sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Prática de automutilação entre adolescentes se dissemina na internet e preocupa pais e escolas


Em página com mais de 10 mil curtidas, jovens mostram cortes feitos no corpo; psiquiatra fala em tons de epidemia

RIO — Cortar na própria carne não é uma metáfora para muitos adolescentes. A disseminação da prática da automutilação em redes sociais dá uma pista sobre um problema que, no Rio, preocupa um número crescente de especialistas e escolas, que têm organizado palestras e eventos sobre o tema. Psiquiatras cariocas já falam em “epidemia” de um castigo autoinfligido para, na ótica dos jovens, minorar sofrimentos emocionais ou psicológicos. E alertam: grande parte dos pais sequer percebe que os filhos têm se cortado com canivetes, lâminas de barbear e até lâminas de apontadores de lápis.


Administradora de uma das páginas sobre automutilação no Facebook, com mais 10 mil “curtidas” em menos de um mês de criação, A., de 15 anos, diz que o intuito não é incentivar, mas ajudar os jovens que sofrem do mesmo problema, sem julgá-los. Na rede, eles postam fotos das feridas e trocam experiências e telefones para formar “grupos de autoajuda” pelo aplicativo Whatsapp. A menina conta que fez o primeiro corte com um compasso há três anos e, desde então, só conseguiu ficar sem se mutilar por, no máximo, cinco meses.

— Começou na sala de aula, e me arrependo bastante. Falo muito com os curtidores da página para nunca darem o primeiro corte, pois se torna um vício. Depois desses meses, meus cortes, que antes eram leves, acabaram só aumentando e ficando fundos, deixando cicatrizes — conta A., aluna de um colégio estadual do Rio que diz ter aderido aos cortes por conta de traumas de infância e familiares, sobre os quais se recusa a falar.

O pai dela mora em Minas Gerais, e a mãe, no Rio, não desconfia do problema. Há uma semana, a adolescente foi chamada pela direção de sua escola, que percebeu o comportamento:

— As diretoras conversaram bastante comigo, e implorei que não contassem para minha mãe. Prometi que não ia me cortar mais lá dentro. Mas (ao fazer isso), sinto alívio na dor sentimental, troco-a pela física. Pelo menor por um momento eu me sinto livre de tudo. Esse é o problema: acaba dando vontade de me cortar compulsivamente.

Na última edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais (DSM-5, na sigla da Associação Americana de Psiquiatria), a automutilação sem intenção de suicídio ficou sob observação para ser tratada como um transtorno isolado, apesar de estar comumente associada a comportamentos obsessivos compulsivos e outras síndromes, como a de Borderline. De acordo com o psiquiatra Olavo de Campos Pinto, membro do International Mood Center e ex-professor da Universidade da Califórnia (EUA), o principal público atingindo são meninas de 13 a 17 anos. A internet tem papel preponderante na disseminação atual da prática, que ele chama de epidêmica.

— Nessa idade, a pessoa não tem a personalidade formada e assume um comportamento de grupo altamente perigoso. As redes sociais são multiplicadores, o principal combustível, e (a automutilação) está se tornando uma epidemia. É uma maneira de lidar de forma impulsiva e destrutiva com frustrações e ansiedades. Tenho visto cada vez mais casos na pré-adolescência. É assustador — diz Campos Pinto. — Estudos de condução nervosa sugerem que, quando há uma sensação de frustração, o corte alivia a dor psíquica. Há um alívio imediato, mas, quando passa, vem uma sensação de vergonha, de arrependimento, de ser descoberto no seu ato.

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Anteontem, o Colégio Sacré-Coeur de Marie, em Copacabana, Zona Sul do Rio, realizou uma palestra sobre o tema com psicólogas. O público-alvo eram alunos do 7º ano, e a programação fez parte de um evento em que os adolescentes escolhem os assuntos debatidos. Alguns choraram, outros saíram do auditório durante a apresentação. Orientadora educacional do ensino fundamental II, Clícia Belo conta que os primeiros casos surgiram quando a cantora teen Demi Lovato assumiu que se automutilava. As redes sociais trouxeram de novo o fenômeno à tona.

— Há uma percepção de que está numa crescente muito grande, sobretudo por causa das redes sociais, como produção de autossubjetividade. Muitos acabam praticando algum episódio para tentar acompanhar um grupo. A escola é espaço de possibilidades de coisas que, em casa, não se pode conversar pela sensação de incompreensão, inutilidade, culpa, desamparo e desamor — explica Clícia.

Aluno do 7º ano, X., de 12 anos, faz terapia há quatro e diz que às vezes sente vontade de se cortar, mas que nunca teve coragem:

— Penso em me cortar, mas sinto que não posso fazer isso e sinto dores de cabeça, nervosismo, aflição, muito estresse. Fico tremendo às vezes, e o pensamento dói. Mas sinto que não posso me automutilar porque seria muito torturante. Não posso contar para os meus pais para não envergonhá-los. Contei para minha terapeuta, e ela fez com que eu pensasse que não vai durar para sempre. Procuro me distrair e ver um filme.

A psicóloga clínica Elisa Bichels diz que já atendeu a mais de 80 pacientes de 13 a 16 anos com casos de automutilação, todos de classe média e alunos de escolas particulares do Rio. Segundo ela, além dos cortes, há outras formas de autoagressão como queimaduras, menos usuais. Ela também afirma que o aumento da incidência está ligado às redes sociais.

‘ANIVERSÁRIO’ DA CICATRIZ

— Há quem se utilize de um ato autolesivo pela dor, mas outros (o fazem) porque todo mundo está fazendo, para ver qual é. Há blogs que ensinam qual a melhor lâmina, em que parte do corpo você tem mais alívio. A questão maior é convencê-los de que as informações da internet não são verdadeiras. Para dar vazão instantaneamente àquela angústia enorme, eles deslocam o sofrimento. Por isso, vira uma compulsão. Eles ficam prestando atenção ao corte, comemoram o aniversário da cicatriz.... Muitas vezes já consegui evitar lesões conversando com eles pelo WhatsApp — conta Elisa.

A terapeuta cognitivo-comportamental explica que a duração do tratamento depende da gravidade das lesões e do tempo das práticas de automutilação. Para além do óbvio risco de infecções e doenças, há as marcas psicológicas, mais difíceis de apagar. Aluna de uma escola particular de Santa Cruz, Zona Oeste da cidade, Y., de 15 anos, está se tratando há um ano, mesmo período em que está sem se cortar, depois de sua mãe ver as marcas e cicatrizes em suas coxas. Ela conta que descobriu a prática em páginas no Tumblr.

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— No meu caso, foi para aliviar frustrações. Quando criança, eu era bem gorda. Apesar de ter emagrecido, me comparava muito com meninas da minha escola. Via posts de garotas que se autoflagelavam por não conseguir atingir metas de dietas. Vi nisso um Norte. Fazia os cortes com lâmina e apontador. É como se estivesse tirando tudo dentro de mim. Hoje, tenho ajuda de uma psicóloga e estou bem melhor. Mas já passei por momentos complicados em que pensei em me cortar de novo. É uma recuperação para o resto da vida.

Coordenadora de saúde da escola municipal do Ginásio Experimental Olímpico Juan Antonio Saramanch, em Santa Teresa, Angélica Bueno diz que o problema já foi detectado ali:

— São meninos e meninas de, às vezes, 12 anos. Estamos tratando dessa questão com as famílias e com profissionais da saúde.

O Globo

Turista na Argentina passa 14 dias em coma e pede ajuda para voltar ao DF


Contador de Brasília foi atropelado por ônibus no penúltimo dia de férias.
Traslado foi estimado em R$ 150 mil; Itamaraty diz que não pode bancar.


Internado há 23 dias após ser atropelado por um ônibus durante as férias na Argentina, o contador Thiago Henrique de Freitas, de 28 anos, ainda não sabe como voltar a Brasília. Ele sofreu traumatismo craniano depois de ser atingido quando atravessava a Rua Florida, em Buenos Aires, e foi levado para o Hospital General de Agudos Dr. Cosme Argerich, onde passou duas semanas em coma induzido. Freitas está consciente, mas não pode falar por ter passado por traqueostomia.
A instituição liberou a volta para o país desde que ele consiga UTI aérea. A família diz que não tem condições de arcar com o traslado e que o Itamaraty se recusa a ajudar.
Estou me bancando aqui com ajuda de amigos e familiares, e as dependências de onde eu estou são boas. Fui ao MRE pedir ajuda, de cara ouvi que ‘o MRE não paga nada’. Estou me sentindo abandonada aqui"

Por e-mail, o Ministério das Relações Exteriores informou que não existe autorização legal para cobertura integral ou parcial de despesas como essa. O órgão também afirmou que o Consulado-Geral do Brasil em Buenos Aires tem prestado apoio e acompanhado a evolução do estado de saúde do contador.
Mulher dele, Raquel da Conceição de Freitas Costa conta que esta foi a primeira viagem internacional do casal. Eles partiram no dia 27 de agosto, deixando a filha de 5 anos com os pais do contador, e deveriam retornar no dia 3 de setembro. O acidente aconteceu na noite anterior ao retorno. O casal chegou a contratar um seguro-viagem, mas foi informado que ele não cobre esse tipo de despesa.

“[Ele] Teve que fazer uma cirurgia na cabeça e ficou em coma induzido por 14 dias. Fomos muito bem tratados pela equipe médica daqui, que ficou muito compadecida com meu desespero e [com o fato de] eu não dominar o idioma. Foi horrível”, afirma.

Raquel conta que fez uma cotação e que o preço da viagem foi estimado em R$ 150 mil. Ela, que está de férias, conseguiu que o marido seja considerado afastado no trabalho por problema de saúde. Enquanto isso, a filha segue com os avós paternos.
A corretora de seguros espera que a divulgação do caso sensibilize as pessoas a ajudá-la. Raquel diz que pretende fazer uma “vaquinha” em breve se não conseguir o traslado.

G1

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

“Parece que os ossos vão quebrar”, diz mulher com suspeita de Febre Chikungunya



Cerca de 300 pessoas aguardam o resultado do exame para saber se tem a doença na Bahia

“É um negócio estranho mesmo”, afirma Zenita Lobo de Souza, 45 anos, sobre os sintomas que vem sentindo há mais de uma semana. Ela é uma das cerca de 300 pessoas que aguardam o resultado do exame para saber se tem a Febre Chikungunya na Bahia. Segundo a mulher, ela sente dores no corpo, febre alta e dor de cabeça, todos os sintomas da doença que já atingiu 14 pessoas no município, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

Zenita, que é moradora do George Américo, bairro com maior incidência da doença, afirmou que mais quatro pessoas de sua família estão com o sintoma: o marido, filho, nora e sobrinho. A mulher disse que o médico passou dipirona e paracetamol, mas mesmo com o medicamento a dor não passa, “só faz aliviar”.

— Dói tudo, até o vento quando passa na gente parece que os ossos vão quebrar. É um negócio estranho mesmo, viu?!

O sobrinho de Zenita, Dimerson dos Santos Almeida, 20, disse que está com os sintomas há dois dias e não sabe quanto tempo vai levar para melhorar.

— Passaram duas injeções, eu tomei, mas não explicaram direito não. Mandaram para casa repousar um pouco e tomar muito liquido.

De acordo com o Ministério da Saúde, equipes já se encontram em Feira de Santana e estão trabalhando em conjunto com a Secretaria Estadual de Saúde. Além de intensificar ações de prevenção e vigilância da doença, as equipes dão orientação para a busca ativa de casos suspeitos e a implementação de ações para reduzir, com maior rapidez, a população dos mosquitos transmissores. Também faz parte deste trabalho a orientação de profissionais de saúde quanto ao manejo clínico da doença e a eliminação de criadouros nas residências.

Doença

Na terça-feira (23), o Ministério da Saúde confirmou 16 casos no País, sendo 14 em Feira de Santana e dois no Oiapoque, Amapá. As pessoas infectadas não possuem registro de viagem internacional para países onde há transmissão.

Assim como a dengue, a Chikungunya é uma doença transmitida pelos mosquitos Aedes Aegypti e Aedes Albopictos. Os sintomas da doença são parecidos com a da dengue: dor de cabeça, febre, dores musculares e nas articulações e costumam durar de três a dez dias, e sua letalidade, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, é rara e menos frequente que nos casos de dengue.

O tratamento para combater os sintomas é feito com analgésico, hidratação adequada e repouso, segundo o Ministério da Saúde. A medida básica de prevenção da Febre Chikungunya é o combate aos mosquitos transmissores e as mesmas ações que previnem a dengue são capazes de prevenir a doença.

R7

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Pagamos pela mordomia de poucos.


Por Mônica El Bayeh


Na 'Visita' de hoje, Mônica se revolta, como professora e mãe, contra a boquinha educação pedida pelos juízes


- Ele tem de roubar, professora! Ele tem três filhos para sustentar!
- Pois eu tenho dois e não roubo ninguém.

O raciocínio de minha aluna faz um desvio do bem, da ética e da moral para proteger quem lhe é querido. É um raciocínio torto e cínico. É aluna de escola pública. Pobre. Favelada. Explica? Justifica? Pois tem juiz fazendo pior. Muito pior.

O mais recente raciocínio torto e cínico do Poder é a boquinha educação que os juízes e desembargadores querem para si.

A desembargadora Leila Mariano, presidente do Tribunal de Justiça do Rio, enviou um projeto de lei à Alerj em caráter de urgência. Ela pede a aprovação de um auxílio-educação de até R$ 7.250 mensais para filhos de juízes e desembargadores.

Fiquei até feliz, sabia? Eu estou sendo descontada pelo prefeito Eduardo Paes há meses por conta de uma greve. A greve da educação era mais do que justa. Mas, aos olhos da justiça vendada, foi ilegal.

Achei que só eu, sem meu salário, estivesse na maior pindaíba. E olhe meu espanto: a vida dos juízes está muito pior! Se estão precisando de ajuda até para pagar escola dos filhos, a coisa está feia mesmo! Coitados! Fiquei com pena.

Você, que trabalha uma média de trinta a quarenta horas semanais, ganha R$ 7.250 mensais? Tem ideia de em quantas escolas um professor de escola pública precisa trabalhar para ganhar isso? Só para constar, a hora-aula de um professor do estado no Rio de Janeiro é de R$ 18,42. Isso porque teve aumento mês passado!

O sofrido povo brasileiro mais uma vez é obrigado a pagar pela mordomia alheia. Farinha pouca meu pirão primeiro, né? Vamos negociar, doutora? A situação está difícil aqui também. Esse angu era para ser dividido. Mas para a gente só vem o caroço. Uma vaguinha no município, nem pensar, Vossa Excelência?

Já que a greve dos professores foi julgada ilegal, é sinal de que os educadores estão enganados. E que as escolas do município são tão boas que seriam um lugar perfeito para seus filhotinhos amados. Isso fora o intercâmbio cultural que eles fariam com o pessoal lá do morro! Desculpe, é comunidade agora. Esqueci. Faz toda a diferença! Nomenclatura é tudo!

Consigo visualizar seus filhos subindo morro para fazer trabalho de grupo. Vão de motorista, de Kombi ou de motoboy? Os meninos vão ensinar seus filhos a soltar pipa, jogar bola descalço, dançar funk. E como dançam, viu? Parecem de borracha. Nossos meninos também são bons, Excelência. Também têm potencial e merecem boa educação. Vamos juntar?

No Estado a situação não fica nada a dever também. A escola que vem sendo sucateada pelos governos passados de Garotinho, Rosinha, Cabral e Pezão é um lugar seguro, tranquilo, ótimo nível e acolhedor. Sugiro que experimentem.

R$ 7.250 mensais é muitas vezes mais que o salário mínimo dos trabalhadores honestos espremidos diariamente nos trens da Central e nos vagões de metrô. Paga o salário de seis professores e meio. É triste a situação dos educadores do município e do estado do Rio de Janeiro. Não é à toa que que, em oito dias, 233 pediram para sair.

O custo desse benefício vale para os filhos e dependentes dos magistrados que tenham entre oito e 24 anos. Eu não imaginava que os magistrados amigos estivessem nessa situação. Que me conste, os magistrados do Rio - ao contrário dos professores - estão entre os mais bem pagos do Brasil. E recebem salários que chegam a R$ 29 mil. Isso fora os auxílios. É pouco? Para quem? Para quem paga ou quem recebe?

No Brasil é precisamente o excesso de boca de uns que deixa os outros na fome. O olho grande dos que têm o poder e o dinheiro nas mãos, mas não usam para servir. Só para se servir. Vontade de gritar:

- Ei, não faz isso, não! É meu também. Trabalhei muito por ele.

Não me escutam. Nunca escutam. Não lhes pesa o mal que fazem? Não lhes dói a consciência? Ou será que culpa e ética são coisa só de pobre? Não acredito que seja.

A boquinha de poucos é a fome de muitos, quase todos nós. A voracidade dos que deveriam nos proteger e dar exemplo chega a ser imoral. Vergonha alheia.


Época



terça-feira, 23 de setembro de 2014

Trabalho infantil artístico x violação de direitos: Justiça determina recolhimento da revista Vogue Kids e retirada da internet de fotos de crianças em poses sensuais


O ensaio fotográfico “Sombra e Água Fresca”, da revista Vogue Kids, publicado neste mês de setembro, chamou a atenção, principalmente nas redes sociais, por mostrar meninas em um cenário de veraneio fazendo poses com forte apelo sexual. O eco da manifestação virtual chegou à Justiça. O Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP) ajuizou uma ação, na sexta-feira 12, pedindo a retirada de circulação da edição de número 22 da revista. No processo, que corre em segredo de Justiça, a publicação é acusada de promover “trabalho infantil artístico não autorizado pelo ordenamento jurídico”. O MPT-SP acusa também a Vogue Kids de violar “o princípio da proteção integral, previsto no artigo 227 da Constituição Federal, Convenção 138 da OIT e legislação trabalhista”.

Tanto o Google quanto o Facebook, bem como veículos que trataram do assunto, entre eles a revista CartaCapital e os portais Imprensa e Yahoo!, foram igualmente obrigados a retirar as fotos (incluindo as que continham tarjas nos rostos das crianças) de seus sites.

"Condições nocivas"

Em entrevista ao Promenino, o procurador do Trabalho Rafael Marques, da Coordenadoria Nacional de Combate à Exploração do Trabalho de Crianças e Adolescentes (Coordinfância), explica que a Justiça considerou o ensaio inadequado, porque foi realizado em condições nocivas ao desenvolvimento saudável da criança, “principalmente no que tange a seu desenvolvimento psíquico, em razão da sensualidade, da erotização presente nessa divulgação”.

“Quando se fala de trabalho infantil artístico, é possível excepcionar algumas situações, estabelecidas pela Convenção 138 da Organização Internacional do Trabalho”, diz o coordenador nacional da Coordinfância. Tais exceções, complementa, devem ser autorizadas por um juiz do Trabalho, que impõe uma série de condições especiais para a atividade ser realizada de maneira protegida, como a fixação de trabalho assistido, a compatibilidade com o horário escolar, entre outros cuidados – admitindo-se, apenas com tais regras cumpridas, a possibilidade de participação de crianças e adolescentes menores do que a idade mínima de admissão (16 anos) em atividades artísticas.

“Também não há comprovação de que houvesse autorização do Poder Judiciário, do juiz, para que esse tipo de trabalho feito pela revista fosse desenvolvido. Sem essa autorização, a norma é ferida”, assegura.

Perigos para as crianças

Segundo o procurador, “a erotização precoce pode intervir na formação moral dessas crianças e adolescentes, determinando atitudes e condutas sexuais inadequadas para essa fase da vida”.

A opinião é compartilhada pela psicóloga Sônia Roman. Para a especialista, normas morais precisam ser respeitadas, de modo a não comprometer a educação e a formação da criança. “Eu fico impressionada que uma revista tão importante tenha cometido um deslize assim. A criança tem de brincar, não pode ser explorada com fotos de conotação sexual. Seus direitos têm de ser respeitados”, diz. “Quando os limites não estão claros, o desenvolvimento desses meninos e meninas é colocado em risco. Alguns pais, na ânsia da busca pela fama, tornam-se também carentes de limites. Creio que a Justiça deveria chamá-los, para que sejam mais bem orientados e até mesmo advertidos. Práticas como essa devem ser sempre coibidas.”


O que diz a Vogue

Nota oficial publicada no Facebook da revista


“A Vogue Brasil, responsável pela publicação de Vogue Kids, em razão de recentes discussões em redes sociais envolvendo a última edição da revista, mais especificamente o ensaio de moda intitulado “Sombra e Água Fresca”, vem esclarecer que jamais pretendeu expor as modelos infantis a nenhuma situação inadequada. Seguimos princípios jornalísticos rígidos, dentre os quais o respeito incondicional aos direitos da criança e do adolescente. Como o próprio título da matéria esclarece, retratamos as modelos infantis em um clima descontraído, de férias na beira do rio. Não houve, portanto, intenção de conferir característica de sensualidade ao ensaio. Respeitamos a diversidade de pontos de vista e iremos nos aprofundar no entendimento das diversas vozes nesse caso, buscando o aperfeiçoamento das nossas edições. Repudiamos, porém, as tentativas de associar a Vogue Kids ao estímulo de qualquer prática prejudicial aos menores. Lamentamos que o açodamento e a agressividade imotivada de algumas pessoas tenham exposto desnecessariamente as menores que participaram do ensaio, que são nossa maior preocupação nesse episódio. A missão da Vogue Kids foi e continuará a ser a de tratar a infância com o respeito que ela merece, abordando com respeito e sensibilidade questões contemporâneas e que vão muito além dos editoriais de moda.”

promenino

A CAMPANHA ALERTA VERMELHO AVANÇA!


AMPA - Associação Amigos do Peixe-boi
23 de set de 2014 — A Campanha Alerta Vermelho avança e cria o Fundo Alerta Vermelho.



Nas últimas semanas, representantes da Ampa, Batalhão Ambiental e do Ministério Público Federal estiveram reunidos na sede do Ministério Público, em Manaus –AM, para a regulamentação do fundo financeiro, criado pela Ampa, na Campanha Alerta Vermelho, destinado a apoiar a fiscalização de frigoríficos, entrepostos de pesca e o combate ao comércio ilegal de produtos derivados da fauna silvestre; assim como, buscar soluções e alternativas sustentáveis para as comunidades.

De acordo com o diretor-executivo da Ampa, Jone César Silva, o “Fundo Alerta Vermelho” foi criado para dinamizar o gerenciamento de recursos financeiros e evitar os entraves burocráticos que órgãos de fiscalização ambiental do Estado do Amazonas, como o Batalhão Ambiental, por exemplo, sofre para manter suas ações rotineiras de fiscalização.
“Além de auxiliar na manutenção destas instituições, o Fundo será utilizado para oferecer cursos técnicos de reciclagem e capacitação ambiental, que serão oferecidos por especialistas de instituições parcerias, entre elas, o Inpa”, explica Silva.

“O Ministério Público Federal pretende colaborar na medida em que, ao celebrar um termo de ajuste de conduta, poderá fixar como destinação o repasse para esse fundo. Essa participação do Ministério Público confere legitimidade à instituição para que possa acompanhar o trabalho do fundo e solicitar a prestação de contas, o que também é vantajoso, em relação a quem administra o fundo, porque confere transparência para consolidar o trabalho e segurança às pessoas que estão fazendo as doações”, ressalta o Procurador da República, Rafael Rocha.

“O fundo é importante primeiro porque com ele vai vir com a cooperação técnica, que é uma cooperação de informações, educação ambiental, dentro de um planejamento. Com os recursos do fundo, a gente vai poder realizar coisas que o Estado não tem a rapidez de realizar, por conta da burocracia brasileira, que é necessária; mas, para uma organização não governamental como a Ampa, ela facilitaria ser mais rápido para a gente abordar o problema com mais eficiência”, salienta o tenente-coronel do Batalhão Ambiental, Flávio Diniz.

A campanha “Alerta Vermelho” foi lançada no dia 20 de julho e pretende combater a matança cruel e indiscriminada dos botos da Amazônia que servem de isca para a captura de um peixe liso, chamado piracatinga. A iniciativa é Ampa e do Inpa.

AJUDE A COMPARTILHAR NOSSA PETIÇÃO: www.change.org/boto


ACESSE O HOTSITE DA CAMPANHA: www.alertavermelho.org


FACEBOOK AMPA: www.facebook.com/peixeboi.ampa


Agradecemos o apoio de você, em breve enviaremos novas atualizações da Campanha Alerta Vermelho.

Obrigado pelo apoio,

Jone César e equipe Alerta Vermelho.

segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Descoberta enorme tumba no norte da Grécia do tempo de Alexandre, o Grande


Arqueológos dizem que é o maior cemitério já encontrado no país

ANFÍPOLIS, GRÉCIA - A descoberta de uma enorme tumba no Norte da Grécia, que data do tempo de Alexandre, o Grande, da Macedônia, entusiasmou os moradores do país no Mediterrâneo, distraindo-os da terrível crise que a economia local enfrenta há anos. Gregos, assim como arqueólogos do mundo todo, agora se perguntam quem estaria enterrado em um túmulo tão imponente.

A descoberta aconteceu no início de agosto. Segundo o site da BBC, uma equipe de arqueólogos gregos liderados por Katerina Peristeri desenterrou o que, dizem as autoridades, seria o maior cemitério já descoberto no país. O achado está num monte na Anfípolis antiga, uma grande cidade do reino da Macedônia, 100km a leste de Thessaloniki, segunda maior cidade da Grécia.

A estrutura remonta ao final do século IV a.C., e o muro ao redor dele é de 500 metros de circunferência, superando as dimensões do local de enterro do pai de Alexandre, Filipe II, em Vergina, a oeste de Thessaloniki.

- Estamos observando com admiração e com profunda emoção a escavação em Amphipolis. Este é um monumento enterro de dimensões únicas e impressionante maestria artística. Os mais belos segredos estão escondidos logo abaixo de nossos pés - disse o ministro da Cultura da Grécia, Konstantinos Tasoulas

Dentro da tumba, foram encontrados dois cariátides(estátuas de mulheres com túnicas) de cerca de 2,7 metros de altura, colocados ali, possivelmente, para afastar instrusos da câmara principal. O novo sítio arqueológico está sob proteção policial 24 horas por dia. A ideia é manter jornalistas e turistas afastados enquanto os cientistas realizam seu trabalho.

Só a equipe de arqueólogos pode dar pistas sobre quem está enterrado ali, mas os envolvidos ainda estão entretidos em medidas para preservar o local (uma das câmaras da tumba corre o risco de desabar). Para a população dos vilarejos ao redor do sítio, entretanto, não há dúvidas de que Alexandre, o Grande, é o dono do túmulo. Mas esta afirmação é tratada como especulação pelo governo grego, já que, até hoje, acredita-se que Alexandre estaria enterrado em algum lugar do Egito.

O Globo

domingo, 21 de setembro de 2014

Hoje é o Dia Mundial da Doença de Alzheimer


Hoje é o Dia Mundial da Doença de Alzheimer

O apagamento progressivo da memória é um dos principais sinais desse problema neurodegenerativo que já atinge 35 milhões de pessoas no mundo. Em decorrência da destruição de células nervosas, ele também afeta outras funções cognitivas, a exemplo da linguagem e da capacidade de atenção. Por isso, a data reforça a importância de procurar orientação de um profissional de saúde assim que os sintomas derem as caras. Afinal, a doença está longe de ser uma consequência natural da passagem dos anos.

Na favela Dilma Rousseff, falta água, luz, saneamento – mas tem Bolsa Família


Site de VEJA visitou a "vila" que leva o nome da presidente-candidata na periferia de Teresina, no Piauí, Estado onde metade da população recebe benefícios do Bolsa Família

O sol a pino, o tempo seco e a temperatura diária por volta dos 38 graus castigam Teresina entre setembro, outubro e novembro, época do ano que os nativos apelidaram de "b-r-o-bró", sílaba final dos três meses mais quentes do ano na capital do Piauí. A condição é ainda mais penosa para os moradores da Vila Dilma Rousseff, uma favela formada por casebres de taipas na Zona Norte da cidade. A vegetação local, formada por cajueiros e palmeiras (ou pindobas, como são chamadas no Estado), oferece pouca proteção do sol. Caminhar nas vielas de terra durante o dia torna-se uma tarefa árdua. Apesar de levar o nome da presidente-candidata, líder de intenção de voto no Estado, a invasão, distante 18 quilômetros do centro, parece ainda mais longe do poder público: falta água encanada, energia elétrica e saneamento básico mínimo – banheiro em casa é um privilégio.

Criada há mais de três anos, a “vila” (um eufemismo local para favela) abriga atualmente cerca de 1.000 famílias, segundo moradores ouvidos pela reportagem. As palavras mais pronunciadas entre eles são "água", "energia" e "gambiarra", um resumo das carências mais urgentes. No último levantamento, em meados de 2013, havia 658 famílias e mais de 800 barracos de pé – os que continuam vazios ou fechados pertencem a quem os vizinhos chamam de aproveitadores. Os moradores construíram os casebres de cômodo único por conta própria, erguidos com talo de babaçu preenchido com barro. A madeira fina, típica da região, compõe a cerca. As folhas secas das palmeiras cobrem os telhados – embora a maior parte dos moradores esteja comprando telhas para evitar ataques incendiários na madrugada. A palha tem outra serventia: funciona como tampão nos cercadinhos nos quintais, onde se toma banho de balde.

Na entrada da invasão, destaca-se um pé de faveiro, árvore do cerrado com copa mais larga. Nela, está pregada a placa que dá ares de legalidade: "Assentamento Dilma Rousseff". Não há nenhuma outra formalidade que indique a presença do poder público na favela, aberta na periferia do bairro Santa Maria da Codipi. A água e a luz são puxadas ilegalmente das redes de um condomínio vizinho, construído com recursos do programa Minha Casa Minha Vida. Para se refrescar, os moradores armazenam água em baldes e anilhas de concreto que funcionam como caixa d’água improvisada. Ou vão tomar banho de rio.

A invasão estabeleceu-se ao lado do maior conjunto habitacional do Estado, o Residencial Jacinta Andrade, com 4.300 casas de alvenaria. Uma nova leva de casas do Residencial Mirante de Santa Maria da Codipi, de 648 unidades e orçamento de 20 milhões de reais, também permanece fechada, sem nenhum morador, à 700 metros de distância. Apesar da condição menos degradante, lá também passou a faltar água neste ano, o que levou os mutuários a abandonarem o lugar. O Ministério Público do Piauí investiga a distribuição de casas a moradores que não se encaixavam nas regras do programa e a revenda proibida. Moradores também denunciaram à Polícia Federal que casas eram usadas como “veraneio”, para festas e churrascos. O Ministério Público Federal abriu uma ação civil pública para apurar desperdício de dinheiro público na obra do Jacinta Andrade, que atravessou os períodos de governo dos últimos três chefes do Executivo locais, ex-aliados que agora protagonizam a disputa. Ao custo de 147 milhões de reais, a construção lançada no governo Wellington Dias (PT), candidato a retornar ao posto, atravessou o mandato do seu sucessor e agora desafeto, Wilson Martins (PSB), e permanece incompleta no mandato-tampão de Zé Filho (PMDB), ex-vice de Martins, que assumiu o governo em abril e concorre à reeleição.

Trabalhadores sem-teto que não conseguiram ser sorteados para receber uma casa do condomínio Jacinta Andrade ergueram a favela. O terreno baldio era rota de fuga, esconderijo de traficantes e local de desova de corpos, além de palco de execuções e linchamentos. Em uma reunião com catorze líderes comunitários na prefeitura de Teresina, decidiram homenagear a presidente recém-eleita. “Na época a gente precisava de um nome forte e o mais forte era o da presidente”, diz Branca, como é conhecida a auxiliar de serviços gerais Risomar Granja Nascimento, de 45 anos.

Branca é um exemplo do pragmatismo teresinense. Filiada ao PCdoB, trabalhou em 1989 na campanha do ex-presidente Fernando Collor de Mello. Neste ano, é cabo eleitoral do governador Zé Filho (PMDB). Ela conta que passou a presidir o conselho comunitário da Vila Dilma Rousseff com ajuda da primeira-dama de Teresina, Lucy Soares, mulher do prefeito Firmino Filho, do PSDB. Neste ano, também comprometeu-se a trabalhar pela eleição do sobrinho do prefeito, Firmino Paulo (PSDB), para deputado estadual. Mas vota em Dilma – não no PT, ressalva. “Voto para presidente é uma questão minha, eu que tenho de escolher”, justifica. “A presidente Dilma tem um cartaz doido por aqui. Meu voto é da Dilma. Mas por causa do Lula, isso não nego para ninguém. Eu preferia que ele fosse candidato, porque sou pernambucana como ele. E ele só ganha meu voto para a Dilma, porque eu conheço os outros candidatos do PT daqui.”

A quem lhe pergunta sobre a coerência das escolhas políticas, Branca responde: “Dizem que a água e vinho não se misturam, mas isso só vale para nós que somos pobres. Os ricos se misturam. Os políticos aqui de Teresina são assim, vão para cima do palanque e se esculhambam, mas quando termina vão para um lugar de rico que tem acolá na Avenida do Jóquei tomar whisky e conversar como se nada tivesse acontecido, enquanto os bestas ficam brigando por eles.”

A Associação de Moradores do Residencial Dilma Rousseff abriu seu CNPJ em novembro de 2011. Por iniciativa da vereadora Graça Amorim (PTB), que pediu votos na comunidade em 2012, o prefeito sancionou a lei que deu o título de “utilidade pública” à associação em março do ano passado. Segundo Branca, Firmino Filho prometeu ajudar os moradores a se fixarem no local. Há mais de um ano, o prefeito anunciou, durante reunião pública para evitar a reintegração de posse da ocupação, o lançamento de um Plano Diretor de Regularização Fundiária em Teresina. Apesar disso, os vizinhos da Vila Dilma Rousseff convivem com o iminente medo de despejo – o terreno é particular – e reclamam de nunca terem recebido qualquer benefício governamental.

Eles reclamam da precariedade do lugar: no inverno, entre fevereiro e abril, chove e venta forte em Teresina, o que derruba os postes de madeira levantados para passar a fiação. Uma parede inteiriça da casa do pedreiro Antonio dos Santos Soares, de 30 anos, foi ao chão. Ele teve de correr com a mulher e a filha para não ser atingido. Para o pedreiro, os políticos desperdiçam dinheiro com campanhas eleitorais e deveriam ver "se alguém está com fome". “Esse dinheirão danado que eles andam gastando com carreata e soltando fogos, deviam dar uma carga de barro para um pobre que está precisando”, diz.

Bolsa Família – Soares é eleitor convicto de Dilma, assim como a maioria dos moradores da vila. Ele acredita que só a presidente-candidata tenha condições de aumentar a geração de empregos no país. Também desconfia que postos de trabalho serão fechados se ela for derrotada. “O emprego ficou mais facilitado depois que ela entrou e ela fez um bom trabalho ajudando as mães com o Bolsa Família.” O raciocínio político de Soares ajuda a entender os índices de intenção de voto ostentados pela presidente no Estado: Dilma atinge 61%, ante 24% de Marina Silva (PSB) e 6% de Aécio Neves (PSDB). A preferência por Dilma sobe para 67% entre os piauienses que ganham até um salário mínimo – o inverso do que ocorre com Marina e Aécio, que atingem, respectivamente, 16% e 3% nessa faixa do eleitorado.

Mulher de Soares, a dona de casa Cleudia Regina Gomes Sales, de 31 anos, é uma das beneficiárias do programa na vila. Ela ganha auxílio de 112 reais para manter na escola a filha Adrielle Suyane, de 4 anos. A vizinha Maria de Lourdes Pereira da Costa, de 22 anos, também passou a receber a quantia após o nascimento do menino Luís Eduardo, de 1 ano e 4 meses. Elas fazem parte de uma realidade massificada no Piauí: atualmente o governo federal paga a Bolsa Família para 458.081 no Estado, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. De janeiro a setembro, o governo federal desembolsou 729 milhões de reais em benefícios para famílias que equivalem a 48% da população piauiense. Em 2013, foram 903 milhões de reais.

Durante a conversa com o site de VEJA, Cleudia pediu por três vezes que o repórter lhe arranjasse uma indicação para trabalhar na prefeitura de Teresina. Ao contrário do marido, Cleudia relata dificuldade em conseguir um emprego. Ela elogia Dilma, mas é categórica ao dizer que o governo não levou benefícios para a ocupação. "Até agora não recebemos nada. Os postes são gambiarra, a encanação também, não tem fossa e falta água direto numa quentura dessa para as crianças”, relata. “Acho que a Dilma deve ter ajudado, ela é muito querida aqui. Eu não tenho o que dizer [reclamar] dela não. Muita gente aqui diz que está com o voto garantido para ela.”

A adesão a Dilma, contudo, não é unânime. Um dos primeiros moradores da invasão, o camelô Carlos da Silva Gomes, de 45 anos, eleitor da petista em 2010, agora pensa em anular o voto. Ele afirma que perdeu a confiança nos políticos. “Votei na Dilma devido à incerteza. Ela já vinha com o Lula e eu sabia que ia continuar o governo dele”, diz o vendedor ambulante. “Hoje a gente vê que a corrupção já vem de muito tempo, é só o que a gente houve falar na televisão. A gente não vê o benefício, não vê eles se dedicarem ao voto da pessoa. Eu mesmo nunca fui beneficiado pelo governo municipal, estadual nem federal.”

Mais nova moradora da vila, a mãe de Gomes, Maria Isabel da Silva, de 68 anos, também está indecisa sobre a quem confiar o voto presidencial. “Estava pensando na Marina, mas ainda não tenho opção”, diz a dona de casa, que lembra ter tido como último benefício do governo o Bolsa Escola, de 32 reais, para um neto. O benefício, que "servia para comprar uma merenda no colégio", foi cortado quando o rapaz completou 16 anos. No domingo passado, Maria Isabel se juntou ao terreno em que a família ergueu três casebres, o primeiro há 3 anos e 7 meses. Reflexivo, Gomes cobra a presença do Estado no local onde deseja viver pelos próximos anos. “Não penso em sair daqui. Já me sinto como dono mesmo. É muito bom ter o que é da gente.”

Veja

A N O S O G N O S I A


Que alívio ter conhecimento disto!
Há algum tempo andava preocupado porque:

1.Não me recordava dos nomes próprios;
2.Não me recordava onde deixava algumas coisas;
3.Quando estou conversando e tenho que interromper o pensamento por alguma interrupção, tenho dificuldades de continuar com a conversa no ponto em que tinha parado;

Enfim, creio que começava a pensar que tinha um inimigo dentro da minha cabeça, cujo nome começa por Alz...

Hoje li um artigo que me deixou bem mais tranquilo, por isso passo a transcrever a parte mais interessante:
"Se vc tem consciência dos teus problemas de memória, então é porque ainda não tens problemas"
Existe um termo médico que se chama ANOSOGNOSIA, que é a situação em que vc não se recorda temporariamente de alguma coisa. Metade dos maiores de 50 anos, apresentam algumas falhas deste tipo, mas é mais um fato relacionado com a idade do que com a doença.

Queixar-se de falhas de memória, é uma situação muito comum em pessoas com 50 ou mais anos de idade.

Se traduz por não recordar um nome próprio, entrar num cômodo da casa e esquecer-se do que se ia lá fazer ou buscar, esquecer o título de um filme , ator , canção, não se lembrar onde deixou os óculos, etc. etc..

Muitas pessoas preocupam-se, muitas vezes em excesso, por este tipo de esquecimento. Daí uma informação importante:

"Quem tem consciência de ter este tipo de esquecimento, é todo aquele que não tem problemas sério de memória. Todos que padecem de doença de memória, com o inevitável fantasma do Alzheimer, são todos aqueles que não tem registro do que efetivamente se passa.

Este documento é dedicado a todos os esquecidos que me lembrei (será que esqueci de alguém?)
Se esquecerem de compartilhar, não se preocupem porque não será Alzheimer... são os muitos anos que vos pesam dentro das nossas cabeças.



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