Mulher 20 anos mais velha que amante é acusada de envenená-lo com ‘chumbinho’ em cápsula de vitamina C.
Rio - Um rapaz se envolve com uma mulher 20 anos mais velha e casada. O romance tem como cenário a Praia da Barra da Tijuca, Zona Oeste, onde se conhecem e costumam frequentar. A relação, marcada por brigas, ciúmes e chantagens, durou cinco anos até que, em junho do ano passado, Francina Vieira dos Santos, 48 anos, envenena e mata com chumbinho o amante Gustavo Garcia de Jesus, 27, colocando fim à relação extraconjugal.
Assassina confessa de Gustavo, ela contou com riqueza de detalhes à Divisão de Homicídios (DH) como matou o amante. E disse estar arrependida. A confissão, no entanto, aconteceu seis horas depois do primeiro depoimento que ela deu à DH, quando afirmou que não sabia do paradeiro dele.
Francina responde ao homicídio em liberdade, embora a Polícia Civil tenha pedido sua prisão. Ela vive com o marido, que é cego, e as quatro filhas do casal, e estaria indo à academia todos os dias.
Francina alegou que matou o amante num ato de desespero para se defender das ameaças dele, que teria exigido dinheiro para não contar ao marido dela sobre a relação fora do casamento. Ela disse ainda que tentou terminar o caso várias vezes, mas o rapaz ‘não aceitava separar-se dela’.
O crime aconteceu dia 2 de junho de 2010 em Jacarepaguá. Após uma discussão entre Francina e Gustavo, ela deu uma cápsula de vitamina C com chumbinho dentro ao rapaz, que se queixou de dor de cabeça. Segundo ela, eles se encontraram num shopping onde ela compraria um fogão para ele, após ser ameaçada de ter o caso revelado.
Na DH, ela disse que chegou a ir ao Hospital Lourenço Jorge, na Barra, mas que não saiu do carro porque Gustavo disse que contaria tudo aos PMs que estavam na unidade. Francina afirmou que saiu do local e ficou rodando horas de carro enquanto Gustavo agonizava. Ela seguiu até Grumari, onde, pela manhã, deixou o amante sem saber se ele estava vivo ou morto.
O corpo de Gustavo ainda ficou desaparecido por 10 dias até ser encontrado pela PM em Grumari. Segundo a mãe de Gustavo, a diarista Marinez Garcia de Jesus, 48 anos, nesse período, Francina ‘ajudou’ a família a procurar por ele e até foi ao enterro do rapaz.
“Foi ela quem me ligou perguntando por ele, dizendo que o Gustavo não atendia o telefone. Disse ainda que ele havia viajado a trabalho para fazer um curso por 15 dias. Foram dias de agonia e desespero”, lembrou Marinez. Ela contou que ficou surpresa ao saber que Francina matou seu filho.
“Não imaginei que ela fosse capaz de fazer uma coisa dessas. Eles brigavam muito, mas ela convivia bem com a gente. Gustavo era um filho ótimo”, disse a diarista, reclamando que móveis e eletrodomésticos do filho, que morava em Jacarepaguá, sumiram. “A casa dele ficou vazia e até hoje nada apareceu”, conta Marinez.
Avó de Gustavo, Hilma Garcia de Jesus, 72, acrescenta que o relacionamento entre o neto e Francina era muito conturbado. “Ela tinha muito ciúme dele. Meu neto reclamava e dizia que queria terminar o namoro, mas que ela não aceitava. Falei várias vezes: ‘meu filho, deixa essa mulher que ela vai acabar te matando’. Ainda acho que ele vai entrar pelo meu portão”, disse Hilma.
“Ele não parava em nenhum emprego porque ela fazia escândalo nos lugares onde ele trabalhava. Parecia que queria que ele ficasse dependente dela para não deixá-la”, acredita a avó.
Advogados de Francina pediram à Justiça a retirada da confissão dela do processo, alegando que ela falou sob tortura, mas o pedido foi negado. Eles e a família de Francina não quiseram comentar o caso.
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