quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

ROGER ABDELMASSIH


VEJA NA ÍNTEGRA, O TEXTO PUBLICADO ONTEM PELA FOLHA DE SÃO PAULO, ASSINADO PELO DR. ROGER ABDELMASSIH, ACUSADO POR EX-PACIENTES, DE ABUSO SEXUAL.

AS DUAS FACES DA MOEDA
Roger Abdelmassih

Ainda não compreendi qual é a verdadeira motivação para esse movimento que mais se caracteriza como sanha de vendeta

"O sentimento mais comum entre os homens é o da má vontade" (Pedro Nava)


NO DOMINGO 11 de janeiro, quando baixei o vidro para brincar com meu amigo cadeirante, o que fazemos todos os dias no cruzamento da avenida 9 de Julho, vi que o rosto sempre sorridente estava sério. Ele tomou a iniciativa da conversa: "Força doutor, o senhor é maior do que tudo isso; fé em Deus que tudo vai passar". Faltaram-me as palavras. Estendi-lhe a mão e agradeci emocionado.Compreendi que o meu amigo havia lido a matéria da sexta, ou as do sábado, e que sabia do drama que eu começara a viver. E que, apesar dos horrores lidos, confiava em mim. O que ainda não compreendi é o porquê de tudo isso. Qual a verdadeira motivação para esse movimento que mais se caracteriza como sanha de vendeta, que se expressa em denúncias esvaziadas de sentido, em acusações perversas, subjetivas, sem materialidade, que embutem em si mesmas minha condenação perante a opinião pública. As fontes diversas e o ódio silencioso, sedimentado há décadas, são assustadores -incompreensíveis.É certo que sou o representante mais conhecido no Brasil de uma especialidade médica que não consegue, ainda, 100% de resultados. Nesses 20 anos de clínica em medicina reprodutiva, tenho lidado -abertamente- com as mais variadas expressões de frustração de pacientes que não conseguiram atingir seus objetivos.É certo que, em 65 anos de vida, cometi erros -muitos, até- como marido e pai de família, como profissional, como amigo, como ser apenas humano que sou. É certo que "eu sou eu e minhas circunstâncias" (Ortega y Gasset) e que muitos antipatizam com as minhas circunstâncias. E é certo, acima de tudo, que não sou merecedor de tantas e tamanhas atitudes de desforra, de julgamento à revelia na praça pública das páginas da imprensa -uma demonstração inequívoca de ressentimentos, de justiça selvagem manifestada à moda tribal, ao arrepio da Justiça.Sei que a vingança faz parte da natureza humana, mas não pode haver Estado de Direito quando o fórum adequado para que a justiça prevaleça é substituído por retaliações como essa a que estou sendo submetido, acolhidas e divulgadas da forma como têm sido.Toda a notoriedade que tenho, e que parece incomodar a tantos, foi conquistada unicamente em consequência do meu trabalho e dos resultados obtidos. Trabalho tenazmente, 14 horas diárias em média, não poupo investimentos em aperfeiçoamento do meu pessoal, em tecnologia de ponta e, especialmente, em pesquisa básica (a única clínica particular que mantém um centro de pesquisa básica), na busca do melhor resultado possível contra a infertilidade.Lutei como poucos por essa causa e tenho a certeza de que servi para elevar a qualidade da reprodução humana assistida no Brasil. Lutei muito pelos casais inférteis e conquistei cerca de 8.000 vitórias, quase 8.000 crianças que deram sentido à vida de casais, que realizaram o desejo de formar famílias.Seria uma incoerência, uma estupidez, uma insanidade se fosse eu o moto propulsor da destruição de casamentos, de futuras famílias que eu ajudaria a formar. Não faz sentido. A verdade tem mais de um lado, e quem quer conhecê-la precisa ver a moeda por inteiro. Esse movimento de ressentimentos vingativos tem uma história de quase dois anos, cujos documentos serão apresentados no momento adequado, ao fórum adequado para sopesar as provas. Há cerca de dois anos venho sendo atacado, por meio da internet. E-mails impressionantemente agressivos e ameaçadores, distribuídos para toda a minha família, para a imprensa e para a classe médica. Comunidades em sites de relacionamento, blogs e fóruns estampavam a mesma falácia que hoje ganha espaço na grande imprensa. No começo, parecia uma ação isolada. Mas o que poderia ser um moderno e já cotidiano crime de "cyberbullying", do qual são vítimas tanto adolescentes quanto prestadores de serviços, como um médico, acabou virando esse pesadelo. O meu silêncio não é como o silêncio das pedras. É um silêncio cheio de sons e de cores, e sobretudo de respeito à Justiça e, até, às pessoas que estão me acusando, pois, pasme quem quiser, eu tenho minhas explicações, especialmente para as mentiras, para as fantasias e para as fofocas que ganham espaço na imprensa e que tentam desonrar a minha dignidade como pessoa humana -fundamento constitucional, direito pétreo que me vem sendo negado. Sei que a vida é feita de luta e de obstáculos e que é preciso coragem moral para adaptar-se a tempos de angústia como estes, que requerem paciência e resignação. Mas é preciso, também, contar com o apoio da família -que está ao meu lado- e com a solidariedade dos amigos para fortalecer a fé em Deus e a certeza de que a Justiça será soberana.Agradeço sinceramente as incontáveis manifestações de conforto que venho recebendo, especialmente aquelas que demonstram confiança no meu caráter. Meu querido amigo cadeirante tem razão: tudo vai passar.

ROGER ABDELMASSIH , 65, médico especialista em reprodução humana assistida, é sócio-diretor da Clínica e Centro de Reprodução Humana Assistida Roger Abdelmassih e membro do Comitê Executivo da Sociedade Internacional de Andrologia. Foi fundador e presidente da Sociedade Brasileira de Andrologia.Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

PLANTA AMAZÔNICA CONTRA O CÂNCER EM PACIENTES - AVELOS

Estudo é o primeiro de que se tem notícia em solo nacional. Pesquisa está sendo feita no Hospital Israelita Albert Einstein.
Cientistas e médicos brasileiros estão testando em humanos o potencial de uma erva amazônica para o tratamento do câncer. É possivelmente a primeira vez que o Brasil submete um medicamento dessa natureza, obtido em solo nacional, aos rigorosos testes médicos para a aprovação de uma nova droga.
A planta é a avelós (nome científico Euphorbia tirucalli), típica das regiões norte e nordeste do País. Sua ação medicinal já era mencionada na cultura popular, o que motivou a indústria farmacêutica a analisar sua ação em células em cultura e em animais. Os resultados foram bastante promissores.
Ao que tudo indica, a substância age nas células do câncer induzindo a apoptose, uma espécie de suicídio celular. “É o que chamamos de morte celular programada”, explicou ao G1 Auro Del Giglio, gerente do programa integrado de oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e um dos coordenadores do estudo. “Em células normais, é um procedimento que acontece para a renovação das células, com as antigas dando lugar às novas. Mas nas células do câncer isso quase nunca acontece, e a idéia é exacerbar essa tendência.”
Com isso, a droga tem o potencial para, se não fazer regredir, pelo menos conter ou reduzir o avanço da doença, induzindo a apoptose de muitas das células do tumor. Não custa lembrar que o câncer é basicamente um agrupamento de células que se rebelaram contra o corpo, multiplicando-se enlouquecidamente e consumindo os recursos do organismo todo em prol de seu próprio crescimento. Simples de descrever, dificílimo de tratar.
SEM APRESSAR CONCLUSÕES
In vitro, a droga funcionou contra colônias de células de câncer de mama, melanoma e outros tipos de tumor. Mas ainda não dá para dizer que o remédio vá funcionar em humanos. “Nesse primeiro estudo, de fase 1, o que a gente faz é descobrir a dose certa”, diz Del Giglio. “É um estudo para identificar a toxicidade e a segurança do medicamento.”
No momento, cinco pacientes estão passando por esse procedimento no Hospital Israelita Albert Einstein. A idéia é concluir o estudo até o fim do ano e iniciar a fase 2 — que envolve um grupo maior de pacientes com o objetivo de identificar o real potencial da droga como tratamento para tipos específicos de tumores em 2009.
A partir daí, os cientistas já miram buscar aprovação da droga para que chegue às prateleiras, embora tenham ainda de ser conduzidas outras duas fases de estudos, de grande porte, para concluir o ciclo pelo qual passam todos os medicamentos antes de obter aprovação das autoridades competentes.
A despeito da fase preliminar dos estudos, a equipe está animada com os avanços. “Do que eu tenho notícia, é o primeiro estudo rigoroso conduzido com um medicamento herbal brasileiro para câncer”, diz Del Giglio. “Está todo mundo muito entusiasmado justamente por conta disso.”
O trabalho está sendo conduzido em parceria com a empresa PHC Pharma Consulting, com sede em São Paulo.

E AS PESQUISAS CONTINUAM!


Fonte: PORTAL WWW.GLOBO.COM EM 29.10.08

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Droga contra câncer em teste

Hospital Albert Einstein avalia remédio feito com planta medicinal

SÃO PAULO - De uma garrafada tipicamente nordestina pode nascer o primeiro medicamento 100% brasileiro para o tratamento de cânceres. O produto foi desenvolvido a partir de uma planta conhecida como avelós e se mostrou eficaz em testes in vitro e com animais. Agora ele começa a ser avaliado clinicamente em pacientes no Hospital Albert Einstein, em São Paulo.
árvore, presente no Brasil e em outras partes do mundo, há anos é manipulada em chás e nas tais garrafadas - misturas feitas com plantas consideradas medicinais pelo conhecimento popular e usadas para os mais diversos fins.
O suposto potencial antitumoral do avelós havia despertado a curiosidade de cientistas, mas as várias tentativas de transformá-lo em medicamento se mostravam frustradas, por conta do seu alto teor de toxicidade. Nenhuma ainda tinha conseguido comprovar sua segurança ou eficácia.
Até que entrou em cena o empresário do setor de bebidas Everardo Ferreira Telles, que viu um parente com câncer apresentar melhora após tomar o preparado em Teresina (PI). Oncologistas disseram que era apenas uma coincidência, mas, intrigado com o resultado, Telles resolveu investir em pesquisas com a planta.
O pesquisador Luiz Francisco Pianowski, proprietário de uma empresa de consultoria farmacêutica, foi chamado para fazer o meio de campo entre pesquisadores e indústria. "Quando ele me procurou, confesso que estava um pouco cético, mas depois percebi que os resultados eram realmente promissores", conta o farmacêutico, que coordenou os estudos junto a laboratórios e uma universidade do Brasil e do exterior, além do Einstein.
O trabalho começou há apenas cinco anos, tempo considerado curto para a média de desenvolvimento de novas drogas, que costuma ser de dez anos, mas Pianowski afirma que isso se deveu aos altos investimentos. Sem citar cifras nem mais detalhes sobre a molécula isolada, o pesquisador só conta que ela age inibindo enzimas relacionadas à multiplicação dos tumores e tem potencial antiinflamatório e analgésico.
Ele credita boa parte do avanço dos estudos também ao fato de os pesquisadores terem identificado uma espécie menos comum de avelós (família das Euphorbiaceaes) que apresenta uma concentração menor de substâncias tóxicas. Mas os pesquisadores fizeram ainda uma depuração da toxicidade para deixá-la adequada ao consumo humano.
No trabalho de desenvolvimento da molécula esteve envolvido, entre outros, o laboratório do farmacologista João Calixto, da Universidade Federal de Santa Catarina. Parcerias anteriores entre Calixto e Pianowski renderam, por exemplo, o antiinflamatório de uso tópico feito com a erva-baleeira ou maria-milagrosa (Cordia verbenacea) - um dos mais vendidos hoje no Brasil.
Além de atestar a segurança, as pesquisas farmacológicas serviram ainda para padronizar a planta, aumentando seu potencial, visto que não chegou a ser desenvolvida uma molécula sintética. "A idéia é continuar usando a planta, para não desfigurar a característica fitoterápica", explica Pianowski.
O projeto recém-iniciado no Einstein tenta agora comprovar a eficácia e a qualidade do produto. Segundo o médico Dagoberto Brandão, da empresa PHC Pharma Consulting, que coordena os testes clínicos junto com Augusto Paranhos, gerente de pesquisa clínica do Einstein, a droga está sendo avaliada originalmente para tumores de mama e próstata.
Esta primeira etapa, com 20 voluntários, busca descobrir a dose mais bem tolerada pelos pacientes. "Um possível efeito colateral é a diarréia, então tentamos ver a dose máxima que podemos dar sem que isso se torne um problema", diz Brandão, que participou do desenvolvimento do antiinflamatório à base de erva-baleeira.
VAMOS CHEGAR LÁ...COM CERTEZA!!!!!


fonte: O ESTADÃO
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