tiver mais dinheiro...Para ver o texto completo utilize este link.

Informação recebeida por e-mail

SÍNDROME DE TAR

quarta-feira, 27 de março de 2013

Feliciano manda prender rapaz que o chamou de racista


Na sessão de hoje da Comissão de Direitos Humanos e Minoria, o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), na foto, mandou a polícia legislativa prender um manifestante por tê-lo chamado de racista.

Feliciano apontou o dedo para um rapaz: “Aquele senhor de barba, chama a segurança. Ele me chamou de racista. Racismo é crime. Ele vai sair preso daqui”.

Marcelo Régis Pereira, o manifestante, protestou: “Isso [a detenção] é porque sou negro. Eu sou negro”.

Depois que Pereira foi retirado da sala, Feliciano disse aos manifestantes: “Podem espernear, fui eleito com o voto do povo”.

O deputado não conseguiu dar prosseguimento à sessão por causa dos apitos e das palavras de ordem cos manifestantes, como “Não, não me representa, não”; “Não respeita negros, não respeita homossexuais, não respeita mulheres, não vou te respeitar não”.

Jovens evangélicos manifestaram apoio ao deputado: “Fica, Feliciano”; "Jesus, Jesus”. O grupo contra o pastor respondeu: "Estado laico já".

A sessão começou às 14h20 e durou apenas 10 minutos por causa da confusão. Feliciano a transferiu para outra sala, onde foi permitida a entrada apenas de 40 manifestante (20 contra o deputado e 20 a favor), além dos jornalistas

Paulopes

Debate em São Paulo discute os impactos negativos da publicidade infantil


Preocupados com a influência da publicidade em torno de crianças e adolescentes, a série de encontros mensais Primaveras – diálogos sobre ativismo, democracia e sustentabilidade promoveu, no último dia 20 de março, o debate Publicidade Infantil: João e Maria na Terra Sem Lei.

Fazendo alusão aos contos infantis, o coordenador de comunicação do Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), Adriano Calhau, abriu a noite na Matilha Cultural, em São Paulo, com um texto autoral sobre os personagens João e Maria vivendo em meio às chamadas junkies foods (lanche, salgadinho, fritura) e os massivos ataques da publicidade direcionada às crianças.

Em forma de roda, o debate contou com as participações dos cineastas, Tadeu Jungle e Estela Renner, autora de importantes filmes sobre a relação de crianças com o consumo. Segundo especialistas, além de problemas como estresse familiar, adultização, erotização e sexualidade precoces, e outros fatores nocivos, o aumento da ideia do “ter para ser” se torna cada vez mais pertinente na sociedade contemporânea.

Crianças, a Alma do Negócio (2008) e o mais recente lançamento da diretora, Muito Além do Peso (2012), trazem depoimentos e fatos chocantes sobre essa relação desigual e seus malefícios, como o aumento da obesidade infantil no Brasil, doença que assombra mais de um terço das crianças.

Outro dado interessante é que 56 por cento dos bebês com menos de um ano já tomaram refrigerante. A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), feita em 2011 pelo Ministério da Saúde, revelou que a proporção de obesos subiu de 11,4 por cento para 15,8 por cento entre 2006 e 2011. A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), de 2009, apontou que 21,7 por cento dos brasileiros que têm entre 10 e 19 anos apresentam excesso de peso; em 1970 esse índice era de 3,7 por cento. Segundo os dados, 1,14 por cento das mulheres e 0,44 por cento dos homens apresentam obesidade grave, o que representa 0,8 por cento da população. Ao todo, há 14,8 milhões de brasileiros obesos, número equivalente a quase metade dos obesos dos Estados Unidos.

“Um dos objetivos do filme, e tem a ver com ativismo sim, é provocar as pessoas individualmente”, explica a diretora. “É isso que a gente quer para nossos filhos?”, questiona. Além disso, os filmes se tornam cada vez mais pertinentes por comprovar que a sociedade está sofrendo excessos, mas não está totalmente consciente disso. “Tem um segmento gigantesco de médicos, nutricionistas, psicólogos e afins preocupados com as famílias e suas geladeiras. Nesse sentido, o filme surge como ferramenta para utilização em qualquer espaço formativo e educativo", explica Estela.

Apesar da formação de publicitário, Jungle é consciente da causa e reflete sobre os caminhos saudáveis que podem ser adotados e a relevância da produção de conteúdos audiovisuais como ferramenta para ativistas. “Eu vejo o mundo atual cada vez mais conectado, com pessoas mais ativas enquanto indivíduos. Uma pedrinha atirada na margem de um lago reverbera-o por inteiro. Essa é a importância do audiovisual, da internet e de pessoas interessadas”.

O debate foi organizado por cinco grupos que se dedicam a temáticas e causas sociais: o Instituto Democracia e Sustentabilidade; o espaço Matilha Cultural; as revistas Página 22 e Outras Palavras e a Escola de Ativismo. E contou com a cobertura online realizada pela Pós TV.

Retrocesso político


Para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, a publicidade parece não atingir a sociedade. Indo contra dados e fatos, o governante novamente vetou mais um projeto de lei, aprovado pela Assembleia Legislativa, relacionado à venda de alimentos para crianças.

O projeto 1.096/2011, do deputado estadual Alex Manente (PPS), foi interpretado pelo governador como inconstitucional. Alckmin também afirma falta de competência do Estado em legislar a propaganda comercial. No fim de janeiro, o governante já havia vetado o projeto de lei apresentado pelo deputado estadual Rui Falcão (PT), que restringia a publicidade de alimentos não saudáveis em escolas e, das 6 às 21 horas, nas rádios e TVs (PL 193/2008).

“Fazer uma contrapropaganda é uma forma de ativismo legal. É mais fácil queimar a imagem de uma marca do que tentar fazer valer um projeto de lei”, sugere Estela Renner. “Temos o outro lado da historia, a nossa historia, que podemos contar na web e de forma audiovisual”, concorda Tadeu Jungle.

O diretor, porém, faz uma ressalva. “A ideia não é vilanizar o produto, mas direcioná-lo ao público certo. Crianças jamais devem fazer parte desse público, porque elas fantasiam e não têm discernimento do que é real ou não".

Em nota pública, o Instituto Alana (apoiador da causa e de iniciativas contra os excessos da propaganda voltada ao público infantil) aponta que “faltou, mais uma vez, vontade política para enfrentar com coragem a necessidade de regulação do abusivo marketing de alimentos 'junkie food' direcionados às crianças”. A ONG também apoiou a cineasta na produção de seus dois documentários.

promenino

Adoções por estrangeiros caem e tendem ao fim no Brasil


A burocracia e a mudança do perfil socioeconômico dos brasileiros vêm reduzindo o número de adoções de menores brasileiros por estrangeiros.

Representantes de organizações que lidam com essas adoções relataram à BBC Brasil que esse tipo de adoção tende a deixar de ser realizado no país. Estatísticas dos últimos 30 anos também reforçam essa percepção.

As restrições à adoção internacional estão presentes na própria lei brasileira. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em vigor desde 1990, estabelece como prioridade que menores disponíveis à adoção sejam destinados a famílias no próprio Brasil e, apenas em caráter excepcional, a estrangeiros.

Na prática, isso tem feito com que apenas crianças mais velhas, com deficiências ou com irmãos igualmente procurando por uma família sejam oferecidas a casais no exterior, já que crianças com esses perfis atraem menos brasileiros interessados em adotar.

Convenção de Haia
O governo só tem dados consolidados sobre adoção internacional no Brasil de 2003 a 2011. Os números oficiais mostram que, desde 2007 até 2011, houve uma queda de 31,67%, de 461, há seis anos, para 315 adoções, há dois anos.

Mas levantamentos independentes, realizados por acadêmicos, indicam que houve uma queda bem mais acentuada em relação a décadas anteriores.

Além de ter adotado o ECA, o Brasil promulgou em 1999 a Convenção internacional de Haia sobre adoções internacionais, que contém regras mas rigorosas para esse tipo de procedimento, visando proteger as crianças de ameaças como o tráfico internacional de menores.

O tratado estabeleceu a criação de órgãos centrais encarregados de adoções internacionais, que, no Brasil, existem nas esferas federal e estadual. Além disso, a Convenção exigiu a emissão de novos documentos para efetivar o processo de adoção.

Jane Prestes, secretária da Comissão Estadual Judiciária de Adoção do Paraná, ressalta as dificuldades impostas pela convenção. "Não podia mais fazer adoção por procuração, com advogados. Todas as organizações que ajudavam estrangeiros a adotar crianças no Brasil tiveram que ser recredenciados em Brasília", explica.

O aumento da burocracia fez com que algumas organizações deixassem, na prática, de operar no país. Segundo Jane, algumas delas "fugiram" para países onde a burocracia é menor, como os que não ratificaram a Convenção de Haia, como o Haiti e a Rússia.

Maristela Vilhena, advogada que trabalha há mais de 30 anos com adoções internacionais, elogia a legislação atual. "Antes era uma terra de ninguém. A questão não é só fazer adoção, tem que fazer adoção bem feito", opine.

Segundo ela, as normas adotadas pelo Brasil "prejudicam, em última instância", os menores esperando por adoções por pessoas no exterior, mas elas são "necessárias" para protegê-los.

Demora

Tanto Maristela quanto Jane salientam, porém, que o principal problema que emperra as adoções no Brasil é o mesmo tanto para as feitas por adotantes brasileiros quando por estrangeiros: a demora da justiça em liberar as crianças para adoção.

Para que isso aconteça, as autoridades judiciais precisam eliminar as possibilidade de que um membro da família da criança possa ficar com ela, o que é prioridade pela lei brasileira.

Esperando pela chamada destituição do poder familiar, muitos menores passam mais tempo nos abrigos do que os dois anos máximos previstos em princípio pela lei brasileira.

O Conselho Nacional de Justiça estima que 44.313 crianças estavam em centros de acolhimento em todo o país, mas só 5.487 delas estavam disponíveis para adoção.

"Muitas vezes demoram anos para colocar para adoção internacional, tentando reinserção na família de origem, avaliando, checando", diz a psicóloga Cintia Reis da Silva, da organização italiana de adoção internacional Senza Frontiere Onluz.

"Quando disponibilizam para adoção já tem mais de nove anos de idade, não conseguem a (adoção) nacional e continuam tentando, e só quando a criança está maiorzinha é que colocam para a internacional. Deveriam ter um bom senso", opina.

Crianças com deficiências ou que tem irmãos – devendo então ser adotadas com eles – acabam encontrando um caminho mais rápido rumo à adoção por estrangeiros por, em geral, não se encaixarem no perfil procurado por brasileiros.

Mas a adoção desses menores também é difícil no exterior, o que gera um desestímulo para organizações internacionais que atuam com adoções no Brasil.

Kathleen Nelson, diretora da Hands Across the Water, uma organização americana que deixou de atuar no Brasil, disse que a decisão ocorreu porque a entidade "não podia encontrar famílias que queriam adotar as crianças disponíveis" no país.

"Embora as famílias estivessem interessadas em crianças mais velhas, as que nos eram indicadas tinham deficiências físicas significativas. Sabemos que essas crianças também precisam de famílias, mas o sistema parecia segurar as mais jovens e saudáveis, e estas também permaneciam nos orfanatos até que tivessem mais problemas e ficassem mais difíceis de adotar", explicou.

'Mudança de paradigma'Questionada pela BBC Brasil sobre a queda no número de adoções internacionais no Brasil, a Secretaria Nacional dos Direitos Humanos reconheceu que "todos os programas governamentais priorizam a recolocação de crianças em sua família de origem".

Maristela Vilhena, advogada especialista em adoções internacionais

"No momento, não existe uma meta formal para acabar com a adoção internacional, o que vem ocorrendo é uma mudança no paradigma socioeconômico do país, com redução do número de crianças abrigadas, em consequência direta da melhoria dos indicadores socioeconômicos", diz uma nota divulgada pela secretaria.

Dora Martins, secretária da Comissão Estadual Judiciária de Adoção Internacional de São Paulo, reforça essa visão.

"Fato é que o Brasil tenta e vai continuar tentando 'acabar' com a adoção internacional na medida em que, combatendo a pobreza, quer evitar a desintegração familiar e a ida de crianças para abrigos."

"Por certo, vai demorar", afirma. "Mas, e ao mesmo tempo, temos tido uma mudança no perfil dos adotantes brasileiros que, cada vez mais, estão aceitando crianças maiores, negras e com problemas de saúde para adoção. Isso, por certo, diminui a necessidade de buscar pretendentes internacionais para elas."

Maristela Vilhena se diz cética quando ao fim da adoção internacional no Brasil, ainda que veja o procedimento como um problema para o governo, na medida que indica um falha na tentativa de resolver internamente o problema dos menores sem família.

Adoções internacionais no Brasil (órgãos credenciados)

*2007 – 461

2008 – 421

2009 – 392

2010 – 313

2011 – 315

*O número indica o total de crianças adotadas por ano.

Fonte: Secretaria Nacional de Direitos Humanos


As adoções internacionais atrapalham o marketing político do governo. São um sinal de que tem algo errado."

Maristela Vilhena, advogada especialista em adoções internacionais

BBC Brasil

Polícia vai ouvir nesta quarta-feira parentes do menino de 6 anos morto em Barra do Piraí


Entre eles, o pai da criança Heraldo Bichara, com quem a manicure afirmou ter um caso
Seap divulga foto de Suzana do Carmo no presídio


RIO - O delegado titular da 88ª DP, José Mário Salomão de Omena, informou que vai ouvir nesta quarta-feira os parentes do menino João Felipe Eiras Santana Bichara, de 6 anos, que foi morto asfixiado pela manicure Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo, também prestará depoimento o pai da criança Heraldo Bichara, com quem a manicure afirmou ter um caso. Nesta manhã, a Secretaria estadual de Administração Penitenciária (Seap) divulgou a foto da manicure Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo já detida em Bangu. Na imagem, ela aparece já com o cabelo cortado e com roupa de presidiária.

Na terça-feira, o delegado José Mário acusou a manicure de ser “fria e calculista”. No entanto, segundo o policial, ela não tinha antecedentes criminais.

— Ela é uma pessoa fria e calculista, que se preocupa apenas com si própria, a ponto de acusar outras pessoas de envolvimento no crime — afirmou o delegado.

Suzana disse que o motorista do táxi que buscou o menino no Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira, onde a criança estudava, e o recepcionista do hotel em que João foi morto participaram do crime. Eles prestaram depoimento como testemunha e negaram a acusação.

Segundo o delegado José Mário, Suzana não tem filhos, é solteira, e tem um namorado. Nesta terça-feira, ela revelou à polícia que havia tido um caso com o pai do menino, Heraldo Bichara. O delegado investiga se Suzana chegou a ficar grávida de Heraldo e feito um aborto há cerca de três meses.

Suzana trabalhava como manicure da mãe de João Felipe, Aline Santana Bichara, havia quase três anos. A criminosa disse à polícia que chegou a consolar a mãe da criança depois de cometer o crime. A manicure acompanhou a mãe até a escola, mesmo sabendo que a criança não estava mais lá.

— Ela demonstrou uma frieza incomum. Não chorou em nenhum momento e demonstrou ser invejosa — disse Omena.

Para o delegado, a manicure premeditou o crime.

— Suzana se hospedou por volta das 12h de segunda-feira no Hotel São Luiz, no Centro da cidade, e passou a planejar o sequestro do garoto, que foi feito duas horas depois. Ela agiu dessa maneira, sem saber se ia dar certo ou não — informou o policial.

A casa da manicure, localizada na Rua Cristiano Otoni, no Centro de Barra do Piraí, foi alvo de pichação nesta terça-feira. Nas paredes da fachada do imóvel, foram escritas palavras de baixo calão. Na segunda-feira, a polícia evitou que a mulher fosse linchada por moradores da região.

Suzana foi indiciada por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. João Felipe foi enterrado na manhã desta terça-feira no Cemitério Recanto da Paz, em clima de revolta entre pais, parentes e amigos.

O Globo

terça-feira, 26 de março de 2013

Adolescente morre afogado em poço para criação de peixes em Planaltina


Um adolescente morreu afogado em poço para peixes em Planaltina, regiao administrativa do DF.

R7

Suspeita confessa ter ajudado mãe a procurar criança morta no RJ


Manicure frequentava a casa da família há dois anos.
Escola admite que houve falha na segurança.


manicure Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo, suspeita de matar João Felipe Eiras Santana Bichara, de 6 anos, nesta segunda-feira (25), em Barra do Piraí, no Sul Fluminense, chegou a consolar a mãe da criança depois de cometer o crime. Mesmo sabendo que a criança não estaria na escola, Suzana chegou a acompanhar a mãe do menino até o local. “Eu fui na escola”, afirmou ao G1.

A criança foi encontrada morta dentro de uma mala na casa da manicure após desaparecer na tarde de segunda. Ela foi presa em flagrante e indiciada por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel, emboscada e por ocultação de cadáver. Suzana, segundo a polícia, ligou para o colégio, se passou pela mãe de João Felipe e pediu para liberar o menino para ir ao médico.

Ao G1, a advogada do Instituto de Educação Nossa Senhora Medianeira, Tânia Maria Ferreira Moraes, admitiu falha na segurança da escola ao entregar o menino, mas alegou que a história foi muito bem planejada. “Até na escola com a mãe ela (manicure) veio. Não vamos dizer que não houve falha, houve. Mas era uma riqueza muito grande de detalhes sobre o menino e a família dele. Ela arquitetou tudo muito bem”, afirmou Tânia.

De acordo com Tânia, Suzana ligou para a escola, se identificou como a mãe da criança, deu o nome completo do menino, da professora e a turma em que ele estudava. “Ela disse que a babá havia esquecido que ele tinha médico marcado e que a Manuela (madrinha) passaria de táxi para buscá-lo”.

Ainda segundo a advogada, 20 minutos depois da primeira ligação, a manicure teria ligado novamente perguntando se o menino já estava pronto, pois o táxi estava chegando. Apesar de afirmar que o fato é isolado, a direção da escola garantiu que vai tomar algumas providências e que pretende instalar câmeras de segurança no colégio. Na manhã desta terça a escola colocou um tecido preto pendurado no portão como forma de luto. As aulas foram suspensas.

Criança foi enterrada nesta manhã
O crime chocou os moradores do município de pouco menos de 100 mil habitantes do interior do Rio de Janeiro. O corpo da vítima foi encontrado em uma mala na casa de Suzana do Carmo de Oliveira Figueiredo, que era manicure da mãe do menino, na noite de segunda (25). Ela confessou ter cometido o crime.

A mulher foi presa em flagrante e indiciada por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, meio cruel, emboscada e por ocultação de cadáver.

O enterro foi realizado na manhã desta terça no Cemitério Recanto da Paz, no Centro da cidade, e o sentimento era de muita revolta e indignação. A avó materna de João Felipe, identificada apenas como Tereza, saiu do local amparada por outros familiares. Inconsolável, ela chorava muito e gritava "por que meu Deus?".

Muito abalada, a mãe do menino, Aline Bichara, era consolada por parentes e amigos na saída do cemitério. “Ela destruiu ele”, gritava.

Confissão
Na manhã desta terça, Suzana disse ao G1 que teve um relacionamento amoroso com o pai da criança. Ela não quis dizer por quanto tempo. A manicure contou que comentou com o amigo Rafael, taxista, que queria dar um susto no pai do menino para que ele parasse de “ficar atrás dela”. “Ele não era do tipo que sabia ouvir um não”, disse a manicure sobre o pai da criança. A polícia afirma que ela deu cinco versões diferentes para o crime. O G1 não conseguiu falar com a família do garoto sobre as versões apresentadas pela suspeita.

O taxista teria, então, sempre na versão de Suzana, chamado um outro homem para participar do “susto”. Segundo ela, este homem, cujo nome ela não informou, teria dito o que ela deveria fazer, o que teria que dizer quando ligasse para a escola.

Embora Suzana tenha dito que não cometeu o crime sozinha, as investigações indicam que ela não teve ajuda de ninguém. O caso é investigado na 88ª DP (Barra do Piraí).

Suzana confessou que pegou a toalha molhada e asfixiou o menino, sob ameaça dos outros dois. Segundo ela, o recepcionista do hotel seria conivente com o crime. A criminosa disse que o combinado com os outros dois era de que o corpo da criança seria levado para sua casa e, posteriormente, Rafael e o comparsa iriam buscá-lo.

O delegado José Mário Romena, contudo, descarta esta versão, bem como o envolvimento de outras pessoas no caso, porque, segundo ele, o recepcionista identificou o menino, através do movimento feito pelos pais nas redes sociais, entrou em contato com o taxista, que teria ido até a delegacia. Segundo o delegado, o crime foi passional. José Mário Romena disse que Suzana planejou o crime, já que conhecia a rotina da família e o executou sozinha.

G1
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