De acordo com o delegado André Leite, o casal levou a garota para a UPA
em um domingo alegando que ela estava vomitando e tinha febre. A menina
morreu cerca de três horas depois. O Conselho Tutelar recebeu uma
denúncia anônima a respeito, e o caso foi encaminhado para a delegacia
da região.
Durante as investigações, os pais afirmaram supor que a menina tivesse
sido agredida na creche ao longo da semana. Os laudos do Instituto
Médico Legal apontaram, porém, que a menina sofreu um golpe na cabeça
instantes antes de ser levada à unidade de saúde. Ela tinha manchas
roxas no pescoço, nas costas e perto dos ombros, além de indícios de
estupro.
“O conjunto de lesões apresentadas é visivelmente compatível com
violência sexual. Não houve penetração, mas possivelmente essa violência
sexual foi provocada com a introdução de um dedo. Essas lesões podem
ter sida produzidas até dois dias antes da morte, mas o fator
determinante foi mesmo esse golpe que aconteceu horas ou minutos antes
da entrada na UPA”, explica o delegado.
A corporação ouviu ainda todos os funcionários da creche que a criança
frequentava. A irmã da menina, atualmente com 2 anos, mora com a avó
materna, mas vai ser encaminhada para o Conselho Tutelar e também deve
passar por exames.
“Eles seguem negando, evocam justiça divina, mas não souberam ao mesmo
tempo explicar como, porque, com o quê a garota foi atingida”, diz
Leite. “O quadro que se desenha é de um pai que tenha se excedido e uma
mãe que foi conivente ou tenta acobertar a versão do pai. É inverossímil
que uma criança não tenha gritado após receber o golpe, que ela não
tenha percebido.”
O casal está preso temporariamente e vai responder por homicídio
duplamente qualificado, por motivo fútil e tortura. Se condenados, o pai
e a mãe da criança podem passar mais de 20 anos presos.
20 anos é muito pouco!
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