Polícia de SP analisa computador usado pelo filho do casal de PMs, apontado como autor do crime, e celulares da família
SÃO PAULO - O sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini, de 40 anos, foi morto dez horas antes que os outros familiares, dentro de suas casas, na semana passada, na Vila Brasilândia, na Zona Norte da capital. A informação preliminar é de médicos legistas que trabalham no caso. A Polícia Civil suspeita que o filho do sargento, o adolescente Marcelo Pesseghini, de 13 anos, matou o pai, a mãe, a avó e a tia e, na sequência, se suicidou. Antes, teria ido à escola.
O intervalo entre as mortes é baseado na análise das manchas de sangue no corpo do sargento. A confirmação deverá constar no laudo necroscópico do Instituto de Criminalística, que será entregue à equipe da Polícia Civil que investiga o caso. O laudo necroscópico das outras vítimas também deverá ser concluído na próxima semana.
A Polícia Civil aguarda agora a análise do computador usado pelo adolescente e dos telefones celulares da família. Procurada, a Secretaria de Segurança Pública disse que vai aguardar o laudo para se pronunciar.
Na semana passada, a polícia já havia informado que exames preliminares apontavam a sequência de mortes na residência. Primeiro teria morrido o pai do garoto, depois a mãe, em seguida, a avó dele. Por último, a tia-avó.
Crime
O corpo do garoto e das outras vítimas foram encontrados em duas casas da família situadas em um mesmo terreno. A informação foi dada pelo comandante da Polícia Militar de São Paulo, coronel Benedito Roberto Meira. A polícia informou ainda que o garoto, após cometer os crimes teria ido à escola e, depois, tirado a própria vida.
Todas as cinco vítimas — o sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini; a mulher dele, cabo da PM Andreia Regina Bovo Pesseghini; a mãe da PM, Benedita de Oliveira Bovo, de 67 anos; a tia da PM, Bernadete Oliveira da Silva, de 55 anos; e o filho do casal, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos — foram mortas com um tiro na cabeça, com exceção de Andreia, que teria sido atingida à queima-roupa na nuca, de acordo com boletim de ocorrência feito pela Polícia Civil. Ao ser assassinada, diz o registro sobre o crime, ela estaria de joelhos sobre a cama.
O Globo
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sábado, 10 de agosto de 2013
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
Resgate de garoto de 15 anos em pedreira no Rio Grande do Sul evidencia riscos de danos à saúde de crianças e adolescentes
Por Guilherme Zocchio, da Repórter Brasil para o Promenino
Para João Júlio**, havia mais do que uma pedra no meio do caminho. Eram centenas, no mínimo. Aos 15 anos de idade, o garoto não ia à escola para, assim como o pai, quebrar pedaços de basalto com uma marreta. Juntamente a um grupo de dez homens, ele foi resgatado do regime de trabalho análogo ao de escravo por uma fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), ocorrida no último dia 30 de julho, em uma pedreira situada na zona rural do município de Antônio Prado, a cerca de 180 km ao norte de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (RS). João Júlio era o único com menos de 18 anos.
Garoto de 15 anos foi encontrado em condições de escravidão contemporânea numa pedreira no Rio Grande do Sul, o que mostra que além das consequências sociais do trabalho infantil, ele traz danos à saúde de crianças e adolescentes
Segundo os fiscais do MTE, as rochas retiradas do local, de propriedade da empresa Mineração Zulian, seriam utilizadas como paralelepípedos para a pavimentação de ruas e calçadas. O menino era responsável por extrair pedaços do mineral, um tipo atividade que, pelo ambiente insalubre e esforço excessivo, poderia lhe causar graves problemas de saúde.
“Quando a gente fala em saúde, costuma assustar muito mais do que quando falamos somente das consequências sociais do trabalho infantil. Por isso é sempre importante deixarmos claro quais são os riscos”, salienta a coordenadora do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest) em Caxias do Sul (RS), a enfermeira Ana Maria Mezzomo. Para ela, jovens com menos de 18 anos que ingressam no mundo do trabalho estão em situação muito mais vulnerável do que os adultos. Conforme explica a agente do Cerest, João Júlio estaria principalmente sujeito a desenvolver problemas em seu sistema ósseo, porque se encontra em fase de crescimento.
“Os esforços requeridos por um adolescente não podem ultrapassar a marca de 2,7 kg. No caso do trabalho em uma pedreira, além de ser perigoso e cansativo, com certeza há o risco de desenvolver doenças osteomusculares”, explica a especialista de saúde. De acordo com a enfermeira, a intensidade do serviço desempenhado pelo menino poderia lhe causar deformações na extremidade superior do osso do fêmur, localizado no interior da coxa, ao ponto de até provocar um defeito ortopédico que na medicina é conhecido como “coxa vara”.
A iminência de acidentes no ambiente de trabalho no caso de crianças e adolescentes é maior, conforme explica a coordenadora do Cerest. As atividades na pedreira, além disso, poderiam oferecer riscos aos sistemas respiratório e cardíaco do garoto. “O coração do menino poderia não aguentar o esforço, já que ainda está em fase de desenvolvimento”, afirma. A ausência de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), situação a que todas as vítimas resgatadas na pedreira estavam submetidas, seria um agravante para problemas de respiração, devido à poeira provocada e aos resíduos tóxicos depreendidos da extração mineral.
Danos ao sistema psíquico do menino também seriam possíveis, por causa de traumas, estresse ou outras situações pelas quais o garoto poderia passar enquanto estivesse precocemente em um ambiente da vida adulta. “A exposição excessiva, e em horário inapropriado, ao sol também pode causar problemas de pele a crianças e adolescentes expostos a atividades em ambientes abertos”, acrescenta Ana Maria Mezzomo.
O serviço de extração de pedras está incluído na lista de piores formas de trabalho infantil (Lista TIP), reconhecida em 2008 pelo Governo Federal. Entre alguns dos problemas de saúdes decorrentes desse tipo de atividade, a Lista TIP indica “queimaduras na pele”, “doenças respiratórias”, “lesões e deformidades osteomusculares” e “comprometimento do desenvolvimento psicomotor”.
Fiscalização
De acordo com o auditor fiscal do MTE, Vanius João Corte, o pai de João Júlio chegou a trabalhar, em um momento anterior, na mesma pedreira em que o menino foi resgatado. No momento do recebimento das verbas rescisórias, ele compareceu com o garoto, que, segundo a fiscalização, não aparentava problemas de saúde. O agente trabalhista diz que, neste ano, foram flagrados outros dois casos de trabalho infantil nos entornos de Caxias do Sul, maior município próximo a Antônio Prado. “É comum o emprego de crianças e adolescentes na região. E a atividade mineral é forte devido ao solo rico em basalto”, comenta.
Na pedreira, o adolescente e os outros nove resgatados de condições análogas às de escravo desempenhavam as atividades sem registro em carteira de trabalho. O empregador no local também não fornecia ao grupo de trabalhadores escravizados as ferramentas para o serviço nem alojamento adequado, instalações sanitárias ou ambiente para preparar e consumir refeições. Por não apresentarem condições mínimas de segurança, as instalações foram interditadas. Ao fim do processo de fiscalização, todos os trabalhadores retornaram a suas casas, custeados pelo empresa responsável pelo caso, a Mineração Zulian.
A reportagem não conseguiu contato com o jovem, algum parente dele ou seu empregador para comentar o caso.
** nome fictício para preservar a identidade da vítima
promenino
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A ORGANIZAÇÃO POR TRÁS DOS MÉDICOS
Dra. Carolina Batista, médica, diretora da unidade médica de Médicos Sem Fronteiras Brasil
9 de agosto de 2013 - Desde que o governo brasileiro anunciou a proposta de trazer médicos do exterior para cobrir algumas lacunas do Sistema Único de Saúde, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) vem sendo citada tanto por defensores quanto por críticos da medida. Temos sido também questionados: como conseguimos levar médicos para os rincões da África e oferecer atendimento onde não há qualquer infraestrutura? E como é possível garantir a qualidade do trabalho com equipes de várias nacionalidades?
Médicos Sem Fronteiras é uma organização internacional fundada há mais de 40 anos para levar ajuda médica a pessoas em situação de crise humanitária, como conflitos, epidemias, desastres naturais e outros contextos onde a saúde e a sobrevivência das pessoas se veem ameaçadas e não há capacidade por parte de governos ou outras organizações locais de responder às necessidades. Ao longo desses anos, desenvolvemos protocolos para o manejo de cada doença e criamos kits que contêm os insumos necessários para cada situação, que são despachados rapidamente para qualquer local do mundo. Desenvolvemos processos de gestão, incluindo o controle do estoque e a supervisão das equipes, que asseguram a qualidade dos projetos em qualquer lugar do planeta, quaisquer sejam as nacionalidades dos profissionais envolvidos.
Nossos profissionais passam por um rigoroso processo de seleção. Além do diploma, precisam ter experiência profissional comprovada, motivação humanitária, flexibilidade para trabalhar em contextos difíceis e falar inglês ou francês. Em campo, nossos médicos jamais estão sozinhos. Quando a organização decide atuar em determinado local, enviamos uma equipe internacional multidisciplinar para a região, com médicos, logísticos, farmacêuticos e outros profissionais. Essa equipe é reforçada por profissionais locais, que conhecem o contexto, as comunidades e a língua local, o que é essencial para garantir o êxito das ações.
É claro que enfrentamos desafios. Trabalhar todo o tempo com uma equipe multicultural, usando uma língua que não a sua própria, pode não ser fácil para alguns. Além disso, quando estamos em campo, não dispomos dos equipamentos de última geração e alta tecnologia aos quais teríamos acesso em alguns hospitais dos grandes centros urbanos no Brasil. Ainda assim, somos capazes de diagnosticar e tratar as condições que mais afetam as pessoas naqueles locais, usando ferramentas específicas e adaptadas às necessidades do local. O teste de diagnóstico para malária, por exemplo, uma das três doenças que mais matam na África, pode ser feito em apenas 15 minutos, e o paciente já recebe tratamento imediatamente no caso de resultado positivo. Foi assim que, em 2012, tratamos mais de 1.642.000 pessoas com malária pelo mundo. Pessoas que, de outro modo, teriam suas vidas ameaçadas por uma doença curável.
O que nos motiva a fazer esse trabalho? Como médica, trabalhando há sete anos com MSF e tendo estado em países como Líbia, Somália, Camarões, Bolívia eu acredito que a ajuda humanitária não tem fronteiras. O sofrimento de alguém que está do outro lado do mundo não é menos importante do que o de uma pessoa que está ao meu lado. E quando estou em uma comunidade, sei que nossa presença é determinada simplesmente pelas necessidades de saúde das pessoas. É com base nessa premissa, fundamentada na ética médica e nos princípios humanitários de imparcialidade, neutralidade e independência, que atuamos. É graças a essa convicção que nós, médicos e outros profissionais de Médicos Sem Fronteiras, nos disponibilizamos a ir para regiões remotas, trabalhar sob condições adversas, mas sabendo que teremos disponíveis as ferramentas necessárias para atender nossos pacientes, que receberemos apoio da organização quando precisamos, aprenderemos com colegas de outras áreas e países e voltaremos com a sensação de que, mesmo diante das dificuldades, teremos tido um impacto direto na vida das pessoas, oferecendo o melhor que estava ao nosso alcance.
Médicos Sem Fronteiras
9 de agosto de 2013 - Desde que o governo brasileiro anunciou a proposta de trazer médicos do exterior para cobrir algumas lacunas do Sistema Único de Saúde, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) vem sendo citada tanto por defensores quanto por críticos da medida. Temos sido também questionados: como conseguimos levar médicos para os rincões da África e oferecer atendimento onde não há qualquer infraestrutura? E como é possível garantir a qualidade do trabalho com equipes de várias nacionalidades?
Médicos Sem Fronteiras é uma organização internacional fundada há mais de 40 anos para levar ajuda médica a pessoas em situação de crise humanitária, como conflitos, epidemias, desastres naturais e outros contextos onde a saúde e a sobrevivência das pessoas se veem ameaçadas e não há capacidade por parte de governos ou outras organizações locais de responder às necessidades. Ao longo desses anos, desenvolvemos protocolos para o manejo de cada doença e criamos kits que contêm os insumos necessários para cada situação, que são despachados rapidamente para qualquer local do mundo. Desenvolvemos processos de gestão, incluindo o controle do estoque e a supervisão das equipes, que asseguram a qualidade dos projetos em qualquer lugar do planeta, quaisquer sejam as nacionalidades dos profissionais envolvidos.
Nossos profissionais passam por um rigoroso processo de seleção. Além do diploma, precisam ter experiência profissional comprovada, motivação humanitária, flexibilidade para trabalhar em contextos difíceis e falar inglês ou francês. Em campo, nossos médicos jamais estão sozinhos. Quando a organização decide atuar em determinado local, enviamos uma equipe internacional multidisciplinar para a região, com médicos, logísticos, farmacêuticos e outros profissionais. Essa equipe é reforçada por profissionais locais, que conhecem o contexto, as comunidades e a língua local, o que é essencial para garantir o êxito das ações.
É claro que enfrentamos desafios. Trabalhar todo o tempo com uma equipe multicultural, usando uma língua que não a sua própria, pode não ser fácil para alguns. Além disso, quando estamos em campo, não dispomos dos equipamentos de última geração e alta tecnologia aos quais teríamos acesso em alguns hospitais dos grandes centros urbanos no Brasil. Ainda assim, somos capazes de diagnosticar e tratar as condições que mais afetam as pessoas naqueles locais, usando ferramentas específicas e adaptadas às necessidades do local. O teste de diagnóstico para malária, por exemplo, uma das três doenças que mais matam na África, pode ser feito em apenas 15 minutos, e o paciente já recebe tratamento imediatamente no caso de resultado positivo. Foi assim que, em 2012, tratamos mais de 1.642.000 pessoas com malária pelo mundo. Pessoas que, de outro modo, teriam suas vidas ameaçadas por uma doença curável.
O que nos motiva a fazer esse trabalho? Como médica, trabalhando há sete anos com MSF e tendo estado em países como Líbia, Somália, Camarões, Bolívia eu acredito que a ajuda humanitária não tem fronteiras. O sofrimento de alguém que está do outro lado do mundo não é menos importante do que o de uma pessoa que está ao meu lado. E quando estou em uma comunidade, sei que nossa presença é determinada simplesmente pelas necessidades de saúde das pessoas. É com base nessa premissa, fundamentada na ética médica e nos princípios humanitários de imparcialidade, neutralidade e independência, que atuamos. É graças a essa convicção que nós, médicos e outros profissionais de Médicos Sem Fronteiras, nos disponibilizamos a ir para regiões remotas, trabalhar sob condições adversas, mas sabendo que teremos disponíveis as ferramentas necessárias para atender nossos pacientes, que receberemos apoio da organização quando precisamos, aprenderemos com colegas de outras áreas e países e voltaremos com a sensação de que, mesmo diante das dificuldades, teremos tido um impacto direto na vida das pessoas, oferecendo o melhor que estava ao nosso alcance.
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Em depoimento, professor de educação física diz que menino suspeito de matar família era canhoto
Segundo ele, garoto tinha dificuldades para praticar esporte em função de problema de saúde
O professor de educação física de Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, relatou, em depoimento nesta sexta-feira (9), no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), que o aluno era canhoto. A informação é do presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Arles Gonçalves Júnior, que estava presente durante a oitiva.
A informação é importante porque reforça a tese da polícia de que o jovem era canhoto, o que justificaria a arma usada para matar a família estar na mão esquerda do garoto e o tiro ter sido disparado do lado esquerdo de sua cabeça, o que caracterizaria o suicídio. Familiares haviam contestado a versão da polícia e afirmaram achar que o menino era destro.
Assim como o Ministério Público, a comissão da Ordem também acompanha a apuração do caso, que está sendo feita pelo DHPP. A principal linha de investigação aponta o adolescente como o principal suspeito da morte dos pais — um casal de policiais militares —, da avó e da tia-avó. Os cinco corpos, incluindo o do menino, foram encontrados no começo da noite de segunda-feira (5), dentro de casa, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo.
De acordo com Arles Gonçalves Júnior, o professor confirmou ainda que Marcelo teria dificuldades para praticar esportes devido à fibrose cística. A doença é congênita, não tem cura e afeta o sistema respiratório.
— O professor de educação física confirmou que ele praticava esporte na escola, mas tinha um pouco de dificuldade em razão do problema do pulmão. Confirmou que ele era canhoto.
Família de policiais militares é encontrada morta e filho é suspeito. Entenda o caso
Gonçalves também acompanhou, nesta sexta-feira, o depoimento de uma familiar, que seria filha de uma das vítimas na chacina.
— Ela falou que visitava a mãe, os parentes e que não tinha nada de anormalidade, nada de estranho no dia.
“Colocação infeliz”
Na quinta-feira (8), o presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP esteve presente durante o depoimento do coronel Wagner Dimas, comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, onde a mãe do menino Marcelo, a cabo Andreia Regina Pesseghini, trabalhava.
Dimas havia declarado, na quarta-feira (7), à Rádio Bandeirantes, que a policial denunciou colegas de trabalho que estariam envolvidos em roubos a caixas eletrônicos.
Na avaliação de Gonçalves, o oficial foi “infeliz na colocação” feita à imprensa.
— A moça era subordinada dele. Às vezes, a gente está emocionado e fala uma coisa que não é bem aquilo que a gente quer dizer. Não se expressa direito. Foi essa a minha impressão.
O representante da OAB destaca que não era atribuição da vítima fazer investigação disciplinar.
— Não existia ameaça contra ela [cabo Andréia], nenhuma investigação que ela participava, porque, investigação disciplinar é feita por oficial da PM. Não é feita por cabo.
Ele acrescenta:
— Não está se escondendo nada. Não é que pediram para ele [coronel Dimas] mudar de opinião. Não é nada disso.
Lisura na investigação
O presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP afirma que a investigação do caso está sendo conduzida de "maneira adequada" e toda informação que chega à polícia está sendo verificada.
— A investigação está sendo feita de forma correta, com lisura. Não existe direcionamento para se chegar a um resultado. Está se buscando comprovar o que realmente aconteceu.
R7
O professor de educação física de Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, relatou, em depoimento nesta sexta-feira (9), no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa), que o aluno era canhoto. A informação é do presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Arles Gonçalves Júnior, que estava presente durante a oitiva.
A informação é importante porque reforça a tese da polícia de que o jovem era canhoto, o que justificaria a arma usada para matar a família estar na mão esquerda do garoto e o tiro ter sido disparado do lado esquerdo de sua cabeça, o que caracterizaria o suicídio. Familiares haviam contestado a versão da polícia e afirmaram achar que o menino era destro.
Assim como o Ministério Público, a comissão da Ordem também acompanha a apuração do caso, que está sendo feita pelo DHPP. A principal linha de investigação aponta o adolescente como o principal suspeito da morte dos pais — um casal de policiais militares —, da avó e da tia-avó. Os cinco corpos, incluindo o do menino, foram encontrados no começo da noite de segunda-feira (5), dentro de casa, na Vila Brasilândia, zona norte de São Paulo.
De acordo com Arles Gonçalves Júnior, o professor confirmou ainda que Marcelo teria dificuldades para praticar esportes devido à fibrose cística. A doença é congênita, não tem cura e afeta o sistema respiratório.
— O professor de educação física confirmou que ele praticava esporte na escola, mas tinha um pouco de dificuldade em razão do problema do pulmão. Confirmou que ele era canhoto.
Família de policiais militares é encontrada morta e filho é suspeito. Entenda o caso
Gonçalves também acompanhou, nesta sexta-feira, o depoimento de uma familiar, que seria filha de uma das vítimas na chacina.
— Ela falou que visitava a mãe, os parentes e que não tinha nada de anormalidade, nada de estranho no dia.
“Colocação infeliz”
Na quinta-feira (8), o presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP esteve presente durante o depoimento do coronel Wagner Dimas, comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, onde a mãe do menino Marcelo, a cabo Andreia Regina Pesseghini, trabalhava.
Dimas havia declarado, na quarta-feira (7), à Rádio Bandeirantes, que a policial denunciou colegas de trabalho que estariam envolvidos em roubos a caixas eletrônicos.
Na avaliação de Gonçalves, o oficial foi “infeliz na colocação” feita à imprensa.
— A moça era subordinada dele. Às vezes, a gente está emocionado e fala uma coisa que não é bem aquilo que a gente quer dizer. Não se expressa direito. Foi essa a minha impressão.
O representante da OAB destaca que não era atribuição da vítima fazer investigação disciplinar.
— Não existia ameaça contra ela [cabo Andréia], nenhuma investigação que ela participava, porque, investigação disciplinar é feita por oficial da PM. Não é feita por cabo.
Ele acrescenta:
— Não está se escondendo nada. Não é que pediram para ele [coronel Dimas] mudar de opinião. Não é nada disso.
Lisura na investigação
O presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB-SP afirma que a investigação do caso está sendo conduzida de "maneira adequada" e toda informação que chega à polícia está sendo verificada.
— A investigação está sendo feita de forma correta, com lisura. Não existe direcionamento para se chegar a um resultado. Está se buscando comprovar o que realmente aconteceu.
R7
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Carta publicada no Globo...
Para fazer "a revolução", não precisamos pegar em armas ou acabar com a vida de ninguém. A nossa "arma", são as redes sociais, acredite no poder que nós temos. Basta cada um fazer a sua parte e ampliar. Tá na sua mão. Na nossa mão. Seja bastante coerente.
A Carta publicada no Globo
Tudo tem um começo,... e parte de um princípio!
um dia a casa se "apruma"!
A Carta publicada ontem no Globo Por Gil Cordeiro Dias Ferreira
Que venha o novo referendo pelo desarmamento. Votarei NÃO, como da primeira vez, e quantas forem necessárias. Até que os Governos Federal, Estaduais e Municipais, cada qual em sua competência, revoguem as leis que protegem bandidos, desarmem-nos, prendam-nos, invistam nos sistemas penitenciários, impeçam a entrada ilegal de armas no País e entendam de uma vez por todas que NÃO lhe cabe desarmar cidadãos de bem.
Nesse ínterim, proponho que outras questões sejam inseridas no referendo:
· Voto facultativo? SIM!
· Apenas 2 Senadores por Estado? SIM!
· Reduzir para um terço os Deputados Federais e Estaduais e os Vereadores? SIM!
· Acesso a cargos públicos exclusivamente por concurso, e NÃO por nepotismo? SIM!
· Reduzir os 39 Ministérios para 12? SIM!
· Cláusula de bloqueio para partidos nanicos sem voto? SIM!
· Fidelidade partidária absoluta? SIM!
· Férias de apenas 30 dias para todos os políticos e juízes? SIM!
· Ampliação do Ficha-limpa? SIM!
· Fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes, nas três esferas? SIM!
· Cadeia imediata para quem desviar dinheiro público (elevando-se para a categoria de crime hediondo? SIM!.
Atualização dos códigos penal e processo penal? SIM!
· Fim dos suplentes de Senador sem votos? SIM!
· Redução dos 20.000 funcionários do Congresso para um quinto? SIM!
· Voto em lista fechada? NÃO!
· Financiamento público das campanhas? NÃO!
· Horário Eleitoral obrigatório? NÃO!
· Maioridade penal aos 16 anos para quem tirar título de eleitor? SIM!
Um BASTA! na politicagem rasteira que se pratica no Brasil? SIM !!!!!!!!!!!
E mais!!!!
-Reforma Política, já SIM!
- Que os Vereadores , a exemplo de outros países, recebam somente pequena ajuda de custo e que somente disponham, quando pertinente, de um assessor e uma secretária SIM!
-Reduzir drasticamente assessores, verbas e mordomias de deputados e senadores, e que nenhum servidor público (executivo, legislativo e judiciário) aufira ganhos brutos maiores que o salário do Presidente da Republica SIM!
-Limitar salário e quaisquer outros ganhos de servidores públicos (ativos e inativos) ao salário do presidente da república SIM!
-Reforma do Sistema Prisional, criando presídios agroindustriais, de segurança máxima, com jornada de trabalho de 48 horas semanais, para praticantes de crimes hediondos, latrocínio, desvios de recursos públicos, tráfico de drogas e armas. O resultado da produção (vestuário, tijolos, telhas, blocos, etc..) seria destinado a projetos sociais SIM!
-Revisão das correções defasadas dos salários dos aposentados e pensionistas SIM!
-Melhorias imediatas no transporte público, na saúde, na educação e na segurança, reativação da malha ferroviária, redução dos pedágios SIM!
-Reforma Fiscal, imediatamente SIM!
- Cadeia para os corruptos SIM!
"O dinheiro faz homens ricos; o conhecimento faz homens sábios e a humildade faz homens grandes."
VAMOS VER SE MUDAMOS O BRASIL? ESTÁ EM NOSSAS MÃOS.
Cinco razões para não beber água engarrafada
Para cada litro de água engarrafada, são utilizados 200 ml de petróleo
Apesar de ser responsável por grandes debates sobre a quantidade ideal para sua ingestão, os benefícios da água para a saúde são inegáveis. Segundo a nutricionista Amélia Duarte, o líquido está presente em 50% a 75% do peso corporal de um adulto e é um dos principais transportadores de nutrientes do nosso corpo e age também como suporte para o bom funcionamento intestinal.
Mas é preciso ficar atento quando os assuntos são as fontes e o armazenamento deste recurso. Há anos, a água engarrafada está na mira de críticos e ambientalistas europeus e norte-americanos. A discussão chegou ao Brasil em 2010, mas não ganhou força, apesar deste produto ser visto por muitos cientistas como um ícone do desperdício, da desigualdade social e também um risco para a saúde.
Conheça cinco motivos para não ingerir água engarrafada:
1. Ingestão de produtos químicos
O biólogo Carlos Lehn alerta que, para cada litro de água engarrafada, é estimada a utilização de 200 ml de petróleo em sua produção, embalagem, transporte e refrigeração. Além disso, um estudo norte-americano revelou que há presença de fertilizantes, produtos farmacêuticos, desinfetantes e outras fórmulas químicas presentes no produto agem de forma negativa no corpo humano.
2. Danos socio-ambientais
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 900 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à água de boa qualidade, enquanto que uma parcela da população prefere consumir água engarrafada mesmo tendo acesso a água tratada. O consumo excessivo do produto em todo o mundo pode levar à superexploração de aquíferos, o que deixaria um legado de falta de água para gerações futuras.
Lehn aponta que a produção e distribuição do volume das águas engarrafadas podem gerar mais de 60 mil toneladas de emissões de gases do efeito estufa, o equivalente ao que 13 mil carros geram em um ano.
3. Produção de lixo
Apesar de serem materiais recicláveis, as garrafas utilizadas para o acondicionamento do recurso geralmente não são recicladas, podendo produzir até 1,5 milhões de toneladas desses resíduos por ano. E, para produzir essa quantidade de plástico, são gastos cerca de 47 milhões de litros de óleo.
A cidade de Concord, em Massachusetts (EUA), foi a primeira comunidade dos Estados Unidos a abandonar a utilização das garrafas plásticas de uso único, em 2013. O motivo? Elas não estimulam a reutilização. Em 2010, só nos EUA a estimativa era o descarte de 50 bilhões de embalagens plásticas de água por ano. Menos de 10% são recicladas. "Alguns hábitos antigos, como a sacola de pano e a garrafa de vidro podem representar a solução para alguns de nossos maiores problemas, a exemplo do acúmulo de lixo nas grandes cidades", reforçou o biólogo ao site JorNow.
4. Preço abusivo
O preço da água engarrafada é quase 100 vezes mais alto do que a disponibilizada pelo sistema público. Além disso, o lucro com a venda do produto, que poderia ser investido na melhoria do abastecimento público de água, permanece privatizado.
water-quatro-ecod.jpg
O consumo de água em garrafas pode impactar governos
Foto: stvcr
5. Menos atenção aos sistemas públicos
... E se temos água engarrafada para consumir, para que investir em um bom sistema de abastecimento de água público? O crescimento da indústria de água engarrafada pode incentivar a privatização da comercialização do recurso em todo o mundo - o que não seria um bom sinal para qualquer governo.
Eco D
Apesar de ser responsável por grandes debates sobre a quantidade ideal para sua ingestão, os benefícios da água para a saúde são inegáveis. Segundo a nutricionista Amélia Duarte, o líquido está presente em 50% a 75% do peso corporal de um adulto e é um dos principais transportadores de nutrientes do nosso corpo e age também como suporte para o bom funcionamento intestinal.
Mas é preciso ficar atento quando os assuntos são as fontes e o armazenamento deste recurso. Há anos, a água engarrafada está na mira de críticos e ambientalistas europeus e norte-americanos. A discussão chegou ao Brasil em 2010, mas não ganhou força, apesar deste produto ser visto por muitos cientistas como um ícone do desperdício, da desigualdade social e também um risco para a saúde.
Conheça cinco motivos para não ingerir água engarrafada:
1. Ingestão de produtos químicos
O biólogo Carlos Lehn alerta que, para cada litro de água engarrafada, é estimada a utilização de 200 ml de petróleo em sua produção, embalagem, transporte e refrigeração. Além disso, um estudo norte-americano revelou que há presença de fertilizantes, produtos farmacêuticos, desinfetantes e outras fórmulas químicas presentes no produto agem de forma negativa no corpo humano.
2. Danos socio-ambientais
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 900 milhões de pessoas no mundo ainda não têm acesso à água de boa qualidade, enquanto que uma parcela da população prefere consumir água engarrafada mesmo tendo acesso a água tratada. O consumo excessivo do produto em todo o mundo pode levar à superexploração de aquíferos, o que deixaria um legado de falta de água para gerações futuras.
Lehn aponta que a produção e distribuição do volume das águas engarrafadas podem gerar mais de 60 mil toneladas de emissões de gases do efeito estufa, o equivalente ao que 13 mil carros geram em um ano.
3. Produção de lixo
Apesar de serem materiais recicláveis, as garrafas utilizadas para o acondicionamento do recurso geralmente não são recicladas, podendo produzir até 1,5 milhões de toneladas desses resíduos por ano. E, para produzir essa quantidade de plástico, são gastos cerca de 47 milhões de litros de óleo.
A cidade de Concord, em Massachusetts (EUA), foi a primeira comunidade dos Estados Unidos a abandonar a utilização das garrafas plásticas de uso único, em 2013. O motivo? Elas não estimulam a reutilização. Em 2010, só nos EUA a estimativa era o descarte de 50 bilhões de embalagens plásticas de água por ano. Menos de 10% são recicladas. "Alguns hábitos antigos, como a sacola de pano e a garrafa de vidro podem representar a solução para alguns de nossos maiores problemas, a exemplo do acúmulo de lixo nas grandes cidades", reforçou o biólogo ao site JorNow.
4. Preço abusivo
O preço da água engarrafada é quase 100 vezes mais alto do que a disponibilizada pelo sistema público. Além disso, o lucro com a venda do produto, que poderia ser investido na melhoria do abastecimento público de água, permanece privatizado.
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O consumo de água em garrafas pode impactar governos
Foto: stvcr
5. Menos atenção aos sistemas públicos
... E se temos água engarrafada para consumir, para que investir em um bom sistema de abastecimento de água público? O crescimento da indústria de água engarrafada pode incentivar a privatização da comercialização do recurso em todo o mundo - o que não seria um bom sinal para qualquer governo.
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Laudo dos EUA diz que marcas em Isabella Nardoni não são de mãos
As análises foram encomendadas pela defesa do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá. Segundo o laudo, marcas no pescoço da menina não foram feitas nem pelo pai, nem pela madrasta
O resultado de um laudo feito nos Estados Unidos pelo Instituto de Engenharia Biomédica da George Washington University concluiu que as marcas no pescoço de Isabella Nardoni, menina morta aos 5 anos em São Paulo, em 2008, não foram feitas por mãos humanas. As análises foram encomendadas pelo criminalista Roberto Podval, que defende o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina.
Os exames feitos pela equipe do professor americano James K. Hahn afirmaram que as marcas no pescoço da menina não foram causadas pelas mãos de Anna Carolina, conforme a acusação do Ministério Público Estadual (MPE), tampouco foram resultado de esganadura feita pelo pai da criança. O laudo diz elas "não são compatíveis com a morfologia das mãos de Anna e de Alexandre", nem foram feitas por mãos humanas.
"Isso foi surpreendente", afirmou Podval. Para fazer as análises, o criminalista fez moldes das mãos dos dois acusados. O estudo da equipe do professor Hahn foi desenvolvido com base nas articulações das mãos e dos dedos. Para mostrar como chegaram a esse resultado, os peritos prepararam um relatório que será trazido por Podval para ser incluído no processo do caso.
Mesmo sabendo que a Justiça dificilmente aceita a análise de provas novas em habeas corpus, é por meio disso que o criminalista pretende tirar o casal da prisão. Normalmente, só depois do trânsito em julgado de um caso – sua decisão judicial final – é que se pode pedir a revisão criminal. Por isso, o casal Nardoni teria de esperar preso. Podval considera que a espera na cadeia depois do surgimento de uma dúvida mais do que razoável de que o casal tenha cometido o crime é algo que a Justiça deve evitar. Por este motivo o criminalista acredita ser possível a libertação.
Crime
O casal Nardoni cumpre pena desde que, em março de 2010, foi condenado pelo 2.º Tribunal do Júri de São Paulo pela morte da garota. O pai recebeu a pena de 31 anos de prisão, enquanto a madrasta, de 26 anos e 8 meses. Ambos recorreram da decisão, mas a Justiça ainda não terminou de analisar seus recursos.
Anna e Alexandre foram condenados por homicídio qualificado – meio cruel, sem dar chance de defesa para a vítima e para assegurar a impunidade de outro crime. De acordo com a acusação, a menina teria sido espancada pela madrasta, que teria tentado sufocá-la. Pensando que ela estava morta, o pai teria cortado com uma tesoura a rede de proteção da janela de um quarto do apartamento do casal, na zona norte de São Paulo. Em seguida, Alexandre teria atirado a menina pela janela. A criança caiu no jardim do prédio.
Para Podval, as marcas no pescoço de Isabella podem ter sido provocadas nessa queda, quando a menina passou por uma pequena palmeira no jardim. "O laudo diz que as marcas não foram causadas por mãos humanas, mas não diz o que as pode ter causado. Ele é inconclusivo nesse ponto. Mas acredito que elas podem ter sido causadas na queda", afirmou o criminalista.
O defensor do casal está nos Estados Unidos para retirar o resultado dos exames. Ele deve se reunir ainda nesta semana com a equipe do professor Hahn, em Washington. O retorno ao Brasil está marcado para a próxima semana. "Vamos preparar o recurso. Sempre acreditei na inocência de meus clientes."
EK
Época
O resultado de um laudo feito nos Estados Unidos pelo Instituto de Engenharia Biomédica da George Washington University concluiu que as marcas no pescoço de Isabella Nardoni, menina morta aos 5 anos em São Paulo, em 2008, não foram feitas por mãos humanas. As análises foram encomendadas pelo criminalista Roberto Podval, que defende o casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta da menina.
Os exames feitos pela equipe do professor americano James K. Hahn afirmaram que as marcas no pescoço da menina não foram causadas pelas mãos de Anna Carolina, conforme a acusação do Ministério Público Estadual (MPE), tampouco foram resultado de esganadura feita pelo pai da criança. O laudo diz elas "não são compatíveis com a morfologia das mãos de Anna e de Alexandre", nem foram feitas por mãos humanas.
"Isso foi surpreendente", afirmou Podval. Para fazer as análises, o criminalista fez moldes das mãos dos dois acusados. O estudo da equipe do professor Hahn foi desenvolvido com base nas articulações das mãos e dos dedos. Para mostrar como chegaram a esse resultado, os peritos prepararam um relatório que será trazido por Podval para ser incluído no processo do caso.
Mesmo sabendo que a Justiça dificilmente aceita a análise de provas novas em habeas corpus, é por meio disso que o criminalista pretende tirar o casal da prisão. Normalmente, só depois do trânsito em julgado de um caso – sua decisão judicial final – é que se pode pedir a revisão criminal. Por isso, o casal Nardoni teria de esperar preso. Podval considera que a espera na cadeia depois do surgimento de uma dúvida mais do que razoável de que o casal tenha cometido o crime é algo que a Justiça deve evitar. Por este motivo o criminalista acredita ser possível a libertação.
Crime
O casal Nardoni cumpre pena desde que, em março de 2010, foi condenado pelo 2.º Tribunal do Júri de São Paulo pela morte da garota. O pai recebeu a pena de 31 anos de prisão, enquanto a madrasta, de 26 anos e 8 meses. Ambos recorreram da decisão, mas a Justiça ainda não terminou de analisar seus recursos.
Anna e Alexandre foram condenados por homicídio qualificado – meio cruel, sem dar chance de defesa para a vítima e para assegurar a impunidade de outro crime. De acordo com a acusação, a menina teria sido espancada pela madrasta, que teria tentado sufocá-la. Pensando que ela estava morta, o pai teria cortado com uma tesoura a rede de proteção da janela de um quarto do apartamento do casal, na zona norte de São Paulo. Em seguida, Alexandre teria atirado a menina pela janela. A criança caiu no jardim do prédio.
Para Podval, as marcas no pescoço de Isabella podem ter sido provocadas nessa queda, quando a menina passou por uma pequena palmeira no jardim. "O laudo diz que as marcas não foram causadas por mãos humanas, mas não diz o que as pode ter causado. Ele é inconclusivo nesse ponto. Mas acredito que elas podem ter sido causadas na queda", afirmou o criminalista.
O defensor do casal está nos Estados Unidos para retirar o resultado dos exames. Ele deve se reunir ainda nesta semana com a equipe do professor Hahn, em Washington. O retorno ao Brasil está marcado para a próxima semana. "Vamos preparar o recurso. Sempre acreditei na inocência de meus clientes."
EK
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quinta-feira, 8 de agosto de 2013
Menino suspeito de matar família sabia atirar e dirigir, diz testemunha à polícia
Testemunha disse, em depoimento, que garoto aprendeu a usar a arma com o pai
Um soldado da Polícia Militar, amigo dos policiais militares Luis Eduardo e Andreia Pesseghini, disse que o filho do casal, Marcelo Eduardo, de 13 anos, sabia atirar e dirigir, de acordo com o delegado Itagiba Vieira Franco. A testemunha prestou depoimento nesta quinta-feira (8), no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
— Ele falou que ele [Marcelo] sabia atirar porque foi ensinado pelo pai e a dirigir porque foi ensinado pela mãe.
Apesar de a testemunha não especificar com qual tipo de arma o garoto teria sido ensinado, o delegado diz acreditar que ele sabia manusear a pistola .40 usada nos assassinatos.
Familiares das vítimas dizem desconhecer e até negam o fato de o garoto ter sido ensinado a atirar e a dirigir. O soldado foi a primeira testemunha ouvida pela polícia que apresentou essa versão.
R7
Um soldado da Polícia Militar, amigo dos policiais militares Luis Eduardo e Andreia Pesseghini, disse que o filho do casal, Marcelo Eduardo, de 13 anos, sabia atirar e dirigir, de acordo com o delegado Itagiba Vieira Franco. A testemunha prestou depoimento nesta quinta-feira (8), no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa).
— Ele falou que ele [Marcelo] sabia atirar porque foi ensinado pelo pai e a dirigir porque foi ensinado pela mãe.
Apesar de a testemunha não especificar com qual tipo de arma o garoto teria sido ensinado, o delegado diz acreditar que ele sabia manusear a pistola .40 usada nos assassinatos.
Familiares das vítimas dizem desconhecer e até negam o fato de o garoto ter sido ensinado a atirar e a dirigir. O soldado foi a primeira testemunha ouvida pela polícia que apresentou essa versão.
R7
Após enfrentar obstáculos, MSF utiliza, pela primeira vez, a vacina pneumocócica no Sudão do Sul
8 de agosto de 2013 - À medida que dá início à vacinação contra a pneumonia no campo de refugiados de Yida, no Sudão do Sul, a organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) alerta que a comunidade internacional envolvida com vacinação está negligenciando a implementação de novas vacinas para crianças afetadas por crises.
Enquanto planejava imunizar crianças contra doenças pneumocócicas no campo de Yida, MSF enfrentou diversas barreiras na tentativa de adquirir vacinas mais novas a preços acessíveis e se viu obrigada a lidar com políticas burocráticas que excluem as necessidades das populações afetadas por conflitos.
“Crianças refugiadas são extremamente vulneráveis a doenças que podem ser prevenidas por vacinas. Por que continuamos a ouvir de farmacêuticas, organizações e financiadores envolvidos com a vacinação que essas crianças não são problema deles?”, pergunta Kate Elder, especialista em vacina da Campanha de Acesso a Medicamentos de MSF. “Devíamos estar fazendo todos os esforços para que crianças refugiadas fossem beneficiadas pelas vacinas mais recentes, ao invés de as deixarmos definharem em um ponto cego da comunidade global.”
As vacinas mais novas foram primeiramente introduzidas nos países pobres com o suporte da Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (GAVI), mas a iniciativa não cobre a vacinação de refugiados e pessoas afetadas por crises, deixando de atender imensas necessidades. Além disso, os descontos negociados pela GAVI não são sistematicamente disponibilizados para organizações humanitárias que atuam em contextos de crise. Apesar dos pedidos feitos aos envolvidos, inclusive às farmacêuticas Pfizer e GlaxoSmithKline (GSK), produtoras dessas novas vacinas, e à GAVI, um preço baixo global para organizações humanitárias como MSF não foi estabelecido.
Refugiados sudaneses começaram a cruzar a fronteira rumo ao Sudão do Sul em junho de 2011, quando irrompeu o conflito entre o governo de Cartum e os rebeldes do Movimento Popular de Libertação do Sudão do Norte (SPLM-N), no estado de Kordofan do Sul, no Sudão. No auge da crise no campo de Yida, em meados no ano passado, foram reportadas altas taxas de mortalidade entre crianças admitidas no hospital de MSF com infecções do trato respiratório, como a pneumonia, uma das principais causas de morte. As condições dos campos de refugiados tornam as crianças particularmente vulneráveis ao pneumococo, bactéria que mais causa a pneumonia, assim como a superlotação e a exposição a múltiplas estirpes da bactéria podem elevar ainda mais os riscos.
“A situação em Yida no ano passado foi dolorosa, com crianças morrendo de doenças que poderiam ter sido prevenidas por vacinas”, afirma Audrey Landmann, coordenadora de projeto de MSF em Yida no período.
MSF determinou que a vacina pneumocócica conjugada (PCV) poderia resultar em uma substancial redução da mortalidade em Yida. Esta é uma das primeiras vezes que a PCV está sendo usada em um campo de refugiados; e é a primeira utilização no Sudão do Sul.
MSF vinha trabalhando desde setembro de 2012 para conseguir PCV para usar no campo de Yida, mas tem enfrentado atrasos relacionados à lenta negociação e às restrições legais para a aquisição. As companhias fabricantes das vacinas propuseram uma doação, mas MSF evita doações porque procura uma solução sustentável para o problema, para que possa agir prontamente em contextos similares. A organização eventualmente conseguiu adquirir a vacina a um preço reduzido da GSK, mas, devido aos atrasos, a vacinação planejada foi postergada e está sendo realizada agora, em meio à estação das chuvas, o que representa um desafio em termos de logística.
“Tentamos há mais de dois anos encontrar uma solução para o acesso regular e a baixos custos às vacinas recentes, para que possamos agir rapidamente quando necessário, mas ainda não encontramos solução para o caso dos refugiados”, conta o Dr. Greg Elder, Diretor-adjunto de Operações de MSF em Paris. “Precisamos que as companhias farmacêuticas e a GAVI ofereçam o menor preço global para organizações humanitárias. Nós podemos salvar vidas de crianças em meio a crises; apenas nos deixem fazê-lo”.
O Brasil está ligado à GAVI, já que prometeu contribuir com 20 milhões de dólares. O repasse seria escalonado, de 2013 a 2031.
Presente em Yida desde outubro de 2011, MSF atualmente mantém um centro de saúde primária (média de 10 mil consultas por mês), um hospital de 60 leitos, uma unidade de tratamento para desnutrição e equipes médicas móveis que trabalham por todo o acampamento. A organização também está envolvida com o suprimento de água e a construção de latrinas. De maio de 2012 a maio de 2013, MSF tratou cerca de 3 mil crianças severamente desnutridas em Yida.
MSF atua na região que hoje constitui a República do Sudão do Sul desde 1983. A organização está trabalhando em seis dos dez estados do país, respondendo a emergências, como o deslocamento de pessoas em grande escala, influxos de refugiados, crises de desnutrição e surtos de malária e calazar, além de oferecer serviços de saúde básicos e especializados.
Médicos Sem Fronteira
Enquanto planejava imunizar crianças contra doenças pneumocócicas no campo de Yida, MSF enfrentou diversas barreiras na tentativa de adquirir vacinas mais novas a preços acessíveis e se viu obrigada a lidar com políticas burocráticas que excluem as necessidades das populações afetadas por conflitos.
“Crianças refugiadas são extremamente vulneráveis a doenças que podem ser prevenidas por vacinas. Por que continuamos a ouvir de farmacêuticas, organizações e financiadores envolvidos com a vacinação que essas crianças não são problema deles?”, pergunta Kate Elder, especialista em vacina da Campanha de Acesso a Medicamentos de MSF. “Devíamos estar fazendo todos os esforços para que crianças refugiadas fossem beneficiadas pelas vacinas mais recentes, ao invés de as deixarmos definharem em um ponto cego da comunidade global.”
As vacinas mais novas foram primeiramente introduzidas nos países pobres com o suporte da Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (GAVI), mas a iniciativa não cobre a vacinação de refugiados e pessoas afetadas por crises, deixando de atender imensas necessidades. Além disso, os descontos negociados pela GAVI não são sistematicamente disponibilizados para organizações humanitárias que atuam em contextos de crise. Apesar dos pedidos feitos aos envolvidos, inclusive às farmacêuticas Pfizer e GlaxoSmithKline (GSK), produtoras dessas novas vacinas, e à GAVI, um preço baixo global para organizações humanitárias como MSF não foi estabelecido.
Refugiados sudaneses começaram a cruzar a fronteira rumo ao Sudão do Sul em junho de 2011, quando irrompeu o conflito entre o governo de Cartum e os rebeldes do Movimento Popular de Libertação do Sudão do Norte (SPLM-N), no estado de Kordofan do Sul, no Sudão. No auge da crise no campo de Yida, em meados no ano passado, foram reportadas altas taxas de mortalidade entre crianças admitidas no hospital de MSF com infecções do trato respiratório, como a pneumonia, uma das principais causas de morte. As condições dos campos de refugiados tornam as crianças particularmente vulneráveis ao pneumococo, bactéria que mais causa a pneumonia, assim como a superlotação e a exposição a múltiplas estirpes da bactéria podem elevar ainda mais os riscos.
“A situação em Yida no ano passado foi dolorosa, com crianças morrendo de doenças que poderiam ter sido prevenidas por vacinas”, afirma Audrey Landmann, coordenadora de projeto de MSF em Yida no período.
MSF determinou que a vacina pneumocócica conjugada (PCV) poderia resultar em uma substancial redução da mortalidade em Yida. Esta é uma das primeiras vezes que a PCV está sendo usada em um campo de refugiados; e é a primeira utilização no Sudão do Sul.
MSF vinha trabalhando desde setembro de 2012 para conseguir PCV para usar no campo de Yida, mas tem enfrentado atrasos relacionados à lenta negociação e às restrições legais para a aquisição. As companhias fabricantes das vacinas propuseram uma doação, mas MSF evita doações porque procura uma solução sustentável para o problema, para que possa agir prontamente em contextos similares. A organização eventualmente conseguiu adquirir a vacina a um preço reduzido da GSK, mas, devido aos atrasos, a vacinação planejada foi postergada e está sendo realizada agora, em meio à estação das chuvas, o que representa um desafio em termos de logística.
“Tentamos há mais de dois anos encontrar uma solução para o acesso regular e a baixos custos às vacinas recentes, para que possamos agir rapidamente quando necessário, mas ainda não encontramos solução para o caso dos refugiados”, conta o Dr. Greg Elder, Diretor-adjunto de Operações de MSF em Paris. “Precisamos que as companhias farmacêuticas e a GAVI ofereçam o menor preço global para organizações humanitárias. Nós podemos salvar vidas de crianças em meio a crises; apenas nos deixem fazê-lo”.
O Brasil está ligado à GAVI, já que prometeu contribuir com 20 milhões de dólares. O repasse seria escalonado, de 2013 a 2031.
Presente em Yida desde outubro de 2011, MSF atualmente mantém um centro de saúde primária (média de 10 mil consultas por mês), um hospital de 60 leitos, uma unidade de tratamento para desnutrição e equipes médicas móveis que trabalham por todo o acampamento. A organização também está envolvida com o suprimento de água e a construção de latrinas. De maio de 2012 a maio de 2013, MSF tratou cerca de 3 mil crianças severamente desnutridas em Yida.
MSF atua na região que hoje constitui a República do Sudão do Sul desde 1983. A organização está trabalhando em seis dos dez estados do país, respondendo a emergências, como o deslocamento de pessoas em grande escala, influxos de refugiados, crises de desnutrição e surtos de malária e calazar, além de oferecer serviços de saúde básicos e especializados.
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quarta-feira, 7 de agosto de 2013
Aniversário Lei Maria da Penha – Delegacia da Mulher de Itabira promove blitz contra a violência doméstica
A Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher de Itabira (DEAM), promoverá na manhã desta quarta-feira (07), no Centro da cidade, uma blitz educativa alusiva ao sétimo aniversário da Lei Maria da Penha.
O evento terá concentração das 9h30 às 10h30 na esquina da Avenida João Pinheiro com a Rua São José, ao lado da loja Magazine Luíza e terá as presenças de vereadores como Marcela Cristina Lopes da Silva (PR), além da delegada Amanda Machado Celestino.
Durante o evento serão distribuídos material de orientação a população, além de laços brancos simbolizando a paz.
Violência contra a Mulher – Itabira já resgistrou 115 casos de estupro e lesão corporal em 2013
Itabira já conta com Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher
Segundo dados do instituto Data/Senado no primeiro trimestre de 2013 foram registrados em Itabira 115 casos de estupro e lesão corporal, contra 87 registrados no mesmo período em 2012. “A polícia tem agido com eficiência nesses casos. Deitadas em casa, em cima de suas camas, às mulheres não conseguirão resolver esses problemas. Em casos de violência, elas devem procurar a Polícia Civil”, alertou a delegada.
Para denúncias, a delegacia atende pelo número 181 (disk denúncia), e através também do telefone (31)3831-0585.
Via Comercial
O evento terá concentração das 9h30 às 10h30 na esquina da Avenida João Pinheiro com a Rua São José, ao lado da loja Magazine Luíza e terá as presenças de vereadores como Marcela Cristina Lopes da Silva (PR), além da delegada Amanda Machado Celestino.
Durante o evento serão distribuídos material de orientação a população, além de laços brancos simbolizando a paz.
Violência contra a Mulher – Itabira já resgistrou 115 casos de estupro e lesão corporal em 2013
Itabira já conta com Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher
Segundo dados do instituto Data/Senado no primeiro trimestre de 2013 foram registrados em Itabira 115 casos de estupro e lesão corporal, contra 87 registrados no mesmo período em 2012. “A polícia tem agido com eficiência nesses casos. Deitadas em casa, em cima de suas camas, às mulheres não conseguirão resolver esses problemas. Em casos de violência, elas devem procurar a Polícia Civil”, alertou a delegada.
Para denúncias, a delegacia atende pelo número 181 (disk denúncia), e através também do telefone (31)3831-0585.
Via Comercial
Polícia localiza luvas no carro da família de PMs mortos
A polícia localizou no Corsa da família Pesseghini um par de luvas que pode ter sido utilizado na morte de cinco pessoas da mesma família na Brasilândia, na zona norte de São Paulo.
Para a polícia, o adolescente Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, matou a família e depois cometeu suicídio. Nas mãos do jovem a polícia não encontrou pólvora e, por esse motivo, as luvas serão periciadas.
Segundo a polícia, o fato de não haver vestígios do armamento não é incomum, pois a pistola.40 utilizada no crime costuma não deixar vestígios. Canhoto, Marcelo tinha na mão esquerda a pistola utilizada pela mãe, a cabo da PM Andreia Regina Pesseghini, 36. Policiais afirmaram que a arma requer iniciação, pois seu manuseio não é simples.
No crime, ocorrido entre a noite de domingo (4) e a madrugada de segunda-feira (5), foram mortos com tiros na cabeça a cabo Andreia, o pai do menino, Luis Marcelo Pesseghini, 40, sargento da Rota, a avó materna de Marcelo, Benedita Bovo, 65, e a tia-avó dele Bernadete Silva, 55.
CARRO
De acordo com a polícia, um dos indícios de que o menino cometeu o crime é que a chave do carro da família foi localizada no bolso da roupa do adolescente.
Imagens de câmeras da região mostram o carro da família foi estacionado perto do colégio onde o menino estudava por volta da 1h15 de segunda-feira. Por volta das 6h30, ele desce do carro, coloca uma mochila nas costas e segue em direção à escola.
Na mochila do garoto foi encontrado um revólver calibre 32 sem munição e, no seu quarto, haviam várias armas de brinquedo. O menino frequentou a escola normalmente na segunda e voltou para casa de carona com o pai de um colega. Para a polícia, ele se matou na sequência.
Inicialmente, a polícia suspeitava que o crime havia sido retaliação à prisão de integrantes de uma facção criminosa. Após perícia, depoimentos e imagens de câmeras, praticamente descartou a hipótese.
A nova versão ganhou força após o melhor amigo de Marcelo afirmar à polícia que, em diversas ocasiões, ele havia lhe dito que planejava matar a família e fugir.
"Esse amigo nos disse: 'Ele sempre me chamou para fugir de casa para ser um matador de aluguel. Ele tinha o plano de matar os pais durante a noite, quando ninguém soubesse, e fugir com o carro dos pais e morar em um local abandonado'", afirmou o delegado Itagiba Franco.
Familiares contestam a versão da polícia que coloca o menino como o principal autor da chacina. Marcelo Eduardo foi descrito por professores como bom aluno e, pela polícia, como "apaixonado por armas".
Marcelo tinha diabetes e fibrose cística, doença degenerativa sem cura que pode levar a infecções, problemas digestivos e morte na idade adulta -mas nenhuma alteração psiquiátrica. Ele já havia reclamado da doença a professores e colegas.
Folha Online
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terça-feira, 6 de agosto de 2013
Mulher confessa sequestro de bebê no Recreio
Ela estava com o bebê numa casa em Inhoaíba e chegou a afirmar que a criança seria sua filha
Mãe do bebê, de apenas 13 dias, foi assassinada
RIO - Localizada na tarde desta terça-feira por policiais do 40º BPM (Campo Grande), uma mulher confessou o sequestro da bebê Jenifer da Silva Araújo, de 13 dias, levada na última segunda-feira numa região próxima a um posto de saúde do Recreio, na Zona Oeste do Rio. Aos PMs, ela se identificou apenas como Michele, mas não trazia nenhum documento de identidade. A mulher, contudo, negou envolvimento no homicídio de Diana Oliveira da Silva, de 33 anos, mãe da criança, cujo corpo trazia sinais de asfixia.
Segundo o comandante do 40º BPM, tenente-coronel Jorge Damião, Michele foi encontrada a partir de uma denúncia feita pelo Disque-Denúncia (2253-1177). Ela estava com o bebê numa casa em Inhoaíba, também na Zona Oeste, e chegou a afirmar que a criança seria sua filha. Os policiais, no entanto, não acreditaram e levaram a mulher para averiguação na 35ª DP para averiguações. Em seguida, Michele foi levada ao Hospital estadual Rocha Faria, em Campo Grande, onde exames poderiam confirmar sua suposta gravidez recente. Foi na unidade que ela, então, confessou o sequestro. Ainda de acordo com a Polícia Militar, testes clínicos serão realizados para confirmar que a criança é, realmente, Jenifer.
O sequestro aconteceu na noite da segunda-feira. Diana estava com a pequena Jenifer quando as duas foram abordadas por um casal, em frente a um posto de saúde, na comunidade do Terreirão, por volta do meio-dia.
O corpo da mulher foi encontrado em um terreno próximo à unidade hospitalar, onde foi fazer um curso de amamentação. O marido da vítima e pai da criança, Francisco de Assis, foi ao local e reconheceu o corpo. Ele afirmou ao site do Extra que a mulher, no dia anterior ao curso, não queria ir ao posto e não disse o motivo.
— Não tenho ideia do que aconteceu. Não conheço essa mulher que levou Jenifer. Viemos do Ceará em 2008 e estávamos construindo uma vida aqui. Tenho um emprego e minha mulher ia começar a trabalhar como doméstica. Agora perdi minha mulher — disse Francisco.
Testemunhas relataram a agentes da DH que viram uma mulher suja de terra com um bebê num ônibus do BRT. Carla Bispo, vizinha da vítima, estava nesse ônibus e reconheceu a criança:
— Abordei a mulher e disse que a menina era filha de uma amiga minha. Ela disse que não. Respondi que não ia esquecer o rosto dela e não esqueci — disse Carla.
A Divisão de Homicídios (DH) procurava por pistas que levassem à prisão da mulher que sequestrou o bebê. O delegado da DH, Fábio Cardoso, conseguiu nesta terça-feira imagens do BRT Transoeste, que mostram uma mulher com um bebê fugindo num ônibus com destino a Santa Cruz.
— A mãe foi encontrada com panos ao redor do rosto e do pescoço e com as mãos amarradas para trás. A causa da morte foi confirmada, pelos peritos, como asfixia — contou Cardoso.
Protesto
Uma manifestação de amigos e parentes da família interditou a Avenida das Américas, na altura da estação Notre Dame, e causou uma paralisação em toda a extensão do BRT por volta das 18h desta segunda-feira. O serviço ficou suspenso por 40 minutos, mas voltou a operar por volta das 18h50m, após o desbloqueio da via.
No fim de semana, Francisco e Diana fizeram um chá de bebê com os amigos. O casal mora na comunidade do Terreirão. A família de Diana mora em Boa Viagem, no Ceará, e ficou sabendo do que aconteceu na noite desta segunda-feira. Os pais de Diana querem que o corpo seja velado na terra natal da mulher. No entanto, a família não tem recursos para o transporte do corpo.
O Globo
Mãe do bebê, de apenas 13 dias, foi assassinada
RIO - Localizada na tarde desta terça-feira por policiais do 40º BPM (Campo Grande), uma mulher confessou o sequestro da bebê Jenifer da Silva Araújo, de 13 dias, levada na última segunda-feira numa região próxima a um posto de saúde do Recreio, na Zona Oeste do Rio. Aos PMs, ela se identificou apenas como Michele, mas não trazia nenhum documento de identidade. A mulher, contudo, negou envolvimento no homicídio de Diana Oliveira da Silva, de 33 anos, mãe da criança, cujo corpo trazia sinais de asfixia.
Segundo o comandante do 40º BPM, tenente-coronel Jorge Damião, Michele foi encontrada a partir de uma denúncia feita pelo Disque-Denúncia (2253-1177). Ela estava com o bebê numa casa em Inhoaíba, também na Zona Oeste, e chegou a afirmar que a criança seria sua filha. Os policiais, no entanto, não acreditaram e levaram a mulher para averiguação na 35ª DP para averiguações. Em seguida, Michele foi levada ao Hospital estadual Rocha Faria, em Campo Grande, onde exames poderiam confirmar sua suposta gravidez recente. Foi na unidade que ela, então, confessou o sequestro. Ainda de acordo com a Polícia Militar, testes clínicos serão realizados para confirmar que a criança é, realmente, Jenifer.
O sequestro aconteceu na noite da segunda-feira. Diana estava com a pequena Jenifer quando as duas foram abordadas por um casal, em frente a um posto de saúde, na comunidade do Terreirão, por volta do meio-dia.
O corpo da mulher foi encontrado em um terreno próximo à unidade hospitalar, onde foi fazer um curso de amamentação. O marido da vítima e pai da criança, Francisco de Assis, foi ao local e reconheceu o corpo. Ele afirmou ao site do Extra que a mulher, no dia anterior ao curso, não queria ir ao posto e não disse o motivo.
— Não tenho ideia do que aconteceu. Não conheço essa mulher que levou Jenifer. Viemos do Ceará em 2008 e estávamos construindo uma vida aqui. Tenho um emprego e minha mulher ia começar a trabalhar como doméstica. Agora perdi minha mulher — disse Francisco.
Testemunhas relataram a agentes da DH que viram uma mulher suja de terra com um bebê num ônibus do BRT. Carla Bispo, vizinha da vítima, estava nesse ônibus e reconheceu a criança:
— Abordei a mulher e disse que a menina era filha de uma amiga minha. Ela disse que não. Respondi que não ia esquecer o rosto dela e não esqueci — disse Carla.
A Divisão de Homicídios (DH) procurava por pistas que levassem à prisão da mulher que sequestrou o bebê. O delegado da DH, Fábio Cardoso, conseguiu nesta terça-feira imagens do BRT Transoeste, que mostram uma mulher com um bebê fugindo num ônibus com destino a Santa Cruz.
— A mãe foi encontrada com panos ao redor do rosto e do pescoço e com as mãos amarradas para trás. A causa da morte foi confirmada, pelos peritos, como asfixia — contou Cardoso.
Protesto
Uma manifestação de amigos e parentes da família interditou a Avenida das Américas, na altura da estação Notre Dame, e causou uma paralisação em toda a extensão do BRT por volta das 18h desta segunda-feira. O serviço ficou suspenso por 40 minutos, mas voltou a operar por volta das 18h50m, após o desbloqueio da via.
No fim de semana, Francisco e Diana fizeram um chá de bebê com os amigos. O casal mora na comunidade do Terreirão. A família de Diana mora em Boa Viagem, no Ceará, e ficou sabendo do que aconteceu na noite desta segunda-feira. Os pais de Diana querem que o corpo seja velado na terra natal da mulher. No entanto, a família não tem recursos para o transporte do corpo.
O Globo
segunda-feira, 5 de agosto de 2013
Câmeras flagram agressões de babá a criança de 1 ano e meio, no Recife
As imagens mostram cenas cotidianas de covardia.
Pais só descobriram porque foram analisar necessidade de hora extra.
O NETV 1ª Edição desta segunda-feira (5) revelou uma história de covardia. A reportagem teve acesso a vídeos que mostram que uma babá, contratada para cuidar de uma menina de um ano e seis meses, maltratava e agredia a criança todos os dias, quando os pais não estavam por perto. A família denunciou o caso à polícia e a babá vai responder ao inquérito em liberdade.
A rotina de violência só foi descoberta porque a família gravou as agressões usando câmeras de segurança escondidas. No dia 9 de julho, às 7h22, o 'bom dia' da menina é um beliscão. Às 10h12, ela recebe um puxão de orelha. Às 11h01, as agressões continuam, sem motivo, do nada. Às 14h53, a vítima leva um beliscão, um puxão de cabelo e é empurrada no berço. Um minuto depois, a babá volta e dá mais um cascudo.
O pai da criança é um empresário, que não será identificado para proteger a imagem da criança. Ele notou comportamentos diferentes na filha de um ano e meio. "Ela estava bem mais agressiva, mordendo as pessoas. Se chegasse uma pessoa de fora que não tivesse contato com ela, ela tentava beliscar ou morder", conta.
No dia seguinte às primeiras imagens, 10 de julho, às 7h29, a menina joga o bichinho de pelúcia no chão para avisar que acordou e se deita, com medo. Ela sabe o que está por vir.
O apartamento tem circuito interno. A babá estava com a família há oito meses, mas a descoberta só veio quando os pais precisaram conferir algumas gravações para pagar as horas extras que ela vinha pedindo.
"Eu tive que me controlar muito porque dói muito, é muito triste porque é um ato de covardia, uma criança indefesa que nunca fez nada de mau para ninguém. Nós mostramos a ela as imagens do primeiro dia, do 9 de julho. Ela disse que não estava fazendo nada de mais, apenas repreendendo a criança que tava jogando algumas coisas no chão, para deixar o quarto mais organizado. Graças a Deus, para demitir por justa causa, bastou ver essas imagens", afirma.
No dia 13 de julho, às 7h24, a rotina de violência começa, sempre no mesmo horário. A babá puxa o cabelo da menina, que fica chorando. Em seguida, no momento de trocar de roupa, a atividade passa longe de qualquer gentileza. A criança é levantada pelo braço esquerdo, bruscamente.
A psicóloga Letícia Rezende explica que a escolha da babá requer muitos cuidados, é uma escolha de confiança. "Essa confiança precisa ser construída pela família. Porque, às vezes, a gente entrega a criança à babá e não diz a ela como gosta que trate a criança, não mostra a ela, não exemplifica como a família trata a criança, então é importante que os pais passem um tempo observando e fazendo junto com a babá", ensina.
No dia 13 de julho, às 15h01, mais grosseria, na hora de comer. O pai não se conforma. "A gente se sente muito impotente. Porque a vontade que a gente tem na hora é de devolver tudo o que ela fez com nossa criança. Mas pela nossa formação, pelo nosso equilíbrio de família, a gente buscou os caminhos legais, denunciamos à GPCA [Gerência de Polícia da Criança e do Adolescente]".
O crime de maus tratos é um dos mais comuns cometidos contra crianças. De acordo com os registros da polícia, foram 324 casos na Região Metropolitana do Recife, em 2012, e 199 só no primeiro semestre deste ano. Como as pessoas nem sempre denunciam, geralmente é um crime difícil de descobrir e de provar.
Para o chefe do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente, Zanelli Alencar, a dificuldade da vítima contar o que acontece, pela pouca idade, deixa tudo mais complicado. "A pena é muito leve, de dois meses a um ano. Normalmente a pessoa responde em liberdade. E a população tem o sentimento de impunidade, porque eu considero, pelas imagens que eu vi, um crime extremamente grave, mas é a nossa legislação, enquanto ela não mudar, é assim que vai ser feito", afirma.
Para esta família, a dor deixou lições. "Temos que ter mais cuidado, observar mais. Eu sei que a vida é corrida, mas são os tesouros de nossas vidas, e isso vai influenciar no crescimento delas, na forma de agir com as pessoas, na felicidade dessas crianças".
A terapia também pode ajudar. "O que me passa é que aquela criança começa a entender que aqueles atos são naturais, o ato de bater é natural, o ato de ser xingado é natural, então isso não pode acontecer. Ela tem que saber que estava errado daquele jeito, e que ela possa interiormente ir transformando esse sentimento, ir transformando isso, e aí o espaço da psicoterapia é crucial e ajuda muito", garante a psicóloga Letícia.
G1
Madeireiros impõem sua lei na terra dos Awá
Em emboscadas armadas por jagunços e pistoleiros, comerciantes de madeira demostram ter mais força do que a Polícia Federal e a Força Nacional juntas, relata funcionário da Funai
A ponte estava queimando e do lado de lá do fogo estavam uns 50 homens contratados pelos madeireiros; vários deles pistoleiros conhecidos da região. Os homens apontaram suas armas para a Polícia Federal, Força Nacional, Ibama e Funai, que vinham, em comboio, trazendo abundantes provas de crime de desmatamento em terra indígena em 17 caminhões apreendidos, motosserras, motocicletas, tratores e 35 presos.
Era madrugada num povoado perdido no Maranhão com o nome de Varig. E aquilo era uma emboscada. Os madeireiros e seus jagunços levaram a melhor no confronto. O Estado brasileiro teve que recuar. O lado da lei era mais fraco do que o exército organizado pelo crime.
O espantoso fato, que hoje faz parte de relatórios, me foi contado por Claudio Henrique Santos de Santana, 49 anos, há 28 anos funcionário da Funai e, naquele momento, motorista do primeiro caminhão. Aconteceu em junho do ano passado e merece ser relatado para se entender com que desenvoltura o crime de desmatamento age impunemente no Maranhão. Os representantes do Estado brasileiro tentaram dialogar. Foi inútil. Em silêncio, com a ponte em chamas, as armas apontadas, o crime foi mais eloquente.
O dia havia começado bem cedo. Na Aldeia Juriti os índios repetiram para os policiais, com a ajuda de Patriolino Garreto — chefe do posto, na tradução da lingua guajá — que estavam ouvindo o barulho dos tratores e das motosserras na floresta.
Ninguém ouvia nada, mas ninguém duvidava. Os Awá têm uma acuidade auditiva muito superior à de qualquer outro ser humano. Eles desenvolveram, ao longo dos séculos de sua história de fuga e movimento na mata, uma capacidade de ouvir além do normal.
Escolheram dois índios mais velhos para servir de guia. Patriolino foi junto. Atrás os seis integrantes da Força Nacional, um funcionário do Ibama e três da Funai. Os três da Polícia Federal e outro funcionário do Ibama ficaram na Aldeia Juriti.
Já havia começado uma operação de prisão de madeireiros na região, na qual tinha tomado parte Hélio Sotero, que hoje está na chefia da operação de retirada dos não-índios da terra Awá. Durante a operação, chegou até ele o alerta dos índios sobre a presença de madeireiros na floresta. Assim se organizou o grupo que foi até a Aldeia Juriti apurar o que eles estavam informando.
— Viemos de Santa Inês, até a casa do seu Raimundo Porca. — contou Santana, referindo-se a um posseiro antigo, vizinho da terra indígena, que tem sido aliado da Funai.
— Mandamos a bagagem por barco e viemos a pé para a aldeia. Na manhã seguinte, saímos. Os índios na frente, e nós, a pé, atrás. Andamos 20 quilômetros pela floresta até avistarmos o acampamento. Ouvimos então o barulho da motosserra cortando as árvores e o trator de esteira fazendo o limpo para pôr as toras — descreve Claudio Santana.
Eles mandaram os índios voltarem à aldeia para não expô-los aos riscos de serem depois reconhecidos pelos madeireiros. Patriolino, com eles.
— Nós ouvimos o barulho de um caminhão se aproximando. Tinha um tronco de árvore caído e nós o colocamos para bloquear o caminho. O caminhão parou no tronco. Nós, que estávamos escondidos no mato, aparecemos e o abordamos. Estavam o motorista e o ajudante dele, o catraqueiro, que usa a catraca para pegar os troncos. Fizemos essa primeira apreensão, tiramos a tora, e fomos no caminhão, escondidos, com o motorista dirigindo para não assustar as pessoas do grupo. Quando o caminhão encostou, as pessoas vieram falar com o motorista e nós aparecemos e prendemos todos — relata Claudio.
Eram cinco pessoas no acampamento, duas motosserras, duas motocicletas cross novinhas e um trator. Os bandidos conseguiram travar o trator, mas sob a ameaça da Força Nacional foram conduzindo todos para os outros acampamentos. Foi assim o dia inteiro. Ao todo, conseguiram chegar em mais sete acampamentos. Pegaram três tratores de esteira, armas, motos, motosserras, 16 caminhões e prenderam 35 pessoas. Quatro caminhões não puderam ser levados porque os motoristas conseguiram travar o motor.
— A gente passou o dia e anoiteceu nessa operação. Ninguém parou para comer, para descansar, eram três e meia da manhã, nós estávamos viajando quando vimos na estrada um carro cheio de toras. Eram os nossos três companheiros da Polícia Federal e um do Ibama, que havia saído da Aldeia Juruti pelo outro lado e apreendido aquele caminhão. Estavam nos esperando. Aí formamos esse comboio de 17 caminhões. Nossa intenção era soltar no povoado de Varig pessoas que não tinham a ver diretamente com o crime, como a cozinheira. Ou os peões que não nos levariam aos cabeças do crime.
A próxima parada seria Buriticupu, uma famosa cidade madeireira. Depois, uma cidade maior: Santa Inês, onde deixariam os presos e o fruto do crime.
— Eu dirigia o caminhão da frente, quando entrei no povoado e avistei a ponte em chamas. Era a emboscada. Eles queimaram a ponte para nos deter e ficaram de tocaia — disse Cláudio.
O comboio dos 17 caminhões e tratores parou. Não havia por onde escapar. As autoridades tentaram conversar, outros foram verificar se dava para passar pela ponte, mas as tábuas já estavam se desfazendo.
Do lado de lá os bandidos estavam em maior número, com melhor armamento, e maiores chances. Não havia o que fazer.
Do lado de cá eram apenas os funcionários da Funai que não portam armas, dois do Ibama, e os nove integrantes da Força Nacional e Polícia Federal.
Os bandidos exigiram a soltura de todos os presos e abandono dos caminhões e tratores. Era fazer isso ou iniciar o tiroteio.
— Estávamos em menor número e não tínhamos armas suficientes. Deixamos tudo lá e fomos de carro, por outra estrada, pensando em fazer um contorno até Buriticupu para relatar o ocorrido.
A estrada levava ao povoado com o nome de Aeroporto mas não ia até Buriticupu. Eles tiveram que voltar e quando chegaram, encontraram a cidade sob toque de recolher imposto pelos bandidos, a ponte consertada com novas tábuas, os caminhões recolhidos nas serrarias e oficinas da região, e os presos já tinham sumido.
— Ficaram no chão apenas as toras de madeira na estrada jogadas de um dos caminhões.
As forças policiais tinham como prova dessa desmoralizante ação, em que o crime mostrou ser mais forte que o Estado brasileiro, os documentos dos presos, cadernos de anotações, celulares e muitas licenças de transporte de madeira emitidas pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente do Maranhão.
O Globo
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