sábado, 11 de setembro de 2010

Maioridade Penal


A redução da maioridade pode significar um retrocesso,porém não podemos encarar nossos adolescentes de hoje, como os da época de promulgação do ECA. Há questões que precisam ser revistas, porém é certo que a redução da idade não diminuirá a violência. A impunidade, a falta de educação no sentido amplo, a falta de condições sócio-econômica e culturais, a falência da saúde e de outros sistemas é que gera a violência. Nós temos que lutar por melhores condições de vida e não por punições mais severas ou mais precoces. Entretanto, é imprescindível que desde cedo a criança e o adolescente entenda que não pode fazer tudo; que não é o centro do mundo, todo - poderoso; que é apenas uma parte de uma grande engrenagem que só funcionará quando em harmonia com os outros. Ele deve ser responsabilizado de acordo com seu entendimento e infração.

No Conselho Tutelar é comum as mães e pais entregarem seus filhos, dizendo que eles não obedecem, e que não sabem mais o que fazer. Eles agridem, respondem, não tem limites e podem até enfrentar fisicamente os pais. As famílias estão desestruturadas e completamente perdidas. Os adolescentes em conflito com a lei em sua maioria, começam assim: sem uma família que lhes sirva de alicerce; que lhe dê exemplos; que contenha, discipline, eduque com amor e respeito. Em seguida partem para as drogas, encontram no traficante o que acham que não podem ter na família e na escola. Começam a não frequentar as aulas, passam a maior parte do tempo nas ruas, desocupados, à mercê de todo tipo de má influência. A maioria dos que seguem para internação não passaram da 4º ano. Começam com pequenos furtos e logo ameaçam as vítimas de morte.

Alguns são casos acompanhados pelo Conselho há tempos, tendo sido tentado todo tipo de ajuda sem sucesso. Infelizmente a força contrária é maior. Além disso o Sistema de Garantias não funciona. Quando queremos uma vaga na escola para estes adolescentes encontramos as portas fechadas........ O preconceito é grande.......Na delegacia, ele é tratado como bandido; no hospital, não querem lhe dar preferência; na família e sociedade são isolados. A " punição", portanto, inicia-se muito antes da medida e continua muito depois da desinternação, falhando em assegurar os direitos básicos, negando a reinserção social e a recuperação destes indivíduos. O que se esperar para depois???????

Quando encaminhados para clínicas para dependentes não deixam de ser punidos. São privados da liberdade, muitas vezes maltratados e passam por períodos terríveis de abstinência. Ou seja, ilude-se quem argumenta que o adolescente em conflito com a lei não sofre nenhuma sanção; sofre várias a começar pela privação de liberdade imediatamente após a infração grave.

Quando questionados sobre sua experiência na Fundação Casa, os adolescentes são unânimes em dizer que não viam a hora de sair. Então por que retornam??????

Carmen Monari
Conselheira Tutelar

Cresce o uso de antipsicóticos em crianças


Nos EUA, dobraram as prescrições de drogas contra doenças como transtorno bipolar para o público de 2 a 7 anos

Caso de um garoto que começou a tomar esses remédios aos 18 meses mostra os riscos dos efeitos colaterais

Folha de São Paulo - The New York Times - Kyle Warren, aos três anos, obeso por causa de remédios
DUFF WILSON
DO "NEW YORK TIMES", EM OPELOUSAS, LOUISIANA
Kyle Warren começou a tomar um remédio antipsicótico todo dia aos 18 meses de idade, por ordem de um pediatra, para acalmar seus fortes acessos de raiva. Assim teve início a jornada do menino, de um médico para outro e de um diagnóstico para outro: autismo, transtorno bipolar, hiperatividade, insônia.
Os comprimidos dados diariamente a Kyle se multiplicaram: um antipsicótico, um antidepressivo, dois soníferos e um medicamento para transtorno de deficit de atenção. Tudo isso quando ele tinha só três anos.
Kyle ficou obeso e vivia sedado e babando, devido aos efeitos colaterais do antipsicótico. Sua mãe, Brandy Warren, estava "desesperada, sem saber o que fazer", quando recorreu ao tratamento com medicamentos, mas começou a se preocupar com as alterações de personalidade de seu filho.
"Eu tinha um garotinho medicado, apenas", disse Warren. "Não tinha meu filho. Você olhava nos olhos dele e só via um vazio."


DESINTOXICAÇÃO
Hoje, Kyle tem seis anos, está no primeiro ano da escola e tira notas altas. Ele é bagunceiro e está mais magro. Depois de ser "desmamado" das drogas por meio de um programa da Universidade Tulane (EUA) que ajuda famílias de baixa renda cujos filhos têm problemas de saúde mental, Kyle hoje ri com facilidade e brinca.
Os novos médicos que atendem o menino e sua mãe destacam os avanços de Kyle -e o diagnóstico mais comum para crianças, o de transtorno de deficit de atenção com hiperatividade- como prova de que as drogas fortes nunca deveriam ter sido receitadas a ele.
Agora, Kyle toma só um remédio, para o deficit de atenção. Sua mãe divulgou seus registros médicos para ajudar a documentar uma tendência que preocupa os especialistas: a facilidade com que médicos vêm receitando drogas fortes para tratar crianças, até bebês. De acordo com um relatório de 2009 da FDA (agência reguladora de remédios e alimentos nos EUA), mais de 500 mil crianças e adolescentes tomam antipsicóticos.
Estudo da Universidade Columbia constatou que, entre 2000 e 2007, dobraram as receitas de antipsicóticos para crianças de 2 a 7 anos cujas famílias têm plano de saúde. Muitos médicos afirmam que prescrever esses remédios para crianças cada vez menores pode gerar riscos para o desenvolvimento de seus cérebros e corpos, em crescimento acelerado.
Mesmo os médicos que mais relutam em prescrever essas drogas se deparam com uma máquina gigantesca de marketing que converteu os antipsicóticos na classe de remédios que mais fatura nos EUA -US$ 14,6 bilhões em 2009.
Na sala de espera do primeiro psiquiatra ao qual Kyle foi, crianças brincavam com Legos estampados com o nome de um antipsicótico. "A psicoterapia é a chave do tratamento a ser dado a crianças com transtornos mentais graves, e os antipsicóticos são terapia complementar, e não vice-versa", disse Lawrence L. Greenhill, presidente da Academia Americana de Psiquiatria da Infância e Adolescência.
SOLUÇÃO RÁPIDA
Mas é mais barato medicar crianças do que pagar psicoterapia. Pesquisa da Universidade Rutgers constatou que crianças de famílias de baixa renda, como Kyle, têm quatro vezes mais chance de receber antipsicóticos do que as com plano de saúde.
"Nunca mais vou deixar meus filhos tomarem esses remédios", disse a mãe do menino, Brandy Warren, 28. "Eu não me dei conta do que estava fazendo." Kyle era um bebê fisicamente saudável, mas que tinha medo de algumas coisas. Passava horas enfileirando brinquedos. Quando ficava bravo, atirava objetos e às vezes batia a cabeça no chão.
Edgardo R. Concepción, o primeiro psiquiatra a tratar de Kyle, disse que achou que os remédios ajudariam a tratar da depressão maníaca, ou transtorno bipolar, em crianças pequenas. "Não é fácil prescrever medicação pesada", disse o psiquiatra. "Mas, quando eles me procuram, não tenho outra escolha. Tenho que ajudar essa mãe."
Brandy admite que pediu remédios para o filho. "Mas eu estava desesperada. Não sabia mais o que fazer." "Às vezes as famílias querem uma solução rápida", disse a professora de psiquiatria Mary Margaret Gleason, que tratou de Kyle quando ele parou de tomar os remédios pesados. "Quando uma criança é atendida por alguém que prescreve remédios mas não oferece terapia, está sendo fechada a porta que pode levar a mudanças de mais longo prazo."
Tradução de CLARA ALLAIN

UNIAD

Criança se recusa a cheirar solvente e é queimada por colegas em Brasília (DF)



Menino de nove anos é um dos suspeitos de cometer o crime

Um menino de nove anos e um adolescente de 17 são suspeitos de atear fogo em um colega porque ele se negou a cheirar solvente, em Brasília (DF). A vítima de dez anos está internada com queimaduras em 20% do corpo, mas passa bem.
O meninos disse aos pais que estava em um parque quando os colegas começaram a cheirar solvente. Quando o menino se recusou a usar a droga, os colegas jogaram tíner nele e atearam fogo com um isqueiro.
O delegado responsável pelo caso disse que o menino de nove anos deve passar apenas por acompanhamento psicológico, pois o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) proíbe medidas socioeducativas para crianças com menos de doze anos.


R7

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Nações Unidas recolhem fundos para Guiné-Bissau na Europa


O representante especial do secretário-geral das Nações Unidas para a Guiné-Bissau vai estar na Europa, na próxima semana, para angariar apoios para aquele país africano. A caital portuguesa faz parte do roteiro de Joseph Mutabola.
«Na próxima semana o representante especial estará na Europa. De 13 a 23 [de Setembro] vai a Lisboa, Paris, Londres e Bruxelas, para contactar países europeus no sentido de manterem o seu apoio à Guiné-Bissau, para permitir que o país ultrapasse as dificuldades», adiantou o porta-voz da missão da ONU em Bissau, à Renascença.
«Tudo o que possa ajudar a Guiné-Bissau tem de ser apoiado», sublinhou ainda Vladimir Monteiro, aludindo à visita que o primeiro-ministro guineense, Carlos Gomes Júnior, está a efectuar a Angola. A iniciativa, considera, é «extremamente importante». Em causa está a cooperação militar entre os dois países.


Brasileiros ficam em 76º lugar em ranking inédito de 'generosidade'


Os brasileiros ficaram em 76º lugar em um novo ranking internacional de generosidade que avaliou o grau de envolvimento da população em ações de caridade.

O ranking foi feito com base em questionários realizados pelo instituto de pesquisas Gallup em 153 países pela ONG internacional Charities Aid Foundation, que criou o índice World Giving Index (Índice da Generosidade Mundial, em tradução livre).
Os entrevistados responderam a perguntas sobre doações para entidades beneficentes, tempo gasto em trabalho voluntário e ajuda a estranhos.
Na América Latina, o Brasil aparece atrás de outros 15 países no ranking da generosidade, empatado com Argentina e Nicarágua.
Entre os países dos BRICs, os brasileiros são os mais generosos, à frente dos indianos (134º lugar), russos (138º), e chineses (147º).

Ranking da generosidade
1 - Austrália
1 - Nova Zelândia
3 - Canadá
3 - Irlanda
5 - Suíça
5 - EUA
7 - Holanda
8 - Grã-Bretanha
8 - Sri Lanka
10 - Áustria
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76 - Brasil
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134 - Índia
138 - Rússia
147 - China

Fonte: Charities Aid Foundantion
O estudo indicou que os países com as pessoas mais "generosas" são Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Irlanda e Suíça.
Os cincos últimos do ranking são Grécia, Sérvia, Ucrânia, Burundi e Madagascar (último) .

Idade
Em cada país, foram entrevistadas mil pessoas que vivem em centros urbanos. Em países mais populosos, como China e Rússia, a amostragem foi feita com 2 mil entrevistados.
O índice leva em consideração três aspectos: doação de dinheiro para organizações, trabalho voluntário e ajuda a pessoas estranhas.
No Brasil, quase metade das pessoas (49%) disse ter ajudado pessoas que elas não conheciam no último mês.
O índice no qual os brasileiros demonstram menos solidariedade é o de trabalho voluntário – 15% disse ter se voluntariado em alguma organização no último mês. Em países que lideram o ranking, como Austrália, Suíça e Estados Unidos, o índice é mais do que o dobro do brasileiro.
No Haiti, país que atravessou crises políticas e um terremoto de grandes proporções no último ano, 38% dos entrevistados disseram que fazem trabalho voluntário.
Um em cada quatro entrevistados no Brasil afirmou que contribui com dinheiro para alguma organização, que inclui instituições de caridade, partidos políticos ou igrejas. Na Austrália, país que lidera o ranking ao lado da Nova Zelândia, 70% das pessoas entrevistadas afirmaram que doam dinheiro para entidades sociais.
Segundo a Charities Aid Foundation, as ações caridosas variam muito entre os países devido a diferenças culturais. Cada país tem conceitos diferentes sobre o que é ser generoso.
No entanto, a pesquisa identificou um padrão global: quanto mais velhas as pessoas, mais generosas elas costumam ser. Segundo a entidade, isso tem relação com o melhor nível econômico das pessoas mais velhas em cada país.


Relatório de comissão na Bélgica afirma que 13 vítimas de padres pedófilos se suicidaram


BRUXELAS - O relatório de uma comissão na Bélgica que lida com os recentes escândalos envolvendo padres que cometeram abusos sexuais revela que ao menos 13 vítimas dos religiosos se suicidaram nos últimos anos. No documento, a comissão revela que recebeu mãos de 480 denúncias de pedofilia. Dois terços das vítimas são homens e a maioria tinha em torno de 15 anos na época dos abusos. Pelo menos cem mulheres também sofreram abusos.
Das 199 páginas do relatório, a metade corresponde aos relatos de vítimas, segundo o jornal "El País". O documento apresenta detalhes das histórias. Uma das vítimas diz que começou a ser abusada aos 2 anos. O presidente da comissão, o psiquiatra Peter Adriaenssens, afirmou que a maioria das vítimas apresentou denúncias após a renúncia do bispo Roger Vangheluwe, que admitiu ter tido relações sexuais com um menor. Além dos 13 casos confirmados de suicídio, o relatório informa que houve outras seis tentativas. A maior parte dos relatos foi dada por ex-alunos que estudaram em instituições religiosas no anos 1960 e 1970 e ficaram traumatizados pelos abusos. De acordo com o "El País", a comissão foi criada pela Conferência Episcopal no ano 2000 e, segundo seu presidente, produziu o relatório tendo como objetivo a "verdade" e a "reconciliação".


IMPORTANTE COMENTÁRIO EM DESTAQUE


Anônimo deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Vacina anti-câncer RINS E PELE":

1 comentários:
Adilson Barelli disse...
Nota de esclarecimento sobre vacina contra o câncer

Em razão da notícia que está circulando na Internet, a respeito de uma vacina para tratamento de pacientes com câncer, o Hospital Sírio-Libanês apresenta os seguintes esclarecimentos:

Nunca houve qualquer relacionamento comercial entre o HSL, ou qualquer médico do Centro de Oncologia, e a empresa que está comercializando esta vacina.
O HSL, seguindo sua vocação para o desenvolvimento de novas terapias, participou da pesquisa da vacina, contando inclusive com patrocínio oficial da FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo). Os estudos foram acompanhados pelo Comitê de Ética e conduzidos de acordo com o código de boas práticas médicas. Os resultados da pesquisa mostram um grau de atividade limitado, beneficiando temporariamente apenas um pequeno número de pacientes. Até o presente momento não há qualquer evidência de cura que possa ser atribuída a estas vacinas.
Baseados nos resultados, o grupo de oncologia do HSL considera que estudos adicionais são de interesse, mas que não há, ainda, dados suficientes para se prescrever esta modalidade de tratamento de forma geral. Portanto, ele não está sendo prescrito ou aplicado no Centro de Oncologia do HSL. Para evitar descontinuidade, pacientes em tratamento com a vacina deverão discutir suas opções com seu oncologista.

Atenciosamente,
Dr. Dário Birolini
Ex- Diretor Clínico
Link:http://www.hospitalsiriolibanes.org.br/profissionais_imprensa/press_release/br/PressReleaseView.asp?NoticiaId={9F62CFB0-940F-4C41-B307-E22A23462ABC}
15 de julho de 2010 16:51

Postado por Anônimo no blog Anjos e Guerreiros em 9 de setembro de 2010 20:59

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Advogado de PM diz que depoimentos dos Bussamra foram uma "sessão de mentiras"



Ele diz que relatos de pai e filho foram contraditórios

O advogado Claudionor de Brito, que defende o cabo Marcelo Bigon, um dos suspeitos de terem cobrado propina de Roberto Bussamra, pai do rapaz que confessou o atropelamento de Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, disse nesta quinta-feira (9) que os depoimentos dele e de seu filho, Rafael Bussamra, foram uma "sessão de mentiras". Pai e filho acusam os policiais militares de tentarem extorquir R$ 10 mil para se livrarem de provas do acidente.

- Pai e filho não combinaram o que falariam.

Brito afirma que houve contradições. Segundo ele, Roberto teria dito que os PMs foram até o local do acidente com Rafael e desfizeram a cena do fato. Já o rapaz, de acordo com o advogado, disse ter sido abordado pelos policiais apenas na saída do túnel Acústico, na Gávea, zona sul. O advogado afirmou que usará a suposta contradição em suas alegações finais.
Estão sendo ouvidos nesta quinta-feira seis testemunhas de acusação no processo que está julgando dois PMs acusados de terem cobrado propina do pai de Rafael Bussamra. Faltam ainda prestarem depoimentos três policiais militares: o cabo que fez a ocorrência no dia do fato, o coordenador de rádio do batalhão do Leblon e um oficial que ficou responsável pelo inquérito na corporação.

O acidente
O túnel Acústico, onde ocorreu o acidente, estava interditado para manutenção e a vítima andava de skate com amigos. Dois carros que seguiam no sentido zona oeste e resolveram voltar para a zona sul usaram a saída de emergência no meio do túnel, mudaram de pista e um deles acabou atingido Rafael.
O veículo estava a quase 100 km/h e o jovem foi arremessado a uma distância de cerca de 50 m, morrendo horas depois no hospital. Os outros skatistas contaram em depoimento que os motoristas apostavam corrida, mas os acusados.
Rafael Bussamra e Gabriel Henrique Ribeiro, que dirigia o outro carro que também estava no túnel, foram indiciados por homicídio doloso (quando há intenção de matar ou se conhece o risco do resultado do ato cometido). Ambos também foram indiciados por fuga.
O atropelador e seu pai também vão responder por corrupção ativa, pela tentativa de pagarem para os policiais para saírem do local do acidente e se livrarem de possíveis pistas.

Maria Hugo Monken


R7

MPF denuncia médica sérvia por morte de estudante em cruzeiro em 2008


SÃO PAULO - O Ministério Público Federal (MPF) em São José dos Campos, a 97 km de São Paulo, denunciou a médica sérvia Jasna Tankosic pelo crime de homicídio culposo na morte da estudante de Direito Isabella Baracat Negrato, em 19 de dezembro de 2008. Isabella estava em um cruzeiro quando teve apresentou coma alcoólico e morreu asfixiada pelo próprio vômito, segundo laudo elaborado pelo Instituto Médico-Legal (IML) de São Sebastião, no litoral norte paulista.
Para a procuradoria da República, o quadro de coma alcoólico da vítima, que morreu a bordo do navio MSC Ópera, não foi diagnosticado corretamente por Jasna. O MPF entende que a médica atendeu a jovem como um simples caso de intoxicação e não adotou os procedimentos médicos corretos.
Segundo a denúncia, de autoria do procurador da República Angelo Augusto Costa, Isabella e a amiga Lissa Curado participaram do cruzeiro, voltado para estudantes universitários. Na véspera da morte, entre 17h do dia 18 e 2h30m do dia 19, Isabella e a amiga assistiram a shows no deck do navio e consumiram bebidas alcoólicas. Entre um show e outro, as amigas dormiram por poucas horas em sua cabine.
No dia da morte, ainda de acordo com o MPF, Isabella teria bebido mais duas cervejas e dividido uma garrafa de champagne com a amiga. Após sair por meia hora e deixar a amiga na companhia de um rapaz desconhecido, Lissa encontrou Isabella sentada em uma cadeira, quase inconsciente e coberta de vômito.
A jovem, de acordo com a amiga, não conseguia se comunicar e acabou levada para a enfermaria. Por volta de 17h10m, a médica Jasna começou o atendimento médico e iniciou o procedimento padrão para intoxicação alcoólica e administrou glicose na veia de Isabella.
Por volta de 17h30m, Isabella sofreu quatro crises convulsivas consecutivas e a médica pediu que a vítima fosse removida para um hospital, mas o quadro evoluiu para uma parada cardíaca. Jasna tentou reanimar a jovem, segundo o MPF, inclusive com desfibrilador, mas a vítima não reagiu às manobras de ressuscitação cardio-respiratória e morreu às 19h10m.
A sindicância realizada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) apontou que o atendimento à vítima foi inadequado, pois "as crises convulsivas não foram tratadas de maneira adequada". Pelos sinais apresentados por Isabella, o Cremesp concluiu que Isabella já estava em coma quando chegou ao centro médico do navio. A ciência médica, segundo o MPF, prevê que é obrigatória a entubação do paciente para proteger as vias aéreas em casos como esse. Como Isabella não foi entubada, ela aspirou o próprio vômito, causando as convulsões e a posterior parada cárdio-respiratória.
Na denúncia, o MPF considera que, devido sua formação médica, a acusada contribuiu para a morte, pois "embora tivesse à disposição todos os meios necessários para intervir no curso causal de maneira rápida e decisiva, confiou levianamente em que a adoção do procedimento padrão para os casos de intoxicação alcoólica levaria, por si só, a reversão do quadro extremamente grave de Isabella Bacarat Negrato."
A denúncia foi oferecida no último dia 3 e está sob apreciação da 1ª Vara Federal de São José dos Campos. Caso seja aceita, Jasna, que mora na Sérvia, deve ser notificada por uma carta rogatória.



Quando um dos gêmeos tem necessidades especiais


Recentemente tivemos contato com uma família na qual os filhos gêmeos nasceram com condições físicas diferentes. Ambos meninos, um deles apresentava uma limitação física congênita.
Por conta dessa situação, o outro filho, saudável, foi colocado na função de “guardião” do irmão; os pais o encarregavam de cuidar dele em festas, na escola e quando estivessem com outras crianças.
Desse modo, em pouco tempo, o irmão com dificuldade começou a ter um comportamento autoritário, submetendo o seu “guardião” a todas as suas vontades. E este, por sua vez, nunca o contrariava, provavelmente pela culpa que sentia por ser mais saudável.
Ao filho especial não eram dados limites; os pais satisfaziam seus desejos e não o deixavam frustrar-se. O outro, por ser visto como uma criança sem problemas, não era motivo de preocupações. Seus anseios, desejos e expectativas eram pouco percebidos pelos pais.
Entretanto, essa dinâmica começou a se evidenciar na escola, e os pais foram chamados para uma conversa. Ficou claro o quanto os dois estavam impedidos de se manifestar como indivíduos singulares, providos de aspectos e potenciais diferentes.
Os pais aceitaram a sugestão da orientadora, para que procurassem a orientação de um psicólogo que os ajudasse a lidar com o sofrimento dos filhos.
À medida que o trabalho transcorria, os pais entraram em contato com as próprias dificuldades: culpas, medos e inseguranças. Conseguiram falar sobre esses sentimentos entre si e com os meninos. O diálogo abriu um espaço de ventilação, de circulação de idéias; as emoções começaram a ser tratadas na família sem constrangimento.
Perceberam que não era apenas o filho especial que possuía limitações e sofria. Ao reconhecer que todos tinham seus próprios limites e seu quinhão de dor, passaram a lidar mais naturalmente com a situação.
Esse novo olhar os aproximou, fortaleceu os laços de amor e confiança e permitiu que iniciassem o importante aprendizado que é conviver com as diferenças.
Embora a maioria das gestações e partos gemelares transcorram sem intercorrências, não é raro encontrarmos situações em que um dos gêmeos nasce com necessidades especiais.
Essa é uma situação delicada, que assusta e gera uma série de dúvidas e sentimentos negativos.
Muitos se culpam pela situação e têm dificuldades na forma de se relacionar com cada filho.
Quem vive esta experiência, além de ter que encarar suas próprias dores, precisa dar conta de ajudar cada um dos filhos a lidar da melhor forma possível.
Acreditamos ser importante que os pais não neguem o impacto que esse fato da realidade causa dentro de cada um. Expressar as dores, medos e inseguranças é a melhor forma de encontrar um caminho verdadeiro e acessar os recursos internos necessários para lidar com a situação. Recursos fundamentais também para que se consiga uma aceitação mais serena. Dizemos isso pois, se os pais estiverem em contato com seus próprios sentimentos e lidando com eles, certamente ajudarão os filhos a fazer o mesmo.
Não negar as dificuldades do irmão que tem necessidades especiais e permitir que os filhos se manifestem com liberdade é a melhor forma de ajudá-los a trilhar os próprios caminhos.
Sabemos que momentos como esses, que desestabilizam a família, são muito difíceis. Mas, por outro lado, mobilizam as pessoas a enfrentarem os conflitos que surgem. Isso pode se acentuar quando o gêmeo saudável mudar de fase ou fizer uma conquista que o outro ainda não atingiu, ou que não atingirá por sua limitação. Quando esse tipo de coisa acontece, os pais precisam, de alguma maneira, garantir que o filho usufrua do seu crescimento, sem se culpar por isso ou limitar-se em função do irmão. Talvez seja preciso dizer a ele que pode continuar sendo solidário, amigo e companheiro de seu irmão, apesar de suas diferenças. E lembrar o outro gêmeo, com necessidades especiais, sobre seu potencial, incentivando-o a dar o melhor de si, mas sempre tomando cuidado para não negar ou minimizar as suas limitações.
Tratar a realidade como uma inimiga, ou como algo a ser evitado e silenciado, não nos parece uma boa opção. As limitações impostas por ela precisam ser respeitadas, evitando que prevaleçam sobre todas as oportunidades e expectativas.

Claudia Arbex e Sâmara Jorge


Crescer

Goleiro Bruno terá audiência no próximo dia 17


A próxima audiência de instrução e julgamento do goleiro Bruno e de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, está marcada para o dia 17 de setembro, às 13h. Eles serão ouvidos pelo juiz Marco José Mattos Couto, da 1ª Vara Criminal de Jacarepaguá.
O jogador responde pelos crimes de sequestro e lesão corporal de Elisa Samudio, com quem teve um relacionamento e teria um filho. Na ocasião serão ouvidas as sete testemunhas de defesa dos acusados. Além disso, será exibido o vídeo no qual Elisa aparece concedendo entrevista ao EXTRA, na porta da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM). Ela fala das supostas agressões e ameaças do jogador. Os dois réus também serão interrogados na audiência.
Para a defesa do goleiro Bruno serão ouvidos Patrícia Amorim, Zico, Paulo Victor Mileo Vidotti e Christian Chagas Tarouco. As testemunhas de Luiz Henrique Ferreira Romão são Leonardo da Silva Moura, Rodrigo Alvim e Álvaro Luiz Maior de Aquino.


Um em cada cinco brasileiros é analfabeto funcional, diz IBGE


A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgada nesta quarta-feira pelo governo, mostra que um em cada cinco brasileiros de 15 anos ou mais (20,3% do total) são analfabetos funcionais, ou seja, tem menos de quatro anos de estudo.

A pesquisa, realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) entrevistou 153.837 pessoas em todo o país até setembro de 2009.
De acordo com os dados do ano passado, o analfabetismo atinge que 14,1 milhões de brasileiros (9,7% da população). O número é somente 1,8 ponto percentual menor do que em 2004.
O Nordeste ainda tem o maior índice de analfabetismo, quase o dobro da média brasileira. Mesmo assim, o número caiu de 22,4% da população para 18,7% na região em cinco anos.
A pesquisa ainda aponta que, nas regiões Norte e Nordeste, há mais homens analfabetos do que mulheres, e que 12% da população acima de 25 anos é analfabeta, ou cerca de 13,4 milhões de pessoas.
Segundo dados da Unesco, o Brasil teve uma taxa média de analfabetismo maior do que a da América do Sul entre 2005 a 2008.

Evasão escolar
Apesar do analfabetismo persistente, a Pnad indica que a escolarização no Brasil aumentou desde 2008.
Mais de 96% das crianças de 6 a 14 anos estão na escola em todas as regiões do Brasil e, entre os adolescentes de 15 a 17 anos, o número é superior a 90%.
O índice diminui drasticamente entre os jovens de 18 a 24 anos. Somente 38,5% frequentaram uma instituição de ensino em 2009.
Além disso, os dados da pesquisa mostram que boa parte dos alunos não completa o ensino médio.
Em 2009, a média de anos estudo de brasileiros de mais de dez anos de idade foi de 7,2, quase quatro anos a menos do que o previsto pelo sistema educacional brasileiro.

Atraso no saneamento básico
O acesso dos brasileiros a serviços de primeira necessidade como o saneamento básico ainda cresce em ritmo lento, segundo os dados da Pnad.
De acordo com o estudo, o Brasil ainda tem 40% de domicílios sem rede de esgoto, quase a mesma porcentagem de 2008.
As regiões Norte e Nordeste têm a menor quantidade de casas com saneamento. No Norte, são somente 555 mil domicílios e, no Nordeste, 5,2 milhões.
Por outro lado, o IBGE diz que hoje quase 84,4% das casas são atendidas pela rede de abastecimento de água, cerca de dois pontos percentuais em relação ao levantamento anterior.
O levantamento indica que 1,2 milhão passaram a receber o serviço desde 2008.
Atualmente, 88,6% das casas tem acesso a coleta de lixo e 98,9% à rede elétrica.


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Acidente de consumo é maior com brinquedos


Os produtos direcionados às crianças são os que apresentam maior risco de acidente. É isso o que indica um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) sobre os acidentes de consumo relatados por vítimas ao órgão. Os produtos infantis (entre brinquedos e materiais escolares) respondem por 15,3% dos acidentes registrados, seguidos por alimentos (12,1%), eletrodomésticos (10,9%) e utensílios do lar (8,3%).
O consultor de sistemas Eduardo Mammana, de 40 anos, é um dos que se enquadram nos casos de acidentes com produtos para crianças. Ele comprou para seus filhos um aeromodelo infantil de “Helicóptero” e se feriu ao fazer o primeiro teste. “Segui todas as instruções do manual. Mesmo assim, quando liguei o helicóptero, o equipamento disparou com aceleração muito forte e as hélices causaram cortes em minha mão”, conta.
Em apenas três anos, foram registrados 531 acidentes de consumo no Inmetro. Destes, 460 casos levaram a atendimento médico ou afastamento do trabalho. O problema é tamanho que o Inmetro vai lançar uma cartilha de orientação sobre o assunto.
“Identificando os tipos de acidentes e as suas causas, conseguimos modificar alguma regulamentação que fazemos às empresas e assim prevenimos o pior”, afirma Luiz Carlos Monteiro, chefe de divisão de orientação e incentivo a qualidade do Inmetro.
E nem é preciso se machucar com o produto para enquadrá-lo nos casos de acidente de consumo. Um exemplo é do segurança Carlos Augusto de Olivero, de 65 anos, que comprou uma cadeira cujo pé quebrou.
A empresa trocou o produto e o consumidor não chegou a se machucar, mas correu o risco. Segundo José Luiz Toro, professor de direito do consumidor de cursos de MBA, se a falha está no projeto, a responsabilidade é única da empresa, que deve arcar com os prejuízos.
A arquiteta Ana Paula Verdasca, de 34 anos, estava assando um bolo quando a porta de vidro do forno do seu fogão se soltou sobre ela, queimando-a. Porém, o fabricante se limitou a trocar o eletrodoméstico e não ofereceu nenhum tipo de auxílio médico.
Segundo a assistente de direção do Procon-SP, Adriana Cristina Pereira, a empresa deve também reparar os danos do consumidor. “Caso isso não ocorra, a vítima deve procurar o Procon para ter a troca do produto e ir ao Juizado Especial Cível para exigir indenização por danos morais”, alerta.
Ainda são poucas as pessoas que recorrem à Justiça. O Procon-SP, por exemplo, tem apenas um registro de queixa de acidente de consumo em todo o ano de 2009. Para acelerar o processo, o consumidor deve exigir a inversão do ônus da prova – daí é a empresa quem tem de provar que o produto era bom.
É isso o que busca o consultor Jairo Barbosa Filho, 30. Dois dias após montarem um armário em sua cozinha, este caiu em cima dele, causando lesões nele e em sua filha, que estava próxima e teve de ser levada ao hospital. Além disso, Jairo teve toda sua louça quebrada. Insatisfeito com a simples substituição do armário, o consultor busca uma indenização.

Carolina Marcelino e Saulo Luz
O Estado de São Paulo

Palavras em busca de adoção

ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).
elianebrum@uol.com.br

A amplidão do vocabulário é a mesma da vida
Adote uma palavra antes que ela desapareça. Esta é a proposta de um site encantador, criado pelo Oxford English Dictionary. Você abre o site e há uma tela cheia de palavras carentes. Elas saltitam, se exibem, dão piruetas, na tentativa de chamar sua atenção. Basta passar o mouse em qualquer uma e ela começa a gritar: “Me escolha!” ou “Sim! Sim! Eu!” ou “Olá!” ou “Aqui!”. Se você clicar, aparece o significado e a ficha de adoção. E sugestões de como usá-la em diferentes contextos. Você elege sua pequena órfã e se compromete a levá-la para passear na vizinhança, enturmá-la no cotidiano. Nas conversas de bar, nos bilhetes e nos emails, nos pedidos de informação e até nas brigas e nas declarações de amor. A utopia contida na criação do site é que, se cada uma destas palavras zumbis voltarem literalmente à boca do povo, elas serão de novo letra viva.
Pena que é em inglês. Espero que o Houaiss ou o Aurélio ou qualquer outro dicionário ou universidade ou pessoa faça um site igualzinho com a zumbilândia do nosso português. Enquanto isso não acontece, podemos fazer a nossa parte para que o dicionário da língua portuguesa no Brasil não se torne um livro de óbitos.

Por que uma palavra morre? Como as pessoas, por várias razões.
Larápio, por exemplo. Para quem já esqueceu, é um sinônimo de ladrão. Foi usado bastante no passado, inclusive pela imprensa. Hoje, está relegado ao arcaísmo. Acabaram-se os larápios? Como sabemos, muito antes pelo contrário. Mas talvez tenha acabado um certo jeito de olhar para aquele que furta ou é desonesto de outras maneiras – e a palavra larápio não deu mais conta de todas as variações de meliantes (outra!) que surgiram. Ou ainda, foi considerada emproada demais para os novos tempos. Agonizou por esvaziamento de sentido. E outras palavras precisaram nascer para atender às novas necessidades.

Quando uma palavra morre é um mundo inteiro que morre com ela.
Quando uma palavra da língua portuguesa falada no Brasil desaparece, é um jeito de ser brasileiro que desaparece com ela. Um jeito de ser e de estar, de sentir a realidade, de olhar para os sentimentos e para o outro. E outras formas de ser e de estar surgem ou se impõem com palavras recém-nascidas. Como tudo que é vivo, a língua muda. E quanto mais se transforma, agrega sinônimos e gírias, mais rica é a língua e também a cultura que ela expressa.
Como amo as palavras, adoro vê-las nascer e sofro quando morrem. Tenho esta nostalgia de mundos. Mas sofro menos pelas que foram aposentadas porque perderam sentido – e mais pelas invisíveis. Arrisco dizer que há um número maior de palavras invisíveis do que de palavras arcaicas. No esforço de simplificar a linguagem para que o leitor possa compreender o texto, por exemplo, abandonamos uma população de palavras mais intrincadas. Como todas as escolhas, esta também não ficou impune. Simplificar, neste caso, pode ter significado reduzir. E, junto com o número de palavras, também nós nos apequenamos.
O vocabulário também nos confina. Quando é limitado, é nosso mundo que se torna emparedado. Tente se imaginar sem palavras. Ou melhor: tente ser sem palavras. É impossível. Pensamos, sentimos, amamos, desejamos, brigamos, sonhamos, existimos – com palavras. Sempre com palavras. Onde estamos? Não em São Paulo, Porto Alegre, Rio, Brasília, Macapá, Recife, Paris, Miami, Pindamonhangaba ou Anta Gorda. Estamos nas palavras. Habitamos as palavras. Somos palavras. Quando estamos e somos nas mesmas poucas palavras, somos e estamos menos. É como ter a chance de viajar pelas galáxias e preferir se fechar numa quitinete.
Em minhas andanças de repórter pelos muitos Brasis, entrei em contato com algumas construções de linguagem e invenções de palavras que ampliaram minha capacidade de perceber a realidade. Vinham de analfabetos que faziam literatura pela boca. Como os Raimundos da Terra do Meio, no Pará, ou os habitantes dos muitos sertões do Nordeste. Ou as “pegadoras de meninos” da floresta amazônica, no Amapá, que enquanto aparavam bebês pariam palavras. Como Nazira Narciso, ao me explicar que fez o parto da neta porque a parteira mais experiente havia se recusado por ser “barriga particular”. Ahn? “Não tem marido”, cochichou ela. Ou a caripuna Dorica, de 96 anos, me explicando o ofício: “Parteira não tem escolha, é chamada nas horas mortas da noite para povoar o mundo”.
Todos “cegos das letras”, como diziam, mas donos de um vocabulário tão rico como a vida. Recriavam-se nas palavras como os grandes inventores da língua escrita, autores do cânone como Guimarães Rosa e Manoel de Barros. Porque o vocabulário é pobre quando a vida é pobre. Não materialmente, mas de experiências.
Não dá para saber o que veio antes, se a vida ou a palavra. Vivemos com um vocabulário medíocre porque a vida é medíocre? Ou a vida é medíocre porque o vocabulário é medíocre? O que se perde quando usamos as mesmas palavras para um mundo tão diverso é que deixamos de enxergar o mundo em toda a sua largueza. Ele está lá, mas não conseguimos nomeá-lo. Então, ele está – mas não para nós. É uma maneira de ser cego, surdo e mudo com todos os sentidos funcionando.
A rigor, não existem sinônimos perfeitos, uma palavra que tenha exatamente o mesmo significado que outra. Há palavras que expressam quase o mesmo que uma outra. Mas o quase, na língua como na vida, faz toda a diferença. “Cão” e “cachorro”, por exemplo. Parece o mesmo. Mas não é. O cão contém um distanciamento, uma frieza, que o cachorro não tem. Ou o cachorro expressa uma proximidade, contida na própria sonoridade da palavra, mais comprida, musical e leve, que o cão jamais alcançará na sua dureza de uma sílaba só. Quando tomamos tudo pelo mesmo, perdemos as nuances. Abrimos mão da graça.
Acredito que a resistência da palavra se dá na arte. Especialmente na música e na literatura – seja ela oral ou escrita. E o empobrecimento da língua às vezes acontece nos meios de comunicação de massa. Em programas de TV, por exemplo, que uniformizam a linguagem por acreditar que, se não o fizessem, não seriam entendidos por todos. Só que não existe uma linguagem padrão. O que existe é um vocabulário que se impõe pela hegemonia política e econômica. No caso de muitos programas de TV que se pretendem nacionais – e aqui não falo de nenhuma rede específica, até porque quase todas seguem a mesma cartilha –, fala-se uma espécie de paulistanês e carioquês culto, como se esta fosse a suposta língua portuguesa do Brasil.
Mas como, se o Brasil é exatamente a convivência e o diálogo de suas diferenças, se a riqueza do país e da língua se dá na diversidade? Seria muito estúpido esperar que uma ribeirinha da Amazônia usasse as mesmas palavras que um rapper da periferia de São Paulo. Que rearranjassem as palavras da mesma maneira se vêm de uma história, de uma geografia e de um estar no mundo tão diverso. Isso não os torna menos brasileiros ou faz com que pertençam menos à mesma nação – pelo contrário. Esta diversidade expressa também na linguagem é talvez a mais forte identidade do Brasil. Mas há que resistir ao seu apagamento. Mesmo na internet, que muitos encaram como a eclosão das singularidades, duvido um pouco que de fato seja isso que esteja acontecendo. Sem negar sua fabulosa importância, o que vejo, por enquanto, é a reprodução de tribos que já existiam. Um diálogo entre iguais que se fortalecem, o que não é pouco. Mas não um diálogo de diferentes, que é o que poderia ser mais interessante. Ampliaram-se as vozes, mas parece que, para além de seus pertencimentos, seguem surdas umas às outras.
Ao deixar o Rio Grande do Sul e ir para São Paulo, eu mudei de várias maneiras. A única que lamento é a mudança que se deu pelas palavras. Para escrever no que se costuma chamar de imprensa nacional – mas que é a imprensa paulista e (cada vez menos) carioca –, abri mão de porções da minha identidade. Em vez de guri e guria, passei a falar e a escrever menino e menina. Em lugar de tu, você. E assim por diante.
Mais do que trocar palavras, o que perdi foi uma paleta de tons e de cores. Eu era capaz de expressar uma mesma realidade ou sentimento de várias maneiras, de nomear um animal ou um objeto com diferentes palavras. Era herdeira de uma língua portuguesa do interior do extremo sul do Brasil, cujo vocabulário se enriqueceu tanto pela apropriação promovida pelos imigrantes europeus quanto pelo legado mais antigo deixado junto com seu sangue por índios, espanhóis e portugueses na demarcação do território.
Eu falava um português vivo o suficiente para dar conta de uma experiência singular. É natural, por exemplo, que no Sul tenhamos uma variedade maior de expressões para o frio do que no Norte e Nordeste. Que, por sua vez, terá uma riqueza maior de termos forjados numa vivência mais solar. Em São Paulo, me pasteurizei. Mantive a experimentação da língua feita pelos personagens reais cujas histórias contava, mas minha própria voz ficou mais padronizada.
Agora empreendo um caminho de volta, que não é volta porque sou outra. Voltar é sempre uma impossibilidade. Ainda bem. Resgato o que há de mim nas palavras esquecidas, mas a partir desta experiência de uma década em São Paulo. Escolho ser uma soma dissonante – alargada por tudo o que vivi. Dentro de mim ecoam as vozes de todos que me marcaram.
Há duas semanas, escrevi um “cusco” numa crônica que faço em outro site e fiquei muito faceira. Ah, sim, quando eu cheguei a São Paulo eu era “faceira”, às vezes até “louca de faceira” e em alguns dias “mais faceira que terneiro novo” – e não feliz. A vantagem, no meu caso, é que basta botar o pé na casa da minha infância que tudo volta. Minha mãe mesmo, professora de português e literatura e a melhor doceira do país (na minha isenta opinião), tem um vocabulário próprio. Há coisas que só ela diz. Ninguém sabe de onde tira. Nem ela. Esta invenção é parte essencial do que ela é. E nos proporciona grandes momentos.
Sempre desejei que um dia alguém me perguntasse qual é a minha palavra preferida. Eu tenho uma. É uma palavra que me tomou desde a primeira vez que a li. Eu intuo o seu significado, mas resisto a buscá-la no dicionário. Às vezes tenho isso, gosto de conhecer por mim mesma antes que alguém me explique. Posso passar anos apalpando uma palavra ou um conceito dentro de mim até me decidir a partir em seu encalço no mundo de fora.
No caso dessa palavra, era importante que ela guardasse um pouco do seu mistério, indevassável até para mim que a amava. Queria que ela ficasse um pouco hermética, já que o amor é sempre misterioso. Quando a pronuncio dentro de mim, sou possuída por ela. Eu sinto a palavra, vivo ela – nela. E nunca a escrevi em texto. Não sei se por ciúmes ou por não achar nenhum contexto à altura. Não é um arcaísmo nem um regionalismo. É uma palavra da língua culta. Título de um livro de um de meus autores preferidos, um japonês chamado Junichiro Tanizaki.
Decidi dar a minha palavra para vocês. VORAGEM. Eu sou esta palavra. E agora, por amor, vou interromper esta coluna para finalmente procurar o que ela significa no Dicionário Houaiss. (Dois minutos depois...) Aí está: “1. Tudo aquilo que é capaz de tragar, sorver, destruir com violência; 2. Redemoinho de água que se forma no mar ou no rio, cujo giro arrasta as coisas para o fundo; sorvedouro, turbilhão; 3. Grande profundeza, abismo; 4. Aquilo que provoca grandes arroubos, que arrebata, mortifica ou consome”. É tudo isso e ainda o que ela é para mim. Em mim. E o que pode ser ressignificado a partir de cada um.
Inspirada pelo site savethewords.org, escrevi esta coluna para lançar a ideia de usar uma palavra nova a cada dia. Não uma nova para todo mundo, mas uma nova para cada um. A cada manhã uma palavra inédita, pescada do oceano fundo e escuro onde elas habitam como peixes escorregadios. Uma decisão existencial mais profunda do que pode parecer à primeira palavra.


Delegado do caso Mércia é afastado



Para Olim, decisão não tem ligação com a investigação da morte da advogada

O delegado Antonio de Olim, responsável por comandar as investigações do assassinato de Mércia Nakashima, foi afastado do cargo de delegado titular da Delegacia de Pessoas Desaparecidas do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), núcleo da Polícia Civil de São Paulo. A decisão foi tomada na última sexta-feira (3) pelo chefe da divisão onde Olim atua.
Com a decisão, o delegado deve assumir agora a assistência policial da diretoria do departamento. O remanejamento aconteceu após a conclusão do inquérito do caso Mércia. De acordo com Olim, não há ligação entre seu afastamento e o trabalho realizado na investigação da morte da advogada.
- A mudança aconteceu por problemas internos da divisão. Me sinto ótimo, acabei a minha parte [no caso Mércia] e com certeza se ainda tiver alguma coisa vão me chamar, porque outros delegados não conhecem o caso como eu.
O delegado diz ainda que não é a primeira vez que passa por este tipo de mudança de cargo e que está tranquilo.
- São mudanças normais que acontecem em qualquer delegacia, é a dança das cadeiras.
A Secretaria de Segurança Pública informa que ainda não tem o nome do delegado que assumirá a Delegacia de Pessoas Desaparecidas, anteriormente comandada por Olim.
O delegado divisionário de proteção à pessoa do DHPP, Itagiba Franco, declarou que esperou a conclusão do inquérito do assassinato de Mércia Nakashima para remanejar Antonio de Olim da Delegacia de Pessoas Desaparecidas.
Itagiba também diz que se trata de uma mudança comum dentro da polícia civil e que ficou satisfeito com o trabalho desempenhado por Olim no caso da advogada Mércia.
- Chegou no que esperávamos [o caso], na responsabilização do Mizael (Bispo de Souza). Ele [Olim] trabalhou muito bem neste caso.
O divisionário não informa quem será o novo delegado titular da delegacia antes comandada por Olim, diz apenas que será "um nome compatível com o cargo".


R7

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Novo teste de paternidade indica que Lugo não é pai de menino


A mãe da criança diz que teve uma relação íntima com Lugo durante a campanha eleitoral do atual presidente do Paraguai. No ano passado ele reconheceu a paternidade de um menino de três anos

Fontes judiciais paraguaias informaram nesta terça-feira que deu negativo o resultado do segundo dos três exames de DNA realizados pelo presidente do país, o ex-bispo Fernando Lugo, para determinar se é ou não o pai de um menino de três anos.
"É uma situação muito adversa como mulher e mãe, mas não perco a esperança, que é o que me motiva a seguir adiante. Vou esperar o terceiro resultado", afirmou a mãe da criança, Hortênsia Morán, que atribui a paternidade ao chefe de Estado.
Hortênsia acrescentou que ainda tem "muita fé", mesmo depois de os resultados da primeira prova, divulgadas no dia 1º de setembro pela juíza da Infância e Adolescência, Ana Obelar, também descartarem a paternidade de Lugo.
Por sua vez, o advogado do presidente paraguaio, Marcos Fariña, disse que o resultado apresentado pelo segundo laboratório já era esperado, ou seja, "negativo, excludente e coincidente (com a primeira análise)". Fariña acrescentou que esperam por igual resultado no terceiro exame, que ficará pronto no dia 24 de setembro. Lugo realizou o primeiro teste de DNA em 24 de agosto, depois de vários incidentes judiciais e do arquivamento do processo anterior, reivindicado pela mesma mulher em maio.
Hortênsia, de 40 anos, é diretora de uma creche social e diz que teve uma relação íntima com Lugo durante a campanha eleitoral do atual presidente, na época em que integrava um dos grupos de esquerda que apoiou a candidatura do ex-bispo.
Outra mulher, Benigna Leguizamón, de 27 anos, também assegura que o chefe de Estado é o pai biológico de seu filho, que já tem oito anos. Nas últimas semanas, Benigna ameaçou reativar a denúncia, da qual desistiu em dezembro de 2009 após um acordo extrajudicial.
Benigna mora em Ciudad del Este, a 330 quilômetros de Assunção, e disse que teve relações com Lugo na época em que fazia trabalhos de limpeza no Bispado de São Pedro, a região mais pobre do país, onde o governante foi líder religioso durante mais de uma década. Segundo ela, da relação nasceu um menino em 9 de setembro de 2002.
Os escândalos de paternidade atingiram Lugo em abril de 2009, coincidindo com o primeiro aniversário de sua vitória na eleição que pôs fim a uma hegemonia de 61 anos do Partido Colorado (conservador) no poder. O primeiro dos casos foi o de Viviana Carrillo, de 25 anos e mãe de Guillermo Armindo, de três anos. Em abril do ano passado, Lugo reconheceu publicamente o menino como filho seu.


"Não precisamos escovar os dentes", diz especialista


Pesquisa já demonstrou que enxaguante bucal à base de clorexidina poderia substituir as escovas de dente com sucesso

Há 10 anos, Paul Warren descobriu que era possível viver bem sem escovar os dentes. Ele conduziu uma pesquisa em pacientes, que, durante dois anos, deixaram as escovas de dente de lado e utilizaram somente um enxaguante bucal chamado clorexidina. Resultado: todos os problemas com doenças associadas a bactérias, como cáries e gengivite, foram controlados completamente. Mas o pesquisador britânico descobriu também que, apesar da pouca paciência para escovar os dentes, os seres humanos adoram a sensação de “dever cumprido” após a escovação — e que algumas bochechadas não eram suficientes para substitui-la.
Warren é o vice-presidente de assuntos sobre a saúde bucal da P&G, grupo que controla a marca Oral-B. Ele já escreveu mais de 100 artigos sobre o controle mecânico e químico das bactérias na boca e, na última semana, esteve no Brasil, em Salvador, para o congresso da Associação Mundial Dentária. Warren explicou a VEJA.com porque o enxaguante bucal ainda não está nas prateleiras dos supermercados e como será a escova de dente do futuro.

Escovar os dentes é coisa do passado?
Fizemos uma pesquisa há 10 anos com um enxaguante bucal. Durante dois anos, foi tudo o que os pacientes usaram, duas vezes por dia. Conseguimos controlar o problema de placa bacteriana completamente e com isso acabaram os problemas de gengivite. E se a quantidade de açúcar em contato com os dentes fosse controlada, era possível controlar as cáries também. Contudo, embora as pessoas não tivessem mais que escovar os dentes, elas não gostavam disso. Para elas, limpar os dentes requeria algum esforço e o enxague não era suficiente, mesmo o estudo mostrando que a saúde dos dentes e da gengiva foi preservado nos dois anos durante a pesquisa.

E esse enxaguante foi desenvolvido por vocês?
Não. Trata-se de um enxaguante genérico chamado clorexidina, disponível por meio de receita médica em várias partes do mundo. Ele envolve a superfície do dente com cargas negativas, então, quando uma bactéria se aproxima, ela é repelida por causa da carga do íon que está lá. Como qualquer medicação, existe também um risco associado.

Qual é o problema com a clorexidina?
O problema com esse enxaguante é que ele ajuda na formação de manchas nos dentes. Então, se a pessoa consumir muito café, chá ou vinho vermelho, é provável que ela desenvolva um certo nível de manchas nos dentes. Isso, claro, é inaceitável para muitas pessoas. A clorexidina é muito útil para situações onde o paciente não pode escovar os dentes, por causa de uma cirurgia, por exemplo. Mas, para grandes períodos de tempo, os efeitos colaterais não são animadores. Além disso, muitas pessoas não gostaram do gosto, que é bem forte. Eu brinco que se você gosta da bebida Campari, você irá amar clorexidina. A nossa intenção era encontrar algo que pudesse se fixar no dente e impedir a formação de bactérias eliminando a fonte das placas.

A criação de um enxaguante bucal capaz de aposentar a escova de dentes não seria um tiro no próprio pé?
Não acredito que a nossa pesquisa traria esse tipo de consequência. Em primeiro lugar, os resultados mostraram que mesmo controlando as placas com um enxaguante, as pessoas ainda gostariam de escovar os dentes. A impressão é que as pessoas precisam sentir o esforço ao escovar os dentes para se sentirem aliviadas. Como dentista, fiquei feliz por termos conseguido controlar a formação de bactérias apenas com um enxaguante, porque a maioria das pessoas passa apenas 46 segundos escovando os dentes. Todos os nossos estudos mostraram que o tempo médio de escovação é inferior a 50 segundos. E se você gasta menos que dois minutos escovando os dentes, você não está realizando uma higienização adequada.

A clorexidina seria capaz de eliminar a necessidade de utilizar fio dental?
O enxaguante que estudamos não é capaz de eliminar a comida que fica presa entre os dentes. Uma dentição perfeitamente alinhada e distribuída não teria esse tipo de problema, mas como a maior parte das pessoas não possui uma dentição perfeita, a resposta é não.

O enxaguante bucal seria mais barato que escovar os dentes?
Essa é uma questão interessante. Não tenho dados para afirmar que sim. Mas depende de quanto custaria o enxaguante se ele existisse no mercado de massa. Contudo, uma escova de dente é um aparato relativamente barato. É possível adquirir escovas mais sofisticadas que possuem preços variados e uma escova elétrica pode custar até 100 dólares. E honestamente, sob uma perspectiva de eficiência pelo custo, uma escova elétrica é melhor do que uma escova manual.

Vocês continuam na busca por um enxaguante que elimine a necessidade de escovas de dentes?
O clorexidina ainda é o padrão máximo para remoção de placas no que diz respeito a enxaguantes bucais e sabemos que ele possui esses efeitos colaterais com relação ao sabor e formação de manchas. Continuamos buscando outros agentes que pudessem ter a mesma eficácia sem os efeitos colaterais, mas, depois de 15 anos, ainda não encontramos nada. Isso quer dizer que ainda teremos que escovar nossos dentes com uma boa pasta dental e utilizar o fio.

O que podemos esperar para o futuro?
Houve uma pesquisa feita nos EUA ano passado perguntando às pessoas quais cinco objetos elas levariam para uma ilha deserta. O segundo colocado na lista foi a escova de dente. Isso mostra como as pessoas estão ligadas a esse pequeno objeto. Creio que, baseado nas muitas pesquisas que estive envolvido por todos esses anos, temos escovas manuais bastante eficientes se usadas devidamente. Esse é o desafio. Então, acredito que as pesquisas irão apontar para o desenvolvimento de escovas elétricas, uma vez que elas fazem um trabalho melhor em menos tempo.
As escovas elétricas estão por aí há um bom tempo, mas a maioria das pessoas ainda prefere as escovas simples.
Temos que motivar as pessoas para que a utilização seja correta. Por isso, teremos escovas elétricas com algum tipo de mecanismo de resposta, não apenas com uma contagem regressiva a partir de dois minutos, mas demonstrando quais partes da boca devam ser escovadas melhor, se a pressão está correta e assim por diante. Também acredito que as escovas terão uma função diagnóstica. Ou seja, aproveitar todas as informações existentes na saliva da pessoa. Seria possível captar, por meio de chips presentes na escova, informações sobre a sua saúde bucal e geral. Sabemos que a saliva pode mostrar indícios de diabetes e, se há sangramento, pode ser algum sinal de gengivite. O dentista poderia verificar a sua escova e dizer que você precisa se esforçar mais na escovação ou que você apresenta sinais de diabetes, cáries ou gengivite, por exemplo.

E como seria a escovação perfeita?
A primeira coisa a ser notada é a importância da saúde bucal. A boca não é separada do corpo, existe uma relação muito grande entre a saúde do nosso corpo e a saúde bucal. Por isso, uma boca saudável faz parte de um corpo saudável. E para chegar nesse estágio, é preciso existir uma escovação adequada, sistemática, passando em cada um dos dentes cobrindo todas as regiões. É preciso uma escova de dente com uma cabeça pequena para que todas as áreas sejam alcançadas e o mais importante, que você tenha paciência. Se você dedicar pouco tempo de manhã porque está com pressa para o trabalho ou escola, gaste mais tempo à noite para compensar.

Marco Túlio Pires


Veja.com

Irã afirma que apedrejamento não é tema de direitos humanos


Teerã pede que outros países não interfiram em casos como o de Sakineh

TEERÃ - Países estrangeiros não devem interferir no sistema legal do Irã e devem parar de tentar converter o caso de uma mulher condenada à morte por apedrejamento por ter cometido adultério em problema de direitos humanos, disse Teerã na terça-feira, 7.
O caso da mãe de dois filhos, de 43 anos, condenada à morte por ter feito sexo ilicitamente e acusada de envolvimento no assassinato de seu marido, provocou ultraje internacional. O Brasil ofereceu asilo a ela, e o Vaticano se manifestou contra o castigo "brutal".
Um porta-voz do governo disse que o furor é baseado em informações equivocadas sobre o caso de Sakineh Mohammadi Ashtiani. "Infelizmente, estão defendendo uma pessoa que está sendo julgada por homicídio e adultério, que são dois crimes graves desta mulher e não devem ser convertidos em questão de direitos humanos", disse em coletiva de imprensa o porta-voz do Ministério do Exterior, Rahmin Mehmanparast.
"Se a libertaçãode todos os que cometeram homicídios será visto como questão de direitos humanos, então todos os países europeus deveriam soltar todos os assassinos nesses países."
O caso do apedrejamento vem dificultando as relações entre o Irã e o Ocidente, que acusa a República Islâmica de buscar fabricar armas nucleares, o que Teerã nega.
Na França, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse na terça-feira que está horrorizado diante da sentença. "Isto é barbárie indizível. Condenamos tais atos, que não têm justificativa sob nenhum código moral ou religioso", disse ele ao Parlamento Europeu em Estrasburgo.
O grupo de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional disse que Ashtiani foi condenada em 2006 por ter tido "uma relação ilícita" com dois homens e recebeu 99 chibatadas. Subsequentemente, foi condenada por "adultério enquanto estava casada" e sentenciada à morte por apedrejamento, segundo a organização.
Mehmanparast disse que a condenação por adultério está sendo revista e que o veredicto pela acusação de homicídio e cumplicidade em homicídio está pendente. Relatos da mídia iraniana sugerem que a sentença de apedrejamento pode ser revogada, mas que Ashtiani pode ser enforcada.
O advogado de Ashtiani, Mohammad Mostafaei, fugiu para a Europa em julho para não ser preso e na segunda-feira apareceu em coletiva de imprensa ao lado do ministro francês do Exterior, Bernard Kouchner, que o descreveu como "herói dos direitos humanos".


Estadão


A Solidariedade Toca Aqui...


O Portal GloboRadio criou uma rádio exclusiva para o site planeta voluntários com músicas de artistas engajados ou com mensagens por um mundo melhor. Na lista estão U2, Gilberto Gil, Michael Jackson entre outros artistas. O objetivo é criar uma trilha sonora temática para quem navega no site entrar no clima das causas sociais. O banner do Portal também vai ter um destaque especial no planeta voluntários e vice-versa.
O Portal GloboRádio reúne as rádios tradicionais Beat98, CBN, BHfm e Rádio Globo, além de outras 40 emissoras temáticas e as online Multishow FM, Globo FM, Rádio GNT e Rádio Zona de Impacto. Assim, os internautas acessam notícias, especiais musicais , promoções e interagem com as emissoras pelas redes sociais.
O Planeta Voluntários é um site não governamental, apartidário e ecumênico, criada em maio de 2009 por iniciativa do empresário Marcio Demari, da empresa Demari & Ferreira, sediada em Londrina, Paraná, no Brasil, com a visão de desenvolver a cultura do trabalho voluntário organizado, que levará o serviço voluntariado a auxiliar milhões de brasileiros e entidades que necessitam de todo tipo de ajuda;a missão é a de conectar pessoas, que, através da transformação pessoal e social, destinam-se a construir uma solução justa, pacífica e sustentável para o mundo, refletindo a unidade de toda a humanidade. O site conta com uma Rede Social que cruza as informações dos voluntários com as instituições cadastradas, sendo um elo entre elas.


PLANETA VOLUNTÁRIOS
Porque ajudar faz bem !
A maior Rede Social de Voluntários e ONGs do Brasil

Informação recebida por e-mail

Fala Brasil: Problemas na visão podem explicar baixo rendimento escolar de algumas crianças


Quase metade dos estudantes da rede pública tem dificuldades para enxergar

O Fala Brasil desta terça (7) destaca uma das possíveis causas do baixo rendimento escolar de algumas crianças da rede pública: a dificuldade para enxergar. Uma pesquisa feita pela Universidade Federal de São Paulo mostrou que quase metade dos alunos de instituições públicas de ensino tinham algum problema na vista e não sabiam.
Dentre as complicações na visão existentes destacam-se a hipermetropia ( dificuldade para enxergar de perto), a miopia (dificuldade para enxergar de longe), o astigmatismo ( quando os objetos ganham formatos distorcidos e embaçados), e a visão preguiçosa ( quando um dos olhos é menos desenvolvido que o outro, o que prejudica o olho saudável, que fica sobrecarregado). A pesquisa revelou que ao menos uma dessas condições foi percebida em quase metade das crianças.
Os problemas na visão afetam principalmente as crianças carentes de escolas públicas, já que os pais acabam não percebendo a dificuldade do filho para enxergar, e muitos professores também não estão preparados para esta condição. Os alunos, em geral, ficam desatentos, por não conseguirem enxergar o quadro claramente, e também sofrem com dores de cabeça. Especialistas alertam que a correção deve ser feita imediatamente, para o problema não se agravar. O uso de óculos é o mais recomendado neste tipo de situação.



R7

Espanha prende mais 5 suspeitos por rede de prostituição de brasileiros


Polícia desmantelou rede que explorava sexualmente imigrantes brasileiros.
Um garoto de 16 anos estava entre as vítimas do grupo.

A polícia espanhola anunciou nesta terça-feira (7) que prendeu mais cinco suspeitos de envolvimento na rede de exploração sexual de homens brasileiros, que foi desmantelada na semana passada.
Segundo o último comunicado divulgado, um brasileiro de 16 anos estava entre as mais de 70 vítimas do grupo que levava brasileiros a várias cidades da Espanha e os mantinha trabalhando em situações precárias para pagar as dívidas da viagem. A polícia encontrou ainda imagens do garoto de 16 anos divulgadas em site com anúncios da organização. A polícia diz que o garoto permaneceu ligado ao grupo por três semanas.
As prisões anunciadas nesta terça-feira são o resultado da segunda fase da operação realizada nos últimos dias contra a rede de exploração sexual de homens. "Cinco pessoas foram presas em gravações feitas em três prostíbulos masculinos localizados no centro da cidade de Madrid", disse a Polícia nacional.
Além dos cinco suspeitos detidos nesta segunda fase da operação,, os agentes prenderam cinco pessoas que estavam em situação irregular de imigração.

Organização desmantelada
No dia 31 de agosto, a polícia espanhola desmantelou a primeira rede de tráfico de homens na Espanha ao término de operações iniciadas em fevereiro que causaram a detenção de 14 pessoas. Foi a primeira vez que a Espanha acabou com uma rede dedicada à exploração sexual de homens. As primeiras detenções aconteceram em Palma de Mallorca, Madri, Barcelona, Alicante e León.
A maior parte dos jovens que se prostituíam vinha do Maranhão, atraídos por promessas enganosas. As operações, que começaram em fevereiro passado, causaram a detenção de 14 pessoas, entre elas do cérebro da organização, de nacionalidade brasileira, identificado pela polícia como "Lucas".
Também foram presas 17 vítimas que estavam na Espanha em situação irregular, explicaram depois em uma entrevista coletiva à imprensa membros da Brigada Central de Redes de Imigração.
A organização atraía os homens com a oferta de uma "bolsa de viagem" e a passagem de avião, que era comprada com cartões "clonados". As vítimas tentavam entrar na Espanha a partir de outros países do Espaço Schengen europeu. Quando chegavam ao território espanhol, "o líder da rede os distribuía por casas de prostituição variadas e fornecia a eles cocaína, 'popper' (uma droga para a estimulação sexual) e Viagra para que se prostituíssem 24 horas por dia".
O grupo conseguiu levar para a Espanha cerca de 80 pessoas, dos quais 64 eram homens e o restante travestis e mulheres, indicaram as autoridades da brigada.
As vítimas desta rede viviam amontoadas em casas de quartos com duas ou três beliches em que dormiam entre quatro e seis pessoas. Havia uma pequena sala onde se apresentavam para seus clientes, em maioria homens com entre 20 e 65 anos.
Os jovens cobravam cerca de 60 euros (R$ 135), mas a metade da arrecadação ia para os chefes da rede, a quem tinham que pagar cerca de 4.000 euros (R$ 9.000) por terem sido levados para a Espanha.
Segundo a polícia, os líderes da organização faziam as vítimas assinarem um contrato de arrendamento de um quarto compartilhado para poderem fingir que eles estavam ali voluntariamente.


G1

Pedofilia não é tudo a mesma coisa


Longe de mim querer relativizar um problema tão grave de nossa sociedade (e de tantas outras). Mas eu não poderia deixar de mencionar o artigo recente do psiquiatra Daniel de Barros sobre os tipos de pedofilia. A motivação do colega foi um projeto de lei da senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), mas acredito que a discussão seja ainda mais relevante para o estado do Espírito Santo, onde o senador Magno Malta (PR-ES) costuma aparecer em propagandas contra a pedofilia.

O problema é que a palavra tem ao menos três usos diferentes que vêm sendo tratados como se fossem intercambiáveis:

*Um transtorno mental que leva as pessoas a terem desejos eróticos por crianças;
*O ato de “apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet, fotografias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito, envolvendo criança ou adolescente” (Estatuto da criança e do adolescente); e
*Ter envolvimento sexual de qualquer natureza com menores de idade.

Dr. Daniel de Barros é o coordenador médico do Núcleo de Psiquiatria Forense do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, e está sempre enfatizando que a pessoa não precisa ter um transtorno mental para cometer um crime. Uma pessoa pode ter atração sexual por crianças, e reprimir essa atração e procurar ajuda; ou ela pode não ter preferência alguma por crianças, mas abusar delas por uma questão de oportunidade.

A Organização Mundial da Saúde estima que na América Latina 6% das pessoas com 15 anos de idade ou mais tenham sofrido abuso sexual na infância. A definição adotada pela OMS inclui contato sexual, penetração, ou tentativa de relação sexual por uma pessoa mais velha, quando a vítima tem menos de 15 anos de idade. Quando a definição incluía o abuso sexual sem contato, e se estendia aos 18 anos, as estimativas eram ainda maiores: 10,7% para o sexo masculino, e 8,4% para o sexo feminino. Está provado que o abuso sexual causa depressão, transtorno do pânico, uso nocivo do álcool, alcoolismo, e suicídio; e existe ao menos uma forte associação entre abuso sexual na infância e transtorno do estresse pós-traumático na vida adulta. (Leia também: “Como saber se você está com depressão”.)

Um assunto tão sério não pode ser tratado de forma leviana. A atração sexual por crianças é um transtorno mental, e portanto assunto de Saúde. O abuso sexual de crianças é um crime, e portanto assunto de Justiça. Tratar ambos de forma igual é falta de informação ou então má-fé.


domingo, 5 de setembro de 2010

CE: Programa busca fortalecer a identidade das crianças


Iniciativa visa formar contadores de histórias que estimulem jovens abrigados a relatar suas vidas

O Ceará será o quinto estado brasileiro a receber o programa Fazendo Minha História. A iniciativa, desenvolvida pelo Instituto Fazendo História, propõe um resgate da trajetória de vida de crianças que vivem em abrigos. A ideia é formar educadores sociais e voluntários para trabalhar com contação de histórias a fim de incentivar meninos e meninas abrigados a fazer seus próprios relatos. Técnicos e educadores de seis instituições de Fortaleza (CE) passaram pela formação, realizada entre os dias 17 e 20 de agosto. Débora Vigevani, técnica do Instituto e uma das responsáveis pela capacitação, explicou ser meta ajudar crianças abrigadas a fortalecer a própria identidade com uso de ferramentas simples, como álbuns, canetas, cola e fotografias. O programa atua nos estados do Maranhão, Rio de Janeiro, Paraná e Paraíba. No Ceará, a ação é articulada pela Coordenadoria da Criança e do Adolescente (Funci), da Secretaria de Direitos Humanos (SDH).

Fonte: O Povo (CE); Diário do Nordeste (CE) – 21/08/2010

do clipping da Andi


prómenino

O que fazer para controlar a hipertensão arterial


A hipertensão arterial é fator de risco importante para os acidentes vasculares cerebrais e para os enfartes do miocárdio. Por isso, é recomendado para mulheres em idade fértil e hipertensas o tratamento com medicamentos que possam ser administrados de maneira segura durante a gravidez. Medidas simples e baratas como a aferição da pressão arterial ou a correta informação podem reduzir a mortalidade na gravidez.


Confira dez recomendações para controlar a hipertensão nas mulheres que sofrem com a doença.

1) Meça a pressão arterial pelo uma vez ao ano. Só assim serão diagnosticadas mulheres hipertensas que desconhecem a doença.

2) Para tratar a hipertensão, são fundamentais algumas medidas de apoio, como perder peso, reduzir o consumo de álcool, abandonar o fumo, diminuir o consumo de sal e de gorduras e fazer exercício físico.

3) Tomar religiosamente os medicamentos que lhe forem prescritos. Saiba que uma em cada quatro hipertensas nem sequer faz tratamento.

4) O objetivo é reduzir a pressão arterial para abaixo dos 140/90 mmHg. Com a ajuda do seu médico e com alguma dose de dedicação, acabará conseguindo. No diabetes e na doença renal, os valores a atingir deverão ficar abaixo dos 130/85 mmHg.

5) A medicação para a hipertensão arterial é para ser feita durante toda a vida. Se você parar, a pressão volta a subir, por vezes de maneira abrupta, atingindo valores muito elevados. Por isso é tão importante que você evite interromper o tratamento.

6) Não espere ter sempre valores tensionais iguais; a pressão arterial varia durante o dia, sendo mais elevada no período matinal. Também no verão a pressão arterial é habitualmente mais baixa que no inverno. O ideal é estar sempre controlando.

7) A causa mais frequente de hipertensão não controlada é a da hipertensão que toma irregularmente os comprimidos. É importante a utilização constante dos medicamentos e, em alguns casos, a associação de vários medicamentos, para se conseguir o efeito desejado.

8) Na doente medicada, algumas subidas bruscas de pressão arterial podem ser crises de ansiedade; tranquilizar a paciente e acertar a terapêutica são fundamentais. Tente evitar os momentos de crises nervosas ou discussões. Não utilize tratamentos sublinguais, sem orientações médicas.

9) Se baixar 5 ou 6 mmHg na sua pressão arterial mínima e, ou, 10 mmHg na sua pressão arterial máxima, poderá obter como prêmio uma redução do risco de morte por trombose de 42% e de morte por enfarte do miocárdio de 16%. Se conseguir, parabéns!

10) Se você é hipertensa e caso esteja grávida, saiba que alguns medicamentos utilizados no tratamento da hipertensão são prejudiciais à sua saúde e à do seu filho. Neste caso, ente-se com seu médico e controle a pressão.



Justiça foi feita , diz Ilana Casoy


O júri do rumoroso caso da menina Isabella Nardoni, que morreu aos cinco anos após sofrer uma queda do sexto andar do apartamento em que morava, foi acompanhado pela autora e pesquisadora de crimes violentos Ilana Casoy.

No livro "A Prova é a Testemunha", Casoy recria os cinco dias de julgamento e mostra como a perícia técnica conseguiu incriminar o casal Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni no assassinato de Isabella.
Uma série de indícios colocou em xeque a versão do pai e da madrasta: havia vestígios de sangue no apartamento, Isabella tinha marcas de asfixia e quebrou apenas um pulso na queda. Havia também o relato de vizinhos que teriam ouvido a menina gritar "Para, pai! Para, pai!" e marcas da tela do apartamento foram encontradas na camiseta de Alexandre.
A linha do tempo feita pelo promotor Francisco Cembranelli e o depoimento dos peritos que trabalharam no caso foram considerados, pela autora, os pontos fortes da acusação para condenar o casal Nardoni. A dupla foi condenada por homicídio triplamente qualificado e fraude processual (por ter alterado a cena do crime). De acordo com a sentença, no total, Alexandre foi condenado a 31 anos, um mês e dez dias de prisão por homicídio triplamente qualificado, pelo fato de ter sido cometido contra menor de 14 anos e agravado por ser contra descendente. Ele também foi condenado a oito meses pelo crime de fraude processual, em regime semiaberto.
Já Anna Carolina foi condenada a 26 anos e oito meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado, cometido contra menor de 14 anos, e mais oito meses pelo crime de fraude processual, também em regime semiaberto.
Em entrevista à Livraria da folha, Ilana Casoy conta que Alexandre Nardoni é seguro, dominante no casal, tem um discurso mais preparado. Já Anna Jatobá é mais nervosa.

Veja entrevista:

Livraria da Folha -O que a senhora destacaria do júri da menina Isabella?
Ilana Casoy- A imprensa observou o julgamento em partes, porque havia um rodízio a ser obedecido pelos jornalistas. Minha observação do júri foi ininterrupta, de forma que pude contá-lo na sua totalidade, fazendo com que o leitor "assista" por inteiro o que aconteceu no plenário durante os cinco dias do julgamento. Assim, cada um pode ouvir defesa e acusação, sendo também jurado dessa história.
Livraria da Folha - Você teve contato com as famílias envolvidas? Qual foi a reação diante da sentença final?
Casoy- Não gostaria de falar sobre a família na divulgação do livro. Contei apenas o que aconteceu no júri, fazendo com que o meu leitor participasse de tudo. Cada dia constitui um capítulo do livro, e o momento da sentença é o epílogo.
Livraria da Folha -Qual era o ambiente do júri?
Casoy- O ambiente do júri é sempre de muita tensão e emoção, mesmo naqueles em que não há plateia. Vidas serão decididas, provas apresentadas, respostas dadas. Ali ninguém está feliz, todos perdem ou perderam, são vidas marcadas para sempre.
Livraria da Folha - Como você define Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá?
Casoy- Alexandre é seguro, dominante no casal, tem um discurso mais preparado e muitas vezes se insurgiu quanto a essa ou aquela pergunta. Anna Carolina é mais ansiosa, nervosa, fala muito depressa, se atropela nas palavras e explicações. Alexandre é mais razão, Anna Carolina mais emoção.
Livraria da Folha - A comoção da sociedade com o caso foi muito grande, isso era claramente percebido dentro do júri?
Casoy- O júri é um mundo separado. Quando você entra no plenário, tudo em volta silencia, as pessoas prestam concentrada atenção no que está sendo perguntado e respondido por quem esta sendo ouvido. Os jurados ficam "sequestrados", não sabem o que se passa lá fora. E como a decisão é unicamente deles, é isso que importa, que possam decidir com tranquilidade. Só souberam o que aconteceu do lado de fora da sala quando acabou o julgamento, o juiz jamais permitiria que houvesse qualquer tipo de interferência dentro do plenário. Apesar da emoção que cada pessoa pudesse carregar consigo, qualquer manifestação estava fora de cogitação.
Livraria da Folha - O que você acha do júri ter se tornado um "evento"?
Casoy- Não sabemos por que certos casos ganham o interesse público e outros não. Na mesma época do caso Isabella eu estava naquele mesmo fórum estudando o caso do menino Elvis, no qual a mãe era acusada de tê-lo assassinado. Não saiu uma linha sequer nos noticiários, mas também tratava-se de crime onde a linha do sagrado é rompida. Esses crimes são particularmente chocantes, porque a pessoa que deveria amar e proteger a vítima é o seu algoz. São situações difíceis de compreender e aceitar.
Livraria da Folha - De todos os crimes que já tenha pesquisado, acredita que esse tenha sido o mais complexo?
Casoy- A complexidade pode ter várias facetas: emocionais, periciais, técnico-jurídicas e etc. Nenhum caso é "o mais" em tudo, cada um é um e tem sua particularidade. A dificuldade maior talvez tenha sido mostrar aos jurados seis mil páginas de informações em apenas 5 dias, em um caso em que os réus negavam autoria e a perícia os apontava como culpados através de provas técnicas, além de todos os casos de crimes em família serem especialmente dolorosos. Este não fugiu a regra.
Livraria da Folha - Foi feito justiça no caso Isabella?
Casoy- Sempre que um caso é julgado pelo júri popular, acredito sim que justiça foi feita. São sete pessoas do povo, completamente leigas, que votam em segredo e não tem que explicar porque absolveram ou condenaram. Hoje em dia, para protegê-los ainda mais, são contados apenas os votos até que se tenha maioria, de forma que nós nem ficamos sabendo quantos votaram de cada maneira. Assim ninguém pode ser cobrado por ter acreditado na culpa ou inocência de alguém.


AGU autoriza pensão para casos de união estável


Os cônjuges de servidores públicos federais terão direto de receber pensão, nos casos de morte, caso comprovem união estável, sem a necessidade de processos judiciais, informou a Advocacia-Geral da União (AGU), na quarta-feira.
A súmula que assegura o benefício foi publicada no final de agosto pela AGU. A proposta havia sido apresentada pela Secretaria-Geral de Contencioso da AGU, com base no artigo 226 da Constituição, que reconhece a união estável como entidade familiar, usou ainda como argumentos decisões tomadas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre o assunto.
De acordo com a súmula da AGU, os representantes judiciais da União poderão desistir das contestações já apresentadas contra os pedidos de pensão, em casos de união estável.


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