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quarta-feira, 3 de abril de 2013
Vítima diz que passageiro chutou motorista antes de acidente no Rio
Estudante, que está internada, disse que rapaz chutou o rosto de André.
Mulher do motorista diz que ele não lembra do acidente.
A cabeleireira Conceição Rodrigues Santana, mãe de Amanda Santana Silva, de 19 anos, estudante de farmácia da UFRJ que está internada no Hospital Getúlio Vargas, contou, na manhã desta quarta-feira (3), ter ouvido da filha que um passageiro teria chutado o rosto do motorista que conduzia o ônibus linha 328 (Bananal/Castelo) antes do acidente que matou sete e deixou 10 feridos.
A agressão, de acordo com a jovem, ocorreu durante uma discussão e fez com que o motorista perdesse a direção e despencasse do Viaduto Brigadeiro Trompowski, na Avenida Brasil, terça (2). Outras testemunhas já haviam relatado a briga. Duas delas vão ao Hospital Miguel Couto nesta tarde, onde o suposto agressor está internado, para fazer o reconhecimento.
Amanda disse à mãe que um estudante fez sinal para que o motorista parasse em um determinado ponto. Como ele não parou, o jovem teria pulado a catraca e iniciado uma discussão com o condutor. A jovem estava na frente do ônibus e não conhecia o estudante que iniciou a briga.
A garota também contou para a mãe que as pessoas gritaram muito na hora da queda, mas quando o ônibus caiu houve silêncio.
A briga
Em entrevista por telefone nesta manhã ao programa "Encontro com Fátima Bernardes", da TV Globo, Amanda lembrou dos momentos de pânico na linha 328. "O motorista era bastante grosseiro. Passou vários pontos sem parar. Ele parou no ponto para o rapaz descer, mas não deu tempo. Aí o rapaz se alterou, pulou a catraca e começou a discutir. Quando chegou no ponto seguinte, o motorista não quis abrir a porta da frenter. O rapaz também não quis pular a catraca de volta e começou a discussão", contou.
No programa, ela lembrou ainda de como foi ajudada. "Começou a vazar muita gasolina do ônibus, passou um rapaz e eu pedi ajuda. Ele me ajudou a sair. Aí olhei para trás e vi o rapaz que agrediu o motorista em pé com muito sangue, e o motorista caído. Não vi mais nada."
Amanda voltava do segundo dia de trote na UFRJ, na Ilha do Governador, para casa, que fica em Irajá, no Subúrbio do Rio.
Segundo Conceição, a filha tem o quadro estável, mas está com uma fratura no cóccix. "Ela chora, ela sente dor".
Motorista não lembra do acidente
A mulher do motorista André Luiz da Silva Oliveira, de 33 anos, que dirigia o ônibus da empresa Paranapuã que caiu do viaduto, afirmou nesta manhã que o marido não se lembra de nada. “Ele não lembra de nada, nem do acidente nem da filha de 2 anos”, disse, Francilene dos Santos.
Francilene esteve nesta manhã no Hospital Getúlio Vargas, na Penha, Zona Norte, para visitar o marido, que continua internado. Ao chegar no hospital, ela também reclamou da empresa de ônibus Paranapuã, que, segundo ela, não prestou qualquer auxílio ao motorista.
Quatro feridos ainda em estado grave
Na manhã desta quarta, seis corpos das sete vítimas da queda do ônibus já tinham sido liberados pelo Instituto Médico-Legal.
Dos 10 feridos, quatro pessoas estão em estado grave. O motorista do ônibus está internado com fratura no fêmur e traumatismo craniano.
A polícia está com as imagens registradas pela câmera do circuito interno do ônibus.
Há ainda pessoas internadas nos hospitais Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, no Miguel Couto, na Zona Sul, no Souza Aguiar, no Centro e no HGB, em Bonsucesso. Um jovem de 18 anos está em estado gravíssimo com traumatismo craniano no Hospital Getúlio Vargas. Na mesma unidade, um senhor de 80 anos, também com traumatismo craniano, passa bem. Ainda no Getúlio Vargas, uma jovem de 18 anos, que teve um trauma leve no tórax, passa bem.
As pessoas que morreram foram Marcos do Nascimento, de 42 anos, José de Jesus, de 42 anos, Ângela Maria Reis da Silva, 62 anos, luiz antônio do Amaral, de 41 anos, Francisco Batista de Souza, de 40 anos, Oséas da Silva Cardoso, 39 anos e Luciana Chagas da Silva.
O delegado José Pedro Costa da Silva, da 21ª DP (Bonsucesso), que investiga a queda de ônibus, disse que a agressão pode ter causado o acidente. José Pedro ouviu sobreviventes e o próprio motorista, e contou que os primeiros relatos confirmam a discussão entre os dois e que o veículo estava em alta velocidade. O delegado destacou que pretende ouvir o motorista novamente nesta quarta, pois na terça ele não estava em condições de prestar depoimento.
G1
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