sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Estudantes prometem manter ocupação enquanto PM patrulhar o campus da USP


SÃO PAULO - Os estudantes que ocupam o prédio da Faculdade de Filosofia, História e Geografia (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) afirmam que só vão sair do local quanto tiverem suas reivindicações atendidas. Eles querem que a Polícia Militar (PM) deixe de policiar o campus e pedem também o desligamento do reitor João Grandino Rodas.

Os estudantes estão acampados no prédio e pouco saem. Eles estenderam uma faixa com os dizeres: "Os policiais não são trabalhadores, são o braço armado dos exploradores".

Em outra faixa lê-se: "Fora Rodas. Fora PM."

Em nota divulgada à imprensa, os estudantes afirmam que "os policiais têm abordado indiscriminadamente estudantes e trabalhadores. Com isso, o reitor tenta impor seu projeto de privatização da universidade, que já vem se concretizando através da terceirização e precarização do trabalho e do ensino."

Nesta quinta-feira, cerca de 400 estudantes entraram em confronto com a polícia para tentar impedir que três universitários fossem levados para à delegacia.

A confusão foi no estacionamento dos cursos de geografia, história e filosofia. A Polícia Militar diz que flagrou três alunos com maconha, e ia levá-los para delegacia. Foi quando outros estudantes se reuniram para protestar. Um delegado foi até o campus. Na hora em que ele estava indo embora, a viatura foi cercada.

Um rapaz chegou a subir no carro da Polícia Civil. Enquanto alguns estudantes pediam calma, outros discutiam com os policiais.

Na hora em que os universitários ergueram um cavalete, começou a pancadaria. Os alunos flagrados com a droga foram levados pela polícia, que usou bombas de efeito moral. Os estudantes reagiram jogando pedras.

Os três estudantes foram levados para delegacia. A polícia fez um termo circunstanciado - um boletim de ocorrência para pequenos crimes, nesse caso, o uso de drogas. Os universitários devem ser liberados ainda nesta madrugada.

- Essa não é a conduta dos alunos da Universidade de São Paulo como um todo. Temos um contato muito bom com os alunos da USP e é bom deixar claro aqui. Sempre foi um ambiente saudável desde que nós firmamos o convênio - diz o tenente-coronel, José Luiz de Souza.

No último dia 8 de setembro, representantes da universidade e do comando da Polícia Militar formalizaram um convênio, de cinco anos, para aumentar a segurança no campus. Firmaram o documento Antonio Ferreira Pinto, secretário estadual da Segurança Pública, o coronel Álvaro Batista Camilo, comandante do policiamento do estado, e o professor João Grandino Rodas, reitor da USP.

O Globo

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