sábado, 1 de dezembro de 2012

Diferenças de gênero no trabalho infantil e adolescente são históricas e culturais

Créditos: Margarida Sardo

Yuri Kiddo, da Cidade Escola Aprendiz

São históricas, sociais e culturais as diferenças de gêneros entre homens e mulheres, embora caminhemos, mesmo que a passos curtos, rumo à emancipação feminina pelo seu espaço e igualdade de direito aos dos homens perante uma sociedade machista, sexista, patriarcal, conservadora. Diversos estudos nacionais apontam que, apesar de terem mais anos de escolaridade que os homens, as mulheres ainda estão em desvantagem no que se refere a condições de trabalho, melhorias salariais, ocupação de postos de liderança e na partilha do trabalho doméstico – ainda sob responsabilidade predominante delas.

Estas disparidades acontecem já desde a infância, com crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil. As respostas sobre a divisão desigual do trabalho devem estar associadas à compreensão das diversas construções de gênero e diferentes culturas, como afirma a coordenadora do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, Isa de Oliveira. “A sociedade define, por meio das ações culturais, o que é trabalho de menino e o de menina. Até os 18 anos, os tipos mais comuns de atividade laborativa para as elas são o trabalho doméstico e a exploração sexual”. Para os meninos, os tipos mais comuns envolvem atividades físicas ou situações que expõem maiores riscos, como trabalhou em lavouras ou cuidadores carros. “Se analisarmos a faixa etária abaixo de 14 anos, a maior incidência é rural, envolvendo trabalho de garotos na agricultura familiar. De 15 a 17 anos o trabalho concentra-se na área urbana com atividades informais”, analisa.

A forma como o trabalho manifesta-se nas diferenças de gênero é recorrente na história do povo brasileiro. Atualmente, de cinco a 14 anos, 638.412 crianças e adolescentes executam atividades econômicas ou serviços domésticos. As mais atingidas são negras, do sexo masculino, das zonas urbanas das regiões Nordeste e Sudeste, oriundas das camadas mais pobres da população, segundo relatório Todas as Crianças na Escola em 2015, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Deste total, 41.763 não frequentam a escola. “É uma realidade bastante complexa que exige um olhar sensível. O trabalho infantil e adolescente está vinculado a esse desafio da desigualdade histórica no Brasil em relação à classe, gênero e cor”, afirma a coordenadora da Campanha Educação Não Sexista e Anti Discriminatória, Denise Carreira.

Para ela e para ele

Não há dados específicos sobre a questão de gênero no trabalho infantil. O que se pode afirmar é que a rua ainda é um lugar a ser “ocupado” pelo masculino, enquanto o espaço doméstico é construído como sendo feminino. “As mulheres sempre exerceram esse lugar no mundo de cuidar da família e da casa, e os homens como responsáveis por trabalharem fora e ocuparem lugares públicos. Predominantemente sempre houve uma divisão social, que vem mudando ao longo dos anos,” analisa Oliveira.

Destaca que, enquanto os meninos estão em atividades que exigem esforço físico e sofrem mais acidentes de trabalho, as meninas geralmente estão inseridas em atividades domésticas, sem controle de horas. “Muitas vezes o trabalho infantil doméstico não é visto como trabalho, e sim como uma ajuda. A situação de meninos trabalhando é mais fácil de ser observada do que das meninas porque estas são inseridas no mundo do privado, dentro de casa e no próprio meio familiar”, concorda Carreira.

O trabalho infantil doméstico é tido como uma das piores formas de trabalho, na lista da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A coordenadora do Fórum Nacional explica que, de uma forma geral, as crianças e adolescentes que exercem atividades domésticas estão sendo penalizadas por uma jornada que chega a ser tripla, quando estudam, trabalham e ainda têm que organizar a casa e cuidar dos irmãos quando voltam para casa à noite.

“O impacto do trabalho infantil pode se diferenciar quando a menina, além de já realizar algum tipo de trabalho, acumule isso com as tarefas domésticas. Culturalmente o cuidar da casa é tido como natural para meninas, e não uma forma de trabalho, diferentemente dos meninos”.

Mas uma situação é possível de ser comprovada porque vem sendo diagnosticada há anos: quando a criança está envolvida com algum tipo de exploração econômica e o adolescente está trabalhando, mas não na condição de aprendiz, a educação é deixada sem segundo plano. “Independente de gênero, o trabalho infantil compromete a frequência e o rendimento escolar, quando não motiva o abandono dos estudos,” confirma Oliveira. A coordenadora da Campanha concorda que o trabalho é um dos fatores que ajudam na evasão escolar, “mas deve-se considerar fatores e processos da própria escola, que ajudam nessa evasão que contribuem para a exclusão dessas crianças.”

promenino

Homem mata ex-mulher a tiros e dispara contra ex-cunhada em Goiânia (GO


Após um casamento de 18 anos, o marido não aceitou a separação. Ele foi até a casa da sogra, matou a ex-mulher com dois tiros e feriu a ex-cunhada com um disparo. Amigos do casal relataram que o relacionamento entre eles era marcado por brigas, ameaças e agressões.

R7

Casa Do Caminho Atibaia


No dia 27 de Setembro, as alunas do curso de Berçarista Escolar, Babá e Baby Sitter orientado pela facilitadora Denise Evagelista, receberam a fonoaudióloga Carmen Monari, que proferiu uma palestra sobre Violência Doméstica Contra Criança e Adolescente... Muito Obrigada pela colaboração...

Jovens fazem protesto em 11 estados para reivindicar melhoria da educação


Brasília - Jovens fazem manifestação em 11 estados brasileiros na tarde de hoje (28) para protestar contra os problemas na educação do país. A ação faz parte do Projeto Popular para a Educação idealizado pelo movimento social Levante Popular da Juventude. O ato tem como principal objetivo, segundo os organizadores, mobilizar o governo para assuntos relativos à educação.

Segundo a coordenadora nacional do projeto, Jessy Dayane Santos, não há investimentos suficientes na educação do país. "Desde os tempos da colonização que sofremos com o ensino no Brasil. Aqui, ele nunca foi prioridade. A partir disso, criamos o projeto em defesa de assuntos sociais que mobilizam toda a população", explicou.

Dados do Projeto Popular para a Educação apontam que 3,8 milhões de crianças estão fora da escola, somente 63% das que moram na zona rural têm acesso ao colégio, 31% dos adultos não entendem o que leem, 10% da população brasileira são analfabetos e, destes, 70% são negros.

As ações, que vão ocorrer nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Pará, Ceará, Rio Grande do Norte, de Minas Gerais, Pernambuco, Sergipe, da Bahia e Paraíba, pretendem reunir cerca de 4,5 mil pessoas. Em algumas capitais como Porto Alegre, Aracaju e João Pessoa, será realizada marcha com foco na defesa das cotas nas universidades públicas e de mais investimentos na área da educação.

O manifesto inclui aulas públicas sobre temas como cotas no ensino superior, assistência estudantil, educação no campo, cursinhos pré-vestibulares nos bairros, transporte, acesso à cultura, creches para mulheres jovens e estudantes, regulamentação das mensalidades e alfabetização.

O Projeto Popular para a Educação integra a Campanha Nacional por um Projeto Popular para a Educação. A iniciativa tem o objetivo de colocar o ensino como prioridade da agenda política brasileira. O Levante Popular da Juventude é um movimento social organizado por jovens que se diz desvinculado de partidos políticos, com atuação em 17 estados do país.

Fonte: Agência Brasil - 28/11/2012

promenino

Em Piracicaba, portadora de HIV há 14 anos ainda luta contra preconceito


Administradora, Alessandra Modesto descobriu que tinha o vírus em 1998. Neste sábado (1), Dia Mundial de Combate à Aids, prevenção é discutida.

A administradora de empresas Alessandra Modesto, de 42 anos, portadora do vírus HIV há 14 anos, ainda luta contra o preconceito em Piracicaba (SP). “Muitas pessoas se afastaram de mim por causa da doença. Apesar de hoje existir mais acesso a informações sobre a Aids, o preconceito ainda existe”, contou. Neste sábado (1) é lembrado o Dia Mundial de Combate à Aids.

“A primeira vez que sofri preconceito foi há muito tempo. Eu frequentava um salão de beleza e as proprietárias ficaram sabendo que eu tinha a doença. Um dia cheguei lá para fazer as unhas e fui informada que não seria atendidada”, disse a administradora.

Alessandra contou que "ficou sem chão" quando descobriu que tinha a doença, em 11 de outubro de 1998. "Essa data nunca saiu da minha cabeça. Foi o dia em que descobri que era portadora do vírus HIV. Meu marido estava muito doente, com dores no estômago e febre alta. Foram feitos dois exames, e o de HIV deu positivo", relatou Alessandra.

"Naquela época não tinha muitos recursos e a doença não era conhecida, mas recebemos todo o apoio da família. Eu me preocupava com meu marido, que estava muito debilitado, e ele se preocupava comigo. Foi um sofrimento em família, mas eu me fortaleci. Eu tinha que ficar bem para cuidar dele e da minha filha, que na época tinha apenas 13 anos”.


Depois de quatro anos de descoberta da doença, Alessandra e o marido decidiram ter mais um filho. “Naquela época havia uma grande preocupação em passar a doença para a criança, mas tivemos todo o apoio dos médicos, que deram o suporte e informaram que as chances de risco eram pequenas e foi o que aconteceu. Hoje minha filha está com 10 anos, tem muita saúde e não é portadora do vírus HIV.”

A filha de Alessandra do primeiro casamento, Natália Aparecida Modesto Faustino, 26 anos, contou que não foi fácil quando descobriu que a mãe tinha o vírus. “Foi muito difícil e fiquei revoltada, porque havia acabado de perder minha avó. Fiquei arrasada, pensava que minha mãe também ia morrer. Era o que a gente pensava na época”, contou.

“Eu evito contar sobre a doença da minha mãe para os outros, porque até hoje ainda existe o preconceito. É mais tranquilo em relação ao passado, mas ainda permanece”, relatou Natália. Atualmente, Alessandra trabalha com o marido em uma oficina mecânica e também é voluntária e palestrante do Centro de Apoio aos Portadores do Vírus HIV/Aids, Hepatites Virais e Câncer de Piracicaba (Caphiv).

Convivência
Por meio deste trabalho, a administradora de empresas passa para as pessoas atendidas pela entidade um pouco da experiência de como é conviver com a Aids. Segundo dados da Secretaria da Saúde de Piracicaba, de janeiro a junho deste ano foram registrados 18 novos casos da doença do município. Em 2010, de acordo com a pasta, foram 48 e em 2011, outros 28 casos positivos.

G1

Mortes por agressão de vítimas entre 15 e 29 anos caem 50% em dez anos


Pesquisa da Uerj revela que número passou de 1.779 em 2000 para 831 em 2010

RIO — Júlio César tinha acabado de fazer 20 anos. Morador da Cidade Alta, em Cordovil, favela que já teve tráfico, milícia, e tráfico de novo — e, até hoje, está à mercê de domínios paralelos que se alternam —, ele era cria do local, mas tinha ambições. Muitas. Apesar da pobreza, se esforçava para terminar o ensino fundamental e não parava de fazer cursos: desenho, teatro, corte e costura. O último foi de gastronomia, tão em moda, que acreditava que lhe garantiria um futuro melhor. Sentado numa praça da comunidade, onde, com seus múltiplos talentos, ajudava a montar a festa de aniversário de uma criança de lá, Júlio César perdeu tudo em fração de segundos. Os sonhos, a vida.

— Era um menino concentrado e meigo, que estava no local errado, na hora errada — diz a tia Joelma Coelho, que acompanha de perto o desenrolar do inquérito sobre o assassinato do rapaz, atingido no abdômen durante uma operação policial.

Tudo isso aconteceu em 2010, numa favela da Zona Norte, de pouca visibilidade, mas histórias assim são uma trágica realidade do Rio. A morte prematura de jovens entre 15 e 29 anos é considerada uma epidemia em todo o país. Mas uma pesquisa da Uerj, recém-concluída, revela que algo começa a mudar. A mortalidade por agressão no município da população nessa faixa etária, que tem casos como o de Júlio César, caiu de 1.779 óbitos em 2000 para 831 em 2010, aproximadamente 50%.

UPP teve papel fundamental

A socióloga Alba Zaluar, do Núcleo de Pesquisas da Violência da Uerj, que assina a pesquisa ao lado do médico Mário Francisco Giani Monteiro, do Instituto Medicina Social da universidade, considera que a implantação do projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), em 2008, foi fundamental:

— A política de segurança não afetou apenas aquelas favelas em que estavam presentes as unidades pacificadoras, mas as demais, visto que houve, de fato, uma mudança no estilo do tráfico, que se tornou menos violento e percebeu que não é tão poderoso, que não pode ficar barbarizando, como diziam no filme “Cidade de Deus”. Agora, são mais comedidos no uso das armas. O impacto foi muito significativo.

O resultado, se mantida a tendência, pode representar uma mudança histórica, já que as mortes por agressão correspondem a 75% do total de óbitos entre 15 e 29 anos.

Cria do Complexo do Alemão, Raul Santiago, de 23 anos, é um sobrevivente. Conviveu por muito tempo com o domínio do tráfico na favela, que durou pelo menos 40 anos. Até que, em 2010, o processo de pacificação teve início.

— Eu cheguei muito perto. Lembro de uma vez em que um amigo, que tinha ido para o tráfico, me pediu para segurar o fuzil enquanto ele ia ao banheiro. Isso é a realidade da favela. Algumas pessoas acham que a pessoa só vira bandido para se exibir, mas muitas vezes fui tentar um emprego de vendedor de loja e, quando sabiam que eu era do Alemão, desistiam dizendo que eu ia faltar muito porque lá tinha muito tiroteio. É difícil — diz Raul, que aos 11 anos viu pela primeira vez um corpo dilacerado num valão.

Hoje, ele estuda o assunto. Faz um curso de extensão da UFRJ na Escola Popular de Comunicação Crítica do Observatório de Favelas e pretende cursar direito:

— Com as UPPs, as mortes diminuíram muito. Mas o quadro ainda é gravíssimo. Das 50 mil mortes no Brasil por ano, 28 mil são de jovens, dos quais 50% são negros.

Os dados comparativos reforçam a hipótese de influência da política de segurança, com as UPPs, porque o risco de morte prematura caiu mais nas áreas da cidade que concentram a população de renda mais baixa. Com doutorado em demografia médica, Mário Francisco Giani Monteiro explica que as estimativas têm como base dados do Censo do IBGE de 2010.

— Até eu me impressionei com a intensidade dos resultados. Onde o risco é maior, mais acentuada foi a queda — afirma Mário.

A redução do risco de morte, entre 15 e 30 anos, nas Regiões Administrativas (RAs) de baixa renda foi 40% (de 21,3 mortos/1.000 para 12,8 mortos/1.000) entre 2000 e 2010. E nas RAs de renda mais alta, foi de 20% (de 8,2 mortes/1.000 para 6,6 mortes/1.000). Ainda assim, a morte prematura ainda é o dobro em regiões pobres.

Raquel Willadino, coordenadora de direitos humanos do Observatório de Favelas e do Programa de Violência Letal Contra Jovens e Adolescentes, diz que ainda é expressivo o número de vidas perdidas. A última atualização de suas pesquisas, em 2008, faz uma previsão sombria: se nada for feito, 2.300 adolescentes morrerão no Rio até 2014.

— Este é um problema muito contundente, que precisa ser enfrentado como prioridade — afirma Raquel, que divulgará um novo estudo este mês.

Risco de negros é maior

De acordo com o estudo da Uerj, o risco de morte dos 15 aos 30 anos caiu tanto para filhos de mães negras quanto para os de mãe branca. Entre os filhos de negras, os óbitos prematuros passaram de 22,6/1.000 em 2000, para 8,7 em 2010, queda de 18,1%. Para os filhos de mães brancas, caiu de 18,5/1.000 para 5,3/1.000, 39,1%. Como uma melhora maior entre brancos, o abismo se aprofundou. O risco de morte de filhos de negras, que já era 1,2 vez maior, é agora 1,6 vez maior.

Através de uma nota, a Secretaria de Segurança atribuiu a melhoria nas estatísticas à política de pacificação iniciada em 2007 com as UPPs. Segundo a Secretaria, os dados de homicídios dolosos do Instituto de Segurança Pública (ISP) indicam uma queda significativa dos homicídios por 100 mil habitantes: de 39,6, em 2007, para 26,5, em 2011.

O Globo

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Prova de que quem sai aos seus não degenera


( texto do querido  Mauro Borges )

Perfil I sobre a morte do GENIAL e super querido Joelmir)


"Nunca falei com meu pai a respeito depois que o Palmeiras foi rebaixado. Sei que ele soube. Ou imaginou. Só sei que no primeiro domingo depois da queda para a Segunda pela segunda vez, seu Joelmir teve um derrame antes de ver a primeira partida depois do rebaixamento. Ele passou pela tomografia logo pela manhã. Em minutos o médico (corintianíssimo) disse que outro gigante não conseguiria se reerguer mais.

No dia do retorno à segundona dos infernos meu pai começou a ir para o céu. As chances de recuperação de uma doença autoimune já não eram boas. Ficaram quase impossíveis com o que sangrou o cérebro privilegiado. Irrigado e arejado como poucos dos muitos que o conhecem e o reconhecem. Amado e querido pelos não poucos que tiveram o privilégio de conhecê-lo.

Meu pai.

O melhor pai que um jornalista pode ser. O melhor jornalista que um filho pode ter como pai.

Preciso dizer algo mais para o melhor Babbo do mundo que virou o melhor Nonno do Universo?

Preciso. Mas não sei. Normalmente ele sabia tudo. Quando não sabia, inventava com a mesma categoria com que falava sobre o que sabia. Todo pai é assim para o filho. Mas um filho de jornalista que também é jornalista fica ainda mais órfão. Nunca vi meu pai como um super-herói. Apenas como um humano super. Só que jamais imaginei que ele pudesse ficar doente e fraco de carne. Nunca admiti que nós pudéssemos perder quem só nos fez ganhar.

Por isso sempre acreditei no meu pai e no time dele. O nosso.

Ele me ensinou tantas coisas que eu não sei. Uma que ficou é que nem todas as palavras precisam ser ditas. Devem ser apenas pensadas. Quem fala o que pensa não pensa no que fala. Quem sente o que fala nem precisa dizer.

Mas hoje eu preciso agradecer pelos meus 46 anos. Pelos 49 de amor da minha mãe. Pelos 75 dele.

Mais que tudo, pelo carinho das pessoas que o conhecem – logo gostam dele. Especialmente pelas pessoas que não o conhecem – e algumas choraram como se fosse um velho amigo.

Uma coisa aprendi com você, Babbo. Antes de ser um grande jornalista é preciso ser uma grande pessoa. Com ele aprendi que não tenho de trabalhar para ser um grande profissional. Preciso tentar ser uma grande pessoa. Como você fez as duas coisas.

Desculpem, mas não vou chorar. Choro por tudo. Por isso choro sempre pela família, Palmeiras, amores, dores, cores, canções.

Mas não vou chorar por algo mais que tudo que existe no meu mundo que são meus pais. Meus pais (que também deveriam se chamar minhas mães) sempre foram presentes. Um regalo divino. Meu pai nunca me faltou mesmo ausente de tanto que trabalhou. Ele nunca me falta por que teve a mulher maravilhosa que é dona Lucila. Segundo seu Joelmir, a segunda maior coisa da vida dele. Que a primeira sempre foi o amor que ele sentiu por ela desde 1960. Quando se conheceram na rádio 9 de julho. Onde fizeram família. Meu irmão e eu. Filhos do rádio.

Filhos de um jornalista econômico pioneiro e respeitado, de um âncora de TV reconhecido e inovador, de um mestre de comunicação brilhante e trabalhador.

Meu pai.

Eu sempre soube que jamais seria no ofício algo nem perto do que ele foi. Por que raros foram tão bons na área dele. Raríssimos foram tão bons pais como ele. Rarésimos foram tão bons maridos. Rarissíssimos foram tão boas pessoas. E não existe outra palavra inventada para falar quão raro e caro palmeirense ele foi.

(Mas sempre é bom lembrar que palmeirenses não se comparam. Não são mais. Não são menos. São Palmeiras. Basta).

Como ele um dia disse no anúncio da nova arena, em 2007, como esteve escrito no vestiário do Palmeiras no Palestra, de 2008 até a reforma: “Explicar a emoção de ser palmeirense, a um palmeirense, é totalmente desnecessário. E a quem não é palmeirense… É simplesmente impossível!”.

A ausência dele não tem nome. Mas a presença dele ilumina de um modo que eu jamais vou saber descrever. Como jamais saberei escrever o que ele é. Como todo pai de toda pessoa. Mais ainda quando é um pai que sabia em 40 segundos descrever o que era o Brasil. E quase sempre conseguia. Não vou ficar mais 40 frases tentando descrever o que pude sentir por 46 anos.

Explicar quem é Joelmir Beting é desnecessário. Explicar o que é meu pai não estar mais neste mundo é impossível.

Nonno, obrigado por amar a Nonna. Nonna, obrigado por amar o Nonno.

Os filhos desse amor jamais serão órfãos.

Como oficialmente eu soube agora, 1h15 desta quinta-feira, 29 de novembro. 32 anos e uma semana depois da morte de meu Nonno, pai da minha guerreira Lucila.

Joelmir José Beting foi encontrar o Pai da Bola Waldemar Fiume nesta quinta-feira, 0h55."

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Brasil fica em penúltimo lugar em ranking global de qualidade de educação


O Brasil ficou em penúltimo lugar em um ranking global de educação que comparou 40 países levando em conta notas de testes e qualidade de professores, dentre outros fatores.

A pesquisa foi encomendada à consultoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), pela Pearson, empresa que fabrica sistemas de aprendizado e vende seus produtos a vários países.

Em primeiro lugar está a Finlândia, seguida da Coreia do Sul e de Hong Kong.

Os 40 países foram divididos em cinco grandes grupos de acordo com os resultados. Ao lado do Brasil, mais seis nações foram incluídas na lista dos piores sistemas de educação do mundo: Turquia, Argentina, Colômbia, Tailândia, México e Indonésia, país do sudeste asiático que figura na última posição.

Os resultados foram compilados a partir de notas de testes efetuados por estudantes desses países entre 2006 e 2010. Além disso, critérios como a quantidade de alunos que ingressam na universidade também foram empregados.

Para Michael Barber, consultor-chefe da Pearson, as nações que figuram no topo da lista valorizam seus professores e colocam em prática uma cultura de boa educação.

Ele diz que no passado muitos países temiam os rankings internacionais de comparação e que alguns líderes se preocupavam mais com o impacto negativo das pesquisas na mídia, deixando de lado a oportunidade de introduzir novas políticas a partir dos resultados.

Dez anos atrás, no entanto, quando pesquisas do tipo começaram a ser divulgadas sistematicamente, esta cultura mudou, avalia Barber.

"A Alemanha, por exemplo, se viu muito mais abaixo nos primeiros rankings Pisa [sistema de avaliação europeu] do que esperava. O resultado foi um profundo debate nacional sobre o sistema educacional, sérias análises das falhas e aí políticas novas em resposta aos desafios que foram identificados. Uma década depois, o progresso da Alemanha rumo ao topo dos rankings é visível para todos".

No ranking da EIU-Person, por exemplo, os alemães figuram em 15º lugar. Em comparação, a Grã-Bretanha fica em 6º, seguida da Holanda, Nova Zelândia, Suíça, Canadá, Irlanda, Dinamarca, Austrália e Polônia.

Cultura e impactos econômicosTidas como "super potências" da educação, a Finlândia e a Coreia do Sul dominam o ranking, e na sequência figura uma lista de destaques asiáticos, como Hong Kong, Japão e Cingapura.

Alemanha, Estados Unidso e França estão em grupo intermediário, e Brasil, México e Indonésia integram os mais baixos.

O ranking é baseado em testes efetuados em áreas como matemática, ciências e habilidades linguísticas a cada três ou quatro anos, e por isso apresentam um cenário com um atraso estatístico frente à realidade atual.

Mas o objetivo é fornecer uma visão multidimensional do desempenho escolar nessas nações, e criar um banco de dados que a Pearson chama de "Curva do Aprendizado".

Ao analisar os sistemas educacionais bem-sucedidos, o estudo concluiu que investimentos são importantes, mas não tanto quanto manter uma verdadeira "cultura" nacional de aprendizado, que valoriza professores, escolas e a educação como um todo.

Daí o alto desempenho das nações asiáticas no ranking.

Nesses países o estudo tem um distinto grau de importância na sociedade e as expectativas que os pais têm dos filhos são muito altas.

Comparando a Finlândia e a Coreia do Sul, por exemplo, vê-se enormes diferenças entre os dois países, mas um "valor moral" concedido à educação muito parecido.

O relatório destaca ainda a importância de empregar professores de alta qualidade, a necessidade de encontrar maneiras de recrutá-los e o pagamento de bons salários.

Há ainda menções às consequências econômicas diretas dos sistemas educacionais de alto e baixo desempenho, sobretudo em uma economia globalizada baseada em habilidades profissionais

1.Finlândia
2.Coreia do Sul
3.Hong Kong
4.Japão
5.Cingapura
6.Grã-Bretanha
7.Holanda
8.Nova Zelândia
9.Suíça
10.Canadá
11.Irlanda
12.Dinamarca
13.Austrália
14.Polônia
15.Alemanha
16.Bélgica
17.Estados Unidos
18.Hungria
19.Eslováquia
20.Rússia
21.Suécia
22.República Tcheca
23.Áustria
24.Itália
25.França
26.Noruega
27.Portugal
28.Espanha
29.Israel
30.Bulgária
31.Grécia
32.Romênia
33.Chile
34.Turquia
35.Argentina
36.Colômbia
37.Tailândia
38.México
39.Brasil
40.Indonésia

BBC Brasil

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Imagens mostram redução da área desmatada na Amazônia em outubro


Desmate na região foi de 277 km² no mês passado, de acordo com dados do Inpe

Agência Brasil
BRASÍLIA - Um dia depois de divulgar a menor taxa anual de desmatamento na Amazônia dos últimos 14 anos, o governo antecipou nesta quarta-feira, 28, que a derrubada ilegal de árvores na região, no mês de outubro, ocorreu em 277 km². As imagens captadas pelos satélites do Sistema de Monitoramento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam a redução de quase 100 km² de território devastado por infratores ambientais. No mesmo mês de 2011, o crime ambiental atingiu uma área de 386 km².

A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afastou os rumores de que o governo brasileiro esteja escondendo o dado no período em que ocorre a Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas, (a COP 18) em Doha, no Catar.

"Não estamos escondendo os dados, estamos aperfeiçoando as informações sobre o que é corte raso e o que é degradação na Amazônia", disse. Em agosto deste ano, por exemplo, dos mais de 500 km² desmatados na região, 60% tiveram relação com queimadas. "O Brasil foi aplaudido em Doha, pela taxa histórica de desmatamento [4,6 mil km², a menor área devastada desde o início do monitoramento iniciado em 1988]", destacou a ministra, ao citar os dados referentes ao período de agosto de 2011 a julho deste ano.

Izabella Teixeira reconheceu que os resultados das operações de combate e controle do crime ambiental não significam menos trabalho para os fiscais. "Não estou dizendo que o desmatamento está sob controle. Toda vez que [o desmatamento ilegal] diminui, vou ter mais dificuldades", disse, destacando as novas técnicas usadas pelos criminosos, como camuflagem de tratores usados para a derrubada de árvores nas florestas.

Ao divulgar as informações, durante a reunião do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), em Brasília, a ministra cobrou que os estados publiquem decretos proibindo claramente algumas práticas nas florestas, como a do "correntão", em que dois tratores ligados por uma corrente passam derrubando ilegalmente árvores de uma determinada área.

Segundo ela, os fiscais ambientais têm enfrentado dificuldades "na ponta". "Em períodos de chuva, como agora, estamos vendo novas áreas, que não são áreas tradicionais, sendo alvos de desmatamento", destacou. Com a cobertura de nuvens, o trabalho de fiscalização, que deveria se antecipar ao crime, tem sido prejudicado.

"Ano que vem teremos uma nova família de satélites que vai nos permitir enxergar melhor. Não estamos escondendo dados. Tenho certeza que o Brasil vai acabar com o desmatamento ilegal na Amazônia", completou a ministra.

Durante a reunião, 11 estados brasileiros assinaram o acordo de adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR). O sistema vai identificar e mapear as propriedades rurais existentes no país e será usado como base para a recuperação de áreas devastadas pela agricultura.

Estadão

Divisão de Homicídios confirma investigação de suspeito "misterioso" na morte de Eliza


José Lauriano de Assis, o Zezé, é ex-policial e pode ter participado diretamente do crime

Um personagem misterioso do caso Eliza Samudio volta aos holofotes com a condenação de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, e de Fernanda Gomes de Castro. José Lauriano de Assis, o Zezé, investigador aposentado da Polícia Civil de Minas Gerais, voltou a ser investigado por suposta participação no sumiço e na morte da ex-amante do goleiro Bruno Fernandes. A informação foi confirmada pelo chefe do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), delegado Wagner Pinto, nesta terça-feira (27) ao R7 MG. A ação é independente do Ministério Público, que vai oferecer denúncia contra o ex-policial.

— O inquérito ainda não foi instaurado, mas passamos a estudar a participação dele no crime.

Questionado sobre os motivos que levaram a polícia a voltar a focar no ex-policial, Wagner Pinto foi evasivo.

— Não podemos adiantar qual linha de investigação foi adotada.

O promotor Henry Wagner Vasconcelos confirmou, após a condenação da dupla, que vai denunciar o policial aposentado. Ele acredita que Zezé saiba onde Bola "despejou os vestígios de Eliza".

— Zezé sofrerá certamente repercussões penais pelos seus atos. Prefiro formalizar a denúncia ao poder judiciário primeiro para, então, trazer a público a participação.

Zezé, que se aposentou em 14 de abril deste ano, pode ser o elo entre o sumiço e a morte de Eliza. Segundo a Polícia Civil, ele estava lotado na 4ª Delegacia de Venda Nova, de licença médica, antes de se aposentar.

Conforme a confissão de Macarrão, a ex-modelo foi deixada em uma rua escura na região da Pampulha, em BH. Um homem desceu de um Fiat Palio de cor preta e retirou Eliza do veículo — para o MP, este algoz pode ser o policial aposentado. Ela teria sido torturada e morta horas depois pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. O apoio de Zezé a Bola chegou a ser levantado pela polícia, mas descartado por falta de provas. O delegado Edson Moreira ouviu Zezé em 2010 e, mesmo afastado do caso, defende nova investigação.

— Ele prestou depoimento duas vezes e foi citado no relatório por ter apresentado o Bola para o Macarrão. Tem que investigar mais a fundo essa participação e a presença do veículo.

Ligações telefônicas

Quando surgiu a notícia de que uma mulher envolvida com Bruno havia morrido, a ex-mulher do jogador, Dayanne Rodrigues foi orientada por José Lauriano a comparecer à delegacia de Homicídios em Contagem. Com a quebra do sigilo telefônico dos suspeitos, ficou comprovado que Zezé trocou 37 telefonemas com Macarrão na semana em que Eliza foi sequestrada. Outras 12 chamadas foram feitas para Elenílson Vitor, caseiro do sítio, e outras quatro para Bola.

Medo dos policiais?

O silêncio dos envolvidos no caso sobre Bola e Zezé é marcante. Ao denunciar Bruno, Macarrão evitou qualquer menção aos dois. Confrontado pelo promotor Henry Wagner Vasconcelos sobre ligações telefônicas com Bola, o ex-funcionário de Bruno relacionou as chamadas a pedidos de Marcos Aparecido para que o filho conseguisse vaga em um time de futebol, mas destacou que “nem sabia o nome dele”.

José Lauriano, por sua vez, atribuiu os telefonemas a um grupo musical. Bruno Fernandes financiaria um grupo de pagode, e Zezé seria o contato com os músicos. A mãe de Eliza, Sônia de Fátima Moura, também o evita. “Não tenho nada a falar sobre o Bola”.

Um policial que participou das investigações nega que os envolvidos temam Zezé.

— Quem tem fama de matador é o Bola; é quem todo mundo teme. O Zezé é considerado um cara tranquilo.

R7

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Dia Nacional de Combate ao Câncer é lembrado neste 27 de novembro


A data foi criada em 1988 pelo Ministério da Saúde com o objetivo de conscientizar a população sobre a doença, o tratamento e, principalmente, sobre a prevenção contra a doença

O câncer representa a segunda causa de morte no Brasil, perdendo apenas para as mortes por Acidente Vascular Cerebral (AVC). Neste ano, o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) aponta para o surgimento, no Brasil, de cerca de 52.680 casos de câncer da mama, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Em relação ao câncer da próstata, são estimados 60.180 novos casos entre brasileiros em 2012. Esses são os tipos de câncer que mais atingem as mulheres e os homens, respectivamente.

Para mudar esse cenário, o País tem investindo em ações e programas na luta contra a doença. Uma delas é o programa de Mamografia Móvel, que visa ampliar ainda mais a assistência de prevenção e diagnóstico do câncer de mama no País. Os mamógrafos móveis conseguem alcançar mulheres de regiões mais carentes, por meio de unidades terrestres e fluviais, como por exemplo, carretas e barcos.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destaca os avanços obtidos com o programa. “O principal dado que nós podemos mostrar é que o esforço do Ministério da Saúde buscando a cooperação com os estados e municípios, gerou um aumento de 41% no número de mamografias realizadas pelas mulheres brasileiras na faixa etária recomendada no primeiro semestre deste ano comparado com o primeiro semestre do ano passado. Nós estamos garantindo um avanço importante, mas nós precisamos avançar muito para reduzir a brutal desigualdade que existe ainda no acesso ao diagnóstico e ao tratamento do câncer no Brasil”, diz.

Complementando as ações de combate ao câncer, a presidenta Dilma Rousseff sancionou na última sexta-feira (23) a a Lei 12.732 que fixa o prazo de até 60 dias para o tratamento de câncer maligno pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O prazo vale a partir do diagnóstico da doença.

O projeto foi aprovado em outubro deste ano pelo Senado e tem o apoio do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para o diretor-geral do órgão, Luiz Antônio Santini, a iniciativa vai melhorar a eficácia da prestação de serviços no tratamento da doença. Entretanto, segundo o Ministério da Saúde, os estados deverão elaborar planos regionais para atender melhor a população.

De acordo com a publicação, o prazo de 60 dias será considerado cumprido quando o tratamento for efetivamente iniciado, seja por meio de cirurgia, radioterapia ou quimioterapia. Em casos mais graves, o prazo poderá ser inferior ao estabelecido.

A doença

Câncer é o nome dado a um conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos. Dividindo-se rapidamente, estas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores malignos, que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. As causas de câncer são variadas, podendo ser externas ou internas ao organismo, estando inter-relacionadas.

As causas externas referem-se ao meio ambiente e aos hábitos ou costumes próprios de uma sociedade. As causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade do organismo de se defender das agressões externas.

Os tumores podem ter início em diferentes tipos de células. Quando começam em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, são denominados carcinomas. Se o ponto de partida são os tecidos conjuntivos, como osso, músculo ou cartilagem, são chamados sarcomas.

Tratamento

Existem várias modalidades de tratamentos que podem ser feitos para combater o câncer. A principal é a cirurgia, que pode ser empregada em conjunto com radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. O médico vai escolher o tratamento mais adequado de acordo com a localização, o tipo do câncer e a extensão da doença. Todas as modalidades de tratamento são oferecidas pelo SUS.

Prevenção

A prevenção do câncer nem sempre é possível, mas há fatores de risco que estão na origem de diferentes tipos de tumor. O principal é o tabagismo. O consumo de bebidas alcoólicas e de gorduras de origem animal, dieta pobre em fibras, vida sedentária e obesidade também devem ser evitados para prevenir os tumores malignos. São raros os casos de câncer que se devem apenas a fatores hereditários.

Portal Brasil

Juiz determina retorno de crianças após adoções irregulares na Bahia


Roberto Cappio decidiu que 5 filhos de casal baiano retornem para casa.
Segundo o juiz, processo de adoção ocorreu com muitas irregularidades.


O juiz Luiz Roberto Cappio, de Monte Santo (BA), determinou nesta terça-feira (27) que as cinco crianças baianas que foram entregues para adoção a famílias paulistas voltem a viver com os pais biológicos.

Segundo o juiz, o processo de adoção das crianças ocorreu em meio a diversas irregularidades. O caso foi denunciado no programa Fantástico no mês de outubro.

O juiz Roberto Cappio determinou que as crianças sejam retiradas das famílias adotivas e sejam levadas para um espaço de acolhimento provisório, onde recebam acompanhamento de psicólogos para que possam se readaptar ao convívio com os pais biológicos, que também irão para esse espaço.

A readaptação do convívio deve durar, no mínimo, 15 dias, conforme a determinação. Depois, as crianças retornam para a cidade de Monte Santo, no sertão baiano, de onde foram levadas.

O casal Silvânia e Gerôncio, pais das crianças, contaram que elas foram retiradas de casa em junho de 2011, pela polícia, após ordem do juiz Vítor Manoel Xavier Bizerra, que na época atuava em Monte Santo. Dos cinco filhos do casal, dois mais velhos foram levados para Campinas. Os outros foram para Indaiatuba, cidade vizinha.

Incêndio
A casa em que dormia o pai das cinco crianças adotadas ilegalmente na cidade de Monte Santo foi incendiada na quarta-feira (21). A polícia investiga se a causa das chamas foi criminosa.

“Segundo informações, foi na casa de um primo do pai, em que ele pernoitava na maioria dos dias da semana. Precisa [a polícia] saber se o incêndio foi criminoso ou não. Pode ter havido represália em razão das instituições públicas estarem prestando apoio a ele e a família dele, e isso vai de encontro a muitos interesses contrários locais. Mas, também pode não ser nada. Pode ter sido um acidente", explicou o magistrado Roberto Cappio.

De acordo com o delegado de Monte Santo, Elysio Ramos, que apura o caso, ninguém estava na casa no momento do incêndio.

Revogação da guarda
O Ministério Público do Estado da Bahia protocolou, na segunda-feira (19), um requerimento solicitando a revogação das guardas provisórias das cinco crianças adotadas ilegalmente. De acordo com o documento, que foi direcionado ao juiz pelo promotor de Justiça Luciano Taques Ghignone, a solicitação é que seja promovida a aproximação prévia das crianças com a mãe biológica em um ambiente apropriado na cidade de Poá, interior de São Paulo. O local escolhido é uma sugestão da Secretaria Nacional de Direitos Humanos.

Pensado conjuntamente pelo Ministério Público e pelo Juíz de Direito, foi entendido que o retorno imediato sem acompanhamento das crianças não é recomendável para não afetar o estado psicológico das crianças. Elas deverão passar por um estágio de readaptação com a mãe, sob supervisão de profissionais da área da infância e juventude, de modo a evitar qualquer impacto psicológico.

CPI do Tráfico de Pessoas
O juiz Vitor Bizerra, suspeito de entregar para a adoção cinco filhos de um casal de Monte Santo, disse na CPI do tráfico de pessoas que sua decisão foi baseada em relatórios do Conselho Tutelar e do Ministério Público.

“Conselho Tutelar encampou uma coisa que já partiu dos vizinhos. A comunidade monte-santense já sabia disso. Seu Gerôncio é alcoólatra e a genitora também fazia uso de bebidas alcoólicas. Segundo ouvi dizer, também se prostituía, fazendo ponto na boate”, afirmou Bizerra aos parlamentares, em Brasília. O Conselho Tutelar declarou que nunca indicou ou sugeriu a entrega dos filhos de Silvânia e Gerôncio para adoção. Moradores de Monte Santo contaram que as crianças eram bem tratadas e negaram as acusações de prostituição à mãe.

Na CPI, Bizerra afirmou ao deputado Severino Ninho (PSB/PE) que nunca se opôs a dar entrevistas sobre o assunto. “Eu estou resolvendo algumas coisas, não estou disponível pra conversar agora”. Na CPI, o juiz afirmou que estaria sendo injustamente acusado. “Por que a figura que é exposta é a do juiz? Por que a do juiz e não a outra pessoa que é colocada como investigada?”, perguntou Bizerra aos deputados responsáveis pelo inquérito.

“Eu não tenho dúvida de que há uma organização criminosa por trás disso. Já pedimos inclusive a prisão preventiva coercitiva dessa Carmen ao juiz”, declarou o deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA).

A “outra pessoa” é Carmen Topschall, que aparece como intermediária em todos os processos suspeitos de adoção na região de Monte Santo. Ela foi ouvida na CPI no dia 13 de novembro. Ela chegou à CPI acompanhada de dois advogados e com um habeas corpus do Supremo Tribunal Federal e, por isso, se recusou a responder a maioria das perguntas.

G1

domingo, 25 de novembro de 2012

Impunidade desafia combate à violência contra mulher no Brasil


Seis anos após a promulgação da Lei Maria da Penha, o Brasil tem demonstrado esforços no combate à violência contra a mulher, e o número de denúncias vem aumentando, mas a maioria ainda esbarra em um velho obstáculo que beneficia os agressores: a impunidade.

Violência contra mulher está em todas classes', diz Maria da Penha

A legislação que foi sancionada em 2006 é considerada modelo internacionalmente e leva o nome da ativista cearense que ficou paraplégica após ser baleada pelo marido, que a espancou por mais de dez anos.

O serviço Ligue 180, criado na mesma época da promulgação da lei, recebeu quase 3 milhões de ligações nos últimos seis anos, sendo 330 mil denúncias de violência, algo interpretado por especialistas como um sinal de que cada vez mais mulheres vêm utilizando este canal em busca por justiça.

Mas analistas avaliam que, na prática, o que impede o avanço do país rumo à eliminação da violência contra a mulher é o Judiciário, que ainda processa os casos com muita lentidão. Além disso, muitos juízes ainda tratam a questão com preconceito e machismo, primando por tentativas de conciliação mesmo diante das evidências de abusos, dizem pesquisadores da área.

Também há indícios de uma morosidade do governo nas esferas municipal, estadual e federal em agilizar a estruturação da rede de atendimento à mulher prevista pela lei.

MAIS VIOLÊNCIA

Enquanto isso, estatísticas recentes mostram uma tendência de aumento da violência.

Segundo um levantamento do Instituto Sangari, baseado em dados obtidos de certidões de óbito e da Organização Mundial de Saúde (OMS, ligada à ONU), o Brasil acumulou mais de 90 mil mortes de mulheres vítimas de agressão nos últimos 30 anos.

Em 1980 eram 1.353 assassinatos deste tipo por ano, e em 2010 a crifra saltou para 4.297. Além disso, o Brasil fica em 7º lugar no ranking dos países com mais mortes de mulheres vítimas de agressão.

Algo que Eleonora Menicucci, ministra chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), órgão do governo federal, classifica como "lamentável".

"É realmente lamentável que o Brasil ainda esteja na 7ª posição neste ranking. Eu gostaria que a gente nem aparecesse, mas creio que todas as nossas políticas públicas impactam este cenário e que estamos no caminho certo", disse em entrevista à BBC Brasil.

Taxas de homicídios femininos(em 100 mil mulheres), em 2010

1.
Espírito Santo
9,4

2.
Alagoas
8,3

3.
Paraná
6,3

4.
Paraíba
6,0

5.
Mato Grosso do Sul
6,0

6.
Pará
6,0

7.
Distrito Federal
5,8

8.
Bahia
5,6

9.
Mato Grosso
5,5

10.

Pernambuco
5,4

11.
Tocantins
5,1

12.
Goiás
5,1

13.
Roraima
5,0

14.
Rondônia
4,8

15.
Amapá
4,8

16.
Acre
4,7

17.
Sergipe
4,2

18.
Rio Grande do Sul
4,1

19.
Minas Gerais
3,9

20.
Rio Grande do Norte
3,8

21.
Ceará
3,7

22.
Amazonas
3,7

23.
Santa Catarina
3,6

24.
Maranhão
3,4

25.
Rio de Janeiro
3,2

26.
São Paulo
3,1

27.
Piauí
2,6

Fonte: Instituto Sangari

IMPUNIDADE

Para Wania Pasinato, socióloga e pesquisadora do Núcleo de Estudos da Violência da USP, as estatísticas soam como um alerta de que a lei não está sendo aplicada como deveria e que o país falha em não reduzir mais o sofrimento e as mortes de milhares de brasileiras.

"A gente diz o tempo todo para essas mulheres denunciarem a violência, mas nada é feito. O Estado não reage à essa denúncia, ou se reage, fica apenas no papel. Essa ineficiência cria um cenário de impunidade muito perverso", diz.

Já a ministra Eleonora Menicucci argumenta que na visão do governo federal o combate à impunidade é importante e configura a segunda etapa do esforço para conter a violência.

Mas ela admite que é "ponto pacífico" que existe uma "morosidade enorme nos processos".

Na metade deste ano a SPM lançou a campanha "Compromisso e Atitude no Enfrentamento à Impunidade e à Violência contra às Mulheres", focando no Ministério Público e Conselho Nacional de Justiça.

"Temos duas frentes: mudar a mentalidade da sociedade e do Judiciário. São os juízes que vão dar velocidade aos processos e audiências", explica, acrescentando que "o Brasil é um país muito grande, as culturas e os procedimentos são muito diferentes".

Ela destaca, no entanto, que entre julho de 2010 e dezembro de 2011 em todo o país foram realizadas 26.410 prisões de agressores, 4.146 detenções preventivas e que mais de 685.905 processos de agressão contra mulheres estão tramitando em cortes brasileiras.

O Observatório Lei Maria da Penha, ligado à Universidade Federal da Bahia (UFBA), que monitora a aplicação da lei em todo o Brasil, diz que ainda há muito machismo e preconceito entre delegados e juízes, que tendem a classificar a violência contra a mulher como um assunto de foro íntimo, relegado a um segundo plano diante de outras questões.

"Há casos de mulheres que denunciam o agressor e esperam mais de seis meses por uma audiência, e o juíz ainda tende a ignorar a gravidade da denúncia e primar pela conciliação e a retirada da queixa. Sobretudo no Nordeste, vemos até o assédio de policiais contra as mulheres no momento da denúncia, quando elas estão fragilizadas", diz Márcia Tavares, uma das pesquisadoras do grupo.

Wania Pasinato acredita que o Judiciário brasileiro simplesmente não está preparado para aplicar uma legislação de proteção à mulher.

"Eles veem apenas a dimensão criminal. O posicionamento de juízes e da segurança pública precisa ser modernizado. É necessário haver mais esforço, o que não está acontecendo. Muitos magistrados desconhecem totalmente a lei".

ESTRUTURA

Um dos aspectos mais elogiados da lei Maria da Penha é o fato de que a legislação vê a violência contra a mulher não só como um problema criminal mas também social.

E para agir com mais eficiência rumo à uma transformação real da cultura de dominação machista e agressão, o texto da lei prevê a criação de uma rede de atendimento composta por diversas esferas, entre elas juizados especiais e abrigos onde as mulheres podem ficar seguras após fazer denúncias.

Mas até mesmo a SPM reconhece que essa estrutura ainda está muito aquém do necessário.

"É realmente verdade, infelizmente. A rede de proteção e as delegacias especiais são estaduais, já as casas-abrigo são municipais. Estamos propondo que os juizados sejam regionais, para melhorar essa estrutura", diz a ministra Eleonora Menicucci.

Ela explica que a SPM repassa recursos federais aos Estados a cada quatro anos, quando ocorre um acordo mediante a apresentação de projetos. No ciclo atual, apenas três Estados já renovaram suas verbas (Distrito Federal, Paraíba e Pará), recebendo um total de R$ 29,9 milhões. Os outros estão pendentes.

A pesquisadora da USP Wania Pasinato diz que os investimentos para que a rede seja de fato ampliada e que "a maioria das tentativas têm fracassado".

"Fica difícil transformar esse direito formal em um atendimento concreto sem essas estruturas previstas pela lei".

Para a socióloga, o alto número de assassinatos de mulheres no país é um alerta de que a lei, de fato, não está sendo aplicada como deveria, e que a sociedade brasileira ainda precisa avançar para aceitar o fato de que "bater em mulher" é crime.

"Passamos por muitas transformações e o papel da mulher foi alterado de forma muito radical no país. Temos uma presidente mulher, algo muito simbólico. São mudanças que a nossa cultura machista ainda não conseguiu absorver e que ameaçam os homens com a mentalidade dominadora".

Folha Online

Promotor Henry Wagner Vasconcelos não dá chance para a defesa no caso Eliza


Minas Gerais - Iluminado pelo santo da Justiça, o promotor Henry Wagner Vasconcelos foi a peça fundamental na condenação de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, e Fernanda Gomes de Castro, na morte de Eliza Samudio, na noite de sexta-feira. Espírita, deixou que imagem de São Miguel Arcanjo dividisse a mesa do plenário durante todo o júri com as mais de 16 mil páginas do processo sobre o crime.

A proteção do guardião irradiou sobre ele, fazendo com que sua atuação conquistasse os jurados e o transformasse no grande homem responsável pela punição dos réus. "Macarrão foi o feitor. Bruno não iria sujar suas mãos. Com todo respeito, não há escapatória para ele. Não pode pegar menos 20 anos de prisão", confia o promotor.

A fé no que ainda está por vir, vem da certeza sobre as provas do processo. Há apenas quatro meses no caso, mas com a segurança de quem conhece cada detalhe dos autos, sacou a peça que comoveu e convenceu os jurados: o álbum de fotos do bebê Bruninho, queimado pelos réus numa tentativa de apagar os vestígios do crime.

O promotor ainda deu ao júri uma apresentação clara e objetiva de peças complicadas - como os extratos contas telefônicas e a intensa comunicação entre os acusados -, facilitando o entendimento de todos e colocando em xeque a versão dos envolvidos.

As artimanhas dos advogados, que desde o início tentaram anular e tumultuar o julgamento, não foram suficientes para derrubar a atuação de Henry. Em cada um dos pesados confrontos, o promotor conseguiu dar um nó nos argumentos da defesa e contra-atacou as manobras sem perder a classe.

Porta-voz dos abalados pelas pontuações firmes do promotor, a advogada de Fernanda, Carla Silene, usou braçadeira com a palavra 'Respeito' e anunciou que vai reagir com representação na Corregedoria do Ministério Público.

Mas nada que abale a tranquilidade de Henry. Depois de mais de 12 horas diárias de trabalho, ele não conseguia dormir sem antes satisfazer a curiosidade de sua mulher sobre os detalhes do julgamento.

O Dia Online

Ex-goleiro Bruno é chamado a depor sobre outro crime


São Paulo - O ex-goleiro Bruno Fernandes de Souza teve de prestar depoimento nesta terça-feira sobre o assassinato da babá Graziele Beatriz Leal de Souza, ocorrido em janeiro de 2011, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde o ex-atleta tem um sítio.Daqui a 13 dias, Bruno vai a júri pela participação no desaparecimento e suposta morte da modelo Eliza Samudio em junho de 2010.
Bruno teve seu nome ligado ao homicídio de Graziele por um dos três suspeitos presos. Segundo o que esse preso teria dito à polícia, o crime teria sido encomendado por Bruno e que a mulher seria babá de um dos seus filhos. Após o depoimento desta terça-feira, no qual o jogador negou conhecer a vítima, o delegado Márcio Rocha disse que, "a princípio", não há indícios de participação de Bruno no crime.

Rocha afirmou que será preciso confirmar alguns pontos e por isso vai ouvir a ex-mulher do jogador, Dayanne dos Santos. Ele não descarta uma acareação entre os dois, mas considera que, inicialmente, isso não será necessário. O depoimento durou cerca de duas horas e meia.

Graziele Beatriz Leal de Souza foi assassinada na porta de sua casa, no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, em janeiro de 2011. Além da hipótese de que o crime teria sido encomendado por Bruno, a polícia tem como linha de investigação que a babá pode ter sido morta por engano ao ser confundida por sua irmã, Geila Leal, que tem ligações com o tráfico.

Julgamento

No segundo dia do julgamento do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado de matar um carcereiro em maio de 2000, o clima ficou tenso durante o interrogatório da última testemunha, o delegado Edson Moreira, pelo advogado de defesa Ércio Quaresma, ex-defensor de Bruno e antigo desafeto de Moreira.

Por duas horas, a defesa de Bola tentou desqualificar o delegado, que por sua vez informou ao júri que processa Quaresma por calúnia e difamação por ter sido acusado anteriormente pelo defensor de corrupção. Em seu depoimento, Edson Moreira chegou a ser questionado por Quaresma se considera Bola um serial killer, e respondeu que, para ele, trata-se de "um matador experiente e especializado".

O ex-policial é suspeito de ser o executor de Eliza Samudio e foi reconhecido pela irmã do carcereiro morto nos jornais, durante as investigações sobre o desaparecimento da modelo. A decisão do júri estava prevista para sair ainda na noite desta terça-feira.

Folha Vitória
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