quarta-feira, 6 de junho de 2012

Mulher contratou detetive particular para flagrar traição de empresário



Polícia Civil tenta identificar profissional que descobriu traição da vítima.
Mulher está presa suspeita do crime e presta depoimento em São Paulo.


A bacharel em direito e técnica em enfermagem Elize Araújo Kitano Matsunaga, de 38 anos, presa temporariamente por suspeita de matar e esquartejar o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, de 42 anos, neto do fundador da Yoki, contratou um detetive particular para flagrar a traição do executivo da empresa alimentícia. É o que aponta a investigação do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP). A informação foi confirmada nesta quarta-feira (6) ao G1 por policiais civis que apuram o caso.

Além de Elize, que está sendo interrogada nesta quarta na sede do DHPP, na capital paulista, a polícia tenta identificar o detetive para que ele seja intimado a prestar depoimento sobre seu trabalho. Policiais informaram à equipe de reportagem que o profissional seguiu e vigiou o executivo e comprovou a infidelidade dele. Fotos e relatórios sobre três supostas amantes foram enviadas para a bacharel. No computador da vítima peritos da Polícia Técnico Científica identificaram acessos a sites de prostituição.

Também deverão prestar depoimento nesta quarta a empregada e a babá da filha do casal. As duas foram dispensadas por Elize horas antes do desaparecimento de Marcos no dia 19 de maio. Partes do corpo do executivo foram encontradas dentro sacos plásticos espalhados numa área de mata em Cotia, na Grande São Paulo, no dia 27 do mês passado.

A polícia suspeita de crime passional, mas motivação financeira não está descartada. Segundo informou na terça-feira (5) o delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP, Elize é suspeita de assassinar o marido por ciúmes após descobrir a traição.Ela e a filha teriam direito a receber R$ 600 mil no caso de morte do empresário.

Também é apurado pela polícia se Elize teve a ajuda de alguém para se desfazer do corpo da vítima. Uma testemunha ligou para a Guarda Civil Municipal de Cotia afirmando que um motociclista estava jogando sacos por uma estrada. Dentro deles haviam membros humanos.

Em conversas com policiais, Elize negou o crime. A mulher, que teve a prisão temporária decretada pela Justiça, passou a primeira noite na cadeia de Itapevi, na Grande SP. Por volta das 11h desta quarta, ela foi levada para o DHPP, na capital, onde deverá falar pela primeira vez sobre o caso.

Para a polícia, Elize matou o empresário no apartamento do casal, na Zona Oeste de São Paulo, com um tiro na nuca. Ela havia feito de curso de tiro, assim como o marido. As imagens das câmeras do edifício não foram divulgadas, mas, segundo a investigação, mostram Marcos entrar no prédio no dia 19, mas não registraram sua saída.
“A gente sabe que ele entrou no apartamento e não saiu. Em tese, o homicídio aconteceu lá”, disse o delegado Mauro Gomes Dias na terça.

Em seguida, a gravação mostra Elize saindo do elevador, levando três malas com rodinhas. E mostra também a volta dela, 12 horas depois, sem as malas.

Além das câmeras de segurança, que registraram a saída dela sozinha do prédio, e das sacolas plásticas apreendidas na residência do casal serem idênticas as encontradas com o corpo da vítima, um terceiro indício é levado em conta pela polícia para suspeitar de Elize. No mesmo dia em que foi presa ela tinha entregado três armas para a Guarda Municipal, para que fossem destruídas. Uma delas usa balas do mesmo calibre que matou o empresário.

G1

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