domingo, 23 de outubro de 2011

Só dois dos 96 distritos de São Paulo têm mais de dois livros por habitante, aponta ONG


Meta recomendada pela Unesco é de, no mínimo, duas obras por habitante adulto

Dos 96 distritos da cidade de São Paulo, apenas dois têm, nas bibliotecas e nos pontos de leitura municipais, mais de dois livros por habitante. Apenas os distritos da Sé (na região central), com 16,59, e da Liberdade (também no centro), com 2,6, atingem esse patamar. Do total de distritos, 90 não conseguem chegar à marca de um livro por morador, segundo dados do Observatório Cidadão da ONG Nossa São Paulo.

A meta, recomendada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), é, no mínimo, dois livros por habitante adulto, destaca Maurício Broinizi Pereira, um dos coordenadores do Movimento Nossa São Paulo.

- Uma realidade que já era ruim e piorou significamente é que o Poder Público simplesmente não investe em bibliotecas populares. A prefeitura reformou a Biblioteca Municipal, mas a periferia continua à míngua. Além de não ter investimento ainda está diminuindo o número de livros.

Segundo os dados da ONG, em 2010, a média do município era 0,22 livro por adulto. Em 2006, era 0,27. Em números absolutos, o acervo total da cidade caiu de 2.254.631 obras, em 2006, para 1.962.102, em 2010. Na distribuição por distrito, a desigualdade é evidente: a diferença entre a região com mais livros e a com menos é 1.978 vezes, ressalta Pereira.

- A região central de São Paulo tem uma concentração muito grande de livros e bibliotecas. Mas, em praticamente toda a periferia, em 90 distritos da cidade, a média de livros está abaixo de um por habitante da região. Isso revela que não há prioridade de levar os equipamentos culturais para a periferia da cidade.

De acordo com a Nossa São Paulo, na comparação por subprefeitura, a exclusão cultural dos paulistanos que moram longe do centro fica ainda mais evidente. São Mateus e Cidade Ademar, regiões da periferia da cidade, que reúnem 635.593 pessoas com 15 anos ou mais, não tinham, em 2010, um só livro disponível à população em equipamentos públicos de cultura.

- Em São Mateus, um Ponto de Leitura foi inaugurado em dezembro de 2010, o que, para a atualização do indicador em 2011, pode representar uma melhora.

Procurada, na última sexta-feira (22), a Secretaria de Cultura da prefeitura disse que iria procurar conhecer os números apresentados na pesquisa antes de se pronunciar.

Agência Brasil

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