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sábado, 1 de junho de 2013
Casal homossexual consegue registro de dupla maternidade na Justiça do RS
As mulheres conceberam a criança por meio de uma fertilização assistida na qual as duas participaram do processo
Num final de tarde ensolarado em meados de janeiro, Nina, de apenas quatro meses, é levada a um parque por duas jovens mulheres para passear. Atraída pelos grandes olhos azuis da criança, uma senhora se aproxima e, após elogiar a menina, pergunta:
— Vejo vocês aqui frequentemente com esta criança, quem é a mãe?
— Nós duas somos as mães — responde uma delas.
A senhora, num misto de perplexidade e dúvida, sorri e se afasta.
A resposta não foi mera força de expressão. Nina tem, sim, duas mães biológicas. Foi gerada através de uma reprodução assistida. Os óvulos de uma das mulheres foram fecundados in vitro com sêmen e, em seguida, implantados no útero de sua companheira. Casos como esse ainda são raros no Brasil, e os empecilhos legais para registrar a dupla maternidade/paternidade dificultam ainda mais o processo.
Mas a conquista de direitos para casais homoafetivos tem encorajado muitos a optar por essa alternativa. Segundo o último censo do IBGE, realizado em 2010, pelo menos 60 mil famílias se declararam homoafetivas. As mulheres são maioria nesses arranjos e respondem por 53,8% dos casais homossexuais.
A menina dos olhos azuis, hoje com oito meses, brinca ao pular do colo de uma mãe para o da outra. Fruto do relacionamento da irlandesa Emma Kennedy, 38 anos, com a psicóloga Agatha Dall'Igna, 31 anos, gaúcha nascida em Porto Alegre. Elas se conheceram há cinco anos em Londres, para onde estão retornando após um ano morando no Brasil. Agatha estava na Inglaterra para fazer um mestrado em psicologia social. Emma já vivia lá há mais de uma década e trabalhava como enfermeira psiquiátrica.
Se foi amor à primeira vista? Elas dizem que sim. Tanto que, poucos meses depois, já estavam morando juntas. Em 2011, resolveram oficializar a união e começaram a fazer planos para constituir uma família. Junto com os sonhos, surgiram os impasses legais.
Inseminação em Minas
A primeira etapa foi fazer o registro da união na Inglaterra. Lá, o casamento entre pessoas do mesmo sexo ainda não está aprovado legalmente, mas a união civil, que concede os mesmos direitos ao casal, sim.
— Quando contei para minha família sobre o casamento e planos futuros, ela aceitou muito bem. Sou muito sortuda nesse aspecto — conta Agatha.
A aceitação também foi tranquila por parte da família de Emma. Antes de casarem, ambas viajaram à Irlanda para anunciar a decisão.
Para comemorar, fizeram uma festa na capital gaúcha, em dezembro do mesmo ano. No Brasil, já com a ideia de ter filhos, elas também oficializaram a união por escritura pública. No país não há lei sobre o casamento de pessoas do mesmo sexo. Entretanto, desde 2011, quando o Supremo Tribunal Federal reconheceu, por unanimidade, a equiparação da união estável homossexual à heterossexual, diversos cartórios no Brasil passaram a realizar o registro.
Alguma coisa ainda estava faltando na vida do casal. Foi por isso que elas decidiram conceber uma criança juntas.
A solução que encontraram foi a inseminação artificial em que ambas participam do processo, um procedimento ainda raro entre casais homoafetivos no Brasil.
— O mesmo pode ser feito na Inglaterra, sem tantos obstáculos legais. Apesar das dificuldades, achamos que compensava engravidar aqui para ficar perto das pessoas que nos amam e nos dão todo apoio — explica a psicóloga.
Até maio de 2013, todas as solicitações para o procedimento envolvendo casais homoafetivos deveriam passar pelo Conselho Regional de Medicina, que nem sempre emitia pareceres favoráveis. No Rio Grande do Sul, por exemplo, pouquíssimas solicitações foram aceitas em 2012. Por isso, e por recomendação da médica do casal, resolveram realizar o procedimento em Minas Gerais. Lá, conseguiram com mais facilidade a autorização para fazer a inseminação artificial, efetivada em janeiro de 2012. Se foi sorte ou não, não sabem dizer, mas o que contam com um sorriso no rosto é que o resultado foi positivo na primeira tentativa. Emma descobriu que estava grávida duas semanas depois de ter os embriões implantados em seu útero.
— Nosso sonho era que tivesse um pouquinho de cada uma de nós duas na nossa filha, e realizamos — comemora a irlandesa.
O passo seguinte foi lutar pelo registro da dupla maternidade. Mais uma vez, a falta de legislação dificultou o processo e fez com que as mulheres tivessem que entrar com uma ação judicial para conseguir o direito de registrar a filha com as duas mães.
— Afinal, nós duas somos mães biológicas — argumenta Agatha.
Já prevendo as dificuldades jurídicas, resolveram encaminhar o pedido dois meses antes do nascimento de Nina. Foi com a ajuda das advogadas Mônica Guazzelli e Lúcia Iolovitch, especialistas em Direito de Família, que ingressaram com a ação.
O pedido foi feito inicialmente na Vara dos Registros Públicos, que encaminhou para a Vara de Família. Esta não se disse competente para julgar o caso e o passou para o Juizado da Infância e Juventude. Foi somente lá, e um mês depois do nascimento da filha — ou seja, três meses depois da solicitação —, que conseguiram a autorização para o registro ser feito.
— Parece que a própria Justiça tinha dúvida de quem deveria julgar nosso caso — destaca a psicóloga.
Muita luta pela frente
Hoje, as mulheres comemoram aliviadas. Sabem que ainda terão muitas lutas pela frente, como explicar para a filha sobre suas escolhas e seguir lidando com o preconceito, que existe aqui ou na Inglaterra, de forma mais ou menos explícita.
— Vamos lidar com o fato de nossa filha não ter pai, e as nossas opções serão conversadas com ela da forma mais aberta possível — planeja Agatha.
Na Inglaterra, para onde estão voltando, pretendem seguir uma vida como a de qualquer outra família.
Se os planos continuarem dando certo, logo, logo Nina terá um irmãozinho para dividir o quarto.
A legislação
O Brasil não tem legislação para casais do mesmo sexo. O que existe são decisões do Poder Judiciário que concedem direitos aos homossexuais, mas que ainda geram dúvidas, comenta a ex-desembargadora e especialista em direito homoafetivo Maria Berenice Dias. As resoluções que favorecem a constituição de uma família nestes novos padrões não são totalmente aceitas por juízes de alguns Estados, o que resulta em uma situação de instabilidade para os gays.
— Estamos atrás de muitos países, como Uruguai e Argentina, onde o casamento entre casais do mesmo sexo é lei — destaca a especialista.
Para o vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM) no Rio Grande do Sul, advogado Conrado Paulino da Rosa, a falta de legislação é consequência de um preconceito que ainda circunda o Poder Legislativo:
— Muitos legisladores não assumem uma postura favorável em relação ao tema por medo de se vincularem demais ao assunto. Enquanto não houver lei sobre isso, uma parcela importante da população fica à margem da sociedade.
Em relação ao restante do país, o Rio Grande do Sul tem muito a comemorar, destaca Paulino da Rosa. O Estado foi pioneiro em decisões a favor dos homossexuais. Foi aqui, por exemplo, onde pela primeira vez a união homoafetiva foi reconhecida como uma entidade familiar.
O casamento
No dia 15 de maio de 2013, o Brasil regulamentou o casamento civil gay. A resolução, aprovada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), passou a obrigar todos os cartórios do país a celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo e a converter união estável em casamento, mesmo não havendo lei no Congresso Nacional sobre o assunto. Para Paulino da Rosa, a decisão do CNJ é mais uma intervenção do Poder Judiciário para garantir os valores de respeito à pluralidade, que começou em 2011 quando o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu a união estável entre casais homossexuais. Atualmente, é possível que casais gays tenham direito a pensão alimentícia, previdência e plano de saúde.
A fertilização assistida
No dia 8 de maio de 2013, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou uma resolução que garante aos casais homossexuais o direito de recorrer à reprodução assistida para ter filhos. A norma anterior, de 2010, previa que qualquer pessoa poderia ser submetida ao procedimento, mas não especificava que casais homossexuais poderiam realizá-lo.
O médico ginecologista Antônio Celso Ayub, um dos coautores da nova resolução, explica que, até então, as clínicas não tinham autonomia para decidir em quais casos o procedimento poderia ser realizado. Os casais homoafetivos tinham que solicitar uma autorização do Conselho Regional de Medicina para se submeter à fertilização. No Estado, muitos pedidos eram negados.
O registro do filho
Casais homoafetivos que desejam registrar um filho, seja por inseminação artificial ou adoção, ainda sofrem dificuldades no Brasil. Maria Berenice Dias, advogada especializada em direito homoafetivo, explica que, nestes casos, os pais da criança devem entrar com uma ação judicial.
— Os homossexuais ainda devem se submeter a um processo judicial que gera custos financeiros e emocionais.
As implicações sociais
Estudos realizados desde a década de 70 em países europeus, Estados Unidos e Canadá mostram que crianças criadas por casais homossexuais não sofrem desvantagens em relação às que crescem em famílias com pais heterossexuais. Para a psicanalista e doutora em Antropologia Social Elizabeth Zambrano, as investigações reforçam a visão de que a família é uma instituição cultural, na qual o que vale são as "funções" exercidas pelos cuidadores da criança, independentemente da sua orientação sexual.
— Os estudos não indicaram diferenças na capacidade de socialização das crianças, no desempenho escolar e na orientação sexual, por exemplo. Isso mostra que os papéis materno e paterno estão além do gênero. São um vínculo muito mais social do que biológico — explica.
Zero Hora
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Sobe para 9 número de mortos por novo tornado em Oklahoma, nos EUA
Chuvas causaram inundações na região de 1,3 milhão de habitantes.
Na semana passada, tornado já havia matado 24 pessoas na mesma área.
Subiu para nove o número de pessoas mortas pela passagem na sexta-feira (31) de tornados no Estado central de Oklahoma, nos Estados Unidos, afirmou a porta-voz do Instituto Médico Legal estadual, Amy Elliott, neste sábado (1º). Na semana passada, outro tornado atingiu a mesma região, matando 24.
Segundo Amy Elliott, entre os mortos estão duas crianças e sete adultos. Anteriormente, o número de vítimas fatais era cinco.
Os tornados despejaram 200 milímetros de chuva na região de Oklahoma City e seus subúrbios, causando inundações repentinas que submergiram partes da região metropolitana de 1,3 milhão de habitantes.
O Serviço Meteorológico Nacional afirmou que o clima severo se deslocava para os Estados vizinhos de Illinois e Missouri, onde o governador Jay Nixon declarou estado de emergência na sexta-feira.
Os tornados atingiram a região apenas 11 dias após um tornado de categoria EF5, o mais poderoso na classificação desses fenômenos naturais, devastar Moore e matar 24 pessoas.
Um mãe e seu bebê morreram na sexta-feira enquanto viajavam na rodovia Interestadual 40, a oeste de Oklahoma City, quando seu veículo foi pego pela tempestade e foram sugados para fora, disse a porta-voz da Polícia Rodoviária Oklahoma, Betsy Randolph.
A rodovia foi fechada devido à tempestade, com vários acidentes e lesões.
Mais de 40 pessoas estavam sendo tratadas por ferimentos relacionados à tempestade, incluindo cinco em estado grave, entre elas uma criança, de acordo com um hospital de Oklahoma.
Meteorologistas já haviam declarado emergência para tornado na área metropolitana de Oklahoma City e até chegaram a emitir um aviso de tornado para Moore, que teve danos limitados desde as últimas tempestades, disse um policial enviado à cidade.
Um tornado atingiu a Interestadual 40 em direção a Oklahoma City, tombando caminhões e arremessando fardos de feno, disse uma testemunha. Imagens de TV mostraram linhas de energia derrubadas e carros jogados, já que os sistemas climáticos provocaram forte chuva, isolando motoristas na inundação.
"Por razões que não são claras para mim, mais pessoas saíram às ruas, mais do que esperávamos. Todos agiram de forma diferente nesta tempestade, e como resultado criou-se uma situação extremamente perigosa", disse o prefeito de Oklahoma City, Mick Cornett.
"Eu acho que ainda estamos um pouco abalados com o que aconteceu em Moore. Nós ainda estamos enterrando filhos e vítimas, então nossas emoções ainda são fortes", acrescentou.
Brandi Vanalphen, de 30 anos, estava entre as centenas de motoristas presos no trânsito, enquanto tentava fugir do sistema de tornados no subúrbio de Norman.
"O que me assustou foi ficar presa no trânsito", disse ela. "Eu comecei a ver flashes de energia para o norte, as pessoas começaram a dirigir sobre a grama."
A governadora de Oklahoma, Mary Fallin, disse à rede de TV CNN que os motoristas enfrentaram um grande perigo ao ficarem presos em qualquer rodovia no caminho do tornado.
"O que vimos a partir dos tornados que passaram por Moore e os outros na semana passada foi que as pessoas que estavam em carros na Interestadual foram mortas", disse Fallin à CNN.
G1
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sexta-feira, 31 de maio de 2013
31 de Maio - Dia Mundial Sem Tabaco
Data serve como uma alerta para os malefícios que o tabagismo desencadeia
No dia 31 de Maio é celebrado o Dia Mundial Sem Tabaco, uma data que visa alertar sobre os malefícios que o tabagismo acarreta na saúde e fazer com que os fumantes larguem o vício adotando um hábito saudável para as suas vidas. No Brasil, o combate ao tabagismo se dá através de uma Lei Federal de 1996, que restringe o uso e a propaganda de produtos derivados do tabaco em locais coletivos, públicos ou privados, em uma clara medida para reduzir o índice de fumantes no país.
O Estado de São Paulo, também engajado na luta para promover a Campanha Antitabagismo, promulgou em 2009 a Lei Antifumo, que proíbe o uso de cigarros e demais produtos fumígenos nos ambientes fechados de uso coletivo em todo o estado, visando proteger também o cidadão que acaba se tornando um fumante passivo.
Em Pereira Barreto, foi iniciado em 2011 o Programa Antitabaco Municipal, que visa atender os pacientes que tem possuem decorrentes do tabagismo através de equipes qualificadas para orientarem a respeito dos cuidados necessário com o vício e com a saúde.
As recomendações para ajudar driblar a vontade de acender um cigarro são: fazer exercícios físicos, tomar muito líquido e mascar chicletes ou um pedaço de canela. O ponto principal é evitar as 'situações-gatilho', aquelas que desencadeiam a vontade de fumar. Por exemplo, se uma pessoa sente mais vontade de fumar quando toma café, ela pode tentar tomar café com leite, ou mudar de bebida.
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Dia Mundial Anti-Tabaco
GRANDE SÁBIO.....
Enquanto isso, em 950 a.C., no palácio do Rei Salomão:
— Majestade, esses dois homens requerem vossa autorização para unir-se em matrimônio.
— Matrimônio? Aquele consórcio derivado do vocábulo que os romanos inventarão no futuro para referir-se a “mãe”?
— Não sei, majestade. Vossa alteza é que sois o sábio aqui.
— Certo, certo. Hum. Não ficariam satisfeitos apenas com um documento reconhecendo sua união civil?
— Não, majestade. Eles querem um matrimônio; e que seja realizado no templo.
— Entendo. Façais o seguinte: ponde-os em cativeiro, se eles conseguirem se reproduzir, libertai-os e deferi a petição.
— Sim, vossa majestade.
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quinta-feira, 30 de maio de 2013
Meninos do mangue
Por Igor Ojeda, da Repórter Brasil
de João Pessoa (PB)
Distante alguns quilômetros das movimentadas praias de Tambaú e do Cabo Branco, o bonito centro histórico de João Pessoa, capital da Paraíba, abriga centenas de edificações de diferentes arquiteturas e épocas. Igrejas, sobrados e casas, além de ruas e praças, compõem o cenário. Barroco, rococó, colonial, maneirismo, art noveau… há estilos para todos os gostos. Caminhando rumo à chamada Cidade Baixa o visitante se depara com um conjunto compacto de casarios coloniais. Chama a atenção a igreja e o antigo Hotel Globo, que hoje funciona como centro cultural. Mal sabe o turista, no entanto, que logo atrás desses prédios “esconde-se” uma dura realidade: o Porto do Capim, comunidade de baixa renda localizada às margens do rio Sanhauá.
Muitos moradores da comunidade vivem em barracos à beira do mangue (Fotos: Igor Ojeda)
São cerca de 350 famílias pobres vivendo sob condições muito difíceis, morando em casas simples de alvenaria ou barracos de madeira à beira do mangue. Seus moradores, em geral, trabalham em oficinas mecânicas e madeireiras próximas, ou como descarregadores de caminhão, entre outras ocupações. Muitos recebem o Bolsa Família, que não é suficiente, porém, para o sustento da famílias. Na comunidade não há posto de saúde, quadra poliesportiva ou equipamentos culturais. E a única escola pública atende apenas alunos da primeira à quarta série do ensino fundamental.
A total ausência de opções de lazer e cultura e a necessidade de complementar a renda se traduzem numa triste realidade que acompanha o Porto do Capim há anos. Crianças e adolescentes passam horas coletando caranguejos-uçás e guaiamuns – outro tipo de caranguejo – nos mangues locais para depois os venderem para a população da cidade. “Durante o ano inteiro, eles armam a ratoeira pela beira do mangue para pegarem o guaiamum e depois saem vendendo. Já durante a andada do caranguejo-uçá, é muita criança dentro do rio. É mais perigoso, porque precisa atravessar o rio, pode cair dentro da água”, explica Sebastião Camelo, presidente da Associação dos Moradores do Porto do Capim. A andada é o período em que há o acasalamento e a desova dos caranguejos-uçás, o que os leva a ficarem mais tempo fora da toca, tornando-os presas fáceis. A cata desses crustáceos é proibida durante essa época.
Para vender e para comer
“Os meninos pegam os caranguejos tanto para comer quanto para vender. A criança às vezes quer uma roupa, mas o pai não pode dar. E muitas vezes precisa levar alguma comida para casa”, conta Sebastião. “Aqui, a menor casa tem cinco filhos.” Segundo ele, há na comunidade cerca de 400 crianças de um a dez anos de idade. O Bolsa Família, explica, não alcança para pagar todas as contas. “Tem família que às vezes bate em casa porque não tem um prato de comida para comer”, diz.
A atividade em mangues é considerada uma das piores formas de trabalho infantil, de acordo com o decreto presidencial 6.481, de 2008. Segundo tal documento, nesse tipo de trabalho crianças e adolescentes são expostos à umidade e excrementos, cortes e perfurações e picadas de serpentes. Além disso, podem contrair doenças como rinite, resfriado, bronquite, dermatite, leptospirose e hepatite viral. “Aqui as crianças se machucam muito, pois no mangue tem muito galho, tocos, além de entulho jogado, como vidro, ferros, até pedaços de vasos sanitários. É muito arriscado. Tem um caso de um morador que quando era criança chegou a rasgar o pé num ferro, de um lado ao outro. Levou 36 pontos. Além disso, o próprio caranguejo pode cortar o dedo dos meninos”, explica o presidente da Associação dos Moradores do Porto do Capim.
Tragédia
Uma consequência extrema do trabalho infantil no mangue da comunidade aconteceu em janeiro deste ano, quando uma criança de 11 anos morreu afogada enquanto catava caranguejo. “A maré estava seca. Quando o caranguejo correu, o menino escorregou e o barro o puxou para baixo. Ele ficou em pé, atolado, encoberto pela lama. Não tinha adulto perto na hora. Quando chegamos para tentar salvá-lo, não os encontrávamos, pois pensamos que a maré o tinha levado. Mas ele estava exatamente onde tinha afundado. Demoramos 40 minutos para achá-lo”, lembra Sebastião. Os bombeiros e paramédicos tentaram reanimar a criança, mas ela já chegou morta ao hospital. “Ele era muito brincalhão, todo mundo gostava dele.”
À Repórter Brasil, o pai do menino nega que o filho, que ainda estava aprendendo a nadar, catava caranguejo para vender. “Eu dizia a ele que não havia precisão, pois eu sou bem empregado, trabalho na madeireira. Trabalho muito para que meus filhos não precisem trabalhar. Tanto que ele não vendia, o que ele pegava doava para a comunidade. Eu não deixava, não queria que ele catasse caranguejo nem por esporte. Sei que o rio é fundo. Mas ele se juntou com outros meninos… infelizmente aconteceu”, diz o homem, que tem outros cinco filhos. Segundo ele, no mesmo dia do acidente um vizinho o avisou que o menino tinha lhe dado dez caranguejos. “Quis pagar, mas meu filho não aceitou. Ele era minha vida, mas era teimoso. Foi estripulia de pirralho.”
Gabriel*, de oito anos, pega caranguejo e guaiamum desde os cinco
Um dia antes da tragédia, um incidente inusitado assustou a comunidade. Um boato de que Gabriel* havia caído do trapiche local causou correria entre os moradores. Mas o garoto de oito anos estava longe dali, acompanhando a mãe em uma missa. Até hoje não se sabe o que gerou o rumor, mas a população do Porto do Capim consideram-no um aviso do que ocorreria 24 horas depois. Para completar, o menino era primo da vítima de afogamento. “Eu não estava junto não. Ele passou de manhã para o mangue, mas minha mãe mandou voltar. De tarde voltou, escondido”, conta Gabriel, que desde os cinco anos de idade também pega caranguejo-uçá e guaiamum. “Hoje eu estava pegando guaiamum na ratoeira. Caranguejo-uçá a gente pega na andada, com a mão, com pau, com a chinela”, explica. O garoto diz que se corta com frequência, em pedaços de vidro e madeira. “Pego mais ou menos uma sacola por dia [cerca de 15 quilos], para comer e para vender. Uma parte eu levo para casa, outra eu dou para minha tia cozinhar e vender no bar dela. O dinheiro eu dou para minha mãe guardar.”
Políticas públicas
O falecimento do menino de 11 anos no Porto do Capim levou o procurador-chefe do Trabalho no estado, Eduardo Varandas, a abrir um procedimento para acompanhar a implementação de políticas públicas de combate ao trabalho infantil na Paraíba. Quem está à frente do caso é a procuradora Edlene Lins Felizardo, titular da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (Coordinfância) no estado. Ela está propondo à Prefeitura de João Pessoa a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) contendo uma série de medidas a serem tomadas para melhorias das condições de vida no Porto do Capim, como sua revitalização. “Nesse TAC, incluí não apenas a questão dessa comunidade, mas também diversos outros assuntos relacionados ao trabalho infantil na cidade. Temos problemas também nos mercados, feiras livres e praias, por exemplo, onde crianças costumam vender amendoins”, diz a procuradora, que também acionou o Conselho Tutelar por meio de uma notificação recomendatória. Nesta, pede-se que o órgão fiscalize a incidência de trabalho infantil nos mangues e comunique a situação ao Ministério Público do Trabalho e à Secretaria de Assistência Social do município, para que as crianças sejam encaminhadas, por exemplo, ao Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras), ambos do governo federal.
A procuradora Edlene Lins Felizardo conversa com Sebastião, da associação de moradores
Edlene espera que a Prefeitura formule uma solução que contemple as necessidades da comunidade do Porto do Capim. “Há o problema de ser uma ocupação em uma área da União. Mas você não pode simplesmente pegar as famílias e expulsá-las. É um problema político que a Prefeitura tem de resolver”, opina. Segundo Sebastião, da associação de moradores, o ideal seria revitalizar o local, reformando as casas, e construir um píer para ser usado como ponto turístico.
A reportagem falou com a assessoria de imprensa da Prefeitura de João Pessoa, que a pôs em contato com a secretária de Desenvolvimento Social Marta Geruza Gomes. Esta, por sua vez, não se posicionou sobre o assunto até o fechamento desta matéria.
* nome alterado para preservar a identidade do entrevistado
Reportagem produzida a partir de parceria entre o Promenino e a Repórter Brasil
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quarta-feira, 29 de maio de 2013
Identificado gatilho molecular da doença de Alzheimer
Pesquisadores mapearam o gatilho do início da doença de Alzheimer, quando a estrutura principal da molécula de proteína muda, para causar a reação em cadeia que leva à morte dos neurônios no cérebro. Pela primeira vez cientistas do Departamento de Química da Universidade de Cambridge conseguiram detalhar o caminho que gera formas anômalas das proteínas beta-amiloide, que estão na origem de condições neurodegenerativas, tais como a doença de Alzheimer.
A descoberta foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) e, segundo os pesquisadores, leva a um passo adiante no disgnóstico precoce de doenças como Alzheimer e Parkinson, abrindo caminho para uma nova geração de medicamentos.
O estudo é um marco na pesquisa de longo prazo estabelecida em Cambridge pelo professor Christopher Dobson e seus colegas, após descoberta por ele da natureza subjacente de proteínas deformadas e sua ligação com a doença, há 15 anos.
- Não há até hoje terapias que modifiquem o estado de demência ou de Alzheimer, apenas tratamentos limitados para os sintomas. Temos que solucionar o que acontece em nível molecular antes de progredir e conseguir um impacto real – disse Tuomas Knowles, principal autor do estudo e colaborador de Dobson. – Agora estabelecemos o caminho que mostra como a toxicidade causa morte celular e os oligômeros são formados.
O processo neurodegenerativo que dá origem a estas doenças é desencadeado quando as estruturas normais de moléculas de proteínas dentro das células são corrompidas. As moléculas de proteína são feitas em “linhas de montagem” celulares que se unem blocos de construção químicos chamados aminoácidos em uma ordem codificada em nosso DNA. Sob algumas condições, no entanto, as proteínas podem se deformar, formando um emaranhado e funcionando mal.
Uma vez que um nível pequeno, mas crítico de mau funcionamento de aglomerados de proteínas são formados, formaram, uma reação em cadeia de fuga é acionada, que multiplica exponencialmente o número desses compostos de proteínas, ativando novos pontos através de nucleação. É esse processo de nucleação secundária que fica em volta das células cerebrais, causando perda de memória e outros sintomas de demência.
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Coisa de Velho
Cadela amputada anda em apenas duas patas
Casos de maus tratos contra animais são, infelizmente, cada vez mais comuns no noticiário jornalístico. Mas a história da cadelinha Manuela impressiona pelo desfecho. Após cair de uma laje e não ser socorrida pelo próprio dono, o animal precisou amputar as duas patas esquerdas.
Para a surpresa de todos os funcionários da Coordenadoria de Proteção à Vida Animal (Coprovida) de Santos, Manuela não somente consegue andar, como também se levanta e come sozinha. “Em mais de 20 anos lidando com animais, eu nunca vi um cão amputado conseguir andar e correr só com as patas de um lado do corpo. A recuperação dela é impressionante”, afirma a responsável pela Coprovida, Leila Abreu.
Uma das explicações para tamanha resistência é a idade do animal: Manuela tem pouco mais de um ano. Além de ser muito dócil, também é muito ativa. A Manu – como também é chamada pelos funcionários da Coprovida – adora correr e brincar como qualquer cão jovem. A outra razão para Manuela conseguir se equilibrar só com as patas direitas é o porte físico semelhante aos cães da raça whippet, cujo corpo é esbelto e com forma anatômica ideal para atingir grandes velocidades. “Só conhecia a história de um whippet, nos Estados Unidos, que anda com as laterais. No Brasil, é a primeira vez que vejo um animal como a Manuela”, destaca Leila.
Ela se refere a Dominic, um greyhound (galgo inglês, semelhante aos whippets), que teve as duas patas direitas amputadas após ser atropelado. No caso de Manuela, o motivo da retirada das duas patinhas esquerdas foi a crueldade.
Omissão
Há três meses, a cadela foi levada à Coprovida por uma mulher que estava hospedada na casa dos donos de Manuela. Na ocasião, ela contou que esperou os proprietários saírem do imóvel, na Zona Noroeste, para buscar ajuda porque não aguentava mais ver tanto sofrimento. Após cair da laje, o animal teve fraturas expostas nas duas patas esquerdas. “Mas os donos abandonaram a cadela machucada no quintal durante 15 dias. Devido à dor, ela não conseguia se alimentar. Por isso, também chegou aqui desnutrida”, lembra a coordenadora da Coprovida.
O responsável pela cadela foi intimado a comparecer no órgão da Prefeitura. Ele foi multado em R$ 1 mil por maus tratos e omissão de socorro. De acordo com Leila, a multa varia de R$ 50,00 a R$ 1 mil. “Aplicamos a multa mais alta. Além disso, a Manuela ficou sob a nossa guarda porque avaliamos que se ela fosse entregue aos donos correria risco”.
Recuperação
A cadela foi submetida a duas cirurgias ortopédicas para a colocação de pinos nas patas fraturadas. Mas, o procedimento não teve sucesso por causa de um quadro infeccioso. “Como ela permaneceu muito tempo sem cuidados médicos, a infecção acabou atingindo os ossos. Por isso, os pinos não se fixaram. A única saída foi amputar os dois membros”, explica Leila.
Manuela teve a pata dianteira amputada há um mês. Na semana passada, foi a vez da pata traseira. “Apesar de a operação ser recente, ela logo começou a correr e brincar. Ficamos todos muito impressionados com a vontade de viver da Manu”, diz a responsável pela Coprovida
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terça-feira, 28 de maio de 2013
Como conversar com meninas
Não, não é um guia de paquera para garotos tímidos. Este texto da Lisa Bloom nos faz pensar sobre as consequências que nossas atitudes podem ter na educação das crianças, e como podemos mudar parâmetros sociais apenas conversando de modo diferente com uma menininha, segurando o impulso de dizer o quanto ela é linda para surpreendê-la ao ressaltar as outras qualidades que ela tem. Vale dizer que a educação dos meninos também precisa ser repensada, e que autora já escreveu sobre os dois.
Como conversar com meninas
Eu fui a um jantar na casa de uma amiga na semana passada, e encontrei sua filha de 5 anos pela primeira vez. A pequena Maya tinha os cabelos castanhos e cacheados, olhos escuros, e estava adorável em seu vestidinho rosa e brilhante. Eu queria gritar, “Maya você é tão fofa! Veja só! Dê uma voltinha e desfile esse vestidinho rosa, sua coisinha linda!”
Mas eu não fiz isso. Eu me contive. Como sempre me contenho quando conheço garotinhas, negando meu primeiro impulso, que é dizer o quão fofas/lindas/bonitas/bem vestidas/de unhas feitas/cabelo arrumado elas são/estão.
“O que há de errado nisso? É a conversa padrão de nossa cultura para quebrar o gelo com as meninas, não é? E por que não fazer-lhes um elogio sincero para elevar suas auto-estimas? Porque elas são tão lindas que eu simplesmente quero explodir de tanta fofura quando as encontro, sinceramente.”
Guarde este pensamento por um tempo.
Esta semana a ABC News informou que quase metade das meninas de 3 a 6 anos se preocupam por estarem gordas. No meu livro, Think: Straight Talk for Women to Stay Smart in a Dumbed-Down World, eu revelo que 15 a 18% das meninas com menos de 12 anos usam rímel, delineador e batom regularmente; distúrbios alimentares estão em alta e a auto-estima está em baixa; e 25% das jovens mulheres americanas prefeririam vencer o America’s Next Top Model a ganhar o prêmio Nobel da Paz. Até universitárias inteligentes e bem sucedidas dizem que preferem ser ‘gostosas’ a serem inteligentes. Recentemente uma mãe de Miami morreu durante uma cirurgia estética, deixando dois filhos adolescentes. Isso não pára de acontecer, e isso parte o meu coração.
Ensinar as meninas que a aparência delas é a primeira coisa que se nota ensina a elas que o visual é mais importante do que qualquer outra coisa. Isso as leva a fazer dieta aos 5 anos de idade, usar base aos 11, implantar silicone aos 17 e aplicar botox aos 23. Enquanto a exigência cultural de que as garotas sejam lindas 24 horas por dia se torna regra, as mulheres têm se tornado cada vez mais infelizes. O que está faltando? Um sentido para a vida, uma vida de ideias e livros e de sermos valorizadas por nossos pensamentos e realizações.
Eu me esforço para falar com as meninas assim:
“Maya,” eu disse, me ajoelhando até ficar da sua altura, olhando em seus olhos, “prazer em conhecê-la”.
“O prazer é todo meu,” ela disse, com a voz já bem treinada e educada para falar com adultos como uma boa menina.
“Hey, o que você está lendo?” Perguntei, com um brilho nos olhos. Eu amo livros. Sou louca por eles. Eu deixo isso transparecer.
Seus olhos ficaram maiores, e ela demonstrou uma empolgação genuína, mas contida, sobre o assunto. Ela pausou, no entanto, tímida por estar com um adulto desconhecido.
“Eu AMO livros,” eu disse. “E você?”
A maioria das crianças gosta de livros.
“SIM,” ela disse. “E agora eu consigo ler sozinha!”
“Que incrível!” eu disse. E é incrível, para uma menina de 5 anos.
“Qual é o seu livro preferido?” perguntei.
“Vou lá pegar! Posso ler pra você?”
Purplicious foi a escolha de Maya, um livro novo para mim, e Maya se sentou junto a mim no sofá e leu com orgulho cada palavra em voz alta, sobre a nossa heroína que adora rosa mas é perturbada por um grupo de garotas na escola que só usam preto. Infelizmente, o livro era sobre garotas e o que elas vestiam, e como suas escolhas de roupas definiam suas identidades. Mas depois que Maya virou a última página, eu conduzi a conversa para as questões mais profundas do livro: meninas más e pressão dos colegas, e sobre não seguir a maioria. Eu contei pra ela que minha cor preferida é o verde, porque eu amo a natureza, e ela concordou com isso.
Em nenhum momento nós discutimos sobre as roupas, o cabelo, o corpo ou quem era bonita. É surpreendente o quão difícil é se manter longe desses tópicos com meninas pequenas, mas eu sou teimosa!
Eu falei para ela que eu tinha acabado de escrever um livro, e que eu esperava que ela escrevesse um também, algum dia. Ela ficou bastante empolgada com essa ideia. Nós duas ficamos muito tristes quando Maya teve que ir pra cama, mas eu disse a ela para da próxima vez escolher outro livro para lermos e falarmos sobre ele. Ops! Isso a deixou animada demais para dormir, e ela levantou algumas vezes…
Aí está, um pouquinho de oposição a uma cultura que passa todas as mensagens erradas para as nossas meninas. Um empurrãozinho em direção à valorização do cérebro feminino. Um breve momento sendo um modelo a ser seguido, intencionalmente. Meus poucos minutos com a Maya vão mudar a multibilionária indústria da beleza, os reality shows que diminuem as mulheres, a nossa cultura maníaca por celebridades? Não. Mas eu mudei a perspectiva de Maya por pelo menos aquela noite.
Tente isto da próxima vez que você conhecer uma garotinha. Ela pode ficar surpresa e incerta no começo, porque poucos perguntam sobre sua mente, mas seja paciente e insista. Pergunte-a o que ela está lendo. Do que ela gosta ou não gosta, e por quê? Não existem respostas erradas. Você apenas está gerando uma conversa inteligente que respeita o cérebro dela. Para garotas mais velhas, pergunte sobre eventos atuais: poluição, guerras, cortes no orçamento para educação. O que a incomoda no mundo? Como ela consertaria se tivesse uma varinha mágica? Você pode receber algumas respostas intrigantes. Conte a ela sobre suas ideias e conquistas e seus livros preferidos. Mostre para ela como uma mulher pensante fala e age.
Foto do início do post: Larice Barbosa
L'OBJET TROUVÉ
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Austrália é o país mais feliz do mundo, segundo OCDE
A Austrália foi eleita pela terceira vez como o país mais feliz do mundo em um ranking da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). O Brasil ficou em 33º lugar da lista - uma posição acima do resultado do ano anterior.
O ranking compara os 34 membros da OCDE – na maioria nações desenvolvidas – e dois "parceiros-chave": Brasil e Rússia.
Suécia, Canadá, Noruega e Suíça vieram logo em seguida no ranking. A comparação foi feita com base em onze critérios, tais como renda, saúde, segurança e moradia.
"A Austrália teve um desempenho excepcionalmente bom na medida de bem estar, como se pode ver pelo fato dela figurar entre os países melhor colocados em um grande número de tópicos do 'Index da Vida Melhor'", diz o relatório da OCDE.
Mais de 73% dos 23 milhões de habitantes com idades entre 15 e 64 anos possuem um trabalho remunerado – o índice está acima da média dos países da organização.
Além disso, a expectativa média de vida no país, de 82 anos, também é alta.
Força da economiaA economia australiana registrou mais de duas décadas de crescimento devido à demanda por seus recursos naturais.
A nação também conseguiu passar ao largo da etapa mais difícil da crise financeira e foi o único grande país desenvolvido que conseguiu evitar a recessão global de 2009.
A força econômica do país está se refletindo no dólar australiano, que atingiu os melhores patamares dos últimos 30 anos.
Porém, o governo está começando a identificar alguns desafios ao crescimento, muitos deles relacionados à desaceleração da atividade mineradora e ao aumento do desemprego.
Como resultado, o governo australiano tenta diminuir a dependência econômica do país em relação à mineração e desenvolver setores como o da construção e o da manufatura.
Outro desafio a ser vencido é o atual aumento na disparidade de renda. De acordo com a OCDE, os 20% mais ricos do país recebem rendimentos seis vezes superiores aos 20% mais pobres do país.
BrasilSegundo a OCDE, o Brasil conseguiu melhorar a qualidade de vida de seus cidadãos nos últimos anos. Em geral, os brasileiros disseram estar mais satisfeitos com suas vidas do que a média dos cidadãos dos outros países analisados.
Segundo o estudo, 82% da população diz que tem mais experiências positivas em um dia corriqueiro (sensação de descanso, orgulho, realização e prazer) do que negativas (dor, preocupação, tristeza e tédio). A média dos países foi de 80%.
Contudo, quando o critério analisado é a renda familiar, o Brasil ficou abaixo da média da OCDE - de cerca US$ 23 mil anuais (R$ 46 mil).
O estudo também verificou que 68% dos brasileiros têm um emprego. O número é ligeiramente superior à média de 66% dos países analisados.
Em educação, a OCDE verificou que apenas 41% dos adultos com idades entre 25 e 64 anos no país possuem renda equivalente à de um trabalhador com o ensino médio completo. A média desse percentual nos demais países ficou em 74%.
Os países mais felizes do mundo
1.Austrália
2.Suécia
3.Canadá
4.Noruega
5.Suíça
6.EUA
7.Dinamarca
8.Holanda
9.Islândia
10.Grã-Bretanha
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