terça-feira, 12 de abril de 2016

A bordo da Vostok, o russo Gagarin entra em órbita e constata que a Terra é azul


Astronauta passou 108 minutos na cápsula, tempo suficiente para dar a volta no planeta


Em 12 de abril de 1961, o astronauta major russo Yuri Gagarin, então com 27 anos, entrou para a História, ao passar 108 minutos em órbita, a uma altitude de 320 quilômetros. Em sua jornada ao redor do globo, na pequena cápsula Vostok, ele passou pelas repúblicas soviéticas, o Oceano Pacífico, o Estreito de Magalhães (na América do Sul), o Oceano Atlântico e a África, antes de fazer a reentrada na atmosfera terrestre. Nessa jornada épica, Gagarin teria pronunciado a frase “a Terra é azul”.

O voo de Gagarin marcou uma nova fase na corrida espacial. Até o russo subir aos céus, cachorros, ratos, macacos e sapos já tinham estado em órbita, mas nem os Estados Unidos nem a União Soviética - em plena Guerra Fria - tinham ousado mandar um homem ao espaço. Pela missão, Gagarin foi rapidamente recompensado: assim que a Vostok entrou em órbita, foi promovido de tenente a major.

O feito do astronauta foi comemorado e alardeado pelo governo soviético. Gagarin morreu em março de 1968, ao pilotar um jato de treinamento. O acidente só foi recentemente esclarecido - um piloto pouco experiente teria feito uma manobra arriscada e derrubado o jato de Gagarin. Até morrer, porém, o astronauta foi um grande embaixador do programa espacial e, principalmente, do governo da União Soviética.

O vôo da Vostok não foi filmado - há apenas o registro de voz de Gagarin. Ao ouvir essa gravação original, com o auxílio de um intérprete o cientista planetário britânico Christopher Riley constatou que Gagarin jamais pronunciou a tal frase em órbita. A revelação está no filme “FirstOrbit”, disponível no Youtube (www.youtube.com/firstorbit), no qual Riley recria as imagens que o astronauta viu em 1961.

O filme usa a gravação original da voz de Gagarin, com suas observações sobre o voo. Da Estação Espacial Internacional, que está em órbita da Terra, foi possível refazer exatamente o mesmo trajeto. O horário do dia em que o soviético passou pelos pontos também foi respeitado nas filmagens, bem como a angulação. Porém, na cápsula em que viajava, o russo foi capaz de passar muito mais próximo dos polos do que o laboratório espacial. A formação das nuvens há 50 anos também é difícil de ser recriada. Mas, a ideia é dar aos espectadores a sensação do voo histórico.

Fonte: O Globo



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