sábado, 3 de março de 2012

Após separação, delegada da Polícia Civil vai ser alvo de sindicância


A disputa envolvendo a delegada Helen Sardenberg e o juiz Murilo André Kieling Cardona Pereira foi além da Vara de Família e do Juizado de Violência Doméstica. A tumultuada separação do casal resultou em uma sindicância contra a delegada. O Boletim Interno da Polícia Civil publicou a informação, ontem.

O texto informa que a Corregedoria Geral Unificada (CGU) vai “apurar a existência, em tese, de possíveis transgressões disicplinares da servidora Helen Sardenberg”. Apesar de a publicação ter ocorrido ontem, a sindicância já havia sido instaurada em 30 de janeiro.

A medida ocorreu dias após Helen ter registrado ocorrência de violência doméstica na 77ª DP (Icaraí) contra o então marido. O magistrado nega a acusação. Foi também em 30 de janeiro que o casal homologou um acordo na Justiça a respeito da divisão de seus bens e da guarda dos filhos.

O corregedor-geral da CGU, Giuseppe Vitagliano, cuida do caso.

— Isso é mais de um acompanhamento, porque se trata de um problema de família. Temos de aguardar uma posição da Justiça para tomar uma decisão — disse.

Helen está afastada da Polícia Civil. Ela preferiu não comentar o assunto, por não ter sido informada oficialmente da publicação no boletim da Civil.

Extra Online


Desnutrição ameaça 500 mi de crianças ao redor do mundo


Problema afeta o crescimento e mata 2,6 milhões de crianças todos os anos

Pelo menos 500 milhões de crianças podem ter problemas de crescimento nos próximos 15 anos por não ter o que comer, informa um relatório da ONG Save de Children divulgado nesta quarta-feira. Muitas famílias não têm condições de comprar carne, leite ou vegetais em países como Índia, Bangladesh, Peru, Paquistão e Nigéria, onde a pesquisa foi realizada. Nessas regiões vivem a metade das crianças desnutridas do mundo.

No relatório, a organização diz que há muito a ser feito para diminuir a desnutrição nos países mais pobres. Nessas regiões, um em cada cinco pais disseram à Save the Children que seus filhos abandonaram a escola para trabalhar e ajudar a comprar comida. Um terço dos pais afirmaram que seus filhos reclamam por não ter comida o suficiente.

“O mundo progrediu muito na redução da mortalidade infantil, de 12 para 7,6 milhões, mas agora nós falhamos em combater a desnutrição”, disse à rede BBC a chefe executiva da Save the Childres Justin Forsyth. Segundo a organização, uma em cada quatro crianças no mundo tem crescimento comprometido devido à desnutrição, sendo que 80% delas vivem em apenas quatro países. A desnutrição mata 2,6 milhões de crianças anualmente, informou o relatório.

Veja

Mulher diz que ciclista discutiu antes de ser atropelada na Paulista


Depiladora afirma que ela perdeu equilíbrio e foi atingida por ônibus.
Ciclista de 33 anos morreu nesta sexta-feira (2) em São Paulo.


A depiladora Maria Célia dos Reis Fagundes, de 44 anos, aguardava para atravessar a Avenida Paulista, em São Paulo, quando presenciou o atropelamento da ciclista de 33 anos morta na manhã desta sexta-feira (2). A bióloga Juliana Dias, que trabalhava no Hospital Sírio-Libanês, morreu após ser atingida por um ônibus. Segundo a testemunha, a ciclista discutiu com o motorista de outro coletivo quando se desequilibrou e caiu.

“Eu estava parada e vi a moça discutindo com o motorista de um ônibus. Ela levantou uma das mãos para reclamar, perdeu o controle e caiu. A roda de outro ônibus passou por cima dela”, afirmou a mulher, bastante abalada durante o relato. Ela disse que o motorista do veículo que atropelou a ciclista ainda tentou ajudar, mas ela morreu no local.

Maria Célia prestou depoimento no 78º Distrito Policial, nos Jardins, e deixou a delegacia no início da tarde. O acidente aconteceu na altura da Rua Pamplona.

Um skatista de 17 anos que também disse ter visto o acidente afirmou que ela foi fechada antes por um carro. Depois, segundo ele, o ônibus que estava em outra faixa foi para cima dela e a mulher gritou. O ônibus, então, voltou a partir para cima da ciclista intencionalmente, de acordo com a versão dele. "Eu vi uma mulher morrendo. Podia ter sido eu."

A gerente de comunicação Luiza Calandra, de 26 anos, contou que mora na Vila Mariana, na Zona Sul de São Paulo, mesmo bairro onde Juliana vivia, e a conheceu porque as duas utilizavam a bicicleta como meio de transporte. “É um caminho que a gente faz para o trabalho. O que aconteceu com ela é um risco que a gente corre todos os dias. E ninguém muda de atitude. Tem mais de um ano que a Ju andava de bicicleta. Ela era uma pessoa super alegre, para frente, que fazia tudo por um mundo melhor. Era uma pessoa especial”, disse.

Luiza disse que os ciclistas farão uma manifestação no início da noite, na Avenida Paulista, em protesto pela morte de Juliana. "Isso é o que a gente pode fazer para mudar o que está acontecendo", justificou.

A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) registrou uma manifestação no local do acidente durante a tarde.

Pessoas protestando contra a morte da ciclista interditaram o sentido Consolação da Avenida Paulista por sete minutos, entre 12h08 e 12h15, deitando no chão.

Segundo o tenente coronel Benjamim, da Polícia Militar, a vítima era uma ciclista profissional de 33 anos. Ela trafegava entre a faixa preferencial do ônibus (à direita) e a faixa de carros.

Por volta das 13h20, um pedestre também foi atropelado na Avenida Paulista, no sentido Consolação. Segundo a CET, o acidente aconteceu próximo à Avenida Brigadeiro Luís Antônio, a cerca de dois quarteirões de distância do atropelamento da ciclista. A vítima foi socorrida. Não havia informações sobre o estado de saúde dela. Uma faixa da pista precisou ficar bloqueada por 40 minutos para o atendimento da ocorrência.

Outra morte
Em 2009, a ciclista Márcia Regina de Andrade Prado, de 40 anos, foi atropelada por um ônibus na Avenida Paulista, próximo ao cruzamento com Rua Pamplona.

G1

Nasce primeira criança brasileira com dupla paternidade


Pais são os pernambucanos Mailton Albuquerque e Wilson Albuquerque, juntos há quinze anos

RECIFE - Nascida no dia 29 de janeiro deste ano, Maria Tereza é a primeira criança brasileira que tem dupla paternidade no seu registro de nascimento. Os pais são os pernambucanos Mailton Albuquerque, de 35 anos, e Wilson Albuquerque, de 40, que vivem há quinze anos uma relação homoafetiva, que preferem definir como uma história de amor. Um amor diferente para muitos, mas extremamente verdadeiro para eles. Os dois têm certeza que querem ficar juntos até o final de suas vidas e passaram pelo menos uma década estudando a melhor forma de ampliar a família com filhos biológicos. Acabam de realizar parte do sonho, já que pretendem ter ainda mais um bebê. Em seu parecer sobre o caso, o promotor de Justiça Adalberto Mendes Pinto Vieira considerou que os dois tiveram "uma coragem da gota serena" e que foram " muito machos e pioneiros".

Maria Tereza - uma criança sadia e rosada - é filha biológica de Mailton, que recorreu a uma clínica de reprodução assistida. O empresário contou com o óvulo de uma doadora anônima para a fertilização. Mas a menina cresceu no ventre de uma prima dele. Casada, ela impôs uma única exigência: não quer divulgação do seu nome. Eles contaram que muitas mulheres da família se ofereceram para o gesto de solidariedade, mas que foi ela quem apresentou o melhor exame físico. Os dois já têm embriões congelados e esperam ter mais um bebê, no caso um filho biológico de Wilson, empreitada prevista para o próximo ano.

Nesta sexta-feira estavam às voltas com mamadeiras, sapatinhos, chupetas e eram só elogios para o mais novo membro da família. Ela dormia tranqüila em seu quartinho branco e rosa, em meio à profusão de bichinhos de pelúcia colorida.

- Temos uma babá, mas à noite nós nos revezamos ao lado do berço para cuidar de Maria Tereza. Pela manhã, só saímos depois do banho. E à noite chegamos antes do último, afirmou Mailton. Para ele, a recém-nascida já reconhece o pai pelo cheiro.

- É uma santa, que só chora quando tem fome. Mesmo assim, quando a coloco no colo, fica logo calminha. Sabe que sou o pai dela, comemorou.

Ele disse que os dois pensaram até em adotar uma criança. Mas admitiram que o processo é muito complicado e preferiram amadurecer uma outra idéia: lutar por filhos biológicos. Mailton contou que quando esteve em um intercâmbio, no Canadá, ficou na residência de um casal homoafetivo que tinha três filhos obtidos a partir de fertilização artificial.

- Achei que o modelo seria o ideal para aumentar o tamanho da família. Observei lá que o preconceito é combatido na escola. Os livros ensinam que a família pode ser formada de pai e mãe, de pai e pai, de mãe e mãe, ou só de pai ou só de mãe, contou Mailton.

Os dois lembraram que, antes, filho biológico em laboratório só poderia ser destinado a casais heterossexuais. Mas uma decisão do Conselho Federal de Medicina de janeiro do ano passado estendeu o benefício para os casais homoafetivos. Eles possuem uma distribuidora de equipamentos hospitalares, com sede em Recife, e filiais em Fortaleza e Salvador. Construíram juntos um patrimônio. E comemoram agora o fato de ter para quem deixá-lo.

- Nossa experiência é um precedente importante. Realizamos um grande desejo, que era o de termos filhos, constituírmos família e mostrarmos para a sociedade que a gente consegue amar da mesma forma que um casal hetero, disse Wilson.

Nesta sexta-feira, um programa local de TV fez enquete entre os ouvintes, que reagiram com muito preconceito à iniciativa do casal. Mas para o juiz, importa mais para a estabilidade emocional da criança não o sexo dos pais, mas sim o afeto.

- Desde que exista afeto, tende a dar certo, independente do sexo. Foi permitido que eles constituíssem família através do casamento. Então também deve ser permitido que a família se complete através de uma criança, disse ele.

Para o promotor Adalberto Mendes Pinto Vieira, que deu o parecer sobre o caso, Maria Tereza só tem a ganhar com pais tão dedicados:

- Você é uma criança afortunada. Tem dois pais que se amam, pois enfrentaram o preconceito de frente e brigaram para que a Justiça reconhecesse a união deles como família. Talvez daqui a vinte anos, quando você for adulta, espero que o casamento homoafetivo seja uma questão corriqueira, porém nos dias de hoje eles foram muito machos e pioneiros para enfrentar a questão na nossa região e ser notícia em manchete de jornal. Tiveram uma coragem da " gota serena" , em bom "nordestinês". Tenha a certeza de ser muito amada por ambos, que mais uma vez, moveram "céus e terra" para que você viesse ao mundo e pudessem tê-la como filha.

Segundo o juiz da 1ª Vara de Família de Recife, Clicério Bezerra, a dupla paternidade é inédita no Brasil. Já houve um caso anterior semelhante em casal homoafetivo, mas formado por duas mulheres, que enfrentaram um longo processo na justiça.

- Aqui é inédito porque são dois homens, que solucionaram a questão administrativamente. Foi tudo resolvido em cartório, sem que se precisasse recorrer a algum processo judicial como ocorreu lá no sul, afirmou o magistrado, o mesmo que havia autorizado o casamento civil dos dois em agosto passado. Eufóricos com a chegada de Maria Tereza, já pensam no segundo filho do casal, dessa vez com os espermatozóides doados por Wilson. E contam com uma legião de voluntárias entre os parentes.

- Agradecemos às mulheres da família, e principalmente à que cedeu o ventre para abrigar Maria Tereza. Foi um gesto de extrema doação, disseram.

O Globo

quinta-feira, 1 de março de 2012

Homenagem ao meu Rio de Janeiro (Tom Jobim)

Aniversário: famosos de fora do Rio dão dicas de passeios na Cidade Maravilhosa


Capital encanta quem largou cidade de origem para trabalhar e viver aqui

O apelido de Cidade Maravilhosa já define bem o Rio de Janeiro. Com 447 anos, completados nesta quinta-feira (1º), a capital fluminense se tornou o local escolhido por muitos artistas que vieram trabalhar ou apenas mudar de vida. Para comemorar a data, os famosos de fora do Rio dão dicas de como aproveitar a beleza natural da cidade e unir trabalho com qualidade de vida.

Aniversário do Rio na quinta terá bolo gigante e programação especial de passeios

Foi esta mistura que encantou o ator Guilherme Berenguer, 31 anos, que interpreta o personagem Francisco de Vidas em Jogo (Record). O nordestino, de Recife, veio para o Rio trabalhar. Apesar de morar há oito anos na Cidade Maravilhosa, ele ainda não elegeu seu cantinho favorito.

- É difícil responder qual lugar eu mais gosto no Rio. São tantos! Eu adoro as praias e o Jardim Botânico. Sempre levo meus amigos à praia de Grumari, mas também curto muito Ipanema e Leblon. Ali, a gente sempre encontra um bom restaurante, é um cantinho gostoso do Rio.

Outra apaixonada por praia é Mel Fronckowiack, 24 anos, que interpreta a estudante Carla em Rebelde (Record). A gaúcha de Pelotas (Rio Grande do Sul) não esconde o amor pela capital carioca. Ela conta que sempre sonhou em morar no Rio.

- O Rio sempre foi uma cidade dos meus sonhos. É uma cidade gostosa, tem uma qualidade de vida ótima. Vou correndo todos os dias de casa até a academia para aproveitar a vista da praia. Adoro a Prainha e a vista da avenida Niemeyer para o mar de São Conrado.

Apesar de a praia ser a opção preferida dos artistas, a atriz Bianca Castanho, 33 anos, que viveu a personagem Selima em Rei Davi (Record) no mês passado, escolheu um lugar diferente para os dias de lazer. A gaúcha de Santa Maria (Rio Grande do Sul), que mora no Rio há 14 anos, indica para os turistas a Cadeg (Centro de Abastecimento do Estado da Guanabara), polo comercial que reúne bares, mercados e restaurantes em Benfica, na zona norte.

- Amo a Cadeg. Descobri há pouco tempo. É um lugar excelente para comprar flores. O preço lá é maravilhoso. Além de ter várias opções de restaurantes. É bem legal.

Quem dá um abraço especial no Rio neste aniversário é a Mulher Melão, Renata Frisson, 25 anos. A cantora e dançarina de funk saiu de Balneário Camboriú (Santa Catarina) para conhecer o Carnaval carioca e nunca mais voltou. Ela diz que não se vê morando em outro lugar e elege o Cristo Redentor como ponto turístico favorito.

- Adoro o Cristo Redentor. É lindo ver este monumento de braços abertos olhando pela nossa cidade. Eu amo o Rio e não me vejo morando em outro lugar mais.

Wagner Montes também indica seus pontos turísticos favoritos

Apesar de ter orgulho em dizer que é caxiense, por ter sido criado em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, o apresentador da Record Wagner Montes ganhou a cara do Rio. Ele dá dicas de pontos turísticos para todos os públicos.

- Para quem curte a zona norte, o Piscinão de Ramos é uma boa opção. Aquilo lá é o maior barato! Para quem gosta da zona sul, o bom é curtir uma praia e depois parar em algum restaurante. Mas, em minha opinião, o Pão de Açúcar continua sendo a grande atração da cidade. Temos também o Corcovado com a imagem do Cristo Redentor. São passeios imprescindíveis! Quem não quer gastar muita grana pode visitar a Quinta da Boa vista e o zoológico.

R7

Estrangeiros ajudam arte haitiana a renascer


Os efeitos da presença estrangeira na capital do Haiti, Porto Príncipe, vão além da filantropia.

Nos últimos anos, vários hotéis, restaurantes e supermercados foram inaugurados na cidade para atender à clientela internacional, formada sobretudo por missionários e membros das cerca de 10 mil ONGs que atuam no Haiti.

Esses estrangeiros também ajudaram a florescer uma tradição artística que sofreu um duro golpe no terremoto de 2010.

Desde 1947, quando o pintor haitiano Hector Hyppolite expôs em Paris, museus da Europa e dos Estados Unidos passaram a valorizar a arte do país caribenho, marcada por cores vivas e por cenas que retratam o cotidiano e a religiosidade de seus habitantes.

O interesse mundial provocou a abertura de várias galerias de arte em Porto Príncipe nas décadas seguintes. Porém, com o terremoto em 2010, muitas galerias ruíram, e vários artistas perderam seus acervos.

O artista plástico Ilmorin Verly conta que todos os quadros que armazenava em casa foram destruídos ou furtados após o sismo.

Mas a enxurrada de estrangeiros que veio acudir o país nos meses seguintes o estimulou a retomar a produção e a expor seus quadros na rua. Os preços das obras variam entre 50 e 120 dólares.

Aos poucos, galerias tradicionais também retomam as atividades. Mas elas reclamam da dificuldade em competir com os preços das ruas e da grande quantidade de obras falsificadas em circulação.

Seja como for, num aspecto artistas de rua e donos de galerias concordam: a presença estrangeira está ajudando a preservar uma das vertentes mais ricas da cultura haitiana e tornando Porto Príncipe mais colorida.

BBC Brasil

Exame de DNA negativo não basta para anular registro de nascimento


Para obter êxito em ação negatória de paternidade é necessário comprovar a inexistência de vínculo genético e, além disso, de vínculo social e afetivo. Com esse entendimento, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou recurso especial interposto por homem que, após mais de 30 anos, pretendia anular os registros de nascimento das duas filhas, nos quais consta o seu nome. O autor da ação sustentou que, após se casar, foi induzido a registrar como suas as filhas que a esposa teve com outro homem. Na época, ele não sabia que havia sido traído. Após um tempo, desconfiou da esposa, que confessou a traição. Apesar disso, ele nunca contou às filhas que não era seu pai biológico, nem mesmo após separar-se da esposa. Depois disso, a relação de pai continuou. “Quando já eram moças, ficaram sabendo que eu não era o pai delas. Eu senti muito, mas, para mim, sempre foram minhas filhas”, disse o homem em depoimento. O autor explicou que só entrou com o processo devido a uma disputa sobre bens, mas, independentemente disso, demonstrou o desejo de continuar sendo “o pai do coração delas”. Estado social Em primeira instância, a ação foi julgada improcedente em relação às duas, mesmo que uma delas não tivesse contestado o pedido. Para o juiz, embora o exame de DNA tenha oferecido resultado negativo para a paternidade, a ocorrência da paternidade socioafetiva deve ser considerada. Na segunda instância, a decisão do juiz foi mantida. Segundo a desembargadora relatora do acórdão, “sendo a filiação um estado social, comprovada a posse do estado de filhas, não se justifica a anulação do registro de nascimento”. Para ela, a narrativa do próprio autor demonstra a existência de vínculo parental. No recurso especial interposto no STJ, o autor sustentou que, apesar do reconhecimento do vínculo social e afetivo entre ele e as filhas, deveria prevalecer a verdade real, a paternidade biológica, sem a qual o registro de nascimento deveria ser anulado, pois houve vício de consentimento. O autor citou o julgamento proferido em outro recurso especial, na Terceira Turma: “A realização do exame pelo método DNA, a comprovar cientificamente a inexistência do vínculo genético, confere ao marido a possibilidade de obter, por meio de ação negatória de paternidade, a anulação do registro ocorrido com vício de consentimento.” Convivência familiar Para o relator do recurso especial, ministro Luis Felipe Salomão, “em conformidade com os princípios do Código Civil de 2002 e a Constituição Federal de 1988, o êxito em ação negatória de paternidade depende da demonstração, a um só tempo, da inexistência de origem biológica e também de que não tenha sido constituído o estado de filiação, fortemente marcado pelas relações socioafetivas e edificado na convivência familiar”. “A pretensão voltada à impugnação da paternidade”, continuou ele, “não pode prosperar quando fundada apenas na origem genética, mas em aberto conflito com a paternidade socioafetiva.” O relator explicou que não é novo na doutrina o reconhecimento de que a negatória de paternidade, prevista no artigo 1.601 do Código Civil, submete-se a outras considerações que não a simples base da consanguinidade. Segundo ele, “exames laboratoriais hoje não são, em si, suficientes para a negação de laços estabelecidos nos recônditos espaços familiares”. “A paternidade atualmente deve ser considerada gênero do qual são espécies a paternidade biológica e a socioafetiva”, disse Salomão. Segundo o ministro, as instâncias ordinárias julgaram corretamente o caso ao negar o pedido do autor e reconhecer a paternidade socioafetiva.

Fonte: Superior Tribunal de Justiça

Revista Jus Vigilantibus

MORTOS NA ANTÁRTICA: O SACRIFÍCIO SUPREMO E A AUSÊNCIA DE HONRA.


Cada profissão tem uma lista de deveres inerentes ao seu exercício. É o cumprimento do dever profissional com desprendimento e com desapego a qualquer outra coisa que distingue o profissional de qualidade do mero ocupante de um cargo.

E, para um militar, o dever maior em sua profissão é sacrificar a vida – se preciso for – para a segurança de seu país e de seus companheiros. Desconsiderando-se policiais e bombeiros a nenhum outro profissional é pedido que faça sacrifício tão supremo.

Também é para reconhecer o valor de caráter e a coragem necessários para levar tal sacrifício a cabo, mesmo quando há muito a ser perdido, que em todas as organizações civis e militares mundo a fora existem rituais concebidos para homenagear a memória e o sacrifício desses homens e mulheres.

Faz-se minimamente necessário, no caso de militares, que o comandante-em-chefe ao menos compareça a essas homenagens – quando em tempo de paz e não havendo riscos para sua segurança – como forma de reafirmar o compromisso e o reconhecimento da nação para com aqueles que ignoraram tudo que lhes era mais caro e se sacrificaram para cumprir o seu dever maior.

Exatamente por isso, a presidente Dilma deu ontem (28/02/2012) durante a cerimônia em honra aos dois militares mortos na Estação Comandante Ferraz, um dos maiores exemplos de descaso e de ausência de honra que um comandante-em-chefe pode dar. Mostrando total incapacidade de compreensão do seu próprio dever e do alcance de um simples gesto de boa vontade.

Ao preferir comparecer a eventos eleitoreiros e sem nenhuma importância, a não ser política, inaugurando obras caça-votos no nordeste; Dilma mostrou que não se importa com os que verdadeiramente estão dispostos a dar tudo pelo país e por seus companheiros.

Na verdade, essa minha indignação, é meramente “uma frescura” de alguém que dá valor excessivo a conceitos tão abstratos quanto honra, sacrifício, caráter e força moral. No país em que vivemos, isso são coisas fora de moda e completamente descabidas.

Pensando bem, era mais do que esperado tal comportamento da presidente Dilma. Afinal de contas, desde que o PT assumiu o poder, as Forças Armadas vêm sendo sistematicamente vilipendiadas em seus recursos e seus integrantes obrigados a andar com o pires na mão para se manterem minimamente ativos.

Longe de buscar justificativas para erros do passado. Mas, como nação estrategicamente importante e detentora de vastíssimos recursos minerais extremamente cobiçados pela comunidade internacional, manter nossas Forças Armadas, nossas Bases Militares, nossos equipamentos e nosso material humano em tal nível de sucateamento, desaparelhamento e abandono é um erro que pode ter consequências terrivelmente desastrosas.

Governar para todos e não apenas para seus “cumpanheiros” espertalhões e sanguessugas é o dever de todo ocupante da cadeira presidencial. Cumprir o seu dever de comandante-em-chefe e levar, através de sua presença, um pouco de alento aos familiares daqueles que sacrificaram tudo em nome do dever era o mínimo esperado.

Isso é claro, se Dilma tivesse alguma noção do que é dever, honra e generosidade.

Pense nisso.

Visão Panorâmica

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Religioso pagou R$ 2 para abusar sexualmente de menina de 6 anos


Um caso de pedofilia praticado por um religioso de 79 anos chocou os moradores da Vila Santa Tereza, em Belford Roxo. O presbítero da Assembleia de Deus Franezio Eleotério de Oliveira pagou R$ 2 para atrair a vítima, de apenas 6 anos. Ele pediu à garota para erguer a blusa. O suspeito foi preso em flagrante pela Delegacia Especial de Atendimento Mulher (Deam) de Belford Roxo, por estupro de vulnerável.

O episódio ocorreu nesta segunda-feira à tarde, quando a garota foi à casa de Franezio para pagar uma dívida de R$ 10 a pedido da mãe, que havia pedido dinheiro emprestado a ele. Quando chegou lá, encontrou o religioso deitado na cama. Na volta para casa, a mãe perguntou como ela havia conseguido os R$ 2. A garota disse que foi um presente do irmão Franezio, como o religioso é conhecido na área.

A mãe desconfiou e foi com a menina, em direção à casa de Franezio. No caminho, a criança começou a chorar e contou a história para a mãe.

— Cheguei a pegar uma faca em casa. Quase fiz uma besteira, mas consegui colocar a cabeça no lugar e liguei para a polícia — contou a dona de casa.

A criança foi submetida a um exame pericial, que confirmou as marcas no corpo da menina. Nesta terça-feira à tarde, a menina ainda se queixava de dores no local, que estava roxo.

— Não houve conjunção carnal, mas houve um ato libidinoso. O pior disso tudo é que o suspeito é um líder religioso, que contava com a confiança das pessoas — disse a delegada Soraia Vaz de Sant‘ Ana, da Deam.

Na carceragem, o religioso confessou ter cometido o crime. Mas admitiu que o caso ficaria impune caso a mãe dela não denunciasse o abuso.

— Se a mãe não denunciasse, eu ficaria impune e agiria como se nada tivesse acontecido. Ela é uma criança e sei que o que fiz foi errado. Mas confio em Deus para que eu nunca mais faça isso. O que vai acontecer comigo? Aí, só Deus sabe.

Religioso distribuía doces e frutas às crianças

Na Vila Santa Tereza, os moradores ainda custam a acreditar que o irmão Franezio tenha praticado um crime tão grave. Um dos moradores mais antigos da rua, o religioso mora na mesma casa, ao lado da Assembleia de Deus da Vila Santa Tereza, há mais de 30 anos. Costumava distribuir doces e balas para as crianças. E abria o portão de casa para que as crianças apanhassem frutas no seu quintal.

— Ele era uma pessoa prestativa, que nunca tinha feito mal a ninguém. Fiquei chocada — surpreende-se a doméstica Maria do Carmo Valentim Souza, de 50 anos.

“Só não contei nada porque fiquei com medo”

Mas há um relato que destoou da maioria dos moradores, contado pela estudante Viviane Vasconcelos Santos, de 18 anos. Assim como a menina de 6 anos, ela disse ter sido vítima de um abuso, ocorrido há três anos, quando foi à casa do religioso com outra amiga, que tinha 8 anos na época.

— Ele alisou as minhas pernas. Aí, dei dois tapas na cara dele e saí de lá. Só não contei nada na época porque fiquei com medo que o meu pai fizesse uma besteira — conta.

Extra Online

MP denuncia motorista de Camaro que causou série de acidentes em São Paulo


Felipe Arenzon foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e três tentativas de homicídio

SÃO PAULO - O Ministério Público de São Paulo denunciou à Justiça o estudante Felipe de Lorena Infante Arenzon, de 19 anos, que provocou um acidente e causou a morte de Edson Roberto Domingues, 56, no dia 30 de setembro de 2011. A denúncia foi oferecida no último dia 17 e o órgão divulgou a informação nesta quarta-feira, 29.

Arenzon foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e três tentativas de homicídio por dirigir seu veículo Camaro 2SS em alta velocidade, provocando uma série de acidentes num percurso de cerca de 10 quilômetros entre as zonas oeste e norte da cidade. Ele estava embriagado e fugiu sem prestar socorro às vítimas. Felipe Arenzon deverá ser julgado pelo Tribunal do Júri.

De acordo com a denúncia oferecida pelo promotor de Justiça André Luís Bogado Cunha, do 2º Tribunal do Júri, Arenzon ficou até pouco depois das 6 da manhã na casa de shows Villa Country, na Água Branca, onde consumiu grande quantidade de bebidas alcoólicas. Ele saiu do local dirigindo seu automóvel Camaro em alta velocidade e na Avenida Sumaré, em Perdizes, atingiu a lateral de um carro e fugiu.

Mais adiante, na mesma avenida, ele bateu seu veículo na lateral esquerda de outro veículo e fugiu novamente do local. Ainda em alta velocidade, na Avenida Pompeia, o Camaro de Arenzon atingiu um terceiro veículo que estava estacionado. Mais uma vez o motorista não parou, até que na Avenida Inajar de Souza, na Freguesia do Ó, atingiu a traseira de um veículo que aguardava a abertura do semáforo. Com o impacto, o carro pegou fogo. Edson morreu após passar cinco dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas.

O Camaro ainda atingiu outro automóvel, provocando ferimento em seus três pessoas. Felipe Arenzon fugiu sem prestar socorro às vítimas e se escondeu em uma residência nas proximidades. Ele foi localizado após indicações de moradores do bairro. O estudante ficou preso no 72° Distrito Policial da Vila Penteado, mas foi liberado após sua família pagar a fiança de R$ 245 mil. O valor foi determinado com base no preço do Camaro.

Estadão

Estudo revela novos indícios sobre a ressurreição de Jesus Cristo


Grupo de arqueólogos e especialistas fizeram novas pesquisas e descobertas a partir de um túmulo localizado em Jerusalém há três décadas

Um grupo de arqueólogos e especialistas em assuntos religiosos apresentou em Nova York as conclusões de uma pesquisa que apresenta indícios da ressurreição de Jesus a partir de um túmulo localizado em Jerusalém há três décadas.

"Até agora me parecia impossível que tivessem aparecido túmulos desse tempo com provas confiáveis da ressurreição de Jesus ou com imagens do profeta Jonas, mas essas evidências são claras", afirmou nesta terça-feira à Agência Efe o professor James Tabor, diretor do departamento de estudos religiosos da Universidade da Carolina do Norte, um dos responsáveis pela pesquisa.

O túmulo em questão foi descoberto em 1981 durante as obras de construção de um prédio no bairro de Talpiot, situado a menos de quatro quilômetros da Cidade Antiga de Jerusalém. Um ano antes, neste mesmo lugar, foi encontrado um túmulo que muitos acreditam ser de Jesus e sua família.

Ao lado do professor de Arqueologia Rami Arav, da Universidade de Nebraska, e do cineasta canadense de origem judaica Simcha Jacobovici, Tabor conseguiu uma permissão da Autoridade de Antiguidades de Israel para escavar o local entre 2009 e 2010.

Em uma das ossadas encontradas, que os especialistas situam em torno do ano 60 d.C., é possível ver a imagem de um grande peixe com uma figura humana na boca, que, segundo os pesquisadores, seria uma representação que evoca a passagem bíblica do profeta Jonas.

A pesquisa, realizada com uma equipe de câmeras de alta tecnologia, também descobriu uma inscrição grega que faz referência à ressurreição de Jesus, detalhou à Agência Efe o professor Tabor, que acrescentou que essa prova pode ter sido realizada "por alguns dos primeiros seguidores de Jesus".

"Nossa equipe se aproximou do túmulo com certa incredulidade, mas os indícios que encontramos são tão evidentes que nos obrigaram a revisar todas as nossas presunções anteriores", acrescentou o especialista, que acaba de publicar um livro com todas as conclusões de sua pesquisa, "The Jesus Discovery".

O professor reconhece que suas conclusões são "controversas" e que vão causar certo repúdio entre os "fundamentalistas religiosos", enquanto outros acadêmicos seguirão duvidando das evidências arqueológicas da cristandade.

Anteriormente, essa mesma equipe de pesquisadores participou do documentário "O Túmulo Secreto de Jesus", produzido pelo cineasta James Cameron. Na obra, os arqueólogos encontraram dez caixões que asseguram pertencer a Jesus e sua família, incluindo Virgem Maria, Maria Madalena e um suposto filho de Jesus.

Segundo o documentário, as ossadas encontradas supostamente apresentavam inscrições correspondentes às identidades de Jesus e sua família, o que acaba reforçando a versão apresentada no livro "O Código da Vinci", de Dan Brown, o mesmo que indica que Jesus foi casado com Maria Madalena e que ambos teriam tido um filho juntos.

Estadão



Funcionários do Hopi Hari avisaram sobre falha, diz advogado


Dois funcionários do Hopi Hari, onde uma adolescente morreu após cair de um brinquedo na semana passada, disseram nesta quarta-feira à polícia que avisaram o parque sobre um problema mecânico na trava do assento onde a jovem estava sentada.

"Aquela cadeira deveria estar lacrada, porque já tinha apresentado defeito", afirmou Bichir Ale Junior, advogado de Vitor Igor de Oliveira, 24, e Marcos Antonio Leal, 18, operadores do brinquedo La Tour Eiffel.

"Quinze minutos antes do acidente, eles disseram ao supervisor que a trava estava com problemas. Foi avisado e ignorado."

Na segunda-feira (27), uma perícia feita no local não constatou problemas mecânicos no brinquedo. O delegado Álvaro Santucci Noventa Júnior chegou a dizer que, até então, os indícios apontavam para falha humana.

Ainda não está claro, no entanto, se a cadeira onde Gabriela Yuakay Nychymura, 14, estava sentada chegou a passar por perícia.

Segundo o advogado da família da garota, Ademar Gomes, fotografias mostram Gabriela sentada em uma cadeira da extremidade do bloco que subiu --assento que não deveria ser utilizado por questão de segurança.

O brinquedo é formado por cinco blocos com quatro cadeiras cada um. No bloco em que Gabriela estava, segundo o Hopi Hari, um dos assentos nunca foi utilizado, já que um visitante com braços e pernas longos poderia, eventualmente, passar perto da estrutura de metal que simula a Torre Eiffel.

Gabriela morreu na manhã de sexta-feira após cair a cerca de 25 metros do chão. Testemunhas disseram que a trava do assento dela se abriu durante a queda.

A mãe da vítima, Silmara Nychymura, também depôs à polícia na tarde de hoje. O pai da menina ainda será ouvido. Eles não quiseram falar com a imprensa.

Funcionários da Polícia Civil levaram as supostas fotografias para o parque hoje à tarde, onde peritos iriam comparar as imagens com o equipamento.

INTERDITADA

Gabriela morreu por volta das 10h30 e foi enterrada no sábado (25), em Guarulhos (Grande SP). Ela foi encaminhada ao hospital com traumatismo craniano, mas chegou sem vida ao local.

Gabriela vivia no Japão e estava passando as férias na casa de familiares em Guarulhos. Ela estava no parque com a mãe e o pai, que são brasileiros.

Os advogados da família de Gabriela afirmam hoje que, no momento do acidente, a adolescente ocupava uma cadeira que deveria estar interditada.

A família pretende entrar com ação de indenização por danos morais e materiais contra o parque, segundo o advogado Ademar Gomes. Ele disse que uma nova perícia será solicitada para que sejam apuradas as condições de uso da cadeira que Gabriela ocupou.

"Houve falso testemunho de dois funcionários, e a cadeira vistoriada pela perícia não é a mesma em que Gabriela sentou", disse.

No elevador, como é conhecido o brinquedo, cada visitante sobe cerca de 69,5 metros em uma cadeira com trava individual e despenca em simulação de queda livre, podendo chegar a 94 km/h. Dos cinco blocos com quatro cadeiras cada um, dois estavam em manutenção no dia do acidente.

OUTRO LADO

Procurado, o Hopi Hari não comentou as declarações dos operadores do brinquedo La Tour Eiffel. O parque não respondeu se algum supervisor foi avisado sobre problemas no brinquedo.

Em nota divulgada hoje, o Hopi Hari disse que "reitera veementemente a cooperação absoluta com todos os órgãos responsáveis na apuração definitiva deste caso".

Na sexta-feira, o parque disse lamentar "profundamente o ocorrido" e afirmou que presta toda a assistência à família da vítima e aos responsáveis pela investigação das causas do acidente.

Segundo a assessoria de imprensa, o brinquedo La Tour Eiffel permanecerá fechado até que as causas do acidente sejam esclarecidas. O restante do parque segue aberto desde sábado.

A reabertura, segundo o parque, ocorreu para atender "aos visitantes que, como em todos os finais de semana, se programam com antecedência para vir ao parque".

A empresa afirmou que possui profissionais habilitados e com o devido reconhecimento do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) para realização de um "extenso programa de manutenção, que faz parte de seu padrão de segurança".

Folha OnLine






Pais são condenados por bullying cometido pelas filhas


Caso ocorreu em Ponta Grossa e vítima deve receber R$ 15 mil

Os pais de duas adolescentes de Ponta Grossa, na região dos Campos Gerais, no Paraná, foram condenados pela Justiça a pagar R$ 15 mil de indenização para a família de uma adolescente que foi vítima de bullying. O caso aconteceu em um colégio particular em 2010 e a decisão ocorreu em primeira instância em fevereiro deste ano. Os pais, que foram responsabilizados pela atitude das menores e condenados, ainda podem recorrer.

Segundo o advogado de defesa, Carlos Eduardo Biazetto, duas colegas de sala da vítima conseguiram a senha do perfil do site de relacionamentos e violaram a conta da adolescente. Elas postaram mensagens pornográficas e alteraram a fotografia do perfil.

"Após postar as mensagens, as autoras do crime ainda cancelaram a senha da vítima, o que impediu que ela soubesse o que estava acontecendo. Durante mais ou menos dois meses, ela e irmão, que também aparecia em algumas fotos, viraram motivo de chacota e também foram ameaçados por vários colegas", contou o advogado.

A professora percebeu o problema e acionou os pais da vítima para comentar sobre o caso. "Uma outra colega de sala ouviu as suspeitas comentando da alteração na internet e avisou a professora. Os pais chamaram a polícia e as adolescentes acabaram confessando o crime", completou Biazetto.

O delegado do Núcleo de Combate aos Cibercrimes em Curitiba (Nuciber), Demétrius Gonzaga de Oliveira, disse, na manhã desta terça-feira (28), que recebe cerca de dois casos semelhantes a esse por dia na capital.

"Os pais devem ficar em alerta com qualquer situação desse tipo, porque com certeza serão eles que irão responder pelo ato. Vale ressaltar que nos casos violentos, em que acontece letalidade, a condenação também pode resultar em prisão para os responsáveis legais", explica o delegado.

G1/PR

Jornale


Advogado de Mizael diz que vai recusar cela disponibilizada pela SSP



Para Haddad, sala da Cavalaria não corresponde a local que seu cliente tem direito

O advogado de Mizael Bispo de Souza, Samir Haddad Júnior, afirmou nesta quarta-feira (29), que vai pedir prisão domiciliar a seu cliente caso ele seja encaminhado para uma sala no Regimento de Cavalaria 9 de Julho. Na noite desta terça-feira (28), a SSP (Secretaria de Segurança Pública) disse que a Polícia Militar dispõe de um espaço nesse local para colocar o acusado de matar Mércia Nakashima. O advogado disse discordar, no entanto, de que o prédio da Cavalaria tenha condições compatíveis com os direitos de Mizael.

- Ouvi boatos de que ele seria mandado para lá, mas não fui comunicado oficialmente. Se for uma sala na cavalaria, não vou aceitar. Conheço o lugar e não tem a menor condição de colocar o Mizael lá, o lugar até cheira cocô de cavalo.

Mãe de Mércia ficou surpresa com a prisão

Promotor quer marcar júri este ano

A Justiça de São Paulo concedeu a Mizael, nesta terça-feira (28), o direito de ficar alojado em uma cela especial destinada a advogados - sala de Estado-maior. A lei prevê que o espaço que abrigar esses profissionais antes de ele ser condenado tenha “instalações e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), e na sua falta, em prisão domiciliar”.

De acordo com a SSP, “a PM não somente dispõe da sala de Estado-maior, como ela já foi ocupada na custódia de vários presos que a solicitaram à Justiça”. Já teriam passado pelo local, o ex-juiz Rocha Mattos, o juiz Marco Antônio Tavares.

Mizael está no presídio Romão Gomes desde a última sexta-feira (24), quando se entregou à polícia. Segundo Haddad o pedido para que seu cliente responda o processo em liberdade já está no STF (Supremo Tribunal Federal).

Acusação

Mizael Bispo é acusado de ter assassinado sua ex-namorada em 2010. Mércia desapareceu no dia 23 de maio de 2010 depois de visitar a casa da avó, em Guarulhos. As últimas imagens dela em vida foram feitas pelo circuito interno do elevador do edifício da avó.

O corpo de Mércia foi encontrado no dia 11 de junho em uma represa de Nazaré Paulista, no interior de São Paulo. Ela foi reconhecida pelas roupas, sapatos e formato dos dedos. Um dia antes, o carro da advogada foi achado no mesmo local.

No dia 6 de dezembro de 2011 completou um ano do decreto da prisão de Mizael Bispo. Na ocasião, a família de Mércia afirmou que a influência da Mizael, por ter sido policial militar e ser advogado, era um dos motivos que o mantinham desaparecido.

Os advogados de defesa de Mizael Bispo de Souza, acusado de matar Mércia em 2010, entraram na Justiça com o pedido na segunda-feira (27). A informação foi confirmada pelo defensor Ivon Ribeiro. Mizael está detido no presídio Romão Gomes, na zona norte de São Paulo, desde a última sexta-feira (24), quando decidiu se entregar.

R7

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Claudia Raia sobre Gianecchini: “Eu sapateava e cantava para ele no hospital”


No momento em que Reynaldo Gianecchini – Giane para os amigos – se sente, pela primeira vez, curado do câncer linfático, após um autotransplante de medula óssea, sua amiga mais próxima durante todo o tratamento, Claudia Raia, quebra o silêncio que se impôs e, a pedido do ator, fala abertamente sobre a experiência rica a seu lado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. E a torcida por sua cura.

“Aprendi demais com a postura do Giane diante da doença. Sei que minha missão na vida, todos esses meses, desde agosto do ano passado, passou a ser diverti-lo. Mas quem se beneficiou mais fui eu. Ele é um guerreiro com uma serenidade que não é deste planeta”.

A revista ÉPOCA que está nas bancas publica uma conversa minha com Giane de duas horas e meia, em seu apartamento nos Jardins, sobre todo o processo de superação e fé do ator, até seu “renascimento” com o transplante. Aproveito para compartilhar com vocês, no 7×7, o depoimento emocionado e exclusivo da Claudia Raia, em primeira pessoa.

“É uma relação muito forte a nossa. Parece coisa de outras vidas. Começou na novela Belíssima, do Silvio de Abreu, no fim de 2005. Acho que esse papel do mecânico Pascoal (foto ao lado) foi um divisor de águas. Eu fazia a Safira. Tivemos uma química ótima. E era uma comédia, a primeira da trajetória do Giane.

“A partir daí, ele não teve receio de interpretar mais nada. É difícil ser bonito como o Giane é e decidir ser ator. As pessoas perseguem muito. Depois do Pascoal, ele ficou desprovido de qualquer formato de galã. Iniciamos uma grande amizade. Nós dois somos do interior. Temos o mesmo tipo de criação. Adoro a mãe dele, dona Heloísa, um dos melhores seres humanos que conheci, uma deusa.

“Quando o Giane foi diagnosticado com câncer, no finalzinho de julho do ano passado, estávamos para trabalhar juntos de novo. Eu tinha tido a ideia de chamá-lo para o musical Cabaret. O (Miguel) Falabella, diretor, também achou que o papel era a cara dele. O Giane tem muitos talentos que as pessoas não conhecem. Tem uma bela voz, é um barítono. Ia voltar a estudar dança. A gente estava muito feliz. Os personagens do musical precisavam dessa química que nós já tínhamos experimentado na televisão. É tão confortável ter intimidade no palco.

“Eu já andava meio preocupada com ele, sempre com alergia, gânglios, uma febrezinha. Dois dias antes de começarem os ensaios do Cabaret, eu estava num evento em São Paulo à tarde. Meu celular tocou e era o Giane: “Claudinha, você pode falar? Tenho uma coisa pra te contar. Eu estou com câncer”.

“Eu tive um pré-desmaio. O telefone continuou na minha mão mas eu ia cair, alguém me segurou. Tive uma ausência da realidade. Eu não sabia até então quanto eu o amava. Mas amava 10 vezes mais. O Giane disse: “Calma”. É inacreditável. Como assim ele tentar me acalmar? Ele não é daqui, juro, não é deste planeta. “Calma, vai dar tudo certo”, insistia ele. “Estou no Sírio, internado”.

“Bom, eu entrei no hospital e tenho a sensação de que nunca mais saí. Eu dormia ali, não vinha para casa nos primeiros dias. Era finalzinho de julho. Cheguei e ele estava meio escondido, cheio de gânglios saltados no rosto, na cabeça. Primeiro ouvi ele dizer: “Vou aparecer, viu? E você não grita”. Pode? Acho que minha missão é diverti-lo. Sempre foi assim, a gente se diverte horrores. Ia ao hospital duas vezes por dia, antes de ensaiar e depois do ensaio.

“Esse menino é um guerreiro como poucas vezes se viu. Ele supera a função humana. Eu estive com ele todos os dias e eu não vi ele esmorecer um minuto. Não vi o Giane de mau humor. Nem se cansar. Nem irritado. Impressionante a certeza que ele tinha da cura. A certeza de que ele precisava passar por aquilo. Eu aprendi demais do lado dele. Eu tenho 45 anos e acho que não aprendi na vida o que aprendi com ele nesses últimos oito meses.

“Não é só por ele estar doente nem porque amo ele. O Giane esteve presente em todos os momentos de composição de minha personagem no Cabaret. Eu dançava pedaços de coreografia no hospital. Ele perguntava sobre os ensaios, pedia que eu cantasse. O material fotográfico levei todo para ele ver. E ouvia suas opiniões e críticas: talvez aqui, talvez ali fosse melhor assim.

“Ele fugiu dos médicos, contrariou a dra Yana, maravilhosa, para ir no ano passado ao ensaio do musical no Espaço Chaim. Ele foi de máscara. Eu botei um sofá, o Giane ficou todo constrangido porque todo mundo o aplaudia, contente de ele estar ali. No primeiro mês de ensaio, eu estava presente de corpo mas não fui, você entende? Eu não estava inteira ali, eu não queria substituí-lo, porque achava que podia não ser câncer. Depois de um mês, todo mundo numa torcida louca, ficou claro que não dava.

“É tão simbiótica nossa relação que, quando eu fiquei “para sempre” no Sírio, eu perdi a voz durante três semanas. Eu ia ensaiar sem voz o musical. E dizia ao Giane no hospital: “Você só não me manda embora daqui”. É como eu tivesse que ir lá realimentá-lo.

“Vi ele passar por coisas inacreditáveis. Na UTI, quando ele quase morreu (no início, antes da quimioterapia, quando a colocação de um cateter perfurou acidentalmente sua veia). A pressão do Giane desceu a 3. Dona Heloísa (a mãe) e eu chegamos às 3h da manhã. Eu fiz o (dr Raul) Cutait sair do centro cirúrgico para explicar. Giane estava transfigurado. Eu falei: “Credo, você está com a boca inchada, maior do que a da Aline Moraes, parece a Angelina Jolie”. Eu sapateava, fazia loucuras para ele rir.

“Giane tem muitos amigos. Todos estavam presentes da maneira que podiam. Eu tive a sorte de poder estar com ele. A segunda vez que eu ia era depois de meia-noite. Eu sempre fugia da imprensa, entrava e saía pela porta dos fundos do Sirio.

“E depois aconteceu a coisa do pai dele. Ele me disse ao telefone: “Meu paizinho partiu, mas foi lindo, cantei a música Nossa Senhora do Roberto Carlos, o quarto dele estava todo branco”. E emendou: “Como foi seu ensaio?” Eu dizia que isso não tinha a menor importância mas ele queria participar de tudo, da vida.

“A gente passou a conviver com muita gente bacana, crianças espetaculares, uma menina de 10 anos que tem leucemia há oito. A minha vida inteira eu ajudei o Hospital do Câncer do Rio de Janeiro, eu animava as crianças, contava histórias. Depois que tive meus filhos, parei. Mas lá estava eu de volta, animando o Giane. A vida é muito louca.

“Sua cura é um milagre. Ele foi muito ajudado espiritualmente. É pelo merecimento. Ele tem uma conexão direta com Deus. Medita quando acorda. Estivemos juntos na corrente Bezerra de Menezes. Eu falei, “Giane, você está prestando um serviço tão importante para as pessoas”. A figura de um homem vencedor, bonito, saudável, que tem câncer e briga para viver. A mensagem que fica é que tudo é possível. Ele sempre repetia a frase: amanhã é um outro dia.

“Agora, a gente tem planos de viajar juntos para celebrar. Tenho uns intervalinhos no trabalho. Quero muito que ele faça um musical. Ele vai voltar a estudar canto e balé. Mas agora é um momento frágil, ele renasceu em fevereiro. Se não é a gente para dar uma travada, o Giane já estaria indo para o Rio, para a praia.

“Às 7h da manhã ele me ligou em janeiro para dizer que o transplante de medula tinha dado certo. Ele disse: “Você é a primeira a saber que estou curado”. Era um chororô no telefone. Eu não pude ir logo porque eu estava com gripe. Depois melhorei e entrei com luva, máscara, tudo. Comprei uma torta de nozes que ele adora, “Amor aos pedaços”. A gente cantou parabéns. E noutro dia ele esperou eu sair do teatro para a gente ir a um restaurante japonês, porque ficou muito tempo sem poder comer nada cru.

“É muito bom estar do ladinho dele. É muita alegria. Essa guerra está ganha porque ele merece.”


Época

Helicóptero leva alimentos para navio de cruzeiro à deriva no Índico


Um helicóptero decolou na manhã desta terça-feira da ilha de Mahè, em Seicheles, para levar mantimentos e equipamentos de comunicação para o navio de cruzeiro Costa Allegra, que está à deriva no Oceano Índico com mais de mil passageiros.

Um incêndio no gerador do navio na segunda-feira levou à perda total de energia pela embarcação.

Segundo a empresa Costa Crociere, operadora do navio, ele está sendo rebocado por uma traineira francesa para a ilha Desroches, também em Seicheles, onde deve chegar nesta quarta-feira.

A operadora é a mesma do navio Costa Concordia, que naufragou na costa italiana em janeiro, provocando a morte de 32 pessoas.

Segundo a correspondente da BBC em Seicheles Katy Watson, os passageiros do Costa Allegra devem ser levados na quarta-feira ao único hotel de Desroches e de lá transferidos para Mahè.

A transgferência, porém, poderá levar bastante tempo, já que o aeroporto local em Desroches tem capacidade apenas para aviões de pequeno porte, capazes de levar no máximo 20 passageiros por vez.

Piratas

Segundo a guarda costeira italiana, o Costa Allegra está sem ar-condicionado, a cozinha não funciona e o gerador de emergência para o rádio de bordo poderia perder sua capacidade a qualquer momento.

A empresa operadora do cruzeiro afirmou que o navio, que está a cerca de 32 quilômetros da ilha de Alphonse, está em uma condição estável e segura, e nenhum passageiro está ferido.

A Costa disse já ter contactado dois terços das famílias dos passageiros e afirmou ter colocado um telefone de emergência para contatos.

O navio está em um local considerado perigoso por conta da atuação de piratas somalis.

Mas uma porta-voz do governo de Seicheles afirmou à BBC que os ataques a embarcações na região caíram no ano passado e que a segurança aumentou.

O navio conta com nove guardas armados a bordo, e outros seguranças estariam na traineira francesa. Um avião do governo de Seicheles também estaria fazendo sobrevôos para patrulha aérea.

Os piratas da região nunca atacaram um navio de cruzeiro.

O Costa Allegra, que havia saído de Madagascar com direção a Seicheles no sábado, tem 636 passageiros e 413 funcionários a bordo.

A chegada a Seicheles estava prevista inicialmente para a terça-feira. O itinerário do cruzeiro incluía também Alexandria, no Egito, e Nápoles, na Itália.

BBC Brasil

Família de Eloá quer indenização por ação da PM durante sequestro


Advogado critica falta de equipamento: 'Copo em parede é coisa de comadre'.
Mãe da garota diz que culpa da polícia na morte chega a 50%.


O advogado da família de Eloá Pimentel, garota morta há mais de três anos por Lindemberg Alves, revelou nesta segunda-feira (27) que move um processo contra a Polícia Militar de São Paulo pedindo danos morais e materiais pela forma como a ação foi conduzida, culminando em uma tentativa de resgate fracassada.

De acordo com o advogado Ademar Gomes, a polícia foi negligente. A ação foi impetrada em setembro do ano passado - a demora, segundo ele, ocorreu devido ao aguardo de perícias. Ele não quis revelar o valor pedido por questões de segurança. “Não podemos aceitar que não há equipamentos para uma escuta. Copo em parede é coisa de comadre”, afirmou. Reportagem do G1 mostrou no último dia 15 que o negociador usava um celular pessoal, de acordo com depoimentos de policiais que participaram da ação e que constam de um inquérito feito pela própria polícia para apurar a conduta deles.

Tanto o advogado Ademar Gomes, como a mãe de Eloá, Ana Cristina Pimentel, afirmaram em entrevista coletiva nesta segunda-feira (27) que a polícia podia ter agido antes para resgatar a garota - o cativeiro durou mais de cem horas. “A polícia teve várias chances de fazer alguma coisa e não fez”, afirmou Ana Cristina. “Não podemos conceber cem horas de cárcere privado sem reação da polícia”, afirmou Ademar Gomes.

Segundo ele, a ação teve tantos erros que a defesa de Lindemberg Alves tentou dividir a culpa da morte de Eloá com a polícia. Ana Cristina Pimentel calculou a culpa da polícia em 50%. Ela reclamou do fato de a polícia ter lhe dado esperança, uma vez que Lindemberg afirmava que ia matar Eloá. Por outro lado, a mãe de Eloá procurou defender a atuação do Gate no que diz respeito ao fato de ter levado o filho dela Everton Douglas, hoje com 17 anos e à época com 14, para negociar com Lindemberg por serem amigos. “A polícia tentou, errou, mas quis ajudar”, afirmou.

Nayara, amiga de Eloá, também foi usada na negociação e acabou retornando ao cativeiro. Um inquérito foi aberto pelo Ministério Público logo após o fim do sequestro para apurar essa ação. Após dois anos de depoimentos, o inquérito foi arquivado em julho de 2010, contrariando a vontade do juiz que atuava no caso, Marcos Fernando Theodoro Pinheiro, da Justiça Militar de São Paulo. Ele pediu que o tenente-coronel Flávio Depieri, um dos responsáveis pelo gerenciamento da crise, respondesse a uma ação penal pelo risco assumido ao colocar Nayara em posição de negociação nas proximidades do apartamento onde estava Lindemberg. A pena pela infração ao Código Penal Militar é de até cinco anos, caso esse "abandono" resulte em ação grave.

Questionada pelo G1 sobre o processo e sobre as críticas do advogado e da mãe de Eloá, a PM solicitou o encaminhamento de um e-mail, que ainda não foi respondido.

A mãe de Eloá Pimentel, Ana Cristina Pimentel, que viu o assassino de sua filha, Lindemberg Alves, ser condenado a 98 anos de prisão, afirmou nesta segunda-feira (27) que não aceitou seu pedido de desculpas. “O Lindemberg teve três anos para me pedir perdão. Teve todas as oportunidades. Ele poderia ter escrito. A mãe dele vai visitá-lo. E não o fez. No dia, quando ele me viu, a advogada foi falar no ouvido dele. Pareceu orientação. Então, é um perdão que eu não aceito.“

Julgamento
O julgamento de Lindemberg Alves durou quatro dias e foi realizado no Fórum de Santo André, no ABC. A decisão foi lida pela juíza Milena Dias no último dia 16, pouco mais de três anos do sequestro em outubro de 2008, que durou mais de cem horas. No quinto dia do sequestro, em 17 de outubro de 2008, Eloá recebeu dois tiros de Lindemberg, um na região de virilha e outro na cabeça. Já Nayara, amiga de Eloá, levou um tiro que atingiu a mão e a boca, mas sobreviveu.

No julgamento, Lindemberg tentou convencer o júri de que não teve a intenção de matar Eloá e que gostava dela. O disparo, segundo ele, foi uma reação a um movimento feito pela garota no momento da invasão pelo Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate).

G1

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

"Atropelador disse que faria uma chacina", afirma mãe de crianças mortas em São João de Meriti


Segundo testemunhas, homem sempre causou problemas por causa de bebida e droga

A mãe de Tyele Vitória da Silva, de quatro anos, e Caio Tiago da Silva Ferreira, de dois, que morreram neste fim de semana após serem atropelados em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, esteve no Balanço Geral RJ desta segunda-feira (27) e contou que o motorista chegou a dizer que queria fazer uma chacina no dia da tragédia.

- Ele falou para um vizinho que, na sexta-feira (24), faria uma chacina de qualquer jeito.

A avó das crianças voltava do enterro de um parente, quando se deparou com a confusão.

- Meu tio faleceu e, ao chegar na rua, ouvi muita gritaria. Eu fiquei trêmula e fui para perto do local. Então, testemunhas disseram que o atropelador falou que passaria por cima de quem estivesse na frente.

De acordo com as duas, o atropelador sempre causou problemas por causa da bebida e das drogas.

Os corpos dos irmãos foram enterrados na manhã de domingo (26), no cemitério de Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro. O velório foi marcado por protesto e comoção.

Tyele, Caio e outras cinco crianças foram atropelados na última sexta-feira (25), enquanto brincavam de piquenique na calçada da rua Laura Arruda, na localidade Vila Tiradentes, no bairro do Éden. A menina chegou a ser socorrida no Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, o de Saracuruna, em Duque de Caxias, também na baixada, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na madrugada de sábado (26). O irmão também morreu.

Todas as vítimas já receberam alta, segundo a Secretaria de Saúde de São João de Meriti. Elas foram socorridas no PAM (Posto de Atendimento Médico) do município.

O atropelador, identificado como Jorge Luís Matias, 42 anos, morador do bairro onde ocorreu o atropelamento, foi preso na madrugada de sábado. Ele disse à polícia que tentava fazer o carro pegar, quando freou e não conseguiu parar o veículo.

Segundo o delegado Antonio Silvino, da Delegacia de Belford Roxo (54ª DP), Jorge Luís ainda apresentava sinais de embriaguez 13 horas após o acidente. Ele confessou que ingeriu bebida alcoólica no dia do atropelamento.

Jorge Luís foi autuado em flagrante por duplo homicídio doloso (com intenção de matar) e cinco tentativas de homicídio. Segundo o delegado, a autuação aconteceu com base no depoimento do tio de uma das vítimas, que contou que ele teria ameaçado as crianças antes do acidente.

R7

Heróis anônimos ajudam na prisão de acusado de estupro em ônibus


Motorista do veículo brigou com suspeito, que saíra da prisão um dia antes do crime

RIO - A prisão do homem suspeito de estuprar uma menina de 12 anos dentro de um ônibus, no Jardim Botânico, no último dia 15, só foi possível graças a heróis anônimos: o motorista e o cobrador de um coletivo da linha 540 (Largo do Machado-Leblon) e pedestres que passavam pela Praça Santos Dumont, na Gávea. Quando Paulo Roberto da Silva Dias entrou no veículo, os dois funcionários da Viação São Silvestre perceberam que ele era o mesmo homem que havia praticado um assalto no veículo na última quarta-feira. Desconfiados de que fosse também o autor do estupro ocorrido dias antes, os dois decidiram monitorá-lo. Quando Paulo Roberto assaltou uma jovem e tentou descer, o motorista entrou em ação. Pulou a roleta e deu início a uma briga que só terminou com a chegada da polícia.

Com medo de sofrer represálias, o motorista pediu para não ter o nome publicado. Ele descreveu a sequência de fatos que levaram à prisão do suspeito:

— Quando desconfiei de que fosse o estuprador, procurei um carro da polícia que costuma ficar próximo ao Jockey, mas não o encontrei. Na altura da Praça Santos Dumont, ele mandou a passageira descer, anunciando um assalto. Ela fez sinal para eu parar, mas não abri a porta. Pulei a roleta, e começamos a brigar. Falei para ele devolver o que tinha roubado. Ele devolveu e, depois, tentou fugir, mas o cobrador o segurou. Um pedestre correu até a delegacia da Gávea e chamou a polícia. Depois, seguimos a viagem — contou o motorista.

Depois de passar a noite na 15ª DP (Gávea), Silva Dias foi transferido para a Polinter na manhã deste domingo. A polícia encontrou com ele um relógio, supostamente roubado no dia anterior. Na delegacia, ele foi apontado por quatro pessoas como estuprador de uma menina de 12 anos dentro de um coletivo da linha 162 (Glória-Leblon).

Na ficha criminal do suspeito constam 14 anotações desde os 18 anos. Oito delas são por roubo — dois deles cometidos em coletivos —, uma por homicídio, uma por sequestro e uma por tráfico de drogas, além de outras infrações menos graves. Silva Dias começou a responder pelos crimes em 2004. Em 2006, ele recebeu o benefício da Visita Periódica ao Lar (VPL). No mesmo dia, no entanto, foi preso em flagrante, acusado de cometer um roubo no Leblon. No ano passado, seu caso voltou a ser analisado, após a realização de um Mutirão do Conselho Nacional de Justiça. Depois de quatro meses de procedimentos, o benefício da liberdade condicional foi concedido. O preso foi solto um dia antes da denúncia de estupro.

A menina de 12 anos foi poupada de reconhecer o suspeito. Dez dias depois do crime, a menina ainda está muito abalada.

— Entramos em contato com a família dela, que nos informou sobre seu estado psicológico. Ela está traumatizada com o crime. Preferimos não ouvi-la, já que temos o reconhecimento do motorista, da cobradora e de outras duas passageiras que estavam no ônibus no dia do crime — afirmou o delegado Fábio Barucke, responsável pelo caso.

Ainda segundo Barucke, outras duas vítimas de roubo também reconheceram o suspeito como sendo o autor dos crimes. Em todos os casos, de acordo com a polícia, ele fingia estar armado. Por isso, apenas o estupro pode ter agravante, já que o acusado teria de fato ameaçado a vítima com uma arma de fogo.

O Globo
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