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quarta-feira, 27 de junho de 2012
Advogado diz que acusações contra Elize não convencem porque Marcos não era rico
Para defensor, tese de que crime foi motivado por dinheiro é "sem cabimento"
O advogado Luciano Santoro, defensor de Elize Matsunaga, considerou “sem cabimento” a acusação do Ministério Público de que a sua cliente matou o marido, o empresário Marcos Matsunaga, por dinheiro. Em entrevista ao R7, Santoro afirmou que o executivo da Yoki “não tinha patrimônio considerável, mas tão somente um apartamento e dois carros”. Disse também que Elize e Marcos levavam uma “vida relativamente simples, sem ostentar riquezas, que aliás não as tinham”.
Na avaliação do advogado, “a mídia acabou criando uma imagem de luxo que não corresponde à realidade do casal”.
— Com o devido respeito ao entendimento do nobre promotor [José Carlos Cosenzo], esta motivação [financeira] não tem o menor cabimento, por inúmeras razões. Primeiro, porque o senhor Marcos Matsunaga não tinha um patrimônio considerável, mas tão somente um apartamento e dois carros. Segundo, porque o seguro de vida não era de valor significativo, aliás, seu valor era equivalente aos feitos diariamente por pessoas de classe média, em qualquer banco. Terceiro, porque o padrão de vida que o casal mantinha decorria exclusivamente do salário do senhor Marcos, tanto que mantinham uma vida relativamente simples, sem ostentar riquezas, que aliás não as tinham.
Antes de morrer, Marcos Matsunaga havia feito um seguro de vida no valor de R$ 600 mil. As beneficiárias eram Elize e a filha do casal, que moravam com ele em uma cobertura triplex de 500 m² na Vila Leopoldina, área nobre da capital paulista.
Conheça a trajetória empresarial do executivo assassinado
À polícia, Elize contou que matou Marcos após ser agredida, durante uma discussão provocada por ciúme. Com a ajuda de um detetive, conseguiu comprovar a infidelidade do marido.
— Acreditar que Elize matou seu marido por causa do vil metal é desmerecer os sentimentos humanos, é acreditar que as pessoas reagem às agressões sofridas como se fossem robôs ou que sempre pensam antes de agir. O homem não é assim, tomamos atitudes impensadas, irracionais, quando nos sentimos acuados, amedrontados.
Já o advogado da família do empresário Marcos Matsunaga, Luiz Flávio D'Urso, avaliou que a acusação do promotor é adequada. Ele afirmou que não tem conhecimento sobre aspectos da vida financeira e dos costumes do casal, mas lembrou que a filha de Elize com o empresário é “herdeira de um império”.
— Uma das facetas da acusação é verificar esse aspecto, inclusive, da herança que a criança [filha do casal] terá direito. Ele [Marcos] podia não ter grande fortuna, mas era herdeiro de um império. E esta criança também é herdeira de um império. Vai herdar não só o patrimônio dele [Marcos], mas, no futuro, herdará também o patrimônio dos avós.
Para D' Urso, a denúncia do Ministério Público está “muito bem posta” e “retrata satisfatoriamente a conduta de Elize”.
— Acho que a denúncia está muito bem posta, tecnicamente adequada e retrata satisfatoriamente, na acusação, a conduta da Elize, que matou com crueldade, por motivo fútil e torpe e dificultando a resistência da vítima, inclusive, depois esquartejando o corpo.
Venda da Yoki
No dia 24 de maio, a Yoki Alimentos anunciou sua venda para a companhia norte-americana General Mills, uma das maiores empresas de alimentos do mundo. A negociação teria ficado em torno de R$ 2 bilhões. O acordo foi divulgado poucos dias depois de Marcos Matsunaga ser assassinado.
R7
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Essa da defesa não vai colar.
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