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sábado, 27 de outubro de 2012
O conto da vacina contra o HPV
Um guia para sobreviver aos vendedores
Os ingênuos que me perdoem, mas os produtos criados para melhorar a saúde são exatamente isso: produtos. Fomos condicionados a encará-los com excessiva boa vontade porque eles emprestam da medicina uma ofuscante aura de altruísmo e beneficência.
Não há razão para abandonar o senso crítico na hora de investir em saúde. Quando compramos uma máquina de lavar, um carro, um tablet, uma revista, um sabão em pó, fazemos questão de saber quais são as qualidades e as limitações daquele produto.
No mundo da saúde também deveria ser assim, mas a maioria dos consumidores é passiva, resignada, paciente. Um exemplo é o exagero que se criou em torno das vantagens da vacinação contra o papilomavírus humano (HPV)
Duas empresas disputam o mercado brasileiro. As vacinas são caras e precisam ser tomadas em três doses. A mais barata protege contra apenas dois subtipos do vírus HPV e custa cerca de R$ 280 a dose nas clínicas particulares de São Paulo. A mais cara protege contra quatro subtipos. A dose custa cerca de R$ 400.
O momento de vendê-las para quem pode pagar é agora. O Ministério da Saúde estuda a possibilidade de oferecer a vacina no SUS. É possível que o negócio seja concretizado em breve. Ainda não se sabe qual faixa etária poderá receber a imunização sem botar a mão no bolso, mas muitas famílias que gastam hoje com a vacina fariam boa economia se esperassem mais um pouco.
Por essa e por outras razões, as estratégias de marketing têm sido agressivas. As empresas oferecem descontos e promovem amplas campanhas de vacinação em universidades, associações profissionais, prefeituras.
Até aí, nenhum problema. O que me chama a atenção é a desinformação em torno do produto. Cartazes espalhados na PUC de São Paulo anunciam a sexta campanha de vacinação contra o HPV oncogênico. Um folheto preparado pelo fabricante da vacina alerta para o fato de que quatro subtipos de HPV são os responsáveis por 80% dos casos de câncer do colo do útero no mundo. Só não explica que a vacina que está sendo vendida na PUC protege contra apenas dois subtipos de HPV (o 16 e o 18).
Toda a comunidade feminina (alunas, professoras, funcionárias e dependentes) é convidada a participar. Para as interessadas, cada uma das três doses sairá por R$ 130. Entre os alunos da PUC, a desinformação é explícita. Muitas moças acham que sem a vacina estarão condenadas ao câncer. Outras acham que a vacinação também as livrará do risco de tumores de mama.
Alguns estudantes acreditam em teoria da conspiração. Estão decididos a ficar longe das injeções porque, segundo um boato de internet, a vacinação seria uma estratégia de controle populacional comandada pelos governos e pelas grandes corporações.
Assustador, não é? Se isso é o que está passando pela cabeça de universitários que fazem parte da elite econômica e cultural do país, não é absurdo imaginar que a falta de conhecimento sobre a doença no Brasil seja geral.
Nessa história de HPV, há muita gente comprando gato por lebre. Na tentativa de contribuir para o consumo consciente, preparei um guia para sobreviver aos vendedores. Se você achar que as informações são úteis, espalhe.
A vacina contra o HPV é grande coisa?
Sim. A descoberta de que o vírus pode causar câncer de colo do útero rendeu um prêmio Nobel de medicina. O impacto social da vacina pode ser enorme. Nas áreas pobres, onde as mulheres não têm acesso a exames papanicolau e os homens nunca viram um urologista, a vacina pode reduzir drasticamente os casos de câncer de colo do útero, ânus, pênis e orofaringe.
O HPV sempre provoca doença?
Não. A cada 100 indivíduos sexualmente ativos, 75 adquirem o HPV ao longo da vida. Desses, 60 eliminam o vírus naturalmente. Isso mesmo: naturalmente. Sem fazer nada contra ele, sem sequer perceber que foi infectado.
O que acontece com os 15 que permanecem infectados?
Dez terão o vírus latente, sem qualquer lesão visível. Quatro terão lesões detectadas por exames, como o papanicolau. Se não tratadas, podem virar câncer. Apenas um terá verrugas genitais. Elas são benignas, mas incomodam.
Quem tem infecção latente (sem lesões visíveis) transmite o vírus?
Não se sabe com certeza. Se houver poucas cópias virais do HPV no organismo, ele não é transmitido.
Qual parcela das mulheres infectadas pelo HPV terá câncer do colo do útero?
Apenas 0,5%. Repito: 0,5%.
Qual parcela dos homens infectados pelo HPV terá câncer de pênis?
0,05%. Sim, você leu direito. Isso não é erro de digitação: 0,05%.
Quando a pessoa pega o HPV e fica naturalmente imune ao vírus, a proteção dura para sempre?
Nem sempre. É possível que um indivíduo que tenha adquirido o vírus em algum momento da vida e ficado naturalmente imune por muito tempo volte a adquirir o mesmo HPV se for exposto a ele novamente.
Quem pega o HPV nunca mais se livra dele?
Não é verdade. Com tratamento adequado, a pessoa que não eliminou o vírus naturalmente pode se curar e deixar de transmiti-lo.
Se tomar a vacina, a pessoa fica livre de todos os tipos de HPV?
Não. Existem cerca de 200 tipos de HPV. A vacina Gardasil, da Merck Sharp & Dohme, é quadrivalente. Ou seja: protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18. Eles são responsáveis por 70% dos tumores do colo do útero e por 90% das verrugas genitais. A vacina Cervarix, da GlaxoSmithkline, é bivalente. Protege contra os tipos 16 e 18, que podem provocar câncer.
Quem toma a vacina pode adoecer por causa de outros tipos de HPV?
Sim. As vacinas não protegem contra todos os tipos causadores de lesões genitais e câncer. É possível que no futuro surjam uma segunda geração de vacinas, capazes de oferecer proteção contra um número maior de subtipos do vírus.
Quem tomou a vacina pode contrair a doença?
Pode. As vacinas protegem contra alguns tipos virais (e não todos) e sua eficácia não é total – gira em torno de 80%. A possibilidade de infecção existe, mas o risco de desenvolver a doença é baixo. É possível que o corpo se livre do vírus sem manifestar nenhum sintoma ou reação.
Quanto tempo dura a imunidade conferida pela vacina?
O tempo de proteção ainda não foi estabelecido. Daí a importância de seguir as pessoas vacinadas, o que está ocorrendo em diversos países, sob os olhares atentos da Organização Mundial da Saúde. Até agora, passados cerca de dez anos de seguimento de jovens vacinadas durante os ensaios clínicos, as duas vacinas registram o mesmo tempo de proteção. Espera-se que o mesmo ocorra em relação aos meninos e rapazes que estão sendo acompanhados há menos tempo.
Depois de cinco anos, é preciso tomar a vacina outra vez?
Até o momento, não há nenhuma indicação de necessidade de reforço.
É possível fazer um teste para saber se a pessoa já teve contato com o vírus e, dessa forma, evitar gastos desnecessários com a vacina?
É possível, mas não serve para muita coisa. O teste é capaz de indicar que a pessoa teve contato com o HPV, mas não revela qual foi o subtipo. Mesmo que a pessoa soubesse qual foi o subtipo que causou a infecção, a vacina pode protegê-las contra os outros subtipos.
Qual é o melhor momento para tomar a vacina?
O ideal é recebê-la antes do início da vida sexual. Quem não é mais virgem também pode ter benefícios. Mesmo que a pessoa tenha sido infectada por um dos tipos de HPV, a vacina quadrivalente pode protegê-la de outros três tipos. Ainda que o câncer de pênis seja raro, os rapazes também podem ser vacinados. Isso ajuda a quebrar a cadeia de transmissão. Com mais rapazes vacinados, a chance de transmissão do vírus para as moças cai bastante. No caso dos homossexuais, o risco de câncer anal também diminui.
A mulher vacinada pode deixar de fazer o exame papanicolau?
Não. A vacina não protege contra todas as causas de câncer do colo do útero. O exame que detecta lesões pré-cancerosas causadas por outros tipos do HPV continua sendo fundamental. Se descobertas precocemente pelo exame, elas lesões podem ser tratadas e nunca virar um câncer.
A vacina é segura?
Os estudos sugerem que sim. Ela não é feita com o próprio vírus, e sim com partículas virais criadas em laboratório. Elas não contêm o DNA do vírus. Cerca de 85% das voluntárias relataram efeitos colaterais leves. Dor de cabeça, febre branda, pequeno inchaço no braço. Os sintomas desaparecem no dia seguinte. Nos estudos internacionais, houve casos de morte súbita. Nenhuma das mortes, porém, pôde ser relacionado ao uso da vacina.
Quem toma a vacina pode dispensar a camisinha?
Não. A camisinha é fundamental para evitar o risco de contrair outros tipos de HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis, como a aids.
A camisinha é suficiente para proteger contra o HPV?
Nem sempre. O HPV pode estar no escroto ou no ânus, regiões em que a camisinha não chega, e ser transmitido durante a relação em qualquer tipo de prática (vaginal, anal e oral).
Vale a pena comprar a vacina?
Depende da situação econômica de cada um. Se para pagar as doses, a família precisar economizar em educação e em alimentação, esqueça a vacina. Se você gasta esse valor em roupas, aparelhos eletrônicos ou qualquer outro supérfluo, talvez seja mais vantajoso investir em saúde.
Por tudo isso, depois de analisar os benefícios e as limitações das vacinas, tenho uma única certeza: criar pânico na população por causa do HPV é uma leviandade.
Cristiane Segatto
Época
Criança agredida por babá pode ter sofrido fraturas na costela e clavícula
Delegado solicitou realização de exame de corpo de delito na criança.
Agressões foram registradas por câmeras em Cruz das Almas, na Bahia.
A criança agredida pela babá no município de Cruz das Almas, a cerca de 140 Km de Salvador, vai passar por exame de corpo de delito, de acordo com a polícia local. Segundo o delegado que investiga o caso, Fabrício Alencar, uma guia para a realização do exame foi expedida depois que o advogado da família informou que a criança sentiu incômodos no ombro, e pode ter sofrido fraturas na costela e na clavícula decorrentes das agressões.
O principal objetivo do exame não é constatar se a criança sofreu a fratura, mas se é possível identificar quando ela ocorreu, porque a babá saiu da casa da família há 15 dias, é preciso saber se a fratura é muito recente ou antiga, o ideal é que o médico indique a data que ela aconteceu", pontua o delegado.
A mulher de 26 anos trabalhava há dois meses em Cruz das Almas, na casa da mãe da criança, que não quer ser identificada. O menino ficava a maior parte do tempo com a babá, que inclusive dormia no emprego e não sabia que estava sendo filmada o tempo todo por quatro câmeras instaladas no interior da residência.
A polícia trabalha em uma análise mais minuciosa das imagens para identificar se a criança sofreu agressões graves. "A depender do que encontrarmos o crime vai se configurar como de maus-tratos, com menor potencial ofensivo, ou crime de tortura, que resulta em sofrimento mais intenso, em que os fatores psicológicos também são considerados", explica Alencar.
"A moça foi contratada no início de agosto, mas a mãe relata que notou alteração no filho no começo de setembro e só descobriu as agressões no início de outubro, porque embora sempre tivesse as câmeras, só parou para avaliar as imagens depois da mudança da criança. Temos no mínimo um mês e dez dias de imagens para analisar", completa.
O exame de corpo e de delito deve ser realizado no Instituto Médico Legal (IML) de Santo Antônio de Jesus.
Suspeita
A babá suspeita de cometer as agressões prestou depoimento na quarta-feira (24) à polícia e aguarda o andamento das investigações em liberdade. "Ela confessou a prática desse crime de maus-tratos alegando uma situação que ela estava sofrendo um abalo psicológico, em decorrência de uma doença sofrida pela mãe", afirma o delegado.
Alencar explica ainda que durante os 30 dias estipulados para a conclusão das investigações serão levantadas outras famílias para as quais a mulher já trabalhou na tentativa de descobrir se há casos anteriores de agressão contra crianças. "Ela não tem antecedentes criminais e demonstrou arrependimento durante o depoimento", pontua o delegado.
De acordo com a polícia, se for confirmado o crime de tortura, a pena é de até quatro anos de prisão. Já se o crime for de maus-tratos, a pena é de até um ano ou pagamento de multa.
Caso
A mãe da criança resolveu verificar as imagens depois de notar a mudança de comportamento do filho. O bebê passou a apresentar sinais de irritação e agressividade. Chorava com frequência, não dormia, nem se alimentava direito. “Quando eu chegava em casa, demais querendo ficar grudado em mim. Na alimentação do almoço, ele não queria mais sentar na cadeirinha de alimentação. No carrinho, não havia meios dele sentar ”, relatou a mãe do bebê.
As imagens foram gravadas nos dias 6 e 7 de outubro e mostram a babá sacudindo e jogando bruscamente o bebê no carrinho. Ela ainda ameaça bater na criança. E logo depois, chega a agredir o menino no rosto.
A filmagem mostra também a babá comendo o alimento da criança e usando a mesma colher para dar comida ao bebê. Em outro trecho da gravação, a suspeita dá um tapa na mão do garoto. Durante o banho, ela também bate na criança. E de novo ameaça bater enquanto troca a fralda. A mulher também põe o bebê para dormir no chão da sala e o deixa sozinho por mais de uma hora. Em outro momento, enquanto troca a roupa da criança, ela a joga com violência na cama.
"Eu não queria acreditar. Ainda consegui ficar... buscar dentro de mim uma força para não transparecer para ela [babá] que eu já estava sabendo de tudo. Eu demiti ela como se estivesse tudo bem, não desse certo", afimou a mãe da criança.
G1
Especialistas alertam que trabalho infantil não está relacionado apenas à pobreza
Brasília - A pobreza não é mais um dos principais motivos pelos quais crianças e adolescentes entram no mercado de trabalho. A vontade de ter acesso a objetos de consumo - como equipamentos eletrônicos, roupas e lazer – tem servido para estimular o uso da mão de obra infantil, de acordo com autoridades que participaram hoje (10) do seminário Trabalho Infantil, Aprendizagem e Justiça do Trabalho.
Isso é o resultado do crescimento econômico do país, desacompanhado da distribuição de renda e igualdade de oportunidades, conforme os especialistas. Os dados que fundamentam a conclusão são do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - que mostrou que 40% dos menores de idade no mercado de trabalho não estão na linha de pobreza.
De acordo com o oficial de projetos da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Renato Mendes, enquanto o Estado não oferecer plenas condições de inclusão social, o jovem continuará tendo o mercado de trabalho informal e precário como opção. "Isso é o que o sistema das Nações Unidas propõe ao país. A OIT, em parceria com outras agências da Organização das Nações Unidas [ONU], tenta provocar este debate no Brasil. Se o país quer entrar de vez na globalização, precisa de desenvolvimento local e sustentável", disse Mendes. Segundo ele, o Brasil não é o mesmo de 20 anos atrás, o que deve ser acompanhado por diferentes perfis de políticas públicas.
Auditores fiscais do trabalho, magistrados e acadêmicos concordaram sobre a necessidade da implementação de políticas integradas e locais, de forma a eliminar o trabalho de crianças e adolescentes no país. As autoridades no seminário ainda expuseram desafios a serem transpostos por diversos setores, tanto econômicos quanto políticos, na erradicação do trabalho infantil.
De acordo com Renato Mendes, existem 12 prioridades nesse âmbito - em referência ao Dia Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, 12 de junho. Entre as prioridades estão a municipalização de políticas públicas e a implementação de medidas para a transição entre a escola e o trabalho, além de creches para crianças até 6 anos, escola integral, cursos profissionalizantes e obrigatoriedade do ensino médio completo para jovens.
"Uma questão importante é a de que tenhamos a consciência se isso [trabalho infantil] é algo distante do mundo pessoal de cada um. Devemos saber se o que o consumismo estimula o crescimento de empresas que usam esse tipo de mão de obra. A ética não é uma meta de chegada, mas uma condição básica para a estruturação do Estado brasileiro. A progressividade dos direitos da criança tem de ser internalizada no país, com a ampliação da atuação judicial. Qualquer tipo de flexibilização neste sentido pode ser considerada uma afronta às convenções da OIT", explicou o oficial da organização.
Outro ponto debatido foi a interpretação do trabalho infantil como questão de saúde pública. Na idade adulta, quando seriam produtivos, muitas crianças e adolescentes não terão condições de trabalhar de forma eficiente - tanto por razões físicas quanto mentais. Para a auditora fiscal do Ministério do Trabalho e Emprego, em Natal (RN), Marinalva Cardoso Dantas, deve-se combater a ideia de que o trabalho dignifica a criança e que a impede de ficar nas ruas e ter acesso a atividades criminosas.
"Muitas atividades, como o trabalho em matadouros e de prostituição, fazem com que as crianças congelem as emoções para suportar viver nessas situações. Elas não dão o mesmo valor à vida ou à morte. São essas pessoas que o trabalho infantil está gerando e que a sociedade acha que vai manter longe da criminalidade", explicou a auditora.
Em junho de 2013, o Brasil sediará a Conferência Internacional sobre Trabalho Infantil. A secretária executiva do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), Isa de Oliveira, informou que geralmente as reuniões devem ser precedidas por amplo processo democrático, com consultas públicas estaduais e municipais, o que, segundo ela, não está sendo feito.
"O fórum identifica a ausência de liderança política do governo federal para articular e promover a adesão dos governos e de diversos setores para implementar ações eficazes. Essa agenda local é importante para a articulação para a conferência. O tempo está correndo e processo ainda não se instalou”, disse.
O seminário foi aberto na noite de ontem (9) pelo ativista indiano Kaylash Satyarthi, indicado ao Prêmio Nobel da Paz, em 2006. O seminário vai até amanhã (11) e é promovido pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CNJT).
Fonte: Agência Brasil
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Colega de quarto confessa ter matado estudante e atribui crime a bullying
Crime ocorreu em república no Jardim Botânico; família da vítima veio do Ceará para liberar corpo do jovem
RIO — Depois de um depoimento de 15 horas, o estudante de matemática Bruno Euzébio dos Santos, de 26 anos, confessou, na noite desta sexta-feira, que matou o colega de quarto José Leandro Pinheiro, de 21 anos, porque era vítima de bullying. Segundo o diretor da Divisão de Homicídios (DH), Rivaldo Barbosa, a confissão ocorreu na presença dos pais do autor do crime e de um psicólogo. Bruno, no entanto, não disse se era tratado por algum apelido, mas relatou que as risadas dos jovens da república no Jardim Botânico, onde ocorreu o crime, o incomodavam. O indiciado será levado para uma unidade prisional em Bangu no sábado.
Ele contou que, na noite da última quarta-feira, véspera do dia do crime, ele não conseguia dormir por causa dos colegas que ficaram conversando até tarde. Antes de cometer o assassinato, Bruno tentou abafar o som das conversas dos colegas colocando um fone de ouvido com música no último volume, mas disse não ter conseguido se concentrar nos estudos. Segundo o delegado, ele disse que as vozes persistiam em sua cabeça. Depois de tomar vodca com Coca-Cola e tranquilizantes, Bruno disse que pegou uma pedra de 30 centímetros que escorava a porta do térreo e atacou o colega, desferindo, em seguida, quatro facadas no peito dele. O criminoso foi achado desacordado na cozinha da república, com as mãos sujas de sangue, enquanto José Leandro estava morto no quarto. Segundo Rivaldo, Bruno contou que achava que os colegas estavam rindo dele.
— Até a tosse de José Leandro o irritava. Isso gerou um distanciamento social profundo entre Bruno e os colegas. Ele disse que se sentiu vítima de bullying. Seu temperamento era de uma pessoa calada, instrospectiva, enquanto os colegas brincavam. Estou estudando a possibilidade de pedir um exame de sanidade mental dele — disse Rivaldo, que indiciou Bruno por homicídio qualificado.
Os dois jovens eram alunos do curso de mestrado do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Bruno estava há 1 ano e 8 meses no Rio. Ao perceber que o convívio social estava insuportável, Bruno contou em depoimento que procurou dois psiquiatras, um na Barra de outro em Copacabana. Segundo o delegado, um deles receitou um remédio que impedia o estudante de dormir. Ele tomava ainda remédios controlados como Fluoxetina e Rivotril.
— Depois do crime, Bruno tentou se suicidar com vodca e vários comprimidos de rivotril. O depoimento dele confirmou o que a perícia relatou no laudo. Ele achava que as pessoas zombavam dele. Ele foi indiciado por homicídio qualificado porque não possibilitou a defesa da vítima. Para a DH o caso está elucidado, porque foi esclarecida a motivação, dinâmica do evento, além de ele ter sido autuado em flagrante — contou Rivaldo.
Família chega do Ceará para reconhecer corpo
A Divisão de Homicídios criou um Serviço de Estudo Comportamentais, com psicólogos que acompanham os casos onde há indícios de problemas psicológicos por parte dos suspeitos da autoria do crime. É o quinto caso que o serviço ajuda a elucidar. O pai de Bruno, José Enivaldo dos Santos, de 53 anos, que veio de Sergipe por causa do crime, pediu desculpas à família de José Leandro pela morte dele.
O agricultor Nestor Pinheiro, de 48 anos, após reconhecer o corpo do filho José Leandro, no Instituto Médico-Legal, revelou que o rapaz nunca comentou com a família nada de ruim sobre os colegas da república onde morava no Jardim Botânico. O último contato de José Leandro com a família ocorreu na terça-feira passada. Na ocasião, ele disse que estava feliz e que tinha comprado a passagem para o passar o fim de ano com a família no Ceará. Segundo Nestor, a mãe do rapaz, Josefa Maria Pinheiro, ficou muito abalada com a morte do filho e preferiu não vir ao Rio. A vítima tinha outros quatros irmãos, dois homens e duas mulheres.
Mãos sujas de sangue
Bruno foi achado desacordado na cozinha da república, com as mãos sujas de sangue. Ele foi levado para o Hospital Miguel Couto, onde permaneceu internado até esta sexta-feira, algemado, sob custódia da Polícia Militar. Peritos encontraram no quarto de José Leandro a pedra usada no crime, de cerca de 30 centímetros, suja de sangue e com vestígios de pele. Policiais também acharam duas facas sujas de sangue sobre um armário que fica entre a cozinha e o quarto de nove metros quadrados que os dois dividiam há cerca de um ano. No quarto de José Leandro e Bruno, a polícia achou, ainda, dois vidros de tranquilizantes vazios.
Na quinta-feira, o delegado Rivaldo Barbosa disse que não havia sinais de luta corporal na república, nem de uso de drogas. A perícia, segundo o delegado, mostrou que José Leandro havia sido atingido pela pedra quando estava deitado na cama: ele estava deitado, dormindo ou falando ao celular.
Na quinta-feira, sete estudantes do Impa, cinco deles estrangeiros, o caseiro e o gerente da república, além do coordenador do curso, prestaram depoimento na Divisão de Homicídios. Todos disseram desconhecer qualquer desavença entre os dois colegas de quarto. Os moradores da república, entre eles um belga e um cubano, chamaram a atenção para o fato de Bruno, que nasceu em Sergipe, ser muito retraído. Ele mal falava com os colegas da república.
Jovem estudioso e campeão de olimpíadas de matemática
Natural do Ceará, José Leandro nasceu na cidade de Deputado Irapuan Pinheiro, no sertão do estado, a cerca de 250km de Fortaleza. Filho de agricultores humildes, ele tem cinco irmãos. Ficou na cidade até os 14 anos e, por ser muito inteligente, ganhou uma bolsa de estudos para fazer o ensino médio numa escola agrícola em Iguatu, a 50km de Irapuan. Concluiu o curso aos 17 anos e, aprovado para estudar matemática na Universidade Federal do Ceará, mudou-se para a capital cearense, onde se formou aos 20 anos. Após um curso de 45 dias, foi selecionado para fazer o mestrado em matemática no Impa.
José Leandro, de acordo com o amigo Thiago Dourado, ganhou várias medalhas em olimpíadas de matemática. Em Deputado Irapuan Pinheiro, Elessandra Pinheiro Holanda, tia de José Leandro, disse que o sobrinho sempre foi um rapaz discreto, obediente e dedicado aos estudos.
A família de José Leandro soube da notícia da morte de Leandro na manhã de quinta-feira, por volta das 11h (horário local), por meio de um telefonema do Impa à prefeitura de Deputado Irapuan Pinheiro. Segundo Antônio Ícaro Pinheiro Vieira, funcionário da prefeitura que atendeu a ligação, a população da cidade está chocada com o ocorrido.
Impa decreta luto de dois dias
O Impa suspendeu as aulas nesta quinta-feira e na sexta, decretando luto oficial de dois dias. Em nota, o Impa informou também que está prestando toda a assistência necessária aos parentes de José Leandro, que vivem no Ceará.
O Globo
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Mulher agredida por usuário de crack na Barra é americana
O delegado titular da 16ª DP (Barra da Tijuca), Carlos Henrique Pereira Machado, informou que o usuário de crack que agrediu uma mulher na orla da Barra já foi atuado em flagrante por tentativa de homicídio. Ele foi identificado como sendo Alexandre Luiz de Oliveira, de 33 anos. A vítima se chama Renné Murdoch, de 44 anos, e foi internada em estado grave no Hospital Miguel Couto, na Gávea.
Renné está radicada no Rio há cerca de 12 anos, acompanhando o pastor e missionário Philip Murdoch, da Igreja Luz às Nações. Ele também é engenheiro. Neto de ingleses e morou no Estados Unidos, onde conheceu a mulher. O casal tem 4 filhos que estudam na Escola Internacional do Rio, que funciona na igreja Uninon Church, na Barra. Renné trabalha na igreja com o marido. Nos Estados Unidos ela atuava num grupo cristão que amparava mães solteiras, tentando dissuadí-las de fazer aborto.
A vítima está em coma induzido e acabou se se submeter à segunda cirurgia no Hospital Miguel Couto. Ela sofreu traumatismo craniano.
O acusado foi levado à delegacia por guardas municipais, que conseguiram resgatá-lo das mãos de populares que ameçavam linchá-lo.
O usuário de crack, em estado de choque, dizia apenas:
-- Já passou, já passou.
Blog do Ancelmo
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
Justiça tira a carteira de motorista de Thor Batista de novo
Filho do empresário Eike Batista responde processo por atropelar um ciclista
A Justiça do Rio de Janeiro não permitiu que Thor Batista volte a dirigir. A carteira de motorista do filho do empresário Eike Batista vai seguir suspensa, conforme decisão tomada nesta quinta-feira. Thor perdeu a habilitação depois que atropelou e matou um ciclista em março, e deveria permanecer sem dirigir por um ano, como determinado pela 2ª Vara Criminal de Duque de Caxias. Mas a defesa entrou com recurso pedindo a anulação do prazo imposto.
Em julho, o jovem teve a carteira de volta por meio de uma liminar, que valeria até que o recurso fosse julgado. Os advogados de Thor afirmam que ele já foi punido ao ter a carteira suspensa por dois meses (de maio a julho). Cabe novo recurso diante da negativa, e a defesa diz que está analisando as próximas ações a serem tomadas. Agora, ele terá de entregar mais uma vez a CNH ao Detran.
Atropelamento - O acidente ocorreu em 17 de março na Rodovia Washington Luís. O filho de Eike dirigia a Mercedes-Benz SLR McLaren a 135 km/h, segundo a perícia da Polícia Civil. A velocidade máxima permitida na via é de 110 km/h. Os advogados de Thor contestam a perícia e alegam que, segundo laudo particular, o carro estava trafegando com velocidade entre 87,1 km/h e 104,4 km/h.
De acordo com informações da denúncia, momentos antes do acidente que matou o ciclista Wanderson Pereira dos Santos, de 30 anos, o filho do empresário chegou a ultrapassar um ônibus pela faixa da direita e repetiu a manobra ao ultrapassar um carro. Thor é acusado de homicídio culposo (sem intenção), cuja pena é de 2 a 4 anos de prisão.
Veja
Funcionário de creche é suspeito de abusar de oito crianças
Duas meninas procuraram diretora e disseram que foram estupradas dentro do banheiro
Um auxiliar de serviços gerais de uma creche da cidade de Areia, cidade a 122 km de João Pessoa, é suspeito de ter estuprado pelo menos oito crianças dentro da unidade. As investigações da Polícia Civil e do Conselho Tutelar dão conta de que os abusos ocorrerem há dez anos, desde que ele entrou para trabalhar no local.
De acordo com a diretora da creche municipal, Edileide G. Caldas, a polícia foi chamada depois que duas crianças a procuraram e disseram que o homem as seguiram até o banheiro para cometer o abuso. O caso foi investigado e a prisão preventiva do suspeito foi determinada.
Depois que o homem foi preso, na última terça-feira (23), outras seis famílias procuraram a polícia e denunciaram o abuso de crianças. A Polícia Civil informou que muitos outros casos devem ter acontecido e espera mais denúncias nos próximos dias, além de casos ocorridos há muitos anos.
O homem foi detido em casa e negou qualquer abuso. Ele foi encaminhado para uma cadeia pública da cidade, onde ficará até o fim das investigações.
R7
Cientistas criam embrião saudável a partir de três doadores
Cientistas americanos anunciaram nesta quarta-feira ter criado embriões saudáveis a partir de três doadores.
Segundo eles, o novo tratamento de fertilização in vitro, que já causou polêmica, foi testado em humanos e em animais e gerou resultados "promissores".
A descoberta foi publicada na revista científica Nature.
Os embriões humanos foram criados em laboratório e tinham aparência normal, enquanto macacos nascidos por meio da mesma técnica permanecem "saudáveis", disseram os especialistas. Os animais têm três anos de idade.
Uma consulta pública sobre os padrões éticos do uso desse tratamento deve ser realizada no Reino Unido nos próximos dias.
O resultado será encaminhado ao secretário de Saúde do país (cargo equivalente ao do ministro da Saúde brasileiro) no ano que vem.
A técnica foi concebida para prevenir doenças mitocondriais fatais e debilitantes, que são passadas das mães para os filhos e que também causam fraqueza muscular, cegueira e insuficiência cardíaca.
O tratamento envolvendo os três doadores usa a informação genética central da mãe e do pai e a insere em um embrião de um doador com mitocôndrias sadias.
As mitocôndrias estão presentes no citoplasma dos óvulos - tal como a clara do ovo de uma galinha. Elas contém somente uma pequena fração do material genético e são responsáveis por determinar características como a textura do cabelo ou a cor dos olhos contidas no núcleo - um pontinho da gema, na mesma analogia.
Os cientistas vêm estudando duas maneiras de criar embriões a partir de três doadores.
Uma delas é tirar o núcleo do óvulo da mãe e inseri-lo em um óvulo de uma doadora que possui mitocôndrias saudáveis e que teve seu núcleo previamente removido. Esse novo óvulo poderá, então, ser fertilizado com o esperma do pai.
A outra forma é fertilizar o óvulo da mãe primeira antes de remover seu núcleo e inseri-lo no embrião de um doador.
O estudo conduzido pelos cientistas americanos centrou-se na primeira opção.
Teste
Para dar início à pesquisa, a equipe colheu óvulos de sete mulheres que concordaram em participar do experimento.
Os cientistas, então, substituíram o DNA mitocondrial em 65 óvulos e, durante aproximadamente uma semana, analisaram a evolução do material.
A taxa de fertilização foi similar em 33 dos óvulos que não haviam sido previamente manipulados, embora metade deles possuía alguma anormalidade.
Os que fertilizaram se desenvolveram até o estágio blastocístico cinco ou seis dias depois, patamar em que os embriões oriundos de fertilização in vitro são normalmente transferidos para as trompas da mãe - em uma taxa de controle similar.
Masahito Tachibana e sua equipe afirmaram que a pesquisa revela que a técnica pode funcionar, pelo menos, em laboratório. Ainda não se sabe, contudo, se o procedimento poderia originar um bebê saudável.
Os cientistas agora querem saber se podem fazer mais estudos para assegurar que o tratamento é seguro.
Mary Herbert, professora da Universidade de Newscastle e especialista no tema, também vem estudando a fertilização in vitro a partir de três doadores, mas usando um outro método que tira o núcleo de um embrião já fertilizado.
Ela descreveu as últimas descobertas como "encorajadoras" e disse que elas serviam de prova de que o procedimento estava no caminho certo, embora tenha defendido que sua técnica apresentará melhores resultados.
Futuro
Antes de qualquer um dos métodos ser usado para ajudar casais a terem bebês saudáveis, o governo britânico precisará aprovar o tratamento, que receberá uma licença do órgão regulador - a Human Fertilisation and Embryology Authority (HFEA).
Uma aprovação nos mesmos moldes também terá de ser feita em outros países.
No ano passado, a HFEA revisou a efetividade científica das duas técnicas. No documento final, o órgão regulador decidiu que os dois métodos poderiam ser úteis em prevenir uma anormalidade mitocondrial, mas recomendou que novos experimentos fossem feitos para garantir a segurança do procedimento.
Para Peter Braude, professor de obstetrícia e ginecologia da Universidade King's College London, "é exatamente sobre esse tipo de ciência que o comitê de especialistas da HFEA cobra mais testes, de modo a averiguar a eficiência da técnica".
"Entretanto, ainda temos um longo caminho a percorrer até que o tratamento possa ser usado em humanos", acrescentou.
Segundo Braude, "apenas um em cada cinco embriões fertilizados normalmente chegam ao estágio em que podem ser implantados".
"Isso significa que para se ter certeza de quais embriões podem ser transferidos, em torno de 12 embriões são necessários, o que nem sempre é possível em um tratamento de fertilização in vitro".
BBC Brasil
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Polícia acredita que colega de quarto tenha matado estudante na Zona Sul
Delegado diz que suspeito estava desacordado na cozinha com as mãos sujas de sangue
RIO — O delegado titular da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, disse que todos os indícios levam a crer que o colega de quarto do estudante José Leandro Pinheiro, de 21 anos, tenha assassinado o rapaz que foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira no quarto de uma república na Rua Pacheco Leão, no Horto, no Jardim Botânico, Zona Sul do Rio. Barbosa disse que o suspeito, que estava desacordado na cozinha quando a polícia chegou, tinha as mãos sujas de sangue:
— É provável que o acusado tenha ingerido bebidas alcoólicas ou medicamentos, já que encontramos dois vidros de tranquilizantes vazios — afirmou o delegado. O policial disse ainda que vai aguardar o laudo da perícia para decretar a prisão em flagrante do rapaz.
De acordo com o comandante do 23º BPM (Leblon), tenente-coronel Luiz Octávio Lopes da Rocha Lima, o suspeito parecia bastante alterado, com sinais de embriaguez. Segundo a PM, o corpo de José estava na cama do quarto onde morava e tinha um ferimento na cabeça e pelo menos uma facada na altura do peito. No mesmo cômodo, havia uma pedra de cerca de 30 cm com manchas de sangue. A polícia acredita que o machucado na cabeça de José tenha sido causado por um golpe com a pedra. Já a faca que pode ter sido usada no crime foi encontrada sobre um armário que fica entre a cozinha e o quarto. O acusado foi encaminhado para o Hospital municipal Miguel Couto e será levado para a Divisão de Homicídios (DH), quando estiver recuperado, para prestar depoimento. Os estudantes que moram na república já seguiram para a DH.
A PM foi acionada por volta das 8h pelo caseiro da república. O funcionário foi o primeiro a encontrar o corpo de José Leandro. No local, moram 15 estudantes do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa), localizado também no Jardim Botânico. O rapaz dividia o quarto com o suspeito do crime, segundo colegas. Os estudantes contaram à polícia que não ouviram barulho de briga ou discussão na noite desta quarta-feira. Eles negaram que tivessem realizado uma festa. Os colegas contaram ainda que os dois estavam no computador e devem ter ido dormir por volta de 1h.
Um amigo de José Leandro, que o conhecia havia cinco anos, confirmou a identidade do jovem. Ele chegou ao local assim que soube do ocorrido. Os dois estudaram matemática na Universidade Federal no Ceará (UFC). Eles vieram juntos da cidade de Deputado Irapuan Pinheiro, no Ceará, para o Rio fazer mestrado no Impa. Ele contou que se encontrou com José Leandro nesta quarta-feira.
— Ele estava calmo e tranquilo quando a gente se viu no Impa. José não tem histórico de desavenças com ninguém — afirmou o amigo, que não quis se identificar.
O Globo
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Desenho de aluna de 5 anos ajuda polícia a deter suspeito de estupro
Desempregado reconhecido pela vítima foi indiciado por estupro em escola.
Mas por conta da lei eleitoral, morador de rua de São Paulo foi solto.
Um desenho de um homem barbado, com traços infantis, feito à mão por uma menina de 5 anos, e o depoimento assinado por ela mesma ajudaram a Polícia Civil de São Paulo na identificação do suspeito de violentar sexualmente a garota.
O crime teria ocorrido em agosto deste ano, dentro da escola municipal onde ela estudava, na Zona Leste da capital paulista. Um desempregado de 37 anos chegou a ser preso pela suspeita do crime de estupro, no início de outubro, mas foi posto em liberdade porque não havia sido detido em flagrante, como determina a lei eleitoral. Ele é morador de rua, dormia numa obra vizinha à escolinha, e teria entrado no local ao pular um muro.
A criança contou no 24º Distrito Policial, em Ermelino Matarazzo, que naquela tarde de agosto ela brincava sozinha no pátio da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Professora Ana Marchione Salles, no Jardim Popular, quando o agressor a agarrou por trás, beijou sua boca e abusou dela.
O delegado titular Marcel Druziani afirmou nesta quarta-feira (24) ao G1 que investiga se funcionários falharam na segurança da menina. Procurada para comentar o assunto, a Secretaria Municipal de Educação (SME) divulgou nota informando que abriu procedimento para apurar o caso (leia íntegra abaixo).
A equipe de reportagem teve acesso a uma cópia de um dos desenhos do estuprador que foram feitos pela menina. “Eu pedi para ela desenhar quem a atacou. Ela mesma que fez a barba comprida do homem e o cabelo encaracolado. Ela desenhou o agressor na frente de um dos investigadores, que ficou com um dos desenhos”, disse a mãe da menina, a auxiliar administrativa Priscila, de 26 anos, que tem outra filha, de 3 anos, e é separada.
Depoimento
A garota fez questão de assinar o boletim de ocorrência juntamente com a sua mãe. “Resolvi procurar a polícia depois que minha filha voltou para casa com a calcinha ensanguentada. Antes, tinha levado a roupinha dela para a escola, mas as professoras me fizeram acreditar que a menina teria caído do escorregador. Eu achei a história estranha porque ela me falou de um homem mau e fedorento que a pegou”, disse Priscila, que tirou a filha da escola. "Ela agora faz aulas de balé e artes marciais. No próximo ano, vou colocá-la numa escolinha particular".
Laudo
Logo após prestar as declarações na polícia, a menina passou por exames no departamento de sexologia forense do Programa Bem-me-quer de Atendimento Especial às Vítimas de Violência Sexual, do Hospital Pérola Byington, onde apresentou “equimose arroxeada, com 1,5 centímetros de extensão, irregular” no ânus.
Laudo do Instituto Médico-Legal (IML) da Polícia Técnico Científica, feito no hospital, indicou que a criança “apresenta lesão anal compatível com a prática de atos libidinosos”. O documento, no entanto, não é conclusivo ao sugerir também que o ferimento pode ter sido causado de forma “acidental, automanipulação ou decorrente de alterações de hábito intestinal”.
Mesmo assim, a mãe da vítima contou à equipe de reportagem que, por precaução, a filha tomou coquetel anti-HIV e outros remédios contra doenças sexualmente transmissíveis.
Em 2 de outubro, um homem com roupas sujas e com as mesmas características físicas da ilustração feita anteriormente pela vítima na delegacia, foi reconhecido pela criança quando ela caminhava com avó em direção ao mercado. Ele foi detido pela Polícia Militar e levado para o 24º DP, onde negou o crime. Mesmo assim, acabou indiciado por estupro de vulnerável, já que laudo do IML, indicou que a garota apresentou ferimentos similares aos de vítimas de abuso. Outros exames complementares foram requisitados pela polícia para tentar corroborar a acusação da menina de que foi o morador de rua que a violentou.
Lei eleitoral
“A menina é muito inteligente e não iria mentir. Tudo indica que ela foi atacada dentro da escola mesmo. O desenho feito por ela, bem como seu relato preciso, o reconhecimento feito por ela e a ida dela com os investigadores até a escola, indiciando onde foi pega, o laudo do IML, enfim, todas essas provas formaram a convicção da autoridade policial para determinar o indiciamento do suspeito. Para se ter uma ideia, o suspeito chegou a ser colocado do lado de mais três homens, com as mesmas características dele e a menina voltou a reconhecê-lo. Não há dúvidas que foi ele”, disse o delegado Marcel Druziani.
Para revolta da família da menina, no entanto, esse homem foi posto em liberdade na mesma data em que tinha sido detido pela PM, que em cumprimento à lei eleitoral só permite a prisão de suspeitos em flagrante. No dia 7 de outubro ocorreria a votação para a escolha do prefeito da cidade. Nenhum eleitor pode ser detido ou preso cinco dias antes e 48 horas após o encerramento das eleições, exceto em casos de flagrante ou mediante sentença condenatória.
“Como a prisão dele não foi em flagrante tivemos de soltá-lo para não ferir a lei eleitoral”, justificou o delegado, que deve pedir a prisão preventiva do suspeito para que ele fique detido até um eventual julgamento. "O pedido à Justiça deverá ser feito após o período eleitoral".
“É lamentável que uma lei tão arcaica dessa ainda prevaleça e coloque nas ruas um monstro desses que estuprou minha filha e pode estuprar outras meninas mais por aí”, afirmou Priscila, que criticou a falta de segurança da escola e a omissão de funcionários. “Além de não prestarem atenção nos alunos, minha filha me contou que disse às professoras que tinha sido abusada por um homem, mas elas pediram para ela não falar nada para mim porque era um segredo delas”.
O que diz a escola
Questionada, a assessoria de imprensa da SME divulgou a seguinte nota: “A direção da EMEI Prof. Ana Marchione Salles abriu apuração preliminar em agosto passado para apurar episódio envolvendo aluna da unidade. A determinação foi feita pela Diretoria Regional de Educação Penha (DRE Penha), a qual a escola está subordinada. O processo se encontra em fase de conclusão. A diretoria está colaborando com a polícia para a total elucidação dos fatos.”
G1
Atenção: Aerus
Criado em TERÇA, 23 OUTUBRO 2012 19:22
Saiu agora uma nova decisão da 14ª Vara Federal do DF sobre o caso Aerus, ampliando a multa por descumprimento da sentença para R$ 440.000 por dia, pelo não pagamento por parte da União das pensões e aposentadorias. A sentença definiu também prazo de 5 dias para a indicação de um responsável pelo cumprimento da decisão por parte do governo, sob pena de improbidade administrativa, entre outras importantes decisões para os aposentados do Aerus.
Diante disso, o SNA, a Fentac/CUT e as comissões de aposentados decidiram adiar o ato previsto para esta quinta-feira (25/10), nos aeroportos de Porto Alegre, São Paulo e Rio de Janeiro, a fim de aguardar os desdobramentos desta nova sentença, que fortalece nosso movimento por uma solução para o caso Aerus.
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terça-feira, 23 de outubro de 2012
Mulher aciona polícia e diz ter achado camisinha em extrato de tomate
Ela relata que fazia macarronada para aniversário do filho em Caarapó (MS).
Fabricante afirma que consumidora não fez contato ou entregou amostra
A empresária Maria Luiza Lopes Martins, de 32 anos, afirma que teve uma desagradável surpresa quando preparava o jantar para os amigos. Segundo ela, havia uma camisinha dentro da lata do extrato de tomate Elefante que utilizava para temperar o macarrão. O caso aconteceu no último sábado (20) em Caarapó, a 273 km de Campo Grande, e foi registrado na polícia nessa segunda-feira (22).
Ao G1, a Cargill, fabricante do produto, informou que a consumidora não contatou a empresa para relatar o ocorrido e entregar amostra para análise.
Maria Luiza afirmou ao G1 que comprou o produto em um mercado da cidade para preparar a macarronada em comemoração ao aniversário do filho. “Eu temperei um pouco do macarrão, experimentei para ver se estava bom e falei para minha vizinha experimentar também. Ela falou para eu colocar mais um pouco do extrato e, quando fui colocar, achei a camisinha”, relatou.
Grávida de sete meses, a empresária alega que o produto estava devidamente lacrado. “Me deu muito nojo, é uma coisa que a gente não espera encontrar. A única coisa que eu quero é meu direito de consumidora.”.
Em busca de uma solução, Maria Luiza registrou boletim de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil de Caarapó. O estabelecimento que vendeu o produto, segundo ela, teria informado a Cargill sobre o problema e, nesta terça-feira (23), a empresa teria entrado em contato para agendar uma visita e verificar o que aconteceu.
O delegado Rinaldo Gomes Moreira disse que o extrato de tomate e a camisinha deverão ser recolhidos para análise e que o caso será apurado.
“Vamos verificar o número do lote, data de fabricação, prazo de validade, onde ela comprou e também quem estava na casa na hora. Tudo isso para investigar se houve ou não crime contra o consumidor”, destacou o delegado.
A Cargill afirmou ainda que "trabalha continuamente para aperfeiçoar seus rígidos padrões de qualidade".
Veja, na íntegra, a nota da Cargill sobre o caso:
Até o momento, a consumidora de Caarapó (MS) não contatou a empresa para relatar o ocorrido e entregar amostra do produto para análise.
A empresa reitera seu compromisso com a segurança alimentar e seus padrões de higiene e qualidade. Além disso, trabalha continuamente para aperfeiçoar seus rígidos padrões de qualidade em sua fábrica de processamento de tomates em Goiânia, os quais são diariamente monitorados por equipes especializadas, com o objetivo de avaliar os processos de fabricação, implementação de inovações e melhorias, independentemente de quaisquer exigências formais.
G1
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segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Conheça os direitos da infância
ONU celebra Dia Internacional das Meninas
Brasília, 11 de outubro de 2012 – O Dia Internacional das Meninas, celebrado pelas Nações Unidas pela primeira vez neste dia 11 de outubro, marca os progressos realizados na promoção dos direitos das meninas e mulheres adolescentes e reconhece a necessidade de se ampliar as estratégias para eliminar as desigualdades de gênero em todo o mundo.
Nesta ocasião, os Escritórios Regionais para a América Latina e o Caribe do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), da ONU Mulheres, da Campanha do Secretário-Geral das Nações Unidas Una-se pelo Fim da Violência contra as Mulheres e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) expressam sua preocupação com a situação de milhões de meninas e adolescentes na região, especialmente aquelas que vivem em situação de extrema pobreza ou estão sujeitas à discriminação de gênero e a outros tipos de violência.
A América Latina e o Caribe são as únicas regiões onde as taxas de gravidez na adolescência estão estagnadas ou aumentaram, apesar de as taxas totais de fecundidade estarem em declínio. Atualmente, na região, quase uma em cada cinco crianças nasce de mãe adolescente, com idade entre 15 e 19 anos; no Brasil, um em cada cinco nascimentos ocorre com mães com idade entre 10 e 19 anos.
As relações sexuais antes dos 14 anos são classificadas pela legislação brasileira como estupro de vulnerável, ou seja, legalmente consideradas uma violação de direitos, um crime. Apesar disso, a idade média da primeira relação sexual no País é de 15,3 anos, sendo que 31,4% das pessoas sexualmente ativas têm relações sexuais antes dos 15 anos, segundo a Pesquisa Nacional de Demografia em Saúde (2006). E do total de meninas entre 12 e 17 anos, 2,8% já tiveram filhos.
O fato mais preocupante é que a taxa de gravidez vem aumentando para o grupo de meninas de até 15 anos: segundo o Ministério da Saúde, em 2004 a taxa era de 8,6 por grupo de mil nascidos vivos, tendo passado para 9,6 por mil nascidos vivos em 2009.
Em muitos países da América Latina e do Caribe, a idade mínima legal para o casamento de meninas varia entre 14 e 16 anos, mas há alguns casos em que chega a 12 ou 13 anos, contribuindo para a alta taxa de gravidez na adolescência. A maioria dessas meninas vive em zonas rurais ou em comunidades pobres dos centros urbanos.
No Brasil, o casamento é permitido a partir dos 16 anos; entre 14 e 16 anos as e os adolescentes podem se casar, desde que obtenham autorização judicial. Abaixo de 14 anos, o casamento formal é considerado crime. Segundo dados oficiais do Censo 2010 do IBGE, a população brasileira com idade entre 10 e 14 anos é de 17.166.761 pessoas, das quais 45.785 declararam estar em situação de união estável ou casamento informal; 1,2% das adolescentes de até 17 anos estão civilmente casadas.
Outro dado importante é que hoje 2% das meninas entre 12 e 17 anos são consideradas as principais responsáveis pelo domicílio. No total dos adolescentes nessa categoria, as meninas representam 58% e os meninos, 42%.
A maternidade – que se apresenta como única opção de vida para muitas adolescentes – torna-se um mecanismo de reprodução de padrões de exclusão e manutenção da pobreza, representando grave ameaça ao desenvolvimento pleno e à realização dos direitos dessas meninas e adolescentes, como educação e saúde. No Brasil, um estudo feito pelo Ipea em 2008 mostrou que, entre as meninas de 10 a 17 anos sem filhos, 6,1% estavam fora da escola. Entre as meninas que tinham filhos, 75,7% não estudavam e 57,8% não estudavam e nem trabalhavam. Também são as meninas e adolescentes as maiores vítimas de violência e exploração sexual, representando, no Brasil, quase 80% dos casos de denúncias recebidas pelo serviço Disque 100 em 2010.
Considerando os riscos diretos à saúde, adolescentes são mais sujeitas a complicações relacionadas à gravidez e ao parto e têm maior chance de ser vítimas de morte materna quando comparadas às mulheres adultas.
Segundo os dados do Ministério da Saúde, no Brasil, quanto menor a idade menos consultas pré-natais são realizadas, aumentando assim os riscos de complicações relacionadas à gravidez e de morte materna. Meninas que deram à luz antes dos 15 anos têm cinco vezes mais chance de morrer durante o parto que mulheres mais velhas.
Segundo dados do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos do Ministério da Saúde (Sinasc) em 2009, entre meninas grávidas de até 15 anos de idade, 38% fizeram sete consultas pré-natais ou mais. Entre adolescentes grávidas de 12 a 17 anos, a proporção foi de 43,5%. Para as adolescentes grávidas negras e indígenas, o acesso ao número preconizado de consultas foi menor em ambos os grupos etários. A falta de cuidados adequados durante a gestação aumenta o risco de baixo peso ao nascer, desnutrição e déficit no desenvolvimento físico e cognitivo do bebê.
A gravidez na adolescência é uma questão complexa e envolve vários fatores. Segundo as pesquisas, quanto mais jovem a mãe maior é o desejo de ter filhos, especialmente nos grupos mais excluídos e historicamente discriminados; a gravidez assume um papel crucial em seus “projetos de vida” e se torna uma opção para muitas meninas que buscam maior reconhecimento social. Uma resposta adequada a essa questão depende da compreensão, por parte de toda a sociedade, dos significados que a união, o casamento e/ou a gravidez podem ter na vida dessas meninas, e da construção de alternativas que permitam a elas conhecer e ampliar seu repertório de direitos, seus horizontes, e, por consequência, construir habilidades para mudar os rumos de sua história.
Os contextos de vulnerabilidade aqui descritos afetam desproporcionalmente as meninas adolescentes e perpetuam um ciclo de iniquidades, pobreza e violência. Por isso, as agências das Nações Unidas recomendam aos governos a adoção de medidas urgentes, decisivas e orquestradas para garantir que cada menina tenha o direito de viver plenamente sua adolescência e desenvolver todo o seu potencial. Ou seja, um presente e um futuro com direitos e equidade, sem violência e discriminação.
Fonte: Unicef Brasil
promenino
Mesmo após matar os pais, Suzane briga com irmão por metade da herança
Patrimônio está avaliado em R$ 11 milhões
Mesmo após matar os pais, Suzane von Richthofen briga com irmão Andréas por metade da herança. O patrimônio está avaliado em R$ 11 milhões. O processo de inventário corre desde 2002 e já tem 11 volumes. Todos os bens da família estão bloqueados pela justiça.
Além da casa, avaliada em R$ 2 milhões, a herança dos Richthofen tem outros nove imóveis, entre casas e terrenos. Além disso, há quatro carros, uma moto e cinco contas bancárias. E participação em duas empresas. Há também o conteúdo de um cofre lacrado sob os cuidados da Justiça.
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Casal é preso suspeito de matar filha em Ibirité, na Grande BH
Bebê de três meses apresentava várias lesões no corpo.
Segundo PM, marcas indicam que ela teria sido tortura.
Um homem, de 24 anos, e uma mulher, de 19, foram presos, nesta segunda-feira (22), suspeitos de matar a filha em Ibirité, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com a Polícia Militar (PM), o bebê de três meses foi encontrado sem vida e com diversas lesões em seu berço, na casa em morava com os pais. Ainda segundo a corporação, as marcas pelo corpo da criança indicam que ela teria sido tortura.
A PM também informou que a mãe da menina confessou ter matado filha e disse que estaria brincando com o bebê quando provocou os ferimentos. Já o pai, que tem passagens pela polícia por assalto e tráfico de drogas, negou envolvimento com a morte.
De acordo com a corporação, uma ocorrência de maus-tratos já havia sido registrada no início deste mês. A PM também informou que a mãe da mulher detida alega que o casal tenha sido responsável pela morte de outra filha, há cerca de um ano. Segundo militares, na certidão de óbito consta que a outra criança também tinha diversos ferimentos no corpo.
Os detidos foram encaminhados para Delegacia de Homicídios de Ibirité, onde serão ouvidos. De acordo com a Polícia Civil, o delegado Daniel Araújo ficará à frente das apurações.
G1
domingo, 21 de outubro de 2012
AINDA LEMBRAM? NADA ACONTECEU.....
Pessoal, talvez vcs não conheçam, mas nos ajudem a divulgar este caso para não cair no esquecimento.
Joanna Marcenal, era da nossa família, morreu com 5 anos de idade, vítima de maus tratos.
E os responsáveis estão soltos. Hoje dia 20 de outubro, ela completaria mais um ano de vida.
Queremos Justiça!
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