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quarta-feira, 25 de junho de 2014
Pesquisa aponta que obras de Belo Monte incentivaram exploração sexual de crianças e adolescentes
Desde 2011, quando a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte foi iniciada no sudoeste do Pará, há denúncias de uma rede de exploração sexual na região. Os aliciadores explorariam mulheres, adolescentes, travestis e indígenas, que como pagamento aceitariam até vale-alimentação.
As informações são da pesquisa “Enfrentamento da violência sexual contra crianças e adolescentes no município de Altamira”. O estudo foi feito pelo pesquisador Assis da Costa Oliveira, da Universidade Federal do Pará (UFPA), sob encomenda da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, e traz dados de 2013 até abril de 2014.
Foram mapeados 46 locais com suspeita de exploração sexual de crianças e adolescentes. O caso mais emblemático é o da boate Xingu, onde, em fevereiro de 2013, uma adolescente de 16 anos fugiu e denunciou condições de cárcere privado. Após operação policial, 18 pessoas que viviam em condições análogas à escravidão foram libertadas.
De acordo com a Norte Energia, empresa responsável por Belo Monte, o número de registros de casos de “prostituição, estupro e abuso sexual contra crianças e adolescentes” não aumentou nos dois últimos anos, de acordo os dados do Conselho Tutelar, ao contrário do que sugere a pesquisa da UFPA. Em 2012, 15 casos por mês foram registrados, em média, em Altamira. Em 2013, os dados apontam cinco casos a menos por mês. No entanto, o pesquisador afirma que, entre os entrevistados, há uma percepção de aumento nos casos.
promenino
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