Ministério tem quase 100% de certeza de que a má-formação é causada pelo zika virus]
O ministro da Saúde, Marcelo Castro (PMDB), diz já trabalhar com a possibilidade de que o surto de microcefalia, que causa a má-formação no cérebro de bebês no período de gestação, se espalhará para outros Estados do Brasil. Ele apresentou dados sobre a perspectiva do problema nesta terça-feira (24).
A hipótese encontra base na provável ligação da microcefalia com o zika. De acordo com o Castro, pesquisadores afirmam “com mais de 90% de certeza” que o vírus é o causador do surto epidêmico recente no Brasil. Por conta disso, o ministério já comunicou o problema à OMS (Organização Mundial da Saúde) e à OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde).
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— Por enquanto, os casos estão restritos ao Nordeste, mas o que todos os infectologistas dizem, ou pelo menos os que eu tenho conversado, é que não ficará restrito ao Nordeste. Se é um vírus que está causando a microcefalia e este vírus está espalhado por outros estados do Brasil, ele vai causar em todos os outros Estados. E mais, devido a mobilização que tem hoje no mundo, ele vai se espalhar por outros países.
Com relação ao zika, o ministério registrou um aumento no número de estados que registraram casos da doença, de 14 para 18.
Já a microcefalia tem 739 casos suspeitos em nove unidades da federação, sendo que, pela primeira vez neste ano, um Estado fora do Nordeste (Goiás) registrou suspeita da má-formação.
Proliferação do mosquito
O Ministério da Saúde elaborou levantamento de índices do mosquito Aedes aegypti, que indica 199 municípios brasileiros em situação de risco para surto de dengue, chikungunya e zika. O estudo foi realizado nos últimos dois meses, e divulgado pela pasta nesta terça-feira (24).
O levantamento identificou 665 municípios que devem ficar em alerta sobre as doenças, pois têm até 3,9% dos imóveis com focos do mosquito. Dentre as capitais brasileiras, somente o Rio de Janeiro está em situação de risco, enquanto outras seis estão em alerta (Aracaju, Recife, São Luis, Cuiabá, Belém e Porto Velho).
Por conta da proliferação do mosquito, o número de casos de dengue aumentou 176% em relação ao mesmo período do ano passado, e 7% na comparação com 2013, com mais de 1,5 milhão de casos prováveis em todo o País.
Em 2015, também foram registrados 17 mil casos suspeitos de chikungunya, sendo que 6.700 foram confirmados. O ministério avalia que os números mostram um fortalecimento do mosquito, que estaria se adaptando às condições climáticas do Brasil.
Por isso, a pasta reforça que o combate ao Aedes aegypti precisa ser feito de forma a impedir que ele nasça, e em todas as épocas do ano.
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Fonte: R7
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