sábado, 13 de março de 2010

Mães vão para o forró e deixam crianças abandonadas em casa, na zona leste de SP


SÃO PAULO - A Polícia Militar resgatou nesta madrugada duas crianças que foram deixadas sozinhas pelas mães por cerca de 16 horas dentro de casa, na Vila União, zona leste de São Paulo. Assustados e com fome, o menino, de 2 anos, e a menina, de 6, pediram socorro e foram ouvidos por vizinhos, que chamaram a PM. As mães das duas crianças moram juntas e teriam ido a um forró.
Quando os policias chegaram ao imóvel, encontraram, tudo trancado. As crianças foram retiradas pela única janela sem grade da casa. As crianças foram levadas para a delegacia, onde comeram pão, bolo e suco comprado pelos policiais.
De acordo com a PM, as mulheres saíram de casa sexta-feira, no fim da manhã. Uma delas só voltou para casa na manhã deste sábado.
Na delegacia, a mãe do bebê explicou que passou a noite toda fora de casa procurando remédio para o filho. As crianças foram levadas pelo Conselho Tutelar e, por enquanto, vão ficar num abrigo. As mães podem responder a processo por abandono de incapaz.


Marcos Espínola: Sementes de violência


Advogado criminalista

Rio - A educação é o princípio básico para o futuro de uma nação. Já se sabe disso há algum tempo, mas o poder público ainda “derrapa” nesse setor, que continua desassistido. Assim, outros problemas surgem e ganham força, inclusive no âmbito escolar, como o chamado bullying, que significa ameaçar, assustar, ridicularizar.
Em nossas escolas, esses episódios já são freqüentes, além de casos na Internet. Um problema que pode atingir graves proporções e que requer atenção e vontade política para ser combatido.
Quando falamos de crime e violência, automaticamente reportamos nosso pensamento para as guerras nos morros, nos tiroteios, etc. Obviamente, tudo isso representa o caos que se tornaram as grandes cidades brasileiras, mas é esquecido o fato de tudo isso ser a consequência e não a causa.
A partir daí se dá o efeito dominó no qual as novas gerações se espelham no errado e adotam práticas agressivas, apostando desde cedo na impunidade. A humilhação e o constrangimento causado nas escolas já é um reflexo de uma sociedade que se descuida da sua educação de base e até leis, como a 5.089 que combate o bullying, é normalmente ignorada.
Hoje, para muitos alunos, ir para a escola significa um tormento. Mas, infelizmente, adultos também se encontram em situações similares, como os trabalhadores que se humilham em coletivos superlotados, os policiais que moram em áreas dominadas por traficantes de drogas, vivendo no limite da tensão, entre tantos outros exemplos que há.
O fato é que um país que não investe em sua educação, em vez de plantar sementes de esperança para um futuro promissor, planta, ao contrário, com o descaso, sementes de violência.


Choque de ordem flagra menores consumindo bebida alcoólica em boate na Lapa

Foto: osvaldo Praddo/ Agência O Dia

Dona do estabelecimento foi detida

Rio- Fiscais da Secretaria de Ordem Pública (SEOP) flagraram sete menores consumindo bebida alcoólica em uma boate, na Rua Joaquim Silva, na Lapa, no início da madrugada deste sábado. A proprietária do estabelecimento foi detida.
Com auxílio de policiais militares,os fiscais chegaram à boate após receberem uma denúncia anônima sobre a presença de menores consumindo bebida alcoólica em um baile funk. Os adolescentes foram encaminhados à 5ª DP (Gomes Freire), onde foram liberados após prestarem depoimentos.
Segundo os fiscais da SEOP, a boate costuma promover bailes funks para atrair menores. O delegado adjunto Marco Castro informou que não havia provas de que os jovens compraram a bebida na boate. A dona da boate apresentou alvará e foi liberada após ser indiciada por pertubação ao sossêgo.

Charles Rodrigues


Caso Isabella: GPS e Ligações Telefônicas


ALÉM DAS FARTAS PROVAS OBTIDAS PELA PERÍCIA, O FATOR CRONOLÓGICO CONDENA O CASAL

Utilizando os registros do GPS e da Telefônica. a partir do momento em que Alexandre desligou o motor do carro até a 1º ligação do Sr Lúcio Teixeira para o resgate, precisa-se o tempo de 13 MINUTOS. Para a polícia, Isabella foi jogada pela janela do apartamento do casal às 23h49m19s.
O porteiro Valdomiro da Silva Veloso ouviu o barulho da queda da menina no gramado do térreo e, imediatamente, avisou o morador do primeiro andar, Antônio Lúcio Teixeira, pelo interfone. Esse trâmite teria demorado cerca de 40 segundos. A primeira ligação para a Polícia Militar comunicando a queda da criança foi feita pelo vizinho Antônio Lúcio Teixeira, às 23h49m59s.
ISABELA CAIU 23h 49m 19s
CÁLCULO: 23h 49m 59s - 40 s = 23h 49m 19s
Apenas 33 segundos depois do telefonema de Teixeira, às 23h50m32s, Anna Carolina Jatobá usou o telefone fixo do apartamento e fez o primeiro telefonema para a casa do pai dela.
Se Isabella caiu às 23h49m, como o assassino da menina conseguiu fugir do apartamento sem ser visto, se no minuto seguinte Anna Carolina Jatobá já estava discando para a família de dentro do imóvel?
O que prova também que o casal estava dentro do apartamento no momento em que Isabella foi jogada.A ligação para a casa de Alexandre Jatobá durou 24 segundos. Treze segundos depois ela fez o segundo telefonema, desta vez para a casa do pai de Alexandre, o advogado Antonio Nardoni. A ligação começou às 23h51m09s e durou 32 segundos.
O tempo para fazer os dois telefonemas é de 56 segundos. Mais 13 segundos entre as discagens.
Portanto, antes das ligações, o casal teria de fazer toda a checagem do apartamento e a descoberta de que Isabella caíra da janela. Depois, teve que aguardar o elevador e descer por ele para chegar ao corpo da menina, tudo em dois minutos. Com os filhos no colo.
Ou seja, em 120 segundos, destrancaram a porta, perceberam que a menina não estava no quarto, verificaram os outros quartos, viram Isabella pela janela e desceram até o andar térreo. Em questionário feito pela polícia, e enviado à perícia, foi perguntado qual o tempo médio em que seria possível realizar todas as ações.
Resposta: 5 minutos.

Blog do Caso Isabella Oliveira Nardoni

Pedófilos agem rápido para aliciar crianças


Poucos minutos bastam para quem entra em salas de bate-papo receber uma proposta sexual

Sete minutos é o tempo necessário para que uma criança ou adolescente se depare com a primeira frase – de uma sequência – que pretende invadir sua intimidade e até mesmo chocar, quando se entra em uma sala de bate-papo virtual. A reportagem fez o teste e constatou que, além das ingênuas solicitações de envio de MSN e endereços de site de relacionamentos, a conversa pode esquentar até chegar ao oferecimento de dinheiro para a realização de programas sexuais.
No Paraná, casos que envolvam pedofilia e pornografia infantil são investigados pelo Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber). Para o delegado Deme­trius Gonzaga de Oliveira, o número de casos desse tipo representa pouco menos de 10% de todas as denúncias recebidas (que incluem, por exemplo, golpes financeiros ou preconceito). Ele acredita que ainda há muito medo de denunciar por parte dos pais. Mensal­men­te, dois ou três responsáveis chegam à delegacia em busca de informações, mas poucos dão queixa.
A entidade não governamental SaferNet Brasil, em parceria com o Ministério Público Federal, criou em 2006 a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. Ela recebe, em média, 2,5 mil denúncias por dia. Nos dois primeiros meses do ano, já foram 7.802 ligações somente sobre pornografia infantil na rede. Os sites de relacionamento são os principais apontados.
Atualmente, o Nuciber tem 13 casos de pedofilia na internet em investigação, além de 12 outros encaminhados para a Polícia Federal. “De cada 10 casos recebidos, 7 são de competência federal”, lembra. Muitas imagens são feitas no Paraná, mas repassadas para sites pornográficos do exterior, especialmente nos Estados Unidos, na República Tcheca e na Rússia.
Programas de informática que monitoram as atividades das crianças na rede podem ser uma saída, lembra o delegado, mas devem ser acompanhados por um diálogo dentro da família. De outra forma, o filho pode acabar se voltando contra os pais e buscando o acesso à internet em lan houses. “O olho no olho com o filho pode ser muito benéfico para não perder o controle”, aconselha Oliveira. Não existe uma legislação que faça a fiscalização dos provedores, lembra o delegado – é preciso acionar o departamento jurídico de casa empresa.

Assédio feminino

A constatação desse perigoso quadro vai além. Um estudo realizado pelo especialista em segurança da informação Wanderson Castilho revelou que as meninas têm dez vezes mais chance de serem assediadas do que os meninos, por estarem mais em contato com sites de relacionamento, onde há troca de perfis e imagens, e salas de bate-papo. Em um teste realizado por ele, a menina recebeu a primeira proposta já no primeiro minuto, enquanto o menino esperou dez minutos. “Por desconhecer quem está do outro lado, a criança e o adolescente ficam vulneráveis às práticas de pedofilia e incentivo à prostituição infantil”, avisa Castilho. Ele explica que pedidos de conexão a webcams e a exibição de partes íntimas do interlocutor são comuns.
Procurando saber quais são os riscos que o jovem vem correndo na internet, a ONG internacional Child Protection Partnership (CPP, ou Parceria para a Proteção da Criança e Adoles­cente), em conjunto com outras entidades, resolveu lançar um questionário on-line através da Rede Social Nética (leia mais nesta página) perguntando ao público infanto-juvenil – de 11 a 18 anos – se os adolescentes se sentem seguros on-line. O objetivo é perceber, por meio de 1,5 mil questionários respondidos, qual a perspectiva do adolescente brasileiro sobre a tecnologia de informação e comunicação (TIC) em suas vidas e qual é a dimensão do seu conhecimento quanto aos perigos e proteções existentes. O resultado da pesquisa deverá ser divulgado em abril.

Clandestinidade


No Brasil, o número de lan houses oficialmente reconhecidas é muito pequeno. Segundo o coordenador da CPP, Luiz Rossi, 93% dos estabelecimentos vivem na clandestinidade. Para Rossi, esses espaços dão a acessibilidade que falta a quem não tem opção de acessar a rede em casa, mas é preciso ter cuidados. Muitos pais acreditam que, se os filhos estão na lan house, estão a salvo da criminalidade, mas podem estar en­­ganados. “Os acessos em alguns espaços da internet podem vislumbrar um mundo que o adolescente não está preparado para enfrentar”, alerta Rossi.

Segurança
Medidas simples já reduzem os riscos de crianças e adolescentes serem aliciados por pedófilos


Para os pais

> Deixe o computador num cômodo público da casa, como sala de estar ou escritório. Isso inibe ações inadequadas e facilita o acompanhamento.

> Sente-se com seu filho em frente do computador e peça que ele mostre quais os sites que visita, seus amigos do MSN, seu blog. Diga que é importante avisar quando ele for se conectar.

> Limite o tempo de uso da web. Uma a duas horas por dia, em período letivo, é mais do que suficiente.

Para os filhos

> Não converse com estranhos, nem aceite nada deles.

> Nunca use seu nome verdadeiro em jogos, em salas de bate-papo, e-mail ou site de relacionamento.

> Não dê seu endereço, telefone, nome da escola ou de parentes.

> Se acontecer algo estranho, chame um adulto de confiança para denunciar.

Fonte: Proerd-PR/SaferNet Brasil


ONG analisa segurança virtual

O coordenador da Child Protec­tion Partnership (CPP) no Brasil, Luiz Rossi, diz que a metodologia usada para identificar a segurança virtual da criança e do adolescente consiste em dividir o projeto em quatro partes: mapeamento, engajamento, planejamento e criação de projetos.

Leia a matéria completa

Ofertas de R$ 200 e filmagem em menos de uma hora

Em 40 minutos, a simples entrada em uma sala de bate-papo de um dos maiores provedores do país rendeu 28 contatos. Se fossem simples conversas entre adolescentes – a sala escolhida era dirigida a jovens de 15 a 20 anos, no Paraná –, não haveria problemas. Mas em menos de sete minutos eu já estava convidada a sair para fazer um programa sexual.
Leia o depoimento completo da repórter Aline Peres


Serviço:

Denúncias podem ser feitas pelo e-mail cibercrimes@pc.pr.gov.br. O questionário “Você está Seguro (a) On-line?” pode ser respondido na página www.netica.org.br/cpp-brasil.

Aline Peres
Gazeta do Povo

Repórteres Sem Fronteiras lança relatório com países 'inimigos da internet'


RIO - A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou nesta sexta-feira uma lista de países que restringem o acessos de seus cidadãos a informações encontradas na rede mundial. Batizada com o sugestivo nome "Inimigos da Internet', a lista traz figuras esperadas, como China, Irã e Arábia Saudita, mas surpreende ao incluir a democrática Austrália e a Coreia do Sul, país com maior penetração da internet no mundo, como nações "sob vigilância".
"Democracias ocidentais não estão imunes à tendência de regulação da internet. Em nome da luta contra a pornografia infantil e o roubo de propriedade intelectual, leis e decretos têm sido adotados, ou estão sendo criados, notavelmente na Austrália, França, Itália e Grã-Bretanha", diz o relatório.
Na Coreia do Sul, uma nova lei pode levar à prisão por até cinco anos quem for pego "disseminando notícias falsas com a intenção de prejudicar o interesse público".
Segundo a RSF, os países que mais violam os direitos dos internautas são Arábia Saudita, Burma, China, Coreia do Norte, Cuba, Egito, Irã, Síria, Turquia, Turcomenistão, Uzbequistão e Vietnã. O relatório alerta que 120 blogueiros estão presos por se expressar na internet. A China lidera a triste estatística com 72 detentos, seguida pelo Vietnã e Irã.
"Em países autoritários onde a mídia tradicional é controlada pelo Estado, a internet oferece um espaço único de discussão e troca de informações e se tornou uma ferramenta importante de mobilização e protesto".
Segundo a ONG, os artifícios utilizados pelas nações autoritárias para controlar a internet são censura política e social de conteúdo, ameaça e prisão de internautas, vigilância online e exigência de identificação de usuários.
Entre os piores casos, a RSF cita a Coreia do Norte, Burma e o Turcomenistão, que "se isolam completamente da grande rede" ao não investir o mínimo em infraestrutura. O resultado é o surgimento de um mercado negro de telecom na fronteira da China com a Coreia do Norte, situação que se repete também em
Envolvido em uma polêmica com a China, o Google comentou o relatório em seu blog oficial , afirmando que a ferramenta de buscas e o YouTube estão ou foram bloqueados em pelo menos 25 países. O gigante da web patrocinou o prêmio "Cidadão da Web", produzido pela Repórteres Sem Fronteiras.
O site iraniano " mudanças pela igualdade " foi o primeiro vencedor, graças a sua luta pela igualdade de direitos entre os sexos num país dominado pelo fundamentalismo religioso. Segundo o Google, "o site se tornou uma fonte conhecida de informação sobre os direitos das mulheres no Irã, documentando prisões de ativistas e funcionando como ponto de encontro para oposicionistas do regime".

O Globo

Médico é preso no Sul sob acusação de crime sexual


A Delegacia para a Mulher de Caxias do Sul prendeu na tarde de ontem o traumatologista Paulo dos Santos Dutra (foto), 50, sob a acusação de crime sexual. Uma de suas supostas vítimas é uma mulher de 49 anos que afirma ter sido assediada em abril do ano passado. A informação é do jornal Zero Hora.
O médico já é réu em um processo de abuso sexual contra uma adolescente.
Na quarta, uma terceira paciente apresentou queixa contra Dutra. A polícia acredita que, com a prisão, outras mulheres poderão se apresentar para denunciá-lo.
Geralmente, em se tratando de crimes dessa natureza, não há provas. Mas esse caso é uma exceção.
A perícia constatou que o material genético coletado na mulher de 49 anos e na adolescente tem o DNA do acusado.
A polícia conseguiu o DNA do médico em uma escova de dentes apreendida na casa dele.
Até agora, o advogado do médico não se manifestou.

Paulopes Weblog

Para recuperar a autoestima, a peruca

Por Natalia Cuminale

Com direito a convidados de peso, joias valiosas e os habituais selinhos, Hebe Camargo retornou na última segunda-feira ao palco de seu programa no SBT como se nunca tivesse deixado o comando da atração semanal para tratar um câncer no peritônio. A alegria da apresentadora segue expansiva. Dois detalhes, porém, denunciavam a luta contra a doença: ela está mais magra e usava peruca - a queda dos cabelos, vale lembrar, é um dos efeitos da quimioterapia a que Hebe se submeteu.
"Antes de fazer a peruca, eu disse a ela que aquele não era um momento para mudanças na aparência. O ideal é que ela voltasse ao programa com o mesmo visual de sempre, com o cabelo com que todos estamos acostumados", conta a cabeleireira Nilta Murcelli. Mestre na arte de confeccionar perucas há 50 anos, Nilta fez quatro modelos para a apresentadora. Sua habilidade no ofício é diretamente proporcional à recuperação da autoestima de mulheres que, como Hebe, enfrentam uma doença debilitante.
Outras mulheres famosas já trilharam o caminho que Hebe segue agora, em busca da recuperação. Estão entre elas a ministra Dilma Rousseff, a empresária Eliana Tranchesi, dona da Daslu, e a autora de novelas globais Glória Perez. "É um momento muito difícil para qualquer mulher que tem que cobrir sua cabeça", diz Yaffie Begun, responsável pelas perucas usadas por Glória e Eliana. "Uma cliente uma vez me disse que a peça foi tão importante quanto a quimioterapia: uma cuida da parte física, a outra, da emocional."
O item surge na vida das mulheres no momento em que elas estão mais vulneráveis. Depois de passar pelas difíceis fases de diagnóstico e tratamento quimioterápico, vem a apreensão: quando as mechas começarão a cair? "O médico avisa, mas você não sabe quando isso vai acontecer de fato. De repente, você passa a mão na cabeça e os tufos começam a cair. Foi aí que eu pensei em usar uma peruca", explica Márcia Oliveira, dona-de-casa que venceu um câncer de mama há quatro anos. "Além do mal-estar da própria doença, você ainda tem de ficar sem cabelo. Mas a peruca salva nessa hora, não deixa você ficar constrangida, recupera a autoestima."
No Reino Unido, a preocupação com a situação de mulheres como Márcia, Hebe, Dilma, Eliana e Glória produziu um fato interessante. A organização social Macmillan Cancer formou uma aliança com a maior rede de salões de beleza do país, Toni & Guy, para treinar cabelereiros para que eles deem atenção especial a pacientes que sofrem de câncer e perdem os cabelos. O treinamento dos profissionais dura dois dias e ensina como cortar uma peruca e como oferecer suporte emocional ao doente.
No Brasil, a decisão de procurar um peruqueiro normalmente surge em conjunto com a família. As pessoas que chegam para encomendar a peruca são levadas para salas privativas e recebem uma variedade de itens para experimentar. Segundo Nilta, é importante procurar o lugar com antecedência. "Se o médico disse que vai cair o cabelo, é bom que o paciente venha logo, para facilitar na hora da escolha do modelo. Assim, posso ver o rosto da cliente e o tipo de corte que ela usa", explica.
Confeccionada com cabelos naturais brasileiros, o valor de uma peruca pode variar entre 600 reais e 9.000 reais, dependendo da qualidade e do tipo da encomenda. Se a peça for utilizada diariamente, é preciso lavá-la uma vez por semana. O procedimento é feito no salão, já que, se for realizado em casa, corre-se o risco de deformação.
Outra alternativa é a prótese capilar, que difere da peruca no modo de colocação. Feita com cabelo importado da Índia, pode ser usada com mais frequência, inclusive para nadar. "É uma peça leve, que não aperta e também dá mais segurança", explica Heloisa Penteado, proprietária da Hair Look. Segundo Heloisa, 90% de sua clientela são pacientes que fazem tratamentos contra tumores.
Embora exista uma variedade de recursos, há quem prefira assumir a vida sem o cabelo. Esse foi o caso da apresentadora Ana Maria Braga, que logo depois de aparecer de peruca resolveu adotar o cabelo bem curto. A dona de casa Nair Aparecida Gil, de 79 anos, também tentou usar peruca, mas preferiu cobrir a cabeça com lenços e gorros de crochê. "Minha filha comprou uma peruca bonita e sofisticada. Sai do salão com ela, mas aquilo pesava na minha cabeça, achei que ficou esquisito", conta Nair, que descobriu o câncer há três anos.
No momento em que o cabelo começa a cair, a peruca, prótese ou lenço se tornam os principais aliados da mulher. Mas basta crescer um só fio para que elas sejam rapidamente descartadas. "Só tenho a agradecer pela existência da peruca, mas não posso negar é que uma sensação muito boa quando você não precisa mais dela", conta Márcia. "Quando o cabelo cai, você não acredita que ele vai voltar. Mas quando ele reaparece, surge uma sensação de saúde e recuperação."
Por que o cabelo cai? - De acordo com o dermatologista do Hospital Israelita Albert Einstein, Francisco Le Voci, o termo técnico para a perda de cabelo é alopecia. Os quadros de alopecia são divididos em dois grandes grupos: cicatricial e não-cicatricial. No primeiro, o folículo piloso (raiz) é afetado de forma definitiva por doenças inflamatórias, infecciosas ou traumas permanentes. A segunda situação é diagnosticada quando a perda é temporária e reversível, como interrupção por causa de medicação, traumas emocionais e déficits nutricionais. "São mais de cem causas para perda de cabelo, desde a mais comum, que é a calvície, até perdas temporárias e definitivas", explica Le Voci.
A queda de cabelo provocada pela quimioterapia é considerada alopecia não-cicatricial. "A função da quimioterapia é impedir que as células anormais (câncer) continuem se multiplicando. Um dos efeitos colaterais disso é a queda de cabelo. As drogas quimioterápicas atuam no ciclo do crescimento de cabelo e interferem na produção de novos fios", esclarece o dermatologista.

Veja.com

Relatório aponta violação dos Direitos Humanos em Portugal


Relatório dos Direitos Humanos de 2009, ontem divulgado pelo Departamento de Estado norte-americano, aponta "vários" problemas em Portugal: violência policial, más condições prisionais, dificuldades de acesso à Justiça e tráfico de mulheres e crianças

Com capítulos detalhados sobre 194 países, o Relatório de Direitos Humanos 2009 , ontem divulgado em Washington, revela que Portugal, incluindo os arquipélagos, não escapa à lista dos países com problemas humanitários, apesar de ter havido algumas melhorias relativamente à sobrelotação das prisões.
O documento apresentado pela secretária de Estado, Hillary Clinton, traça um cenário "negro" no Irão, na China, na Coreia do Norte e em Cuba, e também em países em conflito, como Iraque, Afeganistão ou República Democrática do Congo.

Tortura e abuso nas prisões em Portugal


"A polícia e os guardas prisionais ocasionalmente agridem ou abusam de detidos e presos, os menores encarcerados não são mantidos em separado dos adultos, as condições nas prisões são más e indivíduos detidos pela polícia não tiveram direito eficaz a um advogado", salienta o relatório.
O capítulo dedicado a Portugal identifica "problemas humanitários em várias áreas", como a existência de "relatos credíveis de uso excessivo de força pela polícia" e de maus tratos a detidos por guardas prisionais, como os do Conselho Europeu para a Prevenção da Tortura e também da comunicação social.
Alguns destes relatos, adianta, levaram a investigações ao nível da Inspecção Geral da Administração Interna (IGAI), que culminaram em cartas de reprimenda, suspensões temporárias, penas de prisão, reformas compulsivas e expulsão das forças de segurança, adianta o relatório.
Quanto às prisões, as condições "mantiveram-se más" no ano passado, devido a problemas de sobrelotação, instalações degradadas e insalubres e violência entre reclusos.
As taxas de prevalência de HIV/Sida e de hepatite C são "altas", sublinha o Departamento de Estado.

Prolongado regime de prisão preventiva

"Muitas das linhas orientadoras e propostas legislativas que o Governo adotou em 2004 para reformar o sistema prisional não foram aplicadas na prática. Contudo, foram introduzidas algumas melhorias ao longo do ano, incluindo uma diminuição da sobrelotação e formação de pessoal", acrescenta o relatório.
Outro problema identificado é o prolongado regime de prisão preventiva, "devido habitualmente a demoradas investigações e procedimentos judiciais, ineficiência judicial e falta de pessoal".
O documento aponta ainda para casos de discriminação e de agressões a mulheres, incluindo violência doméstica, apesar do regime legal oferecer proteção e de ter sido criado um órgão a nível governamental (Secretaria de Estado da Igualdade) para lidar com o problema.

Mulheres têm salários mais baixos

"A lei portuguesa dá às mulheres igualdade total em relação aos homens; contudo, na prática as mulheres sofrem discriminação económica e de outro tipo", com um salário em média 23% inferior à média do sexo masculino, sublinha o relatório.
A utilização de Portugal para tráfico de seres humanos é outro problema identificado pela Administração norte-americana.
"O país continua a ser um destino, trânsito e fonte para mulheres, homens e crianças traficados do Brasil e, em menor grau, da Ucrânia, Moldávia, Rússia, Roménia e África para trabalho forçado e exploração sexual", refere.
A Europa Ocidental é muitas vezes o destino destas pessoas, incluindo adultos e menores de nacionalidade portuguesa e frequentemente de etnia cigana, segundo o mesmo relatório.

Violação de direitos de minorias

Na Europa, são apontados casos de "violação de direitos de minorias" muçulmanas na Suíça, com a proibição da construção de minaretes em mesquitas, e ciganas em Itália, Hungria, Roménia, Eslováquia e República Checa.
O Relatório traça um cenário "negro" no Irão, na China, na Coreia do Norte e em Cuba, e também em países em conflito, como Iraque, Afeganistão ou República Democrática do Congo.
Também Israel é visado pelos ataques contra o Hamas e pelas restrições no acesso de civis palestinianos a lugares de adoração, trabalho, terrenos agrícolas, escolas e hospitais, no jornalismo e nas actividades de organizações não governamentais. Na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas, registam-se casos de corrupção, agressões a prisioneiros.
A República Democrática do Congo e a Nigéria são salientadas pela morte de civis em conflitos étnicos e religiosos, enquanto o Uganda é criticado pela repressão contra homossexuais.
Também merecem menção, pela negativa, Birmânia, Sri Lanka, Sudão, Vietname, Egipto, Bielorrússia, Uzbequistão, Venezuela e importantes aliados norte-americanos como Arábia Saudita e Colômbia.

*** Este texto é original e foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***
Expresso PT

Menino de dois anos fica preso dentro de máquina de doces

Ele ficou preso no local por 45 minutos até ser resgatado.
Cena curiosa aconteceu na cidade de Perth, na Austrália.


O menino australiano Cohen Stone, de dois anos, ficou preso no dia 1º de março dentro de uma máquina de doces em Perth, na Austrália. Sem que sua mãe percebesse, a criança conseguiu entrar na máquina localizada em um restaurante italiano. (Foto: Barcroft Media/Getty Images)

Mãe e padrasto de menina que morreu de fome são condenados na Grã-Bretanha


A mãe e o padrasto de uma garota de 7 anos que morreu de fome em maio de 2008 foram sentenciados à prisão nesta sexta-feira por homicídio culposo.

Quando foi resgatada de sua casa em Birmingham, Grã-Bretanha, a menina Khyra Ishaq estava esquálida, pesando apenas 16,5 quilos. Ele foi declarada morta ao chegar ao hospital local.
Sua mãe, Angela Godon, de 35 anos, que havia sido considerada culpada de homicídio culposo no mês passado, foi sentenciada nesta sexta-feira a 15 anos de prisão, dos quais sete e meio deverão ser cumpridos na cadeia e o restante em liberdade condicional.
A pena do padrasto da menina, Junaid Abuhamza, de 31 anos, também foi de prisão. Mas o período de 7 anos e meio de cadeia poderá ser estendido por tempo indeterminado.
"Abuhamza sofre de esquizofrenia e apesar de ele estar em condições de aparecer na corte, três psiquiatras concordaram que ele necessitará de suporte e monitoramento pelo resto da vida", disse o repórter da BBC Peter Wilson.
Segundo ele, a corte considerou que, devido à sua condição psicológica, o réu pode representar um risco para o público. Por isso, não será posto em liberdade até que "demonstre não ser mais uma ameaça para a comunidade".

Comportamento 'cruel'
O juiz responsável pelo caso, Roderick Evans, descreveu como "cruel" o comportamento dispensado pelo casal à filha.
À corte foi dito que Khyra morreu de uma infecção causada por meses de inanição. A casa dela, porém, estava repleta de alimentos, os quais não eram fornecidos à menina nem aos seus cinco irmãos. Dois deles também estavam desnutridos quando foram resgatados.
Nas raras ocasiões em que eram alimentadas, as crianças compartilhavam uma porção de pão ou de mingau que comiam com as mãos.
Evans disse a Gordon que sua atitude foi "horrível", ainda mais pelo fato de ela ser a mãe da menina.
"Não é correto dizer que essas crianças sofreram por negligência. Negligência é uma descrição inadequada e inapropriada da forma como as crianças foram tratadas", disse o juiz.
Para o magistrado, "elas foram sujeitas a um regime doméstico de punição que era assustador por sua dureza e crueldade".

Assistência social
Na sessão judicial que os condenou no mês passado, o tribunal ouviu que a menina ainda estaria viva, caso os serviços de assistência social tivessem detectado a crueldade que vinha ocorrendo.
"É inacreditável que, em 2008, em uma cidade agitada, frenética e moderna como Birmingham, uma criança de sete anos fosse tirada da escola e a partir de então mantida em condições esquálidas por um período de cinco meses antes que ela finalmente morresse de inanição", afirmou a juiza King que comandou o julgamento.
O caso se soma a uma série de ocorrências em que os serviços de assistência social britânicos são acusados de falhar em sua missão de proteger as pessoas, em especial as crianças.
Na quinta-feira, foi divulgada uma auditoria que revelou que 28 órgãos públicos britânicos falharam no caso do pai que, ao longo de 30 anos, estuprou e engravidou 18 vezes suas duas filhas.


Brasileira que forjou ataque terá que deixar Suíça até o fim do mês


A brasileira Paula Oliveira, condenada no ano passado por tentar enganar a Justiça da Suíça ao forjar um ataque neonazista contra ela própria, precisa deixar o país até o dia 31 de março.

O prazo foi dado pelas autoridades de imigração suíças, que decidiram não prolongar a validade do visto de permanência da brasileira.
O visto atual foi concedido na época em que a advogada trabalhava para uma empresa multinacional em Zurique. Hoje ela está desempregada.
Paula Oliveira poderia ter recorrido contra a decisão das autoridades suíças até o dia 5 de março, mas, de acordo com informações das autoridades de imigração de Zurique obtidas pela BBC Brasil, não o fez.
Em dezembro, Paula Oliveira foi condenada a pagar uma multa de 10,8 mil francos suíços (quase R$ 18 mil) pelos acontecimentos de fevereiro de 2009, além das custas do processo, outros 15 mil francos suíços.

Marcas no corpo
Quando o caso veio à tona, a brasileira disse que havia sido alvo de um ataque xenófobo de neonazistas.
Paula alegou que estava grávida e que tinha perdido gêmeos depois que os agressores marcaram, no corpo dela, as iniciais de um partido de extrema direita suíço.
O caso, entretanto, mudou de direção quando se descobriu que a brasileira havia mentido em seu depoimento. Paula confessou a automutilação.
Ao longo do caso, o governo brasileiro enviou ao governo suíço mensagens duras pedindo todo o rigor possível na investigação.
Na imprensa brasileira, o caso chegou a ganhar contornos nacionalistas e criou mal-estar na Suíça.
Com a decisão de não prolongar a permanência da advogada, a imprensa suíça voltou a tratar do caso com manchetes que lembraram o caso.
"Fora com ela!", "Adeus! Paula-mentira tem que deixar a Suíça definitivamente" e "Sem perdão para brasileira condenada" foram alguns dos títulos dados à notícia no país.
As autoridades suíças informaram que a advogada se mostrou disposta a deixar o país até o fim do mês.


Júri dos Nardoni poderá durar até cinco dias, estima juiz

Número de pessoas para serem ouvidas passou de 21 para 24.

SÃO PAULO - Por causa do elevado número de testemunhas para serem ouvidas, o julgamento do casal Nardoni, marcado para ocorrer a partir das 13h da segunda-feira do dia 22 de março, deve durar até cinco dias. A previsão foi feita pelo juiz Maurício Fossen, que irá conduzir o júri, segundo informou nesta quinta-feira (11) a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo.
O júri popular será composto por sete pessoas escolhidas da sociedade e acontecerá no Fórum de Santana, na Zona Norte da capital. Alexandre e Anna Carolina Jatobá são acusados de matar Isabella, de 5 anos, no dia 29 de março de 2008. A madrasta da menina a teria agredido e o pai, a jogado da janela do sexto andar do apartamento do casal, em Santana, na Zona Norte da capital. Os acusados negam o crime.
Segundo o TJ, o juiz informou que saltou de 21 para 24 o número de testemunhas que poderão ser chamadas para depor no julgamento do casal Nardoni. Antes, quando o número de testemunhas era menor, o juiz acreditava que o júri poderia durar até três dias.
Das três novas testemunhas, duas foram arroladas pela advogada da acusação, Cristina Christo. Ela sugeriu o nome da avó materna de Isabella, Rosa Maria Cunha de Oliveira, e de um homem, que não teve o nome divulgado. O Tribunal também não soube informar quem será a 24ª testemunha e quem a chamou.
Das outras 21 testemunhas, 17 foram indicadas somente pelo advogado de defesa, Roberto Podval, três arroladas tanto pelo defensor quanto pelo promotor Francisco Cembranelli, que acusa o casal de homicídio, e uma apenas de acusação. Essa última é a bancária Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella.
Ainda, de acordo com a assessoria do TJ, o julgamento deverá durar até as 21h do dia 22. No dia 23, uma terça-feira, a audiência está programada para recomeçar a partir das 9h. Haverá intervalos para as partes envolvidas se alimentarem. A previsão é que a sentença seja divulgada até o dia 26, uma sexta-feira.
Ainda, de acordo com o TJ, haverá reforço policial no dia do julgamento no Fórum de Santana. O órgão e a Polícia Militar não entram em detalhes sobre como será feito o trabalho por questões de segurança e planejamento estratégico. Também haverá um esquema especial de trânsito, provavelmente com o auxílio da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).
A imprensa poderá acompanhar o julgamento. O local onde será realizado um dos mais esperados júris dos últimos anos deve ser o plenário número 3 do Fórum de Santana. Foi lá que o ex-cirurgião Farah Jorge Farah acabou condenado a 12 anos de prisão pelo assassinato da ex-namorada e paciente. Coincidentemente, seu advogado é o mesmo que defende o casal Nardoni: Roberto Podval.

Caso
Segundo o Ministério Público, a morte de Isabella teria ocorrido após uma discussão. Alexandre e Anna Carolina negam que tenham matado a menina. Eles chegaram a afirmar que um desconhecido entrou no quarto da menina e a matou. Essa pessoa nunca foi encontrada pela polícia. Recentemente, os defensores do casal cogitaram a possibilidade de ter ocorrido até mesmo um acidente doméstico com a garota: Isabella poderia ter caído sozinha da janela.

Fonte: G1.


sexta-feira, 12 de março de 2010

Cidade catarinense apura possível erro em diagnóstico de HIV


Mulher passou quase sete anos fazendo tratamento em Brusque (SC).
Novo exame feito em fevereiro deu negativo.

A Secretaria Municipal de Saúde de Brusque (SC) abriu sindicância para apurar um possível erro no diagnóstico de uma paciente que passou quase sete anos sendo considerada portadora do vírus HIV. A moradora de Guabiruba (SC) fez o primeiro exame em abril de 2003, quando estava grávida, e o resultado deu positivo. A partir daí, ela passou a receber o coquetel de medicamentos para proteger o bebê. O último teste ficou pronto no fim de fevereiro deste ano e o resultado deu negativo.
A mulher disse ao G1 que tinha 30 anos quando fez os exames de rotina durante a gestação. "Estava no sexto mês de gravidez. Quando soube do resultado, fiquei sentada na frente da clínica e olhava os carros passando na rua. Só não me joguei na frente de um deles por causa da filha que carregava na barriga."
Após o nascimento da filha, a paciente informou que tentou se matar duas vezes. "Quis me enforcar, mas meu marido me salvou. Depois de algum tempo, tentei novamente, tomando remédios controlados para depressão. Fui salva por ele mais uma vez", disse.
Na época em que soube o resultado positivo, ela e o marido trabalhavam no ramo da construção civil. "A gente construía casas para alugar. Vivíamos na alta sociedade, estávamos bem fincanceiramente. Hoje, estamos falidos, não temos mais carro e nem os imóveis de antes", disse ela, que agora, vive como dona de casa e o marido como carpinteiro.
"Passei anos de humilhação na sociedade, nos postos de saúde, diante de amigos e da própria família. O que eu passei não há como explicar. Não desejo isso para ninguém. Hoje, se encontrar um soropositivo, farei tudo que puder para ajudá-lo, mas a primeira coisa que faria é dar um abraço na pessoa e fazer com que possa esquecer que existe preconceito", disse a dona de casa.

Separação
Ela revelou ao G1 que o casamento ruiu depois do resultado positivo para o vírus HIV. "Meu marido fez o exame e deu negativo. Como você acha que ele passou a me olhar? Vivemos brigando e acabamos nos separando em seguida. Entrei em depressão, mas ele voltou a morar comigo. Hoje estamos casados há 11 anos."
A dona de casa disse ainda que o marido passou a beber e ter problemas de saúde por causa da situação. "Ele ainda se viciou em cocaína e crack. Ele pensava que, como eu iria morrer mesmo, que iria morrer junto comigo. Felizmente, há dois anos ele não bebe e não se droga mais."

Histórico de exames
A paciente foi submetida a três novos exames em Brusque após saber o resultado positivo, ainda em 2003, segundo informações de Maria Aparecida Morelli Belli, titular da pasta de Saúde da cidade. "Os três exames também indicaram reagentes ao vírus. De imediato, ela passou a receber o acompanhamento preventivo para proteger o bebê, já que estava no início da gestação. Um dos exames foi feito pelo Lacen [Laboratório Central do Estado]", disse a secretária.
O diretor do Lacen de Santa Catarina, João Daniel Filho, disse ao G1 que o primeiro exame da paciente teve resultado inconclusivo. "Para se efetivar um diagnóstico de HIV é necessário que sejam feitos outros dois exames com novas amostras de sangue, coletadas em momentos distintos. É esse o protocolo do Ministério da Saúde."
Daniel informou ainda que o exame de HIV é feito em quatro etapas. "No caso da paciente em questão, as três primeiras fases indicaram reagente ao vírus, mas na quarta fase o resultado foi negativo. Por isso consideramos o resultado inconclusivo."
Ele disse que outros dois exames foram feitos no Lacen, em 2009. "O primeiro, feito em setembro, já apresentou resultado negativo para reagente. Nesta situação, não é preciso seguir as outras três etapas. No segundo exame, feito em outubro, o resultado foi o mesmo, negativo."
Daniel afirmou que é diretor do Lacen há três anos. "No período, é a primeira vez que me deparo com uma situação como essa. Nunca vi um caso semelhante."

Investigação
Maria Aparecida disse que vai tentar localizar o histórico da paciente no prontuário médico para identifcar o que ocorreu. "O médico que começou a fazer o acompanhamento dela, de maneira humanizada, achou estranho o fato de a paciente nunca ter apresentado sintomas da doença, mesmo no período em que ela não recebia o coquetel. Por isso ele pediu novos exames."
Segundo a secretária, a paciente engravidou outra vez nos quase sete anos em que foi considerada portadora do HIV. "Durante a gestação ela passava a receber os medicamentos para proteger as crianças. Durante o período em que não estava grávida, ela não recebeu o coquetel."


G1

Saúde mental - distúrbios alimentares - anorexia


A anorexia nervosa é um transtorno alimentar que afeta principalmente meninas e mulheres, embora meninos e homens também possam apresentá-la. Geralmente, ela começa a se desenvolver na adolescência, e caracteriza-se pela auto-inanição.

Causas, sinais e sintomas
Ainda não se conhece a causa da anorexia nervosa, mas é possível que ela se manifeste devido a fatores tanto biológicos como ambientais.
- Perda de, no mínimo, 15% do peso corporal ideal em uma pessoa da mesma idade e altura.
- Desaparecimento da menstruação nas mulheres.
- Perda de peso auto induzida. Os métodos utilizados podem ser o jejum, pouca ingestão de alimentos, excesso de exercícios físicos, laxantes, pílulas de emagrecimento ou vômitos.
- As pessoas com anorexia têm um medo constante de ganhar peso, e vivem convencidas de que estão obesas, mesmo se seu peso estiver muito abaixo do de outras pessoas da mesma altura.
- Sensação de inchaço após as refeições, inclusive com pequenas porções de alimentos.
- Perda do interesse na vida social com os amigos.
- Outros efeitos secundários são cansaço, sensação de frio, prisão de ventre e dor de estômago.

Tratamento
Quanto antes o tratamento começar, melhores as chances de recuperação. O tratamento busca:
- Recuperar o peso até que ele volte a ser saudável
- Recuperar hábitos alimentares saudáveis
- Tratar as complicações psiquiátricas ou os problemas mentais associados à anorexia
- Manter pensamentos, sentimentos e crenças positivas em relação à alimentação e à imagem corporal
- Buscar ajuda familiar

Em alguns casos, será necessário receitar medicamentos, especialmente se a pessoa também sofre de depressão ou de sintomas compulsivos sérios.
Se o peso corporal do paciente cair mais de 20 a 25% do peso corporal normal, a hospitalização pode ser necessária.

Efeitos a longo prazo
- As pessoas que não recebem tratamento podem adquirir anorexia crônica e, inclusive, chegar à morte.
- Passar muito tempo sem ingerir uma quantidade adequada de alimentos pode causar osteoporose (ossos frágeis), além de danos ao coração, fígado, rins e cérebro.
- A anorexia pode afetar o crescimento dos jovens e provocar dificuldades de se concentrar.
- As pessoas com anorexia nervosa podem ter problemas mentais, tais como a depressão e o fixação no suicídio.

Cartunista Glauco, criador do 'Geraldão,' é assassinado em São Paulo

Carlos Eduardo é acusado de matar cartunista Glauco e seu filho Raoni - Reprodução Orkut

SÃO PAULO, RIO - O cartunista Glauco Villas-Boas, 53 anos, - o criador do personagem "Geraldão" - e o filho dele, Raoni, de 25 anos, foram mortos na madrugada desta sexta-feira dentro da comunidade Céu de Maria, que reúne adeptos de Santo Daime, em Osasco. O acusado pelo crime é o estudante Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, de 24 anos, que seria um ex-adepto. O rapaz, que já tem passagem por porte de drogas (maconha), foi reconhecido por pelo menos quatro testemunhas. A polícia desmentiu a versão apresentada pelo advogado da família, Ricardo Hambro, de que pai e filho tinham sido vítimas de latrocínio - roubo seguido de morte. O enterro será neste sábado no cemitério Getsêmani.
Brasil lamenta a morte trágica de Glauco
Segundo o delegado Archimeses Cassão Veras Junior, o estudante chegou ao local na madrugada desta sexta-feira, por volta de 0h30m, ao fim de uma cerimônia de Santo Daime, em um Gol cinza. O delegado disse que ele rendeu a enteada do cartunista, Juliana Vennis, de 21 anos, quando ela chegava de carro em casa. O jovem exigiu que ela fosse até casa de Glauco e Bia, padrasto e mãe. O rapaz queria que todos fossem até casa dele, no Alto de Pinheiros, para que eles confirmassem que Carlos Eduardo era Jesus. Além de uma pistola 765, o jovem também portava uma faca.
Glauco tentou acalmá-lo, negociou que só ele iria até a casa de Carlos Eduardo. No meio da conversa, o rapaz apontou a arma para a cabeça e teria tentado se matar. O cartunista impediu que ele atirasse:
- Não faça isso, não faça isso - teria dito o cartunista, segundo versão contada por um policial.
O rapaz, então, começou a discutir com Glauco e inclusive agrediu o cartunista com uma coronhada no rosto, que provocou sangramento no nariz. Nesse momento, o filho do cartunista, Raoni chegou, viu que Carlos Eduardo atirava contra seu pai e também foi alvejado, sem esboçar reação. Carlos Eduardo deu dez tiros, quatro em cada uma das vítimas. Dois tiros se perderam.
O delegado Cassão disse que Carlos Eduardo provavelmente estava alterado.
- Ele é um sujeito problemático. Não falava coisa com coisa no momento do crime, segundoas testemunhas. Mas estava visvelmente alterado e não deu chance de reação - disse o delegado.

Comunidade Céu de Maria, onde o crime aconteceu - Eliário Andrade/O Globo

Juliana, a enteada de Glauco, e mais quatro pessoas prestaram depoimento nesta sexta. Entre eles, está um vizinho, identificado como Paulo, o concunhado de Glauco, Douglas Ribeiro. Esses depoimentos confirmaram a tese de homicídio doloso. Também foram ouvidos o pai e o avô do acusado pelo crime. Ambos confirmaram que Carlos Eduardo é usuário de drogas e tem problemas psicológicos, mas nunca agrediu nenhum familiar. Eles informaram que souberam do crime pela imprensa. O rapaz não entrou em contato com a família, segundo os parentes.
Outra versão foi apresentada pelo major Isaías Vieira, coordenador operacional do 42º Batalhão de polícia de Osasco. Segundo ele, o rapaz teria chegado, parado o carro e iniciado uma discussão não com Glauco, mas com Raoni. O cartunista teria então interferido e ambos foram alvejados. essa versão já foi descartada.
Após os disparos, o estudante fugiu. No Gol cinza, um homem teria ficado esperando por ele.
Para o delegado, o crime está esclarecido e a única dúvida é identificar a pessoa que dirigiu o carro na fuga. A segunda pessoa, disse o delegado, chegou a descer do veículo, mas não participou do crime. O delegado não descarta a hipótese do assassinato ter sido premeditado. já que o rapaz foi ao local armado.
Segundo frequentadores da comunidade, Carlos Eduardo tinha procurado a comunidade em busca de ajuda para se livrar das drogas. Carlos Eduardo seria usuário de cocaína, crack e maconha. Segundo Orlando Cardoso de Oliveira, de 61 anos, primo de Glauco, que mora na mesma comunidade, Carlos Eduardo participou de três ou quatro rituais no período. Ele deixou de comparecer aos rituais no segundo semestre do ano passado, mas voltou em janeiro quando a comunidade realiza uma grande festa.
Glauco era adepto de Santo Daime, fundador da comunidade e coordenador do grupo Céu de Maria . O conjunto de aproximadamente 10 casas fica numa área de mata na Estrada Alpina, perto do Pico do Jaraguá, na altura do km 18 da Via Anhanguera. Para chegar até o local, é preciso percorrer cerca de 2 km de estrada de terra, em desnível. Fica no meio de uma mata e a ideia é propiciar um ambiente tranquilo para os mais de 400 participantes do Santo Daime que todos os fins de semana passam pela comunidade.

Boletim de ocorrência registrou homicídio
A versão do advogado da família não chegou sequer a ser mencionada no boletim de ocorrência, registrado no 1º Distrito Policial de Osasco. O caso foi registrado como homicídio e não como latrocínio - roubo seguido de morte.
O boletim de ocorrência informa que Glauco e Raoni foram mortos por volta de 0h30m. Quando viaturas da Polícia Militar chegaram ao local do crime, pai e filho já tinham sido encaminhados ao hospital Albert Sabin, onde morreram. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, no boletim registrado os criminosos eram três e ocupavam um Gol cinza. O delegado Cassão afirma que eram dois - o estudante e o homem que dirigia o Gol cinza.
É fácil entrar na comunidade. Não há guaritas ou serviço de segurança, apenas um portão de madeira e um muro de cerca de 1,20 metro de altura. Nesta sexta, depois do crime, a PM manteve uma viatura no local, impedindo a entrada da imprensa e de curiosos. O crime chocou os vizinhos.
-Ele era um vizinho muito tranquilo e querido. Trabalhava em casa e saía pouco - diz o eletricista Luiz Antonio Alves, que mora a 300 metros da comunidade, instalada no fim da Estrada da Alpina, no bairro Santa Fé, em Osasco.
Glauco havia completado 53 anos na última quarta-feira e a festa de aniversário dele foi incluída na programação oficial da Céu de Maria.
Vizinha do cartunista, a jornlista Nancy Antônia Corrente se mudou com a família para um lote ao lado da chácara de Glauco há oito anos.
- Ele era muito alegre, piadista, amável, compreensivo, aberto a tudo, inteligente, gostava de arte e incentivava os jovens a tocar instrumentos. Ele mesmo tocava sanfona e o filho Raoni também tocava instrumentos. Foi um bom amigo, com um coração enorme e o objetivo era ver a juventude se alinhar sem se perder - conta Nancy.
A vendedora Carolina Salzano, de 27 anos, mora no lote ao lado da chácara onde o cartunista vivia. Glauco era padrinho da filha dela, de 4 anos de idade.
- Eu costumava sempre passar na casa deles todas as noites quando voltava do trabalho. Ontem eu não fui - afirmou Carolina, que ainda não sabia como falar da tragédia à filha.

A trajetória de Glauco
No começo dos anos 70, o paranaense Glauco foi trabalhar no "Diário da Manhã", em Ribeirão Preto, onde fazia a tira "Rei Magro e Dragolino". Pouco tempo depois, em 1976, o jovem cartunista foi premiado no Salão de Humor de Piracicaba. Com o destaque do prêmio, no ano seguinte ele começou a publicar esporadicamente suas tiras na Folha de S. Paulo.

Veja algumas tirinhas de Glauco

Mas, foi a partir de 1984 que ele passou a desenvolver tiras diárias para competir com as americanas. Foi na Folha, que começou a parceria com Angeli e Laerte. Os três alcançariam sucesso nas bancas em revistas como a "Chiclete com Banana", com tiragens de até 150 mil exemplares e com a tira "Los 3 amigos".
Autor de tipos como "Dona Marta", "Zé do Apocalipse", "Doy Jorge" e "Geraldinho", Glauco manteve-se fiel ao seu traço único, com nanquim no papel. Ele também fez parte da equipe de redatores do programa "TV Pirata", da TV Globo. Glauco também era músico e tocava guitarra em bandas de rock.
Atualmente, ele publicava diariamente seus trabalhos, entre tirinhas e charges, no jornal Folha de S.Paulo.
O cartunista era frequentador do Santo Daime, uma manifestação religiosa surgida na região amazônica, sendo padrinho fundador da igreja Céu de Maria, que ficava em sua casa, onde deve ser velado.


Ex-vizinhos dos Nardoni querem condenação


Ex-vizinhos dos Nardoni querem condenação do casal por morte da menina
Isabella
Passados quase dois anos do crime, tranquilidade voltou à rua na Vila Mazzei, na zona norte


A tranquilidade voltou à rua Santa Leocádia, na Vila Mazzei, zona norte de São Paulo, mas a lembrança do crime que ocorreu no edifício London ainda faz parte da vida dos moradores da rua. A dez dias do julgamento de Alexandre Nardoni e da mulher Anna Carolina Jatobá pela morte da menina Isabella, de cinco anos, os poucos vizinhos que falam do caso dizem esperar a condenação do casal. A defesa do casal nega que eles tenham tido envolvimento na morte. Eles dizem que uma terceira pessoa não identificada entrou na casa.
O analista Sandro Vicente estava em casa na noite de 29 de março de 2008, quando Isabella Nardoni foi jogada do sexto andar do prédio em frente. Ele acredita que, pela repercussão do crime, os dois sejam os culpados.
- Mas não sei se eles vão pegar a pena que merecem. (...) A gente dá a vida para proteger o filho, não tira a vida dele.
Também vizinha do prédio dos Nardoni, Conceição Peres de Carvalho estava em casa no dia do crime. A dona de casa disse que ficou muito revoltada com a história e que realmente acredita que Alexandre e Anna Carolina sejam culpados.
- Pelo que a gente sabe foi tudo muito rápido. Acho que eles têm que pagar.
Além de ter que conviver com a lembrança do fato todos os dias quando passa em frente ao edifício London, Conceição contou que a vida dos moradores da rua virou um inferno com a “invasão” de jornalistas e curiosos.
- Eu tinha que pedir licença para sair de casa. Mesmo depois de um tempo, ainda tinha gente que passava aqui, inclusive com criança, e ficava perguntando onde era o prédio que menina tinha caído.
Para a dona de casa Irene de Araújo da Silva, a única coisa agora é esperar para ver como será o julgamento.
- Quem somos nós para julgar alguém? Mas, eu acredito que foram eles.

Foto: Daia Oliver/R7)
Camilla Rigi
R7

O Cangagay e a minissaia

É surpreendente que ainda nos dias atuais nos cheguem notícias a respeito da violência contra as mulheres e contra os homossexuais, conforme manifetações agressivas amplamente divulgadas contra a estudante paulista, que foi para a universidade assistir a sua aula de minissaia, e a proibição da Parada Gay em Duque de Caxias, município do Rio de Janeiro.
Em ambos os casos, de machismo combinado com homofobia explícita, torna-se evidente a necessidade de avançarmos no movimento de representação e inclusão no espaço social e político dos gêneros em questão. Jogar pedra na “ maldita” Geni, como diz a música de Chico Buarque, é mais fácil do que lidar com a hipocrisia moral da sociedade no campo social. É uma caça às bruxas em pleno século XXI.Recentemente, li em um artigo que um determinado governador proibiu a parada gay em seu Estado como prevenção ao câncer de mama, medida justificada, no seu entender, porque este assunto também é do âmbito masculino. Argumentação patética e reveladora das incoerências dos discursos públicos inconsistentes.
Em contrapartida, parece que no interior de Pernambuco, surgiu um grupo, o Cangagay, que de forma irônica abriu a polêmica em torno dos direitos civis e sociais dos homossexuais. Criaram um movimento, no qual utilizam para apresentação as vestimentas e adereços do cangaceiro Lampião, cabra-macho convicto, tingidos de rosa. A desconstrução desse ideário machista é realizada com humor.
As mulheres, como também os homossexuais, que manifestam o seu desejo livremente, são lançadas aos mais terríveis atos de barbárie. A Percepção e aceitação da mulher como alguém com vida própria ainda é, para algumas pessoas, uma idéia impactante, na medida em que delimita o campo das subjetividades e abre espaço para o sujeito desejante. Alvos desse discurso que legitima tais práticas violenta que proliferam sem interdição. O que está em questão, a nosso ver, é o seguinte: qual é o discurso que legitima tais práticas, deixando desamparadas essas pessoas no plano individual e no coletivo?
Mas nem tudo está perdido. Salve os homens que tiveram a coragem de participar da Parada Gay, aqui, na cidade do Rio de Janeiro, ou em tantos carnavais da vida, quando se fantasiam de mulheres, podendo brincar e transitar sem medo e sem ameaças à sua masculinidade.

Lúcia Palazzo
comunicação@afrerj.org.br
Diretora de comunicação da AFRERJ, é psicanalista por formação

Discussão entre adolescentes termina em tragédia



O assunto agora é a violência entre adolescentes. O que leva pré-adolescentes a cometer crimes? Numa escola do Rio Grande do Sul um garoto de dezesseis anos é esfaqueado por um de treze.

Uma discussão por causa de um rapaz, entre meninas de doze a dezesseis anos, terminou em tragédia no interior de Santa Catarina.
No meio da briga, uma menina matou a outra com um golpe de canivete. As idades chamam ainda mais atenção para o caso. A vítima tinha dezesseis anos e a agressora, que confessou o crime, tem apenas catorze.
"Eu não tenho mais palavras, gente. A dor é tão grande, tão grande. Eu não sei mais o que pensar. Nunca mais eu vou ver minha pedra preciosa", lamenta Rute Ribeiro, mãe da adolescente morta.
O depoimento é de dona Rute, que chora a morte brutal da filha Emili, de dezesseis anos. O crime, que chocou a cidade de Lages, na serra catarinense, aconteceu na noite de domingo.
De acordo com testemunhas, dois grupos de meninas discutiram em uma boate por ciúmes de um rapaz. A briga, que envolveu seis meninas - todas menores de idade - continuou num posto de combustíveis e terminou com a morte de Emili Brizola, esfaqueada no pescoço com um canivete.
A autora do crime é uma adolescente de apenas catorze anos. No depoimento à polícia, a menina disse que estava apanhando e atacou Emili para se defender. "Ela alega legítima defesa, eu tenho que verificar se a alegação dela tem fundamento ou não. E eu acho desnecessário pedir o internamento dela, mas vai ser apurado e verificado”, diz Roxane Pereira, delegada.
Outro caso de violência entre adolescentes no Rio Grande do Sul. Um estudante de 16 anos foi esfaqueado na sala de aula, na frente dos professores, por um colega de apenas treze anos, que fugiu. O motivo da agressão ainda é desconhecido.
Em outra cidade gaúcha, um aluno de treze anos foi flagrado com um revólver calibre 22 dentro da sala de aula.
Segundo o Ministério Público de Santa Catarina, são cada vez mais jovens os adolescentes que cometem crimes. A maioria tem entre 14 e 17 anos, está fora da escola e vem de famílias desestruturadas.
“Estão inseridos em comunidades empobrecidas, onde o tráfico rapidamente avança. E portanto acabam sendo cooptados e praticam roubos, furtos, porte ilegal de arma de fogo e acabam matando”, explica Vanessa Cavalazzi, promotora de justiça
Para discutir o envolvimento de menores em crimes recebemos, em nosso estúdio, a professora Nancy Cárdia, do núcleo de estudos da violência da USP. Veja no vídeo.

Ricardo Von Dorff - Florianópolis


Jornal Hoje

quinta-feira, 11 de março de 2010

Caça aos Albinos

ALVOS Tanzanianos portadores de albinismo se reúnem na cidade de Dar es Salaam

Símbolo de boa sorte, na Tanzânia eles são mortos para entrar no preparo de poções mágicas

O maior vilão para as pessoas albinas que vivem na Tanzânia, na costa leste da África, deixou de ser o sol que castiga sua pele e olhos despigmentados. O terror dos albinos agora é a bruxaria. Por causa da crença local de que possuem poderes mágicos, pelo menos 19 portadores da anomalia congênita foram mortos e mutilados no decorrer do último ano. Esse número pode chegar a 50, segundo a organização Tanzania Albino Society (TAS), que atua na defesa daqueles que, no passado, se preocupavam apenas em proteger-se do escaldante sol africano. Estima-se que eles sejam 270 mil pessoas, numa população de 39 milhões de habitantes. Feiticeiros interessados em usar partes do corpo dessas pessoas - pele, ossos e cabelos - na produção de poções mágicas acabaram desencadeando uma sucessão de mortes e criando um macabro mercado negro.
"O governo da Tanzânia está tomando uma posição agressiva em relação a esses assassinatos sem sentido", disse à ISTOÉ o americano Rick Guidotti, diretor da ONG Positive Exposure, que, juntamente com a Albinism World Alliance (AWA), tem acompanhado o problema de perto. Atualmente, 172 pessoas estão presas no país, acusadas de participar da mutilação e morte de albinos. A maior parte delas foi presa depois do encontro de corpos mutilados na região do lago Vitória, na divisa com Uganda.
Além do combate direto ao crime, o governo do presidente Jakaya Kikweteda está apostando em outras medidas para combater a prática do crime. Uma delas foi a nomeação de uma albina - Al-Saymaa J. Kwegyir - para atuar no Parlamento na articulação de campanhas de combate ao preconceito e à estigmatização dos portadores do problema. "Vou trabalhar junto com o governo para ter a certeza de que as atrocidades contra albinos parem", disse Al- Saymaa durante seu discurso de posse, na capital, Dodoma. Outra ação do governo para reverter a situação foi promover e divulgar, no mês passado, um seminário sobre o albinismo. "Trata-se do primeiro evento do gênero", lembrou Guidotti. "Nele, foram discutidos os temas preconceito, discriminação, educação pública e conscientização." Resta saber se essas iniciativas serão suficientes para convencer a população de que as poções feitas a partir do sacrifício humano não levam ao sucesso nem à riqueza. São apenas produtos de crime.

Publicado em 21/01/2010


Isto É

Julgamento do casal Nardoni pode durar até cinco dias



SÃO PAULO - O julgamento de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de matar a menina Isabella Nardoni, pode durar cinco dias, em razão do grande número de testemunhas a serem ouvidas a partir das 13 horas do próximo dia 22.


De acordo com o Tribunal de Justiça de São Paulo, mais três pessoas foram incluídas na lista de testemunhas, que subiu de 21 para 24 - são 20 testemunhas de defesa e quatro de acusação. O júri popular será composto por sete pessoas escolhidas da sociedade e acontecerá no fórum de Santana, na zona norte da capital.


Estadão.com.br

Seja voluntário no CVVWEB



O Centro de Valorização da Vida, através do seu programa de apoio emocional e prevenção do suicídio – CVVWEB – realizará no próximo dia 24 de abril curso gratuito para novos voluntários destinados a atendimento pela Internet.

No dia do evento será apresentada a filosofia da entidade e a forma de conduta a ser Seguida pelo voluntário.

Requisitos: ter mais de 18 anos; possuir computador com banda larga e ter disponibilidade para um plantão semanal de 3 horas de duração a ser realizada na própria residência, disposição para ajudar o próximo e abertura para o autoconhecimento.

Local: Av. Brigadeiro Luis Antonio 4.348 (três quadras abaixo da Av. Brasil);

Horário: das 13h30 às 17h30.

Local de fácil acesso a pessoas com dificuldades de locomoção

Inscrições pelo site: www.cvvweb.org.br.

Para maiores informações acesse o link “Fale Conosco” do site acima.

Mulher acusada de ajudar a introduzir agulhas em corpo de menino é solta em Salvador


SALVADOR - A mulher acusada de ajudar o pedreiro Roberto Carlos Magalhães a colocar dezenas de agulhas no corpo de um menino de 2 anos , em Ibotirama, na Bahia, foi libertada da prisão. Angelina Capistana Ribeiro dos Santos era amante de Roberto Carlos e é acusada de ser cúmplice dele. O padastro da criança declarou, em interrogatório, que Angelina ajudava a introduzir as agulhas durante rituais de magia negra. Ele continua preso .
O pedido de revogação da prisão preventiva da ré, para que ela respondesse ao processo em liberdade, foi avaliado pela Vara Criminal do Fórum de Ibotirama. O juiz Oclei Alves da Silva aceitou o pedido e ordenou a soltura de Angelina. Também os promotores do Ministério Público avaliaram o pedido e deram parecer favorável.
A Justiça vai realizar mais uma audiência do caso. Até agora foram ouvidas 11 testemunhas, oito arroladas pelo Ministério Público e três pela defesa de Angelina. Uma nova testemunha, uma mulher, foi convocada e, após a audiência, a Justiça deverá decidir se Angelina irá ou não a júri popular.
O menino chegou a ser levado ao Fórum para ser ouvido pelo juiz, caso tivesse condições. Porém, foi avaliado por uma psicóloga, que concluiu que a criança não deveria ser ouvida.
A mãe do menino e Roberto Carlos viviam juntos há cerca de seis meses. Ela não desconfiou da agressão até que a criança teve o pulmão perfurado por uma agulha e começou a sentir dores . As agulhas foram inseridas no corpo do garoto aos poucos, num período de um mês. A criança não apresentava marcas ou hematomas na pele. Levado a Salvador, o menino foi submetido a várias cirurgias para retirada de agulhas.

O Globo

Médico admite que briga em sala de parto pode ter causado morte de bebê no Mato Grosso do Sul


CAMPO GRANDE - O médico Orozimbo Ruela de Oliveira Neto, 49 anos, um dos envolvidos na briga que pode ter causado a morte de um bebê em Ivinhema, Mato Grosso do Sul, confirmou a discussão e as agressões dentro da sala de parto do Hospital Municipal do município. Ele admitiu que a interrupção no parto pode ter contribuido para a morte do bebê, mas disse que foi agredido primeiro. A denúncia foi feita pelo pai da criança, uma menina. O atestado de óbito indica sofrimento fetal e anoxia - falta de oxigenação decorrente de demora ou complicação no parto.
Chamado pela família para fazer o parto, Orozimbo estava iniciando o procedimento quando o médico plantonista Sinomar Ricardo, 68 anos, invadiu a sala para impedi-lo. Segundo o pai, os dois passaram a brigar e deixaram a grávida sem atendimento.
Sinomar Ricardo acusou Orozimbo de ter inserido na paciente um comprimido e disse que isso pode ter causado a morte da criança. Em depoimento à polícia, Orozimbo confirmou o uso do medicamento. Disse que o remédio utilizado para auxiliar na dilatação do parto de Gislaine de Matos Rodrigues era de propriedade dele e apresentou documentos que autorizam o uso do princípio ativo misoprostol.
O delegado de Ivinhema, Lupérsio Degerone informou que o resultado da biopsia da placenta ficará pronto na próxima semana. Assim que este resultado sair, o médico legista poderá complementar o primeiro laudo necrocopio sobre a morte do bebê. Os laudos ficarão prontos até o fim do mês.
A advogada da Associação das Vítimas de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, Giovana Trad, disse que pretende protocolar o processo de ação por danos morais e materiais para o Forúm da Justiça Estadual na próxima sexta-feira . Gislaine e Gilberto Cabreira, os pais do bebê, pretendem processar por danos morais e materiais os dois médicos envolvidos na briga e também o Municipio de Ivinhema.

O Globo

Irmão do papa diz que deu tapas em alunos em coral de escola


Por Christopher Lawton

BERLIM (Reuters) - O irmão do papa Bento 16 disse em entrevista na terça-feira que deu tapas no rosto de alunos em uma escola alemã onde foi diretor do coral, mas que não tinha consciência da brutalidade da disciplina aplicada na escola.
O reverendo Georg Ratzinger, de 86 anos, deu as declarações a um jornal alemão após a divulgação de acusações de abusos sexuais e físicos cometidos em escolas católicas da Baviera, a região natal do papa. Escândalos de abuso sexual também abalaram as igrejas dos Estados Unidos e Irlanda.
"Durante viagens para concertos, alunos me contavam sobre o que acontecia. Mas, pelas histórias que me contaram, não me dei conta de que eu deveria tomar uma atitude. Eu não tinha consciência da extensão desses métodos brutais", disse Ratzinger ao Passauer Neue Presse.
"Se eu tivesse tido conhecimento do excesso de força que estava sendo utilizado, eu teria dito alguma coisa... Peço perdão às vítimas", disse Ratzinger, que comandou o "Regensburger Domspatzen", ou Pardais da Catedral de Regensburg - o coral oficial da diocese de Regensburg - entre 1964 e 1994.
"No início, eu também estapeava pessoas no rosto, mas sempre fiquei com a consciência pesada", disse Ratzinger, que afirmou que o diretor da escola castigava os alunos da mesma maneira.
A diocese de Regensburg é uma das três escolas católicas do Estado meridional da Baviera em que acusações de abusos sexuais e físicos têm vindo à tona regularmente.
A diocese declarou que um padre abusou sexualmente de dois meninos em 1958 e foi sentenciado a dois anos de prisão. Outro clérigo cumpriu 11 meses de prisão em 1971 por abuso. Outros ex-alunos disseram ter sofrido abusos sexuais, humilhações e espancamentos excessivos no início dos anos 1960, por parte de professores cujos nomes não foram citados.
O papa alemão Bento 16, ex-cardeal Joseph Ratzinger, lecionou teologia na Universidade de Regensburg entre 1969 e 1977.
Relatos divulgados no mês passado disseram que padres católicos abusaram sexualmente de mais de 100 crianças em escolas jesuítas espalhadas pela Alemanha. O arcebispo Robert Zollitsch, presidente da Conferência dos Bispos Alemães, divulgou um pedido público de desculpas e deve viajar ao Vaticano na sexta-feira para discutir o escândalo.
Ratzinger reconheceu ter aplicado castigos físicos a alunos, mas disse que nunca os espancou excessivamente e que ele e seus colegas em Regensburg nunca falaram sobre abusos sexuais. Ele disse que ficou feliz quando os castigos corporais foram proibidos, em 1980.
A Igreja Católica vem enfrentando acusações de abuso em vários países.
No mês passado o papa Bento convocou bispos irlandeses ao Vaticano para serem repreendidos por um escândalo de pedofilia, depois de um relatório governamental ter revelado que líderes da Igreja tinham acobertado o abuso corriqueiro de crianças cometido por padres durante 30 anos.
Na Holanda, mais de 200 católicos já se apresentaram para relatar abusos sexuais que teriam sofrido da parte de padres, em muitos casos décadas atrás. Os bispos holandeses devem reunir-se na terça-feira para discutir o assunto.
Reportagem adicional de Alexandra Zawadil)

O Globo

Incontinência urinária atinge 50%das mulheres com mais de 50 anos


Cerca de 50 milhões de pessoas no mundo apresentam incontinência urinária. Dados da Sociedade Brasileira de Urologia indicam que no Brasil 50% das mulheres e 12% dos homens acima de 50 anos apresentam algum grau de incontinência. Apesar da alta incidência entre a população feminina, a doença ainda carrega preconceito e desinformação. Aproveitando que em 14 de março comemora-se o Dia Mundial de Combate à Incontinência Urinária, será realizado em Bauru o 1.º Simpósio sobre o assunto.
O evento começa amanhã, com as atividades voltadas a médicos urologistas, ginecologistas e geriatras da região. Já no sábado, haverá também uma palestra voltada para leigos. O evento é promovido pelo Programa de Apoio, Prevenção e Educação da Clínica Integra. Segundo o médico urologista Filemon Silva Casafus, da Clínica Integra, a incontinência urinária é uma doença causada por diversos fatores, e caracteriza-se por perda involuntária da urina. “Ela pode afetar homens e mulheres de todas as faixas etárias, no entanto, é um transtorno bastante comum em mulheres acima dos 40 anos de idade.
Apesar de ser mais frequente em pessoas idosas, o descontrole da micção não é uma característica “normal” da velhice, ao contrário do que muitos pensam. “A incontinência não faz parte do processo normal de envelhecimento e, portanto, deve ser sempre investigada e tratada em qualquer idade. Até mesmo as mulheres que nunca tiveram partos normais, como as jovens e as que não têm a bexiga caída, podem ter incontinência urinária”, explica Casafus.
O presidente eleito da Sociedade de Urologia e diretor da Clínica Integra, Aguinaldo César Nardi, lembra que as consequências da incontinência urinária estão relacionadas principalmente com o convívio social, causando vergonha, depressão e isolamento. “A incontinência provoca grande transtorno aos pacientes e familiares, tendo também impacto na economia”, alerta Nardi.
De acordo com Casafus, um tratamento adequado depende de uma avaliação detalhada e individualizada do problema e varia segundo a causa, a severidade e o tipo de incontinência urinária. A identificação da incontinência deve ser feita por meio de história clínica detalhada, exame físico e estudo urodinâmico, que é um exame que analisa o comportamento da bexiga durante seu enchimento e o esvaziamento.
“As opções de tratamento incluem mudanças no estilo de vida e comportamento, medicação, fisioterapia e cirurgia. Geralmente, uma combinação dessas possibilidades é utilizada”, afirma Casafus. De acordo com a fisioterapeuta especialista em incontinência, Dulce Sartori, a fisioterapia atua na musculatura do assoalho pélvico favorecendo as funções sexuais e de continência dessa musculatura.
“O objetivo é a qualidade de vida através de exercícios para região do períneo com auxílio de cones vaginais, biofeedback e eletroestimulação. Não proporciona riscos, não causa danos à saúde e não invalida eventual cirurgia futura”, esclarece a fisioterapeuta. Ainda segundo Dulce, a prática de contração da musculatura pode ocorrer como medida profilática, prevenindo a degeneração do grupo muscular e a diminuição da força de contração.
Casafus afirma também que, recentemente, a toxina botulínica foi introduzida ao arsenal terapêutico da incontinência urinária, principalmente nos casos de incontinência de urgência que não respondem a tratamento farmacológico e fisioterapêutico. O seminário será no salão de eventos da Clínica Integra, na avenida Comendador José da Silva Martha, 3 -30, Jd. Estoril, Bauru. Mais informações pelo telefone 3313-6740.

Jornal da Cidade de Bauru

Promotor do caso Isabella diz que preparação para julgamento é igual a de um maratonista


O promotor Francisco Cembranelli disse que vai pedir que a "sociedade faça Justiça".

Francisco Cembranelli afirma estar confiante nas provas contra o casal Nardoni

A 11 dias do início do julgamento do casal Nardoni, acusado da morte da menina Isabella em março de 2008, o promotor do caso, Francisco Cembranelli, contou ao R7 que é preciso muita preparação física e mental para aguentar o desgaste causado pela situação. A estimativa do Tribunal de Justiça de São Paulo é de que o julgamento dure até cinco dias.
– O desgaste físico é imenso. É como disputar uma ultramarotona.
Confiante das provas que foram reunidas contra Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, Cembranelli afirmou que nesses dias que antecedem o julgamento ele tenta se aproximar das coisas que lhe dão prazer e tranquilidade.
– Gosto de correr, porque faz você extravasar um pouco os sentimentos. Divertir-me assistindo aos jogos do Santos e, nessa situação, espero que [o time] continue ganhando. Há também o contato com a família, que é extremamente importante. Procuro ler algo que não tenha a ver com o assunto, como contos e poemas, ou qualquer outro tipo de texto que possa tirar a tensão. Mas é difícil, sempre vem alguma coisa [sobre o caso].
Há 22 anos atuando no Tribunal do Júri, o promotor afirmou que este pode ser o julgamento mais longo de sua carreira. Até hoje, o júri mais demorado por que passou foi de três dias e meio.
– Pela experiência que tenho, estou preparado para enfrentar três, cinco, dez ou 15 dias.

O julgamento
Cembranelli afirmou que a partir do dia 22 vai pedir que a “sociedade faça Justiça”.
– Tenho confiança no trabalho que foi feito. Houve a construção de um acervo probatório bastante encorpado, isso é o que será apresentado no dia do julgamento. Acredito na qualidade desse trabalho, possível de convencer o júri que tem a responsabilidade de julgar.
Questionado se acredita que alguma das provas é mais importante, o promotor afirmou que, como em qualquer processo, existem as que são mais ou menos contundentes, mas “que agora não é o momento de entrar em detalhes”.
– Não é uma pergunta que se possa responder rapidamente, porque depende da exposição, da sequência e do que vai ser mostrado.
Ele preferiu não falar da pena que o casal pode pegar em caso de condenação, pois acredita que essa tarefa é do juiz que segue a lei na hora de determinar quanto tempo eles deverão ficar presos. O que Cembranelli afirmou que é a pena mínima para o crime de homicídio doloso é de 12 anos.

Os jurados
O promotor também afirmou que não deve seguir uma lógica para escolher os jurados. Para evitar falta de quórum, a Justiça determinou que fossem sorteadas 40 pessoas que fazem parte do cadastro de possíveis jurados. É necessário que ao menos 15 delas compareça no dia do julgamento. Tanto a defesa quanto a acusação podem recusar até três pessoas cada até que o júri de sete pessoas seja formado.
– Não há uma lógica ou orientação de recusar esse ou aquele jurado. Há, claro, uma intuição de cada um.
Durante o julgamento, Cembranelli terá o auxílio de uma advogada contratada pela família da mãe de Isabella Nardoni, Ana Carolina Oliveira. Na próxima semana , o promotor deve se debruçar ainda mais sobre o processo para se preparar para o julgamento. Na terça-feira (9), Cembranelli participou do último julgamento antes do caso Isabella e na quarta (10) teve apenas uma audiência.

Caso
A menina Isabella Nardoni morreu na noite de 29 de março de 2008 após cair da janela do sexto andar do Edifício London, na Vila Mazzei, zona norte de São Paulo. No apartamento, moravam o pai dela, Alexandre Nardoni, a madrasta, Anna Carolina Jatobá, e os dois irmãos menores. Nardoni e Anna negam a autoria do crime e dizem que uma outra pessoa, que eles não conseguiram identificar, invadiu o local e jogou a menina, que tinha 5 anos.

Camila Rigi


A terapia da luz e a tristeza do inverno


Muitas pessoas se sentem afetadas pela tristeza do inverno. Mas algumas sofrem de uma doença chamada depressão sazonal, que as faz se sentirem deprimidas e com falta de ânimo desde o final do outono, até ao final da primavera ou no começo do verão.

Quais são as causas da depressão sazonal?

As causas são desconhecidas, mas é possível que estejam relacionadas com a redução da luz natural e as baixas temperaturas típicas do inverno. Essas mudanças podem causar desequilíbrios na composição química do cérebro e nos hormônios do paciente.
No inverno, quando as noites são mais longas, o corpo produz em maior quantidade um hormônio chamado melatonina, e isto causa sonolência. Os centros de controle do cérebro, que determinam as mudanças de humor e o ritmo diário do organismo, estão relacionados em parte à luz que entra por nossos olhos. Os níveis do neurotransmissor dopamina aumentam quando a luz chega ao fundo do olho. Acredita-se que a dopamina melhora a concentração e o estado de alerta, de modo que nos meses escuros, quando os níveis de dopamina baixam, produz-se a letargia e a falta de energia próprias da depressão sazonal.

Quais são os sintomas?
- Depressão que começa no outono ou no inverno.
- Falta de energia e letargia.
- Aumento do apetite e aumento de peso (a princípio, há uma ânsia para consumir carboidratos)
- Aumento das horas de sono e do sono diurno.

Como se tratar?
Descobriu-se que a terapia com luz é efetiva em pessoas que sofrem da depressão sazonal. O paciente recebe uma lâmpada especial que emite uma luz forte e deve se expor a ela durante uma certa quantidade de horas por dia. As pessoas que sofrem deste tipo de depressão também podem se beneficiar passando um tempo ao ar livre e recebendo luz natural. Nos meses de inverno, quando há poucas horas de luz, deve-se aproveitar toda a claridade possível, já que isso ajuda a diminuir o cansaço típico da depressão sazonal. O tratamento pode incluir medicação antidepressiva e terapia psicológica.



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