A escalada da epidemia de tuberculose resistente a medicamentos (DR-TB) é massiva, com 310 mil novos casos notificados em 2011. Mas, globalmente, apenas 19% das pessoas que se considera que estejam infectadas estão recebendo tratamento. A expectativa é de que a bedaquilina – que tem se monstrado potencialmente efetiva contra a Mycobacterium tuberculosis¬, que causa a tuberculose, durante os testes – possa se tornar uma poderosa ferramenta nos regimes de tratamento mais curtos, mais efetivos e menos tóxicos do que os atuais. Hoje, o tratamento para DR-TB envolve a administração de 20 pílulas diárias por dois anos e oito meses de injeções diárias, que podem causar efeitos colaterais excruciantes e, no fim das contas, curam apenas um em cada dois pacientes.
Em 2012, a organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou 31 mil pessoas com tuberculose em 36 países, 1.780 das quais apresentaram estirpes resistentes a medicamentos da doença. MSF responde à divulgação das diretrizes da OMS abaixo. O depoimento é da Dra. Jennifer Cohn, coordenadora médica da Campanha de Acesso a Medicamentos de MSF:
“As novas diretrizes da OMS para o uso da bedaquilina são bem-vindas e oportunas, considerando a recente aprovação pela FDA e a necessidade urgente de ampliação do tratamento de DR-TB.
O uso regulado e controlado da bedaquilina é essencial para garantir que não desperdicemos a oportunidade de utilizar adequadamente um dos poucos medicamentos disponíveis que podem tratar a DR-TB efetivamente.
Como uma das maiores organizações não governamentais que oferece tratamento para a DR-TB, MSF atende cada vez mais pessoas com estirpes da doença e sem o desenvolvimento de novos medicamentos que possam, combinados a outros, resultar em regimes de tratamento mais curtos, efetivos e menos tóxicos, a DR-TB vai continuar ganhando força como uma emergência global.
As empresas farmacêuticas e de pesquisas têm papel de protagonistas no desenvolvimento de novos tratamentos que possam ser amplamente oferecidos para reverter essa crise. Mas isso só acontecerá se tais empresas colaborarem e pesquisadores acelerarem os estudos sobre novas combinações de medicamentos.
Garantir o acesso a esses medicamentos também será essencial.”
MÉDICOS SEM FRONTEIRAS
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