Símbolo da luta contra o apartheid sofria de uma infecção pulmonar
Notícia foi lida pelo presidente da África do Sul, Jacob Zuma, em comunicado televisionado
RIO - O maior símbolo da luta contra o apartheid na África do Sul e Prêmio Nobel da Paz por seus esforços contra o racismo morreu nesta quinta-feira. Nelson Mandela tinha 95 anos, sofria de uma grave infecção respiratória e estava sendo mantido em sua casa em Johannesburgo sob cuidados médicos. Ele esteve hospitalizado de 8 de junho a 1º de setembro com um quadro de infecção pulmonar e outras complicações. Dois dias antes da morte, a filha mais velha, Makaziwe Mandela, afirmou qye o ex-presidente da África do Sul permanecia “muito forte e valente”, mesmo estando em seu leito de morte.
- Nosso amado Nelson Rolihlahla Mandela, o presidente fundador da nossa nação democrática, partiu. Ele morreu tranquilamente, na companhia de sua família, em torno de 20h50 do dia 5 de dezembro de 2013. Ele agora está descansando. Ele agora está em paz - disse o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, em um pronunciamento televisionado nesta quinta-feira. - Nossa nação perdeu seu maior filho. Nosso povo perdeu um pai. Embora soubéssemos que esse dia chegaria, nada pode diminuir nossa sensação de uma perda profunda e duradoura.
Foi a quarta internação do líder desde dezembro. Antes de ir para casa, ele foi tratado no hospital civil Mediclinic Heart, diferentemente de outras vezes quando esteve em centros médicos militares. Após dias de um quadro clínico grave, porém estável, o sul-africanos começaram a aceitar a ideia de perdê-lo.
- Nossos pensamentos e orações estão com a família Mandela. Temos uma dívida de gratidão com eles. Eles se sacrificaram muito e sofreram muito para que nosso povo pudesse ser livre. Nossos pensamentos estão com seus amigos, companheiros e colegas que lutaram ao lado de Madiba, ao longo de uma vida inteira de luta. Nossos pensamentos estão com o povo sul-africano, que chora hoje a perda de uma pessoa que, mais que qualquer outra, encarnou o sentido de uma nacionalidade comum - afirmou Zuma.
Mandela passou 27 anos em três prisões diferentes durante o regime racista branco e contraiu tuberculose no cárcere. A maior parte desse período, passou em Robben Island, na costa da Cidade do Cabo, onde ele e outros prisioneiros trabalhavam em uma pedreira. Foi libertado em 1990 e se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul em 1994.
O ativista deixou o cargo de chefe de Estado em 1999, após um mandato, e se afastou da vida política há uma década. Sua última aparição em público foi na final da Copa do Mundo de futebol em Johanesburgo, em 2010.
O GLOBO
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