sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Juiz nega pedido de segredo de justiça em processo sobre morte de Marcos Matsunaga


Solicitação foi feita por advogado da família do empresário, após vazamento de fotos

O juiz Adilson Paukoski Simoni, do 5º Tribunal do Júri da Capital, negou o pedido de decretação de segredo de justiça proposto pelo advogado Flávio D’Urso, contratado pela família de Marcos Matsunaga, executivo da Yoki morto em 19 de maio deste ano. D’Urso, que atua como assistente de acusação, havia feito a solicitação no final de agosto, após o vazamento de fotos do corpo esquartejado do empresário. Foi a segunda tentativa do advogado de manter o processo em sigilo.

Em sua decisão, o magistrado argumentou que o julgamento feito pelo júri popular “traz em seu bojo a transparência identificada de um Estado Democrático de Direito, onde a publicidade é regra e o sigilo é exceção".

O crime

Marcos Matsunaga levou um tiro na cabeça dentro do apartamento onde morava, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital. A autora do disparo foi a mulher dele, a ex-garota de programa e bacharel em direito Elize Matsunaga. Ela está presa desde o dia 5 de junho, após confessar o crime. Durante interrogatório, revelou ainda que esquartejou o corpo do marido e espalhou as partes perto da estrada de Cotia, na Grande São Paulo.

O promotor do caso, José Carlos Cosenzo, contesta a versão de crime passional apresentada pela acusada. Na avaliação dele, a motivação foi financeira.

Cosenzo denunciou Elize por homicídio doloso (quando há intenção de matar) triplamente qualificado, já que teria sido praticado por motivo torpe, de forma cruel e sem dar chance de defesa ao empresário. O promotor viu como agravante o fato de a autora ter sido casada com a vítima. Ela também foi denunciada por ocultação de cadáver. O Ministério Público estima que a pena dela possa chegar a 35 anos de reclusão.

À polícia, Elize afirmou que atirou na vítima, quando ambos estavam de pé, após levar um tapa durante uma discussão por ciúme. Mas a divulgação do laudo necroscópico do IML (Instituto Médico Legal) colocou em xeque a versão.

Segundo a perícia, a trajetória da bala que atingiu a cabeça de Marcos foi de cima para baixo. Como Elize tem estatura menor do que a do marido, a trajetória da bala teria que ser, necessariamente, de baixo para cima.

Outra contradição levantada pela perícia foi quanto ao esquartejamento. De acordo com Elize, após atirar no empresário, ela deixou o corpo dele por dez horas no quarto de hóspedes antes de começar a cortá-lo. Isto só teria ocorrido, segundo a bacharel em direito, quando o executivo já estava morto.

A perícia, no entanto, mostrou que o empresário morreu por traumatismo craniano, provocado pelo tiro, associado à asfixia por ter aspirado sangue durante a decapitação.

R7

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