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Maria Célia e Carmen
notícias atuais sobre saúde, violência,justiça,cidadania,educação, cultura,direitos humanos,ecologia, variedades,comportamento
sábado, 20 de julho de 2013
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Paciente morre esperando em US Pinheirinho
O motorista Vilmar Cardoso, 57 anos, sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu ao esperar por atendimento em uma unidade de saúde 24 horas no bairro Pinheirinho, em Curitiba, no final da noite de quinta-feira (18). A família de Cardoso acusa os médicos do Centro Municipal de Urgências Médicas (CMUM) de mal atendimento e deboche.
A filha de vilmar, Giselle Luiz, disse que o paciente aguardou cinco horas para ser atendido e que houve negligência no atendimento.
"Meu pai estava debilitado, não andava e estava na cadeira de rodas. Eu estava buscando atendimento para ele não porque ele não precisava, mas porque ele é renal crônico", disse.
Os outros pacientes que estavam no local ficaram revoltados com a situação e chegaram a quebrar uma das portas. Alguns também reclamaram da demora e da prioridade dos atendimentos. Após o tumulto, os médicos e enfermeiros decidiram paralisar os serviços.
A Prefeitura Municipal informou que o atendimento foi normalizado horas depois e que a Secretaria Municipal de Saúde vai investigar quais foram os procedimentos adotados no atendimento do paciente
Jornale
A filha de vilmar, Giselle Luiz, disse que o paciente aguardou cinco horas para ser atendido e que houve negligência no atendimento.
"Meu pai estava debilitado, não andava e estava na cadeira de rodas. Eu estava buscando atendimento para ele não porque ele não precisava, mas porque ele é renal crônico", disse.
Os outros pacientes que estavam no local ficaram revoltados com a situação e chegaram a quebrar uma das portas. Alguns também reclamaram da demora e da prioridade dos atendimentos. Após o tumulto, os médicos e enfermeiros decidiram paralisar os serviços.
A Prefeitura Municipal informou que o atendimento foi normalizado horas depois e que a Secretaria Municipal de Saúde vai investigar quais foram os procedimentos adotados no atendimento do paciente
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Estudante que morava debaixo da ponte se muda para casa em Esteio
Alugada pela prefeitura, moradia abrigará José e sua família por período mínimo de seis meses
Às oito e trinta desta gelada sexta-feira, o sonho de José Luiz Camboim Moni, que quer ser médico, ganhou novos contornos de realidade. Quando o caminhão alugado pela prefeitura de Esteio estacionou em frente a sua moradia, debaixo da ponte na BR-116, ele, a mãe Tatiana e os irmãos Jorge, 11 anos, e Matheus, 13, já esperavam ansiosos pelo início da mudança.
Após ter sua história contada pela repórter Kamila Almeida e o fotógrafo Tadeu Vilani , uma rede de solidariedade foi formada para impulsionar o estudante, de 15 anos, a aproximar-se do ideal. A prefeitura decidiu doar o aluguel de uma casa, com água e luz, até a família ter condições de comprar a própria habitação.
De pé desde às 6h30min, José e a mãe haviam empacotado quase todos os pertences quando o carregamento começou. Alguns itens que restavam avulsos, Tatiana fazia questão de recolher depressa.
—Vamos gurizada, ajudem! Não vamos deixar o caminhão esperando— gritava, animada, a mãe.
Uma força tarefa de voluntários ajudou no transporte dos objetos pessoais para dentro do caminhão. Em um espaço de quase 40 metros quadrados, eles tinham parte do que uma família precisa para sobreviver: colchão, duas televisões, videogame, jogos, bicicletas, máquina de lavar, cobertas, roupas, alimentos, mesa e, o mais importante, livros. Muitos livros.
— Cuidado, não vai deixar cair na água — dizia José, atento a acomodação do material em uma caixa de papelão.
No lugar onde vai residir a partir de hoje, a família vê um cenário bem diferente do que convivia nos últimos nove meses. O chão úmido de barro foi substituído por um piso de lajota. A rodovia que servia de teto foi trocada por um forro de verdade. Com quatro quartos, banheiro, sala e cozinha amplas, a casa de quase 100 metros quadrados tem churrasqueira, forno à lenha e um pátio repleto de bananeiras, pitangueiras e ameixeiras, onde os irmãos poderão correr a vontade.
De poucas palavras, José expressava no sorriso e nas brincadeiras com o irmão menor a faceirice pela mudança. Perguntado sobre o que faria na casa nova, de pronto respondeu que terá melhores condições de estudar:
— Aqui vou poder ter um computador. Não vou precisar ir mais na lan house — disse, timidamente.
Zero Hora
Às oito e trinta desta gelada sexta-feira, o sonho de José Luiz Camboim Moni, que quer ser médico, ganhou novos contornos de realidade. Quando o caminhão alugado pela prefeitura de Esteio estacionou em frente a sua moradia, debaixo da ponte na BR-116, ele, a mãe Tatiana e os irmãos Jorge, 11 anos, e Matheus, 13, já esperavam ansiosos pelo início da mudança.
Após ter sua história contada pela repórter Kamila Almeida e o fotógrafo Tadeu Vilani , uma rede de solidariedade foi formada para impulsionar o estudante, de 15 anos, a aproximar-se do ideal. A prefeitura decidiu doar o aluguel de uma casa, com água e luz, até a família ter condições de comprar a própria habitação.
De pé desde às 6h30min, José e a mãe haviam empacotado quase todos os pertences quando o carregamento começou. Alguns itens que restavam avulsos, Tatiana fazia questão de recolher depressa.
—Vamos gurizada, ajudem! Não vamos deixar o caminhão esperando— gritava, animada, a mãe.
Uma força tarefa de voluntários ajudou no transporte dos objetos pessoais para dentro do caminhão. Em um espaço de quase 40 metros quadrados, eles tinham parte do que uma família precisa para sobreviver: colchão, duas televisões, videogame, jogos, bicicletas, máquina de lavar, cobertas, roupas, alimentos, mesa e, o mais importante, livros. Muitos livros.
— Cuidado, não vai deixar cair na água — dizia José, atento a acomodação do material em uma caixa de papelão.
No lugar onde vai residir a partir de hoje, a família vê um cenário bem diferente do que convivia nos últimos nove meses. O chão úmido de barro foi substituído por um piso de lajota. A rodovia que servia de teto foi trocada por um forro de verdade. Com quatro quartos, banheiro, sala e cozinha amplas, a casa de quase 100 metros quadrados tem churrasqueira, forno à lenha e um pátio repleto de bananeiras, pitangueiras e ameixeiras, onde os irmãos poderão correr a vontade.
De poucas palavras, José expressava no sorriso e nas brincadeiras com o irmão menor a faceirice pela mudança. Perguntado sobre o que faria na casa nova, de pronto respondeu que terá melhores condições de estudar:
— Aqui vou poder ter um computador. Não vou precisar ir mais na lan house — disse, timidamente.
Zero Hora
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quinta-feira, 18 de julho de 2013
Vivemos em uma sociedade doente que odeia conviver com suas crianças
Recentemente, eu e minha namorada decidimos ir até uma loja em um Shopping Center de São Paulo comprar um DVD para passarmos a noite de sábado assistindo a um bom filme, comendo pipoca e tomando vinho quando nos deparamos com um estabelecimento, ao lado de uma livraria, que parecia ser um Salão de Belezas para crianças. Neste local, uma menina que aparentava ter aproximadamente 3 ou 4 anos fazia as mãos em uma manicure, enquanto outra garotinha, com algo em torno de 6 anos, cortava os cabelos, fazia maquiagem e punha algum produto químico nas madeixas. Não vimos a presença dos pais dessas crianças no dito estabelecimento, o que nos fez julgar que, enquanto pais e mães faziam suas compras no shopping, manicures, cabeleileiros e animadores entretiam as crianças. No fim, após passarem algumas horas no shopping, os pais passavam no caixa e pagavam a conta pela comodidade de não terem que cuidar dos próprios filhos.
Uma das críticas que faço aqui, é voltada ao serviço dos “animadores de crianças” como símbolo de uma sociedade que não quer mais conviver com suas crianças. Eu não tenho filhos, apesar disso convivo com crianças devido a carreira que escolhi seguir como educador. Fiz estágio em escolas públicas e dei aulas de reforços para alunos da classe média-alta de São Paulo (Santo Américo, Pio XII, Miguel de Cervantes, Porto Seguro, etc. etc.). Além disso, tenho sobrinho e sobrinhas e vivo com uma pessoa que há anos dá aulas em escolas públicas, cursinhos e escolas particulares. Por isso acredito que ambos temos alguma propriedade ou conhecimento de causa quando falamos que esta sociedade não quer criar os próprios filhos. Pior que isso, é uma sociedade que não quer sequer conviver com eles.
A cada ano, é perceptível a presença cada vez maior de gente especializada em serviços para cuidar de crianças enquanto os pais trabalham ou fazem outras coisas. Quando dava aulas de reforço para os meninos da classe média-alta, sempre me surpreendia ao ver crianças de 10 a 14 anos com agendas repletas de segunda a sábado. Além da escola, tinham que fazer curso de um ou dois idiomas, aula de um ou dois instrumentos musicais, natação, balé, academia, etc. etc. Essas crianças diziam para mim que iam mal na escola, pois não tinham tempo de ler suas apostilas de História. O único horário que tinham disponível em suas agendas, e mesmo assim, nem todos os dias, era entre as 19h e as 22h, quando não queriam fazer nada, apenas ver TV ou jogar videogame. O que é perfeitamente compreensível.
Crianças que passam mais tempo com babás, seguranças, motoristas, guarda-costas, empregadas domésticas, professores de todos os tipos, personal trainers, e uma série de outros profissionais especializados do que com seus próprios pais. Durante a semana, no fim do dia, nos parcos momentos em que teriam para desfrutar da companhia dos pais, estes ainda estão trabalhando em seus empregos, ou levam serviço pra casa e se trancam em seus escritórios, enquanto os filhos, por sua vez, se trancam em seus quartos (isso quando os pais simplesmente não preferem ficar dormindo ou descansando em seus quartos). Dentro de casa, é comum que pais e filhos não convivam em um mesmo ambiente. Mal fazem uma refeição juntos. Um símbolo emblemático disso é que, em muitas casas, já é bastante comum que as salas de estar não tenham mais uma televisão. Estes aparelhos estão nos respectivos quartos das crianças e do casal.
Já no fim de semana, quando pais e filhos acabam saindo juntos e indo aos shoppings, os pais deixam seus filhos em Lan Houses ou nos salões de estética para crianças, como aquele que critiquei no início deste post. Segundo os depoimentos de alguns pais, é necessário que eles “dediquem algum tempo a si mesmos” e que possam desfrutar de “algumas horas de paz” no fim de semana. Ou seja, o convívio com as crianças não é visto como “um momento de paz”.
Isso fica ainda mais evidente quando chegamos na época das férias escolares, o verdadeiro terror de muitos pais. É sempre aquele grande problema descobrir o que fazer com os filhos que vão passar mais tempo em casa. É comum vermos nos telejornais matérias dando opções aos pais de onde levar os filhos durante as férias. Programas educativos, museus, clubes, exposições, atividades mil que ocupem o tempo das crianças e as tirem de dentro de casa, mesmo nos fim de semana, enquanto os pais podem estar ausentes realizando suas atividades cotidianas ou, simplesmente, tendo alguns momentos de paz. Vejam alguns exemplos abaixo:
Recreio nas férias durante o recesso escolar
Instituto Butantan programa especial durante as férias escolares
Oferta de trabalho temporário aumenta nas férias escolares
Todo este cenário pode ser observado mesmo por quem não tem filhos ou não seja educador. Basta observar a sociedade em que vivemos. Ao deparar-me com o salão de beleza para meninas de 3 a 10 anos, não pude deixar de imaginá-lo como símbolo mais que apropriado de uma sociedade que prefere pagar, e pagar caro, para que alguém passe tempo com seus filhos. Como professor e educador do filho alheio, convivo com isso cotidianamente. Há mesmo uma queixa constante entre diretores, coordenadores pedagógicos e de todo o professorado à respeito dos pais que não conseguem passar os valores básicos do convívio social para suas crianças, acreditando que isso é dever das escolas.
Além dessa, há outra crítica explícita no meu status, que é a sexualização precoce das meninas. Cada vez mais cedo vemos crianças de 3, 4 ou 5 anos se fantasiando de mulheres. Linhas de maquiagens sendo desenvolvida por empresas de cosméticos para atenderem crianças com menos de dez anos. Crianças nessa faixa etária tingindo cabelos, falando de cirurgias plásticas, desejando ter o corpo mais assim ou mais assado, praticando o bullying com “gordinhas” ou “feinhas” que não se adaptam ao modelo de beleza que constantemente veem na televisão ou em suas próprias bonecas. Ou seja, uma sociedade na qual mulheres menores de idade são objetificadas até mesmo com mais frequência do que as adultas.
Segundo notícia da Reuters divulgada pelo Estado de S. Paulo, entidade estadunidense alerta para sexualização das meninas na TV. Na reportagem, é tocante o depoimento da ex-modelo Nicole Clark, que fez um documentário em 2008 intitulado “Cover Girl Culture: Awakening the Media Generation”.
“Nossas meninas estão sendo objetificadas sexualmente a partir dos 6 anos”, disse Clar, que está grávida e chorou diversas vezes durante a apresentação. “Como que as coisas ficaram tão loucas?”.
“Executivos do mundo televisivo estão roubando a inocência das crianças — se alimentando delas — disse, e suas vítimas não são fortes o suficiente para rejeitar as mensagens destrutivas.”
Nos Estados Unidos, recentemente, a Walmart anunciou uma linha de cosméticos dirigida a crianças de 8 a 12 anos. Faixa etária que a gigante dos supermercados chama de “Tween”, e que movimenta cerca de 24 milhões de dólares por ano em produtos de beleza. Uma sexóloga e escritora consultada pela rede de TV ABC, dos Estados Unidos, lembrou sobre o estímulo precoce à vaidade:
“Não há problema em se maquiar para imitar as mães”, declarou Logan Levkoff . “Mas estamos criando uma geração que mede seu valor apenas pela aparência”.
Leia mais:
Um Historiador
Uma das críticas que faço aqui, é voltada ao serviço dos “animadores de crianças” como símbolo de uma sociedade que não quer mais conviver com suas crianças. Eu não tenho filhos, apesar disso convivo com crianças devido a carreira que escolhi seguir como educador. Fiz estágio em escolas públicas e dei aulas de reforços para alunos da classe média-alta de São Paulo (Santo Américo, Pio XII, Miguel de Cervantes, Porto Seguro, etc. etc.). Além disso, tenho sobrinho e sobrinhas e vivo com uma pessoa que há anos dá aulas em escolas públicas, cursinhos e escolas particulares. Por isso acredito que ambos temos alguma propriedade ou conhecimento de causa quando falamos que esta sociedade não quer criar os próprios filhos. Pior que isso, é uma sociedade que não quer sequer conviver com eles.
A cada ano, é perceptível a presença cada vez maior de gente especializada em serviços para cuidar de crianças enquanto os pais trabalham ou fazem outras coisas. Quando dava aulas de reforço para os meninos da classe média-alta, sempre me surpreendia ao ver crianças de 10 a 14 anos com agendas repletas de segunda a sábado. Além da escola, tinham que fazer curso de um ou dois idiomas, aula de um ou dois instrumentos musicais, natação, balé, academia, etc. etc. Essas crianças diziam para mim que iam mal na escola, pois não tinham tempo de ler suas apostilas de História. O único horário que tinham disponível em suas agendas, e mesmo assim, nem todos os dias, era entre as 19h e as 22h, quando não queriam fazer nada, apenas ver TV ou jogar videogame. O que é perfeitamente compreensível.
Crianças que passam mais tempo com babás, seguranças, motoristas, guarda-costas, empregadas domésticas, professores de todos os tipos, personal trainers, e uma série de outros profissionais especializados do que com seus próprios pais. Durante a semana, no fim do dia, nos parcos momentos em que teriam para desfrutar da companhia dos pais, estes ainda estão trabalhando em seus empregos, ou levam serviço pra casa e se trancam em seus escritórios, enquanto os filhos, por sua vez, se trancam em seus quartos (isso quando os pais simplesmente não preferem ficar dormindo ou descansando em seus quartos). Dentro de casa, é comum que pais e filhos não convivam em um mesmo ambiente. Mal fazem uma refeição juntos. Um símbolo emblemático disso é que, em muitas casas, já é bastante comum que as salas de estar não tenham mais uma televisão. Estes aparelhos estão nos respectivos quartos das crianças e do casal.
Já no fim de semana, quando pais e filhos acabam saindo juntos e indo aos shoppings, os pais deixam seus filhos em Lan Houses ou nos salões de estética para crianças, como aquele que critiquei no início deste post. Segundo os depoimentos de alguns pais, é necessário que eles “dediquem algum tempo a si mesmos” e que possam desfrutar de “algumas horas de paz” no fim de semana. Ou seja, o convívio com as crianças não é visto como “um momento de paz”.
Isso fica ainda mais evidente quando chegamos na época das férias escolares, o verdadeiro terror de muitos pais. É sempre aquele grande problema descobrir o que fazer com os filhos que vão passar mais tempo em casa. É comum vermos nos telejornais matérias dando opções aos pais de onde levar os filhos durante as férias. Programas educativos, museus, clubes, exposições, atividades mil que ocupem o tempo das crianças e as tirem de dentro de casa, mesmo nos fim de semana, enquanto os pais podem estar ausentes realizando suas atividades cotidianas ou, simplesmente, tendo alguns momentos de paz. Vejam alguns exemplos abaixo:
Recreio nas férias durante o recesso escolar
Instituto Butantan programa especial durante as férias escolares
Oferta de trabalho temporário aumenta nas férias escolares
Todo este cenário pode ser observado mesmo por quem não tem filhos ou não seja educador. Basta observar a sociedade em que vivemos. Ao deparar-me com o salão de beleza para meninas de 3 a 10 anos, não pude deixar de imaginá-lo como símbolo mais que apropriado de uma sociedade que prefere pagar, e pagar caro, para que alguém passe tempo com seus filhos. Como professor e educador do filho alheio, convivo com isso cotidianamente. Há mesmo uma queixa constante entre diretores, coordenadores pedagógicos e de todo o professorado à respeito dos pais que não conseguem passar os valores básicos do convívio social para suas crianças, acreditando que isso é dever das escolas.
Além dessa, há outra crítica explícita no meu status, que é a sexualização precoce das meninas. Cada vez mais cedo vemos crianças de 3, 4 ou 5 anos se fantasiando de mulheres. Linhas de maquiagens sendo desenvolvida por empresas de cosméticos para atenderem crianças com menos de dez anos. Crianças nessa faixa etária tingindo cabelos, falando de cirurgias plásticas, desejando ter o corpo mais assim ou mais assado, praticando o bullying com “gordinhas” ou “feinhas” que não se adaptam ao modelo de beleza que constantemente veem na televisão ou em suas próprias bonecas. Ou seja, uma sociedade na qual mulheres menores de idade são objetificadas até mesmo com mais frequência do que as adultas.
Segundo notícia da Reuters divulgada pelo Estado de S. Paulo, entidade estadunidense alerta para sexualização das meninas na TV. Na reportagem, é tocante o depoimento da ex-modelo Nicole Clark, que fez um documentário em 2008 intitulado “Cover Girl Culture: Awakening the Media Generation”.
“Nossas meninas estão sendo objetificadas sexualmente a partir dos 6 anos”, disse Clar, que está grávida e chorou diversas vezes durante a apresentação. “Como que as coisas ficaram tão loucas?”.
“Executivos do mundo televisivo estão roubando a inocência das crianças — se alimentando delas — disse, e suas vítimas não são fortes o suficiente para rejeitar as mensagens destrutivas.”
Nos Estados Unidos, recentemente, a Walmart anunciou uma linha de cosméticos dirigida a crianças de 8 a 12 anos. Faixa etária que a gigante dos supermercados chama de “Tween”, e que movimenta cerca de 24 milhões de dólares por ano em produtos de beleza. Uma sexóloga e escritora consultada pela rede de TV ABC, dos Estados Unidos, lembrou sobre o estímulo precoce à vaidade:
“Não há problema em se maquiar para imitar as mães”, declarou Logan Levkoff . “Mas estamos criando uma geração que mede seu valor apenas pela aparência”.
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Monsterrat Serra e Blanca Thiebaut, seqüestradas em outubro de 2011, estão em segurança, com saúde e a caminho de casa.
18 de julho de 2013 – É com grande alívio que Médicos Sem Fronteiras (MSF) confirma que as espanholas Montserrat Serra e Blanca Thiebaut, que haviam sido seqüestradas do campo de refugiados de Dadaab, no Quênia, no dia 13 de outubro de 2011, foram liberadas. Elas estão em segurança e com saúde e desejam reunir-se com suas famílias e amigos o mais rápido possível. MSF continuará oferecendo apoio a Mone e Blanca e às suas famílias. Ainda estamos organizando o retorno das duas profissionais para casa e pedimos que sua privacidade seja respeitada neste momento.
MSF gostaria de agradecer a todos aqueles envolvidos em assegurar sua liberação.
Mais uma vez, MSF condena fortemente este ataque perpetrado contra trabalhadores humanitários que estavam em Dadaab prestando assistência médica a milhares de refugiados.
MSF realizará uma coletiva de imprensa a respeito deste assunto amanhã, dia 19 de julho de 2013, às 12 horas, em Madri. A organização não concederá entrevistas ou qualquer declaração fora desta coletiva de imprensa, durante a qual jornalistas poderão fazer perguntas ao presidente da organização na Espanha.
Médicos Sem Fronteiras
MSF gostaria de agradecer a todos aqueles envolvidos em assegurar sua liberação.
Mais uma vez, MSF condena fortemente este ataque perpetrado contra trabalhadores humanitários que estavam em Dadaab prestando assistência médica a milhares de refugiados.
MSF realizará uma coletiva de imprensa a respeito deste assunto amanhã, dia 19 de julho de 2013, às 12 horas, em Madri. A organização não concederá entrevistas ou qualquer declaração fora desta coletiva de imprensa, durante a qual jornalistas poderão fazer perguntas ao presidente da organização na Espanha.
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Assinala-se quinta-feira o Dia Internacional de Nelson Mandela
Luanda - Assinala-se quinta-feira, 18 de Julho, pela quarta vez, o Dia Internacional Nelson Mandela, instituído em Novembro de 2009 pela Assembleia-Geral da ONU, devido à contribuição do ex-presidente sul-africano para a cultura da paz e da liberdade.
Por consenso dos 192 países membros, a ONU determinou que, a partir de 2010, se passe a celebrar o Dia Internacional de Nelson Mandela, na data do aniversário do dirigente negro que, em 1993, partilhou o Prémio Nobel da Paz com o seu compatriota sul-africano Frederik de Klerk.
A Assembleia-Geral decidiu assim reconhecer, o primeiro da organização a um indivíduo, a contribuição fundamental de Mandela, nascido a 18 de Julho de 1918 na pequena vila de Mvezo, para a resolução dos conflitos, a liberdade no mundo e a promoção das boas relações entre todos os grupos étnicos.
Reconheceu também a dedicação de Mandela ao serviço da humanidade na resolução de conflitos, relações entre raças, promoção e protecção dos direitos humanos, reconciliação, igualdade entre os sexos e os direitos das crianças e de outros grupos vulneráveis.
Na mensagem do ano transacto, por ocasião da data, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, considerou Nelson Mandela “um combatente da liberdade, um prisioneiro político, um pacifista e um presidente. Curador de nações e mentor para gerações (…) Nelson Mandela é um símbolo vivo de sabedoria, coragem e integridade”.
O próprio Nelson Mandela disse certa vez: “Nós podemos mudar o mundo e torná-lo um lugar melhor. Está em nossas mãos fazer a diferença”, cita o secretário-geral, apelando às pessoas a tornar realidade esta mensagem.
No documento Ban Ki-Moon diz que “a melhor forma de agradecer Nelson Mandela pelo seu trabalho é agir e inspirar a mudança”.
Nelson Rolihlahla Mandela nasceu no dia 18 de Julho de 1918 na cidade de Transkei, é filho de Henry Mgadla Mandela e Noseki Fanny. Coordenou, em 1961, uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.
Em Agosto de 1962, Nelson Mandela foi preso após informações da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves.
Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.
Durante os anos 70, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada.
Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do ANC e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de Fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993.
No mesmo ano se candidatou a presidente da África do Sul e foi eleito, exercendo o cargo de 1994 a 1999.
Como presidente do ANC (de Julho de 1991 a Dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de Maio de 1994 a Junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.
Após o fim do mandato de presidente, Mandela recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª, a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
Nelson Mandela recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias à cooperação internacional (1992), Ordem ao mérito do Reino Unido (1995), Prémio Lenin da Paz (1962), Prémio Internacional Simón Bolívar (1983) e Prémio Nacional da Paz (1995)
Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos, atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.
Em Junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou a sua retirada da vida pública.
Hospitalizado desde o dia 8 de Junho em uma clínica particular da capital sul-africana, o herói da luta anti-apartheid sofre de uma infecção pulmonar, sequela dos 27 longos anos que passou na prisão sob o regime racista, que ele combateu e depois contribuiu para derrubar sem espírito de vingança.
Angola Press
Muitas acções simbólicas ou de caridade irão ocorrer no dia 18 para celebrar os 95 anos do ex-presidente sul-africano, que permanece hospitalizado, em Pretória.
Por consenso dos 192 países membros, a ONU determinou que, a partir de 2010, se passe a celebrar o Dia Internacional de Nelson Mandela, na data do aniversário do dirigente negro que, em 1993, partilhou o Prémio Nobel da Paz com o seu compatriota sul-africano Frederik de Klerk.
A Assembleia-Geral decidiu assim reconhecer, o primeiro da organização a um indivíduo, a contribuição fundamental de Mandela, nascido a 18 de Julho de 1918 na pequena vila de Mvezo, para a resolução dos conflitos, a liberdade no mundo e a promoção das boas relações entre todos os grupos étnicos.
Reconheceu também a dedicação de Mandela ao serviço da humanidade na resolução de conflitos, relações entre raças, promoção e protecção dos direitos humanos, reconciliação, igualdade entre os sexos e os direitos das crianças e de outros grupos vulneráveis.
Na mensagem do ano transacto, por ocasião da data, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, considerou Nelson Mandela “um combatente da liberdade, um prisioneiro político, um pacifista e um presidente. Curador de nações e mentor para gerações (…) Nelson Mandela é um símbolo vivo de sabedoria, coragem e integridade”.
O próprio Nelson Mandela disse certa vez: “Nós podemos mudar o mundo e torná-lo um lugar melhor. Está em nossas mãos fazer a diferença”, cita o secretário-geral, apelando às pessoas a tornar realidade esta mensagem.
No documento Ban Ki-Moon diz que “a melhor forma de agradecer Nelson Mandela pelo seu trabalho é agir e inspirar a mudança”.
Nelson Rolihlahla Mandela nasceu no dia 18 de Julho de 1918 na cidade de Transkei, é filho de Henry Mgadla Mandela e Noseki Fanny. Coordenou, em 1961, uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo e viajou para a Argélia para treinamento paramilitar.
Em Agosto de 1962, Nelson Mandela foi preso após informações da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a cinco anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves.
Em 1964 foi condenado a prisão perpétua por sabotagem (o que Mandela admitiu) e por conspirar para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega).
No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países.
Durante os anos 70, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada.
Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do ANC e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de Fevereiro, aos 72 anos, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993.
No mesmo ano se candidatou a presidente da África do Sul e foi eleito, exercendo o cargo de 1994 a 1999.
Como presidente do ANC (de Julho de 1991 a Dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de Maio de 1994 a Junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa.
Após o fim do mandato de presidente, Mandela recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a Ordem de St. John, da rainha Elizabeth 2ª, a medalha presidencial da Liberdade, de George W. Bush, o Bharat Ratna (a distinção mais alta da Índia) e a Ordem do Canadá.
Nelson Mandela recebeu o Prémio Príncipe das Astúrias à cooperação internacional (1992), Ordem ao mérito do Reino Unido (1995), Prémio Lenin da Paz (1962), Prémio Internacional Simón Bolívar (1983) e Prémio Nacional da Paz (1995)
Em 2003, Mandela fez alguns pronunciamentos, atacando a política externa do presidente norte-americano Bush. Ao mesmo tempo, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a AIDS chamada "46664" - seu número na época em que esteve na prisão.
Em Junho de 2004, aos 85 anos, Mandela anunciou a sua retirada da vida pública.
Hospitalizado desde o dia 8 de Junho em uma clínica particular da capital sul-africana, o herói da luta anti-apartheid sofre de uma infecção pulmonar, sequela dos 27 longos anos que passou na prisão sob o regime racista, que ele combateu e depois contribuiu para derrubar sem espírito de vingança.
Angola Press
Muitas acções simbólicas ou de caridade irão ocorrer no dia 18 para celebrar os 95 anos do ex-presidente sul-africano, que permanece hospitalizado, em Pretória.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Caso raro na medicina, bebê nascido aos 5 meses sobrevive em Salvador
Médicos chegaram a desenganar criança que nasceu com 622g.
Hoje menina pesa 2Kg aos três meses de vida e aguarda alta médica.
Um bebê que nasceu aos cinco meses e meio, pesando apenas 620g, conseguiu sobreviver, na maternidade do Instituto de Perinatologia da Bahia (Iperba). Um caso raro na medicina, que a equipe da maternidade, que fica no bairro de Brotas, em Salvador, considerou um milagre. O período considerado normal para uma gestação é de 9 meses, sendo que os casos de nascimento prematuro com chances de sobrevivência normalmente ocorrem aos 8, 7 ou 6 meses.
A médica Ana Paes, que acompanhou o caso de Bianca desde o início, afirma que a história da criança é “literalmente um milagre”. “Bianca nasceu exatamente no limite de viabilidade. Então, ela era um prematuro extremo. A literatura [médica] chama essas crianças de micro-bebês. Ela já começou a mamar e o grande triunfo dessa história toda é que Bianca, durante muito tempo, na unidade de cuidados semi-intensivos ela usou leite humano do nosso banco de leite e Rosiléia [mãe] vai sair da maternidade amamentando ela exclusivamente no peito da mãe”, diz a médica.
Três meses depois do nascimento, pesando 2Kg, a menina aguarda alta médica para os próximos dias. Segundo a assessoria de comunicação da unidade de saúde, a equipe médica aguarda a realização de um exame no coração para liberar a ida do bebê para casa.
Parto prematuro
A mãe da criança, Rosiléia Conceição conta que sentiu dores e foi internada na maternidade do Iperba. Após dois dias, ainda com dor, os médicos resolveram fazer o parto e informaram à paciente que a possibilidade do bebê sobreviver era muito pequena.
"Eu tive a criança e a médica já tinha me deixado preparada e eu fiquei preparada. Seria um aborto... Quando ela [criança] saiu, a médica olhou pra mim e falou: ‘é Rosiléia, tá na mão de Deus. Você está forte?’. Eu disse: estou forte. Ela pegou e olhou [para o bebê] e disse: ‘parece que está mexendo'. Aí ela pegou Bianca assim e lascou o saquinho da bolsa, que só tava só a bolsa, sem água, sem nada. Quando ela lascou, Bianca pegou e respirou, deu aquele respiro fundo e começou a bater no rostinho, bem pequeno, bem magrinho mesmo, nem parecia uma criança”, relata a mãe.
Uma foto de Bianca, tirada três semanas após o nascimento, mostra como a menina era magrinha. Segundo Rosiléia, depois do parto a criança ainda perdeu peso e chegou a ter 444g. “Ela ficou com menos de meio quilo. Os momentos que qualquer pessoa vinha falar comigo só era de choro mesmo, só podia chorar e mais nada”, lembra.
Doações
O pai do bebê, Dalton Conceição, está desempregado. Ele e Rosiléia têm outro filho, de 5 anos. Ele conta que está em busca de um trabalho para ajudar na renda da família. Dalton tem experiência em cozinha de restaurantes e também como auxiliar de serviços gerais. “O que vir [sic.] pra mim eu aceito”, disse.
A assessoria de imprensa do Iperba informou que quem tiver interesse em ajudar a família pode deixar doações na unidade de saúde. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (71) 3116-5188.
G1
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saúde infantil
Protestos eclodem na Índia após morte de 22 crianças por merenda contaminada
Protestos violentos eclodiram no Estado de Bihar, na Índia, após a morte de pelo menos 22 crianças por causa de merenda escolar contaminada.
Multidões armadas com paus atacaram veículos policiais na cidade de Chapra, para onde foram levadas várias crianças que adoeceram depois de comer a refeição em uma escola no vilarejo de Masrakh.
Dezenas de crianças, todas com menos de 12 anos, estão sendo tratadas em hospitais da cidade de Chhapra e na capital do Estado, Patna. Muitas delas estão em estado grave.
Segundo o ministro da Educação do Estado, P.K. Shahi, médicos disseram que os corpos exalavam cheiro de organofosforados, usados em pesticidas.
Autoridades estão investigando o caso. As famílias das vítimas receberam ofertas de indenização de (US$ 3.370) cada.
O programa de merenda escolar indiano, conhecido como Merenda Escolar do Meio-Dia, oferece refeições gratuitas às crianças como estratégia para aumentar o índice de presença escolar, mas geralmente é afetado por condições higiênicas precárias.
O pai de um dos estudantes, Raja Yadav, contou que o filho começou a vomitar após chegar da escola e teve de ser levado às pressas para o hospital.
Inseticidas
Os médicos que estão atendendo as crianças confirmaram que a causa das 21 mortes foi intoxicação alimentar.
"Nós suspeitamos que os legumes ou o arroz estivessem contaminados com inseticidas", disse à BBC Amarjeet Sinha, autoridade da rede de educação local.
Outro médico acredita que o óleo vegetal estava contaminado.
A jornalista Amarnath Tewary disse que moradores do vilarejo relataram que este não é o primeiro caso de comida contaminada no programa de merenda escolar.
O governador do Estado de Bihar, Nitish Kumar, convocou uma reunião de emergência e enviou uma equipe de peritos à escola.
Bihar é um dos Estados mais pobres e populosos da Índia.
A merenda escolar do meio-dia é o maior programa de alimentação escolar do mundo, alcançando 120 milhões de crianças em 1,2 milhões de escolas espalhadas pela Índia, informou o governo.
O esquema começou em 1925 na cidade de Chennai, no sul do país, para atender crianças pobres. Segundo correspondentes na Índia, no Estado de Bihar o programa já foi alvo de várias acusações de corrupção.
BBC Brasil
terça-feira, 16 de julho de 2013
Homem tenta pagar prostituta na Bahia com cartão do Bolsa Família
Uso do cartão está sendo investigado. Pelas regras do programa, a titular do benefício é, preferencialmente, a mulher da casa
SALVADOR – A Delegacia de Polícia de Itapetinga, a 316 km da capital baiana, está investigando um caso de uso incomum do cartão do Bolsa Família. Um homem, identificado apenas pelo pré-nome de “João”, teria tentado pagar os serviços de uma prostituta e o motel em que pretendia realizar o programa sexual com o cartão do principal programa social do governo. A confusão começou quando a prostituta tentou cobrar adiantado os R$ 50 do programa. “João” percebeu que estava sem dinheiro, e perguntou se ela não aceitaria o pagamento através do cartão do Bolsa Família.
A mulher se recusou e, devido à discussão, uma radiopatrulha da PM foi chamada ao local. Para pagar a entrada no quarto do motel, o homem teria deixado o aparelho de som do seu carro. Os policiais militares contaram que “João” se irritou com o escândalo e reclamou da situação nos seguintes termos:
— Itapetinga tá atrasada mesmo, nem as p... aceitam cartão!.
O delegado Roberto Júnior, titular da delegacia de Itapetinga, informou que o caso foi registrado na delegacia como um “termo circustancial” de um cliente que não pagou o motel. Segundo ele, a utilização do cartão do Bolsa Família ainda está sendo investigado.
— O problema é que os policiais não retiveram o cartão, pois aí eu só liberaria na presença da titular — disse.
Pelas regras do programa, a titular do cartão é, preferencialmente, a mulher da casa. O delegado explicou que se ficar comprovado o uso indevido, o cartão pode ser cancelado.
O Globo
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irregularidades
segunda-feira, 15 de julho de 2013
Museu de Londres reúne melhores fotos de natureza do mundo
O holandês Frans Lanting só “se deu conta” de que poderia ser um fotógrafo quando já tinha “vinte e poucos anos”, depois de um diploma em ciências sociais. Com ídolos como Ansel Adams, ele acabou se mudando para a Califórnia, onde vive até hoje, 25 anos depois de ter dado início à carreira. Aqui ele retrata um grupo de elefantes no Parque Nacional de Chobe, em Botsuana (Foto: Frans Lanting /Museu de História Natural de Londres/Masters of Nature Photography).
Em parceria com a BBC, o Museu de História Natural de Londres publica o livro Masters of Nature Photography, uma seleção das melhores imagens das últimas 49 edições do concurso anual Wildlife Photography of the Year (Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano, em tradução livre).
Nascido na Alemanha, Christian Ziegler tem nutrido uma fascinação por florestas tropicais desde a adolescência. Com 19 anos conheceu a Tailândia e um tempo depois fez um mestrado em biologia tropical. Nesta imagem clicada no Panamá, ele retrata um morcego após inúmeras tentativas (Foto: Christian Ziegler /Museu de História Natural de Londres/Masters of Nature Photography).
Organizado pelas duas instituições britânicas, o renomado concurso premia todos os anos as cem melhores fotografias retratando cenas de natureza e vida selvagem.
Dez fotógrafos tiveram suas imagens selecionadas para o livro comemorativo, entre eles veteranos considerados "lendas" no tema e jovens "mestres" que têm se destacado.
Após tirar sua primeira foto com 15 anos, o americano Jim Brandenburg focou seu trabalho na fotografia de animais e lugares selvagens, descrita por ele como “pintar a beleza da natureza com uma câmera”. Com mais de 50 anos de carreira e diversos prêmios, o americano de Minnesota tem atuado cada vez mais na Europa. Nesta imagem, dois cavalos poloneses konik foram retratados na reserva de Oostvaardersplassen, na Holanda, que tenta recriar ambientes pré-históricos da Europa (Foto: Jim Brandenburg /Museu de História Natural de Londres/Masters of Nature Photography). .
Cada um escolheu dez fotos que julgaram ser mais representativas de seu trabalho ao longo dos anos.
Assim como outros fotógrafos escandinavos, o norueguês Pål Hermansen apresenta um bom domínio de luz, motivado pelas características da região, que conta com as luzes do norte e os meses de longas noites. Seu primeiro livro foi lançado em 1985, e desde então seguiram-se outras 30 publicações. Esta imagem de 2005, tirada em Svalbard, na Noruega, mostra o “café da manhã” de um urso polar (Foto: Pål Hermansen /Museu de História Natural de Londres/Masters of Nature Photography).
"Alguns diriam que há outros fotógrafos de natureza de igual estatura que, assim como eles, também foram agraciados com o prêmio. Mas juntos, estes dez representam o conjunto de uma obra que abrange 30 anos de trabalho, diferentes nacionalidades e distintas maneiras de ver o mundo da natureza", diz a organização do livro.
BBC Brasil
Em parceria com a BBC, o Museu de História Natural de Londres publica o livro Masters of Nature Photography, uma seleção das melhores imagens das últimas 49 edições do concurso anual Wildlife Photography of the Year (Fotógrafo de Vida Selvagem do Ano, em tradução livre).
Nascido na Alemanha, Christian Ziegler tem nutrido uma fascinação por florestas tropicais desde a adolescência. Com 19 anos conheceu a Tailândia e um tempo depois fez um mestrado em biologia tropical. Nesta imagem clicada no Panamá, ele retrata um morcego após inúmeras tentativas (Foto: Christian Ziegler /Museu de História Natural de Londres/Masters of Nature Photography).
Organizado pelas duas instituições britânicas, o renomado concurso premia todos os anos as cem melhores fotografias retratando cenas de natureza e vida selvagem.
Dez fotógrafos tiveram suas imagens selecionadas para o livro comemorativo, entre eles veteranos considerados "lendas" no tema e jovens "mestres" que têm se destacado.
Após tirar sua primeira foto com 15 anos, o americano Jim Brandenburg focou seu trabalho na fotografia de animais e lugares selvagens, descrita por ele como “pintar a beleza da natureza com uma câmera”. Com mais de 50 anos de carreira e diversos prêmios, o americano de Minnesota tem atuado cada vez mais na Europa. Nesta imagem, dois cavalos poloneses konik foram retratados na reserva de Oostvaardersplassen, na Holanda, que tenta recriar ambientes pré-históricos da Europa (Foto: Jim Brandenburg /Museu de História Natural de Londres/Masters of Nature Photography). .
Cada um escolheu dez fotos que julgaram ser mais representativas de seu trabalho ao longo dos anos.
Assim como outros fotógrafos escandinavos, o norueguês Pål Hermansen apresenta um bom domínio de luz, motivado pelas características da região, que conta com as luzes do norte e os meses de longas noites. Seu primeiro livro foi lançado em 1985, e desde então seguiram-se outras 30 publicações. Esta imagem de 2005, tirada em Svalbard, na Noruega, mostra o “café da manhã” de um urso polar (Foto: Pål Hermansen /Museu de História Natural de Londres/Masters of Nature Photography).
"Alguns diriam que há outros fotógrafos de natureza de igual estatura que, assim como eles, também foram agraciados com o prêmio. Mas juntos, estes dez representam o conjunto de uma obra que abrange 30 anos de trabalho, diferentes nacionalidades e distintas maneiras de ver o mundo da natureza", diz a organização do livro.
BBC Brasil
Jovem que sobreviveu ao Talebã leva luta por educação à ONU
No dia em que completou 16 anos, a paquistanesa Malala Yousafzai discursou diante de uma plateia de líderes e de jovens de todo o mundo na ONU.
"Estar entre pessoas tão honradas é um grande momento em minha vida", disse, no evento que foi batizado "Dia de Malala". Malala é inspiração para famílias paquistanesas que querem educar suas filhas Inspiradas pela jovem que sobreviveu a um atentado no Talebã, meninas no norte do Paquistão têm voltado a frequentar escolas no país. Professores locais dizem que durante o primeiro mês depois do ataque a Malala ─ que levou um tiro no rosto dentro de um ônibus escolar em 2012 ─ muitas famílias mantiveram suas filhas dentro de casa. Depois do atentado, Malala foi levada para a Grã-Bretanha para receber tratamento médico. Hoje, ela e sua família vivem em Birmingham, na Inglaterra. Mas desde então, as matrículas voltaram a crescer, inspiradas pela recuperação da jovem e por seu ativismo pela educação. O Paquistão, no entanto, ainda é um dos países com o número mais baixo de alfabetização e matrícula de meninas, segundo organizações de ajuda humanitária. Em todo o mundo, um quarto de jovens mulheres não completaram a escola primária. Durante seu discurso, Malala pediu que políticos ajam para garantir que todas as crianças exerçam o direito de ir à escola. Ela disse ainda que os extremistas temem os livros e temem também as mulheres. Livros e canetas, segundo a jovem, são as armas mais poderosas contra o terrorismo. "Uma criança, um professor, um livro e uma caneta podem mudar o mundo", afirmou.
BBC Brasil
Jogadora atingida durante racha na pista em São João morre aos 20 anos
Jovem é a 2ª vítima fatal de acidente ocorrido na rodovia neste sábado.
Comerciantes de São João da Boa Vista tinham bebido e foram presos.
A jogadora de futsal feminino de São João da Boa Vista (SP), que estava no acidente provocado por comerciantes que disputavam uma racha na Rodovia Governador Ademar Pereira de Barros (SP-342), na madrugada deste sábado (13), morreu no início da noite. A informação foi confirmada pela Santa Casa da cidade, onde Paloma Heloísa da Silva, de apenas 20 anos, estava internada com morte cerebral. O velório ainda não foi marcado.
A jovem foi a segunda vítima fatal do acidente que também tirou a vida de um técnico de futsal de 63 anos. Ainda há outra vítima de 25 anos internada em estado estável.
A colisão aconteceu por volta das 3h. Segundo a Polícia Civil, duas caminhonetes tiravam uma racha na rodovia sentido São João, quando uma delas atingiu a traseira do carro em que o técnico de futsal José Carlos Chessa Luiz, de 63 anos, estava com as duas jovens. Foguinho, como era conhecido, morreu na hora. Os motoristas que disputavam a corrida ilegal foram presos.
Ao fazer a abordagem dos dois motoristas, os policiais constataram que eles estavam com sinais de embriaguez, entretanto, se recusaram a fazer o teste do bafômetro.
Ambos são comerciantes de São João da Boa Vista, um de 32 anos e o outro de 38. Segundo o boletim de ocorrência, eles estavam a 170 quilômetros por hora, mais que o dobro do permitido no local que é de 80 por hora.
Eles prestaram depoimento e foram indiciados por homicídio qualificado, embriaguez ao volante, prática de racha e lesão corporal dolosa.
O delegado responsável pelo caso, Fabiano de Almeida, disse que a Justiça decretou a prisão preventiva dos dois. "Foi comprovado segundo o relatório elaborado pela Polícia Rodoviária o estado de embriaguez dos autores", afirmou. Os dois foram encaminhados para a cadeia de São João da Boa Vista.
Velório
No velório de Foguinho, o sentimento era de dor e indignação. “Perdi um cara que pra mim era como um pai. A gente fica revoltado da maneira que foi. Espero que os culpados sejam punidos”, falou o genro Evandro Vedovatti.
José Carlos Chessa Luiz foi técnico de futsal por mais de 30 anos, período em que trabalhou no Reio, time de São João da Boa Vista. O treinador participou de todas as edições da Taça EPTV. Neste ano, disputou como técnico da equipe de Santa Rita do Passa Quatro.
Para nós que fazemos parte do Reio é uma perda de um pedaço da gente. Vivi com ele 43 anos, ficamos muito indignados”, desabafou o presidente do Reio Futsal, Rubens Pamplona de Oliveira.
G1
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domingo, 14 de julho de 2013
32% das crianças indígenas não possuem registro de nascimento
Ter uma certidão de nascimento pode parecer coisa básica, mas não é. Em 2010, havia no Brasil 600 mil crianças de até dez anos sem registro, de acordo com dados do Censo. A situação é especialmente crítica nas comunidades indígenas, onde 32% das crianças de até dez anos não possui certidão de nascimento.
Nascido em seis de junho, o pequeno Júnior Francisco Ramos, da etnia ticuna, quase entrou nas estatísticas. A princípio, o cartório de Tabatinga (AM) negou realizar o registro, pois os documentos do pai do menino, que é um agricultor colombiano, estavam com problemas. Mesmo assim, o correto é realizar o registro apenas com o nome da mãe e, posteriormente, incluir a filiação paterna.
O registro foi possível graças aos agentes da I Semana do Bebê Indígena, promovida pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), que realizavam um mutirão na cidade. A iniciativa percorre vários municípios brasileiros em defesa da primeira infância. Em Tabatinga, o foco foi a etnia ticuna. Num esforço coletivo da comunidade, 153 crianças ticunas ganharam seu registro.
A ausência de certidão de nascimento é uma primeira violação dos direitos das crianças, que ficam mais vulneráveis. Sem o registro que comprove sua idade e identidade, as crianças ficam mais susceptíveis ao tráfico de pessoas, trabalho infantil e exploração sexual.
Leia a matéria completa publicada em Semana do bebê: Crianças invisíveis, direitos violados
promenino
Nascido em seis de junho, o pequeno Júnior Francisco Ramos, da etnia ticuna, quase entrou nas estatísticas. A princípio, o cartório de Tabatinga (AM) negou realizar o registro, pois os documentos do pai do menino, que é um agricultor colombiano, estavam com problemas. Mesmo assim, o correto é realizar o registro apenas com o nome da mãe e, posteriormente, incluir a filiação paterna.
O registro foi possível graças aos agentes da I Semana do Bebê Indígena, promovida pelo Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef), que realizavam um mutirão na cidade. A iniciativa percorre vários municípios brasileiros em defesa da primeira infância. Em Tabatinga, o foco foi a etnia ticuna. Num esforço coletivo da comunidade, 153 crianças ticunas ganharam seu registro.
A ausência de certidão de nascimento é uma primeira violação dos direitos das crianças, que ficam mais vulneráveis. Sem o registro que comprove sua idade e identidade, as crianças ficam mais susceptíveis ao tráfico de pessoas, trabalho infantil e exploração sexual.
Leia a matéria completa publicada em Semana do bebê: Crianças invisíveis, direitos violados
promenino
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Muitas histórias congolesas para contar
Niangara, 05 de maio de 2013
Vou falar um pouquinho sobre a vida em Niangara.
Esta pequena cidade no meio da floresta equatorial pertence à região chamada de Província Oriental e foi uma potência econômica na época da colonização belga. Havia uma grande produção de algodão e o tribunal da Província Oriental era em Niangara e, por isso, todas as decisões importantes eram tomadas aqui. As “estradas” que hoje que são invadidas pela floresta eram bem conservadas e iam de Niangara à República Centro-Africana e ao Sudão.
O convento onde moramos hoje foi, no início, um seminário e depois eles construíram, próximo daqui, um novo prédio para o seminário e as freiras vieram para cá. O que todos me disseram é que vinham jovens de todo o Congo para se formarem padres e freiras.
Em frente ao convento temos o hospital que fica a cinco minutos de caminhada daqui e também foi construído pelos belgas - era realmente um hospital de referência por volta de 1930. Do lado esquerdo está a igreja católica e do lado direito a escola, que ainda funciona até hoje e é mantida pelas freiras, que moram no prédio do seminário. Aqui não se formam mais padres e freiras.
Quando caminhamos por Niangara podemos ver os escombros dos antigos e imponentes prédios da época colonial e temos uma ideia da grandeza que deve ter sido - havia energia elétrica e encanamentos dentro das casas. É triste saber que, após a independência, a cidade ficou abandonada e quase todas as coisas boas deixadas pela colonização (se é que podemos chamar assim) desapareceram.
Niangara é também conhecida como centro da África. Há uma pedra próximo daqui que é o marco deste ponto - como é que eles chegaram a essa conclusão, não tenho a menor ideia, mas costumava ser um ponto turístico.
Por volta de 2009, por causa da guerra civil, Niangara foi palco de um genocídio. Milícias rebeldes que passaram por aqui saqueavam, estupravam e mutilavam quem encontrassem pela frente, por isso MSF veio para cá. Hoje em dia, as pessoas que restaram são os sobreviventes desse período de tensão, que contam com detalhes tudo o que passaram. Conversar com nossos colegas da equipe nacional é como assistir a um documentário; sempre têm ótimas histórias para contar.
A economia por aqui gira em torno da cultura de subsistência. Eles plantam para alimentar a família, principalmente porque a poligamia é tradição, então, em geral as famílias são enormes, com 15 a 20 filhos por homem adulto. Existem pequenos comércios e o mercado aos domingos.
O interessante é ver como existem pessoas que se adaptam de forma magnífica ao ambiente em que vivem. A pessoa responsável pela gestão do nosso estoque é uma congolesa em torno de seus 40 anos, muito simpática e que conhece todo mundo. Clarice trabalha no escritório de segunda à sexta-feira, das 8 às 17h00 e, aos sábados, das 8 às 14h00. Após sua jornada com MSF, ela vai para o seu comércio, onde ela vende de tudo um pouco: tecidos, um pouco de comida, refrigerantes e cerveja. A maneira que ela encontrou para abastecer seu comércio foi partir de moto à Isiro, uma cidade a 140 km daqui, mas que, em termos de tempo de viagem, significa 6 horas somente de ida, porque não há estrada. Ela é capaz de colocar 50 kg na traseira de sua moto - inacreditável! Como se não bastasse, ela também cozinha e, aos domingos, ou, às vezes, para o jantar, ela serve comida, que é uma delícia, diga-se de passagem.
Além dessa mulher fantástica, outra pessoa extraordinária é papa Marcel (no Congo, eles costumam chamar todo mundo de papa e maman, que é um sinal de respeito). Papa Marcel aparenta ter uns 70 anos e ele é responsável pelo abastecimento de vacinas e pela manutenção dos freezers nos centros de saúde.
Ao todo, são 16 centros de saúde em Niangara, e, pelo menos a metade possuía um freezer a petróleo antes de MSF chegar - não existe mais energia elétrica por aqui, só por gerador. Agora, nós colocamos freezers mantidos por energia solar, uma tecnologia fantástica!
Enfim, antes da existência de MSF, apesar de todo o sistema de saúde ser pago, as vacinas eram gratuitas, mas era necessário buscá-las em Isiro. Então, uma vez por mês, papa Marcel pegava sua bicicleta com um isopor térmico na traseira, pedalava até Isiro - se a Clarice faz esse trajeto em seis horas de moto, imaginem de bicicleta! -, pegava as vacinas e as distribuía entre os 16 centros de saúde. Isso é realmente amor pelo trabalho. Felizmente, após a chegada de MSF, as vacinas chegam de avião até Niangara. Após a nossa partida, Isiro continuará a ser o centro de abastecimento, mas vamos doar duas motos e um 4x4 para o Ministério da Saúde, o que facilitará o trabalho por aqui.
É a primeira vez que trabalho em um hospital que não tenha sido construído por MSF, onde a maioria dos funcionários pertence ao Ministério da Saúde. No entanto, é fascinante ver como eles se desdobram para realizar seu trabalho com recursos superescassos.
Quanto a nós, estrangeiros, a nossa equipe está reduzida a seis pessoas. A nova obstetriz, da Costa do Marfim, e a nova administradora, da Bélgica, chegaram há 10 dias, ambas em primeira experiência com MSF. Elas são superssimpáticas e é estranho, porque sou uma das mais experientes em MSF por aqui... Parece que foi ontem que cheguei toda perdida ao Níger. O tempo passa rápido.... Como nossa equipe está cada vez mais reduzida, estamos passando cada vez mais tempo com nossos colegas da equipe nacional e é por isso que já tenho ótimas histórias congolesas para contar. É interessante como cada local e cada projeto de MSF tem suas particularidades.
Bom, boa semana a todos. Voltarei a escrever quando tiver mais histórias interessantes para contar.
Rachel Esteves Soeiro
Vou falar um pouquinho sobre a vida em Niangara.
Esta pequena cidade no meio da floresta equatorial pertence à região chamada de Província Oriental e foi uma potência econômica na época da colonização belga. Havia uma grande produção de algodão e o tribunal da Província Oriental era em Niangara e, por isso, todas as decisões importantes eram tomadas aqui. As “estradas” que hoje que são invadidas pela floresta eram bem conservadas e iam de Niangara à República Centro-Africana e ao Sudão.
O convento onde moramos hoje foi, no início, um seminário e depois eles construíram, próximo daqui, um novo prédio para o seminário e as freiras vieram para cá. O que todos me disseram é que vinham jovens de todo o Congo para se formarem padres e freiras.
Em frente ao convento temos o hospital que fica a cinco minutos de caminhada daqui e também foi construído pelos belgas - era realmente um hospital de referência por volta de 1930. Do lado esquerdo está a igreja católica e do lado direito a escola, que ainda funciona até hoje e é mantida pelas freiras, que moram no prédio do seminário. Aqui não se formam mais padres e freiras.
Quando caminhamos por Niangara podemos ver os escombros dos antigos e imponentes prédios da época colonial e temos uma ideia da grandeza que deve ter sido - havia energia elétrica e encanamentos dentro das casas. É triste saber que, após a independência, a cidade ficou abandonada e quase todas as coisas boas deixadas pela colonização (se é que podemos chamar assim) desapareceram.
Niangara é também conhecida como centro da África. Há uma pedra próximo daqui que é o marco deste ponto - como é que eles chegaram a essa conclusão, não tenho a menor ideia, mas costumava ser um ponto turístico.
Por volta de 2009, por causa da guerra civil, Niangara foi palco de um genocídio. Milícias rebeldes que passaram por aqui saqueavam, estupravam e mutilavam quem encontrassem pela frente, por isso MSF veio para cá. Hoje em dia, as pessoas que restaram são os sobreviventes desse período de tensão, que contam com detalhes tudo o que passaram. Conversar com nossos colegas da equipe nacional é como assistir a um documentário; sempre têm ótimas histórias para contar.
A economia por aqui gira em torno da cultura de subsistência. Eles plantam para alimentar a família, principalmente porque a poligamia é tradição, então, em geral as famílias são enormes, com 15 a 20 filhos por homem adulto. Existem pequenos comércios e o mercado aos domingos.
O interessante é ver como existem pessoas que se adaptam de forma magnífica ao ambiente em que vivem. A pessoa responsável pela gestão do nosso estoque é uma congolesa em torno de seus 40 anos, muito simpática e que conhece todo mundo. Clarice trabalha no escritório de segunda à sexta-feira, das 8 às 17h00 e, aos sábados, das 8 às 14h00. Após sua jornada com MSF, ela vai para o seu comércio, onde ela vende de tudo um pouco: tecidos, um pouco de comida, refrigerantes e cerveja. A maneira que ela encontrou para abastecer seu comércio foi partir de moto à Isiro, uma cidade a 140 km daqui, mas que, em termos de tempo de viagem, significa 6 horas somente de ida, porque não há estrada. Ela é capaz de colocar 50 kg na traseira de sua moto - inacreditável! Como se não bastasse, ela também cozinha e, aos domingos, ou, às vezes, para o jantar, ela serve comida, que é uma delícia, diga-se de passagem.
Além dessa mulher fantástica, outra pessoa extraordinária é papa Marcel (no Congo, eles costumam chamar todo mundo de papa e maman, que é um sinal de respeito). Papa Marcel aparenta ter uns 70 anos e ele é responsável pelo abastecimento de vacinas e pela manutenção dos freezers nos centros de saúde.
Ao todo, são 16 centros de saúde em Niangara, e, pelo menos a metade possuía um freezer a petróleo antes de MSF chegar - não existe mais energia elétrica por aqui, só por gerador. Agora, nós colocamos freezers mantidos por energia solar, uma tecnologia fantástica!
Enfim, antes da existência de MSF, apesar de todo o sistema de saúde ser pago, as vacinas eram gratuitas, mas era necessário buscá-las em Isiro. Então, uma vez por mês, papa Marcel pegava sua bicicleta com um isopor térmico na traseira, pedalava até Isiro - se a Clarice faz esse trajeto em seis horas de moto, imaginem de bicicleta! -, pegava as vacinas e as distribuía entre os 16 centros de saúde. Isso é realmente amor pelo trabalho. Felizmente, após a chegada de MSF, as vacinas chegam de avião até Niangara. Após a nossa partida, Isiro continuará a ser o centro de abastecimento, mas vamos doar duas motos e um 4x4 para o Ministério da Saúde, o que facilitará o trabalho por aqui.
É a primeira vez que trabalho em um hospital que não tenha sido construído por MSF, onde a maioria dos funcionários pertence ao Ministério da Saúde. No entanto, é fascinante ver como eles se desdobram para realizar seu trabalho com recursos superescassos.
Quanto a nós, estrangeiros, a nossa equipe está reduzida a seis pessoas. A nova obstetriz, da Costa do Marfim, e a nova administradora, da Bélgica, chegaram há 10 dias, ambas em primeira experiência com MSF. Elas são superssimpáticas e é estranho, porque sou uma das mais experientes em MSF por aqui... Parece que foi ontem que cheguei toda perdida ao Níger. O tempo passa rápido.... Como nossa equipe está cada vez mais reduzida, estamos passando cada vez mais tempo com nossos colegas da equipe nacional e é por isso que já tenho ótimas histórias congolesas para contar. É interessante como cada local e cada projeto de MSF tem suas particularidades.
Bom, boa semana a todos. Voltarei a escrever quando tiver mais histórias interessantes para contar.
Rachel Esteves Soeiro
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