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sábado, 30 de agosto de 2014
Adolescentes são explorados como "homens-seta" por incorporadoras
Para promover empreendimentos imobiliários, uma incorporadora fez dois garotos, de 16 e 14 anos, usarem placas em formato de seta penduradas no pescoço. O flagrante, da reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, explica, com detalhes, a rotina dos dois adolescentes de Suzano, região metropolitana de São Paulo, explorados pelo trabalho infantil.
Aos sábados e domingos, o garoto mais velho ficava parado por horas em uma esquina da região central. A poucos quarteirões dali, o outro menino carregava em sua mochila o almoço: um pacote de bolachas e uma garrafa de suco.
A procuradora do Ministério Público do Trabalho de São Paulo (MPT-SP), Elisiane Santos, orienta que situações como essa e outras formas de trabalho infantil sejam denunciadas por meio do Disque 100 ou pelo site do MPT, de forma sigilosa.
"Nas ruas, a criança ou o adolescente está sujeito a intempéries, a riscos de acidentes, vulnerável a abusos, cooptação, aliciamento e a outras violações de direitos. O índice de acidentes de trabalho nas ruas é muito alto. Por lei, qualquer trabalho perigoso, noturno ou insalubre é vetado a menores de 18 anos", explica à reportagem.
promenino
Acre pede ajuda ao governo federal para risco de ebola em fronteira com Peru
Estado teme que imigrantes senegaleses tragam o vírus ao entrarem no Brasil
RIO - O Acre pediu ajuda ao governo federal para impedir que o vírus ebola chegue ao estado. A intenção é que técnicos do órgão federal atuem na fronteira com o Peru para controlar a entrada de imigrantes senegaleses, que tem se intensificado nas últimas semanas.
Na última sexta-feira, o Senegal confirmou o registro do primeiro caso de paciente com vírus ebola. A vítima é um estudante da Universidade de Conakry, de 21 anos, que está em quarentena na capital Dakar, onde chegou com sinais de hemorragia na última quarta-feira. O jovem veio da Guiné, um dos países com maior número de mortes e doentes.
De acordo com o governo do Acre, o pedido de ajuda foi feito durante a vinda da ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) Ideli Salvatti, ao estado. Segundo o portal de notícias G1, atualmente existem 267 imigrantes em abrigos no estado. E embora a maioria tenha vindo do Haiti, 39 são do Senegal.
Ainda segundo o governo do Acre, funcionários da Polícia Federal, da Receita e de outros ministérios que atuam em fronteiras estão temerosos quanto à falta de estrutura para lidar com possíveis imigrantes infectados por ebola.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o vírus já tenha feito 1.552 vítimas fatais e contagiou, ao todo, 3.069 pessoas. Na Guiné, origem do paciente do Senegal e onde o primeiro caso foi detectado em março, 430 mortes já foram registradas.
O Globo
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saúde
MP apura se policial colaborava com Abdelmassih e rede de informantes
Roger Abdelmassih era procurado no programa de
recompensas (Foto: Reprodução / Web Denúncia)
Interceptação telefônica gravou ex-médico dizendo apelido de agente de SP.
Secretaria da Segurança Pública determinou investigação sobre o caso.
O Ministério Público (MP) investiga se um policial de São Paulo colaborava com Roger Abdelmassih e sua rede de informantes para que o ex-médico, condenado a 278 anos de prisão por estupros e foragido da Justiça brasileira, continuasse escondido no Paraguai.
Procurada pela equipe de reportagem, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que também irá investigar o caso.
Os promotores têm interceptações telefônicas que flagram Abdelmassih dizendo a um parente o apelido desse policial. Em uma delas, o ex-médico diz que o agente é "amigo" de um dos seus colaboradores financeiros, e ainda "trabalharia junto à Secretaria da Segurança Pública", na capital paulista. Não há confirmação, no entanto, se o funcionário público pertence à Polícia Civil ou é da Polícia Militar.
Na conversa por telefone, gravada com autorização judicial, Abdelmassih diz que o policial poderia ser procurado por seu grupo para vazar dados sigilosos das 15 denúncias que o Programa de Recompensas recebeu sobre possíveis paradeiros do ex-médico. O áudio não menciona dinheiro em troca das informações.
saiba mais
Abdelmassih diz que ex-pacientes que denunciaram estupro são 'loucas'
Grampos revelam que Abdelmassih fazia terapia de casal por telefone
Médico diz ter dado até R$ 200 mil para irmã e filha de Abdelmassih
O grampo ainda mostra Abdelmassih pedindo para o familiar acionar seu grupo de colaboradores para procurar o policial e confirmar com ele os locais das denúncias. Desse modo, acreditava ser possível saber se alguma delas indicava o ponto exato onde o ex-médico estava. A escuta não mostra se os informantes encontraram o agente e se ele passou os dados.
Abdelmassih se diz "abatido", na interceptação, e demonstra preocupação se alguma das denúncias feitas pudesse revelar seu esconderijo. O ex-médico comenta, por exemplo, sobre a possbilidade de a Polícia Federal (PF) estar envolvida nas buscas a ele.
Grampo
A gravação ocorreu duas semanas antes de Abdelmassih, de 70 anos, ser preso neste mês em Assunção. Na capital paraguaia, ele usava o nome falso de Ricardo Galeano e morava numa casa alugada de alto padrão com a mulher, a ex-procuradora da República Larissa Sacco, de 37, e os filhos gêmeos do casal.
Indagado pela equipe de reportagem, o advogado Arles Gonçalves Jr, presidente da Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, afirmou que se for comprovado que um policial repassou para um procurado informações sigilosas de denúncias do paradeiro dele, o agente será responsabilizado criminalmente.
“O policial poderá responder por crimes, por exemplo, como favorecimento a fuga de criminoso, obstrução da Justiça, formação de quadrilha, quebra de sigilo”, afirmou Gonçalves Jr. "Ou corrupção, se ele recebeu dinheiro por isso".
Se ficar demonstrado que Abdelmassih e sua rede de informantes tentaram cooptar agente público, eles também poderão responder por crimes. “Poderiam entrar como favorecimento pessoal e formação de quadrilha”, disse o advogado.
Defesa
A equipe de reportagem não localizou a defesa do ex-médico para falar sobre o assunto. Condenado por estuprar e abusar sexualmente 37 ex-pacientes, Abdelmassih cumpre pena na Penitenciária de Tremembé, no interior paulista.
O ex-médico sempre negou as acusações de que violentou mulheres na clínica de fertilização que tinha na capital paulista. Em sua defesa, alegava que apenas beijava as pacientes no rosto e que elas estavam tendo alucinações por conta da sedação.
Recompensa
As 130 interceptações feitas nos telefones usados por Abdelmassih ajudaram o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP em Bauru, interior paulista, e a PF a localizarem e prenderem no Paraguai o homem mais procurado de São Paulo. Ele foi pego por um delegado federal e policiais paraguaios. A Polícia Civil paulista não participou da prisão em Assunção.
Apesar de o Programa de Recompensa ter oferecido R$ 10 mil para quem desse informações precisas que levassem ao esconderijo de Abdelmassih, e 15 denúncias terem sido feitas, o prêmio não foi pago. A SSP e o Instituto São Paulo Contra a Violência (ISPCV), parceiros do programa, avaliaram que as denúncias dos prováveis paradeiros do ex-médico não foram relevantes para a investigação.
A pasta é responsável pelo pagamento do prêmio e o instituto por administrar o programa.
Procurada pelo G1 para comentar o assunto, a SSP informou que irá apurar a informação de que Abdelmassih menciona o apelido de um policial que seria ligado à pasta da segurança.
“O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, determinou a abertura imediata de investigação para apurar a existência do suposto policial e eventuais ligações dele com parceiros do ex-médico“, informa a nota da assessoria de imprensa da pasta.
Questionado pela equipe de reportagem, Mario Royo, gerente de projetos do ISPCV, respondeu que as denúncias são recebidas por telefone (Disque Denúncia 181) e internet (Web Denúncia).
De acordo com o representante, o instituto fica num local que não pode ser divulgado, mas não é no prédio da SSP. O atendimento ao público não é feito por policiais. E os dados dos denunciantes são confidenciais e mantidos sob sigilo por meio de códigos criptografados.
“O nosso papel é recolher informação tal e qual vem, sem mexer nada, registrar isso no formulário, e passar isso para policia. Não temos mais nenhuma ingerência e nem podemos ter sobre o trabalho policial”, disse Royo. “Os policiais [civis e militares] que recebem a informação, atuam da forma que tem que atuar.”
G1
recompensas (Foto: Reprodução / Web Denúncia)
Interceptação telefônica gravou ex-médico dizendo apelido de agente de SP.
Secretaria da Segurança Pública determinou investigação sobre o caso.
O Ministério Público (MP) investiga se um policial de São Paulo colaborava com Roger Abdelmassih e sua rede de informantes para que o ex-médico, condenado a 278 anos de prisão por estupros e foragido da Justiça brasileira, continuasse escondido no Paraguai.
Procurada pela equipe de reportagem, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que também irá investigar o caso.
Os promotores têm interceptações telefônicas que flagram Abdelmassih dizendo a um parente o apelido desse policial. Em uma delas, o ex-médico diz que o agente é "amigo" de um dos seus colaboradores financeiros, e ainda "trabalharia junto à Secretaria da Segurança Pública", na capital paulista. Não há confirmação, no entanto, se o funcionário público pertence à Polícia Civil ou é da Polícia Militar.
Na conversa por telefone, gravada com autorização judicial, Abdelmassih diz que o policial poderia ser procurado por seu grupo para vazar dados sigilosos das 15 denúncias que o Programa de Recompensas recebeu sobre possíveis paradeiros do ex-médico. O áudio não menciona dinheiro em troca das informações.
saiba mais
Abdelmassih diz que ex-pacientes que denunciaram estupro são 'loucas'
Grampos revelam que Abdelmassih fazia terapia de casal por telefone
Médico diz ter dado até R$ 200 mil para irmã e filha de Abdelmassih
O grampo ainda mostra Abdelmassih pedindo para o familiar acionar seu grupo de colaboradores para procurar o policial e confirmar com ele os locais das denúncias. Desse modo, acreditava ser possível saber se alguma delas indicava o ponto exato onde o ex-médico estava. A escuta não mostra se os informantes encontraram o agente e se ele passou os dados.
Abdelmassih se diz "abatido", na interceptação, e demonstra preocupação se alguma das denúncias feitas pudesse revelar seu esconderijo. O ex-médico comenta, por exemplo, sobre a possbilidade de a Polícia Federal (PF) estar envolvida nas buscas a ele.
Grampo
A gravação ocorreu duas semanas antes de Abdelmassih, de 70 anos, ser preso neste mês em Assunção. Na capital paraguaia, ele usava o nome falso de Ricardo Galeano e morava numa casa alugada de alto padrão com a mulher, a ex-procuradora da República Larissa Sacco, de 37, e os filhos gêmeos do casal.
Indagado pela equipe de reportagem, o advogado Arles Gonçalves Jr, presidente da Comissão de Segurança da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em São Paulo, afirmou que se for comprovado que um policial repassou para um procurado informações sigilosas de denúncias do paradeiro dele, o agente será responsabilizado criminalmente.
“O policial poderá responder por crimes, por exemplo, como favorecimento a fuga de criminoso, obstrução da Justiça, formação de quadrilha, quebra de sigilo”, afirmou Gonçalves Jr. "Ou corrupção, se ele recebeu dinheiro por isso".
Se ficar demonstrado que Abdelmassih e sua rede de informantes tentaram cooptar agente público, eles também poderão responder por crimes. “Poderiam entrar como favorecimento pessoal e formação de quadrilha”, disse o advogado.
Defesa
A equipe de reportagem não localizou a defesa do ex-médico para falar sobre o assunto. Condenado por estuprar e abusar sexualmente 37 ex-pacientes, Abdelmassih cumpre pena na Penitenciária de Tremembé, no interior paulista.
O ex-médico sempre negou as acusações de que violentou mulheres na clínica de fertilização que tinha na capital paulista. Em sua defesa, alegava que apenas beijava as pacientes no rosto e que elas estavam tendo alucinações por conta da sedação.
Recompensa
As 130 interceptações feitas nos telefones usados por Abdelmassih ajudaram o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do MP em Bauru, interior paulista, e a PF a localizarem e prenderem no Paraguai o homem mais procurado de São Paulo. Ele foi pego por um delegado federal e policiais paraguaios. A Polícia Civil paulista não participou da prisão em Assunção.
Apesar de o Programa de Recompensa ter oferecido R$ 10 mil para quem desse informações precisas que levassem ao esconderijo de Abdelmassih, e 15 denúncias terem sido feitas, o prêmio não foi pago. A SSP e o Instituto São Paulo Contra a Violência (ISPCV), parceiros do programa, avaliaram que as denúncias dos prováveis paradeiros do ex-médico não foram relevantes para a investigação.
A pasta é responsável pelo pagamento do prêmio e o instituto por administrar o programa.
Procurada pelo G1 para comentar o assunto, a SSP informou que irá apurar a informação de que Abdelmassih menciona o apelido de um policial que seria ligado à pasta da segurança.
“O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, determinou a abertura imediata de investigação para apurar a existência do suposto policial e eventuais ligações dele com parceiros do ex-médico“, informa a nota da assessoria de imprensa da pasta.
Questionado pela equipe de reportagem, Mario Royo, gerente de projetos do ISPCV, respondeu que as denúncias são recebidas por telefone (Disque Denúncia 181) e internet (Web Denúncia).
De acordo com o representante, o instituto fica num local que não pode ser divulgado, mas não é no prédio da SSP. O atendimento ao público não é feito por policiais. E os dados dos denunciantes são confidenciais e mantidos sob sigilo por meio de códigos criptografados.
“O nosso papel é recolher informação tal e qual vem, sem mexer nada, registrar isso no formulário, e passar isso para policia. Não temos mais nenhuma ingerência e nem podemos ter sobre o trabalho policial”, disse Royo. “Os policiais [civis e militares] que recebem a informação, atuam da forma que tem que atuar.”
G1
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'Não consigo dormir', diz coveiro que enterrou Bernardo após ver vídeo
João Fernando trabalha no cemitério de Santa Maria há 28 anos.
Vídeo divulgado nesta semana mostra briga entre menino, pai e madrasta.
O vídeo que mostra a briga entre Bernardo, o pai, Leandro Boldrini, e a madrasta Graciele tirou o sono do coveiro do Cemitério Municipal de Santa Maria, onde menino de 11 anos foi sepultado ao lado da mãe. Os gritos de socorro do garoto não saem da cabeça de João Fernando Fontana, que já trabalha há 28 anos abrindo covas no local.
"O que fizeram com ele não tem explicação. Foi uma barbaridade. Eu não consigo dormir desde que vi esse vídeo da briga. Fui eu que enterrei o Bernardo, isso me deixou muito chocado", afirma ao G1 o coveiro.
O menino de 11 anos foi encontrado morto, enterrado em uma cova na cidade de Frederico Westphalen, em abril deste ano. Quatro pessoas estão presas por participação no crime, entre elas o pai, o médico Leandro Boldrini, e a madrasta, Graciele Ugulini. Na sexta-feira, dois novos vídeos que mostram brigas entre pai e filho foram divulgados.
Aos 64 anos, João Fernando diz que foi o caso mais cruel que já enfrentou na função. "Olha, das tantas covas que já fiz, nunca senti tanto uma morte de quem eu nem conhecia", relata. "Essas pessoas que fizeram isso têm de pagar até o fim da vida", completa.
No jazigo da família Uglione, o corpo de Bernardo sepultado ao lado da mãe, Odilaine, que morreu em 2010. Na época, a polícia concluiu que ela havia cometido suicídio. No entanto, após a divulgação do vídeo com a discussão da família, a avó materna do menino, Jussara, pede a reabertura das investigações.
Para ela e seu advogado, Marlon Taborda, as declarações de Leandro e Graciele indicam uma "confissão". "Me chamou a atenção que há uma confissão da morte da mãe do Bernardo. Em dado momento é dito para o menino 'Tu vai ter mesmo fim que a tua mãe'. Ora, Bernardo foi vítima de homicídio, logo a mãe dele também foi vítima de homicídio", aponta Taborda.
Nas imagens, a madrasta fala para o menino que a mãe dele é uma "vagabunda". Leandro também critica a ex-mulher. "Ah, Bernardo, eu fico com pena de ti… Com pena de ti, cara. Tua mãe te botou no mato. Deus o livre. Te abandonou", afirma Leandro.
Odilaine morreu em 2010 após se suicidar, conforme conclusão da polícia. Nas imagens, a madrasta fala para o menino que a mãe dele é uma "vagabunda". Leandro também critica a ex-mulher.
"Ah, Bernardo, eu fico com pena de ti… Com pena de ti, cara. Tua mãe te botou no mato. Deus o livre. Te abandonou", afirma Leandro. O menino responde aos dois revoltado. "Tomara que tu morra. Tomara que tu morra! E essa coisa [Graciele] que morra junto!", grita Bernardo.
O advogado de Leandro, Jader Marques, disse que o vídeo é de 2013 e mostra a realidade do conflito familiar difícil, mas nada que altere a situação da falta de provas da participação do médico no homicídio do menino e suicídio da mãe de Bernardo. O escritório do advogado da madrasta, Vanderlei Pompeo de Mattos, informou que não pretende se manifestar sobre o tema.
Vídeo mostra discussão familiar
O vídeo começa com a sombra de Leandro no chão do quarto da casa onde a família morava, em Três Passos, na Região Noroeste do Rio Grande do Sul (veja o vídeo). O pai de Bernardo liga a câmera e passa para Graciele enquanto o menino grita por socorro de um outro cômodo. É possível ver o rosto do médico neste momento das imagens. A madrasta pega o celular e o ajeita na cama do casal.
Também é possível ouvir Bernardo em outro cômodo gritando por socorro por mais de três minutos. Em seguida, o menino se aproxima para pedir o telefone emprestado para "denunciar" o pai. Leandro chama a atenção, pedindo que Bernardo cuide a irmã, que está no mesmo cômodo. Depois começa a discussão entre o menino e a madrasta, em que ocorrem as ameaças.
Veja a transcrição
Bernardo: Socorro! Socorro! Socorro! Socorro! Socorro! Socorro!
Leandro: Vamos se acalmar. Vai para o teu quarto.
Bernardo: Socorro! Meu pai vai me agredir. Socorro! Socorro!! Socorro! Socorro! Socorro! Socorro! Socorro! Não! (...)
Leandro: Respeita a tua irmã, a Maria aqui…
Bernardo: Socorro, socorro! Eu vou contar... Vocês me agrediram!! Socorro, socorro, socorro. Meu pai me agrediu.
Graciele: Fecha a porta… (diz para Leandro)
Bernardo: Socorro! Socorro! Socorro! (...)
Eu quero denunciar, empresta o telefone, eu quero denunciar vocês! Empresta, quero denunciar!
Leandro: Aqui quem manda sou eu.
Bernardo: Eu quero denunciar, empresta!
Leandro: Ou tu entra, ou tu sai. E se entrar fala baixo.
Bernardo: Empresta o telefone agora! Empresta! Empresta o telefone. Empresta! Empresta o telefone agora! Tu falou que eu poderia denunciar, então empresta! Empresta!
Leandro: Tchê, a Maria...
Bernardo: Empresta! Empresta o telefone.
Graciele: Sim, tu quer o telefone emprestado para denunciar? (risos)
Bernardo: Sim! Empresta!
Graciele: Quer denunciar, te vira! Não empresto. Te vira!
Bernardo: Empresta!
Leandro: Cuidado a Maria aqui, rapaz! Escuta aqui ó, que bagunça é essa?
Bernardo: Socorro!!
Leandro: E fecha a porta, né?
Bernardo: As pessoas estão olhando…
Leandro: Viu?
Bernardo: As pessoas estão olhando…
Graciele: Vai lá, vai lá pedir socorro.
Bernardo: Vão vocês!
Graciele: Tu que tá pedindo! Tu que está gritando!
Leandro: Quem que começou a bagunça?
Bernardo: Vocês me agrediram, tu me agrediu.
Graciele: E vou agredir mais. A próxima vez que tu abrir a boca para falar de mim, eu vou agredir mais.
Leandro: Xingando ela. Ninguém merece ser xingado, né, rapaz.
Graciele: Eu vou agredir mais, eu não fiz nada em ti.
Bernardo: Fez sim. Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz de fazer.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Tu não sabe.
Bernardo: Tu me bateu.
Graciele: Eu não tenho nada a perder, Bernardo. Tu não sabe do que eu sou capaz. Eu prefiro apodrecer na cadeia a viver nesta casa contigo incomodando. Tu não sabe do que eu sou capaz.
Bernardo: (inaudível) Queria que tu morresse
Graciele: Tu não sabe do que eu sou capaz. Vamos ver quem tem mais força. Aí nós vamos ver quem tem mais força.
Bernardo: Quando tu morrer.
Graciele: É, vamos quem tem mais força. Vamos ver quem vai para baixo da terra primeiro
Bernardo: Tu. Tu vai..
Graciele: Então tá, se tu tá dizendo.
Bernardo: Tu, tu vai…
Graciele: Vamos ver quem vai primeiro.
Bernardo: Coitada da Maria, vocês vão agredir ela aqui também! Vão sim!
Graciele: Ela está comigo.
Bernardo: Vão agredir ela depois…
Graciele: Ah, então tá.
Leandro: Ah, Bernardo, eu fico com pena de ti… Com pena de ti, cara. Tua mãe te botou no mato. Deus o livre. Te abandonou…
Bernardo: E tu traiu ela!
Leandro: Como é que ele tem isso na cabeça?
Graciele: É… Ela que andava com tudo que é homem aí, ó! Ela que era vagabunda, Bernardo!
Bernardo: Não era! Minha mãe não é vagabunda!
Graciele: Então vai perguntar para as pessoas da cidade o que tua mãe fazia! Pergunta!
Bernardo: Minha mãe não era vagabunda…
Graciele: Então pergunta para as pessoas o que tua mãe fazia com teu pai.
Leandro: Eu sei que tua mãe é o máximo para ti, mas simplesmente ela te abandonou.
Bernardo: Não, ela não me abandonou. Foi culpa tua, sim!
Graciele: Ela que pensou em matar teu pai.
Bernardo: Porque ele estava incomodando ela.
Leandro: Ela foi lá na vila com o cara, comprou uma 38 para ir ao consultório com duas balas. O que ia acontecer comigo?
Bernardo: Tinha que ter matado mesmo!
Leandro: E o que ia sobrar de ti?
Bernardo: Tinha que ter te matado!
Leandro: Mas o que eu tenho que ver, cara?
Bernardo: Tem de morrer!
Leandro: Tenho de pegar com minha vida por causa de gente à toa?
Bernardo: Sim!
Leandro: De gente que não presta?
Bernardo: Tomara que tu morra! E essa coisa [Graciele] que morra junto!
Graciele: Tu vai ir antes. Doente que tu está desse jeito…
Leandro: Quanta gente…
Graciele: Igual a tua mãe. Teu fim vai ser igual o da tua mãe.
Bernardo: Não!
Graciele: Então tá…
Leandro: Eu salvo uns quatro ou cinco todo dia, tiro as pessoas de dentro do caixão.
Bernardo: Não tira!
Leandro: Elas aparecem uma semana depois caminhando lá no consultório.
Bernardo: Não!
Leandro: Eu acho que tenho uma função nesse mundo…
Bernardo: De morrer, tem que morrer!
Leandro: Deixa que eu morro a hora que Deus quiser…
Graciele: É, a hora que Deus quiser.
Leandro: Não é pela tua boca.
Bernardo: Tu vai morrer.
Leandro: Me respeita!
Bernardo: Vou rezar para tu morrer.
Graciele: Então vai, te ajoelha.
Leandro: Tu vai ficar 20 anos rezando. Quanto mais tu rezar, pior vai ser. Mais eu vou durar.
Bernardo: Tomara que tu morra. (fala inaudível)
Leandro: O que tu falou?
Bernardo: Não te interessa!
Leandro: É, é… 'Froinha', que não é capaz de falar. Se fosse macho falava melhor!
Bernardo: Ó a polícia!!
Graciele: Vai lá então… Vamo, desce lá!
Bernardo: Não…
Graciele: Desce lá.
Bernardo: Tu me agrediu!
Graciele: Vai lá, Bernardo…
Bernardo: Tenho marca aqui… Tu me agrediu. Eu tenho marca aqui.
Graciele: Vai lá, Bernardo! Ô, cagão! Ô, cagão, desce lá, cagão! Cagou nas calças? Cagou nas calças?
Bernardo: Vamos…
Graciele: Como, vamos? Cagão, vai atrás do teu pai, vai lá, macho! Vai lá, cagão.
Bernardo: Meu pai me agrediu…
Graciele: Vai dizer, então! Vai! Cagão.
Bernardo: Tu me bateu, tu me bateu, tu me bateu. Tu me agrediu!
Leandro: Faço tudo para dar certo e a polícia chega na minha casa no sábado à noite.
Graciele: É, ahã.
Bernardo: Tu me bateu também…
Graciele: É um cagão mesmo! Agora vai atrás do papai. Cagão.
Bernardo: Tu me bateu, conta que tu me bateu...
(longo trecho em silêncio)
Leandro: E esse remédio aqui?
Bernardo: Tu vai me matar…
Leandro: Quantos quilos tu tem?
Bernardo: Não sei. (inaudível)
Graciele: Dá sessenta gotas…
Bernardo: Eu vou me matar… Eu vou... Eu vou me matar.
Graciele: Dá uma faca, Leandro!
(minutos depois)
Leandro: Você sabe o que está fazendo, você sabe…
Bernardo: Meu pai mandou eu te pedir desculpas.
Leandro: Você sabe o que está fazendo…
Bernardo: Eu quero me matar…
G1
To whom it may concern...
"Veneno e rancor não merecem resposta, porque a verdade mais antiga é que quem desdenha quer comprar. O único sentimento que merece revide é o amor, que quanto mais se troca, mais se tem para dar".
Andréa Beheregaray
sexta-feira, 29 de agosto de 2014
quinta-feira, 28 de agosto de 2014
Ameba mortal que devora cérebros contamina água nos EUA
Animal unicelular foi encontrado no sistema de água que atende mais de 12 mil pessoas de três municípios norte-americanos
Uma ameba destruidora de cérebros foi encontrada nesta quinta-feira, no sistema de água de Louisiana, nos Estados Unidos. As informações são do NBC News.
As infecções com a ameba - conhecida como Naegleria fowleri, pelos cientistas - são raras, mas quase sempre mortais. Entre os anos de 1962 e 2014, apenas 132 pessoas foram infectadas. Destes, só três sobreviveram.
Segundo a publicação, embora nenhuma infecção tenha sido registrada nos últimos dias, o animal unicelular foi encontrado no sistema que atende as mais de 12 mil pessoas que moram nos municípios de Reserve, St. John e Garyville.
As autoridades de Louisiana dizem que a água está sendo tratada com cloro e é segura para beber. No entanto, a passagem da água pela cavidade nasal ainda representa um perigo. "O mais importante é evitar que a água entre pelo seu nariz durante o banho ou ao nadar em uma piscina", disse o oficial de saúde, Jimmy Guidry.
Especialistas alertam que a ameba - que se alimenta do tecido cerebral - se reproduz em água morna. Portanto, uma piscina gelada ou um banho frio podem ajudar a evitar a infecção.
Terra
Primeira audiência da morte de Bernardo levanta novas provas
Após primeira audiência do caso Bernardo, que durou mais de 11 horas, surgem novas provas e suspeitas contra a madastra do menino e seu pai, Leandro Boldrini. Vídeos mostram brigas do casal e ameaças ao garoto.
R7
Jovem negra coloca foto com namorado branco no Facebook e sofre racismo
Quando M. D. M. R., uma jovem negra de 20 anos, colocou uma foto sua com o namorado no Facebook, ela não imaginava do que seria vítima. Ela foi atacada em uma enxurrada de comentários com ofensas racistas.
Em um primeiro momento, a vítima, que pediu para ser identificada apenas pelas iniciais de seu nome, mas autorizou o uso da imagem, disse ter ficado triste com a situação. Com o apoio da família e do namorado, resolveu procurar a polícia e denunciar o caso. Ela diz também ter recebido muitas mensagens de conforto. Em uma delas, um advogado de Brasília a aconselhou a procurar as autoridades.
O caso ocorreu na cidade mineira de Muriaé (a 320 km de Belo Horizonte). Segundo a Polícia Civil de Minas Gerais, um inquérito foi aberto nesta quarta-feira (27) para investigar o caso.
Segundo a polícia, a jovem publicou a foto no dia 17 deste mês na rede social e surgiram vários comentários racistas. Ela procurou a polícia no dia último dia 26 para registrar a queixa.
Em um dos comentários feito na página da jovem na rede social, um internauta escreve: "Onde comprou essa escrava?", para em seguida pedir: "Me vende ela".
A estes seguiram outros comentários: "Parece até que estão.... na senzala"; "Seu dono?"; "um branco e uma negosa (sic)"; "Tipo assim tia eu acho que vc roubou o branco pra tirar foto (sic)".
Em entrevista ao UOL, a moça afirmou que quer que sua atitude sirva de exemplo para outras pessoas. "Achei muito triste. Na hora, fiquei surpresa com tudo o que estava acontecendo, mas depois meu namorado e minha família me deram força. Foi uma atitude corajosa minha mesmo [de ter feito a denúncia], porque muitas pessoas não têm coragem de denunciar esse tipo de crime. Acho que todo mundo deve denunciar", afirmou, pedindo também punição aos que postaram as mensagens de cunho racista.
"Eu acho que toda pessoa sofreu algum tipo de preconceito, seja qual for, tem de denunciar à polícia. Não pode ficar impune. Eu quero que seja descoberto quem foi e que paguem pelo que fizeram comigo", afirmou.
A moça afirmou ter desativado a página na rede social após a repercussão do caso, mas a reativou depois de ter feito a denúncia.
"Eu vou continuar com ela [a página no Facebook]. Em um primeiro momento, muitas pessoas ficaram me procurando, aí eu achei melhor desativar. Mas não por medo, só por conta disso mesmo", disse.
Injúria racial
De acordo com o delegado Eduardo Freitas da Silva, o caso vai contar com apoio da Delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos, de Belo Horizonte. Ele adiantou que já conseguiu precisar o Estado de origem da maioria dos internautas que postaram as mensagens.
"Nós fizemos uma análise preliminar e verificamos que nenhum dos autores das ofensas raciais é daqui da cidade. Grande parte é de São Paulo. Alguns são perfis falsos, mas outros são de pessoas reais, identificáveis", afirmou.
O policial disse que vai encaminhar um ofício aos administradores do Facebook solicitando a identificação dos que postaram comentários racistas na página da vítima. Segundo ele, os suspeitos serão intimados a depor por meio de carta precatória.
"Vamos contar com a ajuda da Polícia Civil de São Paulo para que essas pessoas sejam ouvidas nas delegacias mais próximas de suas residências. A injúria racial prevê de um a três anos de prisão e multa", afirmou.
Rayder Bragon
Do UOL, em Belo Horizonte
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discriminação,
racismo
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Peixe 'que anda' revela como nossos ancestrais evoluíram para a terra
Animal da espécie africana Polypterus senegalus foi observado por cerca de um ano
QUEBEC, Canadá - Cerca de 400 milhões de anos atrás um grupo de peixes começou a explorar a terra e evoluiu para tetrápodes - anfíbios de hoje, répteis, aves e mamíferos. Mas como esses peixes antigos usaram seus corpos e nadadeiras em um ambiente terreste, e quais processos evolutivos estavam em prática segue sendo um mistério científico. Pesquisadores da Universidade McGill publicaram na revista “Nature” um estudo que mostrou o que pode ter acontecido com os peixes que andaram pela primeira vez na terra.
Os estudiosos voltaram-se para o Polypterus senegalus, um peixe africano que pode respirar ar, “andar” na terra e que se parece com os peixes antigos que evoluíram para tetrápodes. A equipe criou o Polypterus senegalus ainda jovem em terra por cerca de um ano, com o objetivo de revelar como esses peixes “terrestrializados” se pareciam e como se moviam de um jeito diferente.
- As condições ambientais estressantes podem revelar variações anatômicas e comportamentais enigmáticas, uma forma de plasticidade de desenvolvimento”, disse Emily Standen, uma ex-estudante de pós-doutorado da McGill que liderou o projeto, agora na Universidade de Ottawa. - Nós queríamos usar esse mecanismo para ver o que novas anatomias e novos comportamentos iriam despertar nesses peixes e ver se batia com o que sabemos dos registros de fósseis.”
Veja o Polypterus Senegalus em aquário
O peixe mostrou mudanças significativas na anatomia e no comportamento. Isto é, o animal “terrestrializado” andou de forma mais eficiente ao colocar suas nadadeiras mais perto do corpo e a cabeça mais pra cima. Assim, conseguiu que as nadadeiras não escorregassem tanto quanto os peixes que crescem na água.
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- Anatomicamente, o esqueleto do peitoral mudou para ficar mais alongado e com ligações mais fortes no peito, possivelmente para aumentar o suporte enquanto andam e reduzir o contato com o crânio para potencialmente permitir um melhor movimento de cabeça/pescoço - explicou Trina Du, uma estudante de Ph.D na McGill e colaboradora do estudo.
De acordo com Hans Larsson, cátedra no Canadá de Pesquisa em Macroevolução na McGill e professor associado no Museu Redpath, como muitas mudanças anatômicas se parecem com os registros do fóssil, pôde-se supor que as mudanças de comportamento que vemos também refletem o que pode ter acontecido quando peixes de fósseis andaram pela primeira vez com suas nadadeira na terra.
- Este é o primeiro exemplo que conhecemos de estudo que demonstrou que a plasticidade do desenvolvimento pode ter facilitado uma transição evolutiva em grande escala, primeiro por acessar novas anatomias e comportamento que podem futuramente ser fixados geneticamente pela seleção natural - acrescentou Larsson.
O Globo
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Vídeo mostra criança sendo agredida por babá no Rio
Menina de seis anos teria sido ameaçada, caso contasse à mãe sobre agressões
Uma babá é suspeita de agredir uma criança de seis anos em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. Juliana dos Santos Tavares, mãe da vítima, descobriu as agressões na sexta-feira passada (22) e o caso foi registrado na Delegacia de Alcântara (74ª DP) como maus-tratos.
A mãe diz que desconfiava do comportamento agressivo da filha, mas só descobriu o motivo quando uma pessoa desconhecida lhe entregou vídeos que registraram as agressões. Segundo a mãe da vítima, as imagens foram feitas pela filha mais velha da babá, que cuidava dos dois filhos de Juliana havia um ano e meio e cobrava R$ 250 por mês. No mês passado, a suspeita havia dito que não queria mais ficar com a menina.
— Ela [a babá] reclamou dizendo que a menina estava fazendo muito escândalo e estava com medo de o Conselho Tutelar procurá-la de novo. Minha filha ficava suja, descabelada e reclamando de fome. Aquilo foi me magoando, porque era uma amiga. Eu pensei que ela era minha amiga.
Juliana afirma que, depois que conseguiu conversar sobre os maus-tratos, a filha ficou mais tranquila, mas evita falar sobre o assunto. A criança não teria contado à mãe sobre as agressões por medo de ameaças.
— Ela [a criança] disse que não me falou nada porque estava com medo, que ela [a babá] estava ameaçando. Fiquei muito revoltada.
Procurada pela reportagem da Rede Record, a suspeita de agredir a criança não quis se manifestar. O caso é investigado pela Delegacia do Rio do Ouro (75ª DP).
R7
POLÊMICAS
1ª) Suzane pediu para ficar no regime fechado. A situação de Suzane (que está presa porque colaborou para a morte dos seus pais) já está resolvida: a Justiça, levando em conta seu pedido e o recurso do Ministério Público, revogou o regime semiaberto e determinou a continuidade dela no presídio onde se encontra. Foi revogada a sua progressão de regime. Mas de onde Suzane Von Richthofen não quer sair (Presídio de Tremembé), Abdelmassih jamais gostaria de entrar. Ele acaba de dizer que não gostaria que seus filhos menores e sua mulher lhe visitassem na prisão.
2ª) Cabe prisão domiciliar para Abdelmassih? Matéria publicada pelo Estado de S. Paulo (22/8/14: A17) diz o seguinte: “Ex-médico pode ir para prisão domiciliar. Lei das Execuções Penais permite benefício para quem tem mais de 70 anos ou problema de saúde; mas ele não sairá às ruas antes dos 101 anos”. O dispositivo invocado está equivocado. O artigo 117 da Lei de Execução Penal só permite o regime domiciliar para quem está cumprindo pena em regime aberto. Não é o caso de Abdelmassih, que está preso preventivamente. Nem sequer condenação definitiva existe contra ele. A prisão preventiva acontece antes da sentença final.
3ª) A pena de 278 anos de prisão contra ele pode ser modificada? Sim. Seu recurso contra a sentença de primeiro grau ainda não foi julgado. A pena pode ser alterada radicalmente (porque os crimes foram cometidos de forma continuada e a lei penal prevê redução de pena nesse caso). O recurso está nas mãos do desembargador relator desde 13.09.12.
4ª) Se o recurso não julgado em breve o réu Abdelmassih será liberado? Sim, por excesso de prazo. Seguramente seu recurso será julgado em breve por vários motivos: ele agora está preso, o caso é midiático, o réu tem direito de ser julgado em prazo razoável etc. Mas se o julgamento demorar abusivamente a partir de agora, o réu deve ser posto em liberdade em razão do “excesso de prazo”.
5ª) Em tese, cabe prisão domiciliar para Abdelmassih? Sim (teoricamente). Considerando-se que Abdelmassih está preso cautelarmente (preventivamente), a prisão domiciliar cabível, em tese, não é a prevista no art. 117 da LEP (porque ele não está no regime aberto), sim, a do art. 317 do Código de Processo Penal. De fato, pode o juiz substituir a prisão preventiva por prisão domiciliar (a) quando o réu for maior de 80 anos ou (b) quando está extremamente debilitado por motivo de doença grave.
Em razão da idade não é o caso (o réu tem 70 anos). Pode então ir para a prisão domiciliar por motivo de doença grave, mas tudo tem que ser devidamente comprovado, por médicos do estado (e isso deve ser feito com absoluta transparência, pois do contrário confirmará a sensação popular de que a Justiça criminal beneficia os “iguais”, os poderosos, as pessoas com status etc.).
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segunda-feira, 25 de agosto de 2014
Cunhada ajudou a sustentar Abdelmassih no exterior
Irmã da mulher do ex-médico, Elaine Sacco integra cúpula da rede que financiou a vida de luxo do criminoso durante o período de clandestinidade no Paraguai
Era numa farmácia na cidade paulista de Jaboticabal (75.000 habitantes, a 360 km de São Paulo) que a rede de apoio ao ex-médico Roger Abdelmassih planejava como enviar dinheiro para que um dos fugitivos mais procurados do país mantivesse uma vida de luxo em Assunção. A portas fechadas, após o expediente, Elaine Sacco Khouri, irmã de Larissa Sacco, mulher do médico-monstro, se reunia com Sergio Molina Junior, o contador, e Dimas Campelo Maria, que atuava como auxiliar administrativo, para organizar como mandar a remessa de reais ao Paraguai. O esquema é investigado pelo Ministério Público de São Paulo e agora pela Polícia Federal, já que Abdelmassih virou um caso da Interpol, a polícia internacional, ao ser detido em território estrangeiro.
Segundo as investigações, Sergio Molina recebia todo dia 15 do mês do advogado Sergio Luis Freitas da Silva, que atua em Avaré, cidade vizinha a Jaboticabal, uma lista dos depósitos e transferências bancárias para serem executadas. O destino: uma conta bancária de Larissa Sacco, mulher de Abdelmassih, com quem ele vivia secretamente no exterior com um casal de filhos gêmeos. As informações foram descobertas por um grupo de vítimas dos abusos de Abdelmassih, que se reuniram para desvendar o paradeiro do ex-médico. O grupo compartilhou suas descobertas com as polícias civil e federal e com o Ministério Público. "Eu fiz tudo isso para ajudar a polícia, estava demorando demais para ele ser preso de novo", diz a estilista Vanuzia Lopes, de 54 anos, líder do grupo.
Empresa de fachada – Além da ajuda de familiares da mulher do ex-médico, a investigação apura a participação de profissionais especializados em administrar empresas de fachada e operar esquemas de lavagem de dinheiro. No centro da investigação está a empresa Agropecuária Colamar, constituída em outubro de 2010 pela mulher de Abdelmassih e pela cunhada do criminoso, Elaine Sacco, como sócia minoritária. A empresa é suspeita de ter feito contratos de fachada.
A Agropecuária Colamar, cuja finalidade declarada é o cultivo de laranja, em Jaboticabal – cidade das irmãs Sacco –, foi aberta um ano antes de Abdelmassih ter sido condenado pela Justiça brasileira a 278 anos de prisão pelo estupro de pacientes. O ex-médico era, à época, uma das maiores autoridades no país em fertilização em vitro.
O fluxo de dinheiro entre a Colamar e Abdelmassih foi garantido por uma procuração assinada por Larissa em novembro de 2010, na qual ela transferiu à irmã poderes de administrar todos os seus bens – e suas contas bancárias. Dois meses depois, Abdelmassih fugiu após ter a prisão decretada. Preso em agosto de 2009, ele obteve um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF) meses depois.
De acordo com as investigações, Abdelmassih também carregava grande quantidade de dólares em espécie – era comum ele oferecer desconto a casais que pagavam o tratamento de fertilidade, orçado em 50.000 reais nos anos 1990, em notas da moeda estrangeira. Testemunhas dos processos contra o ex-médico que frequentaram a antiga clínica relataram que ele guardava o dinheiro dentro de capas de raquetes de tênis no consultório – depois recolhidas por doleiros.
Na clandestinidade, Abdelmassih tinha uma vida discreta e saía pouco de sua mansão. Mas não descuidava, por telefone, da produção de suas fazendas de laranja no interior de São Paulo.
Prisão – Ligações interceptadas com autorização judicial de pessoas próximas a Abdelmassih levaram os investigadores ao endereço secreto do médico em Assunção, no Paraguai. A pista definitiva da Polícia Federal para encontrá-lo foi o relato de uma brasileira frequentadora de uma igreja que o reconheceu, segundo relato do próprio Abdelmassih em entrevista à Rádio Estadão.
Roger Abdelmassih foi colocado em cela destinada a presos em quarentena no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo. É onde os condenados recém-chegados passam ao menos duas semanas sem contato com outros presos e só recebem visitas de seus advogados.
A Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) recebeu recomendação da Polícia Federal para manter o ex-médico afastado de objetos que possam ser usados para cometer suicídio.
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"Eliminar 'ç', 'ch', 'ss' é uma grande besteira", diz linguista
Ideia circula em grupo de estudo do Senado. Embora negue proposta, senador defende revisão do acordo ortográfico que sequer entrou plenamente em vigor
Nesta semana, uma discussão sobre (mais) uma nova reforma ortográfica da língua portuguesa veio a público revelando uma proposta esdrúxula. Segundo a versão que circulou, um grupo do Senado defenderia uma "simplificação" do idioma escrito propondo para isso que palavras grafadas com "ç", "ss", "sc" e "xc" passassem a ser redigidas exclusivamente um "s"; o "h" no início das palavras, por sua vez, seria suprimido — "homem" viraria "omem". Isso evitaria confusões na hora de escrever. O senador Cyro Miranda (PSDB-GO), presidente da Comissão de Educação, Cultura e Esportes do Senado Federal, que de fato debate uma revisão da reforma que entrou em vigor em 2009, nega que defenda a aposentadoria do "ç", "ss", "xc" e assim por diante. "Tudo não passou de um mal-entendido", diz Miranda.
Segundo ele, a proposta é de autoria de Ernani Pimentel, professor de língua portuguesa, dono da rede de cursos preparatórios Vesticon. Pimentel faz parte do grupo de trabalho técnico do Senado formado em 2013 para revisar o acordo ortográfico de 2009. Também fazem parte do grupo os senadores Ana Amélia Lemos (PP-RS) e Cristovam Buarque (PDT-DF) e o também professor Pasquale Cipro Neto. "As ideias do Pimentel não representam a opinião do grupo. Não há nenhuma proposta nesse sentido tramitando na Casa", diz Miranda.
Defendida pelo senador ou não, ideia de mexer no "ç" e no "h" não encontra amparo junto a um dos maiores linguistas do Brasil. "É uma grande besteira. A ortografia é influenciada tanto pela história da língua como por seu registro oral. Ela guarda suas raízes latinas e gregas e não pode ser alterada apenas levando em conta a fala atual", diz Ataliba de Castilho, assessor do Museu da Língua Portuguesa e professor das Universidade de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp).
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O linguista questiona ainda um argumento defendido por Pimentel para suprimir "ç" e "h": o de que o corte facilitaria a aprendizagem escolar. "A dificuldade de alfabetizar não diz respeito à grafia das palavras, mas sim ao método de ensino do professor, que precisa ajudar o estudante a compreender as diferenças entre língua falada e escrita. Mudar as letras não muda esse processo."
A última reforma ortográfica entrou em vigor em 2009, introduzindo mudanças como o fim do trema e da acentuação em palavras como ideia e assembleia. Embora escolas, editoras de livros e publicações, entre outros, já tenham assimilado as novas regras, Miranda conseguiu, em 2012, negociar com a presidente Dilma Rousseff o adiamento do prazo final para adoção das novas normas. Ao invés de 1º de janeiro de 2013, o prazo foi prorrogado para 1º de janeiro de 2016.
Vitorioso na primeira empreitada, o senador propôs a criação do grupo de trabalho do qual faz parte Pimentel. O objetivo é rever as normas gramaticais estebelecidas no acordo firmado em 2008 pelas nações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). E propor mais mudanças. "Há muitas críticas ao fato de que grupos da sociedade, como professores e linguistas, não terem sido consultados sobre as mudanças", diz Miranda. "Faremos reuniões com representantes da CPLP e para criar uma nova proposta de adequação da ortografia e uma votação para saber quais países desejam aderir ou não ao acordo ortográfico."
A discussão não faz sentido algum, na visão de Castilho. "Editoras, imprensa e até empresas de softwares já adaptaram todos os seus produtos, como previa a lei. Continuar discutindo a mudança é desconsiderar o gasto financeiro desse processo", diz. Ele diz ainda que a discussão ignora o trabalho dos linguistas Antonio Houaiss e Malaca Casteleiro, que, na década de 1990, delinearam a proposta da ortografia introduzida em 2009. "Foi um trabalho amplo, com participação da sociedade civil, da academia e do poder público, ao contrário do que diz o grupo de trabalho do Senado."
Ainda que o Senado continue a arquitetar uma contrarreforma ortográfica, pouco poderá ser feito no sentido de mudar o que foi acordado em 1990 e reiterado pelos oito países em 2008. O Instituto Internacional de Língua Portuguesa, órgão da CPLP, é o único responsável por preparar o Vocabulário Ortográfico, documento de referência nos oito países. "Nada poderia ser feito no Congresso brasileiro para mudar esse fato", afirma Castilho.
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Ex-pacientes de Abdelmassih podem pedir indenizações individuais, diz MP
Promotor diz que 20 mil mulheres podem recorrer contra práticas abusivas.
Grupo de vítimas que ajudou na captura diz que não quer indenização.
Ex-pacientes das clínicas de reprodução humana de Roger Abdelmassih podem entrar individualmente com ações cíveis para pedir indenizações por danos físicos e morais à Justiça contra o ex-médico, segundo o Ministério Público (MP) de São Paulo. O promotor Roberto Senise Lisboa estima em cerca de 20 mil o total de ex-pacientes que podem ter sido vítimas de práticas ilegais que vão desde irregularidades em contratos até abusos.
Procurado pelo G1, o principal grupo de vítimas de Abdelmassih informou que não pretende ingressar com ações para pedidos de indenizações.
De acordo com a Promotoria do Consumidor, o ex-médico obrigava mulheres que queriam engravidar a assinar autorizações para exames cirúrgicos quando elas estavam sedadas. Além disso, não fornecia o resultado dos testes e ainda deixava de informar o destino dos embriões descartados nos procedimentos.
“Cerca de 20 mil pessoas foram vítimas, segundo levantamento do Ministério Público”, disse o promotor Roberto Senise Lisboa. “Se elas quiserem entrar com uma ação indenizatória têm esse direito contra práticas abusivas que sofreram da clínica e do então dono dela [Abdelmassih]”.
“Foram detectadas práticas abusivas, ilícitas como não fornecer exames aos pacientes, não fornecer segunda via de contrato, mandá-las assinar autorizações enquanto estavam sedadas e não mostrar a elas o destino dos embriões não utilizados nas fertilizações”, explicou Lisboa.
Mas segundo Lisboa, essas ações indenizatórias específicas contra Abdelmassih têm de ser feitas agora individualmente e não mais de maneira coletiva pela Promotoria, por entendimento da Justiça de São Paulo.
R$ 2 milhões
O promotor explicou que, entre 2009 e 2010, recebeu denúncias de ex-pacientes lesadas pela clínica. Naquela ocasião, a Promotoria ingressou duas ações coletivas, que totalizavam inicialmente R$ 2 milhões, em favor das vítimas e contra Abdelmassih, seus sócios e a ex-procuradora da República Larissa Sacco, mulher do ex-médico.
O MP tinha pedido à Justiça para bloquear bens patrimoniais do casal e do grupo. O objetivo era garantir no futuro a possibilidade de vender os imóveis para pagar indenizações que seriam calculadas judicialmente. Por determinação judicial o primeiro pedido foi aceito e os bens do ex-médico foram bloqueados, mas a decisão foi revista e suspensa após análise do segundo pedido.
“Em resumo, a Justiça suspendeu a decisão anterior, que havia bloqueado os bens de Abdelmassih e seus sócios, e também negou o pedido posterior, que pedia o bloqueio dos bens da mulher dele”, lamentou Senise. “A Promotoria havia entrado com uma ação contra ela porque descobriu que a empresa que ela tinha em seu nome recebia recursos financeiros do marido, portanto era dele”.
Mas a Justiça não reconheceu o segundo pedido de bloqueio de bens e ainda decidiu revogar o primeiro. “O Tribunal de Justiça [TJ] reviu seu posicionamento e determinou que o Ministério Público não teria legitimidade para defender as vítimas da clínica. Por isso anulou os dois processos”, explicou Lisboa.
Defesa
A equipe de reportagem não localizou a defesa do ex-médico e de sua mulher para comentar o assunto. Abdelmassih passou a ser conhecido pela imprensa na década de 1990, quando se tornou o mais famoso especialista em reprodução assistida do Brasil. Seu luxuoso consultório na Zona Sul de São Paulo recebia celebridades que tinham dificuldades em gerar filhos.
Após denúncias de abuso sexual contra funcionárias e pacientes, em 2010 Abdelmassih foi condenado pela Justiça a pena de 278 anos de prisão por estuprar 37 mulheres. Ele sempre negou os crimes. Foragido, foi preso na terça-feira (19) no Paraguai, onde morava com a mulher e os filhos gêmeos.
A Interpol - polícia internacional - emitiu alerta para que as demais polícias do mundo monitorem o paradeiro de Larissa. Ela será investigada por suspeita de documentação falsa e outros crimes que teria praticado durante a fuga do marido, como, por exemplo, lavagem de dinheiro.
De volta ao Brasil, está preso atualmente na Penitenciária de Tremembé, interior de São Paulo. Ele ainda é investigado por mais 26 estupros contra ex-pacientes. A apuração está sendo feita pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM).
G1
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domingo, 24 de agosto de 2014
A relação das bebidas quentes com o câncer
Quanto mais avança o conhecimento sobre o que faz bem e o que faz mal para a saúde em relação ao hábitos alimentares, mais parece que há uma limitação no prazer de comer. E com as bebidas quentes a história não é diferente: ao consumir café, leite e chás - entre eles o chá verde e o chimarrão - deve-se ter atenção especial à temperatura das bebidas.
Isso porque, dizem pesquisas realizadas no mundo todo, as bebidas com temperaturas acima de 65ºC podem estar ligadas ao desenvolvimento de tumores na cavidade oral (lábios, língua, bochecha, céu da boca), faringe, esôfago e até mesmo estômago. Na outra ponta, a boa notícia é que o chá verde, sobretudo em temperaturas amenas, parece ser protetor contra o mesmo câncer de esôfago, particularmente em mulheres.
O médico titular Dr. André Luis de Godoy, do Núcleo de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo Cancer Center, explica que os estudos epidemiológicos ainda não são conclusivos. Porém, alerta que pesquisas feitas no Irã, em regiões onde o consumo do chá preto é altíssimo e a incidência do câncer de esôfago também a ligação parece ser mais consistente. Segundo ele, o desenvolvimento do câncer pode estar ligado às inflamações agudas que as bebidas em alta temperatura podem causar na parede interna do esôfago. Se a frequência de consumo é alta, as inflamações podem se tornar crônicas, o que, teoricamente, pode levar a danos celulares e promover a formação do carcinoma epidermoide, tipo de tumor esofágico.
"Além disso, testes mostram que beber água com temperatura superior a 54ºC pode potencializar o efeito de substâncias cancerígenas em contato com as mucosas da boca, faringe e esôfago, especialmente quando associada ao álcool e ao tabaco, conhecidos fatores de risco para o câncer nestes órgãos", afirma.
Ainda segundo Dr. André, no Rio Grande do Sul, onde o consumo de chimarrão é comum, estão as mais altas incidências de câncer de esôfago do país. A incidência também é alta no nordeste da Argentina e Uruguai, onde a tradição também é frequente. Porém, ainda não é totalmente esclarecido se a alta incidência da doença está relacionada à associação das altas temperaturas na ingestão dessa bebida, à quantidade ou à frequência do hábito, e/ou a um possível efeito carcinogênico (causador do câncer) da erva mate, ainda não comprovado.
Saiba mais
1. Bebidas quentes devem ser consumidas em temperaturas de até 60ºC, limite razoavelmente seguro. Acima disso, o risco de câncer devido à inflamação das mucosas da boca, faringe, esôfago e estômago podem aumentar conforme a temperatura.
2. No caso do leite e do pingado, muitos pedem temperaturas bem quentes, acima de 65ºC, mas o indicado é conter-se com temperaturas mornas, abaixo de 60ºC.
3. A temperatura do chimarrão, consumido pela maioria das populações das regiões Sul do Brasil, Argentina e Uruguai está em torno de 70ºC.
4. Os chás verdes são consumidos no Japão e China em temperaturas de até 80ºC e os chás pretos no Irã são consumidos em temperaturas de até 90ºC.
5. O esôfago é um órgão tubular que leva o alimento desde a garganta até o estômago. No Brasil, o tumor na região é o 6º mais frequente entre os homens e 15º entre as mulheres, com maior incidência depois dos 50 anos de idade.
Núcleo de Cirurgia Abdominal
O Núcleo de Cirurgia Abdominal do A.C.Camargo proporciona o tratamento de tumores de esôfago, estômago, pâncreas, fígado, metástases hepáticas, GIST, neuroendócrinos, dentre outros. Mantém contato permanente com as mais renomadas instituições internacionais para que haja a constante atualização da equipe em relação ao que há de mais moderno e eficiente para o manejo do câncer. Um dos grandes diferenciais da área é a realização de cirurgias de alta complexidade e a atuação integrada, com todas as especialidades envolvidas no tratamento oncológico dos tumores do aparelho digestivo e abdominais, desde a prevenção, tratamento até a reabilitação.
Dr. André Luis de Godoy - CRM/SP 93115
Médico titular do Núcleo de Cirurgia Abdominal
Dr. Wilson Luiz da Costa Jr - CRM 114602
Médico titular do Núcleo de Cirurgia Abdominal
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