sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Medo e falta de estrutura afastam 70% das crianças nas escolas na República Centro-Africana desde 2012

Cerca de 65% das escolas foram saqueadas, ocupadas ou danificadas por balas ou bombas na República Centro-Africana (RCA). Sete em cada 10 alunos do ensino básico ainda não voltaram para a escola desde que o conflito começou, dezembro de 2012. É o que revela uma recente pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), realizada em agosto em 11 das 17 províncias do país.

Para o representante do UNICEF na RCA, Souleymane Diabaté, a escola deveria ser um espaço seguro para o ensino e a aprendizagem. “Em algumas áreas não há mais nada. Sem professores, mesas, livros, como uma criança pode aprender?”.

Quatro em cada cinco pessoas disseram que o medo da violência é a principal razão dos alunos para não voltar à escola. Quase metade das escolas permanecem fechadas e os alunos perderam uma média de seis meses de estudo.

Assolado por décadas de instabilidade e conflito, o país assistiu a uma retomada da violência em dezembro de 2012, quando a coalizão rebelde Seleka realizou uma série de ataques. Foi alcançado um acordo de paz em janeiro de 2013, mas os rebeldes tomaram a capital Bangui em março, forçando o presidente François Bozizé a fugir.

O governo atual – de transição – está encarregado de restaurar a lei e a ordem e abrir caminho para eleições democráticas. No entanto, os confrontos armados no nordeste do país têm aumentado desde o início de agosto, com o país enfrentando uma terrível situação humanitária que afeta toda a população de cerca de 4,6 milhões.

O Unicef informou que cerca de 25 mil crianças afetadas pelos conflitos estão no momento se preparando para os exames finais deste ano, com 40 mil outras crianças se preparando para voltar às aulas nas próximas semanas.

A crise já deslocou mais de 394 mil pessoas dentro do país e outras 64 mil pessoas para países vizinhos. A insegurança persistente, a ausência do Estado de Direito e os ataques contra o pessoal humanitário continuam a impedir a assistência às pessoas em necessidade.

promenino

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