sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Tipos de cortes em executivo da Yoki indicam que Elize teve ajuda em esquartejamento


O representante do Ministério Público enfatiza que, até o momento da morte do empresário, não há dúvidas de que Elize agiu sozinha. Ele ainda cogita a possibilidade de a bacharel em direito e ex-garota de programa ter recebido ajuda na hora de encaminhar e-mails para familiares de Marcos.

— Vários e-mails foram encaminhados no sentido de tentar despistar a autoria ou mostrar que ele [Marcos] poderia ter sido sequestrado ou desaparecido.

Cosenzo explica que, mesmo se o perito confirmar que Elize teve ajuda na hora de esquartejar o marido, somente a acusada responderá pelo crime, caso não seja identificado o segundo suspeito.

Degolado vivo

Ainda conforme o laudo, Marcos estava vivo quando foi degolado e teve os braços cortados. De acordo com o documento, as “secções na região cervical e raízes dos membros superiores” apresentavam “reação vital”. Já as “secções em região abdominal e joelhos direito e esquerdo” não indicaram “sinais vitais”.

O laudo necroscópico provocou uma reviravolta no caso, porque colocou em xeque a versão apresentada por Elize durante interrogatório. À polícia, ela contou que, após atirar em Marcos, deixou o corpo dele por dez horas no quarto de hóspedes, antes de começar a cortá-lo, o que segundo a mulher, só aconteceu depois da morte do marido. Segundo a perícia, a afirmação não era verdadeira, porque Marcos chegou a aspirar o sangue em decorrência da decapitação.

Elize está presa desde 5 de junho. Ela foi denunciada pela Promotoria por homicídio doloso (quando há a intenção de matar) triplamente qualificado — motivo torpe, forma cruel e sem chance de defesa à vítima. A mulher responderá ainda por ocultação de cadáver.

R7

Criança de nove anos é encontrada acorrentada


O garoto não tinha comida, água ou banheiro ao seu alcance...

Uma criança de nove anos foi encontrada pela Polícia Militar acorrentada em casa, ontem (23), em um bairro de Santo Antônio da Platina, na região Norte do Paraná. O menino estava sozinho e a corrente, com cerca de 2 metros, com cadeados, prendia a criança à sua cama.

O garoto não tinha comida, água ou banheiro ao seu alcance, e segundo apurou-se os pais o deixavam assim quando saiam para trabalhar. A mãe trabalha no comércio e o padrasto é mecânico. Os policiais chegaram até a casa depois de denúncias anônimas. Eles usaram uma serra para romper a corrente e libertar o menino.

O garoto foi encaminhado ao Conselho Tutelar da cidade, onde foi atendido. Os pais da criança foram identificados e encaminhados à delegacia. Em depoimento à polícia, o padrasto e a mãe do menino disseram que tomaram a decisão de acorrentar a criança porque, apesar da idade, a criança estaria envolvida com o consumo e o tráfico de drogas na região onde vivem. Segundo o casal, esta foi a primeira vez que a criança ficou acorrentada. O casal tem ainda outros três filhos, mas que não estavam na casa no momento em que a polícia chegou.

O Conselho Tutelar de Santo Antônio da Platina disse que o menino sofre de problemas psicológicos e já teve dezenas de passagens pelo órgão. O garoto chegou a morar em um abrigo, porque a mãe não tinha condições de cuidá-lo.

O casal foi liberado pela Polícia Civil depois de assinar um termo circunstanciado. Apesar do ato, a criança voltou com os pais para casa.

CGN

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Ministra diz que judiciário não está preparado para tratar a violência contra menores

Brasília - A Corregedora do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Eliana Calmon, afirmou hoje (22) que o Poder Judiciário não está preparado para tratar dos "gravíssimos problemas ligados aos menores, como a pedofilia, que está se alastrando, destruindo a alma das crianças". Ela disse que o Brasil tem evoluído nas políticas públicas de proteção à criança e ao adolescente, desde 1988, com a promulgação da Constituição Federal.

“As políticas estão traçadas, falta fiscalizar e intensificar o trabalho integrado com as parcerias que vêm da sociedade para melhorar o quadro da exploração infantil na área do trabalho", disse.

Eliana Calmon participou hoje (22), da abertura do Seminário Nacional para a Erradicação do Trabalho Infantil, promovido pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Segundo a ministra, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está empenhado para que o Poder Judiciário funcione melhor. "Não podemos imaginar a força que a sociedade e o Judiciário têm para mudar a realidade brasileira e fazer um Brasil melhor".

O CNMP lançou o Manual de Implementação do Programa Adolescente Aprendiz, que prevê a contratação por até dois anos, de aprendizes entre 14 e 18 anos de idade.

Eles poderão ganhar a partir de um salário mínimo, conforme as horas trabalhadas, direito a férias, sempre no período escolar e terão depósito (2% sobre os vencimentos) no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

A formação profissional será promovida pelos Serviços Nacionais de Aprendizagem ou por entidades sem fins lucrativos ligadas à assistência ao adolescente e à sua formação, inscritas no Cadastro Nacional de Aprendizagem do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).

Fonte: Agência Brasil

promenino

Dentista brasileira e filhos morrem em explosão em Portugal


Segundo polícia, ela se trancou no quarto com o filho, espalhou gasolina e ateou fogo


RIO - Uma brasileira e dois filhos adolescentes foram encontrados mortos dentro de casa, na cidade de Faro, em Portugal. Os corpos da dentista Luciana Garcia e dos filhos, de 11 e 13 anos, foram localizados parcialmente carbonizados. Ao site G1, o diretor da área sul da Polícia Judiciária, Luís Mota Carmo, contou que a dentista se trancou no cômodo com os filhos, espalhou combustível e ateou fogo.

- O que vimos foi que a mulher se trancou dentro de um quarto, ela e os filhos. Tinha um combustível com ela, que presumo ser gasolina. Ela espalhou pelos móveis do quarto e pela cama e depois ateou fogo - disse Carmo ao G1.

Segundo a polícia, Luciana possuía um histórico de depressão. Há informações que vizinhos disseram ter escutado pedidos de socorro. A explosão, de acordo com a polícia, ocorreu no quarto onde todos costumavam dormir. O incêndio destruiu parcialmente a casa. Luciana Garcia e o marido nasceram no Brasil, os filhos, em Portugal, e tinham dupla nacionalidade.

Faro é a capital da região de Algarve, no Sul de Portugal. É uma cidade histórica e que atrai turistas, principalmente durante o verão, devido às altas temperaturas. A família de Luciana Garcia mantinha um casa para veraneio na área.

O Globo

Delegado afirma que primo do goleiro Bruno foi executado


Elementos da cena do crime mostram que a vítima foi perseguida pelo assassino
Sérgio Rosa Sales, de 25 anos, primo do goleiro Bruno Fernandes, foi executado, segundo o delegado Breno Pardini, responsável pelo caso. Sales foi assassinado a tiros na manhã desta quarta-feira (22) no bairro Minaslândia, região norte de Belo Horizonte.

Segundo o delegado, alguns elementos do crime mostram que ele foi perseguido antes de ser morto e chegou a perder o chinelo durante a tentativa de fuga do assassino. Rastros de sangue pela rua deixam claro que ele foi atingido antes mesmo de chegar ao local onde foi executado. Sales foi atingido na mão, no braço, no peito e na cabeça.

Pardini afirmou que a perícia vai trazer mais detalhes do crime, assim que concluída. Ele explicou que ainda não é possível saber se a vítima estava sendo vigiada ou se foi tomada de surpresa pelo assassino. Testemunhas e pessoas da vizinhança serão ouvidas para que seja possível compreender as condições da execução.

R7

Pesquisadores identificam nova doença semelhante à Aids

Enfermidade que atinge sistema imunológico é mais comum em adultos da Ásia

WASHINGTON - Pesquisadores identificaram uma nova doença misteriosa que tem causado sintomas semelhantes aos da Aids em dezenas de pessoas na Ásia e em algumas nos Estados Unidos, mesmo quando não estão infectados pelo HIV.

Os sistemas imunológicos dos pacientes foram danificados, o que os deixou incapazes de se defender de germes como faria uma pessoa saudável. A causa da doença é desconhecida, mas parece não ser contagiosa.

- Este é um outro tipo de imunodeficiência adquirida que não se herda e ocorre em adultos, mas não se propaga da forma como a Aids por meio de um vírus - disse a doutora Sarah Browne, cientista do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos.

Browne ajudou a realizar o estudo com pesquisadores na Tailândia e em Taiwan, onde foi detectada a maioria dos casos desde 2004. O relatório foi publicado no "New England Journal of Medicine".

- É provável que algum tipo de infecção possa desencadear a doença, embora pareça que não se propaga de pessoa para pessoa - disse o doutor Dennis Maki, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Wisconsin.

A doença se desenvolve por cerca de 50 anos em média, mas não é característica de grupos familiares, o que torna improvável a causa genética, afirmou Browne. Alguns pacientes morreram de infecções fortes, entre eles asiáticos que vivem atualmente nos Estados Unidos.

Kim Nguyen, de 62 anos, uma costureira originária do Vietnã que vive no estado do Tennessee desde 1975, ficou gravemente doente com uma febre persistente, infecções nos ossos e outros sintomas em 2009. Esteve enferma de forma recorrente por vários anos e visitou o Vietnã em 1995 e em 2009.

- Ela estava com um infecção sistêmica, que primeiramente parecia ser uma tuberculose, mas não era - disse o médico Carlton Hays.

Deferente do HIV, o vírus que causa a Aids, a nova doença não afeta os linfócitos T, mas provoca um tipo diferente de dano no sistema imunológico. O estudo de Browne com mais de 200 pessoas de Taiwan e da Tailândia descobriu que a maioria dos doentes criava anticorpos que bloqueavam o interferon gama, um sinal químico que ajuda o corpo a se desfazer de infecções. Ao bloquear esse sinal, as pessoas ficam vulneráveis a vírus, fungos e parasistas, mas especialmente a microbactérias, um grupo de germes semelhantes aos da tuberculose, que pode causar graves danos aos pulmões.

Os antibióticos não são sempre eficazes no combate à doença. Os médicos têm tentado outros métodos, incluindo drogas contra o câncer que ajudam a suprimir a produção de anticorpos. A doença desaparece assim que a infecção é controlada, mas com o envolvimento do sistema imunológico se torna uma condição crônica, acreditam os pesquisadores.

O fato de que quase todos os pacientes identificados até agora serem da Ásia ou asiáticos que vivem em outros continentes sugere que fatores genéticos ou ambientais podem desencadear a doença, concluíram os pesquisadores.

O Globo

Mães que quiseram matar filhos falam dos perigos da psicose pós-parto

A psicose pós-parto, uma doença mental devastadora, mas pouco compreendida, afeta uma em cada 500 mães e pode resultar em suicídio ou mesmo em assassinato de bebês.


O período que sucede o parto é o momento em que as mulheres estão mais propensas a doenças mentais, tais como depressão ou psicose. Mas há tratamento. A BBC entrevistou pessoas afetadas por esta doença que, muitas vezes, passa despercebida porque médicos e enfermeiras não estão preparados para identificar os sintomas ou porque, por medo do estigma, é escondida pelas mães. A maioria das mulheres com a psicose pós-parto não tem história familiar ou pessoal de doença mental, alertam os especialistas.

  'Estava cheia de vontade de matá-lo'

 Jo Lyall era uma dessas mulheres. Depois que seu segundo filho, Finlay, nasceu, Jo passou por um episódio assustador. Uma noite, poucos dias depois de deixar o hospital, ela esteve a ponto de estrangular o bebê: "Coloquei ele adormecido na cama ao meu lado, e meu cérebro simplesmente desligou", disse ela. "Era como se alguém tivesse desligado um interruptor na minha cabeça, e eu olhei para ele e estava cheia de vontade de matá-lo." "Eu coloquei minha mão em seu pescocinho, ainda não forte o suficiente para manter a própria cabeça, e comecei a apertar. Eu não queria machucá-lo. Sabia que não devia fazer isso, mas eu queria saber se era capaz".


 Jo sabia que algo estava errado, mas tinha medo de procurar ajuda, por pensar que perderia a guarda dos filhos. Sem tratamento, ela começou a planejar como matar a si e seus dois filhos. "Um dia, pensei em sufocar os garotos enquanto eles dormiam após o almoço", disse ela. "Tinha que ter certeza de que os meninos e o cachorro estariam mortos antes que eu tirasse minha própria vida, porque eu não podia arriscar que sobrevivessem sem mim", acrescentou. Jo fez várias tentativas de suicídio, mas depois de seis meses em um hospital psiquiátrico e quatro anos sob medicação, está totalmente recuperada. Ela faz campanha pela maior consciência dos sintomas de psicose pós-parto, para permitir que médicos e parteiras ofereçam um melhor tratamento para mulheres doentes.


 "Eu sobrevivi, em grande parte, devido a um médico e a uma quantidade extraordinária de sorte", disse ela. "Mas as mulheres não deveriam ter que confiar na sorte para sobreviver a uma condição tratável". 'Tinha desejo de machucá-lo

'Os especialistas não sabem a causa exata de psicose pós-parto, embora acredite-se que as grandes mudanças hormonais que se seguem ao nascimento do bebê tenham um papel importante, juntamente com a genética. A proporção de jovens mães em risco é grande. E mulheres com transtorno bi-polar têm 50% de chances de se tornar gravemente doentes nas semanas após o parto.


 Shelley Blanchard estava nesta categoria. Por isso, sua equipe médica não só monitorou sua saúde física enquanto o nascimento do bebê se aproximava, como também o seu bem-estar psicológico. Shelley foi apoiada nos estágios finais de sua gravidez e nos primeiros meses da maternidade por uma equipe que incluía o Dr. Nick Best, psiquiatra perinatal especializado em cuidar de mulheres grávidas e jovens mães com problemas de saúde mental. Best fez visitas regulares a Shelley, assim como a enfermeira psiquiátrica de sua comunidade.


 "Uma pessoa pode passar da situação normal à psicótica, delirante e paranoica no espaço de apenas dois ou três dias", disse Best. Shelley também começou um tratamento com drogas anti-psicóticas na mesma noite que ela deu à luz o bebê Oliver. Mas algumas semanas depois do nascimento, o humor de Shelley começou a piorar e ela parou de tomar os medicamentos anti-psicóticos porque a deixavam sonolenta. 


"Comecei a ter pensamentos desagradáveis sobre Oliver, tinha desejo de machucá-lo, de jogá-lo pelas escadas ou soltá-lo de propósito", disse ela. "Eu estava tão assustada, não queria machucar meu filho, mas os pensamentos foram ficando mais fortes e mais frequentes, então tive que buscar ajuda." Ela contatou a equipe médica e foi internada em uma unidade especial em Winchester, onde as mães e seus bebês podem ser mantidos em segurança durante o tratamento. Três meses mais tarde, Oliver e Shelley estavam em casa novamente, recuperados. "Se eu não tivesse ido para a unidade, acho que provavelmente teria acabado por tomar uma overdose, e teria possivelmente me matado. Eu estava fora de controle", disse Shelley à época. "Foi um tempo tão sombrio, mas consegui aprender um pouco mais sobre mim. Estou realmente me sentindo muito bem agora, poderia até dizer que estou me sentindo fantástica."


  Pai perdeu mulher e filha


 Dave Emson sabe como a psicose pós-parto pode ser grave - quando sua filha Freya tinha apenas três meses de idade, sua esposa Daksha matou o bebê a facadas e colocou fogo em seu quarto. Daksha morreu em consequência das queimaduras quase três semanas mais tarde. "Cheguei em casa por volta das cinco e meia ou mais, e quando cheguei à porta da frente senti um cheiro de queimado", disse Dave ao recordar o dia em que a tragédia aconteceu.


 "Normalmente, ao entrar eu dizia 'Daksha, querida, estou em casa' e ela respondia e eu ouvia o balbuciar do bebê. Mas naquele dia houve um silêncio. Daksha deixou um bilhete falando de seus temores de que a filha do casal fosse vítima de "forças das trevas" e de seu desejo de proteger Freya a todo custo. Daksha tinha estudado psiquiatria e estava prestes a se tornar consultora quando morreu. Ela tinha escolhido a carreira em parte porque sofrera de depressão grave por anos, mas poucas pessoas sabiam de sua condição, já que ela tinha medo do estigma que traria.


 O inquérito sobre sua morte levou a novas diretrizes no sistema de saúde britânico para o tratamento de funcionários com doença mental. Dave agora escreve um livro sobre sua história - para ajudar outras pessoas em situação semelhante: "Primeiramente, é uma forma de Daksha falar através de mim, de falar com pessoas que estão sofrendo, companheiros trabalhadores da área de saúde mental, pessoas que estão sofrendo com as condições de saúde mental, para que saibam que não estão sozinhas", disse ele.


  BBC Brasil

Um ano após crime da Oscar Freire, réu diz que matou para se defender

Acusado de matar duas pessoas em SP diz que não matou para roubar.
Mortes de analista de sistema e modelo completam 1 ano nesta quinta (23).


O jovem Lucas Cintra Zanetti Rosseti afirmou em entrevista ao G1 que considera injusto o processo que responde por latrocínio (roubo seguido de morte) no caso da Rua Oscar Freire. Ele está preso preventivamente acusado de esfaquear, matar e roubar o analista de sistemas Eugênio Bozola, de 52 anos, e o modelo Murilo Rezende, de 21 anos. O crime ocorreu no apartamento de uma das vítimas na Rua Oscar Freire, em São Paulo, e completa um ano nesta quinta-feira (23).

“Só matei Bozola para não morrer. Eu não matei o Murilo”, escreveu Rosseti. O réu respondeu por escrito 18 perguntas feitas numa folha de papel pela equipe de reportagem encaminhadas a ele por meio de seus advogados. A defesa de Rosseti busca reverter na Justiça a tipificação do crime: quer que ele responda por homícidio, e não por roubo seguido de morte. Atualmente, ele aguarda julgamento detido no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros (CDP).

O G1 não conseguiu localizar os advogados da família de Bozola e Murilo para comentarem as declarações.

"Minha intenção nunca foi roubar muito menos assassinar uma pessoa. Se eu quisesse roubar poderia ter feito isso sem ninguém perceber, pois permaneci sozinho o dia todo no apartamento com livre acesso a todos os bens, inclusive à chave do carro", comenta.

Na época do crime, Rosseti e o modelo Murilo Rezende moravam como hóspedes no imóvel de Bozola. O acusado do crime diz que deixou o interior do estado e se mudou para a capital com a promessa feita pelo analista de que iria conseguir emprego na metrópole.

“Sinto-me arrependido por ter conhecido Eugênio, esse sim o verdadeiro psicopata da história. Graças a ele minha vida virou um inferno. Nunca teria vindo para a capital se eu pudesse voltar no tempo eu teria recusado o primeiro pedido de amizade que ele fez no Facebook”, afirmou.

Na entrevista, ele informou ainda que abandonou os estudos e só saiu da casa de seus parentes porque o analista tinha lhe oferecido um trabalho. “Cursava direito. Trabalhava como analista administrativo e financeiro em uma rede de postos de combustíveis e fazia parte de uma ONG católica que ajudava moradores de rua e dependentes químicos. Vim para a capital porque Eugênio me prometeu diversas coisas, ele me elevaria profissionalmente, pois era um profissional de destaque na área que eu estava começando. Prometeu que me incluiria em futuros projetos profissionais e era necessário que eu viesse para a capital.”

Rosseti afirma que Bozola matou o modelo por ciúmes e depois tentou matá-lo porque estava alterado. “Eugênio estava passando por uma fase difícil, talvez uma crise depressiva por conta do Murilo não dar a atenção que ele queria. Ele sempre se queixava dos ciúmes que sentia do modelo. Eu só dava risada das coisas que ele falava. Eugênio começou a criar na mente dele que o Murilo queria se relacionar comigo, loucura. Creio que esse motivo tenha sido a gota d'água que restava”, escreveu o preso.

Na época, a Polícia Civil chegou a levantar a hipótese de que o crime poderia estar relacionado à homofobia. Rosseti chegou a postar mensagens contra gays na internet e uma das vítimas era homossexual. Mas essa linha de investigação foi descartada posteriormente.

O jovem explica que apenas reagiu ao ataque de Bozola. “Minha intenção nunca foi roubar, o homicídio só aconteceu para que eu saísse vivo daquele lugar. Eu perdi o movimento de três dedos e tive perfurações em mais dois. Entrei em luta corporal com Bozola pois cada um de nós tinha uma faca na mão, eu preferi golpeá-lo do que ser golpeado, é o que qualquer um faria, só defendi minha vida. Uma pessoa que mata para defender a própria vida não merece ficar presa. Eu só optei por viver.”

Depois do crime, Rossetti chegou a fugir no carro de Bozola para Sertãozinho, no interior de São Paulo, onde mora sua família. O veículo foi achado abandonado em 28 de agosto do ano passado. O jovem foi preso pela polícia no dia seguinte. Objetos das vítimas foram encontrados no automóvel.

“Se a Justiça pensar de forma lógica irá perceber que não se trata de latrocínio, por diversos motivos, só levei objetos necessários para minha fuga e não tirei proveito de nada. Diversos bens de valores bem maiores permaneceram no local e eu não levei com dinheiro, cheques, cartões que eu possuía a senha. Nada foi levado”, respondeu o réu ao G1.

Recurso da defesa


Após a decisão do Tribunal de Justiça de SP, que trocou a tipificação, o advogado do réu, Aryldo de Oliveira de Paula, disse que irá entrar com recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília. “Entrarei com um recurso especial e um habeas corpus. O recurso é para pedir para a Justiça considerar que o crime que Lucas cometeu foi de homicídio e não latrocínio. O pedido de liberdade é porque já expirou o prazo para ele aguardar preso o julgamento. Portanto deveria estar livre”, disse o defensor.

Sem data prevista para ser julgado, Rosseti escreveu que tem sonhos e espera realizá-los fora da prisão. “[Quero] me formar, constituir uma família e viver de modo digno e pleno. Sonhava em ser um profissional invejável na minha área e dar orgulho para minha família. Desejo que a verdade venha à tona e que esse pesadelo termine [...]”.

Quando comentou a rotina na prisão, ele afirmou que é visitado pela noiva frequentemente. “Não tem sido nada fácil, o lugar não é dos melhores, ficar privado de sua liberdade é a pior sensação que já senti, mas graças a Deus sigo firme com o apoio de minha noiva, que toda semana enfrenta mil leões para ficar comigo aqui dentro. Eu ajudo a distribuir a alimentação do raio e faço a limpeza das galerias, tenho pensado muito na minha vitória, que está próxima.”

Sobre o futuro, Rosseti voltou a citar a noiva. “Gostaria de agradecer a minha família pela longa batalha que temos enfrentado juntos. Sei que nossa vitória está próxima. Dizer para a minha noiva que esse pesadelo vai terminar e logo seremos felizes juntos. Dizer para a família do Murilo que eu não o matei.” O jovem ainda afirmou que teme que uma eventual pena destrua suas perspectivas. “Tenho medo de perder meu futuro, mais tempo e meus sonhos, quero voltar a viver.”

G1

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Adolescente detido por tráfico pela 1ª vez não deve ser internado, decide STJ


AFONSO BENITES

Após julgar centenas de casos de menores de idade apreendidos por tráfico de drogas, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) fixou regra que deve reduzir a internação de adolescentes por esse motivo.
A súmula 492, publicada na quinta-feira passada, determina que, se o adolescente for detido por tráfico e não tiver passagem pelo crime na polícia, não deve, obrigatoriamente, ficar apreendido.
A medida, segundo especialistas, visa frear uma prática comum no meio judiciário e que, para alguns deles, afronta o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente).
A lei prevê que a internação só deve acontecer em três ocasiões: quando o ato infracional (o crime) for cometido mediante violência ou grave ameaça, se houver reiteração ou se o jovem descumprir medida disciplinar anterior.
Hoje, porém, é comum juízes internarem jovens detidos por tráfico que nunca haviam cometido outro crime.
"Muitos dos adolescentes apreendidos traficam para manter o próprio vício. O juiz acha que deixá-lo internado é dar uma resposta à sociedade e é a melhor maneira de tratá-lo", afirmou o desembargador Antonio Carlos Malheiros, coordenador de Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de São Paulo.
No Estado de SP, os detidos por tráfico representam 42,7% da população de internos. Segundo a Fundação Casa (antiga Febem), nos últimos seis anos, o tráfico foi o principal motivo do aumento da lotação.
"Juízes, principalmente do interior do Estado, sentem-se pressionados pela sociedade e preferem internar o jovem em vez de tratá-lo", afirma a presidente da Fundação Casa, Berenice Gianella.
Para o coordenador de Infância e Juventude da Defensoria Pública paulista, Diego Vale de Medeiros, a medida deverá reduzir em cerca de 30% a superlotação da Fundação Casa. Hoje, há 8.934 jovens internados no Estado.
'PASSE LIVRE'
Para o procurador de Justiça Marcio Sergio Christino, a súmula do STJ é um "passe livre" para o tráfico. "Vai ficar mais fácil para o traficante contratar esse adolescente para trabalhar como vendedor. Só basta dizer que ele não vai ser punido e, pronto, seu negócio será mantido."
Como a súmula do STJ não é vinculante --ou seja, ela não obriga os juízes a tomarem decisão igual ao do tribunal superior--, o juiz ainda poderá determinar a internação do acusado por tráfico.
"Mas a argumentação dele deverá ser mais embasada, já que sua decisão será alterada quando chegar ao STJ", afirmou o defensor Medeiros.
A pressão para não internar o menor detido por tráfico pela primeira vez fará com que juízes busquem outras medidas socioeducativas, como liberdade assistida e prestação de serviço comunitário.

GRUPOS

Apesar de não haver um estudo que mostre quem é o jovem que foi apreendido por tráfico em São Paulo, profissionais que lidam com esses adolescentes ou com seus processos judiciais os dividem em dois grupos.
Um é o que busca no tráfico uma maneira de sustentar o seu próprio vício. É o caso do jovem que usa crack e se torna microtraficante para garantir que terá a sua droga no dia seguinte.
O outro grupo é o do jovem que busca no tráfico uma maneira de obter dinheiro rapidamente.
"É aquela coisa típica de jovem que, para se fazer presente dentro de seu meio, quer estar com uma roupa de marca, com uma moto nova e por aí vai", afirmou a presidente da Fundação Casa, Berenice Gianella.
Pablo, hoje com 18 anos, está nesse segundo grupo. Ele ficou seis meses internado por tráfico de drogas na Grande São Paulo.
"Via os traficantes do meu bairro com carros do ano, roupas de marca e eu também queria. Mas minha família não tinha condição de me dar. Por isso, achei que traficar era a melhor saída. Me enganei", afirmou.
Solto no ano passado, o rapaz se tornou office-boy.

Folha Uol

Americano de 15 anos cria exame de câncer barato e rápido

O estudante americano de 15 anos Jack Andraka gosta de andar de caiaque e é fã da série de TV Glee. Mas além de estudar e de se dedicar aos passatempos tradicionais de um adolescente, ele desenvolveu um exame barato e rápido para detectar câncer em seus estágios iniciais em um dos mais conceituados laboratórios de câncer no mundo. O teste criado por Jack é 168 vezes mais rápido e 26 mil vezes menos caro que o teste padrão. Ele agora realiza seus experimentos na renomada Johns Hopkins University, na cidade de Baltimore, nos Estados Unidos. BBC Brasil

Corpo de criança é encontrado em açude no Sertão da Paraíba

Criança foi encontrada na tarde da segunda-feira em Igaracy, no Sertão.
Essa é a sexta morte por afogamento registrada na Paraíba em quatro dias.


Uma criança de dez anos de idade morreu afogada na tarde da segunda-feira (20) na zona rural da cidade de Igaracy, no Sertão da Paraíba. De acordo com o 13º Batalhão da Polícia Militar, o garoto estava desaparecido e familiares encontraram o corpo boiando em um açude da cidade. Essa é a sexta morte registrada por afogamento na Paraíba em quatro dias.

A família não informou como a criança teria se afogado. O Corpo de Bombeiros retirou a criança de dentro do reservatório por volta das 13h da segunda-feira e o corpo foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Patos, também no Sertão.

Também na segunda-feira (20), o corpo de uma criança de cinco anos de idade foi encontrado em um açude no distrito de Galante, em Campina Grande, no Agreste da Paraíba. De acordo com o 2º Batalhão de Bombeiros Militar (2º BBM), a criança estava desaparecida desde o sábado (18), quando a mãe dela participava de uma comemoração e não observou que o garoto havia desaparecido.

Na manhã do domingo (19), o corpo de um deficiente físico foi encontrado boiando em um reservatório conhecido como Três Lagoas, no bairro de Oitizeiro, na Região Metropolitana de João Pessoa. De acordo com a Polícia Civil, o homem, que tinha 40 anos de idade, estava desaparecido desde a tarde do sábado (18). Segundo o delegado Alberto Egito, testemunhas disseram que a vítima teria ingerido bebida alcoólica antes de entrar na água.

Na tarde da sexta-feira (17), três adolescentes morreram afogadas em um tanque de pedra na cidade de Esperança, no Agreste do Estado. O Corpo de Bombeiros informou que cinco garotas estavam fotografando o local, onde é proibido tomar banho, quando quatro delas acabaram caindo dentro do reservatório. Uma delas conseguiu se salvar. As outras três somente foram retiradas do tanque já mortas com a chegada dos bombeiros.

G1

domingo, 19 de agosto de 2012

Brasileiro conta como sua vida cruzou com a do 'nazista mais procurado do mundo'

O engenheiro naturalizado brasileiro Thomas Venetianer, 75, e Laszlo Csatary, 97, considerado o criminoso nazista mais procurado do mundo e preso há um mês em Budapeste, nunca chegaram a se conhecer pessoalmente. Suas vidas, no entanto, permaneceram indiretamente entrelaçadas desde o extermínio em massa dos judeus ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial.

Vivendo há mais seis décadas no Brasil, Venetianer nasceu em Kosice, no leste da atual Eslováquia. A cidade fazia então parte do território da Hungria, cidade onde o nazista Csatary seria, mais tarde, responsável pelo gueto de onde mais de 15 mil judeus seriam deportados a campos de concetração, incluindo parte da família do engenheiro.

Em julho deste ano, o policial húngaro Laszlo Csatary foi descoberto por repórteres do jornal britânico The Sun vivendo livremente na capital, Budapeste. Ele retornou à Hungria há 17 anos, após ter morado com uma identidade falsa no Canadá entre 1948 e 1995. Csatary havia sido condenado à morte à revelia pela extinta Tchecoslováquia. Há um mês, foi preso e se encontra em prisão domiciliar.

Chefiado por Csatary, o gueto de Kosice foi instalado em uma antiga olaria pouco tempo depois da ocupação nazista da Hungria, em março de 1944.

Segundo relatos de sobreviventes, Csatary tratou cruelmente os judeus do gueto, espancando as mulheres e obrigando-as a cavar trincheiras com as próprias mãos. Venetianer conta que, por pouco, escapou do destino reservado a vários de seus familiares.

"Da família da minha mãe, um tio e uma tia foram mantidos no gueto de Kosice e depois enviados ao campo de concentração de Auschwitz. Do lado do meu pai, os que estavam na cidade e não saíram de lá provavelmente foram mortos", disse Venetianer à BBC Brasil.

O engenheiro só conseguiu se salvar quando fugiu, então com sete anos, acompanhado do pai e da mãe, rumo ao território da antiga Eslováquia, duas semanas antes da invasão alemã.

"Meu pai era um homem à frente de seu tempo. Ele pressentiu a perseguição que sofreríamos na Hungria sob controle alemão e decidiu que tínhamos de abandonar nossa cidade o mais rápido possível", diz.

O engenheiro brasileiro e seu familiares imediatos escaparam das ordens de Csatary, mas não dos horrores da guerra. Poucos meses depois, Venetianer e seus pais foram presos pela Gestapo, a polícia nazista, nas montanhas da Eslováquia.

Prisão

"Tão logo fomos presos, eu e minha mãe fomos levados a uma prisão eslovaca, depois ao campo de concentração de Sered e, por fim, ao de Theresienstadt, na cidade de Terezín, hoje República Tcheca. Já meu pai foi encaminhado ao campo de concentração de Sachsenhausen, num subúrbio de Berlim, na Alemanha", afirmou.

Antigo quartel militar, Theresienstadt ficou conhecido por abrigar a elite intelectual judaica da época. Era um dos chamados "campos modelo" do nazismo, peça de propaganda da ideologia de superioridade racial do regime. As condições, no entanto, eram precárias.

"Convivíamos com a superlotação das celas e falta de condições básicas de higiene. Dormia na mesma cama que a minha mãe. Fazíamos todas as refeições no quarto, que dividíamos com outras sete pessoas. Em um lugar que caberiam 7 mil soldados, os nazistas encarceraram 60 mil judeus", conta.

Dos 140 mil judeus que passaram pelo campo de concentração, 88 mil foram levados e exterminados em Auschwitz, enquanto 33 mil morreram dentro do próprio campo de concentração, segundo dados do museu Theresienstadt.

A libertação do engenheiro brasileiro ocorreria seis meses depois, em meados de maio de 1945, pelo Exército Russo. Com a Alemanha derrotada e a Europa em frangalhos, a volta para casa, em Kosice, durou quase um mês, especialmente por causa das ferrovias destruídas pelo confronto.

"Não havia transportes para todo mundo; os caminhões estavam lotados", acrescenta.

Reencontro

Venetianer ainda demorou para rever o pai. O reencontro só ocorreria em agosto daquele ano.

Antes disso, conta o engenheiro, seu pai teve de vencer o estado de fragilidade em que se encontrava após o término da guerra. Pesando apenas 42 kg, ele havia sido retirado do campo de concentração nos arredores de Berlim e obrigado a marchar à força junto com outros milhares de prisoneiros sob a mira das armas dos alemães, que já prenunciavam a derrota.

"Nessa caminhada sem destino, quem parasse ou caísse era fuzilado. Já sem forças, meu pai caiu e foi alvejado. Permaneceu assim por três dias até ser resgatado pela Cruz Vermelha", afirmou.

Brasil

Em março de 1948, duas semanas antes da tomada da Tchecoslováquia pelos comunistas, a família decidiu fazer as malas rumo a São Paulo, onde já vivia uma prima de sua mãe.

No Brasil, Venetianer aprendeu o português e, paralelamente aos estudos, vendia tapetes de porta em porta na capital paulista. Apesar das dificuldades, conseguiu se formar em Engenharia Eletrônica pela Universidade de São Paulo (USP) e em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).

Casado com uma húngara naturalizada brasileira, pai de duas filhas e avô de cinco netos, Venetianer está hoje aposentado e presta consultorias a empresas. Também ocupa sua agenda dando palestras sobre o Holocausto e prepara o lançamento de um livro em inglês sobre a história dos judeus eslovacos durante a guerra.

Questionado sobre a detenção de Czatary, diz que "gostaria de vê-lo condenado".

"Mas o tempo, de certa maneira, emudece um pouco o desejo de vingança", afirmou.

"Quando viemos ao Brasil, comecei a ter a dimensão da tragédia. Naquela ocasião, realmente tive desejo de vingança. Hoje em dia, é difícil dizer."

BBC Brasil
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