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sábado, 9 de abril de 2011
Tragédia no Rio: o perfil das escolas precisa ser mudado
Conselheiros do CONANDA afirmam que as escolas devem não somente promover a cultura de paz, mas também mudar a abordagem sobre relações humanas para se aproximar e perceber os dramas de seus alunos, professores e de todos seus quadros
“A cultura de paz deve começar com o desenvolvimento de ações que possam gerar um sentimento de pertencimento em toda comunidade escolar, e não apenas nos professores e diretores”, afirma o advogado Carlos Nicodemos, representante do Movimento Nacional de Direitos Humanos no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA). Para o conselheiro, o caso específico do Rio de Janeiro evidencia que o agressor não se sentia parte do ambiente escolar, espaço que precisa ser compreendido como de proteção, e não apenas como “sala de aula”.
André Franzini, representante da Pastoral do Menor no CONANDA, aponta que a segurança também deve ser incorporada na rotina das escolas para evitar que casos como o do Realengo se repitam. “As criança são sempre as mais vulneráveis em relação a qualquer tipologia de violência”, destaca o conselheiro que afirma, ainda, que o Brasil precisa de programas de direitos humanos e de planos com atendimentos humanizados para que o fenômeno da violência possa ser entendido com toda a sua complexidade.
De acordo com os conselheiros, a escola tem um papel fundamental na formação da personalidade e da consciência individual e social de crianças e adolescentes. Nesse sentido, o ambiente escolar deve estar preparado para formar alunos conscientes de que as diversidades dever servir para unir as pessoas, e não segregá-las. “Temos nossa própria cultura e a partir dela geramos nossas contradições. A ideia do país de sociedade tolerante é simbólica e hoje efetivamente produzimos dimensões de intolerância, em variados campos, como a questão religiosa, a orientação sexual, as discriminações intra-escolar, entre outras. É fato que importamos valores de outros modelos culturais que acabam eclodindo na sociedade através de manifestações de violência”, avalia Nicodemos.
Agressão: reflexo da violação de direitos
Casos de comoção nacional, como o ocorrido Realengo, na Zona Oeste do Rio, tendem a deixar de lado durante o debate os motivos que podem ter levado o agressor a tal situação, sem compreender que uma violação de direitos é decorrente de várias outras. O papel da mídia, neste contexto, é importante para que o assunto possa ser debatido qualificadamente. Na opinião do advogado Carlos Nicodemos, a sociedade moderna brasileira “embarcou nos sistemas acelerados de informações”, cumprindo os requisitos técnicos, mas deixando de lado a questão social, dos debates acerca dos problemas sociais. “Temos que entender que o trágico fato produzido por um rapaz de idéias confusas e sentimentos de discriminação não foi uma ação, mas sim, uma reação. Reação a uma sociedade cada vez mais competitiva que deixa lacunas de abandono e falta de solidariedade”, enfatiza Nicodemos.
André Franzini complementa, dizendo que problemas como discriminação, não somente racial, mas também de gênero e econômica, podem criar um processo de pequenas invisibilidades de sofrimento cotidiano que desembocam em atos extremos. Para o conselheiro, “é fundamental que todos os atores que administram os diferentes segmentos do Sistema de Garantia de Direitos tenham disposição para atender a um dos princípios do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], que consiste na valorização da situação individual de cada uma destas pessoas em desenvolvimento”.
Nesse sentido, a família também deve ter condições de oferecer formação social às meninas e aos meninos, mas não ser totalmente responsabilizada uma vez que é apenas uma das responsáveis pelo desenvolvimento saudável das crianças e adolescentes. Segundo o conselheiro Carlos Nicodemos, a educação familiar hoje se reduz a um conceito de responsabilidade da família, entretanto, “não podemos responsabilizar os pais, mas sim buscar alternativas de implicá-los num projeto de desenvolvimento da sociedade que deve começar com os filhos, pautado numa agenda de valores sociais, humanos e morais”.
O apoio à rede de atendimento sócio familiar nos municípios é visto por André Franzini como ação fundamental para que a escola possa ser preparada para reconhecer e mediar as violações de direitos que crianças e adolescente vivenciam, seja no ambiente escolar, familiar ou comunitário. “É inegável que a escola precisa preparar seus quadros para promover não somente a paz, mas também um processo de maior humanização das relações e, sobretudo, de reconhecimentos da importância da capacidade de perceber os dramas de seus alunos, professores e de todos seus quadros”.
O cenário evidencia que a intersetorialidade das políticas públicas e dos atores do SGD para o fortalecimento dos direitos humanos é necessária para a prevenção da violência. É clara a urgência de preparar a escola e demais espaços de socialização de crianças e adolescentes para a inserção da cultura de paz e promoção dos direitos nos debates promovidos. “Sem sombra de dúvidas, a escola pode ser um preferencial privilegiado de desenvolvimento da cultura de paz. Só temos que construir juntos, todos, o conceito de paz”, destaca Carlos Nicodemos.
Fonte: Rede ANDI Brasil, Brasília (DF) - 08/04/2011
prómenino
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Mãe de vítima em escola do Rio diz que vingança contra meninas motivou o atirador
Noeli Rocha afirma que ainda não acredita na morte de sua filha de 13 anos
A mãe de Mariana Rocha, Noeli Rocha, ainda não acredita que perdeu sua filha de 13 anos no massacre da última quinta-feira (7), na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro. Pelo que escutou no bairro, o atirador Wellington Menezes de Oliveira sofreu rejeição por parte das meninas durante a infância e adolescência e teria decidido se vingar, matando garotas da mesma idade.
- Eu não acredito ainda, eu estou sonhando. Para mim, isso tudo é mentira. Eu vou acordar e ela vai comigo, com 13 anos, linda e com a vida toda pela frente
R7
Polícia prende estuprador no shopping Rio Sul
Paulo Roberto marcou encontro com uma policial disfarçada
A Polícia Civil prendeu na noite desta sexta-feira (8) um estuprador no shopping Rio Sul, em Botafogo, zona sul do Rio. Ele estava foragido há dois anos.
Paulo Roberto, de 45 anos, foi detido em flagrante assim que se encontrou com uma suposta vítima, que na verdade era uma policial disfarçada. Ele estava com uma identidade falsa.
A investigação foi conduzida pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, onde o preso foi apresentado.
R7
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Polícia vai usar imagens para tentar identificar traficantes na Cracolândia
Ação gravada teve cinco pessoas presas na Rua dos Gusmões. Polícia vai agora focar as ruas Guaianases e Helvétia.
Quem trabalha na Rua dos Gusmões, na região da Cracolândia, Centro de São Paulo, encontrou o local um pouco diferente neste sábado (9).
O movimento era só dos clientes das lojas.
Traficantes e usuários não desapareceram da noite para o dia, mas mudaram de endereço. A 300 metros do local, na Rua Helvétia, a concentração de pessoas chamava a atenção.
Cracolândia é como ficou conhecida uma região da Luz há pelo menos duas décadas. São cerca de 25 quarteirões que vão da Avenida Rio Branco até a Rua Mauá e Avenida Cásper Líbero e da Avenida Duque de Caxias e até a Avenida Ipiranga.
Toda essa área se transformou em um reduto do tráfico e consumo de drogas a céu aberto. Durante 30 dias, policiais fizeram uma investigação para identificar e prender os traficantes da região.
Na Rua dos Gusmões, um dos principais pontos da Cracolândia, o movimento começava sempre depois das 19h. Foram feitos vários flagrantes.
Os traficantes agiam livremente, no meio dos usuários. Na noite da última quinta-feira, os policiais decidiram agir. A operação terminou com um adolescente apreendido e cinco pessoas presas por tráfico de drogas. A polícia diz que as investigações prosseguem na Cracolândia e agora tem mais dois alvos: a Rua Guaianases e a Rua Helvétia, mas também pede ajuda para os usuários.
“Essa é apenas uma parcela que a Polícia Civil está fazendo a sua parte para tentar, juntamente com os poderes públicos municipais, estaduais e a própria sociedade civil organizada, para melhorar a vida dos habitantes dessa região", afirma o delegado Kleber Altale.
Setenta pedras de crack e R$ 2 mil foram recolhidos. Nas operações anteriores, os policiais prendiam os traficantes, mas eles jogavam a droga fora, se livravam do flagrante e logo conseguiam sair da prisão. Agora, a polícia diz que as gravações feitas vão ajudar a comprovar o flagrante. As imagens vão ser enviadas para a Justiça.
A Prefeitura de São Paulo diz que reforçou o atendimento de saúde na região da Luz. Construiu três UBSs, duas AMAs e dois Centros de Atenção Psicossocial.
Desde 2009, os agentes de saúde abordaram mais de 136 mil pessoas na Cracolândia e 8.600 pessoas foram encaminhadas para tratamento. Sobre o processo de revitailização, a Prefeitura diz que o projeto urbanístico deve ficar pronto ainda neste semestre.
A previsão é que, em cinco anos, a área esteja totalmente recuperada.
Estudantes prestam homenagem às 12 crianças mortas em ataque à escola Tasso da Silveira, em Realengo
Alunos de escola em Santa Teresa fazem homenagem a mortos em Realengo. Foto da leitora Nina Zur / Eu-Repórter... RIO - O assassinato de 12 crianças por Wellington Menezes durante as aulas na Escola Municipal Tasso da Silveira , em Realengo, entristeceu todo o Brasil, mas teve significado especial para outros jovens que, assim como as vítimas, passam o dia na sala de aula. Alunos do Centro Educacional Anísio Teixeira, em Santa Teresa, decidiram prestar uma homenagem às crianças vítimas do atirador. Vestidos como hippies, tiraram uma foto em que formam o símbolo da paz. Junto da imagem enviada ao Eu-Repórter, a seção de jornalismo participativo do GLOBO, o pedido de paz da estudante a Nina Alvez de Alencar Zur: "Homenagem nossa, alunos do terceiro ano do Centro Educacional Anísio Teixeira, em Santa Teresa, aos adolescentes mortos em Realengo. Queremos escolas mais seguras e uma sociedade menos adoecida e mais desarmada para que não ocorram mais 'tiros em Columbine' brasileiros! Mais ação e menos sensacionalismo".
Este texto foi escrito com a colaboração de um leitor do Globo.
O Globo
Este texto foi escrito com a colaboração de um leitor do Globo.
O Globo
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Presos dois suspeitos de vender arma a atirador, diz polícia
A dupla foi encontrada por policiais militares do 21º BPM.
Negociações para compra da arma teriam começado há cerca de 4 meses.
A Divisão de Homicídios (DH) informou, neste sábado (9), que estão presos os dois suspeitos de negociar e vender uma das duas armas para Wellington Menezes de Oliveira, o homem que matou 12 crianças em uma escola em Realengo, na Zona Oeste.
A DH fez o pedido de prisão preventiva no plantão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro na madrugada deste sábado.
Os dois foram ouvidos na noite de sexta-feira (8) na DH, na Barra da Tijuca. Eles foram encontrados por policiais militares do serviço reservado do 21º BPM (São João de Meriti). De acordo com o comandante do batalhão, Ricardo Arlem, um chaveiro, vizinho de Wellington, teria sido quem intermediou a compra do revólver calibre 32, uma das armas utilizadas no massacre.
O comandante explicou que Wellington teria procurado o chaveiro, por saber que ele tinha contatos de pessoas que vendiam armas clandestinamente. Ainda segundo a Polícia Militar, as negociações para a compra da arma teriam começado há cerca de quatro meses.
Um amigo do chaveiro teria vendido a arma para o atirador. Segundo a PM, o suposto vendedor tem passagens pela polícia pelos crimes de porte ilegal de arma, uso de documento falso e estupro.
De acordo com o comandante Ricardo Arlem, assim que os homens foram abordados pelos PMs, eles negaram a venda, mas depois confirmaram e trocaram acusações.
"Sheik"
Segundo a PM, o chaveiro revelou que Wellington era conhecido na região onde morava em Sepetiba, na Zona Oeste do Rio, pelo apelido de "Sheik", devido à barba longa que cultivou até dias antes do crime.
Na carta que deixou na escola, "Sheik" não deu indicações de que seria muçulmano.
(Leia carta na íntegra).
“Nós descobrimos esses dois homens porque um PM à paisana ouviu o vendedor comentar ao chaveiro, tá vendo aquela arma que te vendi, tá vendo como ela tava afiadinha?, olha o estrago que ela fez”, reproduziu o comandante.
O comandante contou ainda que os homens negaram vender as munições utilizadas por Wellington. A Divisão de Homicídios, que investiga o caso, tenta esclarecer se os dois homens têm realmente ligação com a venda do armamento.
11 vítimas sepultadas
Durante toda a sexta-feira (8), familiares, parentes e moradores do bairro de Realengo deram adeus a 11 das 12 crianças mortas pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira na Escola Municipal Tasso da Silveira, na Zona Oeste do Rio. O corpo de Ana Carolina Pacheco da Silva, de 13 anos, será cremado no sábado (9).
Apenas o corpo do atirador Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, ainda está no Instituto Médico Legal (IML). Segundo o IML, após dez dias, o rapaz será enterrado como "corpo não reclamado".
Feridos
Dez alunos baleados na Escola municipal Tasso da Silveira seguem internados nesta sexta-feira (8), em seis hospitais do Rio. Três deles estão em estado grave. Renata Lima Rocha, de 14 anos, recebeu alta do Hospital Albert Schweitzer na tarde desta sexta-feira. Ela foi foi baleada no abdômem.
G1
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sexta-feira, 8 de abril de 2011
Pais das trigêmeas tentaram abortar e autorizaram doação
SÃO PAULO - O casal de Curitiba que se negou a levar para casa uma das trigêmeas nascidas a partir de inseminação artificial buscou meios para abortar um dos bebês em outros países e chegou a assinar um documento no qual autorizava a doação de uma das meninas. As informações constam em despacho do desembargador Ruy Muggiati, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
Muggiati, relator do processo na 11º Câmara Cível do TJ-PR, negou o pedido da advogada do casal, Margareth Zanardini, que solicitava o contato da mãe com as crianças para amamentação. O voto de Muggiati foi seguido por unanimidade pelos outros relatores.
De acordo com informações do processo, no tratamento de inseminação artificial do casal, foram implantados quatro óvulos, dos quais três fertilizaram. Os pais manifestaram insatisfação com o resultados, pois planejavam ter apenas duas, das três meninas.
Segundo relatório de uma psicóloga, que embasa a decisão do desembargador, os pais das meninas buscaram formas de abortar fora do Brasil. Depois, ainda durante a gestação, eles firmaram documento permitindo a doação de uma das meninas. "Sendo assim, optamos por entrar em contato com o Conselho (Tutelar) para nos orientar na difícil situação, onde acreditamos que estes pais não possuem saúde mental para criar estas meninas", diz o relato da psicóloga.
Em fevereiro, com as crianças tendo poucos dias de vida, o casal manifestou a intenção de que uma das meninas fosse inserida em família substituta.
O relatório mostra que, durante toda a gravidez, os pais mostraram-se "irredutíveis" em relação à desvinculação afetiva.
- A família foi orientada pelo casal a não visitar os bebês na maternidade e acredita que o casal teve apenas duas filhas - diz o documento.
O Globo
Matança do atirador do Realengo foi um ritual religioso
Anjo da morte de um Deus louco
por Arnaldo Jabor para a CBN
O massacre dos meninos no Rio de Janeiro foi um massacre religioso, como a matança dos inocentes de Herodes. O assassino foi o anjo da morte de um Deus louco. A sua carta mostra isso.
Na carta, ele fala de pureza e impureza, virgindade e adultério, sangue intocável por fornicadores e seu enterro de filho virgem ao lado da mãe santa, de onde Jesus o despertará.
O seu ritual de sepultamento é místico. Ele fala que quer ser banhado e envolvido nu em um lençol branco e puro, como Cristo.
Espantosamente, vemos na carta que ele massacrou em busca de perdão e para punir, matando meninas, principalmente, talvez pecadoras no futuro, na cabeça dele.
Na história, a ideia de Deus foi essencial para nomear o inconsciente da humanidade e saciar o nosso desejo de eternidade. Sem a ideia de Deus, a civilização seria impossível. Só que, com a falência da felicidade e da esperança no mundo incompreensível de hoje, Deus pode deixar de ser uma fonte de consolo e se transformar em um agente do terror.
Reaparece o mesmo Deus que queimou milhares de feiticeiras na Idade Média. O Deus do Irã que apedreja mulheres. O Deus que arma os homens-bombas em nome de Alá. O Deus que jogou os aviões contra Nova Iorque.
Nos tempos trágicos de hoje, surgiu o Deus da morte. E a dor terrível que sentimos com esse crime é de abandono.
O ato desse assassino nos faz sentir que estamos sozinhos e que Deus está ausente.
Paulopes Weblog
por Arnaldo Jabor para a CBN
O massacre dos meninos no Rio de Janeiro foi um massacre religioso, como a matança dos inocentes de Herodes. O assassino foi o anjo da morte de um Deus louco. A sua carta mostra isso.
Na carta, ele fala de pureza e impureza, virgindade e adultério, sangue intocável por fornicadores e seu enterro de filho virgem ao lado da mãe santa, de onde Jesus o despertará.
O seu ritual de sepultamento é místico. Ele fala que quer ser banhado e envolvido nu em um lençol branco e puro, como Cristo.
Espantosamente, vemos na carta que ele massacrou em busca de perdão e para punir, matando meninas, principalmente, talvez pecadoras no futuro, na cabeça dele.
Na história, a ideia de Deus foi essencial para nomear o inconsciente da humanidade e saciar o nosso desejo de eternidade. Sem a ideia de Deus, a civilização seria impossível. Só que, com a falência da felicidade e da esperança no mundo incompreensível de hoje, Deus pode deixar de ser uma fonte de consolo e se transformar em um agente do terror.
Reaparece o mesmo Deus que queimou milhares de feiticeiras na Idade Média. O Deus do Irã que apedreja mulheres. O Deus que arma os homens-bombas em nome de Alá. O Deus que jogou os aviões contra Nova Iorque.
Nos tempos trágicos de hoje, surgiu o Deus da morte. E a dor terrível que sentimos com esse crime é de abandono.
O ato desse assassino nos faz sentir que estamos sozinhos e que Deus está ausente.
Paulopes Weblog
Experiência mostra que bullying altera composição química do cérebro
Estudo com ratos mostrou que situação de estresse e agressão modifica mais do que a autoestima
Uma pesquisa com ratos da Universidade de Rockefeller, nos Estados Unidos, descobriu que o bullying persistente tem efeitos não apenas na autoestima, como na composição química do cérebro daqueles que sofrem a agressão. Os resultados do estudo mostraram que os ratos que foram vítimas de bullying desenvolveram, além de um nervosismo pouco comum perto de novas companhias, uma maior sensibilidade à vasopressina, um hormônio ligado a uma variedade de comportamentos sociais.
Segundo os pesquisadores, as descobertas sugerem que o estresse social crônico afeta o sistema neuro-endócrino, fundamental para comportamentos sociais como o cortejo, ligação entre pares e comportamento paternal. Mudanças nos componentes desses sistemas implicam em desordens como fobias sociais, depressão, esquizofrenia e autismo, afirmam os pesquisadores. Assim, as descobertas do estudo sugerem que o bullying pode contribuir para o desenvolvimento de ansiedade social de nível molecular a longo prazo.
Para realizar o estudo, os pesquisadores desenvolveram um cenário que simula um pátio escolar onde um pequeno rato é colocado em uma jaula com diversos ratos maiores e mais velhos, que vão sendo substituídos a cada dez dias. Como os ratos são animais territoriais, cada nova chegada ocasionava uma briga, que era sempre perdida pelo novo ocupante da jaula.
Após a briga, os pesquisadores separavam os animais fisicamente com uma grade que permitia ainda que o animal perdedor visse, ouvisse e sentisse o cheiro do outro, criando uma experiência de estresse.
Depois de um dia de descanso, o rato perdedor, que passou por essa situação de estresse extremo, era colocado na presença de um outro rato não ameaçador. Nesta situação o rato vítima de bullying era mais relutante na hora de interagir com outros ratos. Eles também desenvolveram uma tendência a "congelar" em um lugar por tempos mais longos e frequentemente demonstravam estar avaliando riscos em relação a seus colegas de jaula. Todos esses comportamentos indicam medo e ansiedade.
Os pesquisadores então passaram para a análise do cérebro desses ratos, particularmente da parte do meio do córtex pré-frontal que é associada ao comportamento social e emocional. Eles descobriram que a expressão dos receptores de vasopressina havia aumentado, tornando os ratos mais sensíveis a esse hormônio, que é encontrado em altos níveis em ratos com distúrbios de ansiedade.
Os pesquisadores também deram para um grupo de ratos um medicamento que bloqueia os receptores de vasopressina, o que controlou o comportamento ansioso de diversos ratos vítimas de bullying.
A pergunta que ainda precisa ser respondida é por quanto tempo duram os efeitos do bullying no cérebro. Embora ainda não haja uma resposta certa, os pesquisadores afirmam que há evidências de que traumas psicológicos ocorridos no início da vida podem continuar afetando uma pessoa por toda a vida.
Estadão
Família está indignada por não conseguir doar órgãos de vítima em Realengo
Rio - A família de Igor Moraes da Silva, de 13 anos, um dos alunos mortos no massacre ocorrido nesta quinta-feira, na Escola municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste da Cidade, está indignada por não conseguir doar os órgãos do menino. Segundo a mãe da criança, o processo burocrático pede a assinatura do pai de Igor, José da Silva, que desapareceu e não mantém nenhum tipo de contato com a família.
Inês e o irmão mais novo de Igor, Eduardo Moraes da Silva, de 11 anos, chegaram por volta de 15h no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste, para acompanhar o enterro da vítima do atentado. Eduardo, que chegou com rosas na mão para jogar no caixão, dizia estar muito triste e aparentava estar bastante abatido.
Eduardo é aluno da 5ª série do mesmo colégio que o irmão, na sala 7, que fica ao lado da sala 5, onde Igor estava quando foi assassinado. Segundo Eduardo, a sua turma ficou trancada na sala de aula no momento do tiroteio, ouvindo os tiros vindos do local onde o irmão estava.
Segundo colegas da vítima, que acompanharam o velório ao lado da família, Igor era bastante ativo, apaixonado pelo Flamengo e seu sonho era ser jogador de futebol.
Tristeza e dor no sepultamento das vítimas
Aproximadamente 2 mil pessoas compareceram ao Cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, para acompanhar o sepultamento de quatro crianças vítimas do ataque a tiros à Escola Tasso da Silveira, em Realengo. Por causa da comoção e do forte calor, 50 pessoas precisaram de atendimento médico durante as cerimônias de sepultamento de Larissa dos Santos Atanázio (13 anos), Luisa Paula da Silveira Machado (14 anos), Rafael Pereira da Silva (14 anos) e Karine Lorraine Chagas (14 anos).
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, compareceu ao velório e percorreu as capelas e ouviu críticas de alguns dos presentes pela falta de segurança na escola. Os secretários de Assistência Social, Rodrigo Bethlem, e de Conservação, Carlos Osório, também estiveram presentes. Paes afirmou que se reunirá com seu secretariado para definir as estratégia de ajuda às famílias e alunos da escola. Durante as cerimônias, um helicóptero da Polícia Civil sobrevoou o local e jogou pétalas de flores sobre as pessoas
O cenário também foi de dor e tristeza no Cemitério Murundu, em Realengo. Oito médicos precisaram ser chamados às pressas e duas ambulâncias estão no local. O prefeito do Rio, Eduardo Paes, esteve no cemitério durante 15 minutos e abraçou os pais das crianças. Mais de 200 pessoas estiveram presentes ao cemitério onde foram sepultadas Bianca Rocha Tavares, Géssica Guedes Pereira, Laryssa Silva Martins e Mariana Rocha de Souza.
O DIA ONLINE
Hanseníase é marcada pelo preconceito e discriminação
Brasil é o segundo país no mundo em número de casos da doença. Está atrás apenas da Índia. Para fugir do preconceito o nome de lepra foi substituído por hanseníase.
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Pais são suspeitos de maus-tratos à indiazinha de três anos no Pará
SÃO PAULO - Os pais de uma indiazinha Araweté, de apenas 3 anos, são suspeitos de maus tratos contra a própria filha na Casa de Serviços ao Índio (CAS) em Belém do Pará - uma espécie de abrigos para índios vindos de outras regiões do estado. A informação é do Conselho Tutelar de Icoaraci, distrito da capital paraense. Segundo o conselheiro Francicley Portal, a menina já é vítima da violência há pelo menos um ano.
A menina, que mora com a família em uma tribo no município paraense de Altamira, já chegou a ter o corpo queimado pelos pais, de acordo com o conselheiro. Nesta quinta-feira pela manhã, o Conselho Tutelar foi acionado após a criança dar entrada na Santa Casa de Misericórdia de Belém com uma anemia aguda.
De acordo com Portal, a família dela está na capital paraense há três semanas, no CAS de Belém, e, durante esse período, a menina teria ficado dentro do quarto, sem receber comida. A denúncia foi confirmada por funcionários da CAS.
Extra Online
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Mortes em escola do Rio refletem banalização da violência, dizem psiquiatras
A banalização da violência no cotidiano escolar e fora dele pode ajudar a explicar, na opinião de psiquiatras ouvidos pelo R7, o que leva um jovem antissocial, possível vítima de bullying na infância, a extravasar sua raiva de forma tão extrema ao premeditar e executar um ataque à sua antiga escola na zona oeste do Rio. O massacre deixou ao menos 12 estudantes mortos e mais de dez feridos. O atirador se matou após ser baleado por um policial dentro da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo.
Especialistas em comportamento infantil ressaltam que o bullying, situação em que a criança ou adolescente é vítima de violência psicológica ou física de forma freqüente, sempre existiu, mas o aumento da agressividade nesses episódios é um fenômeno novo e preocupante.
Para o chefe do serviço de Psiquiatria e Psicologia Médica do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Marco Antônio Alves Brasil, é comum que pessoas se inspirem em situações que já aconteceram e que frequentemente são retratadas na televisão ou no cinema. Ele afirma que a sociedade “promove e é cúmplice” da violência.
- Todos nós temos uma parcela de culpa, pois há uma apologia da violência. A quantidade de cenas de violência que vemos cotidianamente na TV e no cinema é muito maior do que as que mostram situações de amor e carinho. Infelizmente, é um ambiente propício para episódios lamentáveis como esse.
Um dos poucos amigos do atirador revelou que o autor do massacre era "fissurado em terrorismo e conhecido como Al Qaeda".
Política antibullying
Wellington Menezes de Oliveira, de 24 anos, deixou uma carta em que faz referência a questões de natureza religiosa. Ele pede para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento e para ser colocado ao lado da sepultura da mãe. O atirador também pede perdão a Deus.
Amigos e conhecidos da família descrevem Wellington como uma pessoa extremamente retraída e isolada.
Para o psiquiatra infantil Gustavo Teixeira, o massacre de Realengo é apenas “a ponta de um iceberg” que esconde uma grande banalização da violência nas escolas. Autor do recém-lançado Manual Antibullying, ele critica a insegurança no cotidiano de estudantes e profissionais de educação.
- Não é um ato isolado. O clima de segurança já existe nas escolas, com episódios frequentes de agressão e até pela presença de arma de fogo. A escola deixou de ser prazerosa e interessante.
Para Teixeira, esse é o momento de “haver uma discussão de forma mais profunda” sobre a adoção de uma política antibullying. Ele ressalta que estudos mostram que quem sofre esse tipo de violência terá marcas para o resto da vida.
- A minoria, infelizmente, pode ter atitude agressiva contra colegas e a própria instituição, que, na concepção da vítima, nada fez para defendê-lo.
Trauma
O massacre de Realengo também vai deixar marcas profundas nas crianças e jovens que testemunharam tamanha violência em um ambiente em que deveriam estar protegidas. O terror de assistir à violência sem explicação contra amigos e colegas dificilmente será esquecido e deve causar o chamado estresse pós-traumático.
O psiquiatra Marco Antônio Alves Brasil afirma que as crianças têm muito mais dificuldade em superar traumas do que adultos e vão precisar de atenção e tratamento.
- São fatos que vão muito além do que elas estão habitualmente acostumadas. Sobretudo no caso das crianças, é uma situação que vai muito além da capacidade de adaptação delas. Algumas terão problemas pra dormir, terão medo e falta de apetite, mas vão superar rápido. Em outras, o trauma vai persistir. Essas vão precisar de tratamento por mais tempo.
Entre os sintomas comuns nesse tipo de situação, estão ansiedade, depressão e fobia de ir à escola, que podem acometer também professores, funcionários e até familiares dos estudantes.
Entenda o caso
Por volta das 8h de quinta-feira (7), Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, ex-aluno da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio de Janeiro, entrou no colégio após ser reconhecido por uma professora e dizer que faria uma palestra.
Armado com dois revólveres calibre 38, ele invadiu uma sala de aula no primeiro andar e outra no segundo, e fez vários disparos contra estudantes que assistiam aula. Ao menos 12 morreram, de acordo com levantamento da Secretaria Estadual de Saúde.
Duas adolescentes baleadas, uma delas na cabeça, conseguiram fugir e correram em busca de socorro. Na rua Piraquara, a 160 m da escola, elas foram amparadas por um bombeiro. O sargento Márcio Alexandre Alves, de 38 anos, lotado no BPRv (Batalhão de Polícia de Trânsito Rodoviário), seguiu rapidamente para a escola e atirou contra o abdômen do criminoso, após ter a arma apontada para si. Ao cair na escada entre o segundo e o primeiro andar, o jovem se matou atirando contra a própria cabeça.
Com ele, havia uma carta em que anunciava que cometeria o suicídio. O ex-aluno fazia referência a questões de natureza religiosa, pedia para ser colocado em um lençol branco na hora do sepultamento, queria ser enterrado ao lado da sepultura da mãe e ainda pedia perdão a Deus.
Os corpos dos estudantes e do atirador foram levados para o IML (Instituto Médico Legal), no centro do Rio de Janeiro, para serem reconhecidos pelas famílias. Os velórios e os enterros serão realizados a partir desta sexta-feira (8).
A Divisão de Homicídios da Polícia Civil concluiu a perícia na escola no início da noite de quinta-feira. O inspetor Guimarães, responsável pela análise, disse que o assassino deve ter atirado de maneira aleatória contra os alunos. A polícia está investigando se os estudantes que morreram eram do 8º ano de escolaridade (antiga 7ª série). A perícia deve confirmar que as vítimas atingidas estavam sentadas na primeira fileira da sala de aula.
R7
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quinta-feira, 7 de abril de 2011
Do massacre em Realengo nasce um herói policial
Alves: se eu tivesse chegado 5 minutos antes salvaria mais gente
O brutal e inexplicável assassinato em massa praticado pelo frio e calculista marginal, Wellington Menezes de Oliveira, contra inocentes estudantes na flor da idade ocorrido na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio de Janeiro, deixou até o presente momento 11 famílias em eterno sofrer com a perda prematura dos seus entes queridos em tragédia jamais esperada e esquecida.
O massacre que fez chorar todos os brasileiros e, porque não dizer, todas as pessoas de sentimento, deixa o país de luto e mostra também a vulnerabilidade em que todos vivemos.
Facilmente o assassino adentrou na escola dizendo ter sido convidado para dar uma palestra aos alunos, subiu dois andares do prédio e entrou numa sala onde aproximadamente 40 alunos da nona série assistiam a uma aula, abrindo fogo contra os estudantes que um dia esperavam vencer na vida. Da rápida ação criminosa 11 adolescentes tiveram as suas vidas interrompidas por conta de uma pessoa totalmente insana e desprovida de qualquer sentimento de amor ou compaixão.
Alguns alunos que foram baleados estão em estado grave de saúde devido os tiros terem acertado pontos vitais dos seus organismos e correm sérios risco de morte ou de sofrerem seqüelas irreparáveis para o resto das suas vidas. Após o ataque naquela sala de aula, o assassino não satisfeito da sua sede por sangue, ainda muito bem municiado e armado com dois revolveres calibre .38, pelo corredor tentava chegar a escada e subir para uma conseqüente investida noutra sala, fato não concretizado em virtude de ter encontrado no seu caminho um bravo, corajoso e valoroso policial que o fez parar com um tiro na perna e, este por sua vez, na sua desvairada loucura, cometeu o suicídio antes do previsto, atirando contra a sua própria cabeça.
O destemido herói, 3º Sargento Marcos Alves, do Batalhão da Polícia Rodoviária, estava trabalhando próximo a escola e tomou conhecimento do fato através de dois alunos feridos acompanhados de uma professora que, em pânico, corriam pela rua pedindo socorro. Em detrimento da sua real e nobre missão, o Sargento logo chegou ao trágico local e impediu um massacre maior.
A carta de teor fundamentalista encontrada no bolso do assassino, cujo texto dizem conter frases desconexas e incompreensíveis, com menções ao Islamismo e até mesmo práticas terroristas, parece ser tão confusa quanto o seu autor. O fato dele ter matado 10 meninas e 1 só menino, assim como, pelo fato da maioria dos feridos também ser do sexo feminino, comprova que o seu objetivo era matar somente elas. Os estudantes foram atingidos por balas perdidas dos seus alvos. Teria no Islamismo menção somente a exterminar mulheres?... Por qual razão ele entendia que só as meninas eram pessoas impuras?...
Respondo a tais interrogações com uma motivação simples e lógica: O assassino foi rejeitado pelas suas colegas de sala quando estudou naquela escola e por isso criou na sua mente doentia e criminosa essa maldita vingança. Assim, é fácil de concluir que se não fosse o grande herói, Sargento Alves, certamente a matança seria bem maior, e além das 11 vítimas fatais e 13 adolescentes feridas, outras tantas famílias, principalmente oriundas das meninas estudantes, estariam chorando em desespero, pois enquanto tivesse munição o assassino não pararia de matar para no final praticar o tramado suicídio.
Os atos do Sargento Alves, além de o tornarem um digno herói, massageiam o ego dos verdadeiros policiais e nos trás orgulho de ser Polícia na mais pura expressão da palavra.
Archimedes Marques
(Delegado de Policia no Estado de Sergipe. Pós-Graduado em Gestão Estratégica de Segurança Publica pela Universidade Federal de Sergipe)
archimedes-marques@bol.com.br
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Pesquisador afirma que superbactérias são as únicas ameaças aos homens
Pesquisador afirma que superbactérias são as únicas ameaças aos homens
Parte desse problema se deve ao uso inadequado e abusivo de antibióticos
Após descobrir que seu pai fora contaminado com uma superbactéria, a Staphylococcus aureus, resistente à meticilina (MRSA, na sigla em inglês), da qual nenhuma das drogas receitadas pelos médicos era capaz de vencer, o pesquisador Steve Owen resolveu investir no combate ao vírus. Arrecadou dinheiro e abriu uma instituição para combater a MRSA.
Seu drama começou quando seu pai, Donald, que deveria operar o joelho, sofreu no hospital por quase 18 meses com fortes dores. A infecção estava se propagando, chegou ao sangue, dominou os órgãos vitais e o levou à morte. No atestado médico a justificativa era falência múltipla dos órgãos.
Hoje, mais instruídos com as informações em relação ao que as superbactérias são capazes de fazer no corpo de uma pessoa, a instituição calcula que a MRSA mate cerca de 19 mil pessoas por ano nos EUA. Segundo Steve Owen, outras superbactérias estão se espalhando pelo mundo. Uma delas seria a da tuberculose.
— Com resistência abrangente às drogas — explica o pesquisador.
Além disso, segundo ele, existe uma mutação chamada NDM 1, que surgiu inicialmente na Índia e que já está em todo o mundo, da Grã-Bretanha à Nova Zelândia.
— A resistência bacteriana pode ser a causa de várias mortes devido a infecções hospitalares. Pode-se afirmar que boa parte desse problema se deve ao uso inadequado e abusivo de antibióticos, por isso no Brasil, a Anvisa já normatizou a venda de antibióticos com retenção de receita para tentar controlar essa situação — explica a farmacêutica Jeana Mara Escher de Souza.
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Zero Hora
Relembre casos de ataques em escolas no mundo
O primeiro caso de ataque registrado em uma escola do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira, onde um atirador matou pelo menos 11 pessoas e depois se suicidou, faz internautas lembrarem outros ataques semelhantes no mundo, como na Columbine High School, nos Estados Unidos, em 1999, e na Universidade Virginia Tech, com dezenas de mortos.
Relembre os casos de ataques a escolas pelo mundo
1/12/1997 - Paducah, Kentuch. Um adolescente armado matou 11 alunos e feriu outros cinco.
24/3/1998 - Jonesboro, Arkansas. Dois adolescentes fazem disparos que mataram quatro alunos e um professor.
20/4/1999 - Columbine High School, em Littleton, Colorado. Harris e Dylan Klebold mataram13 pessoas (entre elas, um professor) e feriram 25. Em seguida, eles se suicidam.
21/3/2005 - Red Lake, Minnesota. Em ação que durou 10 minutos, o Jeffrey Weise, de 16 anos,
matou nove pessoas, sendo cinco colegas. Antes dele ir para a escola, ele matou o avô e a parceira dele. Weise se suicidou depois.
2/11/2006 - em uma escola amish de Nickel Mines, na Pensilvânia. Charles Carl Roberts matou cinco meninas e depois se suicidou.
16/4/2007 - na Universidade Virginia Tech, em Blacksburg. O estudante sul-coreano Cho Seung-hui matou 32 pessoas, entre alunos e professores.
15/02/2008 - Nothern Illinois University. Stephen Kazmierczak, de 27 anos, invadiu o local com três revólveres e uma espingarda guardados dentro de um estojo de guitarra. Ele matou cinco pessoas e feriu outras 15.
SRZD
TRAGÉDIA EM REALENGO
RIO - Um ex-aluno invadiu, na manhã desta quinta-feira, a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, e fez vários disparos, que teriam atingido mais de 30 alunos. Pelo menos 12 pessoas pessoas morreram, incluindo o assassino. Entre os mortos estão dez meninas entre 12 e 14 anos, e um menino. Há feridos, que estão sendo atendidos no Hospital Albert Schweitzer, no Hospital de Saracuruna, no Into (Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia), no Hospital da PM e no Hospital Pedro Ernesto. A maioria dos feridos foi atingida no tórax e na cabeça. O atirador foi identificado como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, que entrou na escola dizendo que iria dar uma palestra. Ele foi baleado com um tiro de fuzil na barriga e depois se matou.
Segundo Francisco André, de 28 anos, primo de Jessica Guedes, de 13 anos, uma das vítimas do massacre, o atirador teria ido a uma sala de aula e pedido para as crianças fecharem os olhos e levantarem as mãos para que ele começasse uma palestra. Em seguida, ele iniciou os disparos. Francisco disse estar revoltado com a falta de segurança na unidade:
- Como pode um homem entrar numa escola, passar por dois portões fechados sem que ninguém pedisse para que ele se identificasse?
O técnico em eletrônica Robson de Carvalho, 48 anos, tem dois filhos que estudam na escola. Ele relatou os momentos de pânico entre os alunos da escola:
- Minha filha de 15 anos me ligou informando sobre os tiros. Eu estava em casa, pronto para sair. Moro perto da escola e cheguei rapidamente ao local. O pânico era geral. Vi crianças feridas e o suposto atirador baleado no chão. O meu filho de 11 anos já tinha saído, mas ela ainda estava no terceiro andar. As professoras trancaram as salas e colocaram mesas e cadeiras atrás das portas para bloquear a passagem, temendo invasão de bandidos. Pegamos seis crianças feridas e trouxemos numa pick-up para o hospital. Foi uma coisa muito grave, nunca tinha visto isso. Acho que as crianças também vão ficar marcadas. Graças a Deus, meus filhos estão bem - disse robson.
A dona de casa Tania tem um filho de 13 anos que estava na sala de aula invadida pelo atirador. Ela contou que o filho está em estado de choque e fala em nunca mais ir ao colégio.
.- Ele ouviu os tiros e saiu correndo para salvar a vida. Não conseguiu pensar em mais nada. Ele está triste e quer saber como estão os colegas. Eu saí de casa quando ele me ligou, avisando o que tinha acontecido. Moramos há sete anos aqui e jamais imaginaria que uma violência dessa fosse acontecer aqui - disse a mãe do aluno.
A dona de casa Roberta de Macedo disse que conhecia uma das crianças que morreu e outra que foi baleada na cabeça.
- Isso tudo é horrivel - resumiu, às lagrimas.
Fonte: globo.com
Forte terremoto volta a atingir o Japão
Cientistas americanos afirmam que magnitude foi de 7,1; alerta de tsunami foi cancelado
Um forte terremoto, de magnitude 7,1, voltou a atingir o nordeste do Japão nesta quinta-feira (7), quase um mês depois do violento tremor de 9 graus que provocou uma vasta destruição no país asiático no último dia 11 de março. O novo terremoto aconteceu na costa da Província de Miyagi, mesma região que ainda sofre as consequências do evento do mês passado.
O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) informou que o epicentro do tremor desta quinta-feira ocorreu a uma profundidade de 49 km e a 66 km da cidade de Sendai, às 23h32 locais (11h32 de Brasília). O USGS chegou a informar, em um primeiro momento, que o tremor havia sido de 7,4 graus.
O tremor desta quinta-feira aconteceu a 116 km de Fukushima, onde fica a usina nuclear danificada após o terremoto seguido de tsunami de 11 de março e que até hoje gera preocupações com relação a uma possível tragédia relacionada a um vazamento radioativo.
Autoridades japonesas afirmaram, no entanto, que não identificaram até o momento novos danos nem mudanças nos níveis de radiação registrados na central nuclear.
Alerta de tsunami foi cancelado
Autoridades chegaram a disparar um alerta de tsunami na região, que acabou cancelado cerca de uma hora e meia após o terremoto. Antes disso, a televisão estatal japonesa NHK havia recomendado repetidas vezes que as pessoas que nas regiões onde o alerta de tsunami havia sido emitido fossem para áreas mais altas, segundo a agência de notícias Reuters.
A France Presse informou que técnicos que trabalham tentando conter o vazamento na central nuclear de Fukushima também receberam ordem para deixar o local, como medida de precaução.
A agência de notícias Associated Press informou que, na ilha de Ichinoseki (costa nordeste) prédios balançaram, e móveis e objetos caíram. Mas não houve danos pesados às edificações. Logo depois do tremor, a ilha ficou sem eletricidade, mas havia carros e pessoas nas ruas.
Há relatos de feridos na Província de Miyagi, grande parte por causa de acidentes domésticos relacionados ao tremor, informou a rede americana MSNBC.
A companhia de eletricidade japonesa Tepco informou que houve apagões também na cidade de Sendai. Segundo a MSNBC, autoridades locais relataram o registro de pequenos incêndios.
Até o momento, as autoridades japonesas já encontraram quase 12 mil corpos de vítimas do terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março. Outras cerca de 16 mil permanecem desaparecidas.
R7
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Suspeita de espancar universitária que denunciou bullying é afastada de faculdade em SP
SÃO PAULO - O Centro Universitário Barão de Mauá, de Ribeirão Preto, a 319 km da capital paulista, decidiu afastar temporariamente uma estudante de 20 anos, suspeita de ter espancado outra aluna da universidade, Ana Cláudia Karen Lauer, 20 anos. A jovem foi identificada como Renata Elen dos Santos, estudante de enfermagem, mesmo curso de Ana Cláudia.
A agressão teria ocorrido na porta da faculdade, com a participação de mais duas jovens, depois que Ana Cláudia procurou a coordenadoria para relatar que era vítima de bullying pelos colegas de classe.
Segundo Ana Cláudia, Renata a atacou com um capacete. A estudante prestou depoimento na tarde de quarta-feira na Delegacia de Defesa da Mulher e não pretende voltar a estudar no Centro Universitário Barão de Mauá.
Segundo a assessoria da faculdade, Renata ficará afastada até o resultado da sindicância interna que está sendo realizada sobre o caso. Outras duas estudantes envolvidas na discussão, que gerou a agressão, continuam com permissão para frequentar as aulas.
A sindicância tem prazo de 30 dias para ouvir as testemunhas, que incluem alunos, funcionários e seguranças. As três possíveis agressoras ainda serão ouvidas pela polícia, que também está investigando se houve omissão de socorro dos seguranças da faculdade.
O Globo
Secretário de Saúde do Rio confirma 13 mortes em tiroteio em escola
Ex-aluno invadiu prédio na manhã desta quinta-feira.
Ataque deixou mais de 22 feridos e atirador morreu
O secretário de Saúde do Rio, Sérgio Côrtes, confirmou que 13 pessoas morreram no ataque a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na Zona Oeste do Rio, nesta quinta-feira (7). Segundo a polícia, o atirador está incluído no total de mortos. Ao todo, já são 22 pessoas feridas.
O atirador foi identificado pela polícia como Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos. Segundo a Polícia Militar, ele era ex-aluno da escola.
Atirador deixou carta
De acordo com o coronel da polícia Djalma Beltrami, Wellington deixou uma carta, segundo ele, com inscrições complicadas, no local. “Ele tinha a determinação de se suicidar depois da tragédia”, contou Beltrami. A carta foi entregue a agentes da Divisão de Homicídios.
Conhecido na escola por ser ex-aluno, ele teria entrado sob alegação de que iria fazer uma palestra. Segundo a polícia ele usou dois revólveres, que chegou a recarregar várias vezes.
Segundo a polícia, uma equipe da Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRV) passava próximo ao local e foi à escola depois de ver crianças correndo pela rua.
Funcionária viu crianças feridas
“O cara entrou, foi para o terceiro andar e começou a atirar. As crianças disseram que foi pai de aluno. Vimos muitas crianças carregadas, desacordadas, baleadas”, disse uma funcionária da escola, que preferiu não se identificar.
“Começamos a ouvir tiros. Com o eco, parecia que uma coisa estava desabando. Todo mundo correu. Depois, a professora chegou dizendo que o cara chegou atirando em uma sala. Foi um desespero”, afirmou ela.
Secretária de educação volta dos EUA
A subsecretária municipal de Educação do Rio, Helena Bomeny, está a caminho do local. No Twitter, a secretária municipal da Educação do Rio de Janeiro, Claudia Costin, afirmou: “Estou pegando o primeiro avião de volta. Desmarquei a palestra de hoje e não vou ver minha neta.” Segundo o twitter da secretaria, ela está em Washington, nos Estados Unidos.
G1
quarta-feira, 6 de abril de 2011
Bebê sofre fratura durante o parto em SP e morre dois dias depois
Prefeitura de Atibaia, no interior de SP, investiga hipótese de erro médico.
Criança nasceu de parto normal e pesando 3,5 kg; mãe tem 14 anos.
O nascimento e a morte de um bebê na Santa Casa de Atibaia, a 64 km de São Paulo, são investigados pela prefeitura da cidade por suspeita de erro médico. No último sábado (2), a mãe, uma garota de 14 anos, deu à luz de parto normal um bebê de 3,5 kg. Nesta segunda-feira (4), a criança morreu.
A família da adolescente diz que houve erro porque o médico deveria ter feito parto cesáreo. "Eu cheguei e estava sentindo muita dor, só que o neném estava bem. Eu pedi para fazer parto cesárea e ele disse que não, não tinha passagem para o nenê", conta a adolescente, que é de Minas Gerais e no oitavo mês de gestação foi morar com parentes em Atibaia.
Segundo a família, o bebê tinha fraturas pelo corpo. "Após o parto, o bebê foi para o berçário e ficou com um hematoma muito grande na cabeça e o bracinho quebrado. O médico forçou o braço dele para poder realizar o parto", relata Maria Rodrigues, a tia da adolescente.
Maria disse que chegou a solicitar a transferência da criança para UTI, mas o bebê ficou dois dias na incubadora e morreu. Segundo a Santa Casa, a causa foi parada respiratória.
A Prefeitura de Atibaia informou que ainda está levantando informações sobre a morte da criança com a Santa Casa, mas que já sabe que, pela idade da jovem e pelo tamanho do bebê, o parto é considerado de risco e deveria ter sido encaminhado para Campinas, a 93 km de São Paulo.
A transferência não aconteceu porque a rede municipal de saúde não sabia da situação da adolescente, já que a jovem não fez o exame pré-natal na cidade e não há registro algum de atendimento dela antes do parto.
G1
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O que você pensa sobre a distribuição do 'kit contra homofobia' nas escolas?
Um projeto-piloto do Governo Federal que prevê a distribuição de 6 mil kits com temática contra a homofobia em escolas públicas está gerando polêmica
Um projeto-piloto do Governo Federal que prevê a distribuição de 6 mil kits com temática contra a homofobia em escolas públicas está gerando polêmica. Apesar de já ter recebido parecer favorável até mesmo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o projeto desagrada a alguns setores da sociedade. O caso mais famoso, recentemente, é o do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ), que apelidou o material de "kit gay".
Apesar das críticas - algumas até de grupos religiosos -, o Ministério da Educação (MEC) afirma que o kit tem caráter didático e o objetivo de assegurar os direitos humanos de todas as pessoas no ambiente escolar. Na tarde desta quarta-feira (06), a reportagem foi às ruas para saber o que a população pensa a respeito do assunto.
Para a universitária Camila Monteiro, o kit vem em boa hora. Ela conta que já estudou com homossexuais e que, de fato, acontecem situações em que professores e alunos acabam sem saber como lidar com as diferenças. "É muito triste no Brasil haver tantas pessoas com preconceito. Esse kit é uma forma de, através da educação, orientar as pessoas sobre o preconceito contra homossexuais", disse Camila
Opinião semelhante tem o artesão Marcelo Arruda, de 38 anos. Ele disse, inclusive, que se um filho chegasse em casa com uma cartilha de temática homossexual, não veria problemas. "Ah, sei lá. Minha reação seria a de orientá-lo. Não iria proibir nada", afirmou.
Já a universitária Jéssica Spadeto teme que a forma com que o Governo Federal divulgou o projeto acabe por surtir efeito contrário, aumentando as diferenças entre homo e heterossexuais dentro das escolas.
"Dependendo de como você trata determinado assunto, você acaba gerando mais polêmica. O objetivo não é esse; é tornar esse tema algo do senso comum até o momento em que você passe a vivenciar a situação sem alarde, como algo comum na vida cotidiana", considerou Jéssica, que estuda História na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O kit contra a homofobia é composto de um caderno que trabalha o tema da em sala de aula e no ambiente escolar, um guia de orientação para os professores e uma série de boletins, cartazes e vídeos com a temática homoafetiva. Não há data para que o material chegue às escolas públicas.
A Gazeta
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Goleiro Bruno pode ser solto hoje pela Justiça
O pedido de habeas corpus para o goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, acusado de sequestrar e assassinar a ex-amante Eliza Samudio, que tentava provar na Justiça a paternidade do filho, traz à tona a polêmica do tratamento que deve receber um preso suspeito de cometer crime hediondo. Criminalistas evitam comentar as chances de o goleiro responder às acusações em liberdade, mas criticam o tempo de prisão do acusado, que está há oito meses numa cela em galeria especial na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Grande BH. Por outro lado, o promotor de Justiça Francisco Santiago, que se dedicou a mais de mil júris, tem uma avaliação contrária. Para ele, qualquer um que comete um crime bárbaro deve aguardar o julgamento detido, independentemente do tempo. A perspectiva é de que o julgamento ocorra neste ano.
“Sou rigoroso e inteiramente contra a ideia de colocar um acusado de crime hediondo para responder em liberdade. Ao segregar um homem, precisamos avaliar o tipo de crime e não se ele é réu primário ou se tem bom comportamento. O goleiro Bruno é acusado de um crime brutal, bárbaro, covarde e a juíza viu motivos para mantê-lo preso. Ele foi denunciado e vai a júri popular, é o que ele deve aguardar”, defende o promotor, que atua nos casos do Bando da Degola, em que dois empresários foram assassinados por um grupo de estelionatários, e da morte do torcedor cruzeirense morto em espancamento por integrantes da Galoucura. Nestes dois processos há acusados em liberdade.
“A gente luta para manter os acusados presos. Espero que a Justiça negue o habeas corpus, porque o crime foi grave no dia, é grave hoje e vai ser grave sempre. Assim como fui favorável à prisão dos torcedores da Galoucura na morte do estudante e do Bando da Degola, penso que Bruno deve ficar preso”, argumenta.
Hoje, desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais devem julgar o pedido de habeas corpus do ex-craque do Flamengo. O advogado de defesa, Cláudio Dalledone Junior, vai tentar convencer os magistrados de que o goleiro preenche requisitos para aguardar o julgamento em liberdade.
Críticas
Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG) e docente da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Leonardo Bandeira destaca três argumentos para analisar necessidade da prisão: garantia da ordem pública, conveniência ao processo durante fase de produção de provas e depoimento de testemunhas e aplicação da lei.
“Para a juíza do caso, a prisão é necessária e não conheço seus argumentos porque não tive acesso aos autos. Mas a prisão já se prolongou por tempo mais que razoável. Em tese, isso caminha para punição antecipada, no mínimo, um constrangimento ao acusado pela demora no julgamento”, considera. “Ele ainda não foi julgado definitivamente e não pode ser responsabilizado pelo suposto ato.”
Para o professor de direito processual da PUC Minas Leonardo Marinho, a gravidade do crime e o clamor público são argumentos considerados vazios pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “O que me incomoda profundamente é o tempo que ele está preso, à espera de julgamento. Não conheço o processo nem os fundamentos para mantê-lo preso e, por isso, não posso opinar sobre a necessidade da prisão, mas a Justiça não pode permitir que a prisão processual se transforme em antecipação da pena. Clamor público e a gravidade não causam prejuízos ao processo em si e são argumentos abstratos para o STF”, afirma o criminalista.
No domingo, o Estado de Minas revelou a rotina do goleiro na prisão, indicando regalias na cela, como a permissão de dividi-la com o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e o direito a banho quente.
Para entender
De acordo com o inquérito, Eliza e o bebê, suposto filho do goleiro, foram sequestrados por Luiz Henrique Romão e Sérgio Rosa Sales, primo de Bruno, no Rio de Janeiro, e trazidos para o sítio do atleta, em Esmeraldas, na Grande BH, em 4 de junho. A vítima teria sido mantida em cárcere privado até o dia 10, quando teria sido morta fora dali. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é apontado como o executor. A criança foi entregue à ex-mulher, Dayanne de Souza. Bruno, Macarrão e Sérgio respondem por sequestro e cárcere privado (pena de 1 a 3 anos), homicídio qualificado ( 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (1 a 3 anos). Bola é acusado de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Em liberdade, Fernanda Gomes de Castro responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do bebê. Dayanne, Wemerson Marques de Souza e o caseiro do sítio, Elenilson Vitor da Silva, são acusados de sequestro e cárcere privado do menor.
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Transtornos Globais de Desenvolvimento
O que é o Autismo?
O autismo, também chamado de Transtorno do Espectro Autista, é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) que tem influência genética e é causado por defeitos em partes do cérebro, como o cerebelo, por exemplo.
Caracteriza-se por dificuldades significativas na comunicação e na interação social, além de alterações de comportamento, expressas principalmente na repetição de movimentos, como balançar o corpo, rodar uma caneta, apegar-se a objetos ou enfileirá-los de maneira estereotipada. Todas essas alterações costumam aparecer antes mesmo dos 3 anos de idade, em sua maioria, em crianças do sexo masculino.
Para o autista, o relacionamento com outras pessoas costuma não despertar interesse. O contato visual com o outro é ausente ou pouco frequente e a fala, usada com dificuldade. Algumas frases podem ser constantemente repetidas e a comunicação acaba se dando, principalmente, por gestos. Por isso, evita-se o contato físico no relacionamento com o autista - já que o mundo, para ele, parece ameaçador. Insistir neste tipo de contato ou promover mudanças bruscas na rotina dessas crianças pode desencadear crises de agressividade.
Para minimizar essa dificuldade de convívio social, vale criar situações de interação. Respeite o limite da criança autista, seja claro nos enunciados, amplie o tempo para que ele realize as atividades propostas e sempre comunique mudanças na rotina antecipadamente. A paciência para lidar com essas crianças é fundamental, já que pelo menos 50% dos autistas apresentam graus variáveis de deficiência intelectual. Alguns, ao contrário, apresentam alto desempenho e desenvolvem habilidades específicas - como ter muita facilidade para memorizar números ou deter um conhecimento muito específico sobre informática, por exemplo. Descobrir e explorar as 'eficiências' do autista é um bom caminho para o seu desenvolvimento.
Nova Escola
Pai é suspeito de engravidar filha de 12 anos que deu à luz em excursão escolar
A polícia holandesa prendeu na terça-feira um homem de 52 anos após exames de DNA terem indicado que o bebê que sua filha, de 12 anos, deu à luz pode ser seu filho.
A criança nasceu dia 22 de março, quando a estudante estava a caminho de uma excursão escolar. Ela sentiu fortes cólicas e contrações. Uma ambulância foi acionada e os procedimentos de parto começaram no próprio local. Ela não tinha ideia de que estava grávida.
De acordo com o Ministério Público, o perfil de DNA da criança é o mesmo do homem de 52 anos.
“Ainda não possamos afirmar com 100% de certeza, mas chances de o pai da menina ser o pai do bebê ultrapassam 50%” afirma Corien Fahner, representante do Ministério Público.
O fato só veio a público uma semana depois e causou bastante comoção na Holanda. O porta-voz do Conselho Nacional de Proteção à Criança, Richard Bakker, afirmou à BBC Brasil “que são registrados de 5 a 10 casos por ano de gestação de adolescentes com menos de 15 anos de idade”.
“Lamentamos que este caso e a situação desta família não tenha chegado antes ao nosso conhecimento.”
Busca
A polícia abriu investigação à procura do pai do bebê, já que a menina não quis revelar o nome do pai da criança. Por conta das investigações, o Ministério Público já havia divulgado que a jovem não voltaria para casa devido às circunstâncias comprometedoras.
No momento, a mãe e o bebê, que é do sexo feminino, estão sob a tutela do Estado, na casa de uma família temporária.
Segundo o Conselho Tutelar da Holanda, a jovem deve estar traumatizada e vai receber assistência psicológica adequada para casos de incesto. Os boatos de que o pai da adolescente era o pai também do bebê levaram a polícia a colocá-lo junto com o irmão de 11 anos sob proteção em local desconhecido.
O pai da jovem mãe está preso sob a acusação de ter praticado ato sexual com uma menor de idade. Se condenado, ele estará sujeito a uma pena máxima de12 anos de prisão.
Segundo o Ministério Público, a punição poderá ser agravada, dependendo da investigação de um delito anterior supostamente praticado pelo acusado.
De acordo com o jornal holandês De Telegraaf, o mesmo homem de 52 anos teria sido condenado por ter abusado de uma criança quando era casado com outra mulher.
BBC Brasil
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SP: Em reconstituição, criança nega ter feito disparo contra colega
SÃO PAULO - Durou cinco horas a reconstituição da morte do menino Miguel Cestari Ricci dos Santos, de 9 anos, na sala de aula da Escola Adventista de Embu, na Grande São Paulo, realizada nesta terça-feira. Segundo o advogado da família de Miguel, Ademar Gomes, a criança que teria levado o revólver à escola manteve a versão sustentada até agora de que não disparou contra o colega e não tinha arma.
O pai do menino também reafirmou que não tinha arma em casa e disse que nunca viu um revólver. Os pais do menino podem ser responsabilizados pelo crime e perder a guarda do filho. O caso corre em segredo de Justiça.
SAIBA MAIS:Pais podem responder por morte de criança O crime ocorreu em setembro passado.
Nesta terça, a escola suspendeu as aulas e oito crianças participaram da reconstituição, além de quatro adultos e dois monitores. Do lado de fora, parentes de Miguel, com cartazes, cobraram justiça pela morte do menino. A avó de Miguel passou mal durante a reconstituição. As crianças disseram que apenas Miguel e o outro menino estavam na sala e ninguém presenciou como a vítima foi baleada.
- Só as duas crianças estavam na sala, portanto não houve testemunha ocular. O menino acusado negou ter feito o disparo. O pai dele negou que tinha arma em casa. Nós mantemos a hipótese de que a criança levou a arma para a escola, foi mostrar ao colega e houve um disparo acidental - diz o advogado da família de Miguel.
Para Ademar Gomes, a versão do pai não foi convincente. - Ele disse que nunca tinha visto uma arma - afirmou o advogado.
A arma - um revólver calibre 38 - desapareceu. Para o advogado Ademar Gomes, o inquérito agora está concluído. O delegado deve relatar suas conclusões e o crime deve ser caracterizado como culposo, sem intenção de matar.
A pena para este tipo de crime, segundo o advogado, pode ser convertida em prestação de serviços à comunidade.
- O que a Justiça deverá analisar também é a perda do pátrio poder. Os psicólogos já conversaram com a criança acusada e os pai dela. Pelo que sei, é que os pais eram ausentes, mas é o juiz quem deve decidir se eles vão perder a guarda do filho - explica o advogado.
O advogado disse que pretende mover uma ação por danos morais e materiais contra o Colégio Adventista.
- Houve negligência por parte do colégio em deixar uma criança entrar com arma - diz o advogado.
Segundo a família de Miguel, a escola não colaborou com as investigações. Quando a PM foi chamada, a informação era de que fogos de artifício teriam explodido dentro da escola. Ao chegar ao local, os policiais foram informados que um menino havia sido ferido no abdômen. Miguel foi socorrido pelo diretor da escola e levado ao Hospital Family, em Taboão da Serra, distante 25 quilômetros do colégio.
O diretor clínico do hospital, Marcos David, contou na época que o menino deu entrada no hospital apenas às 11h45m, com um buraco no flanco esquerdo causado por arma de fogo. O menino sangrava muito e estava em estado de choque. Foi levado diretamente para o centro cirúrgico, mas não resistiu.
A mãe de Miguel, Roberta Cestari, afirmou que o filho lhe disse, um dia antes, que um amiguinho da escola queria lhe mostrar uma bala e uma arma. Ele morreu no dia 29 de setembro passado. Foi socorrido por funcionários da própria escola e não resistiu aos ferimentos. O menino teria sido achado caído na sala, sozinho, com um ferimento na barriga. O tiro foi disparado de cima para baixo.
O Globo
O pai do menino também reafirmou que não tinha arma em casa e disse que nunca viu um revólver. Os pais do menino podem ser responsabilizados pelo crime e perder a guarda do filho. O caso corre em segredo de Justiça.
SAIBA MAIS:Pais podem responder por morte de criança O crime ocorreu em setembro passado.
Nesta terça, a escola suspendeu as aulas e oito crianças participaram da reconstituição, além de quatro adultos e dois monitores. Do lado de fora, parentes de Miguel, com cartazes, cobraram justiça pela morte do menino. A avó de Miguel passou mal durante a reconstituição. As crianças disseram que apenas Miguel e o outro menino estavam na sala e ninguém presenciou como a vítima foi baleada.
- Só as duas crianças estavam na sala, portanto não houve testemunha ocular. O menino acusado negou ter feito o disparo. O pai dele negou que tinha arma em casa. Nós mantemos a hipótese de que a criança levou a arma para a escola, foi mostrar ao colega e houve um disparo acidental - diz o advogado da família de Miguel.
Para Ademar Gomes, a versão do pai não foi convincente. - Ele disse que nunca tinha visto uma arma - afirmou o advogado.
A arma - um revólver calibre 38 - desapareceu. Para o advogado Ademar Gomes, o inquérito agora está concluído. O delegado deve relatar suas conclusões e o crime deve ser caracterizado como culposo, sem intenção de matar.
A pena para este tipo de crime, segundo o advogado, pode ser convertida em prestação de serviços à comunidade.
- O que a Justiça deverá analisar também é a perda do pátrio poder. Os psicólogos já conversaram com a criança acusada e os pai dela. Pelo que sei, é que os pais eram ausentes, mas é o juiz quem deve decidir se eles vão perder a guarda do filho - explica o advogado.
O advogado disse que pretende mover uma ação por danos morais e materiais contra o Colégio Adventista.
- Houve negligência por parte do colégio em deixar uma criança entrar com arma - diz o advogado.
Segundo a família de Miguel, a escola não colaborou com as investigações. Quando a PM foi chamada, a informação era de que fogos de artifício teriam explodido dentro da escola. Ao chegar ao local, os policiais foram informados que um menino havia sido ferido no abdômen. Miguel foi socorrido pelo diretor da escola e levado ao Hospital Family, em Taboão da Serra, distante 25 quilômetros do colégio.
O diretor clínico do hospital, Marcos David, contou na época que o menino deu entrada no hospital apenas às 11h45m, com um buraco no flanco esquerdo causado por arma de fogo. O menino sangrava muito e estava em estado de choque. Foi levado diretamente para o centro cirúrgico, mas não resistiu.
A mãe de Miguel, Roberta Cestari, afirmou que o filho lhe disse, um dia antes, que um amiguinho da escola queria lhe mostrar uma bala e uma arma. Ele morreu no dia 29 de setembro passado. Foi socorrido por funcionários da própria escola e não resistiu aos ferimentos. O menino teria sido achado caído na sala, sozinho, com um ferimento na barriga. O tiro foi disparado de cima para baixo.
O Globo
terça-feira, 5 de abril de 2011
Estudante de 19 anos é a nona vítima da dengue hemorrágica na cidade do Rio
Estado contabiliza 24 mortos pela doença apenas este ano
Rio - Falha no diagnóstico e negligência no atendimento podem ter causado a morte por dengue hemorrágica da estudante de Pedagogia oda UERJ Fernanda Cristina Freitas, 19 anos. Moradora da Barra, ela morreu na noite de sábado, no Hospital Barra D’Or, cerca de 12 horas após ter recebido alta do Hospital da Barra (antiga Clínica São Bernardo), onde médica afirmou que ela estava apenas com desidratação.
Esse ano, 8 óbitos por dengue já foram registrados pela Secretaria Municipal de Saúde na capital. O caso de Fernanda ainda não foi contabilizado oficialmente. Segundo o Barra D’Or, a jovem morreu 30 minutos após dar entrada, com dengue hemorrágica. Seu pai, o servidor estadual Ernani de Freitas, contou que ela começou a se sentir mal segunda-feira (28 de março), com febre.
Pouco depois das 17h do dia seguinte, Fernanda procurou o Centro Municipal de Saúde Heitor Beltrão, na Tijuca. Embora o funcionamento fosse até 20h, a jovem foi informada de que não poderiam ser feitos exames laboratoriais no fim da tarde. Na quarta-feira, ainda com febre, ela foi ao hospital particular Prontocor, na Tijuca, onde a equipe disse que ela poderia estar com dengue, e recomendou hidratação e repouso em casa. Nos dois dias seguintes, ela pareceu estar melhor, e a febre desapareceu. Mas a queda de temperatura é justamente um dos sinais da evolução da dengue comum para a hemorrágica.
Na noite de sexta-feira, embora sem febre, começou a ter vômitos e dores de cabeça. Às 9h de sábado, foi ao Hospital da Barra e chegou a vomitar na recepção. A médica receitou dipirona, medicamentos para enjoo e hidratação oral, e a mandou de volta para casa, ao meio-dia, sem cogitar dengue. “Vi o estado dela. Estava muito debilitada. Insisti com a médica para que ficasse internada. Não adiantou”, relatou Ernani.
PARADAS CARDÍACAS
Na tarde de sábado, o quadro piorou: além do vômito, Fernanda tinha falta de ar, suor intenso, taquicardia e pulso baixo. Foi levada ao Barra D’Or à noite, os médicos aplicaram grande quantidade de soro na veia — tratamento indicado para dengue —, mas ela não resistiu a duas paradas cardíacas. Devido a seu estado grave, foi preciso coletar sangue duas vezes para exames.
O Hospital da Barra informou que após exames clínicos e laboratoriais, a paciente apresentava “quadro geral que não apontava sintoma grave de dengue, mas leve desidratação”. A nota diz que ela foi colocada em repouso, medicada e hidratada e que, como melhorou, foi liberada.
Vírus tipo 4 avança pelo País
O governo do estado de São Paulo confirmou o primeiro caso de dengue tipo 4 em São José do Rio Preto. Trata-se de uma mulher com menos de 40 anos que teve dengue clássica em março e já está curada. Até então, o estado tinha registrado transmissão dos vírus do tipo 1, 2 e 3. No Rio, os primeiros casos do tipo 4 foram confirmados no município de Niterói em 23 de março. Duas irmãs, de 21 e 22 anos, também foram curadas.
O Ministério da Saúde recomendou que as ações de combate ao Aedes aegypti continuem mesmo com o término do verão — o calor contínuo e a intensificação das chuvas em diversos estados favorecem a circulação do mosquito. O secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, ressaltou que é preciso ficar atento ao surgimento dos primeiros sintomas da doença. Segundo o Ministério, até 26 de fevereiro, 155.613 brasileiros tiveram dengue.
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Justiça permite publicação de carta de Cibele Dorsa em revista
Ex-namorado da atriz entrou com ação para proibir a Caras de divulgar mensagem
O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou o recurso da revista Caras para a divulgação de uma carta da atriz Cibele Dorsa enviada para a publicação momentos antes de morrer, na madrugada de 26 de março. A informação é do próprio site da revista.
A publicação havia sido proibida de divulgar o conteúdo da carta enquanto as revistas já se encontravam em impressão.
A revista foi às bancas com tarjas pretas em cima do nome do cavaleiro Álvaro Affonso de Miranda Neto, o Doda, autor da ação. Doda é ex-namorado da atriz e pai de sua filha, Viviane, de 8 anos.
Com a decisão da Justiça em favor da publicação, a carta escrita por Cibele voltou a ser publicada no site da revista, de onde também havia sido retirada.
Na carta, Cibele comenta sobre o ex-namorado Doda.
- De todos os homens que passaram por mim, quem me fez mais mal foi sem dúvida alguma o Doda, pai da filha que nem mais contato pude ter. Que um dia Deus te perdoe pelo que você fez e faz comigo, com a Athina [Onassis, mulher de Doda] e com as crianças.
Cibele também pediu perdão aos filhos.
- Perdoem a mamãe, mas a solidão é uma prisão terrível. É como se eu estivesse trancada dentro de mim mesma. Sinto muito a falta de vocês, mas confesso que com o Gilberto aqui era mais fácil suportar.
A atriz morreu ao cair do sétimo andar do prédio onde morava, no Morumbi, da mesma janela onde o noivo, Gilberto Scarpa, sobrinho do empresário Chiquinho Scarpa, também caiu.
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Nadador com síndrome de Down roda o mundo ganhando títulos
Pedro Domingues já nadou em Portugal, Equador e na Venezuela. Próximos lugares são: México, Austrália e Japão. Isso sem falar nas paraolimpíadas
Assim como a maioria das crianças, Pedro Domingues começou a nadar bem cedo. O bebezinho cresceu, virou adulto, atleta e rodou o mundo. Agora, ele enumera os lugares por onde passou
- Cinco vezes em São Paulo. Depois, foi em Brasília. Eu acho. Em seguida, Portugal, Equador e Venezuela - disse o nadador.
Os resultados foram aparecendo. Pedro coleciona títulos brasileiros, sul-americanos e mundiais. A prova mais forte são os 100m nado livre. Os próximos voos serão ainda mais altos.
- México, Austrália e Japão - lembrou o menino, sem falar no sonho de disputar as paraolimpíadas.
Tudo começou no Tijuca, clube da Zona Norte do Rio, com o professor Charles. Profissional especializado em natação especial. Parceria vitoriosa porque os dois sempre se entenderam bem.
- Às vezes, você é um chato. Mas eu amo você - garantiu o nadador, que já ganhou 200 medalhas em diversas competições.
globo esporte
Martelly vence eleição presidencial do Haiti, dizem dados preliminares
Cantor teve 67,57% dos votos, contra 31,74% da rival, Mirlande Manigat.
Após eventuais recursos, resultado oficial deve sair em 16 de abril.
O cantor popular Michel Martelly foi eleito presidente do Haiti com 67,57% dos votos no segundo turno, mostraram resultados preliminares divulgados nesta segunda-feira (4).
Ele disputou o segundo turno em 20 de março, contra a ex-primeira dama Mirlande Manigat, que teve 31,74% do votos, segundo o Comitê Eleitoral.
Estes números iniciais podem ser desafiados judicialmente e alterar a divulgação do resultado definitivo, que deve ocorrer em 16 de abril.
Numerosos capacetes azuis da Missão da ONU no Haiti (Minustah) foram mobilizados nesta segunda-feira em Porto Príncipe, na expectativa do anúncio oficial dos resultados.
Martelly, um cantor popular de 50 anos, conhecido como "Tet Kalé" ("cabeça calva" em língua crioula) por seus seguidores, sucederia, se confirmados os resultados, ao presidente René Préval à frente do país mais pobre da América Latina, nos próximos cinco anos.
Sua vitória era inesperada, uma vez que inicialmente ele não passou pelo primeiro turno. Mas as fraudes detectadas permitiram a ele apresentar-se no lugar do candidato governista Jude Célestin para enfrentar a ex-primeira-dama e intelectual Manigat.
Horas antes do anúncio oficial dos resultados, a secretária de Estado de Segurança Pública, Aaramick Louis, havia pedido aos candidatos que solicitassem a seus seguidores "não manifestar-se com violência nas ruas", por temor a enfrentamentos, como aconteceu depois do primeiro turno.
Segundo anúncio do Conselho Eleitoral Provisional (CEP) na semana passada, a consulta de 20 de março esteve manchada por fraude. Várias atas enviadas pelos centros de votação foram anuladas.
Ao suceder a Préval, Martelly assumirá um governo amputado pelo terremoto devastador de 12 de janeiro de 2010, que deixou cerca de 250 mil mortos.
O país também enfrentou uma epidemia de cólera, que deixou mais de 5.000 mortos desde meados de outubro.
O segundo turno eleitoral esteve marcado pela volta ao país do ex-presidente Jean Bertrand Aristide, depois de sete anos de exílio na África do Sul.
A volta, no dia 16 de janeiro, do ex-ditador Jean-Claude Duvalier, depois de 25 anos na França, já havia complicado o panorama político.
G1
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Homem é preso no Itanhangá por suspeita de agredir enteados de 6 e 8 anos
RIO - O padrasto Marcelo Silva de Oliveira, de 19 anos, foi preso na tarde desta segunda-feira, suspeito de agredir seus enteados, de 6 e 8 anos, no Morro do Banco, no Itanhangá, na Zona Oeste do Rio. Policiais do 31º BPM (Recreio) receberam uma denúncia anônima e, ao chegarem à casa, encontraram o homem e as crianças trancadas. O menino mais velho tinha marcas de agressão no rosto e pelo corpo. De acordo com o delegado adjunto da 16ª DP (Barra da Tijuca), Alessandro Petralanda, responsável pelo caso, Marcelo será autuado por tortura e abandono de incapaz.
A mãe das crianças se relacionava com o suspeito há um ano e deixava os filhos - além dos dois que eram agredidos, um bebê de 1 ano - com ele, enquanto trabalhava. Até o momento, não há indícios de que a mãe participava ou era conivente com as agressões. O caso foi registrado na 16ª DP (Barra), onde o acusado aguarda a transferência para a Polinter.
Na noite de sexta-feira, um bebê de três meses deu entrada no Hospital das Clínicas de Niterói com hematomas que vão da testa até o queixo, passando pelo pescoço . A Polícia Civil está investigando se a criança foi vítima de maus-tratos. No hospital, a mãe justificou os hematomas dizendo que o pai segurou o bebê pelo pescoço para evitar uma queda, mas não conseguiu, e a criança acabou caindo.
No fim de março, uma criança de um ano e cinco meses foi espancada pelo padrasto, em Itaguaí . Além de agredir o bebê, o homem também bateu na mãe da criança e impediu que buscassem atendimento médico, trancando ambos dentro de casa.
No mesmo mês, uma tia de um bebê de três meses que teve uma das mãos decepada em Nova Iguaçu , na Baixada Fluminense, foi presa, depois de prestar depoimento na 58ª DP (Posse). De acordo com o delegado Marcos Henrique de Oliveira Alves, ela teria premeditado e cometido o crime para atingir a cunhada, de quem teria ciúmes.
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segunda-feira, 4 de abril de 2011
Mãe é presa em SP acusada de deixar bebê em rede de descanso para não ouvi-lo chorar
SÃO PAULO - Uma mulher foi presa, no fim da noite deste domingo, acusada de ter abandonado o filho, um bebê de 5 meses, na rede de descanso estendida na garagem da casa onde residia, em Ermelino Matarazzo, na Zona Leste. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), uma vizinha ouviu o choro da criança e avisou a Polícia Militar, que arrombou o portão do imóvel para resgatar o bebê. Na delegacia, ela disse que deixou o bebê fora de casa porque ele chorava muito
Ao chegarem ao imóvel, os PMs viram algo se mexendo dentro de uma rede estendida na garagem. Eles chamaram por alguém da casa, mas, como ninguém respondeu, decidiram arrombar o portão. A mãe foi encontrada dormindo no quarto. Ela foi presa em flagrante e encaminhada para o 24º Distrito Policial (Ermelino Matarazzo), de onde seguiu para uma cadeia pública após ser indiciada por abandono de incapaz.
A criança foi encaminhada ao PS de Ermelino Matarazzo. O Conselho Tutelar foi acionado e o bebê, entregue ao avô materno.
Extra Online
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Voo 447: governo da França diz que encontrou corpos entre os destroços do avião
PARIS - O governo francês afirmou, nesta segunda-feira, que partes dos destroços do avião da Air France encontrados no Oceano Atlântico no fim de semana contêm corpos de alguns passageiros que morreram na queda da aeronave, em 2009. A ministra do Meio Ambiente, Transporte e Habitação, Nathalie Kosciusko-Morizet, disse que peças do avião e os corpos devem ser resgatados juntos, num prazo entre três semanas e um mês. Eles ainda vão decidir quem vai conduzir essa operação. No início da manhã, a ministra já tinha dito, em entrevista à rádio France Info, que a identificação dos corpos é possível.
O Airbus 330-203, que fazia o voo 447 da Air France, mergulhou no mar a caminho de Paris, matando todos os 228 passageiros e tripulantes a bordo. As causas do acidente ainda não foram esclarecidas. Nesta segunda, o Escritório de Investigações e Análise (BEA, na sigla em francês) divulgou, durante uma coletiva de imprensa, as primeiras imagens dos destroços localizados nesta etapa de buscas, que mostram claramente os motores e um trem de pouso do Airbus.
Os investigadores não especificaram a posição exata da área em que estão as ruínas para protegê-la. Eles afirmaram ainda que nem todas as peças devem ser trazidas para a superfície:
- Tudo vai depender dos resultados da análise das gravações - disse o diretor do BEA Jean-Paul Troadec.
O secretário nacional de Transportes, Thierry Mariani, Thierry Mariani, afirmou que as famílias das vítimas seriam informadas sobre os achados em um encontro no fim da semana e que nenhum detalhe seria divulgado antes disso:
- É verdade que corpos foram vistos, mas é natural que, por causa da natureza do assunto, nós prefiramos manter certos detalhes para as famílias.
Quarta fase de buscas começou em março
O BEA iniciou no dia 25 de março uma quarta fase de buscas no mar para encontrar os destroços do voo AF 447. A procura foi reiniciada em uma zona de 10.000 km2, ou seja, um raio de 75 quilômetros em torno da última posição conhecida do voo.
Na operação, os técnicos contam com o apoio de três submarinos não tripulados, capazes de navegar em profundidades de até quatro mil metros. Eles são projetados para passar até 22 horas submersos e rastrear objetos a 700 metros de distância, bem como içá-los do fundo do mar. Os submarinos contam com câmeras e faróis que permitem iluminar objetos localizados pelos sonares dos navios.
As buscas aos destroços recomeçaram dias depois de a Justiça francesa indiciar a Air France e a Airbus por homicídio culposo (sem intenção de matar). No caso da empresa área, o diretor-geral da companhia, Pierre Henri Gourjon, foi diretamente responsabilizado, na condição de pessoa jurídica. Os dois indiciamentos são os primeiros do processo e estão condicionados à eventual localização das caixas-pretas do avião.
Apesar de, à época do acidente, algumas partes da aeronave terem sido localizadas, ainda pouco se sabe sobre o que provocou a queda. As últimas informações enviadas pelo avião, por mensagens automáticas, mostram que os pitots (sensores de velocidade) registravam valores conflitantes, possivelmente devido ao congelamento. O problema teria levado ao desligamento do piloto automático, num momento em que a aeronave enfrentava forte turbulência.
Especialistas dizem, no entanto, que a pane no pitot pode ter contribuído para a tragédia, mas não seria suficiente para causar o acidente. Mesmo assim, após o acidente, agências de aviação determinaram a troca de sensores como os usados no A330-200. Com base na análises dos destroços e de corpos encontrados, os investigadores franceses concluíram que o avião se chocou de barriga contra a água, praticamente intacto.
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Veja depoimentos exclusivos de mulheres presas na Penitenciária de Santana
Hoje é dia de visita na Penitenciária Feminina de Santana, na zona norte. Do lado de fora, cerca de mil pessoas, muitas crianças, alguns poucos maridos e um número razoável de mães esperam na fila da revista. Para entrar, os adultos vão precisar tirar a roupa e os bebês vão ficar sem fraldas, para que o funcionário tenha certeza de que não há nada ilegal entrando no presídio.
Do lado de dentro das grades, vivem 2.674 mulheres. Metade delas nunca recebe visita. A outra metade passou o sábado se preparando. No único dia em que secadores e chapinhas são liberados, o presídio vira um salão de beleza. Os trabalhos só param no fim da tarde, quando os cadeados são fechados e cada dupla fica trancada na cela em que mora.
"Morar" não é força de expressão. É exatamente este o termo que cada uma delas utiliza ao se referir à cela onde fica, todos os dias, das 17h às 7h da manhã, horário oficial de fechamento e abertura das trancas da maior penitenciária da América Latina, que completa 90 anos em 2010.
Obra do arquiteto paulistano Ramos de Azevedo (1851-1928) projetada exatamente para ser um presídio, o prédio tem três pavilhões. A divisão não é por tipo de crime nem por idade, mas obedece à lógica do diretor da penitenciária, Maurício Guarnieri, 48. "No primeiro, estão as mais perigosas, para ficarem perto do olho do funcionário. No segundo, bem no meio e mais cercado, coloco as que mais tentam fugir. No terceiro, ficam as provisórias, que ainda esperam julgamento", explica.
Com 30 anos de serviço, Guarnieri já dirigiu 12 presídios masculinos e está desde 2007 à frente da unidade de Santana. Além da vaidade feminina, que fez abrir a exceção semanal ao secador, ele nota outras peculiaridades. "A mulher é mais provocativa do que o homem. Se alguém vai tirar uma presa da cela, ela faz cena. Arranca a roupa, se lambuza de xampu e ninguém consegue pegar", conta o diretor. As tentativas de fuga também são inusitadas. "Não cavam túneis. No domingo, pintam o cabelo, trocam de roupa com a visita e tentam sair no meio do povo."
Dentro das 1.409 celas, a profusão de histórias tem quase sempre o mesmo enredo: a maior parte das mulheres diz que está na prisão por conta dos companheiros. Há as que foram apresentadas ao crime por eles e as que chegaram ali por terem matado ou mandado matar o marido. Por ressentimento, carência ou escolha, a prisão também é um celeiro de relacionamentos homossexuais. Apenas uma minoria se orgulha dos cônjuges. É o caso das mulheres de Marcola e Andinho, chefes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), que estão entre as líderes de Santana.
No dia a dia, a rotina de todas é parecida. Sempre ao som de conversas barulhentas, elas fazem as três refeições na cela, num cardápio que varia pouco do básico arroz, feijão, salada e carne. Aqueles refeitórios típicos de filme americano, com mesas longas e todos os presos juntos, não funcionam ali. Na cozinha, que começa a funcionar às 3h da manhã, trabalham 63 detentas. Até o pão do café da manhã é feito internamente.
Outras 1.100 detentas são funcionárias de 13 oficinas, onde produzem armação de óculos, terços, tomadas e pratinhos de festa. Isso além do galpão da Funap, a fundação de amparo ao preso, de onde saem artesanatos de crochê e madeira.
A fila de espera por emprego é grande, já que a cada três dias trabalhados a presa diminui um na pena, e a remuneração mensal chega a R$ 510, o valor do salário mínimo. O dinheiro fica em uma conta administrada pela unidade prisional e a maioria pede que parte seja enviada à família --muitas sustentam a casa com o trabalho na prisão. Outro tanto pode ser gasto com itens como biscoito recheado, chocolate e cigarro, que são encomendados à própria administração da penitenciária.
A sãopaulo frequentou os pavilhões durante uma semana. A seguir, o depoimento de oito mulheres: desde a que tem a família inteira ali até a que foi concebida dentro de uma prisão e, 23 anos depois, está encarcerada. Na casa das 2.674 mulheres, todas têm uma história para contar
"Conheci a Ana na prisão"
Aqui a gente não deixa de viver. Não tem essa de dizer que perdeu tantos anos na cadeia. Você tem lembranças, conhece gente. Eu, por exemplo, estou presa pela quarta vez. Na primeira, eu tinha 18. Minha vida aconteceu aqui. Foi na prisão que eu conheci a Ana, e estamos juntas há seis anos. Ficamos dois anos livres e aproveitamos para fazer um filho. Foi um óvulo meu gerado nela. Na primeira tentativa ela engravidou. Era uma época em que estávamos sem usar droga, mas, assim que soubemos da gravidez, tivemos uma recaída. A gente dormia na rua, vendia coisas pessoais para comprar droga. O bebê precisou ficar na UTI e teve problema no pulmão. Quando ela veio presa, dois dias depois eu vim também. Fui assaltar e dei bandeira na frente da polícia. Inconscientemente, eu queria ficar perto dela. Nem ficamos com o nosso filho. Um amigo está com a guarda provisória. No fundo, é melhor. Não quero que ele tenha este começo. Tenho 32 anos e sou uma sobrevivente do tempo em que era a lei do cão que valia na prisão. Agora a bandeira branca está levantada. Mas mulher é covarde: a maldade é cortar o rosto, jogar água quente. Não quer a outra morta, quer a outra feia. Eu já estou ficando cansada. Parece que eu não tenho o direito de querer mais nada.
Regina, 32, presa por roubo, pena de 5 anos e 12 dias
"Aprontei muito aqui"
Vim presa aos 18 anos. Estou com 33 e todos os meus aniversários eu passei atrás das grades. Cumpri 13 anos direto, saí, fiquei menos de um ano na rua e voltei. Já morei em todas as penitenciárias femininas, menos em Ribeirão Preto. Minha pena não era alta, nunca matei ninguém. Vim condenada por roubo. Fui ficando porque aprontei muito aqui dentro, participei das rebeliões. E tudo eu aprendi na cadeia. Porque o verdadeiro crime está aqui. Nunca assaltei banco, não tenho nem arma para isso. Meu problema era o vício, eu assaltava para poder comprar droga. Abordava as pessoas na rua, usava muito a faca. Eu sabia que não ia matar, mas a vítima achava que eu podia fazer qualquer coisa e não reagia. Nunca tirei a vida de ninguém, graças a Deus.
Mirela (nome fictício), 32, presa por roubo, pena de 3 anos, 10 meses e 20 dias
"Cresci visitando meu pai preso"
Tanta gente tem uma casa, um serviço, filhos. Por que eu tenho que usar droga, roubar e depois ser presa? Sei lá... Acho que veio no sangue, afinal, fui feita na cadeia. Minha mãe conheceu meu pai quando ia visitar o irmão dela, que estava preso. No final, engravidou de mim dentro de uma cela. Sou filha do Chulapa, superfamoso no mundo do crime. Foi ele quem trouxe o crack para São Paulo. Cresci visitando meu pai no Carandiru e, quando eu tinha 11 anos, ele saiu. Não durou um mês na rua e foi assassinado. Eu assisti à morte dele e me revoltei de vez. Saí da escola, comecei a roubar, a me drogar e não sosseguei enquanto não vi o fim dos seis caras que o mataram. O último eu mesma matei, com três facadas. Eu tinha 19 anos. Foi dentro de um hotel, no Brás. Mataram meu pai para tomar a boca. Mas aquela boca é a minha herança. Quando eu sair, vou atrás do meu prejuízo. O crack é uma droga que afunda, tira a vontade de viver. É um mal que veio para destruir, só que o barato é bom, eu não vou mentir. Quando minha filha nasceu, eu a segurava com um braço e fumava com o outro. Tanto que, quando fui presa, ela sofreu de abstinência e precisou ser levada para o hospital. Agora, já perdi a guarda dela. Na verdade, não quero passar o resto da vida presa. Mas não sei se vou ter força. Eu tenho uma raiva, um vício. Vi o fim do meu pai, minha mãe tem HIV, tuberculose e cirrose. O meu final vai ser como? Sair da cadeia, tomar um tiro e morrer?
Márcia, 23, presa por roubo, pena de 11 anos, 8 meses e 13 dias
"Mandei matar meu ex-marido"
Isto é um submundo. A gente aprende a sobreviver, mas não se acostuma. Se eu me habituar, perco a referência, que é ao que eu mais tento me apegar nos dez anos que estou presa. Sou formada em história e era professora universitária. Estou aqui por ter mandado matar meu ex-marido. Ele machucava meus filhos, chegou a arrancar a orelha do menor. Eu pedia que as visitas dele às crianças fossem monitoradas, mas nunca consegui. Não aguentei. Sou homicida? Não. Mataria alguém na rua? Nunca! Não acho que é certo ou errado o que fiz. Tudo foi fatalidade. Para não "emburrecer", me tornei professora da Funap, o que faz com que eu converse muito. Elas me contam porque eu sou como elas, uso uniforme. Há meninas que se sentem menos presas aqui: lá fora apanhavam do marido, eram estupradas pelo pai. Aqui se sentem gente. Tenho alunas que ganharam a liberdade e fazem faculdade. Entraram cruas e saíram com um projeto. Tenho certeza de que a educação é o único fator ressocializador em um presídio.
Maria Eduarda (nome fictício), 36, presa por homicídio, pena de 38 anos e 6 meses
"Dá medo de como vão me olhar"
Conheci meu namorado na cadeia. Eu trabalho na oficina de óculos, e ele vinha repor o material. Conversa vai, conversa vem, e aconteceu. Agora só precisa ter paciência para me esperar sair. Fui condenada por latrocínio e sequestro. Comecei no crime menor de idade e, quando fiz 18, fui pega logo. Minha primeira vítima quase tomou o revólver e me deu um tiro. Mas consegui sair com R$ 1.000 e fiquei animada. Depois do primeiro, você não para mais. Já aconteceu de eu estar num assalto, ter que atirar, e a vítima morrer. Não que eu quisesse matar. No desespero, você acaba atirando pra tudo quanto é lado. Estou na sexta parceira de cela. A relação fica muito forte, rolam vários sentimentos. Com uma, namorei quatro anos, fazíamos planos de ficar juntas lá fora. Mas todo mundo vai embora, só fico eu. Dá muito medo de sair. Medo não de como eu vou encarar o mundo, mas de como o mundo vai me olhar. Aqui é uma passagem. É tenebrosa, mas vai terminar. E depois, como vai ser?
Marelly, 27, presa por tráfico, pena de 43 anos e 9 meses
*
Um cotidiano dominado pela solidão
Drauzio Varella
Doutor, cadeia foi feita para homem, disse uma prisioneira no dia em que cheguei na Penitenciária Feminina, quatro anos atrás. De fato, as leis que regem a conduta nas prisões femininas são diferentes das masculinas.
Como o estabelecimento da hierarquia é inerente à restrição do espaço físico em que convivem seres humanos, e os homens são muito obedientes a ela, entre eles ficam mais claras as relações de domínio e submissão, a estrutura das coalizões e da organização dos grupos na disputa pelo poder.
Embora nos presídios femininos também ocorra fenômeno semelhante, não há a mesma linearidade. As relações são mais complexas porque as detentas operam em rede. Apesar de muitas vezes dar a impressão contrária, a mulher é sobretudo contestadora e avessa à submissão hierárquica.
O cotidiano é dominado pela solidão. Ao ir para a cadeia é separada dos filhos, abandonada pelo homem, fica mais pobre ainda, mal cuidada e ganha peso por causa da dieta e do sedentarismo. Nessas condições, quem quer saber de uma mulher?
Poucas pessoas, a julgar pelo tamanho das filas nos dias de visita. Até familiares próximos se afastam. A mãe visita o filho preso durante anos; a filha não merece a mesma consideração.
A vida solitária é um convite ao abuso de drogas ilícitas e a relacionamentos homossexuais que amenizam as agruras do cárcere. Impossível saber quantas mulheres têm namoradas na penitenciária, mas são centenas.
Ao ganhar a liberdade, sozinhas, com a folha de antecedentes manchada, como ganhar o sustento dos filhos, que geralmente são muitos?
Drauzio Varella é médico cancerologista e trabalha às segundas-feiras na penitenciária de Santana
*
"Minha família toda está aqui"
Cheguei em setembro do ano passado, numa sexta-feira. Três dias depois, uma funcionária disse que uma presa nova havia perguntado por mim. Quando soube o nome, quase desmaiei. Era a minha filha Camila, que passou a dividir cela comigo. Um mês depois, foi o desespero total. Minha outra filha, Fernanda, também tinha sido pega. As três por tráfico. Mas eu não sou traficante. Sou diarista. Eu pegava de um e vendia a outro, só para ajudar na renda. E olha o que aconteceu. A cadeia virou a nossa casa. A minha família toda está aqui. Não temos ninguém lá fora. Ninguém para nos visitar, ninguém para buscar um advogado. Fico sabendo o que acontece porque as vizinhas vêm visitar os parentes e me contam. Nem a Fernanda eu vejo. Como ela mora em outro pavilhão, a gente se fala pela janela, aos gritos. Morar com a Camila é bom porque dá para usar o mesmo sabonete, dividir alguma coisa de comer. A gente também faz planos sobre ir embora, arrumar serviço. Mas vai demorar. A Camila vai ser a primeira a sair. Depois vou eu e, por último, a Fernanda.
Luzia (nome fictício), 48, presa por tráfico, pena de 5 anos e 10 meses
"Engravidei na visita íntima"
Cheguei há um ano e oito meses, quase parindo. Fiquei quatro meses com meu filho no hospital penitenciário. O lugar é bom. Tem médico a toda hora, a cela não é trancada e ao lado da pedra [cama de concreto] fica um berço. Conforme os meses passavam, a dor ficava mais insuportável porque eu sabia que depois dos quatro meses eu teria de voltar e deixá-lo com o pai. Para ele se acostumar, parei de amamentar um mês antes. O dia da separação foi terrível. Eu sentia uma saudade incontrolável, via meu peito cheio de leite. Quando ele vem me visitar, até me chama de mamãe, mas não fica no meu colo. E eu gostava tanto de dormir abraçada a ele. Ainda bem que meu marido vem toda semana e traz o bebê a cada 15 dias. É raro receber marido. As meninas dizem que ninguém tem o privilégio que eu tenho. Tanto privilégio que engravidei de novo, na visita íntima que dizem que não pode, mas todo mundo tem. Foi planejado. Achei que daria tempo de ir embora, mas não deu.
Luciana (nome fictício), 25, presa por estelionato, pena de 5 anos, 4 meses e 13 dias
"Me chamam de vozinha"
Tenho 77 anos e não tenho ideia de quando vou embora. Se fosse cumprir a pena inteira, sairia com mais de 80, mas tenho fé nos meus santinhos de que vou provar minha inocência. Da outra vez em que fui presa, eu guardava a mercadoria de um traficante, mas desta vez eu não fiz nada. Tenho CNPJ do meu barzinho, carteirinha de comerciante. Acha que eu ia fazer vergonha para os meus netos? As guardas são boas, mas ficar aqui é muito ruim. Às vezes, eu vou à escola. Tentei uma vaga na oficina, mas não consegui. Eles só querem as mais novas. Fico o dia na cela e uso remédio com morfina para aguentar a dor da cirurgia no pâncreas. Tomo remédio para dormir e, às 3h, acordo e tomo outro para ficar na cama até amanhecer. Só continuo viva porque as presas me respeitam, me chamam de "vozinha". Estou esperando a visita do meu velho. Quando cheguei, não coloquei o nome dele na lista, porque ele nunca nem tinha pisado em uma delegacia. Mas agora vou deixar. Coitadinho. Ele bebe e chora de saudade de mim.
Laura (nome fictício), 77, presa por tráfico, pena de 6 anos
Glossário
barraco: cela
bonde: transferência de um presídio para outro
dar um tiro: cheirar cocaína
dormir na praia: dormir no chão da cela
jumbo: sacola com produtos enviados pela família
levar peguei: apanhar das outras presas
pedalar: falar ao celular
ratear: roubar
subir a cadeia: fazer rebelião
biqueira: ponto de tráfico
Números
60% delas têm entre 18 e 25 anos
56% das detentas são acusadas de tráfico de entorpecentes
60 estão grávidas
2 mulheres ocupam cada cela
2.674 detentas vivem na penitenciária distribuídas em
1.409 celas, ao longo de 3 pavilhões com 4 andares cada um
1.119 presas trabalham na prisão em
14 oficinas
883 é o número de funcionárias da penitenciária
19/07/2010
Folha OnLine
Marcadores:
comportamento,
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