quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Testemunha diz que jovem se rendeu antes de ser morto na Providência


Em entrevista ao RJTV, testemunha afirmou que rapaz se entregou antes.
Ela disse ainda que a vítima tinha envolvimento com o tráfico de drogas.


Eduardo Felipe Santos Victor, de 17 anos, se rendeu antes de ser morto por policiais militares no Morro da Providência, Zona Portuária do Rio. Foi o que afirmou uma testemunha do crime em entrevista ao RJTV, que destacou o envolvimento do rapaz com o tráfico de drogas. Um vídeo flagrou policiais alterando a cena do crime.

A testemunha contou que viu Eduardo se entregando aos PMs, com as mãos para o alto. Mesmo assim, ele foi executado com tiros a queima-roupa.

"Eu estava dormindo. Acordei assustada com os tiros. Muito tiro. Fui, olhei da janela. De repente eu deparei com o menino. Ele estava armado, mas ele se rendeu", contou.

Ao ser questionada pela repórter se Eduardo atirou, ela garantiu que não, mas reiterou que ele estava armado e disse saber que ele tinha relação com o tráfico de drogas.

“Ele se rendeu. Podia levar preso. Eles podiam levar presos sim. Era dever deles levar preso, não matar”, repetiu a testemunha, ressaltando que os policiais atiraram a queima-roupa. “Ele gritou ‘ai ai’ e caiu no chão de bruços. Depois que ele levantou as mãos ele tomou o tiro”, disse.

Cena do crime alterada
Moradores da comunidade flagraram nesta terça-feira (29) três policiais militares alterando a cena do homicídio de Eduardo Felipe Santos Victor, de 17 anos, em um beco da comunidade.

Nas imagens (veja no vídeo acima), PMs mexem na cena do crime e um deles chega a colocar uma arma na mão do jovem baleado e fazer dois disparos para o lado. Antes, um outro policial faz um disparo com sua própria arma, para o alto, para simular um confronto.

O moradores que gravaram o vídeo narram a cena e dizem que ouviram o jovem ainda teria gritado de dor. "Ele gritou 'ai ai ai'', diz uma testemunha.

Os cinco policiais que teriam participado na ação foram presos administrativamente e, por volta das 18h30, estavam na 4ª DP (Praça da República) prestando depoimento.

Inicialmente, o caso foi registrado como auto de resistência. Com o vídeo nas mãos, no entanto, a Polícia Civil foi à favela para encontrar o policial que fez o registro e deu início à investigação. A morte também será investigada, pela Divisão de Homicídios.

Por volta das 18h40, equipes da DH e policiais militares voltaram ao Morro da Providência para realização de perícia.

Em nota, o secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, informou que "repudia atos como esse" e determinou "rigor nas investigações com punição exemplar dos responsáveis".

O comando da Polícia Militar disse, em nota, que avalia como "gravíssima a atitude dos policiais e não compactua com nenhum tipo de desvio de conduta". "A Corregedoria Interna da Polícia Militar determinou a abertura de um Procedimento Administrativo Disciplinar para analisar a permanência dos policiais na corporação. A apuração ficará a cargo da 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM)", diz o texto.

Em sua defesa, os PMs disseram que foram encontrados um rádio transmissor, uma pistola 9 mm e munições com o jovem.

Segundo moradores que flagraram a ação, os policiais estariam forjando uma reação de Eduardo, que teria sido morto por eles momentos antes.

No Instituto Médico Legal (IML), familiares disseram ao G1 apenas que têm certeza que o adolescente foi confundido com um traficante, mas não quiseram dar mais declarações.

Protesto
Moradores fizeram uma manifestação na região da Pedra Lisa, em um dos acessos que dão na parte de trás da Central do Brasil. Segundo a Coordenadoria de Polícia Pacificadora, os policiais da própria UPP Providência contiveram o protesto e a situação se acalmou sem feridos. O policiamento foi intensificado.

Fonte: G1

Um comentário:

  1. Não era nenhum menininho, um home que já andava nomei do tráfico armado.Se fosse ela matando o policial, as testemunhas pagas pelo tráfico iam ficar caladinhas e ficaria por isso mesmo.Bandido pode matar.

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