sábado, 12 de novembro de 2011

Na zona leste, mãe esfaqueia menino de seis anos que pediu para comer


Bêbada, ela atirou a faca e atingiu a perna do filho, de acordo com a Polícia Militar

Uma mulher foi presa na madrugada deste sábado (12) ao esfaquear seu filho, um menino de seis anos, dentro da casa em que moram, na rua Amélio Koga, zona leste da capital paulista.

De acordo com a Polícia Militar, ela chegou bêbada em casa e o filho, que ficou o dia todo sozinho, lhe pediu algo para comer. Irritada, a mulher teria pegado uma faca e tentado atingir o peito da criança, que conseguiu fugir. Então, ela arremessou o objeto e conseguiu ferir a perna da criança.

O tio do menino, ao ouvir os gritos, impediu que a mãe continuasse com a agressão. Ele foi encaminhado ao hospital João XXIII.

Ainda de acordo com a PM, não é a primeira vez que ela agride um dos filhos. O caso foi registrado no 56º Distrito Policial, da Vila Alpina.

R7

Funcionária do AfroReggae é sequestrada e morta em Vigário Geral


RIO - Uma das mediadoras de conflitos do AfroReggae, Tânia Cristina Moreira, de 44 anos, foi sequestrada e morta em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio. A informação foi dada por José Júnior, coordenador da única ONG do Rio que trabalha com a mediação de conflitos em favelas do Rio. Tânia fazia parte de um grupo de cerca de 20 pessoas que se especializou em conversar com criminosos, sobretudo traficantes, para reduzir conflitos armados entre as facções e até mesmo levar criminosos à rendição.

Segundo José Júnior, Tânia Cristina -- que atuava há sete anos no AfroReggae -- foi levada de casa por dois ou três homens armados de pistola. Ela estava desaparecida, mas em mensagem no twitter, Júnior afirmou que o corpo da mediadora foi encontrado e está no Instituto Médico Legal (IML) de Caxias.

Moradores da rua onde mora a mediadora afirmaram ter visto ontem grande movimentação de carros da Polícia Civil nas proximidades da casa de Tânia. O sequestro foi registrado na 38ª DP (Brás de Pina), e o coordenador do AfroReggae está a caminho da delegacia para obter maior empenho da polícia nesse episódio. Júnior não acredita que a ação tenha sido consequência do trabalho da mediadora.

Em agosto deste ano, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, determinou a prisão administrativa do capitão da PM Dennys Leonard Nogueira Bizarro, flagrado por câmeras de segurança no Centro quando passava de carro da polícia em frente ao banco onde o coordenador social do AfroReggae, Evandro João da Silva , agonizava após sofrer um assalto, em 17 de outubro de 2009.

Em dezembro do ano passado, o oficial e o cabo Marcos de Oliveira Sales foram condenados por prevaricação (retardar ou deixar de praticar ato de ofício para satisfazer interesses pessoais), com suspensão condicional de pena por dois anos, pela Auditoria de Justiça Militar. Na época do crime, Bizarro e o cabo Sales foram acusados de liberar os assaltantes que mataram o coordenador do AfroReggae e de ainda terem ficado com o par de tênis e o casaco roubados da vítima. A cena foi registrada por câmeras de segurança da rua onde houve o crime.

O Globo

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Jovem é achada morta em SP após encontro pela internet, diz delegado


Família de adolescente afirmou ao DHPP que ela frequentava rede social.
Polícia Civil apura se há relação entre conversas virtuais e assassinato.


O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil de São Paulo, investiga as causas e tenta identificar suspeitos pelo assassinato de uma adolescente encontrada morta na noite de quarta-feira (9) num conjunto habitacional popular no bairro do Campo Limpo, na Zona Sul da capital paulista. De acordo com o delegado Maurício Guimarães Soares, da Divisão de Homicídios do DHPP, a família da estudante Thayna de Oliveira, de 16 anos, afirmou em depoimento que ela havia saído de casa por volta das 15h de quarta após ter conversado e marcado um encontro com alguém pela internet.

“A jovem, que tem cerca de 16 anos e se chama Tainá, foi ao encontro às escuras marcado por uma dessas redes sociais na internet, chat de bate-papo, e apareceu morta. A investigação vai analisar o computador dela para tentar levantar com quem ela se relacionava no mundo virtual. Esse vínculo virtual surgiu de um mês para cá, segundo parentes dela”, disse o delegado Maurício Soares ao G1 nesta quinta (10).

De acordo com o delegado, será apurado se a morte da jovem tem relação com algum amigo virtual com o qual ela se relacionava na internet. “Tudo ainda é muito recente, mas o departamento está trabalhando com afinco para esclarecer o caso e chegar aos culpados pela morte dela. Só posso dizer que foi uma morte violenta. Ainda não tenho informações de como ela foi morta. Terei esses dados mais tarde, após ver os relatórios da investigação”, disse Soares.

O corpo dela foi achado no interior do conjunto de prédios próximo à Rua Antonio Canuti. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria da Segurança Pública, o caso havia sido registrado inicialmente no 37º Distrito Policial, no Campo Limpo, como homicídio qualificado.

Pelo boletim de ocorrência, uma mulher que caminhava pela rua viu a jovem momentos antes do crime dentro de um carro com um homem. Perto do veículo havia uma corda. Posteriormente, quando a testemunha passou novamente pelo automóvel, percebeu que o veiculo não estava mais no local. Perto dali, viu a adolescente caída morta na calçada, perto dela um pedaço de corda. Havia marcas pelo pescoço da vítima.

A cerca de 30 metros dali, tinha outro pedaço de corda amarrado num poste. Ele era similar ao encontrado próximo da estudante. Posteriormente, um homem também passou pelo local quando a mulher lhe chamou para mostrar o corpo da garota. Em seguida, ele ligou para a Polícia Militar.

A PM foi até a rua onde estava a jovem. O tio dela reconheceu o corpo da sobrinha. Em depoimento à polícia, a mãe da estudante afirmou que ela não tinha inimigos e nem usava drogas.

Por conta da complexidade do crime, a delegacia da área pediu para que a investigação fosse conduzida por um departamento especializado, no caso o DHPP.

G1

Gênio da matemática de 14 anos relata desprezo e medo de bullying



O galês Cameron Thompson tem 14 anos e está estudando Matemática Aplicada na Open University. Em depoimento à BBC, ele fala sobre as dificuldades que enfrenta por ser um adolescente superdotado.

Aos dez anos, ele participou de um concurso de matemática na internet. "Eu fiz 140 pontos em um teste com pontuação máxima de 140. Quebrei o sistema, acho que me saí bem", conta.

Mas ser um gênio da matemática tornou-se a identidade completa de Cameron e participar da vida escolar e fazer amigos acabaram sendo relegados ao segundo plano.

"Tenho a sociabilidade de uma batata falante", ele admite.

"A maioria das pessoas da minha idade me despreza. É assim há anos. Estou acostumado a ser ignorado".

As bases do sucesso acadêmico de Cameron foram abaladas pelo fato de que suas notas na Open University vêm caindo. Por conta disso, ele está entrando em pânico.

No primeiro ano, suas notas foram altíssimas - 80% da pontuação máxima, algo que apenas 0,5% dos estudantes do curso consegue alcançar.

Porém, em um trabalho recente, Cameron obteve apenas 72% da pontuação. Uma ótima nota para a maioria das pessoas, mas não o suficiente para garantir a distinção que ele deseja.

"Estou com medo de não passar na Open University", ele diz. "Embora, tecnicamente, eu só devesse estar fazendo o curso daqui a cinco anos".

Recomeço


Embora Cameron consiga achar com facilidade as respostas para os problemas matemáticos, ele tem dificuldade em explicar como chegou a elas, o que diminui suas notas. Ele só poderá continuar o curso na Open University se conseguir melhorar sua pontuação.

Seus pais, Rod e Alison, moram perto de Wrexham, no País de Gales. Eles não têm certeza se a dificuldade do filho em explicar seu raciocínio se deve à sua idade ou ao fato de que recentemente ele foi diagnosticado como portador da Síndrome de Asperger, um tipo de autismo que ocasionalmente alia habilidade mental com problemas de comunicação.

"Aparentemente, muitas pessoas com (Síndrome de) Asperger são realmente inteligentes", diz Cameron. "Pessoas como Einstein e Newton, supostamente teriam (Síndrome de) Asperger".

A necessidade de melhorar suas notas no próximo trabalho preocupa Cameron. Mas a luta para se distinguir não é resultado de pressão dos seus pais e, sim, dele próprio. Para complicar a situação, o adolescente está entrando na puberdade.

"Minha mão notou que eu tenho um bigodinho", ele explica.

Os Thompson vão mudar de casa e Cameron vai começar a estudar em uma nova escola. A família espera que o recomeço ofereça uma oportunidade ao adolescente de formar uma nova vida social.

"Isso me dá uma chance de começar de novo", ele explica. "Eles acham que eu posso melhorar meu status social, em vez de ficar apenas lá embaixo".

"Se eu conseguir chegar ao meio, estarei menos sujeito a ser intimidado, pelo menos não fisicamente."

O adolescente espera conseguir fazer amigos. Com isso, ele acha que vai sofrer menos intimidações e agressões físicas.

A dificuldade em fazer amigos está associada à Síndrome de Asperger. A mãe de Cameron disse que o filho não consegue decodificar sinais sociais.
"Às vezes ele não tem o menor tato", ela diz.

"Ele é uma criança adorável, faz tudo por todo mundo. Ao mesmo tempo, se por um lado às vezes falta a ele um pouco de percepção, por outro, ele é muito sensível".

Escolher a escola certa para Cameron foi de extrema importância, porque seus pais querem que ele desenvolva várias aptidões, não apenas a acadêmica.

"Precisamos dar a ele um bom equilíbrio, temos de responder às suas necessidades emocionais e sociais e (permitir que ele) desenvolva uma ampla gama de habilidades", disse seu pai, Rod.

A nova escola de Cameron se especializa em educar crianças com vários graus de autismo e sua professora, Enid Moore, está ansiosa para que ele leve seus estudos sociais a sério.

Ela enfatiza que não é suficiente ter diplomas - Cameron precisa aprender a se relacionar com pessoas de sua própria idade e a manter amizades.

No primeiro dia de aula ele conheceu Tim, outro adolescente inteligente que também sofre de Síndrome de Asperger. Os dois têm interesses e problemas semelhantes, o que significa que podem dar apoio um ao outro nos momentos de dificuldade.

Tim falou à BBC: "É incrível ter um amigo novo porque ele é divertido... e ele também gosta dos mesmos jogos de computador que eu.

Matemática Aplicada

Nesse meio-tempo, Cameron prossegue com seu curso na Open University. Ele quer terminar o curso aos 16 anos. Sua última prova teve um resultado um pouco melhor: 77% da pontuação máxima. Isso significa que ele pode continuar no curso, mas ele não está satisfeito.
"Eu esperava mais de 80%", ele diz.

O matemático Imre Leader, do Trinity College, em Cambridge, fez uma avaliação da habilidade matemática do adolescente.

Ele sugeriu que Cameron diminua o ritmo um pouco e vá estudar matemática nas Universidades de Cambridge ou Oxford quando tiver 18 anos, com estudantes da mesma idade. Ele também recomendou que Cameron participe de cursos de verão com outros estudantes de matemática talentosos, vindos de outras escolas.

Cameron diz que ainda pretende concluir o curso na Open University, mas conta que os conselhos do professor Leader lhe deram uma outra opção de vida.

"Ele me ensinou que você precisa ir mais além na matemática, não apenas à superfície, mas lá dentro, nas profundezas. E como ele disse, há outras pessoas como eu, grande habilidade matemática, vidas escolares ruins".

Desde que completou 14 anos, Cameron vem se interessando por meninas. Recentemente, ele teve seu primeiro encontro com uma garota, desacompanhado dos pais.

"Comecei a me interessar por meninas há alguns meses", ele conta. "Comecei a gostar delas em vez de sentir repugnância por elas".

Com uma nova vida social e munido de um plano para o futuro mais a longo prazo, Cameron parece estar conquistando, aos poucos, uma vida mais equilibrada e feliz.

BBC Brasil

Mas é (mesmo) caso de terapia?


Um comportamento diferente ou uma dificuldade inesperada de seu filho, um acontecimento traumático, uma reação surpreendente: o que pensar e qual atitude tomar na hora em que bate a dúvida de procurar um psicólogo. Saiba aqui que tipo de situação, quais especialistas você vai encontrar e por que não há razão para ter preconceito ou se sentir fracassado

Quando planejamos ou temos um filho, a felicidade e a responsabilidade são tão grandes que muitas vezes nos parece uma missão impossível. Mesmo que a jornada já tenha começado. Diante de um conflito – de não conseguir que a criança saia da frente da TV até como fazê-la entender que seus pais não vão mais morar juntos –, é legítimo achar que a força de ser mãe ou ser pai vai desmoronar. Mas também legítimo é entender que pode precisar de ajuda. De alguém da família, de um educador da escola, de um amigo ou, sim, de um terapeuta. Mas quem é esse profissional? Como entender esses vários “psis” disponíveis?

Psicólogo, psicanalista, psicopedagogo e psiquiatra são alguns dos especialistas apoiadores dos pais, desde um caso de transtorno comportamental diagnosticado a uma dificuldade pontual emocional. Ah, mas antigamente não precisávamos deles, alguém pode dizer. Verdade, sabe por quê? Antes sabíamos menos sobre o que se passa na infância. “O preconceito contra esse tipo de atuação profissional está diminuindo porque temos informações melhores”, diz o pediatra Eduardo Juan Troster, coordenador da UTI Neonatal do Hospital Albert Einstein (SP). “As questões da saúde evoluíram tanto que é praticamente impossível só um profissional dar conta de um ser humano do ponto de vista clínico, orgânico, mental, emocional”, diz a psicóloga Rita Calegari, do Hospital São Camilo (SP).

A discussão acontece também em Brasília. Fez parte das reuniões sobre as indicações e normas da Agência Nacional de Saúde (ANS), que regula os planos de saúde no Brasil. Tanto que, desde junho do ano passado, os convênios médicos são obrigados a pagar por 40 sessões/consultas com psicólogo ou terapeuta ocupacional, que sempre devem ser indicados por um médico que já esteja cuidando desse paciente. “A gente vem sempre discutindo ampliar a participação desses profissionais por entender que é necessária uma visão multidisciplinar”, diz a médica e hebiatra Karla Coelho, gerente de atenção à saúde da ANS. E será que a lista desses profissionais nos livros do convênio médico pode diminuir o preconceito? “Sim, essa abertura pode ajudar a desmitificar a atuação de um psicólogo, por exemplo, e melhorar a avaliação da criança e do adolescente”, completa.

Claro que não é fácil enxergar um problema no filho. Para ninguém. Qual pai ou mãe não luta todos os dias para que ele seja feliz? “Os pais têm sempre um filho imaginado, e, às vezes, não conseguem aceitar o filho real, assumir para si mesmo que ele é diferente do esperado. É difícil não se culpar, não se decepcionar ou até sentir um certo ciúme de que outra pessoa vai ajudá-lo e não você”, diz Gina Khafif Levinzon, membro da Sociedade Brasileira de Psicanálise e professora do curso de psicoterapia psicanalítica da USP. Outra dificuldade pode ser a de não querer acreditar que o filho, de fato, tem algum problema e sempre buscar uma justificativa para o comportamento dele. Aceitar a realidade não quer dizer que você falhou.

Mas quando procurar ajuda? Há dois sinais mais fortes. “Primeiro, se a criança ou adolescente tem um problema acadêmico. Não uma nota baixa, mas quando realmente se percebe que não está aprendendo. Segundo, se tem algum prejuízo de relacionamento social. Se exclui ou é excluído, é impulsivo demais, fica isolado no recreio, não tem amigos. Com a criança sofrendo, investigue. E isso pode resultar em medicação, medicação e terapia, às vezes só terapia ou somente um aconselhamento aos pais”, diz o psiquiatra Gustavo Teixeira, autor dos livros Manual Antibullying e Desatentos e Hiperativos (ambos da Ed. BestSeller). Segundo ele, como a ciência aponta sempre que somos fruto da soma de genética e ambiente, pode-se fazer muito pela segunda parte. “Prevenção e intervenção precoce são oportunidades de ouro.”

Juntos pela criança
Parceria e foco são fundamentais. “Não adianta ter uma série de intervenções se os pais possuem uma conduta inapropriada. Indiretamente, eles quase que passam por um processo terapêutico também”, diz o psiquiatra Paulo Germano Marmorato, coordenador do Ambulatório de Socialização, do Serviço de Psiquiatria da Infância e do Adolescente do Hospital das Clínicas (SP). “Muitos temem que a criança fique dependente da terapia. Mas, na verdade, o objetivo é justamente fazer com que ela caminhe sozinha”, afirma Gina Levinzon.

Por isso, para Paulo Marmorato, os pais precisam saber o que está acontecendo com a criança o tempo todo. “Para entenderem que tipo de proposta o profissional oferece. É um ‘o que vamos fazer para que seu filho consiga lidar melhor com o que está acontecendo’”, afirma ele, que também é psicoterapeuta. “O profissional verá primeiro os pais, perguntará sobre a concepção e o parto, os primeiros anos de vida, se teve doenças, como é a questão da alimentação, sono etc., e qual a queixa. Só depois a criança entra e, se necessário, começam as sessões”, explica Rita Calegari. Nelas, a criança vai ser submetida a testes específicos, mas ela achará que está brincando. “A gente avalia tudo, pensa nos encaminhamentos, que podem ser desde a terapia, uma consulta a um neurologista ou até fazer uma atividade física”, diz a especialista.

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Crescer

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Bullying no trabalho: um mal invisível


RIO - Fofoquinhas, intimidações, manipulações: comportamentos que fazem um profissional se sentir humilhado em seu ambiente de trabalho. O bullying é um mal que não atinge só os colégios. Também existe nos espaços corporativos, e é muito mais comum do que se imagina. As vítimas acabam sofrendo duplamente: além da agressão, existe a vontade de manter-se no emprego, o que torna ainda maiores as proporções do problema. As consequências vão de estresse e insônia a episódios de depressão.

Segundo Silvio Celestino, coach de executivos e autor do blog Conversa de Elevador, ao contrário do assédio moral, o bullying costuma ser praticado por colegas do mesmo nível hierárquico. Pode acontecer de forma sutil ou ser grosseiro e envolver preconceitos, como de raça e gênero.

- Um dos indícios de que alguém está sofrendo bullying é o fato de a pessoa ser excluída de processos nos quais deveria estar envolvida, pelo cargo que ocupa. Outro indício é quando o profissional não consegue ser incluído em círculos informais de colegas, sem motivo aparente - explica Celestino.

Karina Jacques, advogada e professora da Academia do Concurso, afirma que o número de demandas judiciais acerca do bullyingna Justiça do Trabalho cresce a cada dia. Segundo ela, as decisões têm sido de repressão à prática do bullying, e de indenização para a vítima, tanto por parte do agressor quanto da empresa que permitiu a conduta.

- Este tipo de comportamento é visto pelo Direito como uma ofensa a um direito fundamental do indivíduo, que é a sua dignidade. Ofender a dignidade humana não pode ser considerada uma conduta normal na relação de trabalho, afinal o trabalhador está vendendo seu trabalho, não sua honra.

Mas o que a vítima pode fazer para se proteger e defender seu emprego? Embora seja um assunto que gere polêmica, muitos especialistas acreditam que o primeiro passo é conversar com o agressor para tentar resolver o problema. Caso não surta efeito, o profissional tem a opção de procurar outras oportunidades e sair da empresa, ou relatar o caso à chefia e ao setor de assistência social e psicológica da firma. Uma ação judicial contra o agressor - e, se for conivente, contra a própria empresa - é o último recurso.

- Se a liderança da empresa não observa esse tipo de comportamento, ou se não possui ouvidoria, é improvável que se importe com bullying - explica Celestino. - Além disso, depois de uma reclamação com o chefe, fica difícil conseguir conquistar seu lugar na equipe.

Para a consultora Ylana Miller, que dá aula de gestão de carreiras no Ibmec, muitas corporações acabam sendo coniventes com o bullying:

- Às vezes é uma questão cultural na empresa. Se for o caso, cabe à vítima escolher se quer continuar num ambiente assim. A partir do momento em que o profissional percebe o que se passa, tem a chave para decidir melhorar seu futuro.

Ylana explica que o bullying muitas vezes é manifestado por meio de manipulações sutis que nem sempre são percebidas inicialmente pelas vítimas, mas que vão prejudicando seu crescimento profissional. Um exemplo é quando um colega fica com o crédito pela ideia de outro, diante da chefia, mas consegue transmitir para a vítima a ideia de que a está ajudando.

- É uma epidemia invisível - define Ylana.

O Globo

PM diz que traficante e comparsas ofereceram R$ 1 milhão de suborno


Nem, apontado como chefe do tráfico na Rocinha, foi preso no Rio.
Traficante deve ser transferido nesta quinta (10) para o presídio de Bangu.


Um dos policiais militares envolvidos na ação que resultou na prisão do traficante Antônio Bonfim Lopes, conhecido como Nem, diz que os homens que ajudavam na fuga do criminoso chegaram a oferecer R$ 1 milhão de suborno para que eles fossem liberados. Nem foi preso na madrugada de quinta-feira (10). Ele é apontado como o chefe do tráfico de drogas da Favela da Rocinha, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

“Primeiro, eles ofereceram R$ 20 mil, depois, R$ 1 milhão para liberarmos eles”, contou o soldado Heitor, um dos agentes do Batalhão de Choque que abordou o veículo usado na tentativa de fuga do traficante. Nem foi encontrado no porta-malas do carro de luxo e preso com apoio da Polícia Federal.

A prisão do traficante Nem é parte da movimentação de forças de segurança pública antes da instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na Rocinha. A previsão é de que a ocupação aconteça no próximo domingo (13), mas de acordo com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, os detalhes serão mantidos sob sigilo.

Escondido no porta-malas
Segundo o soldado Heitor, além do traficante, mais três homens estavam no carro usado na fuga de Nem da Rocinha. A primeira abordagem ao grupo foi na saída da Rocinha, na Gávea, na Zona Sul do Rio. Lá, os PMs pediram para revistar o veículo. Um dos homens do grupo se apresentou como funcionário do Consulado do Congo e outro, como advogado. Eles informaram aos policiais que não aceitariam ser revistados. De acordo com soldado Heitor, os agentes informaram, então, que escoltariam o carro até a sede da Polícia Federal.

Ainda de acordo com o soldado, pouco depois da meia-noite, quando cruzavam a região da Lagoa, também na Zona Sul, os homens pararam o carro, se aproximaram dos policiais e tentaram negociar o suborno. “O [homem que se apresentou como] cônsul ofereceu propina e nós não aceitamos. Chamamos a Polícia Federal, que é um procedimento normal por ele ser cônsul”, contou o soldado. Na manhã desta quinta, a identidade do detido que teria se apresentado como diplomata ainda era investigada pela polícia.

Segundo Heitor, após a PF chegar à Lagoa, o veículo foi revistado e Nem foi achado no porta-malas. “A PF identificou o Nem de imediato. E o Nem não disse nem uma palavra, não ofereceu resistência”, disse.

Nem e os outros suspeitos foram levados para a sede da PF, na Zona Portuária. O delegado Victor Poubel, da PF do Rio, Nem ligou para a mãe e comunicou que havia sido preso. "Ele mandou um recado para os filhos não faltarem às aulas", disse o delegado. Segundo Poubel, o traficante deve ser transferido ainda nesta quinta para o presídio de Bangu, na Zona Oeste.

PF infiltrada na Rocinha
Policiais federais trabalharam infiltrados na Favela da Rocinha para ajudar na captura de Nem. Segundo Poubel, foram dez dias de trabalho, 24 horas por dia, monitorando a comunidade. A ação policial contou ainda com a ajuda de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça. "Mas o trabalho da Polícia Federal não se restringe só a isso", esclarece Poubel.

Na quarta-feira (9), A PF já havia prendido outros traficantes e também policiais que escoltavam criminosos em fuga da Rocinha, na Zona Sul do Rio. Entre os detidos, quatro são policiais e um é ex-policial. Um dos traficantes presos é conhecido pelo apelido de “Peixe” e o outro é o traficante “Coelho”, apontado como um dos principais comparsas de Nem.

Instalação de UPP
Cerca de 80 homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM) permanecem nesta quinta nas favelas da Rocinha e do Vidigal, na Zona Sul do Rio. Segundo o tenente da PM Leonardo Novo, o cerco é por tempo indeterminado. Moradores e motoristas que passam pelo local são revistados.

O Ministério da Defesa vai mandar homens da Marinha e equipamentos militares para a ocupação do morro da Rocinha. Apesar do ministério não confirmar formalmente a participação na operação, o pedido de apoio logístico ao Ministério da Defesa foi feito há cerca de dez dias pelo governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB).

A previsão é de que a ocupação aconteça no próximo domingo (13). A Marinha usará na operação os mesmos blindados utilizados na tomada das comunidades do Complexo do Alemão e da Vila Cruzeiro, os chamados Clanfs (carros lagartas anfíbios). Os blindados serão operados por fuzileiros navais e também ajudarão no transporte dos policiais militares durante a entrada no morro.

G1

Bebê morto após receber leite na veia é enterrado em SP


Pais do bebê tomaram calmantes para acompanhar a cerimônia em Perus.
Criança nasceu prematura e estava internada em UTI neonatal há 13 dias.


O bebê Kauê Abreu dos Santos, de 13 dias, que morreu segunda-feira (7) após receber 10 ml de leite via intravenosa, foi enterrado na manhã desta quarta-feira (9) no Cemitério de Perus, na capital paulista. Segundo amigos que participaram do funeral, os pais tiveram que tomar calmante porque estão em estado de choque.

A criança nasceu prematura e estava internada na UTI neonatal do Hospital Municipal Professor Mário Dégni, no Rio Pequeno, na Zona Oeste de São Paulo, recebendo soro com medicamentos para evitar infecções.

O bebê recebia medicamentos na veia e se alimentava, por meio de sonda, com o leite tirado da mãe. A sonda estava colocada no nariz do bebê para levar o leite direto para o estômago. Porém, segundo a família, uma auxiliar de enfermagem se confundiu e injetou 10 ml de leite na veia do recém-nascido.

Os pais passavam o dia todo com o bebê no hospital, mas no dia da morte tinham saído justamente quando tudo aconteceu. De acordo com mãe, Jovenita Oliveira de Abreu, de 32 anos, os funcionários demoraram a dizer o que havia acontecido. “Cheguei às 10h30 e fui saber a verdade mais ou menos 15h30. Houve um erro. A causa foi o leite que foi injetado na veia dele, não pela sonda”, disse a mãe.

Na noite de terça-feira (8), os pais estiveram no 51º DP, no Rio Pequeno, para registrar o boletim de ocorrência.

“Hoje em dia é um erro atrás do outro na medicina. A gente tem que tomar providência para ver se para com esses erros. Para mm, um erro desses nem um analfabeto fazia”, declarou o pai, Admildo Xavier dos Santos.

Prefeitura
A auxiliar de enfermagem envolvida no caso foi demitida. O secretário Municipal de Saúde, Januário Montone, considerou o erro “grosseiro” e “inaceitável”, “Para a família desse bebê, eu só posso pedir desculpas, porque foi um erro absolutamente inaceitável. A gente chama de tragédia, mas é mais do que isso, porque foi uma morte evitável”, disse o secretário.

Segundo Montone, uma investigação está sendo feita para buscar as “causas maiores” desse acidente e para saber se houve uma tentativa de “mascarar” o que aconteceu. Para o diretor do hospital, ela reconheceu que errou.

O secretário afirmou que, infelizmente, a queda na qualidade na é só na rede pública e que a Prefeitura tem feito um programa com o intuito de reduzir o número de erros. Cerca de 6 mil funcionários já foram treinados e outros 6 mil entrarão em treinamento até 2012. O caso também vai ser investigado pelo Conselho Regional de Enfermagem.

G1

Schnauzer Sheep é morto por asfixia no porta-malas de um carro após assalto


"Mataram o meu cachorro". Esta frase foi dita aos prantos pela tutora do schnauzer Sheep, Cioneia Delgado, que vive um grande drama desde o dia 30/09, quando o seu cachorro foi levado por assaltantes dentro do porta-malas do carro Astra, placa EEW 4887, em São Paulo. O veículo pertencia aos proprietários de um hotelzinho para animais, onde Sheep ficava nos períodos da manhã e da tarde de segunda à sexta-feira.

No dia 01/10 foi registrado um boletim de ocorrência (BO) no 16º Distrito Policial, da Vila Clementino, reportando o caso às autoridades. Na ocasião, os responsáveis pelo hotelzinho informaram a tutora de Sheep que estavam transportando o cachorro dentro do porta-malas com o tampão aberto para passagem de ar. Com a expectativa de que ele estivesse vivo, Cioneia iniciou uma grande busca pelo animal utilizando as redes sociais da internet, cartazes e placas em diversos bairros de São Paulo.

Ontem, 07/11, Cioneia recebeu um e-mail de um rapaz que disse ter avistado o animal nas imediações da Vila Santa Catarina. A tutora de Sheep percorreu as ruas do local até que foi informada pela proprietária do hotelzinho que o Astra foi encontrado estacionado na rua Palacete das Águias, altura do número 160. Ela estava com a polícia, mas a perícia demorou cerca de 3 horas para atender o chamado.

Neste intervalo de tempo, Cioneia conversou com o porteiro de um prédio das imediações. Ele disse a ela que o veículo já estava parado naquele local há mais de um mês e, suspeitando que poderia se tratar de um carro roubado, entrou em contato com as autoridades policiais três vezes, mas seu pedido não teria sido atendido, conforme relatou.

Quando a perícia chegou no local ontem, o carro estava cheirando muito forte e tinha moscas ao redor. No porta-malas foi encontrado o corpo de Sheep já se decompondo. Pelo estado em que se encontrava, deduz-se que ele foi abandonado no local desde o dia 30/09, e morreu por asfixia, pois diferentemente do que relatou os proprietários do hotelzinho, o animal foi transportado dentro do porta-malas com o tampão, sem a possibilidade de passagem de ar.

Transtornada com o desfecho da história, Cioneia não conseguiu se pronunciar sobre o caso à Agência Notícia Animal. Seu marido Renato, disse que ainda não sabe se vai ou não entrar com ação judicial contra o hotelzinho. "É complicado, pois nada que fizermos vai mudar o que aconteceu com o Sheep", disse.

A história chegou a um triste fim, mas algumas questões ainda valem a pena serem levantadas. Por que a polícia não averiguou o caso quando o porteiro relatou ter avistado um veículo, cuja placa havia sido registrada como roubada em BO? Quem era o rapaz que disse ter visto Sheep na Vila Santa Catarina, via e-mail, sendo que o corpo do cãozinho estava dentro de um porta-malas?

A Agência Notícia Animal espera que as autoridades não paralisem as investigações. Uma vida foi perdida e como consequência disso, uma família lamenta muito esta ocorrência. Para que possam seguir em frente, estas respostas são fundamentais. Não se pode deixar este caso cair no esquecimento.

Notícia Animal

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Depressão dos pais pode influenciar problemas emocionais na criança


Um quarto dos filhos com pais depressivos sofrem com distúrbios comportamentais

Crianças com pais que possuem sintomas de depressão ou outra condição mental têm um risco maior de desenvolver problemas comportamentais ou emocionais, diz estudo da New York School of Medicine (EUA) e publicado no periódico Pediatrics.

A pesquisa analisou 21.993 crianças que moram com seus pais. Eles perceberam que, se a mãe tem sintomas depressivos, o risco de a criança ter problemas emocionais ou comportamentais é maior do que se o pai é afetado por esses mesmos sintomas.

Os pesquisadores descobriram que a taxa desses problemas nas crianças são:
- 25% se ambos os pais têm sintomas de depressão;
- 19% se apenas a mãe é afetada;
- 11% se apenas o pai é afetado;
- 6% se nenhum dos pais é afetado.

Para os estudiosos, pesquisas futuras são necessárias para identificar problemas mentais nos pais.

Dicas para você sair da depressão
Todos os dias podem parecer uma batalha quando você está deprimido. O tratamento médico e as terapias são os passos mais importantes a serem dados para a plena recuperação. Porém, existem coisas que você pode fazer que ajudam a se sentir melhor. Veja as dicas que a psicoterapeuta cognitivo comportamental Evelyn Vinocur dá para você se afastar de vez da depressão:

1) Reconheça os sinais precoces
É importante reconhecer e tratar a depressão o mais precoce quanto possível, o que diminuirá os riscos de você deprimir novamente. Se você fingir que o problema não está ocorrendo, provavelmente você se sentirá pior. Você precisa observar os tipos de eventos que contribuíram para a depressão no passado e ficar alerta aos sintomas precoces.

2) Estabeleça objetivos possíveis
Você pode se sentir esgotado pelas mínimas que fizer em casa ou no trabalho. Não seja durona com você. Lembre-se que a depressão é uma doença e que você não deve extrapolar além das suas possibilidades. Mantenha o foco em metas objetivas, pequenas, realísticas e alcançáveis e assim você vai facilitar a sua volta as rotinas em casa, com a família e no trabalho.

3) Faça o que gostar
Tire um tempo para fazer coisas que goste. Reúna-se com amigos. Caminhe. Vá ao cinema. Jogue um jogo que você já não joga há anos.

4) Não tome decisões importantes
Uma vez que a depressão pode distorcer a sua interpretação das coisas, é mais prudente não tomar nenhuma decisão importante nesse momento, como pedir demissão do emprego, ou se mudar, etc., até você melhorar da depressão.

5) Não beba
Apesar de você achar que o álcool pode fazê-lo se sentir melhor, o álcool pode piorar muito a sua depressão. Pessoas deprimidas estão em alto risco de se envolver em abuso de álcool ou de outras substâncias psicoativas e o álcool interage com os antidepressivos.

6) Faça exercícios
Existem cada vez mais evidências que o exercício ajuda na depressão leve ou moderada. Encontre uma atividade que você goste, comece devagar e repita três vezes na semana, por 20 a 30 minutos.

Minha Vida

Bebê somali que comoveu o mundo com desnutrição aguda consegue recuperar peso e sobrevive



NAIRÓBI - O bebê Minhaj Gedi Farah se tornou símbolo da fome que devasta a Somália, quando há três meses uma foto sua chocou o mundo. Com graves problemas de desnutrição, nem seus pais acreditavam que aquele esquelético Minhaj poderia sobreviver e se transformar numa criança que hoje, com 8 quilos, pode até ser chamada de gordinha.

O quase inevitável destino de Minhaj foi transformado graças a ajuda do grupo International Rescue Commitee. A fome já matou dezenas de milhares de pessoas na Somália, mas a ONU garante que, apesar das restrições do movimento de insurgência islâmica al-Shabbab, está aumentando o alcance de suas agências no país.

- Nem a mãe dele (de Minhaj) imaginava que ele poderia se recuperar. Cada membro da família está feliz - disse Sirat Amin, uma das enfermeiras que ajudaram a monitorar o tratamento de Minhaj. - Agora, ele pode sentar sozinho, está engatinhando.

Em julho, a ONU decretou fome em cinco zonas da Somália. Minhaj era um dos bebês internados em estado grave no campo de Dadaab, no Quênia, para onde muitos somalis fogem da crise humanitária e da violência. Com 7 meses, Minhaj pesava apenas 3.2 quilos, menos que muitos recém-nascidos. Três meses depois, a balança marca 8 quilos, peso normal para os bebês da sua idade.

Superlotados, os acampamentos de Dabaab enfrentam graves problemas. Apesar de o número de somalis chegando todos os dias no Quênia ter diminuído, a situação continua grave. Quase dois milhões de somalis ainda não têm acesso à comida. A briga entre o Quênia, que resolveu invadir a Somália recentemente, e o al-Shabaab também dificultou a fuga para o país vizinho. Muitos temem ser confundidos com insurgentes.

A ONU especula que cerca de 160 mil crianças com menos de 5 anos sofrendo de desnutrição aguda podem morrer nas próximas semanas. A organização também vem alertando para o risco de proliferação da cólera e da malária, principalmente na capital somali de Mogadíscio.

- Estou ajudando as pessoas aqui, mas às vezes é de cortar o coração. Pessoas estão sofrendo. Às vezes, eles morrem na sua frente. E, por mais que você queria ajudar, eles são tantos (que você não consegue) - disse Amin, que trabalha no campo de refugiados no Quênia.

O Globo

PF prende na Gávea policiais que escoltavam traficantes em fuga da Rocinha


RIO - Dez pessoas, entre policiais e traficantes, foram presas no início da noite desta quarta-feira, durante operação da Polícia Federal, quando cinco agentes civis e militares escoltavam cinco traficantes que esteriam fugido da Favela da Rocinha. A comunidade deve receber uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no próximo domingo. De acordo as primeiras informações, o grupo estaria dividido em quatro carros que foram interceptados por agentes da PF em frente ao Shopping da Gávea e ao Jóquei, na Zona Sul do Rio. Um dos bandidos presos é o traficante Anderson Rosa Mendonça, conhecido como Coelho, braço-direito do traficante Nem e chefe do tráfico no Morro de São Carlos. Nos carros foram apreendidas armas, granadas e drogas. Todos foram levados para a sede da PF, na Praça da Bandeira.

Entre os presos, segundo a PF, estão três policiais civis, sendo deles da Delegacia de Repressão a Roubos e Furtos de Cargas (DRFC) - Carlos Renato Rodrigues Tenório e Wagner de Souza Neves - e um da Delegacia de Repressão a Crimes contra a Saúde Pública (DRCCSP) - Carlos Daniel Ferreira Dias. O grupo também conta com dois ex-PMs, José Faustino Silva e Flávio Melo dos Santos, de acordo com nota enviada pela PF na noite desta quarta-feira. Os outros cinco são traficantes. Além de Coelho, outro dos principais chefes do tráfico no Morro de São Carlos, no Estácio, também estaria entre os presos na noite desta quarta-feira. Sandro Luiz de Paula Amorim, o Lindinho ou Peixe, foi procurar abrigo na Rocinha logo após seu reduto ser ocupado por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Ele foi encarregado de assumir também o comandos das favelas de Macaé, após a morte do traficante Roupinol, ocorrida em 2010. Os outros três bandidos são Paulo Roberto Lima da Luz, conhecido como Paulinho; Varquia Garcia dos Santos, conhecido como "Carré"; e Sandro Oliveiro.

Já segundo informações da assessoria dp Tribunal de Justiça, a Polícia Federal pediu auxilio à Vara de Execuções Penais para monitorar um dos integrantes do grupo. A PF sabia que ele, por ser foragido do sistema penal, estava usando uma puseira eletrônica. Através desse monitoramento, foi possível localizar o grupo.

A colunista Lu Lacerda estava na Gávea e presenciou a cena. Conforme descrito em seu blog , a "Santos Dumont, de pracinha bucólica que é, transformou-se numa zona de guerra". Segundo ela, quatro carros com policiais à paisana tentavam interceptar um Honda Civic de placa de final 5036, em frente ao Jockey Club. Um policial recebeu a denúncia, que foi confirmada quando dois carros da Polícia Civil conseguiram interceptá-los, e com eles encontraram pistola, fuzil, maconha, carregador de arma e granada. Os bandidos, inclusive o policial, foram jogados no asfalto, algemados e presos ali, diante de pedestres chocados, de acordo com a colunista: "Sirenes soavam, o trânsito parou, algumas pessoas corriam, outras berravam, com muito, muito medo." Uma estudante da Pontifícia Universidade Católica, na Gávea, também contou os momentos de tensão que viveu durante a operação. Em vídeo postado no Twitter , ela revela que agentes do Bope entraram na universidade.

A quatro dias da provável ocupação da Rocinha, as corregedorias da Polícia Civil e Militar investigam a denúncia de que o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, também deixaria a favela escoltado por um carro da polícia. Segundo o corregedor da Polícia Civil, delegado Gilson Emiliano, a informação de que Nem sairia escoltado foi passada pelo Disque-Denúncia (2253-1177) na manhã desta quarta-feira, e dá conta de que o traficante sairia da favela num carro preto com soldados do tráfico fortemente armados e escoltados por viaturas. A denúncia não mencionou se a escolta seria feita por policiais civis ou militares. Por precaução, Gilson Emiliano montou uma operação para evitar a fuga e prender os policiais. Até o momento nenhum suspeito foi preso.

- A denúncia, recebida às 10h40m, diz que Nem sairia num carro preto hoje ou amanhã. Enviei policiais da Coinpol em quatro carros escoltados por agentes da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais) em dois carros. Estamos revistando todos os veículos escuros e observando carros da Polícia caracterizados que entram e saem da favela - contou o corregedor da Polícia Civil, que informou ainda que um veículo da Coinpol com três agentes ficará de plantão na 15ª DP (Gávea) até quinta-feira para entrar em ação rapidamente.

O corregedor da Polícia Militar, coronel Waldir Soares, informou que delegou à 1ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) a investigação da denúncia. Segundo ele, agentes daquela unidade apoiam uma ação da Corregedoria Geral Unificada (CGU). O corregedor geral, o desembargador Giusepe Vitagliano, confirmou a denúncia e afirmou que já há equipes em campo para evitar a suposta tentativa de fuga do bandido e prender os policiais.

Segundo a polícia, o traficante Antônio Bonfim Lopes, o Nem, chefe do tráfico na Rocinha, continua na comunidade. A Polícia Militar reforçou o patrulhamento nos acessos à Rocinha e à Favela do Vidigal, também na Zona Sul, inclusive com viaturas da corporação. Agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) ocupam a Vista Chinesa, uma das possíveis rotas de fuga de bandidos da Rocinha.

O Batalhão de Choque da PM realizou entre a noite de terça-feira e a manhã desta quarta uma operação na Favela da Rocinha. Cerca de 50 policiais, em 12 patrulhas, se fixaram em dois pontos (na saída da Rua 1 e na Estrada da Gávea) e começaram a revistar vans e outros veículos. Segundo o serviço reservado do batalhão, o objetivo da operação era impedir a fuga de bandidos. Não houve presos, e o clima era de tranquilidade na comunidade. Nesta manhã, os policiais do 23º BPM (Leblon) continuam fazendo patrulhamento nos arredores da comunidade.

Na terça-feira, o delegado titular da 15ª DP (Gávea), Carlos Augusto Nogueira Pinto, afirmou que instaurou um procedimento para investigar a denúncia de que Nem estaria intervindo nas associações de moradores na região. Há informações de que o traficante teria determinado a antecipação da eleição para a escolha dos presidentes das entidades.

Bandido cobra taxas de vans, motos e prostíbulo
A expectativa da ocupação da Rocinha e do Vidigal pela polícia, para a implantação de UPPs, fez com que Nem se reunisse com seus cúmplices na segunda-feira, na tentativa de antecipar as eleições em três associações. Segundo o delegado Carlos Augusto, o bandido estaria disposto a deixar pessoas de sua confiança à frente das entidades e de seus negócios ilícitos. O delegado explicou que, além do dinheiro do tráfico, Nem recebe uma espécie de "pedágio" de vans e motos que circulam nas favelas, além de cobrar taxas de uma clínica de aborto, interditada na semana passada, e de uma casa de prostituição.

Em novembro, a delegacia da Gávea já recebeu 20 informações do Disque-Denúncia sobre Nem. De acordo com o delegado, o bandido teria ido um dia à Praia de São Conrado.

- Chegamos a ir lá, mas ele não estava mais na praia. Não estamos deixando de averiguar nenhuma informação. Foi assim com a denúncia de que Nem se encontrava na UPA da Rocinha, recebendo tratamento médico . Havia cerca de 40 traficantes fazendo a segurança do bandido. Quando nos aproximamos da UPA, os criminosos soltaram fogos anunciando a nossa chegada - contou o delegado.

"Vai ser um alívio ver isso aqui sem os bandidos"
O clima nas duas comunidades na segunda-feira era um misto de alegria e apreensão por conta da futura ocupação para a instalação de UPPs. Helicópteros da Polícia Civil sobrevoaram a Rocinha e o Vidigal. Por medida de segurança, alguns moradores já deixaram as favelas, a fim de não pôr as famílias em risco no dia da ocupação.

- Estou aproveitando para viajar para o Nordeste. Volto quando as coisas se acalmarem. Vai ser um alívio ver isso aqui sem os bandidos. Os traficantes ficam na porta da gente xingando e tocando funk a todo o volume, na frente das crianças - reclamou um morador.

Moradora de São Conrado há 18 anos, a cantora Elba Ramalho compartilha de mesma apreensão da comunidade da Rocinha. Com três filhas pequenas, ela teme que a ocupação gere um confronto armado. Na expectativa, Elba diz esperar que a ação ocorra de forma "extremamente" organizada:

- Sou sempre a favor da paz e de uma sociedade organizada, mas fico muito temerosa pela ação em si, já que a grande maioria da população da Rocinha é formada por pessoas de bem e que não tem culpa. Por isso, a ação deve proteger quem mora na comunidade e quem mora ao redor - diz Elba.

* Do Extra

O Globo

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pai confessa: matou filho de dois anos a socos


Por Plínio Delphino
O autônomo Renato Madeira da Silva, de 30 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira na região da Ponte Rasa, na Zona Leste da capital. Ele confessou com riqueza de detalhes como assassinou o filho Renan Rodrigues da Silva, de 2 anos, e depois deixou o corpo do garoto na sarjeta da Rua Sambaíba, também na Ponte Rasa. “Alegou que estava psicótico pelo uso excessivo de cocaína e bebida alcoólica e matou o menino porque ele causava muito transtorno”, revelou o delegado José Francisco Rodrigues Filho, titular do 24º Distrito Policial (Ermelino Matarazzo).
Segundo a polícia, Renato disse que consumiu cocaína e bebida alcoólica antes, durante e depois da festa de aniversário do filho, comemorada na casa da mãe de Renan, em Itapevi, na Grande São Paulo. Quando levava o garoto para passar o dia seguinte em sua casa, teve um surto.
“Falou que estava tomado pelo efeito da droga e começou a dar socos no rosto e na cabeça do filho, até que ele não se movesse mais”, explicou o policial. “Depois, ele checou a temperatura do corpo do menino e ficou rodando com a criança no banco traseiro de seu Siena vermelho por meia hora”, relatou o delegado. Ao perceber que o corpo da criança estava frio, abriu a porta do carro e jogou o menino na sarjeta da Rua Sambaíba. Um vigia achou o corpo.
O carro de Renato foi abandonado na região, sujo de sangue. O autônomo pegou um ônibus e passou a tarde perambulando. Depois, pediu abrigo na casa de um familiar. Com a ajuda de parentes de Renan, a polícia fez diligências em São Paulo, em outras cidades e até em outro estado. E o achou.

Suspeito tentou forjar que fora vítima de roubo

O autônomo Renato Madeira da Silva estava com a roupa suja de sangue quando foi localizado pela polícia. Primeiramente, ele alegou que bandidos o assaltaram e o colocaram no porta-malas de seu carro, onde teria ficado até a tarde de quinta-feira.
Mas a polícia conseguiu imagens de câmeras de circuito interno de residências e estabelecimentos comerciais que mostram outra versão. “Meio-dia o carro já havia sido localizado. E moradores nos contaram que o veículo estava ali desde a parte da manhã. Com essas provas, ele não resistiu e confessou”, disse o delegado José Francisco.
Segundo ele, quando Renato começou a detalhar o crime, o pai dele, Sidnei, saiu da sala, incrédulo. O avô paterno havia dado dinheiro ao filho para que comprasse uma bicicleta a Renan. O brinquedo ficou no carro onde o menino foi morto.

Fonte: Diário de SP

Pai diz que menino que caiu de prédio foi assassinado


Garoto de dez anos caiu do 13º andar em Campo Grande

Os pais do menino que caiu do 13º andar de um prédio em Campo Grande, na última sexta-feira (4), não acreditam que o filho de dez anos tenha se jogado do apartamento onde morava com a família. Para o casal de comerciantes Devanir Dias Basílio e Fabiana Francisco Dias, o menino foi assassinado.

"A minha ideia é que meu filho estava se preparando para tomar um banho e foi surpreendido, ou com alguém que achou que a porta estava aberta e empurrou, ou alguém chamou a atenção dele na porta. Ele foi ver e dali foi jogado para fora”, afirma o pai.

Ainda segundo Devanir, o menino era bom aluno na escola, tinha muitos amigos e nunca havia sofrido de depressão. "Ele não fez isso, não foi educado para isso, não tinha esse preceito de vida. Jamais pularia daquele apartamento".

De acordo com o delegado Márcio Custódio, responsável pela investigação, nenhuma possibilidade está descartada. “Estamos trabalhando com outras hipóteses. Em um primeiro momento, não havia sinais de luta no apartamento. A hipótese de suicídio ficou como a mais provável”, disse.

Basílio e Fabiana afirmam que o garoto tinha vida normal dentro e fora da escola, boas notas, muitos amigos, ótimo relacionamento com os irmãos e sem histórico de problemas depressivos.

No momento da queda, de acordo com Basílio, o menino e a irmã, de 13 anos, estavam sozinhos no apartamento. A mãe estava trabalhando na loja que pertence à família, enquanto o pai havia saído para buscar o almoço.

"Meu filho se preparava para ir à escola. Ele teve o trabalho de pegar uma maçã e embrulhar em papel alumínio para levar o lanche", conta Basílio. Ele explica que o filho foi tomar banho na suíte do casal, enquanto a irmã estava no banheiro social. "Cada um deles usou um dos banheiros. Ele se despiu, ficou só de sunga. Os óculos estavam dentro da pia do banheiro. Ele nunca tirava os óculos."

Segundo o pai, a irmã contou que escutou o volume da televisão aumentando, seguido do som de uma porta batendo. Porém, ela somente teria saído do banho quando o porteiro interfonou para o apartamento comunicando sobre a queda.

Outro ponto que não condiz com a hipótese de suicídio, segundo a família, é a janela pela qual a vítima teria caído. A janela fica na área de serviço e a uma altura que seria, na opinião dos pais, improvável para o garoto subir sozinho e cortar a tela de proteção.

“No apartamento tem várias janelas. Três são encostadas na cama. Ele caiu de uma janela em que era difícil escalar”, disse Basílio. “Por que ele escolheu a janela difícil? Por que ele se despiu para se matar?”.

Para a família, se o garoto realmente tivesse pulado, teria escolhido outra janela com acesso mais fácil para pular. Uma faca que teria sido usada para cortar a tela de proteção também foi apreendida e encaminhada para a perícia. O apartamento em que a família vivia segue interditado.

Jornale

Mães dedicam a vida para cuidar dos seus filhos internados em hospital

Elas abandonam a própria vida para se dedicar exclusivamente aos filhos que estão internados em hospital.

R7

Aos 17 anos, rainha de cidade de SC morre após passar mal em casa


Izabel Hoffmann sentiu dores abdominais na sexta-feira em Biguaçu.
Ela passou a noite no hospital até sofrer uma parada cardíaca.


A jovem Izabel Hoffmann, 17 anos, morreu após se sentir mal em casa e sofrer uma parada cardíaca em um hospital particular, neste sábado (5). Ela era dona da faixa de rainha da cidade de Biguaçu (SC), cuja eleição é feita anualmente durante a BigFest, evento que comemora o aniversário da cidade.

Segundo informações do hospital, a causa da morte de Izabel foi uma embolia pulmonar. Ela foi internada no núcleo de atenção à saúde da Unimed na cidade de São José, bairro Kobrasol. O enterro ocorreu na tarde de domingo (6).

Ela participaria da festa de sua formatura do ensino médio no dia 16 deste mês.

De acordo com Douglas Borba, secretário de Cultura e Turismo de Biguaçu, Izabel começou a passar mal em casa, com dores abdominais. Ela passou por atendimento médico e recebeu medicação para dores pela veia.

"Ela ficou internada durante a noite toda. De repente, ela sofreu uma parada cardíaca do nada. Até aquele momento, ninguém sabia o que poderia ter causado isso. Foi uma surpresa triste para todos, pois ela era muito bonita e tinha um grande futuro como modelo."

G1

PM cumpre reintegração de posse de reitoria da USP e estudantes são detidos


A Polícia Militar deteve na manhã desta terça-feira 63 estudantes que haviam invadido o prédio da reitoria da USP (Universidade de São Paulo). Eles começaram a ser retirados do local por volta das 6h40 e foram acomodados em três ônibus da PM que levará todos ao 91º DP (Ceasa). Outros sete estudantes que estavam fora do prédio também foram detidos.
Um estudante que fingia ser jornalista tentou ultrapassar a barreira policial por volta das 6h30 para entrar no prédio, mas foi impedido pelos policiais. Um carro da PM teve o vidro danificado pelos manifestantes que estavam fora da reitoria. Ao todo, foram detidos 46 homens e 24 mulheres.

A reintegração de posse teve início por volta das 5h. Cerca de 400 policiais da Tropa de Choque e da Cavalaria da PM participaram da operação, que também contou com o apoio de um helicóptero Águia e de policiais do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) e do GOE (Grupo de Operações Especiais).

Os militares, portando cassetetes e escudos, fizeram um cordão de isolamento ao redor do prédio e retiraram os estudantes, que não resistiram à prisão. O prédio será entregue pela polícia a um oficial de Justiça, já que a operação foi motivada por um mandado judicial.

Os estudantes haviam decidido, em assembleia realizada na noite de ontem (7), manter a ocupação, apesar do fim do prazo dado pela Justiça para deixarem o local.

Após a votação, alguns estudantes agrediram jornalistas. Um cinegrafista caiu após ser empurrado e um fotógrafo teve a câmera arrancada e machucou as mãos --ele foi levado ao hospital.

O clima ficou tenso e, após os grupos ficarem separados, os alunos arremessaram pedras na direção dos jornalistas. Um cinegrafista foi atingido e ficou levemente ferido.

No momento do tumulto, não havia guardas universitários nem PMs no local. Após a confusão, um representante dos invasores disse que havia ocorrido uma "situação isolada".

RESISTÊNCIA

Na assembleia, vários estudantes disseram estar dispostos a resistir caso a PM fizesse a reintegração de posse.

Mais cedo, às 18h, uma reunião de negociação entre representantes da reitoria e alunos terminou em impasse.

O superintendente de relações institucionais da USP, Wanderley Messias da Costa, chegou a deixar a sala onde ocorria o encontro.

A proposta apresentada à tarde pela universidade previa que os alunos e funcionários não fossem punidos por participar da invasão.

A reitoria também manteve a oferta de criar grupos para discutir o convênio com a PM --principal motivo da invasão-- e revisar processos administrativos contra estudantes.

Os alunos, no entanto, consideraram a proposta insuficiente, já que havia chance de novos processos caso ficasse provado que houve vandalismo no prédio invadido.

Os acontecimentos que levaram à ocupação da reitoria tiveram início no dia 27 de outubro, quando três alunos da USP foram detidos por posse de maconha. Houve reação de colegas, que investiram contra a PM. Policiais usaram bombas de efeito moral e cassetetes para levar os rapazes à delegacia --depois eles foram liberados.

Na mesma noite, um grupo de cem estudantes invadiu um prédio administrativo da FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas). Na terça passada, mais de mil alunos realizaram uma assembleia que decidiu, por 559 votos a 458, pela desocupação do edifício.

A minoria derrotada, porém, decidiu invadir a reitoria, onde hoje há cerca de 50 manifestantes --a USP toda tem cerca de 82 mil alunos (50 mil só na Cidade Universitária).

Folha OnLine

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Homens usam prostitutas porque 'sabem distinguir entre sexo e amor', diz estudo



Um estudo realizado na Espanha sugere que homens usam mais prostituição porque, ao contrário das mulheres, 'sabem distinguir entre sexo e amor'.

Segundo a pesquisa de dois anos da Universidade de Vigo sobre o perfil dos homens que usam prostitutas, o que eles valorizam no serviço é não ter que conquistar a mulher, nem ter que conversar com ela depois.
Para a maioria dos entrevistados, seria uma sorte poder receber dinheiro por praticar sexo. Mais de 90% dos entrevistados consideram as relações sexuais pagas uma necessidade.

"Analisamos as mudanças sociais dos últimos 30 anos e vemos a substituição do modelo patriarcal, do pai protetor-provedor pela volta do modelo 'falocêntrico', o colecionador de mulheres", disse à BBC Brasil a socióloga Silvia Pérez Freire, uma das autoras do estudo.

"O que motiva (o homem) a consumir serviços de prostituição é o desejo de fortalecer seu papel dominante. Ele acaba identificando o hábito como uma necessidade social".

A maioria dos usuários, um total de 80%, tem entre 30 e 40 anos e declarou ter vida familiar estável (com esposa ou namorada). A maior parte dos homens diz escolher a que seja menos parecida com a sua própria mulher.

A prostituição é o terceiro negócio mais rentável do mundo, depois dos tráficos de armas e drogas, de acordo com estatísticas divulgadas pelas Nações Unidas.

Ato social
O levantamento também concluiu que muitos homens entendem que ir em grupos aos prostíbulos é um ato social tão normal quanto um jantar de negócios.

Por isso muitos pagam as prostitutas com cartões de crédito das empresas para as quais trabalham.

"Essa cumplicidade faz com que a prostituição seja um sexo cômodo. Ninguém questiona nada e existe um pacto implícito sobre o que é feito dentro de um bordel. O que é dali, fica ali. Isso é um grande atrativo para políticos e pessoas influentes", disse à BBC Brasil a socióloga Águeda Gómez Suarez, co-autora do estudo.

"Diria até que se não houvesse este componente de aceitação social unido à conivência de cargos importantes de políticos a policiais, não haveria tantos bordéis."

Estereótipos
A pesquisa, feita pelo grupo Estudos Feministas da Universidade, foi transformada no livro Prostituição: clientes e outros homens, e tem três continuações previstas.

O estudo classificou os consumidores do sexo pago em quatro grupos básicos: o homo sexualis, o samaritano, o homo economicus e o homo politicus.

O primeiro se valoriza pela quantidade de sexo que pratica e pelo número de mulheres. O segundo procura uma prostituta que o escute e seja mais vulnerável que ele, abrindo espaço até mesmo para uma relação sentimental com ela.

O homo economicus busca emoções fortes e costumar misturar sexo com drogas. Já o homo politicus tem certo peso na consciência pelo que faz, mas não deixa de fazê-lo.

Os consumidores também classificaram as prostitutas em três categorias, que correspondem aos estereótipos mais requisitados: mulher fatal, mulher maternal e virgem.

A primeira, que corresponde a 70% da preferência dos homens, é alegre e está sempre disposta a realizar qualquer fantasia sexual. A maternal simula uma relação de casal mas, com a obrigação de consolar o homem pelos problemas que ele diz ter em casa.

Já a virgem é a confidente contratada até para relações sem sexo, onde o mais importante é ouvir e animar emocionalmente o cliente.

De acordo com o boletim da Associação de Proteção as Mulheres Prostituídas (Apramp), a Espanha lidera o ranking de consumo de prostituição na Europa: 39% dos homens já disseram usado pelo menos uma vez uma prostituta, seguida por Suíça, com 19%; Áustria, com 15% e Holanda, com 14%.

No relatório espanhol, os entrevistados responderam que são a favor de uma regulamentação do setor, mas apenas para que haja controle sanitário (a maioria requer realizar atos sexuais sem preservativos) e para que as prostitutas paguem impostos.

Segundo as estimativas oficiais, há cerca de 700 mil prostitutas na Espanha, a maioria imigrantes ilegais e com filhos.

BBC Brasil

Prova mostra que mais de 40% dos alunos alfabetizados não sabem ler e escrever

Marcus Ricardo conta com a ajuda da mãe, Vanessa, para aprender a ler e a escrever. O menino, que estuda em SP, está no 4 ano e tem dificuldades. Foto de Michel Filho - Agência O Globo.
RIO e SÃO PAULO - No primeiro semestre deste ano, a Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização) realizada pela primeira vez, nas capitais de todo o país, por crianças que concluíram o 3º ano do ensino fundamental, apontou que 43,9% não aprenderam o que era esperado em Leitura para esse nível de ensino. Em relação à Escrita, 46,6% não atingiram o esperado.

Parceria do Todos Pela Educação com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a prova foi aplicada em escolas públicas e privadas, e mostrou que mesmo nas particulares nem todos os alunos atingem 100% de aproveitamento. No caso da Leitura, 48,6% dos estudantes da rede pública tiveram o desempenho esperado. Nas particulares, o percentual foi de 79%. Em relação à Escrita, 43,9% dos alunos matriculados na rede pública aprenderam o esperado, e 86,2% dos da rede privada.

- Nenhuma criança pode concluir esse período, chamado de ciclo de alfabetização, sem estar plenamente alfabetizada. O que a prova mostra é que estamos ampliando a desigualdade educacional, já que muitos alunos não têm as ferramentas básicas para os anos seguintes - diz Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, ressaltando que mesmo as escolas particulares enfrentam problemas: - São instituições que ensinam para alunos com mais acesso à cultura e pais escolarizados, por exemplo, mas ainda assim não tem 100% de alfabetização ao término do 3º ano.

- O governo precisa entender que temos um problema. O Brasil não tem método, não tem objetividade na hora de alfabetizar. Sem método, a criança brilhante aprende e as outras não. Desse jeito também, muitas acabam aprendendo por teimosia, porque foram ficando na escola, não porque aprenderam na época correta - diz João Batista de Oliveira, presidente do Instituto Alfa e Beta, que não vê com bons olhos a recomendação do Conselho Nacional de Educação (CNE) de que as crianças não devem ser reprovadas nos três primeiros anos do fundamental, porque cada uma tem um ritmo de aprendizagem:

- É irresponsável dizer que cada criança aprende no seu ritmo. Isso é um atraso. A criança que não é alfabetizada aos 6 anos fica com dificuldade para aprender outras disciplinas. No segundo ano, o professor não é preparado para ensinar o que ela não aprendeu e os livros já exigem que ela saiba ler.

No Rio, 10.500 alunos estão sendo realfabetizados

Mãe de um menino de 9 anos, que cursa o 4º ano do fundamental numa escola municipal da periferia de São Paulo, Vanessa Alves da Silva percebeu, durante uma ida ao mercado, que o filho Marcus Ricardo não sabia ler.

- Ele não conseguiu ver o preço dos produtos nem ler o que estava escrito nas embalagens. Eu tento incentivar, dou recortes de jornal para ele ler, mas ele gagueja e não consegue de jeito nenhum. Além disso, ele tem dificuldade para ler as coisas na cartilha. Na aula, é só cópia o tempo todo. O meu mais velho, de 10 anos, também tem problemas para ler - conta Vanessa, que acredita que a defasagem se acentue com o passar dos anos. - Agora, ele vai para o 5º ano sem saber ler.

No 6º ano do ensino fundamental, a neta do vigilante Hamilton de Souza tem dificuldades para ler e escrever. Responsável pela menina de 11 anos, Souza se preocupa:

- Como ela vai arrumar emprego? Como vai fazer para preencher uma ficha de contratação se não consegue escrever?

Tia de um menino de 9 anos, que cursa em São Paulo o 3º ano do fundamental, Jaqueline Alves Costa atribui as dificuldades dele ao excesso de alunos em sala:

- São 28 alunos. A professora não consegue explicar e só manda eles fazerem cópia. Eu acho que ele precisa de aula de reforço e que as classes deviam ter um segundo professor.

Secretaria de Educação do município do Rio e conselheira do Todos pela Educação, Claudia Costin reconhece que a prova ABC retrata um problema grave.

- A pesquisa não surpreende em termos de Brasil. O país precisa investir muito forte na alfabetização. A escola é o espaço de oportunidades futuras, e a prova mostra que o índice é frágil mesmo nas particulares. Nas públicas, o resultado é pior, e se a gente já começa perdendo, o apartheid educacional cresce - diz Claudia, que ao assumir a secretaria se deparou com 28 mil analfabetos funcionais no 4º, 5º e 6º anos do fundamental. - Isso representava o seguinte: 14% das crianças desses anos sem ler e escrever. Começamos, então, a realfabetizar os alunos, e tivemos sucesso com 21 mil. No entanto, percebemos que a progressão automática sem reforço escolar e sem acompanhamento faz com que a criança se torne invisível. E aí o insucesso também fica invisível. É preciso definir um currículo claro, oferecer aulas de reforço, formar professores e fazer com que entendam que é fundamental alfabetizar no primeiro ano. Ainda assim, este ano, temos 10.500 alunos em processo de alfabetização nessas séries.

Em São Paulo, a Secretaria municipal de Educação também implantou turmas de reforço no 3º e no 4º ano para atender alunos com dificuldades para ler e escrever. Foram criadas salas de apoio pedagógico para esses estudantes. A prefeitura diz ainda que as notas da Prova São Paulo mostraram, em 2010, um aumento de 25,7% no número de alunos alfabetizados no 2º ano.

Coordenadora pedagógica do Fundamental II, da Escola Edem, no Rio, Rosemary Reis destaca a importância da educação infantil para o sucesso da alfabetização:

- As crianças têm uma leitura do mundo antes da palavra. Por isso, é importante levar a para a sala de aula a possibilidade da criança conviver com textos. Na Edem, com um ano os alunos já manipulam livros, depois começam a conversar sobre o que viram, passam a ter contato com a escrita e com quatro, cinco anos escrevem o nome.

Priscila Cruz também aposta na educação infantil para que o país melhore os índices de alfabetização.

- É a melhor política para combater o analfabetismo. Pesquisas mostram que crianças que frequentam a educação infantil chegam ao 1º ano com um repertório melhor. Se elas não têm acesso à cultura em casa, se os pais não são escolarizados, a educação infantil as prepara, dá equidade.

O Globo

domingo, 6 de novembro de 2011

Menina de 3 anos sobrevive 2 dias de restos após morte súbita da mãe


Caso ocorreu em Wellington, na Nova Zelândia.
Shylah comeu queijo, lasanha e leite e se confortou com o ursinho Possum.


Uma menina de três anos ficou dois dias sozinha em casa, sobrevivendo de restos de comida, após a morte inesperada da mãe em Wellington, na Nova Zelândia.

Shylah Silbery se virou comendo queijo, restos de lasanha e leite após, Lauren, de 28 anos, morrer subitamente. Ela também se confortou com seu brinquedo favorito, o ursinho de pelúcia Possum.

A história foi relatada pelo tio da menina, Pete Silbery, nesta sexa-feira (4).

Segundo ele, Shylah conseguiu abrir a geladeira da casa sozinha e comeu o que tinha à mão.

A família falou com Lauren pela última vez no dia 19, segundo ele.

Dois dias depois, eles ficaram preocupados e ligaram para um amigo que morava perto da casa dele.

O amigo chegou à casa e viu que a criança estava lá dentro, mas não conseguiu avistar a mãe. Preocupada, a família chamou a polícia.

Os policiais chegaram e instruíram Shylah a empurrar uma mesinha até a porta, subir nela e alcançar a maçaneta para abrir a porta. Eles convenceram a criança dizendo: 'mamãe não vai acordar'.

"Posso imaginar ela todo aquele tempo, tentando despertar a mamãe", disse Pete.

Shylah ficou vários dias no hospital, recuperando-se de desidratação e assaduras.

"Ela está bem agora. Mas ainda está estranha", disse. "Quando baixamos o caixão à sepultura no cemitério, ela apontou e disse: 'mamãe está lá dentro'. Foi de cortar o coração."

As autoridades aguardam o resultado da autópsia, mas não acreditam que a morte de Lauren tenha sido suspeita.

G1

Adoção por casais gays aumenta à medida que caem restrições legais nos Estados Unidos


NOVA YORK - Há dois domingos, Farid Ali Lancheros e George Constantinou reuniram 164 parentes e amigos em Nova York para o chá de bebê de seus filhos gêmeos que nascerão de uma barriga de aluguel nos próximos dias. Gustavo e Milena, os bebês gerados por inseminação artificial, vão participar do fenômeno de transformação da família americana, com crescente número de adoções e gestações de crianças que vão viver em famílias nas quais os pais são homossexuais. Na festa, Constantinou disse que eles são a verdadeira família moderna, brincando com o nome do seriado "Modern family", um hit da TV, no qual um casal gay adota uma menina. Nos Estados Unidos, estima-se que 1,2 milhão de crianças vivam em famílias com pai ou mãe homossexual.

- Sei que estamos rompendo barreiras, mas todo o amor e o apoio que estamos recebendo são medidas da aceitação social que uma família gay pode receber. Nossos pais estão eufóricos, minha mãe virá da Colômbia passar o primeiro mês dos bebês com a gente - disse Farid Ali.

Juntos há dez anos, Farid, de 47 anos, e George, de 35, são sócios no restaurante Bogotá Bistro, no Brooklyn, e começaram a planejar uma família há dois anos. A opção inicial foi pela adoção, mas os dois se sentiram inseguros com a falta de informações sobre a saúde da criança e de sua família biológica.

- Era uma aposta muito alta. Fiquei nervoso com a ideia de não saber o histórico dessa criança, da possibilidade de ela ter sofrido, de não ter sido bem alimentada durante a gravidez, um monte de problemas. Aí surgiu a ideia da barriga de aluguel - conta Farid Ali.

O casal procurou uma agência especializada em Boston e levou adiante o projeto, que custou US$ 160 mil, entre o valor pago à gestante e à doadora dos óvulos (uma mulher latina), mapeamento genético, plano de saúde, despesas de viagem, pagamento de advogados.

"Você realmente se sente no fim da fila"

O processo enfrentado por Farid e George foi curto, se comparado aos sete anos que Jeff Friedman e Andrew Zwerin esperaram para adotar Joshua, hoje com 8. Friedman, advogado, e Zwerin, gerente de firma de computação, são casados no papel e moram juntos há 26 anos em Long Island, Nova York. Apesar da estabilidade, viveram a experiência de muitos casais gays, que se sentem preteridos por agências de adoção.

- Você realmente se sente no fim da fila. Como gay, você se acostuma a atravessar a vida com uma dose de vergonha, com a sensação de ser um cidadão de segunda classe - disse Friedman, de 43 anos.

O caso de Joshua confirma uma das principais conclusões do estudo mais recente sobre o assunto, uma pesquisa divulgada no mês passado pelo Evan B. Donaldson Adoption Institute: 60% das adoções feitas por gays são interraciais. Os homossexuais tendem a adotar mais as crianças que estão nos abrigos, crianças mais velhas (10% dos adotados por gays têm mais de 6 anos), negras ou com algum problema de saúde.

- Uma assistente social deixou claro que casais heterossexuais teriam preferência sobre crianças "mais desejáveis". Mas não poderíamos estar mais felizes com o Joshua. Desde o dia em que o pegamos nos braços, recém-nascido, sentimos que ele era o nosso filho, e ele não poderia estar mais bem ajustado - disse Friedman.

As adoções por casais gays vêm crescendo significativamente, ao passo que caem as barreiras legais. No Censo de 2009, as crianças adotadas por gays eram cerca de 32 mil, em comparação com 8.300 no anterior, de 2000. Segundo estimativas do demógrafo Gary Gates, da UCLA (Universidade da Califórnia), o número de crianças e adolescentes em famílias onde o pai ou a mãe é gay chega a 1,2 milhão.

- A grande maioria não é adotada, provavelmente filha de relações anteriores, de antes de a pessoa se assumir como gay. Mas, como hoje as pessoas estão se assumindo mais jovens, a tendência é o número dessas situações diminuir, e o de adoções aumentar - disse Gates.

O Globo
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