quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Mãe e avó querem punição de responsáveis por morte


A mãe Aline Souza da Costa, de 28 anos, e a avó Marisa Azevedo Souza Costa, de 50, querem a punição dos responsáveis pela morte de Carlos Eduardo Souza Costa, de 12 anos. A criança foi atropelada e cortada por um trator, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
— Essa máquina não tinha condições de estar ali. Era um barranco. A gente não quer acusar ninguém até ter certeza de quem era o responsável pela obra, mas quero que os responsáveis sejam punidos.

Saiba mais sobre o caso:

O delegado Marcos Henrique de Oliveira, titular da Delegacia da Posse (58ª DP), informou que foi feita, no início da manhã desta quarta-feira (3), a perícia na máquina que cortou ao meio o menino Carlos Eduardo Costa Cardoso, de 12 anos, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Os peritos testaram freios e vistoriaram o equipamento e farão testes em outra máquina semelhante para saber se há alguma diferença entre elas. A Polícia Civil disse que a previsão é de que o resultado do laudo fique pronto entre 15 e 30 dias.

O delegado disse ainda que está previsto para a tarde desta quarta o depoimento de um representante da associação dos moradores. Para ele, todas as hipóteses serão investigadas, inclusive a de que a obra seria uma ação política de um candidato a vereador.

O condutor da máquina prestou depoimento às 18h de terça-feira (2), na 58ª DP. O menino teve o corpo cortado ao meio na última segunda-feira (1º), na rua Pernambuco, no bairro Viga.

De acordo com André Luiz Azevedo, um dos vizinhos que socorreu a criança, moradores pensaram em agredir o condutor.

— Os moradores queriam linchá-lo, mas após verem que ele estava desesperado e entenderem o que aconteceu foram até ajudar. Um pegou um copo de água com açúcar, outro tentava conversar. Mas ele não parava de chorar.

Segundo Azevedo, o desespero do motorista da draga foi tão grande que ele chegou a pensar em suicídio. O condutor não conseguia se conformar com a tragédia.

— Assim quando aconteceu o acidente, ele entrou em desespero. Ele gritava chamando por socorro, ficou em estado de choque. Ele gritava dizendo que a criança tinha morrido que ele não ia aguentar. Chegou a dizer que iria se matar.

O menino foi enterrado por volta das 17h de terça-feira no cemitério de Nova Iguaçu. A mãe da criança passou mal e precisou ser amparada.

Vizinhos lembram momentos dramáticos após o acidente

Os vizinhos que ajudaram no resgate do menino relataram os momentos dramáticos que ocorreram após o acidente. Eles lembram como tentaram ajudar a criança. Para Jonathan Moreira, de 21 anos, que viu todo acidente ocorrer, a primeira imagem da criança foi traumática.

— Foi desesperador. Quando vimos a draga vir e cair, corremos para tentar ajudar e vimos as pernas. Procuramos para ver onde estava o restante do corpo e encontramos ele segurando uma raiz. O menino ainda estava vivo, mas apenas com a metade do corpo. Ainda peguei o corpinho dele. Ele apertava minha mão pedindo para não deixá-lo morrer. Nunca mais esqueço isso.

André da Silva, de 25 anos, que ajudou nos momentos anteriores à chegada da ambulância, relatou que o menino entrou em pânico após não ver as pernas.

— Enquanto os bombeiros não chegaram tentamos ajudar no que foi possível. Ele desmaiava e voltava. O pior momento foi quando ele viu que não estava com as pernas e começou a chorar.

R7

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