sábado, 7 de novembro de 2009

A princesa do tráfico


SEQUELAS
Ana Karina está livre do vício, mas ficou com lesões no coração e no cérebro

De família rica e tradicional, descendente do marechal Deodoro da Fonseca, Ana Karina de Montreuil foi traficante, teve 11 overdoses, forjou o próprio sequestro e conta como sobreviveu

Pouca gente mergulhou tão profundamente no mundo das drogas e conseguiu sobreviver para contar a história como Ana Karina de Montreuil, uma jovem rica e de família tradicional, tataraneta do proclamador da República e primeiro presidente do Brasil, o marechal Deodoro da Fonseca. Ana começou a cheirar cocaína com 11 anos de idade e aos 15 já era completamente dependente de drogas. Sem mesada suficiente para bancar o vício, ela chegou a tramar o próprio sequestro para extorquir dinheiro da família.
Em pouco tempo, a menina que fazia refeições com talheres de prata e pratos folheados a ouro e teve aulas de etiqueta à mesa para aprender a manejar a pinça de escargot virou uma aspirante a marginal. Para quem cresceu achando natural ter caviar na geladeira, estudou dois idiomas, pintura, escultura e equitação, as drogas pareciam apenas uma aventura. Até virarem o centro da existência de Ana. Por suas mãos, boca e nariz passaram maconha, haxixe, heroína, cocaína, ácidos, anfetaminas e chá do Santo Daime. A trajetória de dependente química inclui também tentativas de suicídio, estupro e tráfico. Livre do vício há cinco anos, Ana Karina, 37 anos, hoje é totalmente contra qualquer tipo de droga.
Sua trágica história começou, como tantas outras de jovens da classe média, dentro da própria casa. Ana conheceu a cocaína nas festas promovidas pela falecida mãe, viciada em álcool e drogas. Entre bebidas finas e canapés coloridos, tinha sempre uma bandeja de prata cheia de pó branco. Ela foi prisioneira do vício durante 19 anos. Nesse período, teve 11 overdoses e se internou pelo menos 16 vezes. "Nenhum tratamento que fiz no Brasil deu resultado.

"Imagina a dor de ouvir sua filha perguntar:
'Você não vai à minha festa?' E você ter de dizer: ' Não. "

Ana Karina de Montreuil

Tive que ir para a Argentina me tratar", conta. Porém, antes de encontrar a ajuda definitiva, ela adentrou o submundo das drogas e do crime a partir do namoro com o traficante e sequestrador uruguaio Wilson Aníbal Ramos, o Gringo, que liderava o tráfico no Morro do Vidigal, em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro. Com ele, Ana teve a ideia de forjar o próprio sequestro para extorquir sua família. O valor do resgate, convertido para a moeda atual, seria em torno de R$ 3 milhões - metade dela e metade de Gringo. "Na época eu pensei: dessa forma posso me livrar da minha mãe e ver quanto valho para o meu pai", disse Ana à ISTOÉ.
No entanto, a situação fugiu do controle e, quando a jovem quis desistir do plano, se deu conta de que tinha feito acordo com bandidos de verdade. Ana virou refém e passou por vários cativeiros, em barracos de favelas e apartamentos no asfalto. Num deles, perdeu a virgindade, ao ser estuprada por Gringo. Quando foi encontrada por policiais, estava amarrada. Sob o comando do delegado Hélio Vigio, os PMs estouraram o cativeiro e prenderam a quadrilha. Ela também foi acusada e passou um tempo na Escola Santos Dumont, um reformatório para meninas infratoras. Depois de um período internada, quando tentou o suicídio cortando os pulsos, foi retirada da instituição pela família e levada para uma temporada de dois anos na França.
A volta ao Brasil, no final de 1989, significou também o retorno às drogas. Ana costumava subir os morros de salto alto, usando roupas da grife francesa Dior, uma de suas preferidas. Passou a roubar joias da família para trocar por drogas. Um relógio Rolex de brilhantes, herança da avó, cujo preço ultrapassava R$ 15 mil, por exemplo, virou 15 papelotes de cocaína, que custavam R$ 150. O passo seguinte foi revender a droga que adquiria no morro para amigos do seu círculo social, como forma de bancar o próprio vício.
A nova condição a levou a vivenciar situações como a ocorrida num ponto de tráfico no Morro do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana. Lá, viu um traficante cismar que um jovem viciado era policial. Alucinado, o bandido derrubou o rapaz e desferiu vários tiros. Em seguida, passou a arma de mão em mão, para que todos também atirassem na vítima. O bandido ainda ordenava o alvo: "Agora, atira no pé." Quando chegou a vez de Ana, ela não teve coragem. Começou a chorar. Um dos presentes, amigo dela e também do pessoal da boca de fumo, conseguiu convencê-los a liberar a garota da tarefa. "Desci o morro correndo, apavorada", lembra.
Mas nada do que ela vivia - os medos e a proximidade com o risco - era suficiente para fazê-la largar as drogas. Ana Karina fez vários abortos até que, aos 18 anos, foi mãe pela primeira vez. Ficou 12 anos sem ver a filha. "Sabia apenas que ela morava com meus avós, mas não tinha contato." Quando teve a segunda filha, já lutava contra o vício e estava num período de calmaria.
No entanto, no aniversário de 4 anos da caçula teve que ser internada de novo. "Imagina a dor de ouvir sua filha perguntar: 'Você não vai à minha festa?' E você ter de responder: 'Não. A mamãe vai para o hospital porque está doente.'" Ana Karina só foi ver a menina quatro anos depois. A cura aconteceu numa clínica de Buenos Aires, onde se surpreendeu com o diagnóstico do médico - seu problema central não era a dependência química, e sim um transtorno bipolar, doença que se caracteriza pela alternância de humor, em que a euforia e a depressão se intercalam com períodos de normalidade. Mudou o tratamento, teve força de vontade e, enfim, êxito.
Como ninguém passa incólume por experiência semelhante, Ana Karina traz no corpo 21 tatuagens - uma delas, na nuca, diz, em inglês, "Te encontro no inferno" e outra, no braço, no mesmo idioma, é "Salveme" - e também as consequências da vida desvairada que teve durante anos. "Fiquei com uma sequela no coração, provocada por uma das overdoses que tive. Tenho também uma lesão na parte frontal do cérebro." Hoje, ela vive com as filhas e se orgulha de ser uma sobrevivente. "Me livrei de vez das algemas que me prendiam ao passado quando expurguei os fantasmas no livro ' A Bela Menina do Cachorrinho' (Ed. Ediouro)." Sobre o movimento pela legalização da venda de maconha, a ex-viciada é radical.
"Droga é droga. Não tem que ser legal."

Wilson Aquino


Isto É

Diego Hypolito é ouro na Croácia e fatura o tetracampeonato da Super Final


Com a vitória na etapa da Copa do Mundo, brasileiro garante título inédito

O ginasta Diego Hypolito teve mais um bom motivo neste sábado para afastar de vez a insegurança que tem sentido nos últimos tempos. Com uma bela apresentação, Diego conquistou o ouro na final do solo da Copa do Mundo de Osijek, na Croácia. O resultado garante ao brasileiro o inédito título de tetracampeão da Super Final.
- Fiquei bastante feliz por ter feito uma prova boa, por conseguir voltar a manter a tranquilidade. Estou mais do que contente por ter conquistado o tetracampeonato, um título inédito, que era minha principal meta. Foi um ano de muitas vitórias - disse Diego ao SporTV, por telefone.
No Mundial de Londres, em outubro, o nervosismo atrapalhou Diego Hypolito a conquistar o tricampeonato. Mas, após as falhas que lhe deixaram até fora da final na Inglaterra, o brasileiro foi para a Croácia determinado a não errar e conseguiu vencer a prova de solo e, de quebra, garantir o tetracampeonato por antecipação com 15,550 pontos. A medalha de prata foi para o croata Tomislav Markovic, que somou 15,225 pontos. O israelense Alexander Shatilov fez 14,925 e ficou com o bronze. O também brasileiro Victor Rosa terminou em quinto lugar(14,325 pontos).
- Foi uma prova muito boa, talvez a melhor desse ano. Acho até que poderia ter recebido uma nota mais alta. Nas eliminatórias, eu tinha tirado 15,675 pontos e achei essa série da final melhor - comentou o brasileiro, que também foi campeão em 2004, 2006 e 2008.
O título da Super Final é dado para o atleta que conseguir mais pontos no ranking da Copa do Mundo em cada categoria. Com a vitória na Croácia, o ginasta brasileiro somou 180 pontos na liderança do solo e não tem mais chances de ser alcançado por nenhum outro atleta. De qualquer forma, Diego ainda vai participar da última etapa do circuito, em Stuttgart.

Diego está fora da disputa no salto
A felicidade só não é completa porque o tetracampeão teve de abrir mão da disputa do título no salto. Em segundo lugar no ranking nesta categoria, Diego não poderá entrar na briga em Stuttgart porque ainda não está totalmente recuperado da lesão no ombro esquerdo.
- Ainda estou com um pouco de dor no ombro, mas agora é mais questão de preparação física. O grande problema é que o médico não me autorizou a competir o salto. Por enquanto, só posso disputar o solo. Agora só me resta torcer para continuar em segundo e esperar até o ano que vem para disputar o título no salto.

Confira as medalhas de Diego na temporada 2009!
Março (Cottbus-Alemanha) – Prata no solo e prata no salto
Abril (Maribor-Eslovênia) - Ouro no solo
Maio (Glasgow-Escócia) – Ouro no solo e ouro no salto
Maio (Moscou –Rússia) – Ouro no solo
Novembro (Osijek-Croácia) – Ouro no solo


Bebê de cinco meses é salvo após diagnóstico por genoma

"Sequência de DNA"

Um bebê turco de cinco meses gravemente doente foi salvo após cientistas terem completado rapidamente a análise de seu genoma e descobrirem que o diagnóstico inicial de sua doença havia sido equivocado.

Em um artigo publicado na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, os cientistas relatam que a análise do genoma do menino foi feito em apenas dez dias.
Eles puderam ver então que o bebê tinha uma mutação em um gene que produziria uma doença nos intestinos.
Os médicos do garoto, que inicialmente suspeitavam de um problema em seus rins, puderam então tratá-lo.
Testes clínicos comprovaram que o menino tinha a doença nos intestinos. Ele agora está se recuperando após o tratamento.

Desordem genética
“Os médicos do menino enviaram uma amostra de sangue. Eles tinham apenas um diagnóstico muito amplo sobre o que estava acontecendo com essa criança de cinco meses e tinham uma suspeita de que ele tinha uma desordem genética que afetava seus rins”, disse Richard Lifton, da Escola Médica da Universidade Yale, nos Estados Unidos, que coordenou o estudo que contou com a ajuda de pesquisadores no Líbano e na Turquia. “Em vez de olhar um gene por vez, esperando descobrir qual era o gene que estava causando problemas, usamos um novo método no qual podíamos olhar todos os genes simultaneamente”, afirmou Lifton.
Segundo ele, sua equipe identificou um gene em particular que apresentava mutações que significariam que a criança não seria capaz de absorver água ou sais por meio de seu intestino.
“Voltamos aos médicos na Turquia e dissemos o que pensávamos que era o problema. Eles o confirmaram e agora estão em condições de dar a ele o melhor tratamento”, disse o cientista.

Cloridorreia congênita
O menino tem uma condição chamada de cloridorreia congênita, que afeta uma em cada 50 mil pessoas.
O principal sintoma clínico é uma diarréia aquosa contínua, que provoca desidratação e outras desordens metabólicas.
Se não são tratados, os pacientes podem desenvolver problemas nos rins, inflamações no sistema digestivo e problemas de fertilidade.
Os cientistas que analisaram o caso do bebê turco verificaram que de 39 pacientes que tinham o mesmo diagnóstico original do menino, cinco possuíam a mesma mutação genética.
Os cinco pacientes também receberam um novo diagnóstico e também foram corretamente diagnosticados com a cloridorreia congênita.




Venda de casa de Hitler alerta vizinhos na Áustria


A venda da casa da família de Adolf Hitler na cidade austríaca de Braunau am Inn levantou a preocupação de que o local se torne uma espécie de “santuário” para simpatizantes do nazismo.

A casa onde Hitler nasceu em 1889 foi colocada à venda ao preço de 2,2 milhões de euros (cerca de R$ 5,6 milhões).
Os moradores da cidade e políticos locais temem que a casa caia nas mãos de extremistas de direita. O prefeito da cidade, Gerhard Skiba, quer evitar que isso ocorra, mas a prefeitura não tem recursos para comprar a propriedade.
Atualmente, a residência está sendo usada por uma organização de ajuda a deficientes e no passado já abrigou uma biblioteca, um banco e um instituto técnico.
Alguns historiadores sugeriram que o prédio deveria ser transformado em um museu, mas o prefeito se opõe vigorosamente à ideia, afirmando que isso poderia encorajar pessoas de vários países a visitar o local.
Por enquanto, a única menção ao passado da casa é um memorial dedicado às vítimas do nazismo.



Mãe se emociona ao reencontrar filha que ficou três dias desaparecida

Kamile foi achada na última tarde, em uma praça de Olinda, depois de ser levada pela faxineira que trabalhava no apartamento onde elas estavam hospedadas no Recife

Depois de procurar a filha por três dias, Josilene Maria se emocionou ao reencontrar Kamile, de dois anos e oito meses, na Praça do Carmo, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, na tarde da última sexta-feira (6). A polícia descobriu o paradeiro da criança depois de receber denúncias anônimas.
A mãe da menina quer agora voltar para casa em Belo Jardim, no Agreste de Pernambuco, e ficar perto das outras duas filhas. “Eu sempre tive esperanças de que iam me trazer minha filha, estou feliz demais”, disse.
A menina de dois anos foi levada pela faxineira que trabalhava no apartamento onde elas estavam hospedadas, em Boa Viagem, na zona sul do Recife. Câmeras de segurança filmaram o momento em que a adolescente de 16 anos saiu do prédio com a criança, na última terça-feira (3).


De acordo com a Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente (GPCA), a garota pretendia vender a criança. “Ela possivelmente vai ser apresentada ao órgão do Ministério Público responsável por jovens que praticam atos infracionais e deve receber uma medida punitiva”, informou o delegado Jorge Ferreira.


Cardiologistas: crianças também devem realizar exames de coração


RIO DE JANEIRO - Matricular a criança em uma atividade física é sempre saudável. Mas tomar alguns cuidados é fundamental. Iniciar a prática de esportes de uma hora para outra, sem a realização de uma avaliação médica, pode acarretar riscos para a saúde dos pequenos.
Dentre os incidentes, até o risco de morte súbita assola as crianças durante a realização de exercícios físicos. Segundo o Dr. Eduardo Saad, especialista em arritmias cardíacas do Instituto Nacional de Cardiologia, o problema não envolve somente pessoas com idade mais avançada, como muitos acreditam.
“Antes de iniciar as atividades físicas a criança deve ser levada ao médico para consulta com exame clínico, avaliação histórico familiar e, em alguns casos, eletrocardiograma. A partir daí se verifica se a criança possui alguma doença cardíaca não diagnosticada, prevenindo que o excesso de esforço físico se torne fatal para ela”, explica o Dr. Saad. O médico acrescenta que se o exame de eletro indicar alguma anormalidade, a criança deve fazer um ecocardiograma e um teste de esforço.
O médico alerta que há alguns indícios que podem deixar os pais atentos, como a existência de um caso de pessoa jovem com problemas de coração na família ou quando a criança desmaia sem um motivo aparente. “Esses casos podem ser sinais de problemas cardíacos que podem gerar conseqüências mais sérias enquanto um esporte é praticado mais intensamente. Algumas síndromes não diagnosticadas (como miocardiopatia hipertrófica ou uma síndrome do QT Longo) podem ocasionar a morte súbita durante a realização do exercício físico”, complementa.
Conhecer até onde o corpo pode ir é fundamental para não colocar a vida em risco. Há algumas doenças que podem ser tratadas para que o esporte possa ser praticado posteriormente. “Em casos mais graves, a atividade é proibida. Contudo, a pessoa consegue levar uma vida normal”, finaliza o Dr. Eduardo Saad.


JB Online

Associação de apoio a excepcionais e portadores de deficiência completa 27 anos com trabalho abrangente

Um exemplo de superação. Assim é a vida de Noêmia Alves. A mulher de 43 anos tem deficiência mental. Com orgulho, conta que aprendeu a ler e a escrever. Agora, começa a ter contato com a linguagem do computador e ainda encontra tempo para preparar, com dedicação, massa para pizza. Quem vai provar da receita de Noêmia? Os 240 alunos da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais e Deficientes de Taguatinga e Ceilândia (Apaed). Todos eles encontram no local um alento para as limitações que a vida lhes impõe.
A instituição realiza hoje um bazar para angariar recursos financeiros. Móveis, roupas e artigos eletrônicos, como impressoras e computadores, estarão à venda. Os produtos foram adquiridos por meio de doações. Brincos, colares e panos de prato produzidos pelos frequentadores da Apaed também estarão expostos. “As peças são produzidas em oficinas ocupacionais e profissionalizantes para os alunos e familiares”, explica a presidenta da associação, Maria das Graças Nunes.
Lucrésia Passos trabalha há oito anos no projeto e, atualmente, coordena a oficina de arte terapia. “Alguns alunos precisam ter as mães por perto. Fazemos trabalhos manuais para que elas ocupem o tempo”, detalha. Voluntárias também participam dos encontros. É o caso de Antônia Ribeiro, 45 anos. O filho da dona de casa frequentava a instituição. Depois da morte do garoto, ela decidiu continuar apoiando as famílias que dependem dos serviços da Apaed. “É a forma que encontrei para continuar a viver”, observa.
A sala de costuras e bordados é o espaço preferido de Raquel Souza, 40 anos, que sofre de problemas mentais. Durante as oficinas, ela pega as agulhas e, com maestria, entrelaça os fios coloridos. O trabalho resulta em criativas bijuterias. Raquel exibe-as com orgulho. “Ela nos emociona”, elogia Maria das Graças. Dedicada, a aluna também frequenta as aulas de alfabetização. “Estudo bastante. Ainda vou aprender a ler”, garante.

Inclusão
O clima da Apaed inspira serenidade. Alunos, familiares e funcionários encontram-se diariamente com um único objetivo: ser solidário com o próximo. Além do bazar beneficente, a instituição promove diversas atividades de integração, como a encenação do bumba-meu-boi e dos autos da via-sacra, quando a Páscoa se aproxima. Passeios a shoppings e cinemas também são realizados. “Inclusão social é a base de tudo”, constata Maria das Graças.
Os filhos de Maria do Socorro Firmo, 59 anos, são portadores de problemas físicos e mentais. Há 20 anos, Rafael, 21, e Regina, 30, passam as manhãs na associação, em companhia da mãe e dos professores e voluntários da Apaed. A dona de casa considera esse encontro uma terapia para a família. “Conversamos e compartilhamos as nossas dificuldades, enquanto os meninos fazem atividades que contribuem para a ocupação emocional”, conta a moradora do Setor O.
Tímida, Maria do Socorro tenta conter a emoção ao comentar os exemplos de superação dos filhos. Mas admite que o longo tempo em contato com a Apaed torna a família especial. Cada evento é um motivo a mais para não desistir da vida. A presidenta, Maria das Graças, reforça: “São todas guerreiras”. Assim, com muita luta, têm continuidade as atividades da associação, entre aulas de alfabetização e oficinas de costura e reciclagem de papel.

Memória
União de forças
Há 27 anos, uma moradora de Ceilândia decidiu dar vida a uma instituição para acolher deficientes físicos. A filha dela teve meningite e, devido às sequelas trazidas pela doença, adquiriu problemas físicos e mentais. Sensibilizada, a mãe criou a Apaed. Conseguiu a ajuda de clubes locais e de embaixadas. A criança, porém, faleceu. A fundadora, então, abandonou o cargo.
Pais e alunos reivindicaram. Não queriam que as atividades terminassem. Na época, o filho de Maria das Graças Nunes frequentava a instituição. O garoto morreu em decorrência dos problemas de paralisia cerebral. Mesmo assim, ela assumiu a coordenação da Apaed. Foi eleita presidenta pela terceira vez consecutiva e está à frente do cargo há seis anos.

Programação
Hoje, das 9h às 14h
Bazar beneficente com roupas, móveis e artigos eletrônicos à venda.

Próximo sábado (14/11), às 14h
Apresentação do bumba-meu-boi, com barracas de comidas típicas.
A entrada para as atividades da Apaed é gratuita.

Solidariedade
A Apaed precisa de voluntários e pessoas dispostas a doar amor e compreensão. Ajudas financeiras também são bem-vindas.
Os telefones são 3371-3232 ou 3372-2528


O preço da beleza - coelhos pagam o pato


Testes em laboratório estão forçando coelhos a passar diariamente horas totalmente presos em caixas bem apertadas. Tudo para estudar a eficácia de substâncias antirrugas. A cena foi captada por um funcionário do próprio Laboratório Wickham, em Hants (Inglaterra). Os animais recebem injeções de Dysport, rival do Botox, nas orelhas.
O denunciante estava a serviço do Sindicato Britânico pela Abolição de Experiências com Animais.
O governo do Reino Unido disse que investigará a denúncia e tomará medidas urgentes para deter os abusos contra animais cometidos por indústrias farmacêuticas.
O diretor técnico do laboratório disse estar comprometido com o bem-estar dos animais. Nota-se...

Fernando Moreira


Alunos farão dois anos em um


Secretaria Municipal de Educação anuncia classes especiais de aceleração do ensino para 10.400 estudantes que atingiram as metas do programa de realfabetização. O objetivo é reduzir a elevada defasagem entre idade e série

Rio - Dez mil e quatrocentos alunos das turmas de realfabetização da rede municipal vão chegar ao fim do ano com orgulho do boletim. Eles são 80% dos 13 mil estudantes do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental que, em cinco meses, passaram de analfabetos funcionais a exímios leitores. Em 2010, o desafio continua: eles farão parte de classes especiais de aceleração de aprendizado, para reduzir a defasagem idade-série, fazendo dois anos letivos em um. O anúncio foi feito ontem pela secretária municipal de Educação, Cláudia Costin.
A medida é vista com preocupação pela professora Miriam Paura, da Faculdade de Educação da Uerj: “É uma tarefa complicada. Os alunos terão que aprender o conteúdo de dois anos em um. Espero que este não seja mais um projeto imediatista, para resolver problemas de poucos alunos”.
Outros 15 mil alunos do 6º ano estão no processo de realfabetização desde agosto. A defasagem na série atinge 22% dos estudantes regulares, uma das mais altas. Há alunos lá com mais de 13 anos, quando o esperado é que o façam aos 11. “Esses estão sendo avaliados. Ainda não podemos traçar o quadro evolutivo”, disse Cláudia.
Já o 4º e o 5º anos apresentaram ótimos resultados em redação, leitura de texto e solução de problemas. “Graças à equipe e à metodologia única, o sucesso é acima do esperado”, comemorou. Cerca de 800 professores foram capacitados para a recuperação.

AINDA HÁ DEFICIÊNCIAS
Ontem, primeiro dia da Prova Rio, 126.966 estudantes do 3º e 7º anos responderam a 40 questões de Português e Matemática. A proposta é criar o Índice de Desenvolvimento da Educação do Rio, para servir de base à premiação anual de professores e funcionários. A secretária reconheceu deficiências: “Frações e porcentagens são um grande problema, reflexo da extinta aprovação automática. E em Português não vi progressos, o que preocupa”.
A secretaria divulga hoje a data das pré-matrículas, da pré-escola ao 9º ano do Fundamental. As inscrições serão por telefone ou Internet. Objetivo é evitar as filas quilométricas que marcam o período das matrículas. Cada estudante terá cinco opções de escola. Se nenhuma for do interesse do aluno, a secretaria atenderá pessoalmente o pai da criança.
O Senado aprovou, ontem, a educação básica, pública e obrigatória a estudantes de 4 a 17 anos. Hoje a idade escolar vai dos 7 aos 14. Com a mudança, estados e municípios deverão ampliar, a partir de 2010, a oferta de vagas na Educação Infantil e no Ensino Médio.

Alunos com deficiência: Município quer incluir mais 3 mil
O programa de Educação Inclusiva 2010 foi lançado, ontem, pela Secretaria Municipal de Educação na Câmara Municipal. Cerca de 10 mil alunos matriculados na rede apresentam algum tipo de deficiência (autismo, cegueira, deficiência física, surdez). Entre eles, 3 mil estão nas classes regulares, enquanto os restantes estão distribuídos em 759 turmas abertas nas 10 únicas escolas especiais da prefeitura. Com déficit de profissionais capacitados e falta de materiais de auxílio, a secretaria promete iniciar a educação inclusiva no próximo ano. A meta é unir mais 3 mil estudantes aos colegas das classes regulares. Os recursos serão repassados pelo MEC.

Meditação na sala de aula
Na rede estadual, cerca de 500 alunos já sentem os efeitos positivos das sessões de meditação transcendental, uma das novidades do projeto Educação Baseada na Consciência, lançado ontem no Colégio Estadual José Leite Lopes (Nave Oi Futuro), na Tijuca. “Os benefícios vão além da sala de aula. Os jovens estão mais tranquilos em casa e com mais saúde”, frisou o gerente do projeto, Sérgio Menezes, acrescentando que a meditação será estendida a outras 10 unidades a partir de 2010.
Feito em parceria com a Fundação David Lynch, o projeto já é realizado na Nave e no Ciep Hélio Pellegrino, em Campo Grande. No lançamento, o cineasta americano transmitiu mensagem num telão.

Ricardo Albuquerque


Doutores da alegria e da amizade

Dizer que eles são fiéis é pouco para descrever o que um animal de estimação significa na vida de pessoas mais velhas. A companhia de um bichinho melhora a autoestima, traz alegria e estimula a prática de exercícios

É uma troca vantajosa para os dois lados: os animais recebem carinho e atenção de quem já é expert em cuidar do próximo e os idosos ganham um companheiro para todas as horas. Se os benefícios físicos e psicológicos fossem somados, as pessoas sairiam em maior vantagem.
“Os animais de estimação funcionam como um suporte emocional. Com o tempo, acumulamos perdas afetivas, físicas e até de papel na sociedade. A companhia de um mascote dá estabilidade e faz com que a pessoa recupere funções”, explica Ceres Berger Faraco, médica veterinária, doutora em psicologia e autora de trabalhos sobre terapia assistida por animais.
Além de mandar a solidão embora, quem tem um animal de estimação tem uma rotina mais saudável. Imagine o quanto é preciso se movimentar para cuidar de um bichinho: colocar comida, limpar a casa ou gaiola, brincar. “São estímulos para as atividades físicas. Isso pressupõe um ganho em mobilidade”, afirma Ceres.
Recuperar funções pode significar um recomeço. “É um novo sentido para a vida do idoso, que geralmente fica bastante tempo sozinho. Faz com que ele sinta menos a ausência de familiares e também se considere útil para alguém”, diz Fernanda Cidral, psicóloga clínica e terapeuta.
Não é à toa que existem vários estudos científicos que comprovam os benefícios que um animal de companhia pode trazer à saúde do idoso, entre eles a melhoria de quadros de doenças crônicas, como diabete ou hipertensão. A médica veterinária Leticia Séra Castanho, fundadora e coordenadora do Projeto Amigo Bicho, de Curitiba, promove encontros entre animais e idosos em tratamento de mal de Alzheimer ou Parkinson. “Há uma melhor resposta a terapias de um modo geral, porque aumenta a resposta imunológica e a sensação de bem-estar. Ao contar as histórias de seus animais e falar sobre o passado, os idosos estimulam a memória. Quando eles escovam os pelos dos cachorrinhos ou fazem carinho, treinam a coordenação motora.”

Na alegria e na tristeza
Um animal de estimação trata da mesma forma as crianças, os jovens ou idosos. Ele ouve todas as histórias sem criticar e, se preciso, não liga de passear todo dia no mesmo lugar. “É uma amizade incondicional, eles aceitam o dono indiscriminadamente e demonstram afeto sempre. O resultado é a promoção da autoestima”, afirma a médica veterinária Ceres.
A alegria que os pequineses Nuno, Nina e Bebel trazem para a vida de Norma Amaral, de 70 e poucos anos (como ela gosta de dizer), pode ser percebida em dois minutos de conversa. É só ouvi-la contar sobre quando Nina, de 3 anos, brinca de esconde-esconde ou quando os três resolvem sentar no sofá na hora do noticiário da tevê. “Eles assistem comigo. Cada um tem seu lugar no sofá. Às vezes, Bebel, de 1 ano, quer pegar o lugar de outro e dá briga”, conta.
Norma mora sozinha e não consegue mais imaginar sua vida sem os cachorrinhos. “Só quem tem sabe a alegria que eles podem dar. É só chegar em casa e ver que estão me esperando e o dia fica mais bonito. Não vou dizer que eles não me dão trabalho, porque dão sim, mas é compensador.”
Vivian Hauer, de 77 anos, também não consegue imaginar como seriam suas manhãs sem a cantoria animada do seu canarinho de 4 anos. O nome dele? Roberto Carlos. “Quando ganhei o Roberto logo vi que ia ser um ótimo cantor, então dei o nome. Ele anima a casa. Já tive outros passarinhos, mas eles não viveram muito tempo. Espero que o Roberto viva muito ainda.”
O vínculo entre o idoso e o animal de estimação pode ser muito mais forte do que em outras fases da vida. “O animal torna-se a própria família da pessoa”, diz a psicóloga e terapeuta Fernan­­da. O medo de perder o amigo animal pode ser maior, mas deve ser enfrentado da mesma forma, como em qualquer outra fase. “É preciso lidar com o luto. É bom sempre olhar pelo lado positivo, para o que o idoso ganhou com a convivência.”
Há também o outro lado: o risco de o bichinho perder o dono. “As pessoas precisam pensar por outra perspectiva, no lado do animal, que também sofre. Há o risco das duas coisas acontecerem e a família deve estar preparada para adotar esse animal ou dar suporte caso o idoso perca seu amigo”, afirma Ceres.

Parceiro de vida saudável
O companheiro de caminhada de Luiz Fernando Ribeiro de Campos, 65 anos, é Pudim, um yorkshire terrier de 8 anos e meio. Os dois andam, em média, uma hora por dia. Antes de o yorkshire ser adotado pela família, há três anos, Luiz não tinha o hábito de caminhar. “Ele precisa caminhar e eu também. É um incentivo. Passei a ir com ele e criei o hábito.”
A médica veterinária Cristina Coelho Neto, do Consultório Veterinário Vetclin, considera a caminhada uma das melhores formas de o cachorro e o dono compartilharem momentos de lazer e se exercitarem. “O idoso se anima e se cuida mais porque precisa estar bem para acompanhar o cachorro. Ele sabe que o bichinho depende dele.”
O médico de Luiz Fernando ficou feliz com a rotina trazida pelo yorkshire. Depois de dez anos, a diabete e a hipertensão estão controladas. “A atividade física foi fundamental. Quando Pudim desanima, pego ele no colo e continuo caminhando, mas normalmente nós dois seguimos o mesmo ritmo, ele é ligeirinho.”

Mais sociáveis
Não falta assunto para quem tem animais de estimação. É por isso que os especialistas dizem que eles são como facilitadores sociais. “É diferente passear sozinho e com um cachorro, por exemplo. Sempre vai ter alguém para perguntar alguma coisa ou trocar experiências. Assim essas pessoas acabam aumentando o círculo de amigos”, diz a médica vererinária Ceres Faraco.
Quando Lilian Nogueira resolveu comprar um gatinho persa para a sua mãe, Marlene Gon­çal­ves Dias, de 73 anos, a ideia era que ela se sentisse menos sozinha. “Eu viajava muito e ficava preocupada. No começo, ela não gostou, mas foi só eu levar Joy para casa e vi que se dariam bem. Ela briga, brinca com o gato, educa. Antes minha mãe era mais quietinha e fechada, hoje está bem mais ativa.”
Marlene concorda: “Fico mais alegre com Joy”. Agora Lilian não viaja tanto, mesmo assim, quem cuida de tudo, inclusive dos mimos, é sua mãe. “Refogo almeirão e escarola para misturar na ração, ele gosta muito.”
A psicóloga Fernanda Cidral alerta para o fato de que a pessoa mais velha não deve se restringir somente à relação com o animal e evitar o contato com outras pessoas. “Um cachorro não vai substituir a família ou os filhos. O contato humano é indispensável. A pessoa pode dosar isso e não se fechar muito, mas aproveitar o contato para treinar habilidades sociais, como se comunicar ou demonstrar afeto.”

Cuidados
A saúde do idoso é frágil e precisa de algumas medidas para evitar acidentes

Quedas
Cachorros muito pequenos podem fazer com que o idoso tropece em casa. É preciso educar o animal e deixar os cômodos sem obstáculos.

Unhas bem cortadas
A pele da pessoa mais velha é frágil e pode machucar facilmente. As unhas dos animais devem estar sempre aparadas para evitar acidentes.

Sol
É sempre bom lembrar: passeios devem ser feitos em horários em que o sol é mais fraco, no início da manhã ou no fim da tarde. Isso vale para o idoso e para o cão. Também é preciso usar protetor solar.

Mordidas
Alguns cães têm o hábito de morder. O costume é mais comum nos de pequeno porte. A única solução é o adestramento.
Amigo ideal
Não importa se é um cachorro de raça ou um vira-latas, um gato ou mesmo um passarinho. A preferência por um ou outro depende dos hábitos da pessoa. Saiba como escolher o companheiro perfeito:

Tamanho
O porte é definitivo na hora de adotar o animal. Cães de raça grande são muito fortes e podem arrastar o idoso em uma caminhada. O ideal são as raças médias, de mais ou menos oito quilos.

Idade
Filhotes, não! Além de ter de educar o animalzinho, vai ser difícil acompanhar o ritmo dele. Cães adultos são mais indicados. Que tal adotar um vira-latas mais velho? A vantagem de ter cães adultos, de 5 ou 6 anos, é que tanto o dono quanto o animal estarão no mesmo ritmo.

Raças
Alguns cães de médio porte são muito agitados, como o beagle e o cocker spaniel. Essas raças precisam ser educadas. Lhasa apso, poodle ou mesmo os cães de focinho curto – pug e buldogue inglês – são mais tranquilos.

Bichano
Gatos também demonstram carinho, mas não gostam de passear e são menos sociáveis. Por isso são os amigos ideais de idosos que têm menos mobili­dade e não podem andar muito.

Pequeninos
Os pássaros podem ser ótimos companheiros, principalmente as espécies que têm o costume de cantar, como canário ou pintassilgo. A calopsita também é uma boa opção, pela interação com o dono.
Cristina Coelho Neto, médica veterinária do Consultório Veterinário Vetclin; Roberto Luiz Lange, médico veterinário da Clínica Santa Mônica.

RPC


Leia a entrevista de Daliana a ÉPOCA (continuação)



ÉPOCA esteve no quarto de Daliana em sua casa em Goiânia. Presa a uma sonda e a um dreno, Daliana costuma passar os dias agitada. Tem se tratado com o antidepressivo Daforin. Em um raro momento de tranquilidade, concordou em dar a seguinte entrevista:

ÉPOCA – Por que você resolveu emagrecer?
Daliana Kristel Gonçalves Camargo - Queria ficar bonitona. Tinha tentado de tudo: spa, dietas etc. Fazia exercício, fazia de tudo e não emagrecia. Sempre quis ser magrinha. Queria ser maravilhosa no verão. Mas fui engordando, engordando. Primeiro o Dr. Áureo colocou um balão no meu estômago. Fiquei seis meses com ele mas não resolveu. Logo comecei a engordar de novo. Ele me disse que se eu tivesse 100 kg poderia fazer a cirurgia. Comecei a comer muito para poder fazer a operação. Era mais fácil engordar do que emagrecer. Passei de 77 para 86 kg. O médico disse que ainda não dava. Aí eu me esforcei. Comia muito doce e fritura. Tudo. Cheguei a 95 kg. Agora você imagina o que é não poder comer nada agora. Eu gostava muito de comer.

ÉPOCA – Você queria ficar magra para quê?
Daliana - Para me educar. Depois da cirurgia eu não iria poder comer tanto, não iria engordar. Iria ficar bonita, iria vestir a roupa que quisesse. A psicóloga tinha me dito que depois da cirurgia minha vida seria diferente. Iria viver uma vida de operada.

ÉPOCA – É verdade que depois da cirurgia de 2005 você nunca mais pôde comer uma refeição normal?
Daliana - É verdade. Eu vomitava, passava muito mal. Comia só papinha e ainda assim só vomitava. Mesmo comendo devagarzinho eu só vomitava. Eu procurava o médico e ele dizia que o problema era meu, que eu não sabia comer direito. Eu achava que ele estava certo e não discutia com ele. Ele dizia que a culpa era minha e eu acreditava.

ÉPOCA – Ele nunca explicou nada para você sobre a interposição do íleo? Não disse que era uma técnica experimental?
Daliana - Não. Nunca falou. Quando os problemas começaram a aparecer, ele disse que eu era azarada. Ele disse que tudo o que fazia dava certo, mas em mim as coisas que ele fazia não davam certo. Por muito tempo eu achei que não ia achar outro médico que fosse dar conta do meu caso. Por mais que ele me maltratasse eu tinha que aceitá-lo porque eu não tinha para onde ir.

ÉPOCA – Qual é o sentimento que você tem em relação ao Dr. Áureo?
Daliana - Tenho raiva porque ele não me disse que iria fazer uma cirurgia não regulamentada. Tenho raiva porque ele disse uma coisa e fez outra. Hoje não posso comer nada. Nem beber água.

ÉPOCA – Como está se sentindo hoje?
Daliana - Perdi contato com minhas amigas. Estava fazendo pós-graduação, tive de parar. Não dou conta de estudar desse jeito. Perdi minha avó. Minha avó morreu, não pude ir ao velório dela. Eu estava internada em São Paulo. Quando cheguei em casa...(choro). Não acreditei que nunca mais iria ver minha avó. É muito triste.

ÉPOCA – E você sente falta da convivência com seus amigos?
Daliana - Todo domingo a gente saía, ia ao cinema, em festinha, era muito bom. Eu perdi isso. Não posso sair porque se vejo comida fico louca para comer e não posso. Estou tomando Daforin para controlar a ansiedade. Consigo andar mas preciso carregar o suporte da sonda e tomar cuidado com o dreno. Estou com sonda desde janeiro deste ano. Estou presa a ela porque tenho de tomar a dieta proteica. Tomo seis por dia.

ÉPOCA – Você sente fome?
Daliana - Só vontade de comer.

ÉPOCA – O que você tem feito?
Daliana - Vejo televisão, fico na internet (uso notebook), tento estudar. O que eu posso fazer, eu faço. Mas tenho que ter muito cuidado com o dreno colocado na saída do estômago. Não posso correr nem andar muito rápido. Andar devagar e com muito cuidado eu posso. Até porque o dreno não tem ponto. Se sair tenho de pegar um avião, ir correndo pra São Paulo, torcer pra não dar nenhuma infecção. Se der infecção, tenho de tomar antibiótico e nem sei qual. Tem de fazer punção, drenar, ver qual bactéria que eu tenho e qual antibiótico tenho que tomar. É uma novela. Tem dia que choro a noite toda.

ÉPOCA – Você sabe com quantos quilos, mais ou menos, você está hoje?
Daliana - Sei. Estou com 56 kg. A dieta é muito boa, não me deixa emagrecer. Preciso estar bem para a próxima cirurgia. O médico de São Paulo vai tentar fechar a fístula que eu tenho no estômago. Se não funcionar, ele vai ter de extrair o meu estômago. Vou rezar muito para dar certo.

Comentários:

Amilton ES / Vitória 06/11/2009 19:39
barriga cheia

Agora que vi o video nao entendi nada.A paciente esta no Einstein reclamando do que?Teve complicacao da operacao(qualquer um pode ter) e foi ser tratada no melhor hospital do Brasil?Sera que ela sabe o que e SUS?Coitada, acho que nao é ela, deve ser alguem aproveitando

CÌCERO BATISTA DF / Taguatinga 06/11/2009 18:57
DR. DINHEIRO

Sou profissional de saúde, cuidei de uma paciente que também foi enganada por esse médico. E o que eu achei muito grave foi que depois da cirurgia ela apresentou complicações decorrentes da experiência e teve que ser reoperada por ele. E pasmem: Ele cobrou tudo de novo. E pasmem de novo: Não resolveu o problema e ela teve que se submeter à uma terceira cirurgia (desta vez com outro médico e em outro hospital)

Roberto GO / Goiânia 06/11/2009 18:54
SERA QUE VCS REALMENTE ENTENDERAM
A REPORTAGEM??????
Gente, acorda!!!!!!!!! O que se esta sendo discutido aqui nessa reportagem, nao e o fato de essa cirurgia ser ou nao um sucesso. O que se esta sendo discutido aqui, e o fato desse medico ter feito uma cirurgia experimental em uma paciente sem o consentimento dela. ISSO E CRIME, GENTE!!!! Nao estamos discutindo a cirurgia em si, mas essa reportagem foi para alertar as pessoas de que tem medicos famosos por ai, como esse doutor Aureo que esta realizando cirurgias experimentais sem o consentimento das pessoas. Nao podemos esquecer tb o fato de que alem desse medico estar cometendo esse crime tao livremente assim, ele ainda esta tendo o apoio de hospitais de nome... Ele nao opera em Goiania, Sao Paulo, no Albet Aistein?????? Isso tudo e uma mafia e eu tiro o chapeu pra pessoas que tem coragem de denunciar como essa moca que deu a entrevista e a reporter que publicou. Tomem cuidado, pq esse povo joga baixo e pra quererem fazer algo contra vcs que os denunciaram, fazem num piscar de olho!!!!!!!! Parabens pela materia!!!!


Época

Pais da menina morta em Colégio Militar de Salvador não acreditam em afogamento


SALVADOR - O Colégio Militar da Bahia onde uma menina de 11 anos apareceu morta na piscina afastou os dois professores que organizaram a competição de natação. Jéssica Silva Araújo, aluna da 6ª série, desapareceu na quarta-feira , pouco antes do início da competição. Ela teria respondido a primeira chamada dos professores. Na segunda, não respondeu. Porém, seu corpo só foi achado quase 24 horas depois do desaparecimento , boiando na própria piscina onde ocorreu a competição, por alunos do colégio.
Os pais da menina não acreditam que Jéssica tenha se afogado. Uma tia da menina, Cláudia Silva, disse que era preciso ter feito uma varredura na vila militar.
- Achávamos impossível essa criança ter sido raptada. Sabíamos que ela estava dentro da vila, mas não sabíamos onde.
O Comando Geral da PM determinou a abertura de inquérito policial militar para apurar o que aconteceu entre o horário da competição até o momento em que o corpo foi encontrado. Os policiais também querem saber de quem teria sido culpa por permitir que a menina saísse das instalações militares.
Aluna do 6º ano, Jéssica estava nervosa antes da competição e não queria participar, segundo colegas. A causa da morte é um mistério e está sendo apurada pela polícia. O laudo do IML sobre a causa da morte fica pronto num prazo de 10 dias.
O coronel Francisco Leite, o militar responsável pelo colégio, diz que a menina não entrou na piscina para competir, mas afirma que Jéssica pode ter voltado ao local e entrado na piscina mais tarde. Ele afirmou que quando ouviram de amigos de Jéssica que ela saiu do clube por estar nervosa, os professores presumiram que ela havia retornado ao colégio.
- Os professores deduziram que ela tivesse retornado ao colégio, já que ela desistiu da prova, e que ela seria encontrada lá. Tanto que colegas e professores não levaram muito em consideração o fato de ela não se encontrar no clube naquele momento. E logo depois disso, quando as provas terminaram, quando os professores retornaram ao colégio, não encontraram ela no colégio. A partir daí, todas as buscas que devíamos que fazer, nós começamos a fazer.
Leite disse que, assim que tomou conhecimento do sumiço da menina, às 16h de quarta-feira, determinou que fosse feita uma vistoria na piscina. Ela foi realizada por três oficiais do colégio, que não viram nada na água. Mais tarde, às 20h, os próprios pais de Jéssica constataram que não havia nada na piscina, disse o coronel. O militar disse que foi feita uma busca em todo o colégio, na vila militar, em casas de parentes e amigos e nada foi encontrado. Uma outra varredura foi feita na quinta-feira.
- Procuramos no colégio, no clube, na piscina, não tinha nada. Não tinha nada na piscina - disse - Cristiane Mendes da Silva, amiga da família que participou da vistoria feita na quarta à noite.
O coronel Leite disse ter ficado surpreso quando, por volta das 14h30m de quinta-feira, soube que o corpo de Jéssica estava na piscina.
- Não temos respostas plausíveis para isso. Especular que alguém possa ter levado ela para lá, que ela tenha voltado para a piscina e tentado nadar e se afogado, é especular - disse o coronel, que afirmou não saber se as câmeras do colégio estavam funcionando. - Com certeza, no colégio ela não voltou, porque se tivesse voltado, teria vestido sua farda. O que podemos deduzir é que ela ficou em algum lugar e ou voltou sozinha, ou voltou com alguém, que pode ter feito alguma maldade. O acesso ao clube é controlado, mas as pessoas entram e saem, é uma instituição civil, com associados, parentes de militares.
A roupa de Jéssica ficou no vestiário.
O corpo da menina foi enterrado nesta sexta-feira, na Ordem Terceira de São Francisco, na Baixa de Quintas. No Colégio da Polícia Militar, onde a menina estudava, as aulas foram suspensas em sinal de luto. Peritos fizeram a reconstituição de como corpo foi encontrado.


Conselho Nacional de Saúde considera ilegal cirurgia de diabetes


ÉPOCA ouviu a paciente de Goiânia submetida ao procedimento. O caso dela foi a principal motivação para o conselho entrar nesta semana com uma representação no Ministério Público Federal pedindo que a operação deixe de ser realizada no Brasil

Pelo menos 450 pacientes no Brasil já passaram por uma controversa cirurgia criada pelo médico goiano Aureo Ludovico de Paula com o objetivo de se livrar do diabetes tipo 2. Talvez o mais conhecido seja o apresentador de TV Fausto Silva, operado em julho. Faustão diz que está bem mas não fala sobre seu caso. A técnica é chamada de interposição do íleo. O íleo é a porção final do intestino delgado onde são secretados hormônios que estimulam a ação da insulina no pâncreas. Paula acredita que uma mudança nessa região do intestino possa controlar o diabetes e manter os pacientes livres dos remédios.
Desde 2007, a técnica tem sido apresentada em reportagens como uma esperança de cura. Nesta semana, o Conselho Nacional de Saúde se manifestou oficialmente sobre o assunto. Segundo o órgão que faz parte do Ministério da Saúde, a operação é ilegal.
Na quarta-feira (4), o Conselho Nacional de Saúde entrou com uma representação no Ministério Público Federal, em Goiânia, pedindo providências à procuradora Léa Batista de Oliveira. O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Júnior, espera que a procuradora entre com uma ação judicial impedindo a realização desse procedimento no Brasil.
A cirurgia não é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina como são todas as técnicas cirúrgicas consagradas. Poderia ser considerada experimental. Para isso o médico precisaria ter registrado um protocolo de pesquisa na Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep). Esse registro nunca existiu.
“Se a técnica não está formalizada nem é experimental, ela é ilegal”, afirma Batista Júnior. Segundo ele, o Conselho Nacional de Saúde está preocupado com as pessoas que fizeram a cirurgia e acham que estão bem. “A cirurgia atua sobre uma porção do intestino que é fundamental para a absorção de nutrientes. Essas pessoas precisam saber que correm o risco de desenvolver complicações imprevisíveis que podem até levar à morte.” Batista Júnior afirma que o Conselho Nacional de Saúde pretende mapear todos os pacientes que passaram pela cirurgia e acompanhar a evolução deles.
Feita por laparoscopia, a cirurgia consiste em aproximar do estômago uma parte do íleo (porção final do intestino delgado). O objetivo é intensificar a produção de hormônios existentes no íleo que estimulam a ação de insulina no pâncreas. Durante a operação, o médico faz também uma redução de cerca de 40% do estômago. O paciente perde peso e, com isso, diminui a resistência do organismo à insulina. O diabetes melhora.
Paula tem apresentado resultados positivos em congressos médicos e em revistas científicas. Em um artigo publicado em agosto de 2007 no periódico Surgical Endoscopy, ele afirma que, em um grupo de 39 pacientes submetidos à técnica, 90% ficaram completamente livres do diabetes. A técnica tem sido divulgada em reportagens. Mas a falta de estudos clínicos registrados e acompanhados por outros especialistas impede a avaliação criteriosa de possíveis riscos e benefícios.
“Não existe substrato na literatura científica para que essa técnica seja oferecida à população. Ela é feita por um único cirurgião que apresenta resultados sem auditoria”, diz Thomaz Szegö, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Segundo Szegö, não é possível dizer nesse momento se a técnica é boa ou ruim.
“Ninguém está dizendo que a técnica é ruim. Estamos dizendo que é preciso comprovar se ela é boa ou ruim antes de oferecê-la aos pacientes”, diz. “Se for comprovado que ela é segura e eficaz, vamos incorporá-la ao arsenal médico”.
Segundo o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Francisco Batista Júnior, os pacientes de Paula não estão sendo devidamente informados sobre a falta de aprovação da cirurgia e sobre o risco de aparecimento de resultados inesperados.
A principal motivação da providência tomada pelo Conselho Nacional de Saúde foi a denúncia feita pela advogada Daliana Kristel Gonçalves Camargo, de 31 anos, moradora de Goiânia. Em 2005, Daliana decidiu fazer uma cirurgia de redução de estômago. Ela mede 1m58 e, na ocasião, estava com 95 quilos. Segundo Daliana, o médico Aureo Ludovico de Paula disse que usaria a técnica convencional. Daliana assinou um termo de ciência, segundo o qual seria submetida a uma gastroplastia laparoscópica para tratamento de obesidade mórbida. Gastroplastia é um nome genérico que indica redução de estômago.
A informação que aparece no relatório assinado pelo médico no final da cirurgia é outra: ele afirma ter feito uma “gastroplastia vertical associada a interposição ileal”. A família de Daliana diz que não foi informada de que ela tinha sido submetida a uma cirurgia não-regulamentada. “O médico não nos explicou nada sobre isso. Achamos que minha filha faria uma redução de estômago convencional, a mesma que tanta gente já fez”, diz a mãe de Daliana, a funcionária pública Vera Lúcia Gonçalves de Camargo. “Vimos o termo interposição ileal no relatório dele mas não estranhamos nada. Somos leigos.” A família diz ter pago R$ 28 mil pela cirurgia.
Conheça o caso de outros pacientes e leia mais sobre cirurgias de obesidade na revista ÉPOCA que estará nas bancas neste sábado: que tipos de cirurgias existem, quanto elas custam, para que pacientes elas são indicadas e quais os riscos envolvidos.
A família não entende também por que Daliana foi submetida à interposição do íleo se ela nunca foi diabética. Teoricamente, a interposição do íleo poderia contribuir para a liberação de hormônios que aumentam a sensação de saciedade. Essa é uma hipótese levantada pelos cientistas. Mas não há comprovação de que seja seguro recorrer a esse expediente para reduzir a vontade de comer. Para obter exclusivamente esse efeito, existem as cirurgias clássicas de redução de estômago que já foram testadas, reproduzidas por muitos grupos ao redor do mundo e regulamentadas.
Daliana diz que sua vida nunca mais voltou ao normal depois da cirurgia. “Mesmo comendo devagarzinho, eu só vomitava. Eu procurava o médico e ele dizia que o problema era meu, que eu não sabia comer direito.” Nos últimos anos, ela foi submetida a vários procedimentos para tentar fechar uma fístula em seu estômago. Ficou internada por longos períodos, inclusive na UTI.
Desde o início do ano, Daliana não come nada. Não pode sequer beber água. É alimentada por uma sonda que leva uma solução proteica diretamente ao seu intestino. A família entrou na justiça de Goiânia com uma ação contra o médico. Pede o pagamento das despesas médicas e uma indenização de R$ 10 milhões. “Esse não é um caso de erro médico. É um caso grave de experiência médica sem consentimento”, diz o advogado da família Marcelo Di Rezende Bernardes.
A procuradora Léa Batista de Oliveira, do Ministério Público Federal, em Goiânia, investiga o caso desde julho. Recebeu nesta semana a representação do Conselho Nacional de Saúde. Pretende entrar com uma ação penal de lesão corporal e exercício ilegal da medicina contra Aureo Ludovico de Paula. Antes disso, vai solicitar que Daliana seja submetida a uma perícia médica e vai ouvir o médico. “Com base nas investigações que fizemos até agora tudo indica que esse é um caso de grave violação dos direitos humanos”, diz Léa.
“Estamos diante de experiências realizadas em desconformidade com todas as normas vigentes. O médico não informa devidamente os pacientes sobre os riscos da cirurgia, não tem protocolo de pesquisa, faz publicidade de uma técnica não-regulamentada e cobra por ela”, diz Léa. O caso de Daliana também está sendo investigado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
Na quarta-feira, ÉPOCA esteve no consultório do médico Aureo Ludovico de Paula, em Goiânia. Ele se recusou a dar entrevista. Disse que não fala sobre sua técnica nem sobre o caso Daliana. Em sua defesa no processo que corre no Tribunal de Justiça de Goiás, o médico alega que “a cirurgia não é experimental e sim uma variante técnica de uma cirurgia consagrada há mais de 20 anos”.
Afirma também que “a paciente não foi objeto de nenhuma pesquisa e sim de terapêutica para obesidade e que a complicação ocorrida aparece na mesma frequência em outras operações bariátricas”. Alega ainda que “a fístula é uma resposta orgânica espontânea da paciente. É intercorrência imprevisível, uma complicação pós-operatória sem nenhum nexo com o procedimento realizado adequadamente”.



(continua)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Em SP, exploração sexual persiste em 33 pontos há 5 anos


Ao menos um terço dos pontos vulneráveis à exploração sexual infantil nas rodovias federais de São Paulo é conhecido das autoridades há pelo menos cinco anos. Dos 90 locais onde houve denúncia ou flagrante recente de menores submetidos a prostituição no Estado, 33 são conhecidos desde 2004, quando foi realizado o primeiro mapeamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Brasil. Hoje, São Paulo apresenta a terceira pior média do País, com um ponto vulnerável a cada 14,8 quilômetros de rodovias.
Nas rodovias federais paulistas, pontos em 21 cidades são conhecidos desde 2004. São postos de gasolina, trevos e alças de acesso, motéis, boates, churrascarias e barracas de frutas que apresentavam – e continuam apresentando – “flagrantes de menores fazendo programas”, “menores de bairros pobres pedindo carona para programas”, “prostituição de maiores e menores”, “associação de venda de bebidas alcoólicas com programas de menores em veículos”, conforme já apontava o relatório de 2004.
Para acelerar a criação de políticas públicas de combate à exploração de menores, o Ministério Público de São Paulo formou em março grupo específico para o assunto. “A meta é integrar as Secretarias de Educação, Turismo, Assistência Social, Saúde e Justiça para que todos, do professor ao turista, saibam combater o problema”, afirma o promotor Yuri Castiglione, integrante do grupo de trabalho. O MPE estima que o projeto fique pronto em junho de 2010 – até aqui, apenas a Secretaria da Justiça aderiu, com plano de atuação no Vale do Ribeira.


Estadão

Casal Nardoni se recusa a fornecer sangue para comparação, diz promotor



Os dois concordaram em entregar amostras de cabelo e mucosa bucal.
Eles estão presos no interior de SP, acusados de matar Isabella Nardoni.


O promotor Francisco Cembranelli, que atua no caso da morte de Isabella Nardoni, contou na tarde desta sexta-feira (6) que Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina, não quiseram tirar sangue para comparação de material genético. “Eles só concordaram em fornecer a saliva e partes do cabelo”, disse o promotor. A coleta foi feita a pedido da Justiça.
Nardoni e Anna Carolina estão presos em Tremembé, no interior de São Paulo. De acordo com Cembranelli, os três legistas do Instituto Médico-Legal de São Paulo começaram a coleta no pai de Isabella por volta de 11h15. Em seguida, foram à penitenciária feminina, que fica a poucos minutos da unidade masculina, e retiraram o material genético de Anna Carolina.
Os dois são acusados de ter atirado Isabella da janela do 6º andar de um prédio, em março de 2008, quando a criança tinha cinco anos. O pedido para a realização dos exames foi feito pela defesa do casal, que quer verificar a origem do sangue depositado no Instituto de Criminalística de São Paulo (IC).
“Eles se recusaram a fazer o exame de sangue e assinaram um documento dizendo que estavam recusando”, informou o promotor, que acompanhou o trabalho dos legistas, assim como duas advogadas que representavam o advogado Roberto Podval, contratado para defender o casal. No escritório de Podval, a informação na tarde desta sexta era de que ele estava em reunião e não poderia falar com a reportagem.
Embalado e lacrado, o material genético dos dois deve chegar ainda nesta sexta ao IC, onde será comparado com o já existente no local. Para Cembranelli, não faz diferença se Nardoni e Anna Carolina não quiseram fornecer amostras de sangue. “Com o que temos há a possibilidade de fazer a comparação genética”.


G1

Como os cegos diferenciam as notas de dinheiro?



As cédulas de real apresentam diferenças perceptíveis no tato apenas quando estão novas. O Banco Central deve adotar modelo estrangeiro para que os cegos consigam identificar melhor os valores. O braile não é uma opção viável

Em qualquer lugar do mundo é possível reconhecer o valor das notas de dinheiro. Seja na Índia, na China ou nos Estados Unidos, e nem precisa saber a língua nativa, nem mesmo ser alfabetizado. Só há uma exceção para essa regra: os deficientes audiovisuais. Como eles contam dinheiro? Aqui no Brasil, as moedas da segunda família (a segunda geração de moedas de real) possuem tamanhos e espessuras diferentes, algumas são serrilhadas nas bordas, justamente para serem diferenciadas por meio do tato. Já as cédulas têm marcas de relevo que se perdem com o uso. "Essas marcas são pouco perceptíveis, principalmente para os mais idosos. E, com o tempo, as notas vão perdendo o relevo", diz Regina Fátima Caldeira de Oliveira, deficiente visual e coordenadora da Revisão dos Livros Braille da Fundação Dorina Nowill, de São Paulo.
Euro Cada valor tem um tamanho diferente, obedecendo à regra de quanto maior o valor, maior o tamanho. A nota também apresenta marcas táteis em relevo.
A primeira solução que vem à cabeça é a inserção de caracteres em braile nas notas. Essa, no entanto, é uma saída pouco útil: o braile sairia com o desgaste das cédulas, assim como acontece com as marcas de relevo atuais. "Além disso, o braile é lido por muitas pessoas cegas, mas não por todas. A gente não quer braile nas notas", afirma Regina, que participou de reuniões com o Banco Central e a Casa da Moeda com entidades representativas dos deficientes visuais do país, para encontrar uma solução viável e prática para o problema. O BC comunga a opinião da Fundação Dorina. Segundo João Sidney, do chefe do departamento de Meio Circulante, "a tecnologia de impressão não tem sobrevida. Na terceira manipulação da nota, o braile já acaba".
Apesar da concordância, pouca gente sabe que o braile não é o melhor caminho a seguir. No dia 27 de outubro, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) encaminhou um ofício à Casa da Moeda solicitando informações sobre a viabilidade técnica para implantação desse sistema de leitura nas cédulas e moedas do país. A proposta, feita pelo conselheiro do Amazonas Edson de Oliveira, tem a melhor das boas intenções, em defesa dos direitos dos cegos, já que os mesmos não têm acesso à leitura das notas. Mas não funciona. "Há quem faça isso para melhorar e ajudar, mas devia falar com pessoas que lidam com o problema diriamente e que podem ter a melhor proposta", diz Regina
Entre as propostas sugeridas nas reuniões entre as entidades e o governo, a que mais agrada Regina é o modelo adotado na Austrália e nos países que fazem parte da Comunidade Europeia (e usam o euro). Lá, as notas possuem tamanhos diferentes, crescendo à medida que o valor aumenta. O portador de deficiência visual recebe uma espécie de gabarito que indica o valor da nota, em braile. Ao colocar a nota dentro desse gabarito, sua ponta vai cair sobre o valor correspondente a ela. Serve mais para quem ainda não decorou o tamanho das notas ou não está acostumado àquela moeda. Na opinião do BC, no entanto, o modelo canadense é que deve vigorar no Brasil. Segundo o chefe do departamento de Meio Circulante do Banco Central, não é necessário mexer no design ou tamanho do dinheiro. "O Canadá insere nas notas uma tinta invisível diferente para cada valor e distribui um aparelhinho subsidado que reconhece o magnetismo da tinta e emite um sinal para cada valor", afirma João Sidney. Trata-se de um aparelho pequeno, que pode ser levado no bolso e distribuído gratuitamente pelo Canadian National Institute for the Blind. Sobre o gabarito, adotado pelos australianos e europeus, Sidney diz que não é a melhor solução e, como o reconhecimento é feito pelo tato, pode levar a erros de interpretação. "Eu apostaria nessa tecnologia sonora", diz. Só não se sabe quando ela entrará em vigor.

Laura Lopes


Época

Um manual para ajudar o homem a cuidar da saúde de maneira correta


Sociedade Brasileira de Urologia lança cartilha para orientar os homens a cuidarem da saúde e evitar tratamentos não recomendados pelos médicos

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) lança no próximo sábado, dia 7, um manual de urologia que explica as principais doenças e alerta a população para tratamentos ligados à área que não têm qualquer respaldo científico. O Manual de Boas Práticas Urológicas, que terá uma tiragem de 500 mil exemplares, será apresentado no 32º Congresso Brasileiro de Urologia que acontece em Goiânia, entre os dias 7 e 11 de novembro.
Para o presidente da Sociedade Brasileira de Urologia, José Carlos de Almeida, um dos autores do livreto, o manual tem como objetivo principal apresentar a especialidade para a população. “A sociedade em geral não sabe o que um urologista faz e qual a abrangência dessa especialidade”, diz . Elaborado com uma linguagem educativa, o material deve ajudar o paciente a identificar os sintomas das doenças mais comuns do universo urológico, como pedras do rim, incontinência urinária e o câncer de próstata.
Segundo Almeida, a SBU também está preocupada com os supostos tratamentos,sobretudo na área da sexualidade, que prometem soluções milagrosas para a população. Almeida cita como exemplos as injeções para a cura da ejaculação precoce em jovens e as práticas usadas para o aumento peniano. “A Sociedade não aprova nenhum desses procedimentos. O aumento do pênis sem cirurgia ainda está em fase experimental e nenhum procedimento deve ser feito fora dos centros acadêmicos”, diz Almeida.
De acordo com Almeida, o paciente que se sentir incomodado com o tamanho do seu pênis deve procurar um urologista para uma avaliação. “Na infância, é possível fazer o uso de hormônios para o desenvolvimento do órgão genital. Já na fase adulta, a cirurgia plástica reparadora é o caminho mais indicado”, diz. Segundo Almeida, a média do tamanho do pênis do brasileiro é de 13 a 18 centímetros em ereção.
O urologista ainda alerta para o exagero do apelo sexual da sociedade, na qual a performance sexual está vinculada com a dimensão do pênis. “Isso coloca os homens em uma posição tímida. Eles acabam buscando soluções em meios não adequados, como a internet, por exemplo”. O uso dessas injeções, cremes ou aparelhos sem acompanhamento de um especialista podem causar fibroses, mutilações, infecções e a perda da função erétil.
É importante saber também quando se deve procurar a ajuda de um urologista: na infância, o ideal é que as mães levem os meninos ao especialista para uma avaliação do desenvolvimento dos órgãos genitais. Os adolescentes devem procurar um urologista para esclarecer dúvidas sobre a atividade sexual . Na fase adulta, não há um periodicidade definida. O médico deve ser procurado se o paciente perceber algum problema relacionado às vias urinárias ou aos órgãos genitais. Após os 40 ou 45 anos, é preciso visitar o especialista anualmente para fazer a prevenção do câncer de próstata.
O manual, que será distribuído em postos de saúde e hospitais, pode também ser acessado, na íntegra, no site da Sociedade Brasileira de Urologia .

DANILO CASALETTI


Época

Bebês choram no idioma materno, diz estudo

A partir do momento que começa a emitir seus primeiros sons, um recém-nascido já o faz no idioma de sua mãe, seja ele inglês, português ou qualquer outro. A constatação é de um estudo da Universidade de Wuerzburg, na Alemanha, publicado no site da revista Current Biology.
Segundo a pesquisa, o bebê já começa a assimilar a linguagem à sua volta ainda durante a gestação, mais precisamente três meses antes de nascer. "A descoberta mais espetacular do estudo é que os recém-nascidos não são só capazes de reproduzir diferentes tons quando choram, mas preferem os tipos de sons típicos do idioma que ouviram quando feto", explica Kathleen Wermke, uma das autoras do estudo.
A pesquisadora e sua equipe analisaram o choro de 60 bebês saudáveis, com três a cinco dias de vida, metade de famílias francesas e a outra parte de alemães. O que se observou foram claras distinções entre os idiomas - as crianças francesas choravam em um tom ascendente, e os alemães, tinham um tom descendente, diferenças marcantes entre as duas línguas, conforme Kathleen.
Até então, pensava-se que a influência dos idiomas nos sons emitidos pelos bebês ocorria muito mais tarde, e não logo após o nascimento, como o estudo alemão concluiu. Também se verificou que a voz preferida dos bebês é a da mãe, devido à entonação emocional. A imitação do idioma da mãe seria, portanto, apenas mais uma forma de estreitar os laços afetivos, destaca a estudiosa.


Brasil fecha acordo para o fim do trabalho infantil


Pelos projetos assinados dia 26/10/09, os governos do Brasil, Bolívia, Equador, Paraguai e Timor Leste com o apoio da Organização Internacional do Trabalho (OIT) se comprometeram a erradicar o trabalho infantil até 2020. A Agência Brasileira de Cooperação (ABC) vai repassar US$ 2 milhões, por cerca de dois anos, para que os cinco países executem os projetos que propõem estratégias conjuntas para acabar com a exploração do trabalho de crianças e adolescentes. Também serão criados os serviços de denúncia por telefone como já existe no Brasil e ampliadas as campanhas de sensibilização da população.
De acordo com a OIT, não há números precisos sobre o trabalho infantil na Bolívia, no Equador, Paraguai e Timor Leste. Mas uma das metas dos projetos é também de realizar um levantamento criterioso sobre essas atividades, identificando as regiões e a concentração por setor afetado. A diretora do Programa Internacional para Erradicação do Trabalho Infantil, Michel Jankanish, elogiou o desempenho do Brasil no combate ao trabalho infantil. Os programas sociais do governo federal, como o Bolsa Família e o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), são apontados pela OIT como modelos. Dados recentes indicam que há cerca de 4,3 milhões de crianças e adolescentes em atividades ilegais no território brasileiro, mas com tendência à redução.

Do clipping da Andi


Portal prómenino

Peritos deixam cadeia onde está preso Alexandre Nardoni


SÃO PAULO - Peritos do Instituto de Criminalística (IC) deixaram no final da manhã desta sexta-feira, o presídio em Tremembé, a 140 km da capital paulista, onde está preso Alexandre Nardoni, acusado de matar a filha, Isabella Nardoni, em março do ano passado. Eles foram ao local coletar material genético do preso. O pai de Alexandre Nardoni também esteve na penitenciária. Agora, a equipe do IC segue para a penitenciária feminina na mesma cidade, onde será coletado material de Anna Carolina Jatobá, mulher de Alexandre e também acusada de matar Isabella.
O juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri de São Paulo, aceitou, na quarta-feira, o pedido do advogado Roberto Podva, que defende o casal,l e determinou uma nova coleta de sangue dos acusados. O objetivo da defesa é confrontar o sangue de ambos com o encontrado no apartamento de onde Isabella foi atirada do sexto andar, na Vila Isolina Mazzei, na zona norte de São Paulo. Para Podval, o sangue encontrado no apartamento é de uma terceira pessoa.
Em seu despacho, no entanto, Fossen 'entende não ser cabível, por ora, a realização de nova prova pericial no restante do sangue que se encontra preservado no I.C. (Instituto de Criminalística) e no I.M.L. (Instituto Médico Legal)' e que a determinação 'visa exatamente dirimir quaisquer dúvidas a respeito da origem daquele material que lá se encontra'.
De acordo com a decisão do juiz, caso eles se recusem a fornecer sangue, foi determinado que os peritos recolham duas amostras de material genético, como mucosa da parte interna da boca ou bulbo capilar.
O casal alega que não cedeu sangue para a perícia na época do crime.


Fort Hood: atirador muçulmano gritou palavras em árabe antes de abrir fogo em base militar nos EUA


RIO - O psiquiatra do Exército americano Malik Nadal Hasan, que matou ao menos 13 pessoas na tarde de quinta-feira, na base de Fort Hood , no Texas, gritou palavras de ordem em árabe antes de abrir fogo, disse um comandante da base militar. O atirador gritou "Allahu Akbar!'', declaração em árabe que significa "Deus é grande!", antes de abrir fogo dentro da instalação no Texas. ( Há dois anos Fort Hood registra casos de violência )
A informação foi dada por soldados que testemunharam o tiroteio, informou o general Robert Cone ao programa "Today", da NBC. O comando militar disse que ainda estava unindo as pistas para descobrir as motivações do suspeito.
Hasan está inconsciente e respirando com a ajuda de aparelhos depois de ser baleado quatro vezes durante a troca de tiros em uma das maiores bases militares do mundo. A primeira informação divulgada pelo Exército era de que o major fora morto pelos colegas após o ataque. Cone disse na entrevista que nunca pensou que Hasan representasse uma ameaça ou risco.
Segundo um militar do alto escalão em Washington que não quis dar o nome, as autoridades não descartaram a possibilidade de o atirador ter disparado em nome de um grupo extremista não identificado. O militar, no entanto, não disse se foram encontradas provas que respaldem essa teoria.
Em entrevista à Fox News, o coronel Terry Lee, que trabalhou com o major Hasan no centro psiquiátrico militar, disse que o suspeito fez, no passado, comentários estranhos sobre a política externa do governo americano. Segundo o militar, Hasan teria afirmado que os muçulmanos do Iraque e do Afeganistão tinham o direito de enfrentar os americanos.
- Teve um momento que estávamos em uma coletiva de imprensa, há seis meses, e ele fez comentários, como "nós (americanos) não deveríamos estár lá (no Iraque e no Afeganistão)". E eu disse para ele calar a boca porque havia jornalistas no local. Em outros momentos ele fazia comentários com outras pessoas contra a guerra - contou o coronel.
Parentes do atirador disseram nesta sexta-feira que estão em estado de choque com a notícia do massacre. Eles fizeram um comunicado para a imprensa falando sobre o sentimento em relação aos acontecimentos.
"Estamos chocados e tristes com os terríveis acontecimentos de Fort Hood", disse o comunicado enviado por Nader Hassan, primo do atirador, que falou em nome da família, afirmando que os pais de Nidal Hasan já faleceram.
"Ele nasceu em Arlington (Virginia) e foi criado nos Estados Unidos. Ele foi a escolas públicas locais e graduou-se na Universidade Virginia Tech", continua o comunicado, publicado no site do Washington Post.
"Nossa família ama a América. Temos orgulho de nosso país", acrescenta.


O Globo

Artesanato cearense ganha o mundo

Renda de bilro fabricada em Itapipoca e Fortaleza é comercializada na Alemanha, Itália, Espanha e França
Foto: Kid Júnior

Evento que acontece de amanhã até o dia 15, no Sebrae, exibirá e comercializará produtos cearenses e de 18 países

Areias coloridas, rendas de bilro, composição em retalhos, peças em couro e cerâmica. A partir de amanhã trabalhos tradicionais que saem das mãos de artesãos cearenses e de artistas de outras partes do mundo poderão ser conferidos na 1ª Feira Internacional de Cultura e Artesanato, que acontece até o próximo dia 15, no Centro de Negócios do Sebrae.
Distribuída em 89 estandes, a mostra conta com a participação de expositores de 18 países. Representando o Ceará, 10 artesãos marcarão presença no evento, com um estande.
A expectativa da organização da feira é de receber por dia cerca de 2 mil pessoas.
O acesso se dará mediante o pagamento de um ingresso no valor de R$ 5 por visitante, onde parte da renda será revertida em doação ao Iprede.
A instituição também participa com um espaço, onde as mães das crianças poderão vender suas peças.

Diversidade cultural
Um passeio por uma diversidade de culturas e manifestações artísticas. Junto ao artesanato cearense, a exposição reúne peças típicas da cultura Massai (do Quênia), esculturas egípcias, dentre outros.
Os visitantes também poderão ter acesso a cursos e oficinas. Uma oportunidade para aprenderem de perto técnicas utilizadas por artesãos de renome internacional. Durante o evento, haverá ainda exibições de dança do ventre, dentre outras atrações.
O artesão Benedito "Sumé" Monteiro, presidente do Instituto Cearense de Artesanato, acredita que será possível levar para mais próximo do público local e dos turistas - que nessa época do ano já chegam com mais força à Fortaleza - uma mostra da arte produzida e comercializada no Ceará.
"Nosso objetivo é mostrar o produto dentro do perfil que eles podem ser exportados. Portanto, temos a expectativa de ampliar o mercado interno e externo, porque acreditamos que pela diversidade dos produtos devemos ter a visita de compradores de outras partes do mundo", comenta o presidente do Instituto Cearense de Artesanato, lembrando que os produtos do Estado são reconhecidos e valorizados em vários destinos internacionais.

Exportações crescentes
Desde 2003, informa Sumé, o artesanato cearense é levado para fora do País graças a participação do Instituto (até 2008, constituído como Sindicato dos Artesãos Autônomos do Ceará) em oito feiras europeias.
No entanto, é de 2007 para cá - a partir de uma parceria firmada com a Apex Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) - que as portas se abrem ainda mais e o artesanato local começa a cair no gosto dos estrangeiros de maneira mais qualificada.
Atualmente, Itália e Espanha recebem as composições em retalhos elaboradas por artesãos da Capital. Para a França, Espanha, Itália e Alemanha vai a renda de bilro fabricada por artistas dos municípios de Itapipoca e Fortaleza.
O couro cearense produzido na capital e na Região do Cariri embarca para Espanha e Itália, enquanto a cerâmica do Eusébio é apreciada na França. Já as garrafinhas de areia colorida que saem das habilidosas mãos de artesões da Barra do Ceará vão servir de enfeite nas casas na Jordânia (País do Oriente Médio).
Além dos artigos citados acima, o charme das redes, da renda filé e dos móveis cipó também cruzam oceanos e se disseminam por outros continentes.
"As peças são fabricadas por mais de 300 artesãos do Estado. São grupos de Fortaleza e de outros municípios, que tem a oportunidade de ter seu trabalho reconhecido, além de ter uma fonte de geração de renda", ressalta Sumé, que já projeta conquistar, pelo menos, dois novos mercados com a exposição na Feira Internacional de Cultura e Artesanato.

LÍVIA BARREIRA
REPÓRTER


Diário do Nordeste

Bilíngue or not?

Garantir a fluência das crianças em um segundo idioma “sem sofrimento”. Prepará-las para eventuais temporadas no exterior ou garantir um passo à frente de outros no mercado de trabalho. Há muitos argumentos para inúmeras famílias optarem por colocar filhos em escolas bilíngues. Mas será o melhor?

A ideia é sedutora. O aprendizado de uma segunda língua nos primeiros sete anos de vida gera uma significativa elasticidade mental para a criança. Curiosa e aberta às novidades, ela se torna fluente em pouco tempo, adquire destreza com idiomas em geral, constrói um repertório linguístico diferenciado e ainda adquire a possibilidade de vivenciar a diversidade cultural. Mais que isso, há diversos estudos, como um recentemente desenvolvido com 200 jovens, pelo Grupo de Investigação em Neurociências da Universidade de Barcelona (Espanha), que aponta uma maior capacidade de concentração entre pessoas que falam dois ou mais idiomas. “Além de ter competências e habilidades em duas línguas, a pessoa precisa saber em que momentos e situações usar cada uma delas e discernir o termo a ser empregado. Isso requer atenção e treino que, como indicam esses estudiosos, acabam sendo transportados para outras situações da vida”, diz Esperanza Tremosa Ruiz, chefe de estudos da educação infantil e professora de língua espanhola do Miguel de Cervantes, colégio bilíngue em espanhol de São Paulo.
Para quem se interessa pela ideia, é preciso primeiramente entender que há vários tipos de propostas entre essas escolas. Dentro do que chamamos corriqueiramente de escolas bilíngues, existem as que se propõem a ensinar um outro idioma tendo desde o início o português como foco principal e ainda algumas que oferecem às crianças pequenas uma imersão exclusiva no segundo idioma, para só começar a usar o português na fase da preparação para a alfabetização. Na Escola Cidade Jardim/Play Pen (SP), por exemplo, crianças entre 1 e 4 anos têm uma vivência escolar estritamente em inglês e, a partir dos 5, começam a usar também o português. A proporção da nossa língua aumenta a partir daí, até que ela passe a usar o português durante 55% do período escolar, contra 45% de inglês. Além das bilíngues, existem também as internacionais, nas quais o português é tratado como segunda língua e o idioma estrangeiro é utilizado na maior parte do tempo. Entre elas, algumas escolas são reconhecidas por uma organização mundial denominada IB (International Baccalaureate) e seguem currículo e condutas estipuladas por ela. São essas as mais visadas para filhos de diplomatas e de executivos de multinacionais, pessoas que procuram dar andamento à linha de estudos aos filhos, mesmo mudando de país com frequência. Em todas as escolas internacionais e em algumas bilíngues, vale dizer, existe a possibilidade de a criança sair com diploma reconhecido em universidades estrangeiras e, no mundo todo, 2.700 escolas seguem esses parâmetros em 138 países.
Na escola internacional Saint Nicholas, por exemplo, o currículo é britânico e crianças de 18 meses a 18 anos têm o inglês como língua oficial. Somente os brasileiros precisam cursar também matérias do currículo nacional. Entre os 541 alunos atualmente matriculados na escola, cerca de 40% são estrangeiros, de 33 diferentes nacionalidades (há argentinos, japoneses, coreanos, indianos, israelenses, árabes etc.). A brasileira Priscilla Oyola, atual diretora de marketing da escola, elegeu o estabelecimento para matricular sua filha, Fernanda, bem antes de trabalhar lá. A menina, que hoje está com 13 anos, tinha na época 5 anos e, como não falavam inglês em casa, frequentou por seis meses uma escola que preparava crianças para estudarem em escolas internacionais – e foi admitida. “Eu queria oferecer o mundo para minha filha e essa foi a maneira que eu encontrei. No ambiente em que aprende e obtém conhecimento, ela também tem contato com uma série de costumes, línguas, culturas e hábitos, coisa que eu não conseguiria, a menos que vivesse um pouco em cada lugar do mundo”, diz Priscilla.
É inegável que as trocas multiculturais possíveis nessas escolas deixam a criança mais aberta, com uma visão mais crítica do mundo. Ainda assim, para Francisco Baptista Assumpção Junior, psiquiatra infantil e professor do Instituto de Psicologia da USP, esse multiculturalismo tem suas desvantagens. Ele acredita que essas vivências muitas vezes são acompanhadas de um distanciamento da própria cultura, que pode acabar tornando a criança uma estrangeira dentro da própria escola, do próprio país. “As raízes são um importante suporte, uma sustentação para a sanidade mental de uma pessoa. Uma criança que se afasta da cultura de seu país, de sua família e dela própria corre o risco de sofrer um desenraizamento, perder sua identidade, envergonhar-se do que é e passar a querer ser algo que não é, ter o que não tem. É compreensível uma família colocar o filho numa escola nesses moldes quando tem a ver com sua cultura, seu idioma e suas raízes, mas quando não há nenhum vínculo nesse sentido, eu realmente não concordo”, diz o professor

Ainda sobre a matéria:
Página 2 : Bilíngue or not?
Página 3 : Bilíngue or not?


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

MP abre inquérito contra Roger Abdelmassih para investigar práticas abusivas


SÃO PAULO - A Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público de São Paulo abriu inquérito civil contra o médico Roger Abdelmassih, 65 anos. O especialista em reprodução humana está preso na Penitenciária de Tremembé, no Vale do Paraíba, e é acuso de ter estuprado 56 pacientes que faziam tratamento com ele. O MP vai apurar práticas abusivas como promessa de gravidez, não fornecimento de contrato de prestação de serviço, restrição a exames e falta de informação sobre o material genético excedente.
O MP já havia aberto inquérito para investigar a suposta existência de um banco clandestino de óvulos e espermatozóides em sua clínica nos Jardins, em São Paulo. O objetivo é averiguar se ele adotava práticas ilegais, como uso de óvulos e espermatozóides de terceiros para engravidar clientes sem o consentimento delas.
As primeiras acusações foram feitas pelo engenheiro químico Paulo Henrique Ferraz Bastos em entrevista ao "Fantástico". Segundo Ferraz Bastos, a empresa da qual era sócio fazia pesquisas genéticas com animais, mas passou a trabalhar também com fertilidade humana quando foi contratada pelo médico.
- Me incomodava bastante o fato de uma parte das pesquisas da minha empresa veterinária ter sido deslocada para uma clínica de humanos. Quer dizer, culturas de células animais sendo trabalhadas em uma clínica humana - disse o engenheiro ao Fantástico.
O engenheiro afirmou que tinha acesso aos laboratórios da clínica, mas achava que muita coisa ali estava errada.
- Existem pesquisas na clínica do doutor Roger que são escandalosas. Por isso, eu fui contra e briguei com eles, por uma questão ética - afirmou.


Crianças-Lobo


A tailandesa Supatra ‘Nat’ Sasuphan se comporta como qualquer garotinha: ela gosta de sorvete, de nadar e de ir à escola. Mas ela é diferente de todas as outras, mais precisamente, uma em um bilhão. Nascida com uma pelagem semelhante a de um animal, de 5cm de espessura, que recobre sua cabeça e partes de seu corpo, ela é um dos 50 casos documentados desde 1638 no mundo. Nat nasceu com hipertricose lanuginosa congênita, outrora conhecida como “síndrome do homem-lobo”.
A família de Nat é comprometida com os valores budistas, e não vê razão para escondê-la, mas sempre que ela se afasta de casa, é acompanhada por uma multidão que ridiculariza sua aparência. Nat está chegando à adolescência, e seus pais estão desesperados para encontrar um tratamento que controle o incrível crescimento de seus pelos e proporcione à sua filha uma vida normal.
Mas não existem opções fáceis. Na Índia, Prithviraj Patil, de 11 anos, também sofre com este crescimento descontrolado de pelos, e mesmo com um doloroso tratamento a laser para removê-los, eles continuam crescendo em todo o seu corpo e rosto. Agora as famílias das duas crianças depositam suas esperanças de cura no trabalho de pesquisa genética realizado pela Professora Angela Christiano.
A busca pela cura da calvície poderá ajudar estas crianças a perder seus pelos e serem normais? Elas crescerão em uma sociedade que as excluirá ou a cura será encontrada antes que elas percebam o quanto são diferentes?


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