sábado, 26 de março de 2011

Polícia prende uma menor na Gávea com disfarce de prostituta


Usando o disfarce de prostituta, Maria Eduarda Mendes, de 19 anos, montou uma "estica" de traficantes da Rocinha para vender drogas no Parque da Cidade, na Gávea. A denúncia chegou até policiais da 15ª DP (Gávea) que, na tarde desta sexta-feira, constaram a veracidade das informações.
Acompanhada de uma menor de 15 anos, a acusada estava com grande quantidade de maconha, cocaína e haxixe escondidos em uma bolsa. Ao perceber a ação dos policiais, Maria Eduarda tentou correr mas foi presa. A denúncia dizia que a droga, que era vendida principalmente para jovens de classe média, seria comercializada visando o feriado da Semana Santa.
O delegado Carlos Augusto Nogueira Pinto investiga informação de que ela seria namorada de um traficante conhecido como Frajola, que seria braço-direito de Nem da Rocinha.
- Nos surpreendeu a quantidade de droga para apenas uma "estica". Ela usava o argumento de que era prostituta para vender o material - disse o delegado.


Eles não podem mais esperar

Matheus, 2 anos, no colo da mãe, Maria do Amparo. Ele passa muito mal diariamente, e ela está desesperada Foto: Pâmela Oliveira / Agência O Dia

Bebês correm risco de morte se governo não resolver falta de anestesista para transplante

Rio - Há quase 4 meses, as famílias de Andrew Araújo, 1 ano e 7 meses, e Matheus da Silva, 2 anos e 5 meses, enfrentam um pesadelo: o de não saber se os bebês estarão vivos no dia seguinte. Eles estão internados em estado gravíssimo no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB) à espera de um transplante de fígado. Cirurgias desse tipo estão paralisadas desde janeiro: anestesistas especializados nelas pediram demissão por não receberem o adicional por plantão hospitalar (APH).
“Em fevereiro, depois que O DIA fez série de reportagens, o ministro (Alexandre Padilha, da Saúde) prometeu que meu filho ia operar logo, e até hoje nada aconteceu. Meu bebê voltou a ser internado às pressas quarta-feira. Ao lado da cama, colocaram aparelho de ressuscitação. O ministro não sabe o que é ver um filho esperando pra morrer”, desabafou o pai de Andrew, Adailton Francisco.
“Ele está vomitando quatro, cinco vezes por dia, às vezes com sangue. Estou esperando há tanto tempo que tenho medo de que ele não consiga mais operar”, desespera-se Maria do Amparo de Souza, mãe de Matheus. Ontem, o defensor público da União André Ordacgy afirmou que até quinta-feira entra com ação na Justiça Federal pedindo que os 349 pacientes na fila do transplante sejam operados em hospitais privados. “O ministério empurra o problema e não resolve nunca. Vamos solicitar também que seja criada remuneração extra para que anestesistas queiram trabalhar no HFB”, afirmou. O presidente da ONG Dohe Fígado, Carlos Cabral, defende que os anestesistas voltem a receber APH — pago quando o profissional é acionado fora do horário de expediente para cirurgias, as quais levam muitas horas.

Promessas após cobranças
Apenas depois que O DIA entrou em contato novamente com o Ministério da Saúde, ontem, o órgão fez alguma previsão. O diretor do Departamento de Gestão Hospitalar do núcleo do Rio, João Marcelo Ramalho, diz que a cirurgia de Andrew foi marcada para terça-feira. A de Matheus, segundo a nova promessa, deve ser dia 5 de abril, se ele estiver em condições clínicas. O problema é que ele piora a cada dia. Segundo Ramalho, o ministério está procurando anestesistas que queiram trabalhar no HFB.

Matheus
OUTUBRO DE 2010
Família de Matheus deixa o Maranhão e vem para o Rio tratar problema no fígado do menino.

3 DE JANEIRO
Há 83 dias, mãe descobriu que, mesmo com doador, filho não pode operar por falta de anestesistas.

3 DE FEVEREIRO
O DIA começa a cobrar do governo solução. Dia 11, ministro promete que Matheus faria cirurgia com anestesistas voluntários.

23 DE FEVEREIRO
Ministério volta atrás e afirma que voluntários não poderiam esperar Matheus concluir exames necessários.

24 DE MARÇO
O DIA volta a cobrar. No dia seguinte, família recebe a notícia de que o menino pode ser operado em abril.


Andrew
JANEIRO DE 2010
Família descobre que ele precisa de transplante. Mãe iria doar, mas não há anestesistas.

3 DE FEVEREIRO
O DIA cobra. Dia 11, ministro promete que Andrew faria cirurgia com voluntários. Mas o menino contrai pneumonia. Ministério prometeu marcar data assim que ele ficasse bom.

2 DE MARÇO
Bebê fica bom, mas recebe alta, sem data para transplante.

24 DE MARÇO
Andrew passa mal e é internado. O DIA cobra. Cirurgia é marcada para terça-feira



Luzes se apagam em alerta pelo mundo

Ambientalistas aproveitaram a escuridão e deixaram o alerta mais bonito e iluminado com lanternas pedindo a conservação do planeta em Manila, capital das Filipinas

Iniciativa pretender chamar a atenção para a mudança climática e pede que luzes se apaguem por 60 minutos a partir de 20h30

A montagem compara a cidade de Sydney, na Austrália, com iluminação normal e durante a Hora do Planeta. O famoso prédio da ópera de Sydney à esquerda da imagem também ficou às escuras

As torres gêmes de Patronas, em Kuala Lumpur, capital da Malásia, se destacaram em meio a prédios escuros na vizinhança

Pessoas formam o número 60, representando os minutos da Hora do Planeta em Cingapura

Japão reconstrói rodovia destruída por terremoto em apenas seis dias

Estrada fica em Naka, na província de Ibaraki.
Foi recuperado trecho de 150 m que faz ligação com Tóquio.

Uma rodovia destruída pelo terremoto do dia 11 de março em Naka, na província de Ibaraki, no norte do Japão, foi reconstruída em apenas seis dias pela empresa responsável. Foi recuperado um trecho de 150 metros que faz ligação com a capital Tóquio.


G1

Vacina anti-câncer Rins e Pele


Já existe vacina anti-câncer (pele e rins). Foi desenvolvida por cientistas médicos brasileiros, uma vacina para estes dois tipos de câncer, que se mostrou eficaz, tanto no estágio inicial como em fase mais avançada.
A vacina é fabricada em laboratório utilizando um pequeno pedaço do tumor do próprio paciente. Em 30 dias está pronta, e é remetida para o
médico oncologista do paciente.
Nome do médico que desenvolveu a vacina:
José Alexandre Barbuto
Hospital Sírio Libanês - Grupo Genoma.
Telefone do Laboratório: 0800-7737327 - (falar com Dra. Ana Carolina ou Dra.. Karyn, para maiores detalhes)

http://www.vacinacontraocancer.com.br/
Informação acima enviada por e-mail

Nota de esclarecimento sobre vacina contra o câncer

Em razão da notícia que está circulando na Internet, a respeito de uma vacina para tratamento de pacientes com câncer, o Hospital Sírio-Libanês apresenta os seguintes esclarecimentos:
Nunca houve qualquer relacionamento comercial entre o HSL, ou qualquer médico do Centro de Oncologia, e a empresa que está comercializando esta vacina.
O HSL, seguindo sua vocação para o desenvolvimento de novas terapias, participou da pesquisa da vacina, contando inclusive com patrocínio oficial da FAPESP (Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo). Os estudos foram acompanhados pelo Comitê de Ética e conduzidos de acordo com o código de boas práticas médicas. Os resultados da pesquisa mostram um grau de atividade limitado, beneficiando temporariamente apenas um pequeno número de pacientes. Até o presente momento não há qualquer evidência de cura que possa ser atribuída a estas vacinas.
Baseados nos resultados, o grupo de oncologia do HSL considera que estudos adicionais são de interesse, mas que não há, ainda, dados suficientes para se prescrever esta modalidade de tratamento de forma geral. Portanto, ele não está sendo prescrito ou aplicado no Centro de Oncologia do HSL. Para evitar descontinuidade, pacientes em tratamento com a vacina deverão discutir suas opções com seu oncologista.

Atenciosamente,
Dr. Dário Birolini
Ex- Diretor Clínico

Um ano depois de julgamento, casal Nardoni pede redução de pena


O assassinato da menina Isabella Nardoni, de cinco anos, chocou o país e foi destaque no noticiário. Um ano após a condenação dos responsáveis pelo crime, completado neste sábado, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta respectivamente, reivindicam na Justiça a redução de pena.
O recurso foi encaminhado a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo e é analisada pelo desembargador Luis Soares de Mello. A decisão deve sair em abril.
O pedido de redução de pena foi feito porque apenas a decisão do juiz, em relação ao tempo de detenção, pode ser contestada. A condenação, por meio de júri popular, se mantém soberana.

Crime
Nardoni foi preso sob a acusação de ter matado a própria filha, Isabella, ao jogá-la da janela do quinto andar do apartamento onde moravam, na zona norte de São Paulo. Sua mulher e madrasta da criança, Anna Carolina, foi acusada de participação no crime, ocorrido em março de 2008.
O pai da menina foi condenado a 31 anos, um mês e 10 dias de prisão por homicídio triplamente qualificado em regime fechado, além de oito meses de detenção em semiaberto por fraude processual qualificada.
A condenação de Anna Carolina foi semelhante: 26 anos e oito meses de reclusão por homicídio triplamente qualificado, em regime fechado, além de oito meses de detenção em semiaberto por fraude processual qualificada.
Desde então, a defesa do casal Nardoni tenta reverter a decisão da Justiça. O último recurso foi negado em 21 de setembro do ano passado. O argumento era o chamado “protesto por novo júri”, ferramenta jurídica que possibilitava um novo julgamento para réus condenados a mais de 20 anos, mas extinta em 2008.

Fabio Mendes


Pesquisa revela que falar vários idiomas ajuda a ter boa memória


Quem fala três idiomas tem o triplo de chance de ser menos propenso a ter problemas cognitivos em comparação àqueles que são bilíngues
Um estudo realizado pelo Centro de Pesquisa em Saúde (Centre de Recherche Public de la Santé - CRP), de Luxemburgo, revelou que ter conhecimento sobre outros idiomas é bom para a memória.
Foram entrevistados 230 pessoas, entre homens e mulheres, com idade média de 73 anos, que falavam entre dois e sete idiomas. Dos participantes, somente 44 indicaram problemas cognitivos, o restante não tinha qualquer reclamação com relação à memória.
Para Débora Amador Queiroz, tutora do Portal Educação, a pesquisa é um incentivo ao aprendizado de novos idiomas.
— Quem nunca teve um branco na memória? Com o tempo, isso vai acontecendo com mais frequência, e as possibilidades de esquecermos fatos importantes no nosso futuro são gigantescas. O resultado é mais uma vantagem e de "hablar español" e "learn a good english" — defende.
Além disso, segundo a pesquisa, quem fala três idiomas tem o triplo de chance de ser menos propenso a ter problemas cognitivos em comparação àquelas que são bilíngues.
Pessoas que têm domínio de até dois idiomas são quatro vezes menos propensas a ter qualquer prejuízo em sua cognição.

PORTAL EDUCAÇÃO


26 de março - Dia do Planeta

Milhões de pessoas estão prontas para desligar as luzes e ir além da hora

Centenas de monumentos, outras edificações e residências em milhares de cidades ficarão às escuras entre as 20h30min e 21h30min deste sábado (26) - hora local, quando milhões de pessoas se unirem a um dos maiores atos voluntários em prol do meio ambiente no globo. Indivíduos, organizações e governos estão comprometidos em levar a ação além da hora, pois o compromisso não termina com o reacender das luzes.
"Ao entrarmos na quinta edição mundial da Hora do Planeta, com a participação de um número recorde de países e de territórios, é inspirador vermos o que se pode conseguir quando nos unimos em torno de um objetivo comum", afirmou Andy Ridley, co-fundador e diretor-executivo da Hora do Planeta. "Imagine o que poderemos obter se formos além da hora", ressaltou.
O evento irá percorrer o globo ao longo de 24 horas, desde o momento em que as primeiras luzes forem apagadas nas ilhas Fiji e na Nova Zelândia, até o reacender das luzes no arquipélago de Samoa. A trajetória mais longa será na Rússia, onde a Hora do Planeta atravessará 11 fusos horários.
O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também apoiará à Hora do Planeta. "Vamos celebrar juntos e buscar ações para proteger o planeta e assegurar o bem-estar da humanidade. Vamos usar esses 60 minutos de escuridão para ajudar o mundo a encontrar a luz", disse.
No sábado, monumentos e outros pontos de referência bem conhecidos no mundo ficarão às escuras em todo o mundo durante uma hora. Entre eles, a Torre Eiffel (Paris); a roda gigante London Eye e o relógio Big Ben (Londres); o edifício do Empire State (Nova Iorque); o prédio em formato de vela gigante do hotel Burj Al Arab (Dubai); o castelo da Alhambra (Granada/Espanha); a estátua do Cristo Redentor e os Arcos da Lapa(Rio de Janeiro); a Acrópole de Atenas (Grécia); o Portal da Índia (Nova Délhi); a Grande Mesquita do Sheik Zayed (Emirados Árabes Unidos); e o teatro da Ópera de Sydney (Austrália).
Quatro dos cinco edifícios mais altos do mundo também terão suas luzes apagadas. Só a Torre do Califa (Dubai) tem meio milhão de pontos de luz.
Durante a Hora do Planeta, também serão apagados os holofotes de monumentos naturais espetaculares, como as cataratas do Niágara (entre Canadá e Estados Unidos) e as cataratas de Vitória (entre Zâmbia e Zimbábue, na África), e a barragem de Itaipu (Brasil) assim como a Montanha da Mesa (Cidade do Cabo/África do Sul).
Residências reais e presidenciais, castelos e palácios no Peru, Tailândia, Suécia, Madagascar e Honduras também terão suas luzes desligadas. A maior unidade residencial africana, uma propriedade conhecida como Gwarimpa Housing Estate, em Lagos (Nigéria), também participará.
Este ano, o apoio ao evento cresceu na África, Oriente Médio, Ásia Central e nas Américas, onde um grande número de países aderiu pela primeira vez à Hora do Planeta. Entre eles estão a Jamaica, Uganda, Suazilândia, Irã, Tadjikistão, Chade, Azerbaijão, Palestina, Suriname, Gibraltar, Uzbequistão, Trinidad & Tobago, Lesoto e Líbano.
Mídias online irão, mais uma vez, desempenhar um papel fundamental na Hora do Planeta, unindo a comunidade global. O YouTube, por exemplo, exibirá uma página personalizada da Hora do Planeta, onde se poderá clicar em um interruptor e escurecer a página.

Além da Hora
Este ano, a Hora do Planeta pede aos indivíduos, empresas e governos para ir além da hora. Isso requer um comprometimento com uma ação duradoura que se estenda após o evento de desligamento das luzes. Para isso, foi criado um programa online em www.earthhour.org/beyondthehour, onde serão registradas e mostradas ações com as quais as pessoas e organizações de todo o mundo se comprometeram.
Em Uganda, vários indivíduos e organizações que prometeram ir além da hora vão plantar mais de 16 mil árvores. Em Lumbini, no Nepal, será feito o plantio de 108 mil árvores.
Na China, todas as 83 cidades da parte continental do país que participam da Hora do Planeta prometeram ir "além da hora" e fazer "uma mudança" em prol do planeta. A cidade de Xangai vai criar mil hectares de novos espaços urbanos verdes. Em Chengdu, o governo municipal distribuirá 60 mil bicicletas nas áreas centrais da cidade e criará mais de mil estações para aluguel de bicicletas.
26 de março de 2011, de 20h30 as 21h30, apague as luzes para ver um mundo melhor.


Cadastre-se no hotsite Hora do Planeta 2011: http://www.horadoplaneta.org.br/leiamais.php?id_noticia=90


Transexual fará 1ª cirurgia de retirada de órgãos femininos pelo SUS em SP


Alexandre dos Santos fará a operação em abril no Hospital Pérola Byington.
Médica defende importância do procedimento para transexuais masculinos.

O agente de saúde Alexandre Peixe dos Santos, de 38 anos, será submetido em abril à primeira cirurgia realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em São Paulo de retirada dos órgãos reprodutores femininos de um transexual. É o primeiro passo para ele conquistar o corpo que sempre desejou. A operação para retirar útero, trompas e ovários está marcada para ocorrer no início do mês no Hospital Pérola Byington.
Apesar de ter nascido Alexandra, ele diz que se sente um homem em um corpo de mulher desde pequeno – e faz questão de ser chamado pelo gênero masculino. “Eu sempre quis e curti coisas de menino. Sempre me identifiquei assim, desde criança”, conta. Após a cirurgia, Alexandre poderá iniciar o tratamento com hormônios. Mas ainda faltará uma etapa, que é a cirurgia para retirada das mamas, a ser realizada em outro hospital, sem data definida.
A ginecologista e sexóloga Tânia das Graças Mauadie Santana, coordenadora do Centro de Referência e Especialização em Sexologia do Hospital Pérola Byington (Cresex), fala da importância do procedimento para os transexuais masculinos. “É importantíssimo, porque a questão dos transexuais é a mudança da identidade. Eles querem o máximo possível parecer o sexo desejado. Ele se sente homem e tem que ficar o mais próximo possível disso. É preciso adequar a mente ao seu corpo”, defende.
A cirurgia é resultado de uma parceria do Pérola Byington com o ambulatório dedicado exclusivamente à saúde de travestis e transexuais, inaugurado em junho de 2009 pela Secretaria de Estado da Saúde na Zona Sul da capital paulista. O hospital fará duas cirurgias de retirada de útero, ovários e trompas de transexuais masculinos todos os meses. “É um avanço para a sociedade e para a classe médica”, opina a médica.
O fato de o hospital ser considerado um centro de referência para as mulheres gerou uma preocupação a Alexandre, porque alguns quartos são coletivos. Para tranquilizá-lo, Tânia garantiu que ele ficará em um apartamento separado de outras pacientes. No caso do agente de saúde, a cirurgia também possui outra indicação médica, porque ele tem um mioma.

Infância
Alexandre conta que, desde muito pequeno, quis ter brinquedos e vestir roupas de meninos. As bonecas que ganhava em aniversários e Natais eram repassadas à irmã, um ano mais nova. E queria ter os presentes do irmão. “Lembro que, no aniversário de um ano do meu irmão, o bolo dele era um campo de futebol, cheio de bonequinhos. E ele com uma fantasia de Super-Homem. Era aquilo que eu queria para o meu aniversário e não tinha”, recorda.
A solução era brincar escondido com carrinhos e trenzinhos do irmão. “Teve um Natal que meu irmão ganhou um Ferrorama e eu uma boneca. A boneca foi para minha irmã e, quando todo mundo ia dormir, eu brincava com os brinquedos dele. Há 35 anos não era uma questão normal para a minha mãe eu querer os brinquedos do meu irmão. Então, precisava ser tudo escondido.”
Para manter o cabelo curto, ele utilizava outro "truque". “Eu procurava na escola quem tinha piolho. Minha mãe sempre brigava”, lembra. Com os cabelos do tamanho que desejava, outra barreira eram as roupas femininas. “Era uma coisa muito ruim. Como minha irmã tinha só ano de diferença, a gente andava com as roupas iguais, só mudava a cor”, lembra.
O período mais difícil, no entanto, foi a adolescência. “Na mudança do corpo, as coisas ficam mais complicadas. Os meninos começam a ter outros gostos, a arrumar namorada, e você fica isolado. E, quando você conhece alguém que gosta, é do mesmo sexo, biologicamente falando. Por isso, durante um tempo eu me identificava como lésbica, que era o mais próximo que eu conhecia”, afirmou. Muitos anos mais tarde, no entanto, durante uma reunião na Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo, se descobriu um transexual masculino. “Eu nunca me identifiquei como mulher. Então, foi um alívio.”

Gravidez
Há 19 anos, Alexandre viveu a experiência de gerar um bebê. Ele vivia com uma companheira que tinha câncer e não podia ser mãe. Porém, queria muito ter um filho. A gravidez aconteceu após um acordo com um amigo homossexual. “Em nenhum momento fui uma grávida. Fui um grávido, um pai. Eu não tinha essa questão materna, era um corpo mudando”, afirma.
Mesmo se sentindo um homem, ele se rende à emoção de ter dado à luz uma criança. “É um momento indescritível, acho que não tem emoção que dá para comparar. Eu sou um homem que teve a sorte de ver o quanto é lindo aquilo”, lembra. A mulher morreu três anos após o nascimento de Bruna. A filha chama Alexandre até hoje de “pãe”.
O agente de saúde conta que a filha já sofreu muitos preconceitos por causa da transexualidade dele. “Eu converso com ela sobre essa questão desde os 4, 5 anos. Sempre expliquei. Mas eu acho que ela sofreu muito preconceito, até perdeu namorado e amigos”, diz.

Preconceito e violência
Alexandre relata que os transexuais são vítimas constantes de preconceito. “Xingamento é todo dia. A gente não acostuma. É que, se a gente for olhar tudo, não vive. É piadinha no ônibus, a gente entra em uma loja e o vendedor nem te olha. São olhares, palavras”, afirma.
Alguns casos, porém, são muito mais graves. Ainda jovem, ele sofreu uma violência sexual. “Teve uma ocorrência grave, uma violência sexual que sofri no banheiro masculino, porque passei a frequentar o banheiro masculino. Eram colegas que eu jogava bola. Isso ficou durante muito tempo guardado, eu vim contar com 30 anos para alguém.”
Em 1988, ao sair de uma festa, apanhou de 20 homens. “Um cara disse que, se eu queria ser homem, tinha que apanhar como homem. Eles me deram uma surra. Apanhei de ser arrastado de um lado para outro, chute, pontapé, soco”, contou. Segundo Alexandre, a polícia apareceu, ele entrou no carro e, ao contar o que aconteceu, um policial comentou: “também, olha do jeito que você anda”. “E não me levaram para a delegacia, me largaram na porta de casa.”

Características masculinas
O agente de saúde aguarda a cirurgia de retirada dos órgãos reprodutores femininos para começar a hormonioterapia. Ele sabe da importância de se ter um acompanhamento para a utilização de hormônios. “Em 2006, eu tomava hormônio sem acompanhamento e tive dois AVCs [acidentes vasculares cerebrais]”, contou.
Ele espera com ansiedade, no entanto, a cirurgia da retirada das mamas. Segundo Alexandre, são elas que ainda fazem as pessoas o identificarem como uma mulher. “Para mim, a mastectomia é que vai ser a libertadora. Eu não vejo a hora de chegar na praia, tirar a camiseta e ir para o mar.”



G1

sexta-feira, 25 de março de 2011

Durante exame para doação de órgãos, hospital descobre que homem dado como morto estava vivo


Família de balconista disse estar “indignada” com erro; secretaria abriu sindicância

O balconista Hamilton de Souza Maia, de 43 anos, foi dado como morto após ser atingido por disparos na cabeça, na noite da última terça-feira (22). Porém, durante uma bateria de exames para doação de órgãos, o paciente apresentou estímulos vitais.
Ele foi alvejado com um tiro na cabeça, depois de uma tentativa de assalto, na rua dos Galeses, no Parque Novo Mundo, na zona norte de São Paulo. De acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), policiais militares chegaram ao local e encontraram uma vítima ferida com disparo de arma de fogo dentro do seu veículo, um Renault Clio, de cor preta.
Ele foi socorrido e encaminhado ao Hospital Municipal Vereador José Storopoli, no Parque Novo Mundo. Os criminosos fugiram. Ainda na terça-feira, a família compareceu ao local e viu Hamilton ser transferido para o Hospital do Mandaqui, para realização de exames de tomografia.
Na sequência Eva Vilma Souza Maia, de 48 anos, mulher do balconista, foi informada por três cirurgiões que o marido apresentava morte cerebral. Ela e o filho Luís Gustavo autorizaram a doação de órgãos.
Na tarde de quarta-feira (23), eles receberam uma ligação do hospital informando que Hamilton estava vivo e respondendo a estímulos, segundo Luís Gustavo.
- Descobriram que o meu pai estava vivo depois que o encaminharam para realização de exames para a retirada dos órgãos.
Questionado sobre o que aconteceu com o pai, Luís disse estar indignado. Nesta sexta-feira (25), Hamilton de Souza está internado no Hospital Tatuapé, onde passa por uma bateria de exames. O seu estado de saúde ainda é gravíssimo.

Sindicância
A Secretaria Municipal da Saúde, responsável pela administração do Hospital Municipal Vereador José Storopoli, informou que lamenta o estado de Hamilton e determinou a abertura de uma Comissão Preliminar de Apuração para averiguar todas as circunstâncias e os procedimentos adotados com o paciente, na unidade.
Ainda de acordo com a secretaria, caso haja alguma irregularidade comprovada, serão tomadas as devidas providências. Não há informações se a Polícia Civil irá investigar o caso paralelamente.

André Carvalho


R7

STF declara constitucionalidade do artigo 41 da Lei Maria da Penha


Por unanimidade, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) declarou, nesta quinta-feira (24), a constitucionalidade do artigo 41 da Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), que afastou a aplicação do artigo 89 da Lei nº 9.099/95 quanto aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, tornando impossível a aplicação dos institutos despenalizadores nela previstos, como a suspensão condicional do processo.
A decisão foi tomada no julgamento do Habeas Corpus (HC) 106212, em que Cedenir Balbe Bertolini, condenado pela Justiça de Mato Grosso do Sul à pena restritiva de liberdade de 15 dias, convertida em pena alternativa de prestação de serviços à comunidade, contestava essa condenação. Cedenir foi punido com base no artigo 21 da Lei 3.688 (Lei das Contravenções Penais), acusado de ter desferido tapas e empurrões em sua companheira. Antes do STF, a defesa havia apelado, sucessivamente, sem sucesso, ao Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul (TJ-MS) e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).
No HC, que questionava a última dessas decisões (do STJ), a Defensoria Pública da União (DPU), que atuou em favor de Cedenir no julgamento desta tarde, alegou que o artigo 41 da Lei Maria da Penha seria inconstitucional, pois ofenderia o artigo 89 da Lei 9.099/95. Esse dispositivo permite ao Ministério Público pedir a suspensão do processo, por dois a quatro anos, nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime.
A DPU alegou, também, incompetência do juízo que condenou Cedenir, pois, em se tratando de infração de menor poder ofensivo, a competência para seu julgamento caberia a um juizado criminal especial, conforme previsto no artigo 98 da Constituição Federal (CF), e não a juizado especial da mulher.

Decisão
Todos os ministros presentes à sessão de hoje do Plenário – à qual esteve presente, também, a titular da Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes – acompanharam o voto do relator, ministro Marco Aurélio, pela denegação do HC.
Segundo o ministro Marco Aurélio, a constitucionalidade do artigo 41 dá concretude, entre outros, ao artigo 226, parágrafo 8º, da Constituição Federal (CF), que dispõe que “o Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações”.
O ministro disse que o dispositivo se coaduna com o que propunha Ruy Barbosa, segundo o qual a regra de igualdade é tratar desigualmente os desiguais. Isto porque a mulher, ao sofrer violência no lar, encontra-se em situação desigual perante o homem.
Ele descartou, também, o argumento de que o juízo competente para julgar Cedenir seria um juizado criminal especial, em virtude da baixa ofensividade do delito. Os ministros apontaram que a violência contra a mulher é grave, pois não se limita apenas ao aspecto físico, mas também ao seu estado psíquico e emocional, que ficam gravemente abalados quando ela é vítima de violência, com consequências muitas vezes indeléveis.

Votos
Ao acompanhar o voto do relator, o ministro Luiz Fux disse que os juizados especiais da mulher têm maior agilidade nos julgamentos e permitem aprofundar as investigações dos agressores domésticos, valendo-se, inclusive, da oitiva de testemunhas.
Por seu turno, o ministro Dias Toffoli lembrou da desigualdade histórica que a mulher vem sofrendo em relação ao homem. Tanto que, até 1830, o direito penal brasileiro chegava a permitir ao marido matar a mulher, quando a encontrasse em flagrante adultério. Entretanto, conforme lembrou, o direito brasileiro vem evoluindo e encontrou seu ápice na Constituição de 1988, que assegurou em seu texto a igualdade entre homem e mulher. Entretanto, segundo ele, é preciso que haja ações afirmativas para que a lei formal se transforme em lei material. Por isso, ele defendeu a inserção diária, nos meios de comunicação, de mensagens afirmativas contra a violência da mulher e de fortalecimento da família.
No mesmo sentido votou também a ministra Cármen Lúcia, lembrando que a violência que a mulher sofre em casa afeta sua psique (autoestima) e sua dignidade. “Direito não combate preconceito, mas sua manifestação”, disse ela. “Mesmo contra nós há preconceito”, observou ela, referindo-se, além dela, à ministra Ellen Gracie e à vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat. E esse preconceito, segundo ela, se manifesta, por exemplo, quando um carro dirigido por um homem emparelha com o carro oficial em que elas se encontrem, quando um espantado olhar descobre que a passageira do carro oficial é mulher.
“A vergonha e o medo são a maior afronta aos princípios da dignidade humana, porque nós temos que nos reconstruir cotidianamente em face disto”, concluiu ela.
Também com o relator votaram os ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Ayres Britto, Gilmar Mendes, Ellen Gracie e o presidente da Corte, ministro Cezar Peluso. Todos eles endossaram o princípio do tratamento desigual às mulheres, em face de sua histórica desigualdade perante os homens dentro do lar.
O ministro Ricardo Lewandowski disse que o legislador, ao votar o artigo 41 da Lei Maria da Penha, disse claramente que o crime de violência doméstica contra a mulher é de maior poder ofensivo. Por seu turno, o ministro Joaquim Barbosa concordou com o argumento de que a Lei Maria da Penha buscou proteger e fomentar o desenvolvimento do núcleo familiar sem violência, sem submissão da mulher, contribuindo para restituir sua liberdade, assim acabando com o poder patriarcal do homem em casa.
O ministro Ayres Britto definiu como “constitucionalismo fraterno” a filosofia de remoção de preconceitos contida na Constituição Federal de 1988, citando os artigos 3º e 5º da CF. E o ministro Gilmar Mendes, ao também votar com o relator, considerou “legítimo este experimento institucional”, representado pela Lei Maria da Penha. Segundo ele, a violência doméstica contra a mulher “decorre de deplorável situação de domínio”, provocada, geralmente, pela dependência econômica da mulher.
A ministra Ellen Gracie lembrou que a Lei Maria da Penha foi editada quando ela presidia o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ensejou um impulso ao estabelecimento de juizados especiais da mulher.
Em seu voto, o ministro Cezar Peluso disse que o artigo 98 da Constituição, ao definir a competência dos juizados especiais, não definiu o que sejam infrações penais com menor poder ofensivo. Portanto, segundo ele, lei infraconstitucional está autorizada a definir o que seja tal infração.

Supremo Tribunal Federal


Camareira e gerente de pousada mineira em que casal foi achado morto devem depor nesta sexta



Na quinta, dono do lugar foi ouvido no Departamento de Investigações de Belo Horizonte

A polícia mineira deve ouvir nesta sexta-feira (25) os depoimentos da camareira e do gerente da pousada em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), em que o casal de estudantes universitários Alessandra Paolinelli, 22 anos, e Gustavo Lage, 23, foi encontrado morto. Os corpos foram achados no último dia 17.
Na quinta-feira (24), o dono da pousada Estalagem do Mirante, o empresário Luciano Drumond, e uma das recepcionistas foram ouvidos pela polícia no Departamento de Investigações de Belo Horizonte. Se confirmada que a estrutura física do chalé não era adequada e que houve negligência por parte da pousada, o que teria provocado a morte do casal, Luciano Drumond poderá ser indiciado por homicídio culposo, com pena que varia de um a três anos de detenção.

Laudo
No último sábado (19), o laudo toxicológico, divulgado pelo IML (Instituto Médico-Legal) de Belo Horizonte, acusou alta taxa de monóxido de carbonos (carboxihemoglobina) no sangue dos dois jovens: 68% em Gustavo e 62% em Alessandra. Uma das hipóteses investigadas é de que os jovens tenham morrido intoxicados após inalarem monóxido de carbono - gás inodoro e incolor - supostamente liberado na queima da lenha da lareira do chalé. Como estava frio, com portas e janelas fechadas, o casal teria tomado vinho, desmaiado e acabou morrendo intoxicado.
A delegada Elenice Ferreira, responsável pelo inquérito do caso, informou que aguarda o laudo pericial local de engenharia legal que poderá concluir se a lareira estava em bom funcionamento, se havia algum tipo de vazamento, obstrução ou se houve falha de manutenção ou negligência. Amostras da lenha utilizada também estão sob análise porque a polícia quer saber se a madeira recebeu algum tipo de tratamento que a tornou tóxica. O advogado Fernando Júnior, que representa os interesses da pousada, adiantou que a lenha utilizada nas lareiras é de fornecedor certificado.


R7

Vai a 50 o número de mortos após forte terremoto atingir Mianmar

Monge budista tailandês inspeciona templo destruído após terremoto atingir Mianmar. (Foto: AFP Photo)

Magnitude do tremor foi 6,8, segundo USGS
Há relatos de que cinco mosteiros e 100 prédios ruíram.

Subiu para 50 o número de mortos após um forte terremoto de magnitude 6,8 sacudir, na noite desta quinta-feira (24) - horário local - , o leste de Mianmar.
O número de feridos também aumentou de 20 para mais de 50 pessoas até o momento.
Os números, no entanto, ainda não são definitivos e podem aumentar.
As perdas humanas se concentraram no município de Tarlay, incluindo a cidade de Tachilek. Há relatos de que cinco mosteiros destruídos e de que cerca de 100 prédios desabaram nas regiões mais afetadas.
O epicentro foi registrado a 10 km de profundidade, na zona da fronteira com a Tailândia e com Laos, segundo o Instituto Geofísico dos Estados Unidos (USGS).
O abalo também foi sentido em toda península da Indochina e na China. O terremoto balançou os prédios mais altos de Bangcoc, na Tailândia, em Naypyidaw, capital administrativa de Mianmar - centenas de quilômetros ao sul - e em Mandalay, ao norte.
O forte sismo causou um blecaute temporário na cidade fronteiriça tailandesa de Mae Sai, e alguns turistas deixaram seus hotéis e dormiram ao relento por temer réplicas.
Segundo o USGS, três réplicas de magnitudes 4,8, 5,4 e 5 fizeram a região tremer após o primeiro tremor.
Vietnã, o diretor do departamento de Controle de Abalos Sísmicos Dinh Quoc Van informou que o terremoto atingiu magnitude 5 em Hanói e de 6 na cidade de Dien Bien Phu, no noroeste do país.
A rádio nacional chinesa confirmou que o tremor atingiu a província de Yunnan, sem deixar danos ou vítimas, mas provocou fissuras em casas e escolas na região de Xishuangbanna, na fronteira com Mianmar.

(*) Com informações das agências France Presse e Reuters.


G1

quinta-feira, 24 de março de 2011

Jovens alcoólatras começam a beber antes dos 11 anos


Cerca de 40% dos adolescentes que procuram tratamento para se livrar do vício experimentam bebida alcóolica ainda crianças

O manobrista Johnny, de 22 anos, tomou o primeiro gole de vinho aos 11 anos, com o irmão mais velho. Aos 7 anos, a doméstica Madalena, de 50, bebeu um copo de pinga em casa, pensando que era água. Hoje, os dois engrossam as estatísticas do Centro de Referência em Álcool, Tabaco e Outras Drogas (Cratod): 40% dos adolescentes e 16% dos adultos que procuram tratamento para se livrar do vício experimentaram bebida alcoólica antes dos 11 anos.
Os dados sobre o primeiro contato com a bebida impressionaram a psiquiatra Marta Ezierski, diretora do Cratod, vinculado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. “Uma coisa é falar de alcoolismo na população em geral. Outra é falar com base em uma população triada, já dependente. O número é muito alto.” As informações são resultado de duas análises: uma de 684 pacientes adultos e outra de 138 adolescentes que procuraram o centro nos últimos dois anos.
O ponto que mais chamou a atenção foi o fato de os jovens terem começado a beber ainda crianças, geralmente em casa ou na presença de familiares. Segundo o levantamento, em 39% dos casos o pai bebia abusivamente; em 19%, a mãe; e em 11%, o padrasto. O relatório aponta ainda que, após o contato com álcool e tabaco, metade relatou ter experimentado maconha.
“Eram crianças que tinham o consentimento da família para beber, porque o pai ou a mãe bebiam. Eles começaram a ingerir bebidas sem culpa e não se deram conta de que estavam se viciando. Um paciente chegou a dizer que havia 'nascido dentro do álcool'”, diz a diretora do Cratod.
Segundo Marta, o levantamento também demonstrou que, em geral, os adultos procuram ajuda quando já se envolveram com outras drogas, estão deprimidos, tentaram suicídio ou porque estão com alguma doença ou sequela decorrente do consumo abusivo. Já os adolescentes, diz a médica, normalmente vão ao Cratod por causa de conflitos em casa ou na sociedade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


RAC

Crianças encenam ataque suicida em vídeo no YouTube



Um vídeo amador postado no site YouTube, que mostra crianças encenando um ataque suicida, gerou críticas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e de entidades de defesa da criança no Paquistão.

Ainda não se sabe a origem do vídeo, mas ele parece ter sido filmado no Afeganistão ou no Paquistão. Algumas das crianças parecem ter apenas três ou quatro anos.
A música de fundo é uma das canções preferidas do Talebã.
No vídeo, o menino se despede das crianças e se aproxima de seu "alvo", enquanto outros meninos aparentemente fingem ser membros das forças de segurança.
A areia é jogada para o alto para simular a explosão, as "vítimas" e o "suicida" fingem estar mortos.
Ainda não se sabe quem estava orientando as crianças durante a representação.
Para Abdullah Khoso, ativista defensor dos direitos das crianças no Paquistão, o objetivo do vídeo é sério.
"Esta mensagem é clara", disse ele. "No vídeo, os suicidas são mostrados como heróis. Outras pessoas e outras crianças podem vê-los como heróis e fazer o mesmo."
Para Khoso, o vídeo é uma ferramenta "para recrutar crianças militantes, que podem se tornar suicidas em grupos de militantes".
O recrutamento de crianças por militantes é um problema real na região. Os militantes buscam "mártires" jovens, pois seria mais fácil manipulá-los e eles são difíceis de ser detectados por forças de segurança.
Especialistas afirmam que oito entre dez ataques suicidas no Paquistão são feitos por adolescentes.
A polícia acredita que o ataque contra um templo em Karachi, no sul do Paquistão, em outubro de 2010, foi perpetrado por um garoto de 14 anos.

BBC Brasil

Advogado diz que David Goldman deixou Sean ver avô antes de morrer


Nota afirma que família brasileira não retornou ligações.
Advogados da família Bianchi negam e dizem que Sean está obeso.

Três dias após a morte do avô materno do menino Sean Goldman, de 10 anos, os advogados de David Goldman, pai biológico da criança, informaram em nota divulgada à imprensa que entraram em contato com a família para marcar uma visita do garoto ao avô, mas não recebeu retorno.
Entretanto, o advogado da avó materna do menino, Carlos Nicodemos, disse ao G1, nesta quinta-feira (24), que a família brasileira de Sean não recebeu qualquer tipo de contato.
"Não procede a informação. Nenhum contato sequer foi facilitado pela família, nem mesmo a visita consular, que é aquela em que a autoridade consular brasileira nos Estados Unidos vai ver condições psicossociais dele, muito menos para os avós verem o Sean", afirmou Nicodemos.
O advogado disse ainda que há 15 meses o máximo permitido à família Bianchi foram dois telefonemas para o menino, com a restrição de serem em inglês e monitorados.
O avô de Sean, Raimundo Bianchi, estava internado com câncer no pulmão há 40 dias no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
De acordo com os advogados do pai de Sean no Brasil e nos Estados Unidos - Ricardo Zamariola Junior e Patricia Apy - logo que foram informados sobre o estado de saúde do avô materno, no dia 23 de fevereiro, eles entraram contato com Jonathan Wolfe, subscritor do pedido de visitação em nome dos avós brasileiros.

Pai queria que encontro fosse fora do Brasil
O objetivo do contato, segundo os advogados, era discutir os termos em que a visita poderia ser realizada, sugerindo contato por telefone ou até mesmo um deslocamento do menor para um país próximo ao Brasil, caso o avô não pudesse viajar aos Estados Unidos.
Ainda de acordo com a defesa de David Goldman, o subscritor não retornou o contato feito para que a visita fosse providenciada. "Ao contrário, dias depois Patricia Apy foi intimidada a responder aos termos de novo pedido judicial de visitação forçada apresentado pelos avós brasileiros nos EUA", diz a nota.

Obesidade e depressão
O advogado Sérgio Tostes, que também defende a família Bianchi na Justiça, afirmou ao G1, na última quarta-feira (23), que recebeu informações de vizinhos de Sean nos Estados Unidos de que o menino estaria com um quadro depressivo e com obesidade mórbida.
Os advogados de David negaram a informação, em nota. "São absolutamente lamentáveis as afirmações atribuídas hoje pela imprensa ao advogado Sérgio Tostes, no sentido de que o menor Sean sofreria de obesidade mórbida e quadro depressivo – essas afirmações não correspondem à realidade e dificultam ainda mais o encontro de um entendimento entre duas famílias cujo relacionamento é já tão desgastado", diz o texto.


Repórteres sem Fronteiras pede investigação de atentado contra blogueiro Ricardo Gama


Conhecido por manter um blog no qual critica autoridades e criminosos, Gama foi atingido por três tiros em uma rua de Copacabana

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) pediu nesta quinta-feira (24) que a polícia brasileira investigue a pista de um possível acerto de contas no ataque contra o blogueiro Ricardo Gama, conhecido por "criticar" regularmente políticos, empresários, autoridades policiais e criminosos. Gama, de 40 anos, foi baleado nesta quarta-feira (23), no Rio de Janeiro, nas costas, no pescoço e na cabeça e, embora sua vida não corra risco, os médicos temem que ele perca a visão de um olho.
A RSF indicou que há pouco tempo o blogueiro denunciou a presença de um empresário envolvido no tráfico de drogas na favela da Rocinha e solicitou que a investigação leve em conta essa última acusação. "Abordar o crime organizado ainda expõe os jornalistas brasileiros a graves ameaças", assinalou a RSF em comunicado, segundo o qual a vítima é conhecida por "suas fortes críticas contra as autoridades locais".

Estado de blogueiro é estável

Para a organização, apesar dos avanços em liberdade de expressão sob o mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, a imprensa, "exposta a uma forte insegurança em várias regiões", sofre "o abuso por parte de algumas autoridades locais", o que é "outra forma de censura que também afeta os blogueiros".


Governo do México cria manual para evitar termos machistas


O Ministério do Interior do México publicou na quarta-feira um manual que visa combater o uso de linguagem machista.

O manual aconselha funcionários do governo mexicano a evitar comentários que reforcem estereótipos sexistas.
O guia, intitulado Manual para o Uso Não-Sexista da Linguagem, pede que não se use frases, termos e ditados populares como ''a galinha protege os seus pintinhos'', ''se quer trabalhar, por que teve filhos?'' ou ''caladinha ficas mais bonitinha''.
Outros conselhos contidos no documento são também de que não se deve referir a uma mulher pelo nome do marido, como, por exemplo, ''a mulher de Pedro'', ou a uma idosa como ''velha'' e também sugere que se evite frases como ''ele deu a mão de sua filha'', sob o argumento de que ''não se possui as pessoas''.

Violência
O livreto foi elaborado pelo órgão responsável pela redução da violência contra as mulheres no México.
O documento será distribuído entre funcionários de todos os níveis do governo.
Durante a celebração do Dia Internacional da Mulher, no início deste mês, o governo do México reconheceu que insultos e assédios dirigidos contra mulheres permanecem sendo um problema no país.
As recomendações contidas no documento se dão em meio a um aumento registrado nos homicídios contra as mulheres no país.


Justiça aceita denúncia contra atropelador de ciclistas



Ricardo José Neis também teve a carteira de motorista suspensa
A juíza Rosane Ramos de Oliveira Michels, da 1ª Vara do Júri da Capital, aceitou na tarde desta quarta-feira a denúncia contra Ricardo José Neis pelo atropelamento de 17 ciclistas no bairro Cidade Baixa, na Capital, no dia 25 de fevereiro. A magistrada determinou ainda a suspensão cautelar da carteira de motorista do atropelador, enquanto tramitar o processo.
Segundo a juíza, há indícios suficientes de autoria, obtidos por meio dos depoimentos prestados pelas vítimas e do próprio motorista, para recebimento da denúncia. A respeito da suspensão da carteira nacional de habilitação, solicitada pelo Ministério Público, salientou que o artigo 294 do Código Brasileiro de Trânsito permite ao magistrado a adoção dessa medida quando presente a necessidade de se garantir a ordem pública.

Zero Hora

Dedo cai do céu e leva polícia a desvendar crime hediondo

Em 1º plano, a vítima no dia de seu casamento; no 2º plano, o assassino

Um dedo que caiu do céu, possivelmente trazido por um pássaro, foi a pista necessária para a polícia britânica elucidar o assassinato de um homem torturado até a morte por seu próprio cunhado.
O assassino, Mohammed Riaz, 33, sequestrou o irmão de sua esposa, Mahmood Ahmad, 40, em março de 2010 para descobrir onde a mulher estava se escondendo.
Nahid, caçula de Mahmood, havia deixado o marido em 2008 por causa do seu caráter violento e de seus constantes abusos. Ela mudou o nome e contou apenas a poucos parentes onde estava vivendo.
Como se recusou a revelar o paradeiro da irmã para o cunhado, Mahmood foi morto e esquartejado. O corpo nunca mais apareceu.

Terror
O caso chocou a opinião pública britânica. Nas mais recentes fotos divulgadas pela polícia, Mohammed Riaz aparece sorrindo atrás de Mahmood Ahmad por ocasião do casamento deste último, em março de 2008.
Quando Nahid abandonou o marido, naquele mesmo ano, Riaz começou uma campanha de intimidação e terror contra a família da esposa.
Em 2009, a irmã de Nahid teve seu apartamento invadido. Ao chegar em casa, encontrou a torneira da banheira aberta, o imóvel inundado e um recado ameaçador de Riaz na secretária eletrônica.
"Desta vez foi apenas água. Da próxima, você vai queimar", era a mensagem.
Em março de 2010, com a ajuda do irmão e de outros comparsas, Riaz sequestrou Mahmood Ahmad quando este voltava do trabalho, uma lanchonete de kebabs na zona leste de Londres.

Tortura
Poucos dias depois, a família de Mahmood acionou a polícia. Os investigadores descobriram que Mahmood fora abordado quando voltava para sua casa em Watford, no condado de Hertfordshire.
Ele tinha sido levado à casa em que a irmã de Riaz vivia com o namorado, em Ilford, no leste de Londres.
Os gritos da vítima durante as sessões de tortura foram ouvidos pelos vizinhos, mas ninguém avisou a polícia.
Pouco após o desaparecimento de Mahmood, o carro usado no sequestro apareceu desmantelado. Riaz foi preso como suspeito.


Parte da parede e os azulejos do banheiro do apartamento onde Mahmood foi torturado havia sido arrancada, assim como os carpetes do local.

Buscas
Mas a pista crucial para elucidar o crime foi o dedo da vítima, que literalmente caiu do céu, possivelmente do bico de um pássaro.
O momento em que o pedaço do corpo de Mahmood cai no chão de um estacionamento em Ilford foi registrado em uma câmera de circuito interno de segurança.
O funcionário da limpeza que viu o dedo pensou, a princípio, que se tratasse de um pedaço de frango lançado de alguma janela do prédio de escritórios, que fica a cerca de um quilômetro e meio do local onde Mahmood foi morto.
Um exame forense identificou o dedo e relacionou o sangue encontrado nele ao sangue encontrado na casa de Ilford.
A polícia revirou lixões da região em busca do corpo de Mahmood, mas sem sucesso.
Os investigadores chegaram a estudar rotas de voos de pássaros para tentar descobrir onde o corpo da vítima pode ter sido enterrado, mas não tiveram sucesso.
A polícia afirmou que está determinada a continuar buscando o corpo de Mahmood, para que a família possa dedicar-lhe um enterro digno.
Riaz foi condenado pela Justiça britânica junto com cinco cúmplices e aguarda a divulgação da sentença.
Apesar dos resultados da investigação, a corporação foi criticada pela comissão que supervisiona o trabalho policial, IPCC, para quem a polícia subestimou a campanha de terror de Riaz contra Nahid.
Para o órgão, se tivesse prestado atenção às denúncias na época, a polícia poderia ter prendido o assassino antes do sequestro de Mahmood.


quarta-feira, 23 de março de 2011

Justiça condena homem que abusou da filha por 23 anos na Alemanha

Imagem distribuída pelo tribunal a veículos de imprensa mostra Natascha (de costas), filha biológica de Detlef Spies, abraçando sua advogada no tribunal
Detlef Spies recebeu sentença de 14 anos e meio após confessar crimes
Um tribunal condenou nesta terça-feira (22) a 14 anos e meio de prisão o ex-caminhoneiro alemão Detlef Spies, que admitiu ter violentado por 23 anos a filha, o enteado e a enteada, com quem teve oito filhos, em um caso que chocou a Alemanha.
O presidente do tribunal, Winfrid Hetger, depois da conclusão do processo em Koblenz, oeste da Alemanha, fez suas considerações.
- Detlef tratou a família como se fosse sua propriedade e como se pudesse fazer o que quisesse com ela. Exercia tal influência sobre a família que não precisava prender ninguém. Ele dizia às vítimas que o que fazia estava permitido.
Em um julgamento que comoveu o país, e que recordou o caso de Josef Fritzl na Áustria, o condenado, de 48 anos, submeteu a família a um calvário de mais de 20 anos.
Spies se declarou culpado de ter violentado muitas vezes, de 1987 a 2010, a filha biológica, Jasmin, e os dois filhos de sua mulher: um menino e uma menina, Natacha, com a qual teve sete filhos, com idades entre 15 meses e 11 anos. Uma oitava criança morreu pouco depois do parto.
Os exames de DNA já haviam confirmado, no entanto, a paternidade de todas as crianças.
O ex-caminhoneiro fez uma confissão completa na véspera da condenação, o que levou a promotoria a reduzir a condenação em seis meses da pena máxima de 15 anos.
Spies abusou sexualmente de Jasmin e Natacha desde que elas tinham 12 anos. A filha biológica era atacada uma vez por semana.
O tribunal também o acusou de ter prostituído as duas em uma casa situada na pequena localidade de Fluterschen, de 700 habitantes, perto de Koblenz.
Spies geralmente atacava as vítimas com um cinto e com um chicote, segundo o promotor Thorsten Kahl.
- Quando são somados todos os crimes, chegamos a uma condenação de 500 anos e 10 meses de prisão, mas a legislação alemã não aceita este número.
A sentença foi recebida com gritos de comemoração, enquanto o condenado se mostrou impassível.
O processo evidenciou as falhas dos serviços sociais e a passividade das pessoas próximas à família, que tem 15 membros.
O enteado, Bjorn, afirmou aos jornalistas diante do tribunal que havia alertado os serviços sociais e criticou o fato de não terem descoberto o sofrimento das crianças.
O processo revelou que a polícia abriu uma investigação em 2002, mas arquivou a mesma depois que a filha de Spies negou as acusações, enquanto a enteada permaneceu em silêncio.
Spies foi preso em 10 de agosto de 2010 depois de ser denunciado pela enteada.
A mulher do condenado foi testemunha no processo, sem ter sido acusada de cumplicidade.

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Violência contra as Crianças


Estudo do Secretário-Geral das NU revela a natureza, extensão e causas da violência contra as crianças, e propõe recomendações para a adopção de medidas destinadas a prevenir e responder às situações em que ocorrer.

Muitos actos de violência perpetrados contra as crianças continuam escondidos e têm muitas vezes a aprovação da sociedade, segundo o Estudo do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre a Violência contra as Crianças apresentado ontem à Assembleia Geral. Pela primeira vez, um único documento apresenta uma visão global sobre os diversos tipos e a escala da violência contra as crianças no mundo.
A violência contra as crianças inclui violência física, psicológica, discriminação, negligência e maus-tratos. Ela vai desde abusos sexuais em casa a castigos corporais e humilhantes na escola; do uso de restrições físicas em casa à brutalidade cometida pelas forças da ordem, de abusos e negligência em instituições até às lutas de gangs nas ruas onde as crianças brincam ou trabalham; do infanticídio aos chamados «crimes» de honra.
“A melhor forma de tratar do problema da violência contra as crianças é impedir que aconteça,” diz o Professor Paulo Sérgio Pinheiro, perito independente nomeado pelo Secretário-Geral para liderar o Estudo. “Todas as pessoas têm um papel a desempenhar nesta causa, mas cabe aos Estados assumir a principal responsabilidade. Isso significa proibir todas as formas de Violência contra as Crianças, onde quer que aconteça e independentemente de quem a pratica, e investir em programas de prevenção para enfrentar as causas que lhe estão subjacentes”.
O Estudo debruça-se sobre cinco «ambientes» em que a violência ocorre: em casa e na família, na escola e ambiente
Embora inúmeros casos de violência continuem escondidos e por reportar – e, por esse motivo, os números ficam muito aquém da dimensão do problema - as estatísticas incluídas no relatório revelam um panorama alarmante. Por exemplo:
. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que em 2002, cerca de 53.000 crianças entre os 0-17 anos de idade foram vítimas de homicídio;
. Segundo as últimas estimativas da Organização Mundial do Trabalho (OIT), 5.7 milhões de crianças realizavam trabalhos forçados ou em regime de servidão, 1.8 milhões estavam envolvidas na prostituição e pornografia, e 1.2 milhões foram vítimas de tráfico no ano 2000.
. Em 16 países em desenvolvimento analisados no âmbito de um Inquérito Mundial sobre Saúde realizado nas escolas, a percentagem de crianças em idade escolar que afirmaram ter sido vítimas de bullying (intimidação) verbal ou física na escola nos 30 dias anteriores à entrevista oscilava entre os 20% em alguns países e 65% noutros;
. Segundo o Estudo, as crianças que se encontram em centros de detenção são frequentemente vítimas a actos de violência por parte do pessoal da instituição, por vezes como forma de controlo ou castigo, na maior parte dos casos por infracções menores. Em 77 países, os castigos corporais e outras formas de punição violentas são aceites como medidas disciplinares legais em instituições penais.
As marcas físicas, emocionais e psicológicas da violência podem ter sérias implicações no desenvolvimento da criança, na sua saúde e capacidade de aprendizagem. Alguns estudos mostraram que o facto de ter sofrido actos de violência na infância está relacionado com comportamentos de risco no futuro, tais como o consumo de tabaco, o abuso de álcool e drogas, inactividade física e obesidade. Por outro lado, estes comportamentos contribuem para algumas das principais causas de doença e de morte, nomeadamente para certos cancros, depressão, suicídio e problemas cardiovasculares.
“A violência tem consequências duradoiras não apenas paras as crianças e seus familiares mas também para as comunidades e países” afirmou a Directora Executiva da UNICEF Ann M. Veneman. “Consideramos este Estudo sobre as consequências da violência nas crianças da maior importância e oportunidade.”
O relatório apresentado à Assembleia Geral recomenda que seja tomado um amplo leque de medidas para prevenir e responder à violência contra as crianças em todos os locais e ambientes em que ocorre. As doze recomendações de carácter geral contidas no Estudo abordam sectores como estratégias e sistemas nacionais, recolha de dados e a garantia da responsabilização.
A nível global, o relatório recomenda a nomeação de um Representante Especial para a Violência contra as Crianças, com um mandato inicial de quatro anos, cuja missão consistirá em defender a causa ao mais alto nível, promovendo a prevenção e eliminação de todos tipos de violência contra as crianças e incentivando a cooperação e o seguimento neste domínio.
Acerca do Estudo do Secretário-Geral das Nações Unidas sobre Violência contra as Crianças
Em 2001, a Assembleia Geral pediu ao Secretário-Geral que conduzisse um Estudo aprofundado sobre a questão da violência contra as crianças. Mais tarde, foi nomeado um perito independente, o Professor Paulo Sérgio Pinheiro, para liderar o Estudo em colaboração com o Alto Comissariado para os Direitos Humanos, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Dados Biográficos do Professor Paulo Sérgio Pinheiro


Câmara aprova projeto que diminui pena de preso que estuda


A Câmara aprovou nesta quarta-feira o projeto de lei que permite que presos em regime aberto, semiaberto ou fechado possam descontar um dia de pena a cada 12 horas de estudo.
Somente os condenados por crime hediondo não terão direito à possibilidade de remição de pena. Agora, o texto seguirá para o Senado.
Os detentos já têm atualmente direito à remição no caso de dias trabalhados, na proporção de 3 dias de trabalho por 1 dia de pena. Parte dos juízes também têm aceitado descontar dias da pena em função de horas de estudo com base em uma súmula do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Se o benefício for aprovado no Senado, os detentos poderão frequentar curso de ensino regular ou de educação profissional, mas terão de comprovar a frequência mensal. No caso dos presos do regime fechado, está prevista a possibilidade de aulas à distância ou dentro do presídio.
O projeto prevê ainda que, em caso de falta grave, o juiz poderá anular até um terço do tempo remido.
Dados do Depen (Departamento Penitenciário Nacional) mostram que 66% dos presos no país não completaram o ensino fundamental. Cerca de 25 mil são analfabetos.


Corpo de decoradora é encontrado em residência de região nobre de Niterói


Rio - Policiais encontraram na manhã desta quarta-feira o corpo de uma mulher, membro de uma tradicional família de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, morta a pedradas dentro de sua mansão, na Região Oceânica da cidade.
A designer de interiores Amaly Olympia de Vasconcellos Tauil, 51 anos, morava sozinha há quase dois anos na residência localizada na Estrada Frei Orlando, no bairro de Piratininga. O local se situa numa área bucólica e nobre da cidade, cercada de verde e com muitas chácaras e sítios nos arredores.
O corpo de Amaly foi encontrado deitado na cama, já em avançado estado de decomposição pela filha da vítima. A jovem tentava sem sucesso localizar a mãe e pulou o muro e abriu a porta de vidro do quarto da designer, que não retornava ligações nem atendia a campainha da casa .
A polícia acredita que a vítima foi assassinada no domingo com golpes na cabeça. A perícia encontrou uma pedra, com marcas de sangue, no jardim da casa. Policiais da 81ª DP (Itaipu) descartam a hipótese de latrocínio, já que nada foi roubado da residência da milionária.


O DIA ONLINE

Estado do Rio confirma dois casos de dengue tipo 4


Irmãs foram infectadas em Niterói; maioria da população não é imune a esse vírus

A secretaria de Saúde e Defesa Civil confirmou a presença do tipo 4 do vírus da dengue no Estado do Rio de Janeiro, em duas mulheres, moradoras de Niterói (região metropolitana). A identificação do vírus foi feita por meio de exames laboratoriais realizados pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e a confirmação só ocorreu nesta quarta-feira (23).
Duas irmãs de 21 e 22 anos, infectadas com esse sorotipo da dengue, apresentaram os primeiros sintomas no dia 6 de março, mas já se recuperaram e estão evoluindo bem, em sua residência. Como nenhuma das duas pacientes viajou recentemente, a investigação preliminar dos casos aponta para possível transmissão autóctone (dentro do Estado).
Esse tipo de vírus não era registrado no Brasil há 28 anos, mas voltou a circular em agosto do ano passado. Isso serviu de alerta para as autoridades de saúde, pois boa parte da população brasileira, em especial crianças e jovens, não tem imunidade contra esse vírus.
Os tipos mais comuns de dengue no país são o 1, 2 e 3. Os sintomas das quatro variações são os mesmos, como dores de cabeça, no corpo e articulações, febre, diarreia e vômito. O tratamento também é o mesmo: repousar, hidratar-se bem e não tomar remédios à base de ácido acetil salicílico, que, por ter efeito anticoagulante, pode provocar sangramentos.
O governo esclarece que já foram tomadas as medidas regulares de bloqueio e de investigação epidemiológica. É importante salientar que não há motivo para pânico.
Não existe nenhuma evidência de que o sorotipo 4 seja mais letal ou que apresente maior gravidade dos casos em relação aos demais subtipos.

Sintomas
Os sinais e sintomas do paciente infectado pelo vírus 4 não diferem daqueles causados pelos sorotipos 1, 2 e 3, assim como as recomendações médicas e o tratamento são iguais para qualquer paciente com dengue.
A Secretaria informa ainda que mantém 150 militares do Corpo de Bombeiros, para Niterói, para auxiliar os agentes municipais de endemias, na busca por focos do mosquito aedes aegypti. Além disso, será mantido o controle do vetor com o Ultra Baixo Volume, mais conhecido como fumacê, em bairros do município.
Niterói apresenta, desde o início do ano, 604 casos suspeitos da doença - uma taxa de incidência de 123,9 casos por 100 mil habitantes e nenhum óbito.
Tipo 4 já infectou 34 pessoas no Brasil
Com os dois registros do Rio de Janeiro, subiu para 34 o número de pessoas infectadas pela dengue tipo 4 desde que essa variação do vírus voltou a circular pelo país. Em 2010 foram 11 casos e neste ano já foram 23 casos.
Os Estados que confirmaram casos da doença foram: Amazonas (11 casos), Pará (3), Bahia (2), Piauí (1) e Roraima (15, sendo 11 em 2010 e 4 em 2011).


R7

'Trouxe ele porque errou', diz mãe que entregou filho à polícia do Rio


Menor é suspeito de participar de assalto a motel na Tijuca semana passada.
Polícia ainda procura dois suspeitos de participarem do crime.

A mãe de um adolescente de 16 anos entregou, na noite de terça-feira (22), o próprio filho à polícia depois que soube que ele seria suspeito de ter participado do assalto a um motel na Tijuca, na Zona Norte do Rio, quarta-feira passada (16).
Segundo a polícia, a mãe do rapaz reconheceu o filho nas imagens do circuito interno de segurança do motel, que mostram o momento do crime. Ele aparece pegando o dinheiro do caixa e agredindo uma funcionária.
“Trouxe porque ele errou e tem de pagar pelo erro dele. Claro, que o que ele fez com os outros lá (no motel), eu não queria que acontecesse comigo. Então, trouxe ele. Ele tem família, todo mundo é de bem, então, não aceitei o que fez", contou a mãe do menor.
Ela afirma que não sabia do envolvimento do filho com o crime. “É difícil demais, demais, demais mesmo”, disse, chorando.

Polícia ainda procura dois suspeitos
Agentes da 18ª DP (Praça da Bandeira) ainda procuram dois suspeitos que também teriam participado do assalto. Ao todo, três homens estão presos e dois menores, detidos pelo crime.
Entre eles está um jovem de 18 anos, que confessou o crime na delegacia. Ele foi flagrado por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro do Turano, no Rio Comprido, na Zona Norte, fumando maconha com colegas. O grupo foi levado para a delegacia.

Vídeo mostra assaltantes em ação
A câmera de segurança do motel gravou toda a ação dos assaltantes no local. As imagens do circuito interno mostram que quatro homens armados renderam os funcionários da recepção. Eles roubaram o dinheiro que estava no caixa e ainda agrediram uma funcionária.
Segundo a polícia, os criminosos invadiram alguns quartos e roubaram dinheiro, joias e outros pertences pessoais dos clientes. Em seguida, os suspeitos fugiram num carro de uma das vítimas. Segundo a polícia, antes de roubar o hotel, os criminosos haviam assaltado um restaurante, também na Tijuca.
Ainda de acordo com a polícia, um dos assaltantes se passou por garçom. Segundo uma das vítimas, após perceber estranheza em seu comportamento, ele anunciou o assalto. Quem tiver informações sobre os criminosos pode ligar para o Disque-Denúncia: 2253-1177.



terça-feira, 22 de março de 2011

Educar sem violência

Velhas crendices sustentam o vicioso ciclo da violência

Cerca de 100 crianças morrem por dia vítimas de maus tratos no Brasil (IBGE, 1988). 18 mil crianças são espancadas diariamente; ao ano, 6.570.000 (CNBB, 1999). 10% das crianças que se apresentam nas urgências dos hospitais brasileiros, com menos de cinco anos, são vítimas de abuso físico. Nas internações hospitalares, verifica-se elevada ocorrência de traumatismo craniano em crianças (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2004). Em 1998, foram internadas por essa causa 16.376 crianças menores de 10 anos, com predomínio do sexo masculino. Deste total, 56,8% eram menores de cinco anos, sendo representativo o número de internações em crianças menores de um ano (MELLO e SOUZA, 2004).
Esses números evidenciam uma trágica realidade: a violência é atualmente uma das principais causas de morte e agravos a saúde entre crianças e jovens. No Brasil e no mundo ocidental, os fatores preponderantes das mortes de crianças e de jovens não são mais as enfermidades de origens biomédicas e sim o estilo de vida. Jarbas Barbosa da Silva Júnior e Horacio Toro Ocampo, na apresentação da publicação Impacto da violência na saúde do brasileiro, enfatizam que a maior ameaça à vida das crianças e dos jovens no Brasil não são as doenças, mas sim a violência.
Um elemento agrava ainda mais a situação de violência vivida por crianças e adolescentes no Brasil. A maioria dos casos acontece dentro de casa e tem como principal agressor os próprios pais biológicos. A violência que afeta as crianças brasileiras ocorre predominantemente na relação familiar.
De acordo como os resultados obtidos no Inquérito do Sistema de Vigilância em Violência e Acidentes, do Ministério da Saúde (VIVA), em 2007, 61 % das crianças e 92% dos adolescentes tiveram como causa principal de internação a violência física. Os dados dos inquéritos realizados nos anos de 2006 e 2007 apontam que a mãe (25%) seguida pelo pai (20%) são os principais autores de violências contra crianças (0 - 9 anos de idade). Uma década antes as estatísticas inglesas já confirmavam a tendência evidenciada no inquérito do Sistema VIVA.
As estatísticas de violência contra crianças e adolescentes no estado de Goiás seguem as mesmas tendências do quadro nacional e internacional. A Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) do Estado de Goiás apresenta em seu relatório de crimes apurados no ano de 2004, especificamente os que tiveram registros por termo circunstanciado de ocorrência (TCO), os seguintes dados: a soma dos crimes que tipificam mais claramente a violência física representa 53% do total. Os crimes eram de lesão corporal, maus-tratos e vias de fato. Os crimes que se caracterizam como violência sexual, tipificados em assédio sexual e ato obsceno, representaram 3% do total das ocorrências investigados pela DPCA em 2005. Segundo o relatório de notificações do Conselho Tutelar da Região Norte de Goiânia (registradas entre os meses de junho a agosto de 2005), 56% do total dos casos de violência são de maus-tratos e espancamentos.
Os danos, as lesões, os traumas e as mortes decorrentes da violência física contra as crianças e adolescentes têm um elevado custo social, causam prejuízos econômicos, sobrecarregam o sistema de saúde, aumentando os gastos com emergência, assistência e reabilitação. Um estudo estima que cerca de 3,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro são gastos com os custos direitos da violência, essa cifra sobe para 10,5% quando se incluem os custos indiretos e transferências de recursos. O gasto com os custos diretos da violência no país supera três vezes o que se investe em ciência e tecnologia.
Sem sombra de dúvida, o maior custo é o humano, pois a violência física intrafamiliar tem destruído vidas, ferido corpos e mentes de muitas crianças e adolescentes. Ela provoca danos mentais e emocionais incalculáveis nas vítimas e em seus familiares. Apesar de estarrecedores, os números apresentados anteriormente revelam apenas a ponta do iceberg. Todavia, ainda que tivéssemos estatísticas mais precisas, acredito que só alcançaremos a dimensão real da tragédia diária que atinge crianças e adolescentes no Brasil, se nos aproximarmos de fato da dor visceral vivenciada em cada história de violência física.

Um breve e doloroso retrospecto de histórias já contadas em noticiários nacionais
:

No interior de São Paulo,um garoto de seis anos foi espancado
violentamente por sua mãe e padrasto e depois lançado de uma ponte;

Isabella Nardoni foi morta por estrangulamento e jogada pela janela de um prédio de classe média, em São Paulo. O pai e a madrasta foram
os autores deste crime;

Os irmãos João Vitor dos Santos Rodrigues, 13 anos, e Igor Giovani Santos Rodrigues, 12 anos, foram barbaramente assassinados pelo pai, contando com a cumplicidade da madrasta, na cidade de Ribeirão Pires (SP).

Ao ler os casos de violências citadas anteriormente, a maioria das pessoas se assombra, se questiona: Que mundo é esse, meu Deus! Por que mães e pais fazem isto? Mas, comumente, essas mesmas pessoas logo depois desviam o olhar ou os ouvidos dos noticiários e retornam comodamente a alimentar suas velhas crenças e atitudes de sempre, como por exemplo:

Todo pai e mãe têm o poder e posse absoluta sobre os filhos;

Os conflitos devem ser resolvidos no tapa;

Nenhuma família deve ser invadida em sua privacidade;

As condutas dos pais sobre os filhos são incontestáveis e estes podem e devem bater em seus filhos para estes aprenderem o que é correto;

Que ao bater em seus filhos os pais nunca perderão o controle da situação;

Um pouco de violência não vai prejudicar o desenvolvimento de seus filhos, etc.

Bem, sinto muito, mas você e eu não estamos inocentes nestas histórias,
pois estes pais e mães seguem as mesmas crenças que a maioria dos cidadãos brasileiros tanto defende, como as que foram citadas acima. Só o que muda é a intensidade dos atos; o princípio que gera essas crenças é o mesmo: que os fins justificam os meios. Somos nós, bem intencionados cidadãos, que alimentamos dia a dia essas crenças e damos implicitamente consentimento para que estes pais cheguem a tanto.

Os autores de violências físicas levaram ao extremo, às últimas conseqüências, provavelmente tensionados por suas dificuldades afetivas ou pelos stresses cotidianos, o que a maioria da sociedade defende. Eles são os protagonistas, os ícones de nosso trágico discurso. O discurso que o mundo adulto é superior, e que tudo pode em relação aos mais jovens, nos impede de interditar, logo na origem, a violência física cometida contra crianças e adolescentes. A generalização desse discurso protege os autores de violências e descuida das vítimas.

Geralmente quando acontece uma situação de violência, dirigimos a nossa atenção para dois personagens, o autor da violência e o sujeito que sofre a violência. No entanto, costumamos esquecer um personagem crucial nesta história: “o amolador de faca”. O amolador de faca representa todos aqueles que de forma tácita ou explicita dizem todos os dias: Faça, você pode! Você deve, é de seu direito! Não deixe barato, mostre quem manda aqui!

Acredito que um dos motores que faz a roda do ciclo vicioso da violência girar é o consentimento dado por nossa sociedade às formas violentas de se resolverem as diferenças, os conflitos. O uso de violências físicas na educação e no cuidado de crianças e adolescentes tem perpetuado o ciclo vicioso de violência dentro da vida familiar. Os pais batem nos filhos; os filhos batem em seus irmãos e colegas de escola e de rua; depois, filhos e colegas batem em suas namoradas, parceiras e esposas, que por fim, também batem em seus filhos. Semeamos ventos e colhemos tempestades!

As pessoas que defendem a erradicação dos castigos físicos e humilhantes querem colocar uma cunha nessa roda,
dizendo o contrário do que dizem costumeiramente os amoladores de faca: Isso não pode! Não é seu direito fazer sofre e humilhar as pessoas que você considera inferior. É intolerável o uso de qualquer forma de violência na educação e no cuidado de crianças e adolescentes.

O Projeto de Lei que visa coibir os castigos físicos e humilhantes busca ampliar os direitos de crianças e adolescentes. Por isso, sua ênfase não é na quantidade ou intensidade da violência física, mas na sua proposta de dinâmica relacional. A violência física é um meio, dentre outros, de estabelecer ou manter uma relação de domínio sobre os considerados inferiores.

Extravagante ou recatada, a violência física sempre cumpre o mesmo papel, subjugar e controlar o outro. Portanto, são inconciliáveis os métodos violentos com a educação que tem como compromisso promover o desenvolvimento e a autonomia do sujeito. O que considero crítico no método educativo que se utiliza da violência física não é a sua intensidade, mas a sua finalidade, que é controlar e manter as ações das crianças e adolescentes por meio da dor e do sofrimento físico.

O que se pretende, enfim, com esse Projeto de Lei não é reduzir a intensidade da violência, mas mudar a forma, o padrão de se educar as novas gerações, assegurando assim que crianças e adolescentes cresçam e se desenvolvam livres de práticas punitivas e disciplinares que causam dor, sofrimento e humilhação. Com a aprovação do projeto, crianças e adolescentes terão direito a mesma proteção que os adultos têm em relação à sua integridade física e psicológica.

Maria Aparecida Alves da Silva
Mestre em educação e doutoranda pelo Programa de Pós-graduação Faculdade de Educação - UFG, psicóloga do Núcleo de Prevenção das Violências e Promoção da Saúde - SMS Goiânia e consultora da Ministério da Saúde. Há 13 anos atende na saúde pública pessoas em situação de violência.


Fonte: Artigo foi publicada no Jornal "O Popular" em 02 de novembro de 2010, Goiânia - Goiás - Brasil.


Corpo do cantor Tim Maia será exumado para teste de paternidade


RIO - A Justiça autorizou a exumação do corpo do cantor Tim Maia, morto em 1998, para um exame de DNA. O pedido foi feito pela suposta filha do artista, que pede a investigação de paternidade. A decisão é da 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, que acolheu voto do relator, desembargador Guaraci de Campos Vianna.
A suposta filha entrou com o pedido na 2ª Vara de Família da Barra da Tijuca, na Zona Oeste, que permitiu a realização do exame de DNA nos restos mortais do artista em dezembro passado. Porém, os herdeiros do cantor, irmãos e seu filho, Carmelo Maia, recorreram da decisão, alegando que eles próprios poderiam fornecer o material para o exame. Os desembargadores, no entanto, consideraram que "o exame de DNA realizado em parentes de primeiro grau não possui a mesma precisão do que aquele realizado no próprio genitor".
Além disso, o relator do processo rejeitou a alegação de que a exumação do corpo, após 12 anos de morte, seria um desrespeito. Para isso, ele usou, inclusive, trechos de músicas do cantor:
"Na verdade a vida do consagrado artista é um espelho e o que se vê através dele são as suas obras, músicas principalmente. A exumação do seu cadáver não causará qualquer sacrifício insuportável, dor ou trauma como argumenta a agravante. A alma e o espírito do suposto pai não serão incomodados e certamente estarão em estágio que o falecido, quando vivo, apregoava na sua música 'sossego'. Não deu a agravante 'motivos' suficientes para o provimento do agravo", afirmou no processo o relator.


Avô do menino Sean Goldman morre no Rio aos 65 anos


Segundo esposa, Raimundo Carneiro Ribeiro Filho tinha câncer de pulmão.
Ele estava internado há 40 dias no Hospital Copa D’Or, em Copacabana

O avô materno do menino Sean Goldman, de 10 anos, Raimundo Carneiro Ribeiro Filho, de 65, morreu na noite desta segunda-feira (21), vítima de câncer de pulmão. Segundo Silvana Bianchi, avó de Sean, o marido estava internado há 40 dias no Hospital Copa D’Or, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
Desde 2009, Sean mora com o pai biológico, o norte-americano David Goldman, nos EUA. O menino foi entregue ao pai depois de uma luta judicial no Brasil por sua guarda. David iniciou a briga com a família brasileira depois da morte da mãe de Sean, a estilista Bruna Bianchi.
De acordo com Silvana Bianchi, um dos últimos desejos de Raimundo era de poder ver o neto antes de morrer. A família, então, entrou com um pedido na Justiça para que Sean pudesse visitar o avô no hospital. No entanto, segundo ela, esse pedido foi negado. Ela afirmou que não conseguiu comunicar ao neto sobre o falecimento do avô. Abalada, Silvana disse que não vai desistir.
“Meu marido morreu com uma enorme tristeza na alma por causa dessa sentença covarde e injusta. Mesmo lutando contra o câncer, ele nunca deixou de acreditar que veria o neto novamente e o que ele mais queria era vê-lo pela última vez, mas isso não foi possível. Não permitiram que ele visse o neto. Pedimos, mas não foi possível”, disse Silvana.
Ao lado da esposa, Raimundo entrou com vários processos na Justiça para tentar reverter a sentença. Silvana afirmou que ainda é difícil conseguir notícias do neto. Ela lamenta que Sean não poderá comparecer ao enterro do avô: "Só queríamos ele aqui nesse momento", completou.
O corpo de Raimundo será sepultado e velado às 14h desta terça (22), no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, na Zona Portuária. Além da esposa e do neto, ele deixa o filho, Lucas, e a neta, Chiara, de 2 anos.

Irmã no processo
No início de março, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu, por unanimidade, incluir a irmã de Sean Goldman, Chiara Ribeiro Lins e Silva, 2 anos, como parte interessada no processo que trata da disputa pela guarda do garoto. O pedido de inclusão da irmã foi feito pela defesa dos avós maternos.
O pedido foi feito em 2009, quando Sean ainda estava no Brasil. A defesa pretende usar a presença da menina no processo para reverter a decisão que permitiu Goldman levar o filho para os Estados Unidos. De acordo com o advogado dos avós maternos do garoto, Sérgio Tostes, o Estatuto da Criança e do Adolescente garante a irmãos o direito à convivência. Dessa forma, Chiara seria parte interessada no processo.
Em fevereiro, o pedido de visitação feito pelos avós do menino foi considerado improcedente pela Corte Superior do Estado de Nova Jersey. Segundo a decisão, David Goldman permitiu a visita dos avós com algumas condições “razoáveis” e estas não foram aceitas. Silvana diz ter acatado todas as condições. Na época, ela e o marido deram entrada no pedido usando o estatuto da visitação dos avós (GVS - Grandparent Visitation Statute) de Nova Jersey.
As condições impostas por David são encerrar os processos na Justiça brasileira que tentem reverter a repatriação de Sean aos Estados Unidos ou a guarda total dele ao pai, os avós, então, deveriam não fazer aparições públicas questionando essas decisões, a duração das visitas e quando deveriam acontecer seria decidido pelo psicólogo de Sean, e que toda a comunicação entre David e os avós maternos fosse confidencial.


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